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1 UNIVERSIDADE FEDERALDA BAHIA INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO PLANEJAMENTO EM SAÚDE ANADJA MARIA DOS SANTOS RIOS - JAILDE ROSA DOS SANTOS Possibilidades e Limites dos Conselhos de Saúde no Exercício do Controle Social: Um estudo de caso em dois municípios paraibanos João Pessoa - 2010

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Page 1: Trabalho de Conclusão de Curso - TCC: Possibilidades e Limites dos Conselhos de Saúde no Exercício do Controle Social:  Um estudo de caso em dois municípios paraibanos

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UNIVERSIDADE FEDERALDA BAHIA

INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO PLANEJAMENTO EM SAÚDE

ANADJA MARIA DOS SANTOS RIOS - JAILDE ROSA DOS SANTOS

Possibilidades e Limites dos Conselhos de Saúde no Exercício do Controle Social:

Um estudo de caso em dois municípios paraibanos

João Pessoa - 2010

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ANADJA MARIA DOS SANTOS RIOS

JAILDE ROSA DOS SANTOS

Possibilidades e Limites dos Conselhos de Saúde no Exercício do Controle Social:

Um estudo de caso em dois municípios paraibanos

Projeto de Pesquisa Científica apresentado à Comissão do Instituto de Saúde Coletiva –

Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva, da Universidade Federal da Bahia sob

orientação da Profª. Dra. Maria Cecília Tavares Leite.

João Pessoa – 2010

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“Nem tudo que se enfrenta pode ser

modificado, mas nada pode ser

modificado até que seja enfrentado”.

James Baldwin

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DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho a todos aqueles que contribuíram para que pudéssemos

concluir mais uma etapa de nossas vidas. Pela compreensão ao sacrifício imposto à nossa

família, e especialmente aos nossos filhos e esposo.

Pelo apoio acadêmico e orientação laboriosa recebidos, fazem jus a esta dedicação

aqueles a quem aprendemos a respeitar como mestres: nossa orientadora, Maria Cecília

Tavares Leite. A todos os professores do curso de Especialização PLANEJASUS, à

Coordenadora de Serviços Técnicos da Diretoria Geral de Educação em Saúde – SES/PE,

Fátima Lima, e aos colegas do curso, que, direta ou indiretamente, estiveram ao nosso lado

nos momentos difíceis e de alegrias.

Dedicamos ainda este trabalho á Coordenação do ISC da Universidade Federal da

Bahia, á Secretaria de Estado da Saúde da Paraíba e Gerência Executiva de Planejamento e

Gestão – SES/PB, á Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco, em reconhecimento

ao apoio que nos deram ao acreditarem em nossas potencialidades, como profissionais e

como seres humanos.

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AGRADECIMENTOS

Ao nosso Deus pela oportunidade de vivenciarmos mais esta experiência de vida; a

nossa Orientadora Maria Cecília Tavares Leite pela contribuição na elaboração deste

trabalho, a Professora Ana Angélica Rocha, ao Professor Antonio Carlos Gomes do

Espírito Santo a Professora Adriana Falângola a quem este trabalho deve muito pelo

acompanhamento seguro e amigo na compreensão do tema aqui analisado.

Aos nossos familiares, filhos, esposo, irmãos, genro e nora pela ternura com que

compreenderam as nossas ausências na vida familiar e aos nossos amigos pelo apoio

dispensado. A todos os professores do curso, pela competência com que ministraram as

disciplinas, bem como a Coordenação do curso e equipe de apoio logístico, pela

capacidade com que dirigiram os trabalhos e acolheram nossas solicitações com

compreensão.

Aos Conselheiros Municipais de Saúde entrevistados dos Conselhos de Saúde de

Sousa e Patos e as Secretaria Municipais de Saúde dos respectivos municípios, pela

valorosa contribuição na pesquisa realizada.

Cientes de que o mérito deste trabalho é coletivo, deixamos, a todos, nossos

fervorosos agradecimentos!

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

SIGLAS

CEBES – Centro Brasileiro de Estudos de Saúde

CES – Conferência Estadual de Saúde

CES – Conselho Estadual de Saúde

CF – Constituição Federal

CIB - Comissão Intergestores Bipartite

CIT – Comissão Intergestores Tripartite

CMS – Conferência Municipal de Saúde

CMS – Conselho Municipal de Saúde

CNS – Conferência Nacional de Saúde

CNS – Conselho Nacional de Saúde

CONASEMS - Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde

CONASP - Conselho Consultivo de Administração da Saúde Previdenciária

CONASS – Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde

COSEMS – Conselho de Secretários Municipais de Saúde

DATASUS – Departamento de Informática do SUS

EC – Emenda Constitucional

EPS - Educação Permanente em Saúde

IAPAS – Instituto de Administração da Previdência e Assistência Social

IAPs – Instituto de Aposentadorias e Pensões

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDEME - Instituto de Desenvolvimento Municipal e Estadual da Paraíba

INAMPS - Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social

INPS – Instituto Nacional de Previdência Social

INSS – Instituto Nacional de Seguridade Social

MPAS – Ministério da Previdência e Assistência Social

MS – Ministério da Saúde

NOAS – Norma Operacional da Assistência à Saúde

NOB – Norma Operacional Básica

NOB/RH-SUS – Norma Operacional Básica de Recursos Humanos para o SUS

OMS - Organização Mundial da Saúde

OPAS - Organização Pan-Americana de Saúde

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PDI – Plano Diretor de Investimentos

PDR – Plano Diretor de Regionalização

PEA – População Economicamente Ativa

PES – Plano Estadual de Saúde

PMS – Plano Municipal de Saúde

PNH – Política Nacional de Humanização

PNS – Plano Nacional de Saúde

PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

PPI – Promoção Pactuada e Integrada

PSF – Programa da Saúde da Família

SEGEP – Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa

SES – Secretaria Estadual de Saúde

SGETES – Secretaria de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde

SIA/SUS – Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS

SIAB – Sistema de Informação da Atenção Básica

SIH-SUS – Sistema de Informações Hospitalares do SUS

SIM – Sistema de Informações sobre Mortalidade

SIMAC – Sistema de Informações de Alta e Média Complexidade

SINAN – Sistema de Informações sobre Agravos de Notificação

SINASC – Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos

SIOPS – Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde

SISREG – Sistema de Centrais de Regulação

SISVAN – Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional

SMS – Secretaria Municipal de Saúde

SNA – Sistema Nacional de Auditoria

SUS – Sistema Único de Saúde

TFAE – Teto Financeiro da Assistência do Estado

TFAM – Teto Financeiro da Assistência do Município

TFGE – Teto Financeiro Global do Estado

TFGM – Teto Financeiro Global do Município

UBS – Unidade Básica de Saúde

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ÍNDICE

PÁGINAS

CAPA........................................... ................................................................................. 1

FOLHA DE ROSTO..................................................................................................... 2

EPÍGRAFE................................................................................................................... 3

DEDICATÓRIA........................................................................................................... 4

AGRADECIMENTOS................................................................................................. 5

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS................................................................. 6

ÍNDICE.......................................................................................................................... 8

RESUMO.......................................................................................................................

1. INTRODUÇÃO......................................................................................................... 7

2. PRESSUPOSTOS TEÓRICOS............................................................................... 9

2.1 - A PARTICIPAÇÃO NA POLÍTICA DE SAÚDE

3. PERSPECTIVA HISTÓRICA.............................................................................. 13

3.1 - A POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL............................................................. 13

3.2 - A INSTITUCIONALIZAÇÃO DO CONTROLE SOCIAL NA SAÚDE........... 19

3.3 - PLENÁRIAS NACIONAIS DE CONSELHEIROS DE SAÚDE NO BRASIL. 23

4. METODOLOGIA..................................................................................................... 26

4.1 – CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA.............................................................. 27

4.2 – A PESQUISA DE CAMPO................................................................................... 28

4.3 - A TABULAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS...................................................... 28

5. CONTEXTUALIZAÇÃO DO CAMPO EMPÍRICO........................................... 29

5.1 - CARACTERIZAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DE PATOS E SOUZA.................. 29

5.2 - O CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE MUNICÍPIOS PATOS E SOUZA... 33

5.3 - CONSELHO DE SAÚDE: ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO...................... 45

6. PLANILHAS E GRÁFICOS DAS ENTREVISTAS REALIZADAS................. 51

6.1 - ANÁLISE DAS ENTREVISTAS.......................................................................... 89

CONCLUSÃO............................................................................................................... 90

BIBLIOGRAFIA E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................... 93

APÊNDICES................................................................................................................. 93

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RESUMO

O presente trabalho é resultante de uma pesquisa realizada sobre Possibilidades e

Limites dos Conselhos de Saúde no Exercício do Controle Social: Um estudo de caso em

dois municípios paraibanos. Para a elaboração deste trabalho foram realizadas entrevistas

semi estruturadas, com abordagem qualitativa, que teve como objeto de estudo o

funcionamento e estrutura de dois Conselhos Municipais de Saúde, sendo um pertencente

ao município de Patos, e o outro pertencente ao Município de Sousa, ambos na Paraíba,

selecionados a partir da analise de alguns aspectos econômicos e populacionais como o

índice de habitantes, renda per capta, organização da saúde e organização política. Quanto

aos Conselhos de Saúde foram considerados o caráter deliberativo e a representatividade,

tendo como base o nível de participação e trabalho dos conselheiros, bem como a estrutura

e funcionamento desses conselhos, nos anos de 2008 e 2009. Para o alcance desse

resultado, foi realizada a coleta de dados por meio de entrevistas semi estruturadas

realizadas com os conselheiros municipais de saúde e análise documental dos arquivos dos

conselhos. O presente estudo aponta que os Conselhos Municipais de Saúde, embora

pertencentes a municípios com índice populacional e renda per capta diferente, apresentam

semelhanças nas respostas fornecidas às questões contempladas nos questionários das

entrevistas, como também fragilidades quanto ao conhecimento da legislação do SUS, dos

instrumentos de gestão do SUS como: Plano Municipal de Saúde, Pacto pela Saúde,

legislação inerente ao controle social e que regem os conselhos de saúde. São situações que

refletem no desempenho desses conselhos de saúde no exercício do controle social e nas

atribuições que lhe são de competência enquanto órgão de fiscalização e controle das

políticas de saúde. Percebemos que o caráter fiscalizador, propositivo e deliberativo sofre

fragilidades, tornando-se mais intenso em determinados momentos, em consonância com o

movimento natural que caracteriza o processo de participação política dos cidadãos no

controle social. Dessa forma observa-se que há ainda algumas fragilidades a serem

superadas para a efetivação do SUS com qualidade.

Palavras Chaves: Controle Social, Conselhos de Saúde, Participação, Sistema Único de

Saúde, Conferência de Saúde, Representatividade, Legitimidade.

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1. INTRODUÇÃO

No Brasil, entre as décadas de 40 a 50 houve um período de ênfase na privatização

do sistema de saúde, o qual desencadeou na sociedade uma luta em prol do movimento

pela Reforma Sanitária. Esse movimento envolveu vários segmentos organizados, no qual

se destacam o movimento de mulheres e dos trabalhadores da saúde. A luta desses grupos

no enfrentamento da situação no setor saúde resultou na construção da Constituição

Federal de 1988 a chamada “Constituição Cidadã”, um documento legal em que a área da

saúde é contemplada com um conceito ampliado que define “saúde” como resultante das

condições de vida, direito de todos e dever do Estado. Desse movimento inicia-se o

processo de descentralização no setor, onde cada esfera de governo passa a ser responsável

direta pela saúde da população. Nessa mudança, um dos grandes avanços é a criação dos

novos espaços para a participação da sociedade civil organizada na política de saúde.

Assim, foi no processo em busca da redemocratização do país que ocorreu a

institucionalização do Controle Social na Saúde (Brasil, 2000: 24), sobre as políticas

públicas, com a proposta de caracterizar-se em democracia direta ou democracia

participativa (Bobbio, 1986). O pressuposto teórico dessa concepção democrática é que a

participação direta dos cidadãos nos espaços de deliberação favorece ao bom desempenho

das instituições públicas, a eficiência de suas políticas e ações e, conseqüentemente, a

própria melhoria de vida da população (Gohn, 2001; Caniello, 2002). Contudo, algumas

abordagens teóricas e pesquisas empíricas demonstram que há ainda certos condicionantes

conjunturais e históricos que dificultam a efetivação da democracia participativa.

Dentre vários exemplos que dificultam a efetivação da democracia participativa,

podemos citar a falta de vontade política de alguns governos, as fragilidades observadas no

processo de organização dos segmentos sociais, a existência de práticas clientelistas nas

relações políticas, a pouca articulação observada entre os Conselheiros de Saúde e a sua

base, o pouco conhecimento que os conselheiros têm sobre seu papel num conselho de

saúde, bem como a ingerência político-partidária e do poder local nos Conselhos, entre

outros fatores.

Após 20 anos de criação dos Conselhos de Saúde, a superação dessas fragilidades

ainda é um desafio para o Sistema Único de Saúde. No entanto, vale ressaltar que o

movimento pela Reforma Sanitária resultou na expansão dos movimentos sociais ocorrida

principalmente no início dos anos 90, viabilizando maior abertura para a participação da

sociedade civil nas instâncias de decisão política, por intermédio dos Conselhos,

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Conferências e Plenárias de Conselhos de Saúde, criados em cada esfera de governo com a

aprovação da Lei Federal Nº. 8.142/90.

Para Correia, os Conselhos de Saúde passam a ser entendidos como uma das formas

de Controle Social das ações do Estado no campo da saúde. São compreendidos como uma

estratégia para se dirigir cada vez mais o fundo público de saúde na produção de bens e

serviços e consumo coletivo, sem fins lucrativos, atendendo às necessidades da população.

Correia (2000: 65). No entanto, alguns estudos têm demonstrado que é no âmbito local que

residem os principais entraves e potencialidades da gestão sendo necessário analisar de que

forma o Controle Social da Saúde tem sido exercido/efetivado no Brasil, para que seja

possível a identificação dos limites, dificuldades, fragilidades e suas reais potencialidades.

(Caniello, 2002).

Os Conselhos de Saúde são instâncias deliberativas da área da saúde, campo

complexo e dinâmico, onde se discute e definem questões relacionadas às Políticas de

Saúde. São considerados espaços de aprendizagem, exercício de cidadania, participação e

articulação, entre a sociedade civil e a gestão da saúde, lida com interesses, divergências

ideológicas, pactuações, dissensos e consensos. Contudo, mesmo sendo uma conquista da

sociedade, esses Conselhos de Saúde foram criados sem se observar a importância da

preparação dos Conselheiros para compreender a relevância na atuação e responsabilidade

desses colegiados na área da saúde, desencadeando fragilidades em sua atuação.

Diante dessas considerações e experiências vivenciadas anteriormente nos

Conselhos Municipais de Saúde de Patos e Sousa, optamos em desenvolver a pesquisa,

analisando a partir do estudo de caso, quais as fragilidades e potencialidades existentes

nesses Conselhos e como esses fatores podem influenciar na sua atuação sobre as Políticas

de Saúde nos respectivos municípios.

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2. PRESSUPOSTOS TEÓRICOS

2.1 - A PARTICIPAÇÃO NA POLÍTICA DE SAÚDE

Para Teixeira a participação cidadã é um processo complexo e contraditório que se

desenvolve entre a sociedade civil, o Estado e o mercado, em uma relação em que os

papeis se redefinem pelo fortalecimento da sociedade civil mediante a atuação organizada

dos indivíduos, grupos e associações. (Teixeira, 2000). Já para Demo participação é a

conquista de direitos, é a conquista da cidadania por meio de um processo de ampliação

dos espaços para o exercício do controle social, frente às desigualdades sociais marcadas

pela sobreposição de um grupo minoritário sobre o grupo majoritário. Logo, a participação

caracteriza-se como outra forma de poder. (Demo 1999),

Teixeira defende que o fortalecimento da participação cidadã ocorre, por um lado,

com o cumprimento de deveres e responsabilidades de políticas especificas, e, por outro,

com a criação e o exercício de direitos. Esta relação pressupõe o controle social do estado e

do mercado, mediante parâmetros definidos e negociados nos espaços públicos pelos

vários atores políticos e sociais. A participação cidadã se utiliza tanto de mecanismos

institucionais, disponíveis ou a serem criados, como se articula com outros mecanismos e

canais – organizações da sociedade civil – que se legitimam pelo processo social.

(Teixeira, 2000).

Algumas políticas públicas vêm sendo debatidas desde a década de 70, o que

demonstra a existência de um processo histórico. Quanto à participação cidadã na

construção, implantação e implementação de algumas dessas políticas, observamos que é

na conjuntura política atual que ocorre essa abertura, com a considerável participação da

sociedade por intermédio de suas organizações.

As propostas de mudanças no setor saúde avançam em busca de qualidade para o

SUS, tornando-se um desafio e meta para o governo federal, desencadeando através de

algumas políticas públicas, vários encontros entre gestores, conselheiros, profissionais da

saúde e entidades organizadas da sociedade, com o objetivo de se discutir e propor novos

rumos para o setor.

Limitamo-nos, aqui, a citar algumas políticas públicas consideradas como

transversais a todas as demais políticas de saúde para a melhoria da qualidade do SUS,

reforçando assim a prática da democracia participativa. Neste sentido, o Conselho

Nacional de Secretários de Saúde – CONASS, em 2003, solicitou ao Ministério da Saúde a

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revisão do processo normativo do SUS, com base nos consensos firmados na Carta de

Sergipe – fruto do I Seminário para Construção de Consensos que reuniu os Secretários

Estaduais de Saúde dos 27 Estados brasileiros.

