trabalho de conclusão de curso -...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS HOSPITAL ESCOLA/FUNDAÇÃO DE APOIO UNIVERSITÁRIO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE RESIDÊNCIA INTEGRADA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM ATENÇÃO À SAÚDE ONCOLÓGICA Trabalho de Conclusão de Curso - TCC Sintomas relacionados à diminuição da ingestão alimentar em pacientes com neoplasia do aparelho digestório atendidos por um Programa de Internação Domiciliar Évelyn de Sousa Araujo. Pelotas, 2012.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS HOSPITAL ESCOLA/FUNDAÇÃO DE APOIO UNIVERSITÁRIO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE RESIDÊNCIA INTEGRADA MULTIPROFISSIONAL EM

SAÚDE – ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM ATENÇÃO À SAÚDE ONCOLÓGICA

Trabalho de Conclusão de Curso - TCC

Sintomas relacionados à diminuição da ingestão alimentar em pacientes com neoplasia do

aparelho digestório atendidos por um Programa de Internação Domiciliar

Évelyn de Sousa Araujo.

Pelotas, 2012.

1

Évelyn de Sousa Araujo.

Sintomas relacionados à diminuição ingestão alimentar em pacientes com neoplasia do aparelho digestório

atendidos por um Programa de Internação Domiciliar

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao programa de Pós-

Graduação Residência Integrada

Multiprofissional em Saúde - Área de

Concentração Atenção à Saúde

Oncológica/HE/FAU/UFPel, como requisito

parcial à conclusão do curso de pós-

graduação.

Orientador: Profa Ms. Denise Halpern Silveira Co-orientador: Nut. Ms. Patrícia Abrantes Duval

Pelotas, 2012.

2

Banca Examinadora

Profa. Ms. Silvana Paiva Orlandi.

Profa. Dra Renata Torres Abib.

Nut. Ms. Carla Alberici Pastore (suplente).

3

Agradecimentos

Aos meus pais, em primeiro lugar, pelo esforço sem medidas para me proporcionar uma

educação de qualidade, me ensinando que o conhecimento é o maior bem que se pode

adquirir.

Ao Diego pelo apoio, pelo incentivo, por estar sempre ao meu lado, pela paciência e pelo

carinho que foram imprescindíveis neste momento.

Às amigas Patrícia e Denise, que foram pessoas fundamentais na realização deste

trabalho, por participarem de todos os passos de sua construção.

Ás amigas Rosane e Léa Regina pela amizade e companheirismo.

Ás minhas colegas de residência pelo companheirismo durante a elaboração deste

trabalho.

Ao Programa de Internação domiciliar – PIDI Oncológico, por permitir a utilização dos

dados.

4

Sumário Projeto de Pesquisa...........................................................................05

Artigo..................................................................................................46

5

Projeto de pesquisa

6

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

HOSPITAL ESCOLA/FUNDAÇÃO DE APOIO UNIVERSITÁRIO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA DE RESIDÊNCIA INTEGRADA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE – ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM ATENÇÃO À SAÚDE

ONCOLÓGICA

Projeto de pesquisa

Sintomas relacionados à diminuição da ingestão alimentar em pacientes com neoplasia do

aparelho digestório atendidos por um Programa de Internação Domiciliar

Évelyn de Sousa Araujo.

Pelotas, 2011.

7

Évelyn de Sousa Araujo.

Sintomas relacionados à diminuição da ingestão alimentar em pacientes com neoplasia do

aparelho digestório atendidos por um Programa de Internação Domiciliar

Projeto de Trabalho de Conclusão de

Curso apresentado ao programa de Pós-

Graduação Residência Integrada

Multiprofissional em Atenção a Saúde

Oncológica/HE/FAU/UFPel, como exame

de qualificação do projeto de pesquisa.

Orientador: Profa Me. Denise Halpem Silveira Co-orientador: Nut.Me. Patrícia Abrantes Duval

8

Banca Examinadora

Denise Halpern Silveira

Silvana Paiva Orlandi

Maria de Fátima Vieira

9

Sumário

1 Introdução ........................................................................................ 10

2 Justificativa ........................................................................................ 13

3 Revisão bibliográfica ........................................................................................ 14

4 Objetivos ........................................................................................ 15

4.1 Objetivo geral ........................................................................................ 15

4.2 Objetivos específicos ........................................................................................ 15

5 Metodologia ........................................................................................ 16

5.1 Delineamento ........................................................................................ 16

5.2 População alvo ........................................................................................ 16

5.3 Instrumentos ........................................................................................ 16

5.4 Variáveis ........................................................................................ 17

Variáveis dependentes ........................................................................................ 17

Variáveis independentes ......................................................................................... 19

5.5 Processamento e análise dos dados

......................................................................................... 19

5.6 Logística .......................................................................................... 20

5.7 Aspectos éticos .......................................................................................... 20

5.8 Divulgação dos resultados

.......................................................................................... 20

5.9 Cronograma .......................................................................................... 21

5.10 Orçamento .......................................................................................... 21

Referência bibliográfica .......................................................................................... 22

Anexos ........................................................................................... 25

10

1. Introdução

O câncer é considerado a principal causa de morte em países

desenvolvidos, ficando em segundo lugar nos países em desenvolvimento.

Segundo recente relatório da Agência Internacional para Pesquisa em Câncer

(IARC) /Organização Mundial da Saúde (OMS), o impacto global do câncer

dobrou em 30 anos (WORLD CANCER REPORT, 2008; INCA: ESTIMATIVA

2010).

A incidência do câncer no Brasil, como em todo o mundo, cresce num

ritmo acelerado, que acompanha o envelhecimento populacional decorrente do

aumento da expectativa de vida. É um resultado direto das grandes

transformações globais das últimas décadas, que alteraram a situação de saúde

dos povos pela urbanização acelerada, novos modos de vida, novos padrões de

consumo alimentar (INCA: SITUAÇÃO DE CÂNCER NO BRASIL, 2006).

No Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer - INCA foram

estimados para o ano de 2010 - 2011 a ocorrência de 489.270 casos novos de

câncer. Entre as neoplasias do aparelho digestório, as mais incidentes no Brasil,

serão estômago, cólon, reto, cavidade oral e esôfago, em ambos os sexos. A

Região Sul apresenta níveis mais elevados de mortalidade entre pacientes

portadores de neoplasias do aparelho digestório, quando comparada com outras

regiões. (INCA: SITUAÇÃO DE CÂNCER NO BRASIL, 2006; INCA:

ESTIMATIVA 2010).

Os pacientes com câncer cursam com inúmeros problemas, sendo a

desnutrição um deles, esta é muito prevalente, podendo ser encontrada entre 40

a 80% dos pacientes no momento do diagnóstico. A desnutrição no paciente

com câncer é multifatorial, dependente da localização do tumor, terapêutica

empregada (quimioterapia, radioterapia e cirurgia), e estadiamento da doença

(CORRÊA; SHIBUYA, 2007; YAVUZSEN, 2009).

Entre os fatores associados à desnutrição, os sintomas relacionados a

ingestão alimentar, como náuseas, vômitos, diarreia, saciedade precoce,

obstipação intestinal, xerostomia, disgeusia e disfagia, podem contribuir de

forma significativa para o comprometimento do estado nutricional (FONSECA,

2009; DUVAL et al, 2010; ARGILÉS et al, 2006; GÓMEZ, 2003).

11

O comprometimento do estado nutricional pode ser agravado dependendo

da localização do tumor. Pacientes portadores de câncer do aparelho digestório,

além do estresse metabólico imposto pelo tumor, apresentam alterações

mecânicas e fisiológicas que podem interferir na ingestão, digestão e a absorção

adequada dos alimentos levando a um inadequado aproveitamento de nutrientes

(WAITZBERG, 2006).

A avaliação do estado nutricional no paciente oncológico é considerada

de grande importância, tendo em vista que o déficit nutricional está associado a

maiores índices de morbidade e mortalidade, infecção, maior tempo de

hospitalização, menor resposta à quimioterapia e radioterapia e maior custo

hospitalar (PERES, 2009; SILVA, 2004).

Dos instrumentos propostos para avaliação nutricional de pacientes

oncológicos, destaca-se a Avaliação Subjetiva Global Produzida Pelo Paciente

(ASG – PPP), proposta por Ottery (1996) em versão traduzida e adaptada para o

português (WAITZBERG, 2006; SILVA; BARROS, 2002).

A ASG PPP diferencia-se dos demais métodos de avaliação nutricional

utilizados na prática clínica por englobar não apenas alterações da composição

corporal, mas também alterações funcionais do paciente, além de identificar a

ocorrência de complicações associadas ao estado nutricional, como a presença

de sintomas que interfiram na ingestão alimentar (BARBOSA-SILVA; BARROS,

2002).

Trata-se de método simples, de baixo custo e não-invasivo, podendo ser

realizado à beira do leito. Este instrumento tem se mostrado adequado para

identificar pacientes oncológicos em risco nutricional e/ou desnutrido que se

beneficiariam de intervenção nutricional preventiva durante a terapêutica

oncológica (SILVA; BARROS, 2002).

Durante o tratamento antineoplásico, os pacientes que não tem indicação

de hospitalização, mas necessitam de assistência semelhante à oferecida em

ambiente hospitalar, se beneficiam da Internação Domiciliar (BRASL, 2006).

Trata-se de uma modalidade que tem se revelado uma opção segura e

eficaz, direcionada a usuários portadores de doenças crônicas ou agudas

(FREITAS et al., 2000).

12

A internação domiciliar proporciona a prestação de cuidados

sistematizados de forma integral e contínua no domicílio, com supervisão e ação

da equipe de saúde específica, personalizada, centrada na realidade do paciente

e envolvendo a família, podendo ou não utilizar equipamentos e materiais

(LACERDA, 2000).

Em 2005 foi implantado no Hospital Escola da Universidade Federal de

Pelotas (UFPel) e pela Fundação de Apoio Universitária (FAU) o Programa de

Internação Domiciliar Interdisciplinar (PIDI) Oncológico para complementar o

ciclo de cuidado integral, pois a instituição é referência no tratamento de câncer

(ARRIEIRA, 2009).

O PIDI oncológico é formado por uma equipe interdisciplinar composta por

um médico assistencial, enfermeiro, técnico de enfermagem, nutricionista,

assistente social, psicólogo, assistente espiritual, acadêmicos de nutrição e

enfermagem (ARRIEIRA, 2009). No ano de 2010, os alunos da Residência

Integrada Multiprofissional em Atenção á Saúde Oncológica do Hospital

Escola/FAU/UFPel passaram a integrar a equipe do PIDI Oncológico, sendo

acrescentados à equipe, mais um profissional da área de nutrição, psicologia,

enfermagem e odontologia.

O PIDI Oncológico realiza cuidados de internação domiciliar aos pacientes

com câncer independentemente da fase de evolução da doença, podendo estar

relacionados à intercorrências inerentes ao tratamento e manejo de sintomas

(ARRIEIRA, 2009).

Sendo assim, diante da problemática que envolve o paciente com câncer,

principalmente os de aparelho digestório, torna-se importante a identificação

precoce dos sintomas relacionados á diminuição da ingestão alimentar para que

a intervenção nutricional, juntamente com atuação da equipe multidisciplinar,

possam auxiliar na tolerância ao tratamento, alívio dos sintomas, manutenção do

estado nutricional como forma de proporcionar uma melhor qualidade de vida.

13

2. Justificativa

A terapia antineoplásica, a qual os pacientes com câncer são submetidos,

resulta, na grande maioria dos casos, em sintomas que levam a alteração da

ingestão alimentar acompanhada de perda ponderal significativa, o que poderá

comprometer a evolução do tratamento e diminuir a qualidade de vida destes

indivíduos (BRASIL, 2009).