Três anos depois, atendendo à reivindicação do CONASS foi aprovado o documento

“Pacto pela Saúde – Consolidação do SUS”, onde as diretrizes operacionais que promovem

grandes mudanças no sistema constam na Portaria GM/MS Nº. 399, de 22 de fevereiro de

2006. O pacto apresenta como prioridade a ré-politização do SUS, com envolvimento da

sociedade e redefinição de financiamento compatível com as necessidades de saúde

assegurada na Emenda Constitucional – EC Nº. 29 (ainda não sancionada). As estratégias

para implantação do pacto deverão ser discutidas com os conselhos municipais e estaduais

de saúde, priorizando os espaços de participação da sociedade civil.

O Pacto pela Saúde/2006 possui três componentes fundamentais: o Pacto pela Vida

trata do compromisso que deve existir, entre os gestores, com as prioridades que

apresentam impacto sobre a situação de saúde da população brasileira, visando à promoção

da saúde e ao fortalecimento da atenção básica; O Pacto em Defesa do SUS envolve ações

concretas e articuladas pelos três níveis federativos no sentido de reforçar o SUS, como

política de Estado, e o Pacto de Gestão volta-se para a autonomia e o processo de

construção das normas, considerando a diversidade como constitutiva do processo de

pactuação e definição das responsabilidades sanitárias para a constituição de espaços de

co-gestão. (Brasil-M/S – SGETES/SE/DAD, 2006).

Nesse pacto, o termo de compromisso substitui o processo de habilitação dos

municípios e dos estados a uma dada condição de gestão, conforme as NOAS 2001 e 2002,

e as NOBs 1991, 1993 e 1996, devendo ser resultado de um processo de pactuação entre os

entes federados diretamente envolvidos, que precisa ser aprovado no Conselho de Saúde e

na Comissão Intergestores Bipartite-CIB da respectiva esfera de governo, e finalmente

encaminhado à Comissão Intergestores Tripartite. (Brasil-M/S – SGETES/SE/DAD, 2006).

Na área de Recursos Humanos foram realizadas algumas Conferências Nacionais, o

que acabou por determinar a necessidade de se construir uma política especialmente

direcionada para este fim. Só após catorze anos de discussão, na XI Conferência Nacional

de Saúde, realizada em 2000, foi aprovada a Norma Operacional Básica de Recursos

Humanos para o SUS (NOB-RH/SUS).

Três anos depois, foi criada a Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na

Saúde – SGTES, cujo objetivo foi implantar a Política de Gestão do Trabalho e Educação

na Saúde, buscando a valorização do trabalho no SUS e dos trabalhadores de saúde e uma

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proposta de reforma curricular dos cursos da área de saúde em conformidade com os

princípios e diretrizes do SUS. (Brasil-M/S-CNS, 2000; Brasil-M/S-SGETES, 2005).

A Política de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde se subdividem entre: Gestão

do trabalho que trata da desprecarização do trabalhador, Planos de cargos, carreira e

salários e, condições de trabalho, e quanto a Educação na Saúde trata mais especificamente

da formação/qualificação desses trabalhadores. Contudo, trabalham de forma articuladas e

integradas.

Para que essa Política de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde pudesse avançar,

enquanto estratégia do SUS para a formação e o desenvolvimento de trabalhadores para o

setor, foi instituída através da Portaria Nº. 198 GM/MS, de 13 de fevereiro de 2004, a

Política Nacional de Educação Permanente em Saúde- PNEPS. (Brasil-M/S, 2004).

Na Paraíba, a implantação dessa política teve início em 2003 e foi marcada por

movimentos que reuniram diversos atores com atuação na área da saúde, tais como as

instituições formadoras, as entidades da sociedade organizada, os conselheiros de saúde, os

trabalhadores de hospitais e serviços básicos de saúde, os gestores e representantes de

movimentos populares de saúde, todos em defesa de seus interesses e ideologias, por tanto,

caracterizando-se inicialmente num processo conflituoso

Em 2007 foi publicada a Portaria Ministerial 1996/2007, com propostas de mudanças

na estrutura e organização da PNEPS no País. Assim, essa política passa a ser

institucionalizada pela gestão do SUS, onde cabe às Secretarias Estaduais de Saúde, a

responsabilidade na condução do processo de sua implementação.

Novos arranjos entram em cena: os Colegiados de Gestão Regionais, formado por

gestores do SUS, conforme o processo de Regionalização da Saúde nos Estados e as

Comissões Permanentes de Integração Ensino Serviço, formadas por gestores,

trabalhadores, controle social e instituições formadoras da área da saúde. Esses atores têm

como responsabilidade, a construção de planos de ação de educação permanente em saúde,

visando à qualificação dos trabalhadores da saúde, a partir das necessidades dos serviços

de saúde locorregionais, na direção da melhoria da qualidade dos serviços oferecidos aos

usuários do SUS.

A PNEPS caracterizou-se como metodologia (ferramenta fundamental e transversal)

a ser adotada em todas as demais políticas públicas de saúde. Neste contexto, vale ressaltar

que na Paraíba a EPS tem sido adotada pela atual gestão estadual da saúde para promover

movimentos de transformação de práticas no setor a partir da identificação de problemas e

na cooperação para a resolução dos mesmos, mediante o comprometimento de gestores, de

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trabalhadores, de instituições formadoras, e do controle social, visando à integralidade e a

qualidade do SUS no Estado.

No SUS ainda há grandes problemas a serem superados. São várias denúncias de filas

enormes, dificuldade de acesso aos serviços, falta de estrutura adequada ao atendimento,

falta de profissionais, medicação insuficiente, entre outras tantas. Na busca da superação

desse quadro, foi implantada a Política Nacional de Humanização do SUS – PNH, também

transversal ás demais políticas. (Brasil-M/S, 2004).

No campo do controle social o Conselho Nacional de Saúde, aprovou em setembro

de 2005, as Diretrizes para a Política Nacional de Educação Permanente para o Controle

Social do SUS, com propostas de grande relevância, cujas principais metas são: 1)

envolver conselheiros para atuarem no controle social, sendo multiplicadores de iniciativas

de formação de outros sujeitos sociais; 2) possibilitar que conselheiros e representantes da

sociedade, participem no acompanhamento e avaliação das ações e serviços de saúde; 3)

incluir outros sujeitos sociais, inclusive ex-conselheiros com experiências em educação

popular e participação nos conselhos de saúde no processo de educação permanente para o

controle social, e 4) ampliar o conceito e a pratica da democracia (Brasil-M/S-CNS, 2006).

A partir dessa política, o processo de formação dos conselheiros de saúde pretende

considerar a aprendizagem que se processa no ritmo das diferenças sociais, culturais e

religiosas dos sujeitos sociais, bem como apreciar as necessidades sentidas, as condições e

as oportunidades dos sujeitos sociais, na absorção e reflexão sobre o conhecimento, o que

requer um tempo adequado à compreensão de um mundo de significação familiar, social e

profissional para o fortalecimento do exercício da cidadania como direito social.

Nesse sentido, esperam-se melhorias significativas na qualidade da atuação e

desempenho dos conselheiros com ações concretas que visem formular políticas públicas

comprometidas com a qualidade de vida, e que busquem superar os limites da atuação dos

conselhos enquanto meros legitimadores de propostas complexas e de domínio técnico,

para que cada cidadão tenha o direito de conhecer e contribuir para o fortalecimento do

controle social (Brasil-M/S-CNS, 2006).

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3. PERSPECTIVA HISTÓRICA

3.1. A POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL

No Brasil, as políticas de saúde estão relacionadas às determinações sócio-históricas.

Mas é a partir da década de 30 que o Estado passa a intervir com mais ênfase no setor da

saúde. Nessa conjuntura, a saúde vivencia três períodos distintos: o

previdencialista/assistencialista, o privatista e o universalista. (Bravo 1999). Ao mesmo

tempo neste período a economia começa a tomar novos rumos a partir do processo de

industrialização, que provoca importantes transformações no País, tais como a redefinição

do papel do Estado e o início da implantação das políticas sociais.

Período previdencialista - Nessa fase a saúde caracterizava-se como previdenciária,

com origem nos Institutos de Aposentadorias e Pensões – IAPs, surgidos na década de 30

com o objetivo de antecipar as reivindicações da categoria de assalariados urbanos. Esse

modelo de previdência vai até 1945. Nesta fase, a previdência objetivava mais a

acumulação de reservas financeiras do que uma ampliação dos serviços prestados. (Cf.

Bravo, 1999).

Destacamos em maio de 1953, no segundo mandato do presidente Getúlio Vargas, a

criação do Ministério da Saúde – MS. Contudo, durante a década de 50 eram poucos os

recursos destinados à saúde, o que dificultava uma atuação eficaz do Estado no combate à

grave situação vivenciada na área da saúde coletiva. As ações de saúde nesta época se

limitavam a medidas paliativas, como as campanhas de combate às doenças, coordenadas

pelo Estado.

Período privatista - 1945 a 1964, o Estado investia, a fundo perdido, recursos

financeiros públicos no setor privado, para a construção e o equipamento de hospitais, o

que justificou o denominado período privatista da saúde. Foi ainda por volta dos anos 50

que começaram a surgir os planos de saúde privados.

De acordo com Guimarães e Lima foi, no governo de Juscelino Kubitschek, em 1956,

que ocorreu a implantação de um programa com ações direcionadas à assistência de

crianças, tendo em vista o alto índice de mortalidade infantil verificado até então. Com o

novo programa, foram abertos postos de puericultura e de serviços de higiene infantil, para

o acompanhamento materno-infantil. Até 1964, predominou, no panorama nacional, a

assistência médica previdenciária sobre a assistência médica privada. (Guimarães e Lima,

2005).

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É a partir de 1964 que ocorre a expansão da terceirização dos serviços de saúde,

momento quando se acirrou a divisão entre as ações e serviços de saúde pública e as ações

e serviços de assistência médica privada. As primeiras eram realizadas de forma gratuita

em centros de saúde e unidades ambulatoriais, tendo direito às ações e serviços de

assistência médica apenas quem pudesse pagar por elas.

Uma nova crise financeira ocorre no setor saúde com o golpe militar. Entre 1964 e

1980, houve uma significativa redução nas verbas do Ministério da Saúde – MS, o que

colocou a saúde pública num estado extrema precariedade. Assim sendo, as ações do

Ministério da Saúde passam a se limitar basicamente na elaboração de projetos e

programas, deixando para outros setores a responsabilidade de execução das tarefas

sanitárias.

Nesse período, a questão social foi tratada pelo Estado por meio de uma intervenção

baseada na repressão e assistência. Por outro lado, houve ampliação e modernização na

esfera burocrática, para promover a expansão da política assistencial objetivando aumentar

o poder de regulação sobre a sociedade para minimizar as tensões sociais, legitimar o

regime e possibilitar a acumulação de capital. Em 1966, o Estado excluiu os trabalhadores

da gestão previdenciária através de intervenção na sociedade, dando início ao processo de

unificação da previdência social.

Por meio da intervenção do Estado na sociedade houve um declínio da saúde pública

e conseqüente expansão da medicina previdenciária. A partir desse período foi criado o

Instituto Nacional de Previdência Social – INPS, que absorveu os IAPs, permitindo a todo

hospital atender qualquer trabalhador que apresentasse carteira de trabalho assinada. Na

década de 1970, o governo federal resolveu subdividir o INPS, criando um instituto só para

lidar com as arrecadações da previdência, o Instituto de Administração da Previdência e

Assistência Social – IAPAS, e outro para a prestação da assistência médica, o Instituto

Nacional de Assistência Médica da Previdência Social – INAMPS, ficando ao INPS a

responsabilidade de cuidar apenas das aposentadorias e pensões.

Posteriormente outras categorias de trabalhadores passaram a ter direito à assistência

à saúde: em 1971, foram incorporados os trabalhadores rurais, em 1972, foi a vez das

empregadas domésticas, e 1973 marcou a entrada dos trabalhadores autônomos. Houve

neste período, um considerável avanço em direção à universalização de determinados

direitos sociais.

Apesar desses avanços, o Estado continuou a investir efetivamente recurso público

no setor privado. Os hospitais e ambulatórios formavam uma rede de serviços conveniados

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ou contratados pelo governo federal para atender à população beneficiária, que, por serem

contribuintes do INPS, não eram cobrados novamente por esses serviços.

Para a população que não contribuía com o INPS restava a assistência prestada pelos

hospitais filantrópicos (os considerados indigentes). Em ambos os casos, os serviços de

saúde eram custeados pelo governo federal, através da previdência social. Como a maioria

da população não tinha acesso aos serviços de saúde, a situação gerou um clima de

indignação, desencadeando processos de luta por mudanças no setor.

Entre 1974 e 1979, o regime militar teve como objetivo o enfrentamento da questão

social, na perspectiva de canalizar as reivindicações e as pressões populares em uma

tentativa de aproximação com a sociedade civil. No entanto, gerou-se permanente tensão

na política nacional de saúde, pois se por um lado era possível notar uma razoável

ampliação dos serviços, por outro lado cresciam os problemas relacionados à

disponibilidade de recursos financeiros. O conflito envolvia conexões burocráticas entre os

setores públicos e as empresas médicas privadas.

Período Universalista- A década de 80 caracterizou-se pelo fim do regime militar,

entrando no cenário novos atores nas discussões das condições de vida da população

brasileira, destacando-se a participação popular através dos Movimentos pela Reforma

Sanitária nas questões relativas ao setor de saúde. Houve uma grande mobilização social

frente às propostas governamentais apresentadas para o setor, o que teve como

conseqüência uma articulação política estritamente vinculada à questão da democracia,

(Bravo, 1999; Sousa, 2003).

Entre as décadas de 80 e 90 houve uma redução na economia do País e, em

conseqüência, um significativo aumento do desemprego, que provocou a redução das

contribuições feitas à previdência. Para enfrentar a crise financeira no sistema

previdenciário, o governo federal constituiu o Conselho Consultivo de Administração da

Saúde Previdenciária – CONASP, para analisar e buscar soluções para superá-la.

O grupo fez um diagnóstico e propôs um plano de reorientação da assistência médica

na previdência. O grupo identificou fraudes no sistema a partir do desvio de recursos que

era realizado com as internações fantasmas, com os procedimentos inventados, e a enorme

quantidade de consultas que não podiam ter sido realizadas.

O CONASP então propôs a criação das Autorizações de Internação Hospitalar –

AIHs, para controlar melhor esse gasto. Vale ressaltar que as AIHs ainda hoje são

utilizadas. O Conselho estabeleceu parâmetros para o planejamento de ações e serviços

prestados aos beneficiários, e criou mecanismo para coibir fraudes. Percebendo ainda a

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necessidade de mudanças profundas no sistema de saúde, o grupo propôs uma nova forma

de atuação para a previdência, o que posteriormente se tornaria uma estratégia de mudança

no sistema de saúde: as Ações Integradas de Saúde – AIS.

As AIS tinham como proposta fundamental transferir uma quantidade de dinheiro do

INAMPS aos governos estaduais e municipais para a construção e financiamento de

unidades de saúde, desde que fosse assegurado o oferecimento de serviços tanto aos

beneficiários da previdência como também a todos os cidadãos. Inicia-se, neste período, o

processo de construção do direito a saúde, com a descentralização dos recursos, das ações e

dos serviços de saúde, por meio das AIS..

Em 1986, ano considerado divisor de águas, inicia-se o processo de ruptura de um

sistema de saúde discriminatório e centralizado. Era indiscutível e visível a necessidade de

superar efetivamente a divisão entre a assistência médica e a saúde publica, para dar

continuidade à expansão do direito à saúde.

Com a unificação e descentralização do INAMPS, aumentou a responsabilidade e

autonomia das suas superintendências regionais em cada Estado, reduzindo assim a

concentração do poder. Com a firmação de convênios as secretarias estaduais de saúde

passaram a assumir o comando único da rede sob responsabilidade do INAMPS e da saúde

pública no Estado.

Dessa forma, todos os governos estaduais e 2.500 municípios assinaram convênios

para implantação dos Sistemas Unificados e Descentralizados de Saúde – SUDS. Assim, o

Ministério da Saúde e o INAMPS uniram-se na perspectiva de promover um amplo fórum

de debate sobre a configuração que deveria ter esse sistema para garantir a todos o direito à

saúde.

Esse fórum se concretizou na VIII Conferencia Nacional de Saúde, realizada em

março de 1986, em Brasília, contando com cerca de 4.500 (quatro mil e quinhentas)

pessoas, sendo 1.000 (mil) delegados. Os temas e discussões que nortearam a referida

conferência envolveram a sociedade como um todo, em defesa de um Sistema Único de

Saúde – SUS, com a proposição de uma reforma sanitária ampla (Bravo, 1999).

Os principais resultados dessa conferência foram encaminhados à Assembléia

Nacional Constituinte e incorporados à Constituição Federal de 1988. Vale ressaltar que o

denominado Movimento pela Reforma Sanitária, contou com a participação de

profissionais de saúde, movimento feminista e religioso e outros segmentos da sociedade,

rompendo com o corporativismo na defesa das questões de caráter coletivo, em busca de

um modelo de sistema de saúde que fortalecesse o setor público.

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Esse movimento teve como instrumento de apoio para difusão de suas idéias, o

Centro Brasileiro de Estudos de Saúde – CEBES, que mediante discussão de temas como

“Saúde e Democracia”, conseguiu ampliar o debate na elaboração de contrapropostas que

subsidiaram partidos políticos de oposição e movimentos sociais urbanos em suas

atuações, no âmbito do Congresso Nacional e no seio da sociedade civil.

Entre as principais propostas do CEBES destacaram-se a concepção de saúde como

direito de todos e dever do Estado, a reestruturação do setor mediante implementação do

SUS, promovendo uma nova compreensão sobre alguns aspectos: saúde individual e

coletiva, descentralização do processo decisório para as esferas estadual e municipal,

financiamento efetivo e a democratização do poder local, através de novos mecanismos de

gestão – os conselhos de saúde. (Bravo, 1999).

O setor saúde passa a compor um novo capítulo na Constituição Federal de 1988,

passando a ser um direito universal do cidadão e dever do Estado – traduzido no texto “A

Saúde é um Direito de Todos e um Dever do Estado” , assumido uma nova direção ao

contemplar a promoção, a proteção e a recuperação da saúde. A partir da compreensão de

que o tema saúde envolve todos os aspectos que perpassam a vida das pessoas (sócio-

econômicos e político-culturais), o novo modelo pretende por fim as discriminações

existentes no setor.

No novo contexto, as ações e serviços de saúde passaram a ser considerados de

relevância pública, cabendo ao poder público, sua regulamentação, fiscalização e controle,

o que foi assegurado na implantação do SUS, que integra todos os serviços públicos em

uma rede hierarquizada, regionalizada, descentralizada e de atendimento integral, com a

participação da comunidade.

Para que as propostas referentes ao setor saúde fossem aprovadas na Constituição

Federal de 1988, foram necessários vários acordos políticos e pressão por parte da

sociedade civil organizada. Grande parte das reivindicações do movimento sanitário foi

contemplada, prejudicando os interesses empresariais do setor hospitalar, mas sem, no

entanto, provocar alteração na situação da indústria farmacêutica. (Bravo; 1999).

Nos anos 90, teve início a consolidação do movimento de descentralização do SUS,

com o processo de normatização e institucionalização efetivado a partir do estabelecimento

das Normas Operacionais Básicas – NOB, cabendo ao Ministério da Saúde, neste contexto,

explicitar as diferentes modalidades de habilitação que teriam os estados e os municípios

na gestão de recursos do SUS. (Bravo,1999).

A política de saúde dos anos 90 representa a consolidação institucional da

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descentralização. O primeiro passo, para a institucionalização do sistema proposto no texto

constitucional de 1988, foi dado no início no governo Collor de Mello (1990-92), com a

edição do Decreto N°. 99.438, em agosto de 1990, documento que organiza e define as

atribuições do Conselho Nacional de Saúde – CNS. Em setembro do mesmo ano, é

aprovada a Lei N°. 8.080, conhecida como Lei Orgânica da Saúde – LOS, que ratifica as

diretrizes constitucionais do sistema e amplia a responsabilidade municipal na

administração dos serviços de saúde, nas atividades de negociação, na alocação de recursos

e na regulação de desempenho.

A aprovação desta Lei recebeu veto parcial nos artigos referentes à participação

popular e ao financiamento do sistema, fato que criou dificuldades na implementação do

sistema. Entretanto, novos arranjos institucionais, como é o caso da aprovação da Lei

Complementar Nº. 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que dispõe sobre as condições e as

formas de transferências de recursos e a participação da comunidade na gestão do SUS,

através da criação de duas instâncias colegiadas: os conselhos e as conferências de saúde

com o objetivo de avaliar e deliberar sobre as políticas públicas no País.

Com a LOS nº 8080/90, foram criadas três Normas de Operacionais Básicas que

foram editadas pelo Executivo, por intermédio do Ministério da Saúde, respectivamente

em 1991, 1993 e 1996. A NOB Nº. 01/91 foi a responsável pela introdução do conceito de

habilitação dos municípios e dos estados ao SUS, desde que houvesse um

comprometimento com a gestão direta dos serviços. Ela também prescreve o

funcionamento dos conselhos.

Passados dois anos, ficou comprovada, para o Ministério da Saúde, a inoperância

desse arranjo institucional, o que possibilitou o surgimento da NOB Nº. 01/93, a qual é

responsável pela criação da Comissão Intergestores Tripartite – CIT (composta de

representantes dos governos federal, estadual e municipal) e da Comissão Intergestores

Bipartite – CIB (com representação paritária entre estados e municípios), as regras de

transferência de recursos e os mecanismos de controle e avaliação.

Com a edição da NOB Nº. 01/96, o Ministério da Saúde amplia a responsabilidade

dos gestores municipais e estaduais e fortalece a atenção básica e primária nas ações de

saúde coletiva. A implantação dessas normas possibilitou a consolidação da política de

descentralização da saúde no país. Em 2000, foi criada a Norma Operacional da

Assistência à Saúde – NOAS/2001, que passando por alterações, levou à edição da

NOAS/2002. A Norma Operacional da Assistência à Saúde dispõe sobre a organização da

Assistência a Saúde. A saúde conta ainda com várias portarias e Resoluções Ministeriais.

Page 22: Trabalho de Conclusão de Curso - TCC: Possibilidades e Limites dos Conselhos de Saúde no Exercício do Controle Social:  Um estudo de caso em dois municípios paraibanos

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3.2 - A INSTITUCIONALIZAÇÃO DO CONTROLE SOCIAL NA SAÚDE

O processo de descentralização e municipalização, propostos pelo movimento de

reforma sanitária, consistiu em colocar o governo mais próximo do cidadão com vistas a

tornar a administração pública mais eficiente e mais democrática. Essa medida vai além de

uma reforma administrativa ou de uma descentralização político-administrativa do setor

saúde, pois ela está intimamente relacionada com a reforma do modelo assistencial que

compreende uma nova concepção de saúde.

O que se pretendia com a reforma sanitária além da democratização do acesso aos

bens e serviços de saúde era também a democratização do acesso ao poder. De modo que,

nesta análise, podemos destacar à institucionalização das Conferências e dos Conselhos de

Saúde, por apresentarem um caráter democratizante, à medida que podem ser considerados

espaços democráticos para a recepção e processamento de demandas do setor saúde, o que

propicia a substituição das práticas clientelistas por critérios técnicos. (Carvalho, 1997).

Os conselhos, as conferências e as plenárias de conselhos de saúde são os

instrumentos institucionalizados de participação da sociedade na gestão da política de

saúde, considerados como instâncias de decisão política do SUS. Esses arranjos

institucionais contidos na Constituição Federal de 1988 e regulamentados pelas Leis N.

8.080 e Nº. 8.142, ambas de 1990, possibilitaram a participação dos segmentos básicos da

área de saúde e da sociedade civil organizada (governo, prestadores, trabalhadores e

usuários) na proposição, fiscalização, definição e avaliação da política de saúde nas três

esferas de governo, fato importante para a consolidação do SUS.

Quanto ao tema controle social, não é algo novo e estático, seu exercício e caráter

mudam de acordo com a conjuntura sócio-econômica e político-cultural de uma sociedade,

esfera onde ocorre a correlação de forças entre estado e sociedade. Esse tema tem sido alvo

de discussões no interior de vários segmentos sociais. Trata-se de um processo histórico

dinâmico e em construção, cuja efetivação depende da capacidade de organização da

população (participação cidadã) e da articulação entre a sociedade civil e o estado.

Para alguns autores, controle social significa uma relação moderna que se efetiva

entre o estado e a sociedade, que exerce controle sobre as ações do estado. Para outros,

controle social é o controle que o estado exerce sobre a sociedade, por meio da

institucionalização, buscando diminuir ou evitar conflitos. Porém, uma das formas de se

pensar em controle social consiste na capacidade que a sociedade civil tem para interferir

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na gestão pública, propondo e orientando as ações do estado e os gastos públicos na

direção dos interesses de todos. (Correia, 2000). Essa compreensão aponta para uma

concepção de controle social que supera a idéia de “controlar” ou de “fiscalizar” e busca a

intervenção, a colaboração e a responsabilização dos atores sociais.

De acordo com Correia, quem sustenta indiretamente os serviços públicos, mediante

pagamento de impostos, é a própria população, cabendo, portanto a ela decidir, propor e

opinar sobre onde e como os recursos públicos devem ser investidos. E esse

estabelecimento de relações entre a sociedade civil e o estado configura-se como um dos

requisitos fundamentais para o exercício do controle social, que se dá, portanto, por meio

de canais democráticos de participação social (associações, sindicatos, conselhos).

No Brasil houve pelo menos quatro fases distintas na observação do controle social

realizado por meio da participação social: A fase caracterizada pelo controle do Estado

sobre a sociedade ocorre até o início da década de 70, quando o controle social era

exercido pelo Estado, que decidia, a portas fechadas, quais as ações que deveriam ser

desenvolvidas para a população.

A participação comunitária se dava a partir da atuação de profissionais que

trabalhavam nas comunidades, executando ações sanitárias e compartilhando algumas

atividades de planejamento. Essa forma de participação estava articulada à prática no

repasse de informações sanitárias de uso ou aplicação doméstica. A sociedade continuava à

margem do processo de tomada de decisões.

A idéia de participação popular surgiu a partir dos resultados negativos do modelo

anterior (a participação comunitária). A participação popular significou o aprofundamento

da crítica às práticas políticas de oposição ao sistema dominante. O termo comunidade foi

substituído por povo – parcela da população excluída ou subalternizada ao acesso a bens e

serviços. Houve uma grande preocupação em articular e organizar as classes populares

através das associações de bairros, clubes de mãe, cooperativas e conselhos de saúde, para

a luta e resistência dentro das instituições de saúde, objetivando a democratização da

saúde, reivindicando acesso universal e igualitário aos serviços e acesso ao poder.

Na fase seguinte, entra em cena o que ficou conhecido como participação social.

Surgem novos atores, que questionam a relação que há entre estado e sociedade, passando

a ter interesses e projetos próprios. O Estado começa a adquirir um caráter de espaço de

pactuação e representação. O processo de participação deixa de se referir apenas aos

setores excluídos, praticados pelos atores políticos de oposição e, o Estado passa a

reconhecer e acolher a diversidade de interesses e projetos no campo social.

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O foco nesse contexto é a sociedade e a participação compreendida como ação de

cidadania, baseada na universalização dos direitos sociais e ampliação do próprio conceito

de cidadania. A inclusão da participação nas discussões políticas com o Estado ocorre por

meio do processo de institucionalização de mecanismos de interlocução entre sociedade e

estado como a criação de comissões e conselhos, formados por vários segmentos da

sociedade.

A sociedade passa a ser a categoria central, que substitui a noção de comunidade ou

de povo. Ou seja, a participação pode ser entendida como a disputa de um conjunto de

indivíduos e grupos com diversidade de interesses, com igual legitimidade, com o aparelho

estatal. Em síntese, a idéia de participação contém a idéia de cidadania (Sousa, 2003).

3.3 – CONFERÊNCIAS E PLENÁRIAS NACIONAIS DE CONSELHEIROS DE

SAÚDE NO BRASIL

As conferências de saúde são instâncias de deliberação sobre as políticas públicas de

saúde que acontecem a cada quatro anos nas três esferas de governo, a partir dos critérios

de paridade, representatividade e legitimidade. Constituem-se em fóruns democráticos,

com participação dos conselhos de saúde, sociedade civil organizada, profissionais e

gestores da saúde. As plenárias de conselhos de saúde possuem caráter propositivo e são

realizadas geralmente antes das conferências de saúde, reunindo conselheiros de saúde em

cada esfera governamental, com o objetivo de discutir, avaliar e propor sobre o papel,

atuação e estrutura dos conselhos de saúde.

Para que possamos visualizar de forma geral as contribuições das conferências e

plenárias de conselhos de saúde, faremos a seguir uma síntese dessas contribuições a partir

da realização desses fóruns no âmbito nacional, considerando que a realização das etapas

estaduais e municipais segue os mesmos critérios de organização e temas centrais

discutidos na etapa nacional.

3.3.1. CONFERÊNCIAS NACIONAIS DE SAÚDE

A primeira CNS foi realizada em 1941, para tratar de assuntos referentes à educação

e à saúde, nesta época saúde e educação estavam na mesma pasta ministerial. A segunda

ocorreu em 1950 e tratou de problemas sanitários de saúde. Já a terceira realizou-se em

1963, tendo como proposta a descentralização da saúde. Na quarta CNS, datada de 1967,

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não houve representação plural. Na quinta, ocorrida em 1975, houve sinais de

universalização e saúde para a população rural. A sexta edição da CNS em 1977 teve como

principal ponto de pauta a descentralização com o Programa de Interiorização dos Serviços

de Saúde – PIAS.

Quanto à sétima, em 1980, teve o debate sobre a descentralização e direção da

estadualização com implantação do SUDS como a sua marca registrada. A oitava CNS,

realizada em 1986, rompe com a prática adotada nas conferências anteriores ao permitir a

participação popular através dos sindicatos, associações, entidades de representação de

moradores, profissionais de saúde e partidos políticos. A ênfase na reforma sanitária do

País, defendida nesta CNS, com a apresentação de um projeto que previa mudanças para a

saúde, culminou com a criação do SUS e a instituição do controle social da saúde na

Constituição Federal de 1988. A nona CNS, realizada em 1992, proporcionou discussões

na direção da descentralização, da municipalização e da participação social. Suas

deliberações foram em grande parte incorporadas ao arranjo institucional através da NOB

Nº. 93, consolidando-se na NOB Nº. 96.

A décima conferência, realizada em 1996, reafirmou que os mecanismos de

participação já se encontram consolidados, propiciando, especialmente, à população de

baixa renda, a busca da garantia e preservação do acesso ao atendimento e ao processo de

consolidação do sistema único de saúde. A décima primeira, ocorrida em 2000, enfatizou a

saúde como um direito de todos e dever do Estado e aprovou o documento NOB-RH/SUS,

cujo tema central era a efetivação do SUS, no que diz respeito ao acesso, à qualidade e

humanização da atenção à saúde com controle social. A décima segunda CNS, realizada

em 2003, reafirmou o compromisso de gestores e as instâncias de controle social na

perspectiva de uma gestão de qualidade, incentivando a sociedade a refletir sobre o SUS

que temos e o SUS que queremos. A décima terceira CNS realizou-se de 14 a 18/11/2007 e

o tema central em discussão foi "Saúde e Qualidade de Vida: Política de Estado e

Desenvolvimento".

Podemos observar que as CNS nos últimos anos têm possibilitado mudanças que vêm

permitindo alterações na relação do Estado com a sociedade. Também podemos

compreender as conferências como canais que promovem a emancipação, o respeito à

diversidade e a abertura de espaço às diferenças, o qual passa a ser encarado não a partir de

uma perspectiva limitante, mas, ao contrário, em uma dimensão de favorecimento da

autonomia e da liberdade (Sousa, 2003: 71-81).

Um dos avanços verificados em direção à ampliação do controle social foi aprovado

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na XII Conferência Nacional de Saúde e XII Plenária Nacional de Conselhos de Saúde:

trata-se da criação do Cadastro Nacional de Conselhos de Saúde, on line, que tem como

objetivo criar um mecanismo permanente de comunicação e informação entre conselhos de

saúde e sociedade. A partir de 2005, o Conselho Nacional de Saúde, implantou o sistema

de cadastro, como projeto piloto, na região sul e na região norte. Em 2006 a implantação

do cadastro ocorreu nas demais regiões do País, inclusive na Paraíba, seguindo o princípio

da regionalização gradativa.

3.3.2. PLENÁRIAS NACIONAIS DE CONSELHOS DE SAÚDE

Foram realizadas quinze Plenárias Nacionais de Conselhos de Saúde. A primeira

aconteceu em 1996, tendo como destaque a análise da Medida Provisória do governo que

propunha a transformação dos hospitais públicos em organizações sociais e a constituição

da Comissão Intergestora Tripartite. Neste encontro foi aprovado o Manifesto em Defesa

do SUS.

Em 1997, aconteceram três plenárias nacionais: A segunda plenária realizada em

abril/1997 teve como destaque o apoio à aprovação da Proposta de Emenda Constitucional

– PEC Nº. 169, que previa em sua forma original a destinação, ao SUS, de 30% do

orçamento da seguridade social e de 10% dos orçamentos fiscais da união, estados e

municípios, destacando-se também a elaboração de um novo manifesto em defesa do SUS.

A terceira plenária realizada em agosto/1997 teve como destaque a mobilização

realizada em favor da aprovação da Proposta de Emenda Constitucional – PEC Nº. 169

com várias reuniões, entre parlamentares e líderes de bancadas e de partidos, o que resultou

na avaliação da situação da saúde pública em todos os estados brasileiros, além de um

debate em torno da Norma Operacional Básica – NOB-SUS e do orçamento do Ministério

da Saúde previsto para o ano de 1998.

A quarta plenária aconteceu em dezembro/1997, apenas quatro meses depois da

terceira. Discutiu a situação de saúde no Brasil. A articulação do Movimento em Defesa

do SUS ganhou impulso com a convocação do II Encontro Nacional de Conselhos de

Saúde, previsto para ocorrer em maio de 1998. A mobilização em favor da aprovação da

PEC Nº. 169/93 mais uma vez ganhou destaque com a confirmação da continuidade de

uma série de ações para chamar a atenção da sociedade e, de forma especial, a atenção dos

políticos.

Em março de 1998 aconteceu a 5ª plenária e nela foi discutida principalmente a

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realização do II Encontro Nacional de Conselhos de Saúde, previsto para acontecer em

junho do mesmo ano. “Efetivando o Controle Social” foi o tema escolhido para este

encontro.