Pacientes desnutridos e com câncer do aparelho digestório têm pior

prognóstico do que aqueles bem nutridos ou os que conseguiram interromper o

processo de perda de peso durante o tratamento (WAITZBERG, 2006).

Os benefícios de um aporte nutricional adequado e um manejo eficiente de

sintomas contribuem na manutenção do estado nutricional e na qualidade de

vida de portadores de neoplasias do aparelho digestório. Tendo em vista, os

dados relativos ao tratamento, alimentação e sintomatologia dos pacientes do

PIDI Oncológico disponíveis nos arquivos do Serviço de Nutrição, pretende-se,

com este trabalho, caracterizar a prevalência de sintomas relacionados a

ingestão alimentar, em pacientes com câncer do parelho digestório, e, assim,

proporcionar estratégias de intervenção nutricional voltadas à realidade e

especificidade dessa população além de futuras melhorias na assistência

prestada.

14

3. Revisão bibliográfica

A revisão bibliográfica foi realizada com o intuito de obter informações

referentes à prevalência de sintomas relacionados à ingestão alimentar em

pacientes portadores de neoplasia do trato digestório.

Para realizar a busca de artigos relacionados ao tema proposto foi

realizada, primeiramente, uma pesquisa na base de dados PUBMED onde foram

incluídos apenas artigos em humanos, publicados nos últimos dez anos e nos

idiomas português, espanhol e inglês. Foi realizada também uma busca na

Biblioteca Virtual em Saúde, porém sem determinar limites.

Os descritores utilizados durante a busca bibliográfica¸ bem como o

número de artigos selecionados são apresentados no anexo 1.

Após leitura detalhada dos 21 resumos pré-selecionados, foram

efetivamente utilizados para elaboração do projeto somente oito artigos. Além

destes, outros estudos relevantes adquiridos por meio da lista de referências de

artigos, foram utilizados na elaboração do projeto.

O resumo dos artigos que serviram de base para a elaboração do projeto,

são apresentados no anexo 2.

15

4. Objetivos

4.1. Objetivo geral

Verificar a prevalência de sintomas relacionados à diminuição

da ingestão alimentar ingestão alimentar e sua associação com

a localização do tumor, de pacientes portadores de neoplasia

do aparelho digestório, internados no Programa de Internação

Domiciliar Interdisciplinar – PIDI Oncológico.

4.2. Objetivos específicos

Descrever os pacientes portadores de neoplasia do aparelho

digestório segundo gênero, idade, localização do tumor e

estadiamento da doença.

Verificar a prevalência de sintomas relacionados a ingestão

alimentar com o tipo de tratamento prescrito (quimioterapia,

radioterapia e cirurgia) e uso de medicação (fármacos

antieméticos, opióides e laxativos).

Classificar o estado nutricional dos pacientes utilizando a

Avaliação Subjetiva Global produzida Pelo Paciente - ASG-

PPP.

16

5. Metodologia

5.1. Delineamento

Será realizado uma análise descritiva de dados secundários do banco de

dados do Serviço de Nutrição do HE/UFPel, junto ao programa de Internação

Domiciliar Interdisciplinar – PIDI do Hospital Escola/ FAU.

5.2. População Alvo

Serão estudados todos os pacientes com diagnóstico de neoplasia do aparelho

digestório, contidos no banco de dados do Serviço de Nutrição, junto ao PIDI

Oncológico, de Fevereiro 2006 à Fevereiro de 2011.

5.3. Instrumentos

Do banco de dados existente no Serviço de Nutrição serão obtidos dados

dos seguintes instrumentos:

ASG PPP: instrumento específico para a avaliação nutricional de pacientes

oncológicos trata-se de um questionário auto-aplicativo, dividido em duas partes,

na qual são atribuídos pontos a cada item avaliado produzindo-se uma escala

numérica e outra categórica, sendo capaz de identificar os pacientes portadores

de neoplasias em risco nutricional e/ou desnutrido e verificar a necessidade de

intervenção.

A primeira parte é respondida pelo paciente, com questões sobre perda

de peso, alteração de ingestão alimentar, sintomas que possam impedi-lo de

alimentar-se adequadamente, e alterações na capacidade funcional. A segunda

parte é preenchida pelo entrevistador, através da avaliação de fatores

associados ao diagnóstico que levam ao aumento da demanda metabólica, além

do exame físico (OTTERY, 1996).

A ASG PPP fornece uma classificação categórica (ASG A: bem nutrido ou

anabólico, ASG B: desnutrição moderada ou suspeita, ASG C: gravemente

desnutrido) além de uma escala numérica, na qual valores iguais ou superiores a

quatro indicam risco nutricional e necessidade de intervenção nutricional

correspondendo á classificação categórica ASG B e ASG C (Anexo 3)

17

Esta avaliação é realizada na primeira visita ao paciente e reaplicada a

cada dois meses.

Anamnese Nutricional: questionário estruturado com informações relativas à

identificação do paciente, diagnóstico, tratamento, presença de comorbidades,

hábitos de vida, estado nutricional e ingestão alimentar. A aplicação do

questionário é feita pela nutricionista na primeira visita ao paciente (Anexo 4).

5.4. Variáveis

As variáveis de interesse serão obtidas do banco de dados do Serviço de

Nutrição, junto ao PIDI Oncológico.

Variáveis dependentes

Ingestão Alimentar: será considerada alteração da ingestão alimentar

quando for referida uma ingestão menor que o considerado normal pelo paciente

no mês anterior à realização da ASG PPP. Serão coletadas também

informações com relação à consistência da dieta tolerada atualmente. Segundo

a ASG PPP a consistência segue a seguinte categorização: comida normal

(alimentos sólidos) em menor quantidade, comida normal (alimentos sólidos) em

pouca quantidade, apenas líquidos, apenas suplementos nutricionais, muito

pouco de qualquer comida, apenas alimentos por sonda ou pela veia.

Sintomas relacionados à ingestão alimentar: serão considerados

sintomas referidos durante as duas últimas semanas que antecedem a aplicação

da ASG PPP, que impeçam que o paciente se alimente normalmente

(WAITZBERG, 2006; BRASIL, 2008; SILVA, BARROS, 2002).

Com relação à presença de sintomas a ASG PPP considera:

Sem problema para se alimentar;

Anorexia: perda espontânea e não intencional do apetite;

Náuseas: sensação subjetiva de incomodo gástrico que pode ser

acompanhada pela impressão de querer vomitar;

Vômito: expulsão forçada do conteúdo gástrico através da boca;

18

Constipação: dificuldade constante ou eventual da evacuação das fezes,

caracteriza-se por esforço ao evacuar, fezes endurecidas e fragmentadas,

menos de três evacuações/semana, sensação de obstrução ou

interrupção;

Diarreia: é definida pela presença de 250ml de fezes/dia ou 3 ou mais

evacuações líquidas/dia.

Mucosite: inflamação da mucosa, que se manifesta através de eritema,

ulceração, hemorragia, edema e dor, podendo envolver todo o trato

gastrintestinal até a mucosa anal;

Xerostomia: sensação subjetiva de boca seca, consequente ou não da

diminuição e/ou interrupção da função das glândulas salivares, com

alterações quer na quantidade, quer na qualidade da saliva;

Disgeusia: distorção ou diminuição do senso do paladar;

Disosmia: percepção distorcida do olfato;

Disfagia:dificuldade de deglutição;

Saciedade precoce: sensação de estar satisfeito precocemente (antes

que o normal ou após comer menos que o habitual);

Dor: presença de dor que impeça o paciente de se alimentar

normalmente;

Outros (depressão, problemas dentários ou financeiros).

19

Variáveis independentes

Demográficas: idade (dia/mês/ano) e sexo (masculino/feminino).

Estado Nutricional: avaliado de acordo com a classificação categórica

da Avaliação Subjetiva Global Produzida Pelo Paciente – ASG PPP. (A -

sem risco nutricional, B – desnutrição moderada ou suspeita, C –

gravemente desnutrido).

Localização do tumor: localização do tumor primário.

Tipo de tratamento: informação sobre o tipo de tratamento realizado

(quimioterapia, radioterapia, e/ou cirurgia)

Estadiamento do tumor: obtidos de registro médico e classificado

segundo Sistema TNM, que descreve a extensão anatômica da doença,

tendo por base a avaliação de três componentes:

T - a extensão do tumor primário;

N - a ausência ou presença e a extensão de metástase em linfonodos

regionais;

M - a ausência ou presença de metástase à distância;

Cada tipo de câncer tem um sistema de classificação, os quais são

combinados e generalizados em estágios I, II, III e IV.

Uso de medicação: uso de fármaco antiemético, opioide e laxativo nos

últimos 15 dias anteriores a aplicação da ASG-PPP.

5.5. Processamento e análise dos dados

Os dados serão obtidos através do banco de dados do PIDI Oncológico,

em planilha do Microsoft Excel, sendo posteriormente exportados para o pacote

estatístico STATA® versão 11.0 para realização das analises.

Para testar associações serão feitos testes de qui-quadradro ou de

comparação de médias, conforme a natureza da variável.

Serão analisados os dados dos pacientes referentes ao sexo, idade,

localização do tumor e administração de terapias antineoplásicas, estadiamento,

20

alterações na ingestão alimentar, presença de sintomas, além da classificação

categórica da ASG PPP.

5.6. Logística

O atendimento nutricional aos pacientes internados no PIDI Oncológico,

ocorre através de visitas semanais feitas por um nutricionista, um residente de

nutrição e um estagiário da Faculdade de Nutrição da Universidade Federal de

Pelotas (UFPel).

A assistência nutricional aos pacientes internados no PIDI Oncológico

incluí o preenchimento de um formulário com dados de identificação, avaliação

antropométrica e anamnese alimentar, realizadas na primeira visita nutricional ao

paciente após a internação no programa (Anexo 4).

Para avaliar o estado nutricional dos pacientes atendidos, utiliza-se a ASG

PPP proposta por Ottery (SILVA; BARROS, 2002).

Todas as informações obtidas são mensalmente digitadas em um banco

de dados do Serviço de Nutrição. Para o presente estudo, serão analisadas as

informações de pacientes com diagnóstico de neoplasia do aparelho digestório,

já contidas no banco de dados, atendidos no período de Fevereiro de 2006 à

Fevereiro de 2011.

5.7. Aspectos éticos

O presente estudo será submetido à Comissão de Educação e Assessoria

à Pesquisa do Hospital Escola da UFPel e posteriormente ao Comitê de Ética

em Pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pelotas.

Não será necessária a elaboração do TCLE (Termo de Compromisso Livre

e Esclarecido) uma vez que serão utilizados dados secundários, obtidos dos

prontuários dos pacientes.

5.8. Divulgações dos resultados

Os resultados serão apresentados primeiramente à equipe que compõem o

programa e posteriormente serão divulgados através da elaboração de artigos e

resumos para publicação em periódicos e congressos.

21

5.9. Cronograma

O quadro abaixo indica as etapas do trabalho no decorrer dos meses.

Quadro 1- Cronograma de execução do projeto

Ano 2011 2012

Meses de estudo Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Out Nov Dez Jan Fev

Revisão Bibliográfica

Elaboração do Projeto

Qualificação do Projeto

Submissão ao Comitê de ética

Coleta e Processamento

dos Dados

Redação do Artigo

Apresentação dos Resultados

5.10. Orçamento

A pesquisa não necessitará de suplementação de verba de custeio,

qualquer eventual despesa será mantida pelo pesquisador.