Ainda novembro/1998, aconteceu a 6ª plenária, momento em que houve grande

mobilização em torno da defesa da saúde pública. O Movimento em Defesa da Saúde

Pública é resultado desta plenária, que contou com representantes do Conselho Nacional de

Saúde e de conselhos estaduais e municipais de saúde de todo o País. Este movimento

recebeu o apoio de bispos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, bem

como de entidades de empresários, de usuários, de trabalhadores, de portadores de

necessidades especiais, de associações de moradores, de pastorais e da comunidade

científica, todos interessados em debater os cortes de recursos da saúde, em torno de R$ 1

bilhão.

Em conseqüência deste movimento, foi realizada uma audiência com o senador

Ramez Tebet (PMDB-MS), relator do Projeto do Orçamento da União para 1999, para a

entrega da Carta Aberta em Defesa da Saúde, que continha a proposta de recomposição de

R$ 1,4 bilhão nas verbas para a saúde.

A sétima plenária realizou-se em maio de 1999, nesta ocasião foram discutidos a

conjuntura nacional, o orçamento destinado à saúde, a capacitação de conselheiros, o

controle social, as competências dos conselhos de saúde, a função das comissões

intergestoras e das secretarias de saúde. Várias deliberações foram aprovadas com o

objetivo de se fortalecer os mecanismos de controle social no SUS, dentre elas a

solicitação de apoio político para a aprovação da PEC Nº. 169/93 no Congresso Nacional.

Ainda em dezembro de 1999, ocorreu a oitava plenária nacional, cuja programação

incluiu a apresentação de painéis sobre conjuntura da saúde e do financiamento do SUS,

sobre a avaliação do controle social no SUS e sobre a capacitação de conselheiros de saúde

no contexto do controle social no país.

A nona plenária realizou-se em Junho de 2000, Os debates aconteceram durante um

momento muito importante para o SUS, que se encontrava às vésperas da votação da

Emenda Aglutinativa 86-A, proposta pelo Senado Federal, documento que era, na verdade,

uma reedição da PEC Nº. 169/93, já aprovada em primeiro e segundo turnos, na Câmara

Federal, e aguardando deliberação dos senadores.

Em novembro de 2001, realizou-se a décima plenária nacional com o tema sobre o

controle social na gestão do SUS, e o foco das discussões voltou-se para a atualização da

Resolução Nº. 33/92 do CNS, às deliberações da X Conferência Nacional de Saúde, para a

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organização e funcionamento das plenárias dos conselhos de saúde, e ainda para o

financiamento da EC Nº. 29.

A décima primeira plenária foi realizada em dezembro de 2002, ocasião em que foi

debatido o tema “A Organização dos Conselhos” com vistas a garantir, nas três esferas de

governo, a efetivação definitiva do controle social no SUS. O tema abordado na seção de

abertura foi “A Conjuntura do Controle Social na Saúde do Brasil”. Foi ainda motivo de

debate nesta plenária a Política Nacional de Capacitação de Conselheiros de Saúde, as

estratégias de implantação da NOB-RH/SUS com controle social, as experiências de Mesas

de Negociações, o Controle Social do Orçamento, o Financiamento do SUS e o

cumprimento da EC Nº. 29/2000.

Em novembro de 2004, aconteceu a décima segunda plenária nacional, que teve

como tema de abertura o controle social e a situação do SUS na conjuntura atual. Mesas

redondas discutiram a gestão da força de trabalho como estratégia de consolidação do SUS,

o papel estatal nas três esferas de governo para a consolidação do SUS e o papel do

controle social neste contexto. Dos painéis temáticos apresentados, merecem destaque

aqueles que trataram da regulamentação da EC Nº. 29/2000, do controle social e

capacitação dos segmentos, da organização e funcionamento das plenárias nacionais, e o

que apresentou o cadastro nacional de conselhos de saúde.

A décima terceira plenária realizou-se em dezembro de 2005, tendo como tema

principal a análise do controle social do SUS no cenário nacional. Na ocasião, a secretaria

executiva do Conselho Nacional de Saúde apresentou uma retrospectiva histórica, com o

intuito de ressaltar as conquistas alcançadas a partir de deliberações tomadas nas várias

plenárias nacionais.

Em abril de 2007, houve a realização da décima quarta plenária nacional. Foi

considerada uma das mais movimentadas dos últimos anos, segundo o presidente do CNS,

que registrou a presença de um elevado número de novos conselheiros. A privatização do

SUS foi o tema principal, discutido a partir de debates que ocorreram em torno do controle

social no pacto pela saúde, da terceirização de gerência e gestão do sistema, da

mobilização no Congresso Nacional pela aprovação do Projeto de Lei Parlamentar – PLP

Nº. 001/2003, e da regulamentação da EC Nº. 29/2000.

De 26 a 28 de novembro de 2008, realizou-se a décima quinta Plenária, tendo

como eixos centrais: Financiamento de Saúde/ Emenda Constitucional nº 29; Gestão

Pública do SUS e Pacto pela Saúde em Defesa do SUS e de Gestão e Fortalecimento do

Controle Social.

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29

Ao longo desse período, foram construídos e fortalecidos espaços, que se definiram

como instâncias de participação democrática, onde foram consolidadas algumas das mais

importantes políticas de saúde já postas em prática no Brasil. Nestes fóruns de debate o que

se pode observar é a crescente preocupação com a defesa dos interesses da sociedade civil

organizada. A partir da discussão de propostas que visam, acima de tudo, ao fortalecimento

do controle social e à melhoria da qualidade do SUS, chega-se hoje à concretização de

algumas melhorias, dez anos atrás apenas sonhadas.

4. METODOLOGIA

A pesquisa tem como relevância os princípios éticos como: a autonomia, que

estabelece a ligação com o valor mais abrangente da dignidade humana, a liberdade de

decisão; a responsabilidade, que constroem direitos e deveres do cidadão; os valores

morais e do anonimato dos entrevistados, contribuindo na preservação da qualidade e

fidedignidade das informações coletadas. Para tanto, o presente trabalho foi encaminhado

para o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Instituto de Saúde Coletiva da (ISC) da

Univedidade Federal da Bahia, sendo aprovado através do Parecer nº 013-10/CEP-ISC, sob

o registro nº 019-10/CEP/ISC.

Com a metodologia utilizada buscou-se apontar elementos que possam, a partir da

realidade especifica analisada, identificar as possibilidades e limites da atuação dos

Conselhos de Saúde, objeto da presente pesquisa, a partir do estudo de caso.

Page 30: Trabalho de Conclusão de Curso - TCC: Possibilidades e Limites dos Conselhos de Saúde no Exercício do Controle Social:  Um estudo de caso em dois municípios paraibanos

30

No estudo de caso foram analisados os aspectos estruturais, políticos e

organizacional visando compreender de que forma influenciam na atuação de um conselho

de saúde e quais as fragilidades e potencialidades dos conselhos, objetos da presente

pesquisa.

4.1. Caracterização da Pesquisa

4.1.2. Universo da Pesquisa

Na Paraíba existem 223 Conselhos Municipais de Saúde. Contudo, para a escolha do

objeto da presente pesquisa, as alunas optaram por 02 conselhos municipais de saúde,

pertencentes aos municípios de Patos e Sousa, ambos com características distintas quanto

aos seguintes aspectos: econômico, índice populacional, organização da saúde, organização

política e a localização.

4.1.3. Coleta de Dados

Para a coleta de dados foram assinados pelos entrevistados termos de

consentimento. As pesquisadoras utilizaram como instrumentos técnicos entrevistas semi

estruturadas e análise documental, a partir de um recorte temporal entre 2008 e 2009. Os

instrumentos utilizados foram: questionários contendo questões abertas e fechadas e

documentos encontrados nos arquivos dos conselhos, tais como a Lei de Criação, o

Regimento Interno, as Resoluções e as atas das reuniões realizadas. Segundo Selltiz, as

entrevistas semi-estruturadas combinam perguntas abertas e fechadas, onde o informante tem a

possibilidade de discorrer sobre o tema proposto. O pesquisador deve seguir um conjunto de

questões previamente definidas, mas ele o faz em um contexto muito semelhante ao de uma

conversa informal. (SELLTIZ et allii, 1987).

Para subsidiar a pesquisa foram coletados e analisados documentos referentes à

legislação sobre o controle social, bem como algumas pesquisas realizadas por instituições

sobre conselhos de saúde na Paraíba.

4.1.4. Amostra

Page 31: Trabalho de Conclusão de Curso - TCC: Possibilidades e Limites dos Conselhos de Saúde no Exercício do Controle Social:  Um estudo de caso em dois municípios paraibanos

31

O Conselho Municipal de Saúde de Patos é composto por 20 conselheiros de saúde

titulares e seus suplentes. Sousa por 16 conselheiros titulares e seus suplentes. De cada

conselho foram entrevistados apenas 04 conselheiros, sendo 01 por segmento que

compõem os conselhos, totalizando 08 entrevistas realizadas. Foram agendadas outras

entrevistas, contudo alguns conselheiros, no momento das visitas das pesquisadoras, não

estavam disponíveis para participarem das entrevistas.

4.1.5. Indicadores

Com a finalidade de identificar a prática social dos Conselhos Municipais de Saúde

pesquisados foram escolhidos os seguintes indicadores: 1) condições de infra-estrutura

para o funcionamento dos conselhos; 2) reuniões realizadas; 3) definição de temas de

pauta; 4) conteúdo das atas de reuniões; 5) deliberações e propostas encaminhadas pelo

conselho; 6) existência de comissões temáticas; 7) processos de tomada de decisões; 8)

conhecimento sobre a legislação que rege o controle social; 09) conhecimento acerca dos

instrumentos de gestão do SUS.

4.2. A Pesquisa de Campo

Para nortear a condução deste estudo foram realizados dois tipos de pesquisas de

campo: Exploratória e Documental. A pesquisa de campo exploratória, para Mattar, tem

como finalidade aprofundar o conhecimento do pesquisador sobre o assunto estudado.

Pode ser usada, para facilitar a elaboração de um questionário ou para servir de base a uma

futura pesquisa, ajudando a formular hipóteses, ou na formulação mais precisa dos

problemas de pesquisa (MATTAR, 1996).

Sobre a pesquisa documental, para Cellard, o uso de documentos em pesquisa deve

ser apreciado e valorizado. A riqueza de informações que deles podemos extrair e resgatar

justifica o seu uso em várias áreas das Ciências Humanas e Sociais porque possibilita

ampliar o entendimento de objetos cuja compreensão necessita de contextualização

histórica e sociocultural. (CELLARD, 2008).

4.3. Tabulação e Análise dos dados

A tabulação dos dados envolve a reconstrução qualitativa e quantitativa da situação

social observada, com base na delimitação de indicadores sobre a inserção dos

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32

conselheiros na configuração sócio-político-organizacional da sociedade local. Assim, o

conteúdo das atas de reuniões, as deliberações e propostas encaminhadas pelos conselhos,

a relação do gestor com os conselhos, a forma de indicação do conselheiro, a noção de

controle social dos conselheiros, o conhecimento sobre a legislação que rege o controle

social e o conhecimento acerca dos instrumentos de gestão do SUS foram levados em

consideração com o objetivo de estabelecer correlações entre eles e definir índices de

desempenho institucional que possam explicar as causas do bom ou mau funcionamento de

um conselho (Caniello, 2002:7).

Na tabulação dos dados, foram elaborados quadros e gráficos que demonstram os

resultados da pesquisa, considerando as diferenças e semelhanças nas respostas dos

entrevistados e no conteúdo dos documentos coletados. Esses resultados foram analisados,

confrontados entre os conselhos de forma crítica e descritiva, subsidiada por uma

bibliografia selecionada com estudos na área.

5. CONTEXTUALIZAÇÃO DO CAMPO EMPÍRICO

5.1 - CARACTERIZAÇÕES DOS MUNICÍPIOS DE PATOS E SOUZA

5.1.1 - CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE PATOS

Localização e Acesso

O município de Patos localiza-se na região Centro-Oeste do Estado da Paraíba,

Mesorregião Sertão Paraibano e Micro-Região Patos. Limita-se ao norte com São José do

Espinharas e São Mamede, leste com São Mamede, Quixaba e Cacimba de Areia, sul com

Cacimba de Areia, São José do Bonfim e Mãe d'Água, e, oeste, com Malta e Santa

Teresinha. A área do município é de 506,5km2. A sede municipal situa-se a uma altitude

de 242 metros e possui, coordenadas geográficas de 689.994EW, e 9.223.246NS. O acesso

ao município é possível, a partir de João Pessoa, através da rodovia federal BR-230, leste-

oeste, em percurso de 345 km, passando por Campina Grande, Soledade, Juazeirinho,

Junco do Seridó e Santa Luzia.

Aspecto Sócio Econômicos

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33

A cidade de Patos possui um índice de Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 257,7

milhões e população 100.732 HABITANTES (IBGE – 2009) sendo uma cidade

eminentemente urbana, com pouco mais de 4% da população vivendo no campo, conforme

último censo de 2000. De acordo com o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil

para o ano de 2000 (PNUD/IPEA/FJP, 2003), a cidade sertaneja apresentava um Índice de

Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) de 0,678, colocando-a no 9º lugar do

ranking estadual em matéria de desenvolvimento humano.

GESTÃO MUNICIPAL

O atual prefeito de Patos Nabor Wanderley começou na carreira política em 2000

disputando a Prefeitura, quando obteve 15.121 votos, não chegando a se eleger. Contudo,

aos poucos foi consolidando a sua liderança. Em 2002, aceitou o convite para concorrer a

uma cadeira de deputado federal obtendo mais de 20 mil votos e, enfim, chegou a ser eleito

como prefeito de Patos em 2004, na gestão que teve início em primeiro de janeiro de 2005.

Em 2008, ele se candidata à reeleição e, novamente, é conduzido ao cargo de prefeito de

Patos com 100% dos votos apurados. Neste pleito, ele obteve 30.774 votos, o equivalente a

97,33% do eleitorado. Um dos pontos que merece destaque é que a administração trabalha

com Orçamento Participativo, onde nas audiências públicas realizadas nos bairros, a

população decide as prioridades de investimentos em obras e serviços a serem realizados a

cada ano, com os recursos do orçamento da prefeitura. A gestão atual faz parte do grupo

político do PMDB. Quanto ao PIB, os dados são IBGE referentes ao ano 2007:

agropecuária 6.192,00; indústria 81.116,00; serviços 333.318,00; Impostos sobre produtos

líquidos de subsídios 40.426,00; PIB a preços correntes 461.052,00; PIB per capita

4.740,00.

GESTÃO DA SAÚDE

A secretaria de saúde do município de Patos é administrada pelo secretário de saúde

Eisenhower Alves de Brito Segundo. O Fundo Municipal de Saúde foi criado em 1991,

pela lei nº 1.849-91, na gestão municipal de Geralda Freire Medeiros

O Município possui 35 Equipes de Saúde da Família, sendo 02 na área de

assentamento rural e 33 distribuídos em todos os bairros da cidade, quanto à equipe de

Saúde Bucal, são 35, sendo 02 na cobertura em áreas de assentamento e 33 na área urbana.

O município conta com 233 Agentes Comunitários de Saúde e 04 Núcleos de Assistência à

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Saúde da Família- NASF. São realizados acompanhamento pré-natal e clínica médica

geral, durante as visitas realizadas pelas equipes. Os casos em que há necessidade de

tratamento especializado, o paciente é encaminhado aos centros de referência. A rede de

atenção à saúde está organizada ações e serviços abaixo discriminados:

Organização e implementação da atenção básica; 35 unidades básicas de saúde; Farmácia

Básica; Atenção ambulatorial especializada; Farmácia popular; Vigilância em Saúde;

Prevenção e controle da tuberculose, da hanseníase, da hipertensão arterial e diabetes

mellitus; Prevenção e controle de doenças sexualmente transmissíveis - DST/AIDS;

Atenção integral à saúde da criança; Atenção integral à saúde da mulher, à saúde do idoso;

Rede de atenção e centro de referência para a pessoa com necessidades especiais;

Promoção da alimentação saudável e combate à desnutrição; Central de marcação de

consultas; Especialidades no centro de saúde Frei Damião; Laboratório regional; Centro de

imagem; Informatização na saúde; Centro de especialidades odontológicas – CEO; Centro

de Atenção Psicossocial; Serviço de atendimento móvel de urgência; SOS saúde com

aquisição de três ambulâncias; Laboratório do jatobá; Centro de atenção psicossocial

infantil e Laboratório de próteses.

Organização dos serviços: 03 Estabelecimentos de Saúde que realiza procedimentos de alta

complexidade no âmbito hospitalar e ou ambulatorial; 27 Estabelecimentos de Saúde

ambulatorial que realiza procedimentos de Média Complexidade definidos pela NOAS

como de 2º nível de referência - M2.e /ou de 3º nível de referência – M3; 07

Estabelecimento de Saúde ambulatorial capacitado a realizar procedimentos de Alta

Complexidade definidos pelo Ministério da Saúde; 42 Estabelecimentos de Saúde

ambulatorial que realiza procedimentos de Média Complexidade definidos pela NOAS

como de 1º nível de referência – M1; 01 Estabelecimento de Saúde que realiza

procedimentos previstos nos de níveis de hierarquia 02 e 03, além de procedimentos

hospitalares de média complexidade. Por definição enquadram-se neste nível os hospitais

especializados; 38 Estabelecimentos de Saúde ambulatorial que realiza somente

Procedimentos de Atenção Básica - PAB e ou Procedimentos de Atenção Básica

Ampliada, definidos pela NOAS.