22

Referências Bibliográficas ANDREW, I.M.; WATERFIELD, K.; HILDRETH, A.J.; KIRKPATRICK, G.; HAWKINS, C. Quantifying the impact of standardized assessment and symptom management tools on symptoms associated with cancer-induced anorexia cachexia syndrome. Palliat Med, v.23, n.8, p.680-688, 2009. ARGILÉS, J. M.; BUSQUETS, S.; LÓPEZ-SORIANO, F. J.; FIGUERAS, M. Fisiopatología de la caquexia neoplásica. Nutr. Hosp. v. 21, supl. 3, p. 4-9, 2006. ARRIEIRA, I.C.O.; THOFEHRN, M.B.; FRIPP, J.C.; DUVAL, P.; VALADÃO, M.; AMESTOY, S.C. Programa de Internação Domiciliar Interdisciplinar Oncológico: Metodologia de trabalho. Ciência, Cuidado e Saúde, supl. 8, p. 104-109, 2009. BARBOSA-SILVA, M.C.G.; BARROS, A.J.D. AVALIAÇÃO Nutricional subjetiva. Parte 1: Revisão de sua validade após duas décadas de uso. Arquivos de Gastroenterologia. v. 39, n.3, 2002. BRASIL. Lei n° 10.424 de 15 de Abril de 2002. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento de serviços correspondentes e dá outras providências, regulamentando a Assistência Domiciliar no Sistema Único de Saúde. Brasília (DF): Diário Oficial da República Federativa do Brasil; 15 de abr. 2002. BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Ações de Enfermagem para o controle do câncer: uma proposta de integração ensino-serviço/Instituto Nacional de Câncer. – Rio de Janeiro, p.628, INCA, 2008. BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Consenso Nacional de Nutrição Oncológica/Instituto Nacional de Câncer.Rio de Janeiro, p.126, INCA, 2009. <http://www.inca.gov.br/inca/Arquivos/publicacoes/ConsensoNutricao> Acesso em: 13. Mar.2011. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER. Estimativa 2010: incidência de câncer no Brasil / Instituto Nacional de Câncer.–Rio de Janeiro: INCA, 98 p. 2009. <http://www.inca.gov.br/estimativa/2010> Acesso em: 13. mar.2011. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER. Situação de Câncer no Brasil/Instituto Nacional de Câncer. – Rio de Janeiro: INCA, 119 p. 2006.<http://www.inca.gov.br/situacao>Acesso em: 13. mar.2011. BRASIL. Portaria Nº 2.529 de 19 de outubro de 2006. Institui a Internação Domiciliar no âmbito do Sistema Único de Saúde. Brasília (DF): Diário Oficial da República Federativa do Brasil; 19 de abril de 2006.

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COLLING, C. Perfil dos pacientes atendidos pelo Programa de Internação Domiciliar Interdisciplinar (PIDI) Oncológico do Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas. Trabalho de Conclusão de Curso, p. 01-31, 2009. CORREA, P.H.; SHIBUYA, E. Administração da Terapia Nutricional em Cuidados Paliativos. Revista Brasileira de Cancerologia. v. 53, n. 3, p. 317-323, 2007. DETSKY, A. S., et al. What is subjective global assessment of nutritional status? JPEN Journal of Parenteral and Enteral Nutrition, v.11, n.1, p.8-13, Jan-Feb.1987. DUVAL, P.A.; VARGAS, B.L.; FRIPP, J.C.; ARRIEIRA, I.C.O.; LAZZERI, B.; DESTRI, K.; ASSUNÇÃO, M.C.F. Caquexia em Pacientes Oncológicos Internados em um Programa de Internação Domiciliar Interdisciplinar. Revista Brasileira de Cancerologia. v. 56, n. 2, p. 207-212, 2010. FONSECA, D.A.F.; GARCIA, R.R.M.; STRACIERI, A.P.M. Perfil nutricional de pacientes portadores de neoplasias segundo diferentes indicadores. Nutrir Gerais – Revista Digital de Nutrição, v. 3, n. 5, p. 444-461, 2009. FREITAS, A.V.S.; BITTENCOURT, C.M.M.; TAVARES, J.L. Atuação da enfermagem no serviço de internação domiciliar: relato de experiência. Revista Baiana de Enfermagem, v. 13, n. 1/2, p. 103-107, 2000. GÓLMEZ – Candela y Cols. Valorácion Global Subjetiva em el paciente neoplásico. Nutricion Hospitalaria., v.18, n.6, p. 353-357, 2003. LACERDA, M.R. Tornando-se profissional no contexto domiciliar: vivência do cuidado da enfermeira. 2000. Tese (Doutorado em Filosofia da Enfermagem) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2000. MARTIN, L.; WATANABE, S.; FAINSINGER, R.; LAU, F.; GHOSH, S.; QUAN, H.; ATKINS, M.; FASSBENDER, K.; DOWNING, G.M.; BARACOS, V. Prognostic factors in patients with advanced cancer: use of the patient-generated subjective global assessment in survival prediction. Journal of Clinical Oncology, v.28, n.28, 2010. OTTERY, F.D. Definition of standardized nutritional assessment and interventional pathways in oncology. Nutrition, 1996. PERES, G.B.; VALIM, G.S.; SILVA, V.L.; EL-KIK, R.M. Comparação entre métodos de Avaliação Subjetiva Global em oncologia. Revista Ciência & Saúde, Porto Alegre, v. 2, n. 1, p. 37-42, 2009. RAVASCO, P., MONTEIRO-GRILLO, I.; VIDAL P. M.; CAMILO, M. E. Nutritional Deterioration in Cancer: The Role of Disease and Diet. Clinical Oncology ,v. 5, p. 443–450, 2003.

24

SILVA, K.L.; SENA, R.; LEITE, J.C.A.; SEIXAS, C.T.; GONÇALVES, A.M. Internação Domiciliar no Sistema Único de Saúde. Revista de Saúde Pública, v. 39, n.3, p.391-297, 2005. SILVA, M. C. G. B.; BARROS, A. J. D. Avaliação nutricional subjetiva. Parte 2- Revisão de suas adaptações e utilizações nas diversas especialidades clínicas. Arquivo Gastroenterologia, v. 39, n. 4, p. 248-252, 2002. SILVA, M.P.N. Síndrome Anorexia/Caquexia em Câncer: Abordagem Terapêutica. Revista Brasileira de cancerologia, v.52, n. 1, p. 59-77, 2006. SILVA, P.B.; LOPES, M.; TRINDADE TEIXEIRA, L.C.; YAMANOUCHI, C.N. Controle dos sintomas e intervenção nutricional. Fatores que interferem na qualidade de vida de pacientes oncológicos em cuidados paliativos. Revista Dor,v.11, n.4, p.282-288, 2010. WAITZBERG, D.L. Dieta, Nutrição e Câncer. São Paulo: Atheneu, 2006. WORLD HEALTH ORGANIZATION. World Cancer Report, 2008. International Agency for Research on Cancer, Lyon. 2009. YAVUZSEN, T.; WALSH, D.; DAVIS, M.P.; KIRKOVA. J.; JIN, T.; LEGRAND, S.; LAGMAN, R.; BICANOVSKY, L.; ESTFAN, B.; CHEEMA, B.; HADDAD, A;. HARRY, R. Components of the anorexia-cachexia syndrome: gastrointestinal symptom correlates of cancer anorexia. Support Care Cancer. v. 17, n. 12, 2009.

25

Anexos

0

Anexo 1 – Seleção dos artigos revisados nas bases PUBMED e Biblioteca Virtual em Saúde - LILACS.

Descritores

Títulos

Encontrados

Títulos

Selecionados

Títulos

Repetidos

Resumos

Selecionados

Artigos

Selecionados

Patient-Generated Subjective Global Assessment 47 28 - 7 2

PU

B M

ED

Patient-Generated

Subjective Global

Assessment

Symptoms of nutritional impact 6 5 5 0 -

Eating 3 2 2 0 -

Home Care Services, Hospital-Based 0 - - - -

Neoplasms Gastrointestinais 5 2 1 1 1

Neoplasms

Gastrointestinais

Nutrition Assessment 54 20 1 2 -

Home Care Services, Hospital-Based 2 2 2 0 -

Eating 44 14 0 1 1

Symptoms of nutritional impact 17 5 5 0 -

Sub-Total 178 78 16 11 4

Descritores

Títulos

Encontrados

Títulos

Selecionados

Títulos

Repetidos

Resumos

Selecionados

Artigos

Selecionados

BV

S

Avaliação Subjetiva Global 54 7 - 2 2

Câncer do aparelho digestivo 109 62 1 2 -

Caquexia no câncer gastrointestinal 50 17 0 3 -

Internação Domiciliar Interdisciplinar 190 11 0 1 1

Ingestão Alimentar e câncer 483 50 0 1 1

Sintomas digestivos e câncer 19 9 1 1

Sub-Total 905 156 2 10 4

Total de resumos selecionados 1083 234 18 21 8

26

0

Anexo 2 - Síntese dos principais artigos utilizados na elaboração do projeto Complicações nutricionais do paciente com Câncer

Título do Artigo:

Caquexia em Pacientes Oncológicos Internados em um Programa de

Internação Domiciliar Interdisciplinar

Autor e ano de publicação:

DUVAL, P.A et al, 2010

Delineamento:

Transversal descritivo

Amostra:

108 pacientes em tratamento paliativo.

Considerações, Resultados e Conclusão:

Resultados: A prevalência de caquexia na internação foi de 46% e a

incidência cumulativa no período foi de 25%. No total dos 65 pacientes

caquéticos, 60% eram do sexo masculino, com idade aproximada de 59

anos e média de IMC de 21 Kg/m2. Sessenta e seis por cento

apresentavam estadiamento IV e 85% eram portadores de metástases.

Quanto à localização do tumor, 26% apresentaram câncer no aparelho

digestivo e 25% no pulmão. Na análise bivariada, foi observado que a

média de pontuação dos sintomas, do escore de exame físico e a

pontuação total da ASG PPP estiveram diretamente associadas à

presença de caquexia. Conclusões: No grupo de pacientes estudados,

intervenções nutricionais e/ou medicamentosas com objetivo de aliviar

os sintomas podem ter efeito na redução da ocorrência de caquexia.

27

1

Título do Artigo:

Nutritional Deterioration in Cancer: The Role of Disease and Diet.

Autor e ano de publicação:

RAVASCO, P et al, 2003.

Delineamento:

Transversal

Amostra:

250 pacientes com câncer (cabeça-pescoço, gastroesofágico, cólon-

reto

Considerações, Resultados e Conclusão:

Resultados: nos estadiamentos III e IV, foi observada uma redução

significativa na ingestão calórica e protéica em relação à habitual

(p=0,002), que não foi observada em pacientes com estadiamento I e II.

A redução da ingestão alimentar foi influenciada pela duração da

doença (p=0,04), mas quando posteriormente os dados foram avaliados

em análise multivariada, a ingestão alimentar atual foi associada

apenas ao estadiamento (p=0,004), descobrindo assim um padrão

distinto de ingestão alimentar entre estadiamento e diagnóstico.

Utilizando um modelo linear, estadiamento avançado mostrou a

associação mais significativa com a depleção nutricional (p=0,0001).

Também foi encontrada associação com localização do tumor

(p=0,001), duração da doença (p=0,002), ingestão alimentar (p=0,003) e

cirurgia ou quimioterapia prévias (p=0,02). O percentual de perda de

peso mostrou desempenho consistentemente superior em predizer

variáveis clínicas e na habilidade de detectar moderadas a severas

alterações nutricionais. A ASG-PPP tem alta sensibilidade e

especificidade, e forte capacidade de detectar pacientes em risco

nutricional, em comparação ao IMC.

Conclusões: A depleção nutricional é multifatorial, dependendo

principalmente da resposta do hospedeiro ao tumor. O percentual de

perda de peso é uma ferramenta sensível e específica que pode

rastrear e identificar efetivamente a desnutrição. Seu uso conjunto com

28

2

a ASG-PPP, que estabelece metas para a terapia nutricional, vai

otimizar a eficácia da avaliação e do suporte nutricional em pacientes

oncológicos.

Título do Artigo:

Administração da Terapia Nutricional em Cuidados Paliativos

Autor e ano de publicação:

CORREA, P.H & SHIBUYA, E, 2007.