5.1.2. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE SOUSA

Localização e Acesso

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35

O município de Sousa, esta localizado no extremo Oeste do Estado da Paraíba,

limitando-se ao sul com Nazarezinho e São José da Lagoa Tapada, a Oeste limita-se com

Marizópolis e São João do Rio Peixe e, ao Norte, com Vieirópolis, Lastro, Santa Cruz e a

Leste São Francisco e Aparecida. Ocupa uma área de 761,7km2. A sede municipal

apresenta uma altitude de 223m e coordenadas geográficas de 38o13’ 51’’ longitude oeste

e 06º 45’ 39’’ de latitude sul. O acesso a partir de João Pessoa é feito através da BR-230

até a sede municipal, a qual dista 427,1 km da capital paraibana.

Aspecto Sócio Econômicos

O município foi criado pela lei nº 28 de 10 de Julho de 1854 e instalado na mesma

data. De acordo com último censo do IBGE, a comunidade conta com uma população de

65.568 HABITANTES (IBGE – 2008). O número de alfabetizados com idade igual ou

superior a 10 anos é de 38.194, o que corresponde a uma taxa de alfabetização de 74,2%. A

cidade conta com cerca de 15.365, domicílios particulares. No setor de saúde o

atendimento é prestado por 06(seis) hospitais e 32 unidades ambulatoriais.

Gestão Municipal

O Prefeito Fábio Tyrone, o qual já atua no cenário político há algum tempo. A

Gestão faz parte do grupo político do PTB. Sousa vivenciou um processo de intervenção

na gestão municipal anterior, por volta de 2007. O município é conhecido pelas disputas

partidárias acirradas, chegando a interferir nas relações entre órgãos estaduais e municipais

existentes no município. Quanto ao PIB os dados são do IBGE – 2007: agropecuária

16.738,00; indústria 44.235,00; serviços 240.858,00; impostos sobre produtos líquidos de

subsídios 31.178,00; PIB a preços correntes 333.009,00; PIB per capita 5.221,00.

Gestão da Saúde:

Gilberto Gomes Sarmento é o Secretário de Saúde de Sousa. O município é um dos

que assinou o termo de Compromisso do Pacto pela Saúde junto ao Estado. Possui 26

equipes de Saúde da Família, 25 equipes de saúde Bucal e 155 Agentes Comunitários de

Saúde. Quanto a estabelecimentos de saúde, existem 02 sob a gestão estadual, 48 sob a

gestão municipal e 58 privados.

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36

02 Estabelecimentos de Saúde que realiza procedimentos de alta complexidade no âmbito

hospitalar e ou ambulatória; 50 Estabelecimentos de Saúde ambulatorial que realiza

procedimentos de Média Complexidade definidos pela NOAS como de 2º nível de

referência - M2. e /ou de 3º nível de referência – M3; 13 Estabelecimentos de Saúde

ambulatorial capacitado a realizar procedimentos de Alta Complexidade definidos pelo

Ministério da Saúde; 02 Estabelecimentos de Saúde ambulatorial que realiza

procedimentos de Média Complexidade definidos pela NOAS como de 1º nível de

referência – M1; 01 Estabelecimento de Saúde que realiza procedimentos previstos nos de

níveis de hierarquia 02 e 03, além de procedimentos hospitalares de média

complexidade.Por definição enquadram-se neste nível os hospitais especializados; 01

Estabelecimento de Saúde que realiza além dos procedimentos previstos nos de níveis de

hierarquia 01 e 02, efetua primeiro atendimento hospitalar, em pediatria e clínica médica,

partos e outros procedimentos hospitalares de menor complexidade em clínica médica,

cirúrgica, pediatria e ginecologia/obstetrícia; 02 Estabelecimentos de Saúde que realiza

procedimentos hospitalares de média complexidade. Realiza procedimentos previstos nos

estabelecimentos de níveis de hierarquia 02 e 03, abrangendo SADT ambulatorial de alta

complexidade; 36 Estabelecimentos de Saúde ambulatorial que realiza somente

Procedimentos de Atenção Básica – PAB e ou Procedimentos, de Atenção Básica

Ampliada, definidos pela NOAS

5.2 - O CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE MUNICÍPIOS DE PATOS E SOUZA

5.2.1 O CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE DE PATOS:

O Conselho Municipal de Saúde de Patos foi criado em 1994, através de Lei nº

2.107-94, na Gestão Antonio Ivânio Ramalho de Lacerda. Observamos que o conselho

ainda é regido por essa Lei. Ao fazermos uma análise na Lei, identificamos algumas

questões que não estão de acordo com a Resolução 333\2003\CNS:

A composição ainda está dividida entre membros governamentais e não governamentais,

onde o conselho é composto por segmento; Não fala sobre a escolha do presidente; na Lei

constam os nomes das entidades organizadas da sociedade civil e suas localidades e dos

hospitais, porém, na lei deve estar assegurada de forma generalizada, uma vez que é no

Regimento interno que deve conter a composição detalhada, pois numa necessidade de

mudança de entidade é mais fácil alterar no regimento do que na Lei.

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Vale ressalta que o Conselho é cadastrado no Cadastro Nacional de Conselhos de Saúde.

Nas questões 01 e 02, ao perguntarmos se o conselho é cadastro no Cadastro Nacional de

Conselhos de Saúde e se os dados são atualizados, todos afirmaram que sim.

Na questão 16 (ver gráfico), ao questionarmos sobre o conhecimento dos conselheiros

sobre o documento que criou o conselho, todos responderam corretamente.

COMPOSIÇÃO

Em 2008 o Conselho Municipal de Saúde de Patos tinha a seguinte composição:

13 representantes dos usuários; 02 trabalhadores da saúde; 02 prestadores do SUS e 03 do

governo, ao todo 20 conselheiros e é presidido por uma conselheira representante do

segmento dos usuários. Observa-se que há disparidade no número de representantes dos

usuários em relação aos demais segmentos. Quanto ao segmento dos trabalhadores a

representação em termos quantitativo foi bastante inferior, inclusive a representação do

segmento do governo era maior do que a dos trabalhadores. Vale ressaltar que para cada

titular corresponde um suplente.

Embora a Resolução 333\2003\CNS tenha sido aprovada e publicada desde o ano de

2003, nas entrevistas realizadas percebemos o pouco conhecimento dos conselheiros sobre

a mesma.

Na questão 17 (ver gráfico), quando questionados sobre a adequação do conselho à

Resolução acima citada, todos afirmaram que o conselho estava adequado à referida

Resolução. No entanto, ao analisarmos o Regimento Interno observamos que a

composição está em desacordo com as orientações sobre o princípio da paridade

garantida pela Resolução 333\2003\CNS. Houve eleição em março de 2009, inclusive com

publicação de edital. No dia da eleição, houve formação de duas chapas, sendo que a

vitoriosa foi àquela composta por membros da composição de 2008, denominada “A Luta

Continua”. Contudo, permaneceu a falta de paridade.

Nas questões 21 e 22 (ver gráficos), ao perguntarmos sobre a composição do conselho em

2008 e 2009, 01 respondeu não saber e 03 não responderam. Quanto ao período de

mandato, 02 responderam 02 anos, 01 respondeu que não sabe e 01não respondeu.

Na questão 08 (ver gráfico) ao perguntarmos que segmento o presidente representa, todos

responderam corretamente que a presidente representa o segmento dos usuários. Na

questão 26 (ver gráfico) ao questionarmos como foi o processo da última eleição, 03

responderam que foi através de voto direto e 01 não respondeu.

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ORGANIZAÇÃO E INFRA-ESTRUTURA

Sobre a organização e infra-estrutura, observamos que o Conselho Municipal de

Saúde de Patos é estruturado. Foi contemplado com o Programa de Inclusão Digital do

Ministério da Saúde/CNS, adquirindo um computador e impressora. Possui um secretário

executivo, armário para arquivos, cadeiras e mesa de reunião, telefone próprio, que são

utilizados exclusivamente para as atividades do conselho, e funciona em espaço próprio.

Na questão 03 (ver gráfico), ao perguntarmos se o conselho tem dotação orçamentária,

todos afirmaram que sim. Numa das atas analisadas pelas pesquisadoras a presidente

informa que solicitou material de expediente a secretaria de saúde e que já havia

recebido, deixando claro que é a secretaria que garante a estrutura do conselho.

Nas questões 04, 09, 10, 11e 18 (ver gráficos), quando perguntamos sobre a estrutura do

conselho, se funciona em espaço próprio, se foi contemplado no PID (Programa de

Inclusão Digital do Governo Federa), se os equipamentos adquiridos são utilizados

exclusivamente pelo conselho, se o conselho possui secretaria executiva, e quais os

equipamentos existentes, todos os entrevistados responderam que sim, e na questão 18,

todos citaram a existência dos equipamentos, dessa forma não houve contradição entre as

respostas dos conselheiros e os dados levantados in loco pelas pesquisadoras.

REGIMENTO INTERNO

O CMS foi criado pela Lei nº Lei nº 2.107-94. O Regimento Interno em

vigência foi criado em 2006, dispõe sobre a organização, funcionamento e estrutura

administrativa do conselho que é parte integrante da Secretaria Municipal de Saúde. De

acordo com o Regimento Interno o Conselho deve ser composto por: Plenário, Órgão

Máximo Deliberativo, Mesa Diretora, Comissões Permanentes e ou Provisórias e

Secretaria Executiva, contará ainda com assessoramento técnico da Secretaria Municipal

de Saúde quando for necessário Constam ainda, as competências e atribuições dos

conselheiros, mas, não fala da composição além de ser omisso quanto ao processo de

eleição e em outras questões estruturais como escolha do presidente e data das reuniões

ordinárias. Não há também assessorias técnicas contempladas.

Na questão 05, (ver gráfico), ao perguntarmos se o conselho possui Regimento Interno,

todos afirmaram que sim.

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REGULARIDADE DAS REUNIÕES

No ano de 2008 ocorreram 13 reuniões, sendo 08 ordinárias, 05 extraordinárias,

destas, 02 não aconteceu por falta de quorum. Em 2009, também foram realizadas 13

reuniões e, coincidentemente 05 extraordinárias e 08 ordinárias, porém nenhuma deixou de

se realizar por falta de quorum. Quanto à participação dos conselheiros ao analisar as

atas observamos que é bastante expressiva em termos de qualidade e quantidade. As atas

são densas e bem elaboradas. Vale ressaltar que de acordo com o Regimento Interno o

quórum mínimo para realização das reuniões é de 50% mais um do total de conselheiros.

Nas questões 06 e 07 (ver gráficos), ao perguntarmos se o conselho possui calendário de

reuniões e se tem agenda de trabalho, todos afirmaram que sim.

Porém, na questão da data das reuniões ordinárias, apesar de todos terem respondido que

há calendário de reuniões, houve divergência na resposta da presidente do conselho

quanto à data, informando se reunirem na última terça feira de cada mês e, os demais

responderam que seria nas últimas quintas feiras. Ao consultarmos as atas confirmamos

que a resposta correta foi a da maioria.

Na questão 15 (ver gráfico), quando perguntamos quantas reuniões ocorreram nos anos

de 2008 e 2009, não houve resposta.

Na questão 24 (ver gráfico), ao perguntarmos se a comunidade participa das reuniões, 02

responderam que sim, 01 disse que não participa apesar das reuniões serem abertas e 01

não respondeu.

PRINCIPAIS DELIBERAÇÕES:

Fizemos uma síntese das deliberações dos anos de 2008 e 2009, as quais seguem abaixo:

Em 2008 destacamos os seguintes assuntos pautados nas reuniões: Elaboração de

Resolução aprovando o projeto de implantação de 04 Núcleos de apoio ao programa Saúde

da Família – NASF; Relatório de Auditoria do DENASUS, onde o conselho solicitou

reunião com o Secretário de Meio Ambiente para falar sobre a proposta do aterro sanitário

do lixo; Plano Municipal para o controle da tuberculose; formação das comissões

permanentes de visitas, finanças e assuntos jurídicos; reinauguração das UBS; participação

do conselho no Comitê de Ética da FIP (Faculdades Integradas de Patos); visita do

Conselho Estadual de Saúde ao CMS de atos; projeto para aquisição de equipamentos para

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equipes de saúde bucal; fiscalização das UBS; habilitação do CAPS Infantil; participação

do conselho na campanha contra a dengue; Prestação de Contas da Secretaria Municipal de

Saúde dos anos de 2006, 2007; Apresentação do relatório dos indicadores de avaliação e

monitoramento – Pacto pela Saúde; apresentação do Pacto pela Saúde; Portaria Federal

1234\2008 sobre o aumento e implantação de incentivo para os Agentes Comunitários de

Saúde; Mutirão de Cirurgias eletivas, oftalmológicas (catarata), planejamento familiar

(vasectomia e laqueadura).

Em 2009 destacamos os seguintes assuntos discutidos: Eleição do Conselho Municipal de

Saúde; eleição da Mesa Diretora, onde a presidente foi reeleita; Discussão e aprovação da

Implantação do projeto PSE – programa Saúde na Escola; prestação de contas da

Secretaria de saúde referente a 2008, aprovadas depois de várias discussões e análise;

Implantação de Unidades do Programa Saúde da Família; escolha de conselheiros para

participar da Plenária Regional e sexta Plenária Estadual de Conselhos de Saúde e

Caravana em Defesa do SUS; escolha de conselheiros para o XXV Congresso Nacional de

Secretários Municipais de Saúde; Piso salarial da classe médica, aprovado no Congresso

Nacional; Plano de ações e metas para DST\HIV\AIDS; proposta de Trabalho do Centro de

Referência em Saúde do Trabalhador CEREST; cirurgias infantis realizadas pelo Hospital

Regional de Patos; concurso público municipal; escolha de conselheiros para compor a

Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador – CIST.

Na questão 12 (ver gráfico) ao perguntarmos se conhece o Pacto Pela Saúde, 03

responderam que sim, porém, 01 (representante dos prestadores) respondeu que conhece

parcialmente.

Na questão 13 (ver gráfico) ao perguntarmos se participou da Elaboração do Plano

Municipal de Saúde, todos disseram que não participaram.

Na questão 14 (ver gráfico), ao perguntarmos se aprovou o Plano Municipal de Saúde,

todos responderam que não aprovou o Plano.

Na questão 19 (ver gráfico), ao questionarmos sobre as dificuldades para o pleno

funcionamento do conselho, todos os conselheiros apontaram para a falta de integração

entre o conselho e a secretaria municipal de saúde,

Na questão 20 (ver gráfico) ao perguntarmos quais as principais deliberações do conselho

em 2008 e 2009, 03 entrevistado não responderam e 01 respondeu que não sabia.

Na questão 23 (ver gráfico), ao perguntarmos se há comissões permanentes implantadas,

02 conselheiros responderam que são três comissões: uma de visita, 01 de finanças e 01

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para assuntos Jurídicos. 02 responderam que é 01 de visita, 01 para assuntos jurídicos e

01 de fiscalização.

Conforme análise das atas são três comissões permanentes: 01 de visita, 01 de finanças e

01 para assuntos Jurídicos, logo, os 02 primeiros conselheiros responderam corretamente.

Na questão 25(ver gráfico) ao perguntarmos se os conselheiros participam de eventos e\ou

capacitações, 02 responderam que sim, 01 respondeu que não e 01 não respondeu.

Conforme consta nas atas, o conselho sempre é convidado para participar de eventos e

cursos e, nas reuniões são escolhidos aqueles que participarão dos eventos.

Ao analisar as atas, observamos que a relação do conselho com a gestão municipal de

saúde é de parceria. Inclusive a cada início das reuniões nos informes do conselho, é

garantido um espaço para os informes da secretaria municipal de saúde, bem como é

efetiva a presença do secretário nas reuniões. O nível de discussão nas reuniões é muito

bom. Todavia, ao compararmos as respostas dos entrevistados, em especial na questão 19,

todos responderam que a maior dificuldade é a falta de integração entre o conselho e a

Secretaria de Saúde, apesar de não transparecer nas falas transcritas nas atas.

Na questão 20, apesar de no início de cada reunião o primeiro ponto de pauta ser a leitura

da ata anterior, pelas respostas dos conselheiros, as atas são arquivadas e não são

consultadas posteriormente.

Quanto às questões 13 e 14, são também contraditórias com todo o conteúdo descrito nas

atas, uma vez que vários programas e projetos da secretaria de saúde foram pautados,

discutidos e aprovados. Alguns temas mais polêmicos passaram por período maior no

conselho para que os conselheiros pudessem analisar de forma mais aprofundada.

5.2.2 O CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE DE SOUSA

O Conselho Municipal de Sousa foi criado em 22 de junho de 1994 através da Lei

nº 03, e reformulado pela Lei complementar nº 18 de 18 de junho de 2001 e atualmente

regido pela Lei Complementar nº 57, de 04 de junho de 2009.

Na questão 01 (ver gráfico) ao perguntarmos se o conselho é cadastro no Cadastro

Nacional de Conselhos de Saúde, 03 responderam que sim e um que não sabe.

Na questão 02 (ver gráfico) ao perguntarmos se os dados são atualizados no cadastro,

todos responderam que sim. Há uma contradição em uma das respostas da questão 01,

uma vez que 01 entrevistado afirmou não saber se o conselho é cadastrado.

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42

Na questão 16 (ver gráfico), ao questionarmos sobre o conhecimento dos conselheiros

sobre o documento que criou o conselho, 03 responderam sim e 01 que não sabe.

COMPOSIÇÃO

O Conselho Municipal de Sousa passou por um processo de eleição em junho de

2009, onde a Secretaria Municipal de Saúde convocou através de edital publicado em 01

de junho de 2009, anunciando nos meios de comunicação, para o cadastramento das

entidades. A eleição ocorreu em 10 de junho de 2009, escolhendo-se os representantes por

segmento, os quais tomaram posse em 10 de julho de 2009. Dos quatro entrevistados

apenas o representante dos usuários soube informar sobre o processo de eleição. Após a

eleição o conselho ficou com a seguinte composição: 16 membros, os quais estão

distribuídos da seguinte forma por segmento: 02 representantes do governo 02 dos

prestadores de saúde; 04 dos trabalhadores de saúde e 08 dos usuários do SUS, para cada

titular correspondendo um suplente. Observa-se que o conselho está composto de acordo

com a resolução 333/2003-CNS. Os conselheiros tomaram posse através da Portaria Nº

0234/PMS/PB, e de acordo com a Lei Complementar nº 57, de 04 de junho de 2009, para o

mandato de 2009 e 2010. A presidente do Conselho, Diretora de Atenção a Saúde,

representa o segmento do governo no conselho como presidente.

De acordo com as entrevistas realizadas, o total de conselheiros entrevistados

foi unânime em suas respostas afirmando não saber a composição do conselho em 2008 e

justificando que no período outra gestão municipal administrava o município. Em

conversa com a presidente do conselho e com a conselheira representante do segmento

dos trabalhadores, sobre os registros e documentos referentes a 2008, não souberam

informar sobre as principais deliberações aprovadas pelo conselho em 2008 e 2009

justificando que o conselho passou a ter pleno funcionamento a partir de 2009 e nada

constava referente a este período como provas documentais e que a gestão anterior não

repassou documentos referentes às atividades realizadas pelo conselho.

Na questão 17 (ver gráfico), quando questionados sobre a adequação do conselho à

Resolução 333\2003\CNS, todos responderam que sim. Ao analisarmos o Regimento

Interno e Portarias de nomeação dos conselheiros, observamos que a composição está de

acordo com as orientações sobre o princípio da paridade garantida pela Resolução

referida.

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43

Nas questões 21 e 21 A (ver gráfico) ao questionarmos sobre qual a composição do

conselho em 2008 e o período do mandato, 02 conselheiros responderam que não sabem e

02 não responderam. Apesar de nas entrevistas os conselheiros afirmarem não saber de

informações quanto a composição do conselho em 2008, houve reunião em março\2009,

inclusive para preparar o processo de eleição para uma nova composição, o qual ocorreu

em junho de 2009. Supõe-se que a composição de 2008 estava vigente até a próxima

eleição, onde assumiria a nova composição.

Na questão 22 (ver gráficos), ao perguntarmos sobre a composição do conselho em 2009 e

o período do mandato, 03 responderam que sim e detalharam a composição no

questionário. 01 dos conselheiros (segmento dos usuários) respondeu que não sabe.

Na questão 08 (ver gráfico) ao perguntarmos que segmento o presidente representa, todos

responderam corretamente que a presidente representa o segmento do Governo. Na

questão 26 (ver gráfico) ao questionarmos como foi o processo da última eleição, todos

responderam que foi através de voto, porém, 01 dos respondentes (segmento dos usuários)

detalhou com mais clareza no questionário como se deu o processo de eleição.

ORGANIZAÇÃO E INFRA-ESTRUTURA

Sobre a organização e infra-estrutura, fica claro nas entrevistas que o Conselho

Municipal de Saúde de Sousa começa a se organizar a partir de 2009, não possui secretário

executivo. O Conselho possui um computador, e impressora adquiridos através do Projeto

de Inclusão Digital do Ministério da Saúde/CNS, armário, cadeiras e mesa de reunião, que

são utilizados exclusivamente para as atividades do conselho, e funciona em espaço

próprio no Centro de Controle de Políticas Públicas.

Na questão 03 (ver gráfico), ao perguntarmos se o conselho tem dotação orçamentária, 03

afirmaram que sim e 01 que não sabe (usuário). Numa das atas analisadas pelas

pesquisadoras, observou-se que há dotação orçamentária, onde foi agendada uma reunião

para o conselho preparar o orçamento anual.

Nas questões 04, 09, 10, 11 e 18 (ver gráficos), quando perguntamos sobre a estrutura do

conselho, se funciona em espaço próprio, se foi contemplado no PID (Programa de

Inclusão Digital do Governo Federa), se os equipamentos adquiridos são utilizados

exclusivamente pelo conselho, se o conselho possui secretaria executiva, e quais os

equipamentos existentes. Nas questões 04, 09 3 10, todos os entrevistados responderam

que sim. Na questão 11, 03 responderam não e 01 não sabe (usuário). Quem apóia nos

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encaminhamentos das atividades do conselho é a assessora de gabinete do secretário de

saúde. Na questão 18, todos citaram a existência dos equipamentos, dessa forma não

houve contradição entre as respostas dos conselheiros e os dados levantados in loco pelas

pesquisadoras.

REGIMENTO INTERNO

O CMS foi criado pela Lei nº 03 de 22/06/94, reformulado pela Lei

complementar nº 18 de 18/06/2001 e atualmente regido pela Lei Complementar nº 57, de

04 de junho de 2009. O Regimento Interno dispõe sobre a organização, funcionamento e

estrutura administrativa do conselho que é a parte integrante da Secretaria Municipal de

Saúde. De acordo com o Regimento Interno o Conselho deve ser composto por: Plenário,

Órgão Máximo Deliberativo, Mesa Diretora, Comissões Permanentes e ou Provisórias e

Secretaria Executiva, contará ainda com assessoramento técnico administrativo: Assessoria

Jurídica, Contábil e de Comunicação. Consta ainda no Regimento Interno, as competências

e atribuições dos conselheiros, bem como das infrações, das penalidades e do processo

interdisciplinar. Os membros dos conselhos são passíveis das seguintes sanções aplicadas

no caso de prática e infração disciplinar: advertência, censura, substituição e perda de

mandato. No entanto o Regimento Interno é omisso quanto ao processo de eleição.

Na questão 05, (ver gráfico), ao perguntarmos se o conselho possui Regimento Interno,

todos afirmaram que sim.

REGULARIDADE DAS REUNIÕES

No ano de 2009 ocorreram 12 reuniões, sendo 05 ordinárias, 06 extraordinárias

e 01 para o processo de eleição. De acordo com o levantamento realizado nas Atas, há uma

considerável participação dos conselheiros nas reuniões, predominando no total 12

conselheiros por reunião, e apenas em uma, compareceram 09 conselheiros. Das 12

reuniões apenas uma extraordinária não houve quorum. Vale ressaltar que de acordo com o

Regimento Interno o quórum mínimo para realização das reuniões é de 50% mais um do

total de conselheiros.

Ao realizarmos uma análise nas atas, percebemos que houve confusão na

enumeração das reuniões extraordinárias, bem como um número considerável de reuniões

extraordinária, que, no entanto está de acordo com o Regimento Interno, uma vez que elas

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poderão ocorrer sempre que necessário. As reuniões do conselho contam com um número

razoável de conselheiros nas reuniões.

Ao questionarmos quanto ao calendário de reuniões, todos responderam conforme a data

aprovada em reunião, mas quanto ao número de reuniões realizadas tanto em 2008 quanto

em 2009, nenhum soube informar.

Na questão 06 (ver gráfico), ao perguntarmos se o conselho possui se tem agenda de

trabalho, 02 afirmaram que sim, 01 não respondeu e 01 afirmou que não tem.

Na questão 07 ao perguntarmos se há calendário de reuniões ordinárias todos afirmaram

que sim, a data é nas últimas segundas feiras do mês.

Na questão 15 (ver gráfico), quando perguntamos quantas reuniões ocorreram nos anos

de 2008, todos responderam não saber. A presidente justificou verbalmente que em 2008 a

gestão municipal era outra, e não teve acesso a registros do Conselho de saúde.

Na questão 24 (ver gráfico), ao perguntarmos se a comunidade participa das reuniões,

todos responderam que não participa.

PRINCIPAIS DELIBERAÇÕES:

Em 10\03\2009 aconteceu a primeira reunião extraordinária do ano, a pauta tratou das

seguintes questões: Segunda etapa do Projeto de Inclusão Digital\MS – PID com o curso

básico de informática para os conselheiros; utilização dos equipamentos micro computador

e impressora recebido pelo conselho através do PID.

Em 10\06\2009, foi realizada uma reunião ampliada para realização do processo de eleição

para o mandato 2009 a 2010;

10\07\2009 aconteceu uma reunião extraordinária, tendo como pauta a posse dos

conselheiros eleitos, os quais foram empossados através da Portaria 234\2009 conforme a

Lei Complementar 57 de 04\06\2009.

15\07\2009 realizou-se a segunda reunião extraordinária, com a seguinte pauta: escolha da

diretoria do conselho e calendário das reuniões ordinárias. As discussões apontaram para a

necessidade de encaminhamento da pauta com antecedência, pontualidade nos horários das

reuniões, sendo aprovado que as reuniões ordinárias aconteceriam todas as últimas

segundas feiras do mês.

27\07\2009, primeira reunião ordinária do ano. A pauta foi: adequação do Regimento

Interno e formação das comissões permanentes (esse ponto ficou para a próxima reunião).

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46

10\08\2009 ocorreu a terceira reunião extraordinária. Pauta: convite aos conselheiros para

participarem da audiência pública para construção do Plano Municipal de Saúde para 04

anos; readequação do Regimento Interno; aprovação de agenda para apresentação do

Relatório Anual de Gestão – RAG pela Secretaria Municipal de Saúde e agenda para

construção do orçamento do conselho;

23\09\2009 aconteceu a quarta reunião extraordinária e teve como pauta: apresentação do

Plano Municipal de Saúde. As discussões transcorreram principalmente sobre algumas

políticas como: Saúde do Idoso, da Mulher, do Homem e redução da mortalidade infantil.

Nesse momento o plano ainda foi remetido para a reunião seguinte para melhor apreciação.

31\08\2009, segunda reunião ordinária, não ocorreu por falta de quorum;

28\09\2009 realizou-se a terceira reunião ordinária. Pauta: aprovação do plano municipal

de saúde, sugestões de alterações; encaminhamento a secretaria de planejamento para

acrescentar no Plano Diretor determinação para que todas as construções realizadas no

município atenda as normas de acesso aos portadores de necessidades especiais.

18\11\2009 aconteceu a quinta reunião extra-ordinária, e teve como pauta: apreciação de

dois projetos da rede de saúde mental: CAPS I e CAPS AD; aprovação do projeto de

Unidade de Pronto Atendimento – UPA; oficio ao Hospital Regional de Sousa, solicitando

adequação nos registros e informações sobre procedimentos, uma vez que se verificou

incoerência tendo gerado devoluções e procedimentos glosados. Apreciação e aprovação

do Programa de Ações de Vigilância em Saúde e projeto de construção das Unidades

Básicas de Saúde - porte 2.

25\11\2009 foi realizada a quarta reunião ordinária. Pauta: Apresentação da prestação de

contas dos três trimestres de 2009 da Secretaria de Saúde. A reunião contou com a

presença do contador da prefeitura para os devidos esclarecimentos necessários. Após

discussões foi aprovada por unanimidade a prestação de contas dos dois primeiros

trimestres, ficando a terceira para a próxima reunião; proposta de criação de um site e

programa de rádio para divulgação das atividades do conselho.

16\12\2009, a quinta reunião ordinária teve como pauta: criação do e-mail do conselho;

apresentação dos balancetes financeiros com detalhamento referente ao terceiro trimestre,

onde após ampla discussão foi aprovado por unanimidade; participação no Evento Sousa

Viva, uma Ação de Cidadania, promovido pela secretaria de saúde do município.

Os assuntos deliberados são de relevância tanto para a atuação e desempenho

das atividades do conselho, como para as ações de saúde para o município. Quanto à

relação da gestão da saúde com o conselho aparenta ser respeitosa e articulada. Quanto ao

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orçamento para manutenção do conselho, de acordo com assunto pautado numas das

reuniões, a secretaria de saúde garante o recurso, fato que é muito difícil de identificar em

outros conselhos, de acordo com pesquisas realizadas.

Na questão 12 (ver gráfico) ao perguntarmos se conhece o Pacto Pela Saúde, todos

responderam que sim.

Na questão 13 (ver gráfico) ao perguntarmos se participou da Elaboração do Plano

Municipal de Saúde, todos disseram que participaram. Nas atas observamos que todos

participaram da elaboração do plano através de audiência pública realizada pela

secretaria de saúde.

Na questão 14 (ver gráfico), ao perguntarmos se aprovou o Plano Municipal de Saúde, 03

responderam sim e 01 que não sabe (usuário), apesar de na questão 13 todos responderam

terem participado da elaboração, 01 respondeu não sei, quanto a sua aprovação.

Na questão 19 (ver gráfico), ao questionarmos sobre as dificuldades para o pleno

funcionamento do conselho, 03 conselheiros responderam que é a necessidade de

capacitação e 01 não respondeu (segmento dos usuários).

Na questão 20 (ver gráfico) ao perguntarmos quais as principais deliberações do conselho

em 2008 e 2009, 01 conselheiro respondeu que a principal de liberação em 2009 foi o

Plano Municipal de Saúde, 02 não responderam e 01 afirmou não saber.

Na questão 23 (ver gráfico), ao perguntarmos se há comissões permanentes implantadas,

01 respondeu que não há comissões permanentes, (apesar de ter sido pautado esse tema

numa das reuniões, por não haver tempo para discussão foi remetido para a reunião

seguinte, mas, o tema não voltou mais para a pauta das reuniões). 02 não responderam e

01 afirmou não saber (usuário).

Na questão 25(ver gráfico) ao perguntarmos se os conselheiros participam de eventos e\ou

capacitações, 03 responderam que não e 01 respondeu que sim (segmento dos usuários),

este acrescenta que participou das oficinas e apesar de terem sido realizadas de 2006 a

2008, o mesmo não lembra os temas abordados.

5.3 - CONSELHO DE SAÚDE: ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO

Os conselhos de saúde foram criados no início da década de 90 por meio das Leis Nº.

8.080/90, conhecida como Lei Orgânica da Saúde, e da Lei Nº. 8.142/90, em cada esfera de

governo. Os conselhos de saúde são órgãos colegiados integrante do sistema de saúde,

assumindo funções normativas, consultivas e deliberativas. Para tanto, discutem, elaboram,

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propõem e fiscalizam a política de saúde efetuada em cada nível de governo, ou seja, são

entidades que “nasceram como novos arranjos institucionais destinados a ajustar o sentido

público do Estado e induzir-lhes uma maior responsabilidade, perante o conjunto da

sociedade” (Sousa, 2003: 80).

Assim, a concepção de conselho está pautada em uma nova compreensão do caráter e

papel do Estado, que está vinculado à participação social que tem sua base na

universalização dos direitos e na ampliação do conceito de cidadania, contribuindo com a

democracia tanto na sua relação com o Estado quanto com a sociedade (Cf. Carvalho,

1995).

Os conselhos são formados por quatro segmentos da sociedade: governo, usuários do

SUS, prestadores de serviço do SUS, e trabalhadores da saúde. A representação destes

segmentos na composição dos conselhos são regidos pela Resolução 333/2003/CNS, tendo

a seguinte distribuição percentual: 50% da composição do conselho é formada por

usuários, 25% por trabalhadores da saúde, e 25% restantes divididos entre o governo e os

prestadores de serviço. A paridade na composição de um conselho é fundamental na

garantia da participação dos segmentos (50% governamental e 50% não governamental).

A representação dos usuários contempla entidades organizadas da sociedade como as

diversas associações: portadores de patologias, portadores de necessidades especiais,

aposentados e pensionistas, defesa do consumidor, dos moradores de comunidades urbanas

ou rurais, ambientalistas, entidades indígenas, entidades religiosas, entidades patronais,

comunidade científica, sindicato ou federações de trabalhadores rurais e urbanos,

movimentos sociais e populares organizados, entre outros.

É importante destacar que os representantes dos usuários devem ser eleitos, em fórum

próprio, pela entidade ou comunidade que representa. O encaminhamento deste

representante à secretaria de saúde da respectiva esfera de governo em que irá atuar deve

ocorrer por meio de documento oficial, acompanhado da ata da reunião em que foi

realizada a eleição. Ressaltamos que é assegurada em Lei a representação dos

trabalhadores rurais.

Os trabalhadores da saúde, independentemente do grau de escolaridade e da função

que exercem, devem ser eleitos, entre os seus pares, preferencialmente no âmbito de

sindicatos ou associações. O procedimento utilizado para fazer o encaminhamento do

representante eleito ao respectivo conselho é o mesmo usado para a representação de

usuários.

A representação do governo é indicada pela gestão executiva, sendo este o secretário

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de saúde de cada esfera de governo. Os prestadores de serviços podem ser públicos,

filantrópicos ou privados, desde que conveniados com o SUS e eleitos em fórum próprio,

cumprindo as mesmas formalidades que cumprem os usuários e os trabalhadores da saúde.

A estrutura e funcionamento dos conselhos de saúde devem ser garantidos pelo

governo, em qualquer dos seus níveis, pois o seu bom funcionamento depende

minimamente da existência de dotação orçamentária e de uma estrutura administrativa,

com um quadro de pessoal, específico para cada caso, que contemple uma secretaria

executiva, em conformidade com o que reza a NOB-RH. O gerenciamento do orçamento

do conselho deve ser elaborado pelo seu plenário, que levará em consideração, na

destinação das verbas, a necessidade de custear visitas in loco aos serviços de saúde,

capacitação de seus conselheiros, cursos ou eventos destinados a este fim, bem como a

imprescindível participação destes em plenárias e conferências estaduais e nacionais.