Delineamento:

Revisão

Amostra: ---

Considerações, Resultados e Conclusão:

Os temas de interesse foram: dor oncológica, instituição de terapia

nutricional via oral, enteral e parenteral, além de hidratação

endovenosa, constipação, suboclusão e obstrução intestinal, náuseas e

vômitos, inapetência e perda ponderal, diarréia, xerostomia, disgeusia e

hiperglicemia. Diversas condutas dietoterápicas são recomendadas, de

acordo com os autores pesquisados. Todos os trabalhos enfatizam a

importância do trabalho multiprofissional e de se respeitar as

preferências alimentares do paciente. O foco em cuidados paliativos

não é reabilitar o estado nutricional, mas oferecer conforto e prazer. O

nutricionista é um dos responsáveis por oferecer recursos e

esclarecimento aos pacientes e seus familiares.

29

3

Título do Artigo:

Fisiopatología de la caquexia neoplásica

Autor e ano de publicação:

ARGILÈS, J.M et al, 2006.

Delineamento:

Revisão

Amostra: ---

Considerações, Resultados e Conclusão:

A regulação do apetite e dos padrões alimentares está mediada por

diferentes fatores psicológicos, gastrointestinais, metabólicos e

nutricionais, assim como por distintos mecanismos neuronais e

endócrinos. O paciente com câncer experimenta uma sensação de

saciedade precoce e uma diminuição do apetite. Em alguns casos as

causas da anorexia podem ser devido ao próprio tratamento

antineoplásico, este por sua vez pode levar a sintomas de impacto

nutricional como náuseas e vômitos, entre outros. Também contribuem

para a redução da ingestão alimentar alterações na percepção do

paladar e causas psicológicas, como a depressão. Em alguns casos, a

anorexia pode atribuída com um efeito direto do tumor, principalmente

quando este localizado na região do hipotálamo ou no aparelho

digestivo. Na maioria dos casos a origem da anorexia associada a

caquexia parece ser devido a alterações metabólicas em conseqüência

da presença do tumor. Diferentes fatores, tanto de origem humoral

quanto secretados pelo próprio tumor, estariam envolvidos na gênese

da anorexia. Sendo assim, a anorexia parece ser mais um efeito do que

uma causa da perda de peso, e de fato a diminuição da ingestão pode

manifestar-se depois da perda de peso. De qualquer forma, a

desnutrição devido a uma menor ingestão alimentar, só faz agravar o

estado caquético do paciente, propiciando uma espécie de mecanismo

de feedbeck positivo que pode fazer com que o paciente venha a óbito.

30

4

Título do Artigo:

Síndrome Anorexia/Caquexia em Câncer: Abordagem Terapêutica

Autor e ano de publicação:

SILVA, M.P.N, 2005.

Delineamento:

Revisão sistemática

Amostra: ---

Considerações, Resultados e Conclusão:

A síndrome de anorexia-caquexia (SAC) é intensificada pelas

alterações no metabolismo de nutrientes, alterações hormonais, além

do aumento das citocinas pró inflamatórias. Mudanças na percepção de

paladar e olfato ocorridas com a progressão tumoral e com o tratamento

oncológico, também contribuem com a anorexia e, consequentemente,

com a SAC. No tratamento nutricional podem ser utilizados nutrientes

especiais, como os ácidos graxos polinsaturados EPA e DHA, os

aminoácidos glutamina e arginina e nucleotídeos. A nutrição deve ser

seguida junto ao tratamento farmacológico, com estimulantes do

apetite, devido maiores resultados positivos para o paciente com SAC.

31

5

Avaliação nutricional em pacientes com câncer

Título do Artigo:

Avaliação nutricional subjetiva. Parte 2- Revisão de suas adaptações e

utilizações nas diversas especialidades clínicas

Autor e ano de publicação:

SILVA, M.C.G. B & BARROS, A.J.D, 2002.

Delineamento

Revisão sistemática

Amostra: ---

Considerações, Resultados e Conclusão:

Foram encontradas adaptações da avaliação nutricional subjetiva (ASG)

para seu uso em pacientes com insuficiência renal, pacientes

oncológicos e hepatopatas, com bons resultados neste grupo de

pacientes. Em estudos de intervenção em pacientes oncológicos, a

ASG tem sido utilizada para identificar pacientes com maior risco

nutricional e que necessitam de terapia nutricional agressiva. Poucos

estudos de intervenção de pacientes cirúrgicos utilizaram a ASG como

método para identificação do paciente de risco nutricional. A ASG tem

se mostrado boa opção na avaliação nutricional de pacientes cirúrgicos

e algumas modificações têm sido sugeridas para o uso do método

também em outras especialidades. A experiência do observador é de

extrema importância, uma vez que dela depende a precisão do método.

32

6

Título do Artigo:

Comparação entre métodos de ASG em oncologia.

Autor e ano de publicação:

PERES, B. et al, 2009.

Delineamento:

Transversal descritivo analítico.

Amostra:

68 pacientes portadores de neoplasia

Considerações, Resultados e Conclusão:

Resultados: A avaliação descritiva mostrou que houve concordância

entre os métodos ASG e ASG-PPP na classificação “Bem nutrido” de 4

pacientes. Dos 57 apontados como “Moderadamente desnutrido ou com

suspeita de desnutrição” pela ASG, 96,5% deles apresentaram o

mesmo resultado pela ASG-PPP e, em relação aos 7 resultados

apontados como “Gravemente desnutrido” na ASG, 71,4% deles

apresentaram o mesmo resultado pela ASG-PPP. Os resultados

demonstraram uma diferença no diagnóstico nutricional de 4 pacientes,

porém, não estatisticamente significativa (p=0,135). O coeficiente Kappa

mostrou uma concordância forte entre os métodos (Kappa=0,793;

p=0,001). Conclusões: Embora a ASG seja uma ferramenta de

avaliação nutricional já utilizada em muitos hospitais, o uso da ASG-

PPP também pode ser uma alternativa, de acordo com a disponibilidade

e adequação de cada local.