A cada três meses deve constar da pauta de reunião do conselho uma prestação de

contas que é realizada pelo gestor da saúde, para demonstração da aplicação dos recursos

no encaminhamento da agenda de saúde pactuada, ou seja, para a apresentação do relatório

de gestão. Sempre que necessário, o conselho deve convidar profissionais de saúde e

coordenadores de programas para apresentarem as ações que estão desenvolvendo, com a

finalidade de acompanhar os resultados destas ações. Para o desempenho de suas

atribuições, pode ainda constituir comissões internas de caráter permanente ou provisório,

compostas exclusivamente por conselheiros ou com a participação de pessoas alheias ao

conselho, desde que o assunto tratado assim o exija.

Seu calendário de reuniões deve contemplar pelo menos uma reunião ordinária por

mês, podendo ocorrer reuniões extraordinárias sempre que houver necessidade,

respeitando-se o tempo regulamentar para a convocação. Para as reuniões que são abertas

ao público, serão disponibilizados previamente atas, minutas de resolução, pareceres, ou

qualquer outro material que componha a sua pauta.

Entre as atribuições dos conselhos de saúde, além da competência para elaborar o

próprio Regimento Interno, destacam-se, pela importância, 1) a discussão, elaboração e

aprovação de propostas de operacionalização das diretrizes aprovadas pelas conferências

de saúde; 2) a atuação na formulação e no controle da execução da política de saúde,

incluindo os seus aspectos financeiros e econômicos; 3) a proposição de estratégias para a

sua aplicação de recursos financeiros nos setores público e privado; 4) a definição de

diretrizes para elaboração dos planos de saúde5) a deliberação sobre os planos de saúde,

conforme exijam as situações epidemiológicas e a capacidade organizacional dos serviços;

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6) o estabelecimento de estratégias e procedimentos de acompanhamento da gestão do

SUS, inclusive com a articulação de outros conselhos; 7) a aprovação da proposta

orçamentária anual da saúde; 8) a proposição de critérios para a programação e execução

financeira e orçamentária dos fundos de saúde com o devido acompanhamento da

movimentação e destinação dos recursos; 9) a análise, discussão e aprovação do relatório

de gestão, com as devidas prestações de contas e informações financeiras; 10) a

fiscalização e acompanhamento dos serviços de saúde.

A institucionalidade do controle social se produz no âmbito do conselho, a partir da

representação participativa que assinala a sua composição. A análise da organização e do

funcionamento de um conselho de saúde acaba por revelar que a sua atuação é

caracterizada pelo entrelaçamento de dois modelos de democracia – a democracia

representativa e a democracia participativa –, uma vez que cada membro do conselho é

eleito por seus pares para representar a entidade ou comunidade que o elegeu, por meio de

processo participativo em que os segmentos representados assumem o compromisso de

defender os interesses da coletividade. A participação da sociedade nas políticas de saúde

por meio da representação se torna legítima à medida que a atuação de seus membros

esteja articulada com as bases que os elegeram.

5.3.1 OS CONSELHOS DE SAÚDE NA PARAÍBA

Na Paraíba contamos com um Conselho Estadual de Saúde e 223 Conselhos

Municipais de Saúde. Num breve resgate histórico destacamos algumas pesquisas

realizadas nesses conselhos: Em 2002, o Conselho Estadual realizou um estudo onde dos

223 conselhos municipais de saúde apenas 80 (35% do total) responderam ao ofício

enviado pelo referido conselho, solicitando informações acerca do funcionamento e

estrutura desses conselhos municipais de saúde.

O resultado da referida pesquisa apresentou os seguintes dados: 84% dos conselhos

municipais de saúde respondentes não estavam organizados segundo os critérios de

paridade definidos na Resolução Nº. 33/92 do Conselho Nacional de Saúde, em vigor à

época, o que indicava problemas de representatividade e legitimidade, considerados como

os mais graves e recorrentes em relação ao desempenho dos conselhos gestores de políticas

públicas (Gohn, 2001: 91-92).

No quesito “dificuldades encontradas”, 36% afirmaram que a maior dificuldade era a

falta de clareza do papel do conselheiro, 23% afirmaram ser a dificuldade de adquirir

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quorum para as reuniões e 27% apontaram para a falta de estrutura para o funcionamento

do conselho, dados que indicaram problemas como a existência de uma fraca tradição

participativa na sociedade civil, o desconhecimento geral dos poderes e competências dos

cidadãos na gestão das políticas públicas, a dificuldade de mobilização da comunidade

para discutir os seus problemas, o descompasso entre as determinações legais e a vontade

política dos Gestores.

De acordo com GERSCHMAN, o exercício do “controle social” é difuso e, muitas

vezes, acontece por meio da designação do conselheiro pelas associações comunitárias e,

em outras ocasiões, por eleições em assembléias ou pela designação de instâncias

institucionais da política de saúde. Esses critérios de escolha não oferecem pré-requisitos

que possam contribuir para selecionar representantes qualificados e com compreensão

sobre o seu papel num conselho de saúde. (GERSCHMAN, 2004),

A pesquisa apontou uma significativa predominância de reuniões extraordinárias

sobre reuniões ordinárias, bem como deliberações acerca de implantação e renovação de

programas federais, sinalizando que esses conselhos reuniam-se, na maioria das vezes, para

responder a requisitos formais acerca da liberação de recursos e não para atuar na

formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde, como determina

a Lei Nº. 8.142, de 28 de dezembro de 1990.

Outra pesquisa realizada “O controle social nos conselhos municipais de saúde da

Paraíba”, (EDITAL Nº. 01/2002 FAPESQ-PB/MINISTÉRIO DA SAÚDE), iniciada em

2002 e concluída em 2004, executada pela Universidade Federal de Campina Grande –

UFCG, sob a coordenação do professor Marcio de Matos Caniello, e da qual participamos

na condição de pesquisadora, revela resultados semelhantes à pesquisa realizada pelo

Conselho Estadual de Saúde – PB. A pesquisa foi desenvolvida por amostragem em oito

conselhos municipais de saúde da Paraíba em municípios de pequeno, médio e grande

porte.

Essa pesquisa teve como objetivo analisar o perfil sociológico dos conselheiros de

saúde e da sua inserção, prática e ideológica, no contexto sócio-político-econômico

organizacional local e no próprio conselho, uma vez que são os atores protagonistas dessas

novas arenas da participação democrática no Brasil (Caniello, 2002).

Um conselho de saúde é um campo de interesses divergentes e de consensos e que

sua composição é complexa, não havendo critérios de formação e capacitação para o

exercício da função de conselheiro, a atuação de um conselho sofre influência de diferentes

concepções e diversos fatores, sócio-econômico, político e cultural.

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52

Uma terceira pesquisa, importante no âmbito do controle social da Paraíba, teve

como tema: “A Eficácia da Gestão Descentralizada do SUS e o Desempenho Institucional

dos Conselhos Municipais de Saúde da Paraíba” (EDITAL Nº. 001/2004 FAPESQ/

MINISTÉRIO DA SAÚDE /CNPq), iniciada em 2004, dando prosseguimento à pesquisa

anterior, também executada pela UFCG e coordenada pelo professor Marcio de Matos

Caniello. Participamos ainda deste trabalho, na condição de pesquisadora.

O objetivo dessa pesquisa foi avaliar a eficácia da gestão descentralizada do Sistema

Único de Saúde e o desempenho institucional dos Conselhos Municipais de Saúde da

Paraíba. Dessa forma, foram aplicados questionários para coleta de informações, além da

consulta a documentos nos oito conselhos pesquisados na primeira etapa. O resultado da

pesquisa demonstra a continuidade da problemática existente nos conselhos de saúde.

Tais resultados comprovam que após anos da publicação da lei que dispõe sobre a

participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (Lei Nº. 8.142/90), o

funcionamento dos conselhos de saúde ainda deixa muito a desejar. Segundo Teixeira e

Caniello a permanência da problemática desses conselhos é reforçada pelo

desconhecimento geral acerca dos poderes e competências da sociedade civil no exercício

do controle social. (Teixeira, 2000; Caniello, 2006)

.

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53

6. PLANILHA E GRÁFICOS DAS ENTREVISTAS

Segue abaixo os gráficos para quantificar a situação descrita e analisada acima, a partir dos

dados coletados nas entrevistas:

6.1. PLANILHAS E GRÁFICOS DAS ENTREVISTAS

CONSELHOS MUNICIPAIS DE SAÚDE DOS MUNICÍPIOS PATOS E SOUSA - PB

QUESTÕES

SEGMENTOS - CMS DO MUNICÍPIO DE PATOS

SEGMENTOS - CMS DO MUNICÍPIO DE SOUSA

GESTOR PREST. TRAB. USUÁRIOS GESTOR PREST. TRAB.

USUÁRIO

S

01 O CONSELHO É CADASTRADO NO CADASTRO

NAC. DE CONS. DE SAÚDE? SIM NÃO SEI SIM SIM SIM SIM SIM SIM

02 OS DADOS SÃO ATUALIZADOS QUANDO

OCORREM MUDANÇAS NESSE CONSELHO? SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM

03 O CONSELHO TEM DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA? SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM NÃO SEI

04 O CONSELHO FUNCIONA EM ESPAÇO FÍSICO

EXCLUSIVO? SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM

05 POSSUI REGIMENTO INTERNO? SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM

06 POSSEI AGENDA DE TRABALHO? SIM SIM SIM SIM SIM SEM RESP. NÃO SIM

07 POSSUE CALENDÁRIO DAS REUNIÕES

ORDINÁRIAS? SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM

08 O PRESIDENTE DO CONSELHO REPRESENTA QUE

SEGMENTO? USUÁRIO USUÁRIO USUÁRIO USUÁRIO GOVERNO GOVERNO GOVERNO GOVERNO

09 ESSE CONS.FOI CONTEMPLADO COM

COMPUTADOR (PROG. DE INCLUSÃO DIGITAL)? SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM

10 SE A RESPOSTA ACIMA FOR SIM, É UTILIZADO

EXCLUSIVAMENTE P/ AS ATIVIDADES DO CONS.? SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM

11 POSSUE SECRETÁRIO(A) EXECUTIVO(A)? SIM SIM SIM SIM NÃO NÃO NÃO NÃO SEI

12 CONHECE O PACTO PELA SAÚDE? SIM SIM Parcial. SIM SIM SIM SIM SIM SIM

13 PARTICIPOU, DA ELABORAÇÃO DO PLANO

MUNICIPAL DE SAÚDE? NÃO NÃO NÃO NÃO SIM SIM SIM SIM

14 APROVOU O PLANO MUNICIPAL DE SAÚDE? NÃO NÃO NÃO NÃO SIM SIM SIM NÃO SEI

14(A) SE SIM, INFORMAR O MÊS E ANO QUE

APROVOU SEM RESP. SEM RESP. SEM RESP. SEM RESP. SEM RESP. NÃO SEI NÃO SEI NÃO SEI

14 (B) O PLANO É REFERENTE A QUE PERÍODO? SEM RESP. SEM RESP. SEM RESP. SEM RESP. SEM RESP. NÃO SEI NÃO SEI NÃO SEI

15 QUANTAS REUNIÕES FORAM REALIZADAS EM

2008? SEM RESP. SEM RESP. SEM RESP. SEM RESP. NÃO SEI NÃO SEI NÃO SEI NÃO SEI

15(A) QUANTAS ORDINÁRIAS? SEM RESP. SEMRESP. SEM RESP. SEM RESP. NÃO SEI NÃO SEI NÃO SEI NÃO SEI

15(B) QUANTAS EXTRAORDINÁRIAS? SEM RESP. SEM RESP. SEM RESP. SEM RESP. NÃO SEI NÃO SEI NÃO SEI NÃO SEI

16 DOCUMENTO QUE CRIOU ESSE CONSELHO? LEI2107/94 LEI2107/94

LEI

2107/94 LEI 2107/94 LEI 03/94 LEI 03/94 LEI 03/94 NÃO SEI

17 ESSE CONSELHO ESTÁ ADEQUADO À RESOLUÇÃO

333 DO CNS? SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM

18 QUAIS OS EQUIPAMENTOS EXISTENTES NA

ESTRUT. FÍSICA NECESSÁRIO AO PLENO

FUNCIONAMENTO.? SIM RESP. SIM RESP. SIM RESP. SIM RESP SIM RESP. SIM SIM RESP. SIM

19 PRINCIPAIS DIFICULDADES PARA O PLENO

FUNCIONAMENO DO CONSELHO? SIM RESP. SIM RESP. SIM RESP. SIM RESP. SIM RESP. SIM SIM RESP. SEM RESP.

20 PRINCIPAIS DELIBERAÇÕES APROVADAS PELO

CONSELHO EM 2008 E 2009? SEM RESP. NÃO SEI SEM RESP. SEM RESP. SEM RESP. SIM PL.M.S. NÃO SEI SEM RESP.

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21 QUAL A COMPOSIÇÃO DO CONSELHO EM 2008? SEM RESP. NÃO SEI SEM RESP. SEM RESP. NÃO SEI SEM RESP. SEM RESP. NÃO SEI

21 (A)PERÍODO DO MANDATO? 02 ANOS NÃO SEI SEM RESP. 02 ANOS NÃO SEI SEM RESP. SEM RESP. NÃO SEI

22 QUAL A COMPOSIÇÃO DO CONSELHO EM 2009? SEM RESP. NÃO SEI SEM RESP. SEM RESP. SIM RESP. SIM RESP. SIM RESP. NÃO SEI

22 (A) PERÍODO DO MANDATO? SEM RESP. NÃO SEI SEM RESP. 02 ANOS SIM RESP. SIM RESP. SIM RESP. NÃO SEI

23 EXITEM COMISSÕES IMPLANTADAS?

SIM (01)

Visit.F. SIM (03) V. J.F.

SIM (02)

Visit.F.

SIM (03) V.

J.F. SEM RESP. SIM RESP. SEM RESP. NÃO SEI

23 (A) QUAL A COMPISIÇÃO DA (S) COMISSÃO (ÕES)

2008? SEM RESP. SEM RESP.

SIM

RES./PARC SEM RESP. SEM RESP. SEM RESP. SEM RESP. NÃO SEI

23 (B) QUAL A COMPISIÇÃO DA(S) COMISSÃO (ÕES)

2009? SEM RESP. SEM RESP. SEM RESP. SEM RESP. SEM RESP. SEM RESP. SEM RESP. NÃO SEI

24 A COMUNIDADE PARTICIPA DAS REUNIÕES DO

CONSELHO?

SIM NÃO SEM RESP. SIM NÃO NÃO NÃO NÃO

25 OS CONSELHEIROS PARTICIPAM DE EVENTOS

E/OU CURSOS DE CAPACITAÇÃO? NÃO SIM SEM RESP. SIM NÃO NÃO NÃO SIM

26 VOCÊ SABE INFORMAR COMO FOI O PROCESSO

DA ÚLTIMA ELEIÇÃO?

SIM Voto

Dir. SIM Voto Dir. SEM RESP. SIM Voto Dir. SIM VOTO SIM VOTO SIM VOTO

SIM /ESC.P

SEG.

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55

01 - O CONSELHO É CADASTRADO NO CADASTRO NAC. DE CONS. DE SAÚDE?

ALTERNATIVAS

SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE

PATOS

SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE SOUSA

GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO TOTAL

SIM - 7 1 1 1 1 1 0 1 1 7

NÃO - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

NÃO SEI - 1 0 0 0 0 0 1 0 0 1

SEM RESP. - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

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02 - OS DADOS SÃO ATUALIZADOS QUANDO OCORREM MUDANÇAS NESSE CONSELHO?

ALTERNATIVAS

SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE PATOS SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE SOUSA GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO TOTAL

SIM - 8 1 1 1 1 1 1 1 1 8

NÃO - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

NÃO SEI - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

SEM RESP. - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

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03 - O CONSELHO TEM DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA?

ALTERNATIVAS

SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE PATOS SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE SOUSA

GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO TOTAL

SIM - 7 1 1 1 1 1 1 1 0 7

NÃO - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

NÃO SEI - 1 0 0 0 0 0 0 0 1 1

SEM RESP. - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

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04 - O CONSELHO FUNCIONA EM ESPAÇO FÍSICO EXCLUSIVO?

ALTERNATIVAS

SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE PATOS SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE SOUSA

GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO TOTAL

SIM - 8 1 1 1 1 1 1 1 1 8

NÃO - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

NÃO SEI - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

SEM RESP. - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

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05 - POSSUI REGIMENTO INTERNO?

ALTERNATIVAS

SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE PATOS SEGMENTO DO CONSELHO MUNICIPAL DE SOUSA

GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO TOTAL

SIM - 8 1 1 1 1 1 1 1 1 8

NÃO - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

NÃO SEI - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

SEM RESP. - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

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06 - POSSUI AGENDA DE TRABALHO?

ALTERNATIVAS

SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE PATOS SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE SOUSA

GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO TOTAL

SIM - 7 1 1 1 1 1 0 1 1 7

NÃO - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

NÃO SEI - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

SEM RESP. - 1 0 0 0 0 0 1 0 0 1

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07 - POSSUI CALENDÁRIO DAS REUNIÕES ORDINÁRIAS?

ALTERNATIVAS

SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE PATOS SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE SOUSA

GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO TOTAL

SIM - 8 1 1 1 1 1 1 1 1 8

NÃO - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

NÃO SEI - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

SEM RESP. - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

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08 - O PRESIDENTE DO CONSELHO REPRESENTA QUE SEGMENTO?

ALTERNATIVAS

SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE PATOS SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE SOUSA

GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO TOTAL

SIM - 8 1 1 1 1 1 1 1 1 8

NÃO - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

NÃO SEI - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

SEM RESP. - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

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09 - ESSE CONSELHO FOI CONTEMPLADO COM COMPUTADOR (PROG. DE INCLUSÃO DIGITAL) ?

ALTERNATIVAS

SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE PATOS SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE SOUSA

GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO TOTAL

SIM - 8 1 1 1 1 1 1 1 1 8

NÃO - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

NÃO SEI - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

SEM RESP. - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

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10 - SE A RESPOSTA ACIMA FOR SIM, É UTILIZADO EXCLUSIVAMENTE P/ AS ATIVIDADES DO CONS.?

ALTERNATIVAS

SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE PATOS SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE SOUSA

GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO TOTAL

SIM - 8 1 1 1 1 1 1 1 1 8

NÃO - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

NÃO SEI - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

SEM RESP. - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

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11 - POSSUI SECRETÁRIO (A) EXECUTIVO (A)?

ALTERNATIVAS

SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE PATOS SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE SOUSA

GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO TOTAL

SIM - 4 1 1 1 1 0 0 0 0 4

NÃO - 3 0 0 0 0 1 1 1 0 3

NÃO SEI - 1 0 0 0 0 0 0 0 1 1

SEM RESP. - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

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12 - CONHECE O PACTO PELA SAÚDE?

ALTERNATIVAS

SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE PATOS SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE SOUSA

GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO TOTAL

SIM - 8 1 1 1 1 1 1 1 1 8

NÃO - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

NÃO SEI - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

SEM RESP. - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

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13 - PARTICIPOU DA ELABORAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE SAÚDE?

ALTERNATIVAS

SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE PATOS SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE SOUSA

GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO TOTAL

SIM - 4 0 0 0 0 1 1 1 1 4

NÃO - 4 1 1 1 1 0 0 0 0 4

NÃO SEI - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

SEM RESP. - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

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14 - APROVOU O PLANO MUNICIPAL DE SAÚDE?

ALTERNATIVAS

SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE PATOS SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE SOUSA

GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO TOTAL

SIM - 4 0 0 0 0 1 1 1 0 3

NÃO - 4 1 1 1 1 0 0 0 0 4

NÃO SEI - 1 0 0 0 0 0 0 0 1 1

SEM RESP. - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

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14(A) - SE SIM, INFORMAR O MÊS E ANO QUE APROVOU?

ALTERNATIVAS

SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE PATOS SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE SOUSA

GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO TOTAL

SIM - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

NÃO - 0 0 0 0 0 0 0 0 0

NÃO SEI - 3 0 0 0 0 0 1 1 1 3

SEM RESP. - 5 1 1 1 1 1 0 0 0 5

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14 (B) - O PLANO É REFERENTE À QUE PERÍODO?

ALTERNATIVAS

SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE PATOS SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE SOUSA

GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO TOTAL

SIM - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

NÃO - 0 0 0 0 0 0 0 0 0

NÃO SEI - 3 0 0 0 0 0 1 1 1 3

SEM RESP. - 5 1 1 1 1 1 0 0 0 5

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15 - QUANTAS REUNIÕES FORAM REALIZADAS EM 2008?

ALTERNATIVAS

SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE PATOS SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE SOUSA

GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO TOTAL

SIM - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

NÃO - 0 0 0 0 0 0 0 0 0

NÃO SEI - 4 0 0 0 0 1 1 1 1 4

SEM RESP. - 4 1 1 1 1 0 0 0 0 4

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15(A) - QUANTAS REUNIÕES ORDINÁRIAS?

ALTERNATIVAS

SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE PATOS SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE SOUSA

GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO TOTAL

SIM - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

NÃO - 0 0 0 0 0 0 0 0 0

NÃO SEI - 4 0 0 0 0 1 1 1 1 4

SEM RESP. - 4 1 1 1 1 0 0 0 0 4

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15(B) - QUANTAS REUNIÕES EXTRAORDINÁRIAS?

ALTERNATIVAS

SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE PATOS SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE SOUSA

GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO TOTAL

SIM - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

NÃO - 0 0 0 0 0 0 0 0 0

NÃO SEI - 4 0 0 0 0 1 1 1 1 4

SEM RESP. - 4 1 1 1 1 0 0 0 0 4

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16 - DOCUMENTO QUE CRIOU ESSE CONSELHO?

ALTERNATIVAS

SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE PATOS SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE SOUSA

GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO TOTAL

SIM - 7 1 1 1 1 1 1 1 0 7

NÃO - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

NÃO SEI - 1 0 0 0 0 0 0 0 1 1

SEM RESP. - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

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75

17 - ESSE CONSELHO ESTÁ ADEQUADO À RESOLUÇÃO 333 DO CNS?

ALTERNATIVAS

SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE PATOS SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE SOUSA

GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO TOTAL

SIM - 8 1 1 1 1 1 1 1 1 8

NÃO - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

NÃO SEI - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

SEM RESP. - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

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76

18 QUAIS OS EQUIPAMENTOS EXISTENTES NA ESTRUT. FÍSICA NECESSÁRIO AO PLENO FUNCIONAMENTO DO CONSELHO?

ALTERNATIVAS

SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE PATOS SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE SOUSA

GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO TOTAL

SIM - 8 1 1 1 1 1 1 1 1 8

NÃO - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

NÃO SEI - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

SEM RESP. - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

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19 PRINCIPAIS DIFICULDADES PARA O PLENO FUNCIONAMENO DO CONSELHO?

ALTERNATIVAS

SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE PATOS SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE SOUSA

GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO TOTAL

SIM - 7 1 1 1 1 1 1 1 0 7

NÃO - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

NÃO SEI - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

SEM RESP. - 1 0 0 0 0 0 0 0 1 1

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20 - PRINCIPAIS DELIBERAÇÕES APROVADAS PELO CONSELHO EM 2008 E 2009?

ALTERNATIVAS

SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE PATOS SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE SOUSA

GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO TOTAL

SIM - 1 0 0 0 0 0 1 0 0 1

NÃO - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

NÃO SEI - 2 0 1 0 0 0 0 1 0 2

SEM RESP. - 5 1 0 1 1 1 0 0 1 5

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79

21 - QUAL A COMPOSIÇÃO DO CONSELHO EM 2008?

ALTERNATIVAS

SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE PATOS SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE SOUSA

GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO TOTAL

SIM - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

NÃO - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

NÃO SEI - 3 0 1 0 0 1 0 0 1 3

SEM RESP. - 5 1 0 1 1 0 1 1 0 5

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21 (A) - PERÍODO DO MANDATO?

ALTERNATIVAS

SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE PATOS SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE SOUSA

GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO TOTAL

SIM - 2 1 0 0 1 0 0 0 0 2

NÃO - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

NÃO SEI - 3 0 1 0 0 1 0 0 1 3

SEM RESP. - 3 0 0 1 0 0 1 1 0 3

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81

22 - QUAL A COMPOSIÇÃO DO CONSELHO EM 2009?

ALTERNATIVAS

SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE PATOS SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE SOUSA

GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO TOTAL

SIM - 3 0 0 0 0 1 1 1 0 3

NÃO - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

NÃO SEI - 2 0 1 0 0 0 0 0 1 2

SEM RESP. - 3 1 0 1 1 0 0 0 0 3

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82

22 (A) – PERÍODO DO MANDATO?

ALTERNATIVAS

SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE PATOS SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE SOUSA

GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO TOTAL

SIM - 4 0 0 0 1 1 1 1 0 4

NÃO - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

NÃO SEI - 2 0 1 0 0 0 0 0 1 2

SEM RESP. - 2 1 0 1 0 0 0 0 0 2

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23 - EXITEM COMISSÕES IMPLANTADAS?

ALTERNATIVAS

SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE PATOS SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE SOUSA

GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO TOTAL

SIM - 5 1 1 1 1 0 1 0 0 5

NÃO - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

NÃO SEI - 1 0 0 0 0 0 0 0 1 1

SEM RESP. - 2 0 0 0 0 1 0 1 0 2

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84

23 (A) - QUAL A COMPOSIÇÃO DA (S) COMISSÃO (ÕES) 2008?

ALTERNATIVAS

SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE PATOS SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE SOUSA

GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO TOTAL

SIM - 1 0 0 1 0 0 0 0 0 1

NÃO - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

NÃO SEI - 1 0 0 0 0 0 0 0 1 1

SEM RESP. - 6 1 1 0 1 1 1 1 0 6

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23 (B) - QUAL A COMPOSIÇÃO DA (S) COMISSÃO (ÕES) 2009?

ALTERNATIVAS

SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE PATOS SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE SOUSA

GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO TOTAL

SIM - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

NÃO - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

NÃO SEI - 1 0 0 0 0 0 0 0 1 1

SEM RESP. - 7 1 1 1 1 1 1 1 0 7

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86

24 - A COMUNIDADE PARTICIPA DAS REUNIÕES DO CONSELHO?

ALTERNATIVAS

SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE PATOS SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE SOUSA

GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO TOTAL

SIM - 2 1 0 0 1 0 0 0 0 2

NÃO - 5 0 1 0 0 1 1 1 1 5

NÃO SEI - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

SEM RESP. - 1 0 0 1 0 0 0 0 0 1

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25 - OS CONSELHEIROS PARTICIPAM DE EVENTOS E/OU CURSOS DE CAPACITAÇÃO?

ALTERNATIVAS

SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE PATOS SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE SOUSA

GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO TOTAL

SIM - 3 0 1 0 1 0 0 0 1 3

NÃO - 4 1 0 0 0 1 1 1 0 4

NÃO SEI - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

SEM RESP. - 1 0 0 1 0 0 0 0 0 1

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26 - VOCÊ SABE INFORMAR COMO FOI O PROCESSO DA ÚLTIMA ELEIÇÃO?

ALTERNATIVAS

SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE PATOS SEGMENTOS DO CONSELHO MUNICIPAL DE SOUSA

GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO GOVERNO PRESTADOR TRABALHADOR USUÁRIO TOTAL

SIM - 7 1 1 0 1 1 1 1 1 7

NÃO - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

NÃO SEI - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

SEM RESP. - 1 0 0 1 0 0 0 0 0 1

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6.1. ANÁLISE DAS ENTREVISTAS

6.1.1. CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE DE PATOS.

Ao realizarmos uma análise documental destacamos alguns pontos considerados

relevantes: Nas atas, o conteúdo das falas revela uma relação de parceria entre o

conselho e a gestão da saúde; as atas são bem elaboradas e densas mediante a

quantidade de assuntos em pauta; os assuntos discutidos são bastante relevantes e as

falas bem argumentadas, o que demonstra um bom nível de conhecimento dos

conselheiros; Porém, o conselho é estruturado, mas em relação à composição, não está

de acordo com a Resolução 333\2003\CNS, e a Lei que rege o conselho é ainda de

1994, assim como o Regimento Interno que é ainda de 2006 e é omisso em algumas

questões relevantes para a estrutura e funcionamento do conselho, como o processo de

eleição e escolha do presidente, ao contrário do conselho de Sousa, cuja composição é

paritária, a Lei é mais atualizada e o Regimento Interno mais completo. Quanto às

reuniões ocorrem com regularidade, com participação considerável em termos de

quantidade, o que, aliás, se assemelha ao conselho de Sousa. Porém não possui

assessorias técnicas asseguradas no Regimento Interno, mas, há três comissões

permanentes, ao contrário do de Sousa que, ainda não foram implantadas as comissões.

Quanto à participação da comunidade nas reuniões, dois conselheiros afirmaram que há

participação, já o de Sousa foi unânime em afirmar que a comunidade não participa.

Mas nas entrevistas realizadas, em relação às dificuldades existentes, os

conselheiros afirmaram que o grande problema entre o conselho e a gestão municipal é

a falta de integração. Uma das possibilidades para esse fato é que o presidente do

conselho é do segmento dos usuários, ao contrário do conselho de Sousa cuja relação é

de parceria e a presidente é do segmento do governo.

Todavia, nas atas, consta a quantidade de projetos e programas encaminhados

pela secretaria de saúde para apreciação e aprovação do conselho e, de acordo com a

descrição das discussões, a fragilidade nessa relação não interfere nas deliberações do

conselho, pois os temas são bastante discutidos, avaliados, mas, sempre com aprovação

após os devidos esclarecimentos, bem como em todas as reuniões é garantido um

espaço para a secretaria e o conselho fazerem seus informes. Pelas entrevistas e análise

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das atas não foi possível identificar em que sentido e com que relevância essa

fragilidade existe na relação entre conselho e gestão. Vale salientar que em ambos os

conselhos observamos divergências entre algumas respostas e o conteúdo dos

documentos analisados.

6.1.2. CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE DE SOUSA.

Em diálogo com a presidente e analisando as respostas dos entrevistados

observamos que a maior dificuldade apontada é a falta de capacitação. Mas, há outro

dado preocupante que se refere a não participação da comunidade nas reuniões do

conselho, onde um dos fatores pode ser fragilidade na divulgação das atividades do

conselho. Percebemos outro aspecto interessante, é a relação entre o conselho e a

secretaria de saúde onde observamos que há parceria, ressaltando que a presidente é

representante do segmento do governo.

Outros aspectos merecem destaque: o conselho possui estrutura para seu

funcionamento e dotação orçamentária, quando muitos não possuem se quer local para

funcionamento; há regularidade nas reuniões; os assuntos deliberados são pertinentes e

importantes para o setor saúde do município; Ha uma relação de parceria entre o

conselho e a gestão, que, se não houver discretamente manipulação, essa relação

contribui positivamente para que o conselho possa desempenhar seu papel,

possibilitando uma gestão participativa. Outro ponto que merece destaque é a proposta

de um programa de rádio e site do conselho, uma vez que esses meios de comunicação

podem contribuir positivamente na relação entre comunidade e conselho.

6.2. CONCLUSÃO

Concluímos que as dificuldades apontadas pelos entrevistados não chegam a

interferir radicalmente na atuação dos conselhos, uma vez que mesmo com fragilidades

demonstram que a atuação dos conselheiros se dá de forma participativa.

Apesar de trabalharmos com conselhos de saúde de municípios com realidades

diferentes identificamos acima algumas semelhanças relevantes na atuação desses dois

conselhos.

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Percebemos que existem limites na atuação dos conselheiros pela frágil

compreensão sobre o funcionamento e competência do conselho de saúde e em relação

ao seu papel enquanto conselheiro. Contudo, mesmo de forma frágil, observamos que

esses conselhos estão buscando se estruturar com o objetivo de contribuir mais

efetivamente com a política de saúde do município.

A realidade observada nesses dois conselhos, e considerando os resultados de

algumas pesquisas já citadas nesse trabalho, demonstram certo avanço, apesar das

fragilidades e dificuldades apontadas. Ressaltamos que o SUS é um sistema complexo,

que em relação aos sistemas de saúde de outros países, tem poucos anos de sua

implantação. Se nos reportarmos aos pressupostos teóricos que fundamentam a

institucionalização do controle social no país, percebemos que a partir das conjunturas

políticas históricas, as formas de participação foram mudando na medida em que as

questões sociais aumentavam e onde a sociedade, através de suas organizações, passou a

enfrentá-las, especialmente mediante a crise no sistema de saúde e seu modelo

discriminatório.

Partindo dessa concepção, as pesquisadoras optaram em trabalhar com autores

que possuem um arcabouço considerável nos temas contidos no presente trabalho.

Considerando esses colegiados enquanto instâncias que envolvem aprendizagem,

exercício de cidadania e de participação, relação entre sociedade e gestão

(representantes e representados), mas, acima de tudo com processos que envolvem

divergências e consensos de interesses, de ideologias, de visão de mundo e de

experiências vivenciadas, avaliamos que esses conselhos estão em processo de

qualificação e aprendizagem.

Por outro lado, no que se refere às fragilidades existentes na atuação dos

conselhos de saúde como: pouco conhecimento quanto as atribuições de um conselho,

conhecimento sobre os instrumentos de gestão (plano de saúde, relatório de gestão,

prestação de contas), legislação e normas que regem o SUS, algumas capacitações

foram (e são) realizadas (inclusive de iniciativa do Ministério da Saúde e Conselho

Nacional de Saúde) na busca da superação dessas fragilidades. É importante considerar

ainda que as conferências e plenárias de conselhos de saúde são fundamentais nesse

processo. Porém, todo esse empenho nos leva a refletir que algumas dessas fragilidades

existentes na atuação desses conselhos já poderiam ter sido superadas.

Algumas políticas atuais trazem propostas metodológicas que estão sendo

utilizadas como forma de inovar e superar àquelas consideradas tradicionais. Uma delas

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é a Política de Educação Permanente para o Controle Social, onde propõe que o

processo de capacitação ocorra de forma permanente, a partir das

necessidades/fragilidades e dificuldades reais dos conselhos, haja vista que sempre há

rotatividade entre os conselheiros e que é importante considerar que os processos em

saúde são complexos e dinâmicos; assim como as constantes mudanças em algumas

políticas, normas, portarias, entre outros.

Dessa forma, como as duas maiores dificuldades apontadas pelos conselhos

pesquisados foram a necessidade de capacitação e a dificuldade na relação entre

conselho e gestão, supomos que seja pertinente a realização de um processo de

capacitação permanente, uma vez que pode contribuir na superação das fragilidades

identificadas, seja nas relações entre conselheiros, na correlação de forças, na

representatividade, no conhecimento do papel e competência de um conselho de saúde e

conhecimento sobre a legislação que rege o SUS, visando otimizar a atuação dos

mesmos no exercício do controle social e conseqüentemente potencializando a gestão

participativa nas decisões e ações entre conselho de saúde e gestão da saúde.

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