33

7

Título do Artigo:

Prognostic factors in patients with advanced cancer: use of the patient-

generated subjective global assessment in survival prediction

Autor e ano de publicação:

MARTIN, L et al, 20101.

Delineamento:

Coorte

Amostra

Pacientes com câncer avançado

Considerações, Resultados e Conclusão:

Um grupo-treino de 1164 pacientes em cuidados paliativos domiciliares foi

utilizado para identificar varáveis prognósticas. Local da doença primária,

performance status (PS), mudança de peso a curto prazo (tanto ganho quanto

perda), ingestão alimentar e disfagia predisseram sobrevivência na análise

multivariada (p<0,05). Um modelo incluindo apenas pacientes separados pelo

local do tumor e OS com alta estatística-c entre a resposta predita e

observada para sobrevivência no grupo-treino (0,90) e no grupo-validação

(0,88; n=603). A adição posterior de mudança no peso, ingestão dietética e

disfagia não aumentou a estatística-c do modelo, que também não foi alterada

pela substituição da avaliação de PS feita pelo médico pela reportada pelo

paciente.

Concluindo, foi demonstrada alta probabilidade de concordância entre a

sobrevivência predita e observada para pacientes de distintos grupos de

cuidados paliativos (domiciliar, hospitalizado, ambulatoriais) baseada na

informação reportada pelo paciente.

34

8

Sintomas de impacto nutricional em pacientes com câncer

Título do Artigo:

Quantifying the impact of standardized assessment and symptom

management tools on symptoms associated with cancer-induced

anorexia cachexia syndrome

Autor e ano de publicação:

ANDREW, I.M et al, 2009.

Delineamento:

Coorte

Amostra:

Pacientes com câncer avançado e em cuidados paliativos

Considerações, Resultados e Conclusão:

Enquanto a ASG-PPP identificou os sintomas ativos dos pacientes, a

SCC (Symptoms and Concerns Checklist) avalia a intensidade ou

impacto desses sintomas no paciente. Quarenta dos 79 pacientes

encaminhados foram recrutados, enquanto 36,7% destes tinham

doença avançada ou foram a óbito antes de fornecer o consentimento

de participação na pesquisa. A ASG-PPP mostrou 250 sintomas ativos

associados à sindrome da anorexia e caquexia do câncer. A

classificação numérica da ASG-PPP foi superior a 9 para todos os

pacientes. As intervenções predominantes envolveram aconselhamento

dietético simples, e a prescrição de saliva artificial e bochechos

antieméticos e procinéticos. A mediana da pontuação total do Chacklist

SCC melhorou sequencialmente de 11 no primeiro momento,para 7 e 4

na primeira e segunda reaplicação do checklist, respectivamente (visita

1-2, p = 0,001; visita 1-3, p <0,001 e visita 2-3, p = 0,02). Concluímos

que os pacientes recebem diagnóstico tardio de síncdrome da anorexia

e caquexia do câncer, somente em estágios avançados da doença, e

assim, apresentam um numero considerável de sintomas. Um

adequado protocolo para avaliação e manejo dos pacientes tem um

importante impacto na expressão dos sintomas decorrentes do câncer.

35

9

Titulo do artigo

Perfil nutricional de pacientes portadores de neoplasias segundo

diferentes indicadores

Autor e ano de publicação:

FONSECA, D.A et al, 2009.

Delineamento

Transversal descritivo

Amostra

28 pacientes oncológicos

Considerações, Resultados e Conclusão:

Resultado: Foram avaliados 28 pacientes portadores de neoplasias com

idade média de 63,4. Destes, 32,14% eram do sexo feminino. A maior

parte dos pacientes 71,4% eram idosos. A ASG-PPP classificou

desnutrição em 57,15% dos pacientes avaliados, o IMC em 28,57%, a

PCT em 53,58%, a CB em 57,15% e a CMB em 67,86%. Conclusão:

Devido a elevada frequência de desnutrição observada pelos diferentes

métodos de avaliação empregados neste estudo, sugere-se a

necessidade da utilização de vários indicadores para que haja uma

intervenção nutricional adequada em tais pacientes.

36

10

Título do Artigo:

Components of the anorexia-cachexia syndrome: gastrointestinal

symptom correlates of cancer anorexia.

Autor e ano de publicação:

YAVUZSEN T et al, 2009.

Delineamento:

Estudo transversal

Amostra:

Pacientes com câncer e com desnutrição grave

Considerações, Resultados e Conclusão:

Resultados: Noventa e cinco dos 101 pacientes pesquisados

apresentavam dados completos, 78 % deles apresentavam anorexia

moderada ou grave. Alterações de apetite, paladar e aversões

alimentares estiveram presentes em mais de 50% dos pacientes.

Julgando-se pelo escore numérico, os pacientes com anorexia mais

grave apresentaram como sintomas mais prevalentes saciedade

precoce, constipação, vômitos e aversões alimentares. Aqueles

classificados como gravemente desnutridos apresentaram maior perda

de peso e pior capacidade funcional.

Concluindo, a avaliação de vários outros sintomas gastrintestinais é

importante para a compreensão da experiência total da anorexia

oncológica. Saciedade precoce, alterações de paladar, aversões

alimentares, alterações olfativas são importantes quando

acompanhadas de sintomas gastrintestinais. A maioria das ferramentas

validadas para anorexia não avalia esses comuns sintomas associados

ao TGI.

37

11

Título do Artigo:

Controle dos sintomas e intervenção nutricional. Fatores que interferem

na qualidade de vida de pacientes oncológicos em cuidados paliativos

Autor e ano de publicação:

SILVA, P.B et al , 2010

Delineamento:

Longitudinal

Amostra:

50 pacientes com diagnóstico de câncer

Considerações, Resultados e Conclusão:

Resultados: Foram avaliados 50 pacientes, destes 58% eram do sexo

feminino, com idade média de 64,5 anos. Os tumores mais prevalentes

foram estômago, pulmão, colo uterino, mama, esôfago, bexiga e

pâncreas sendo que 20% apresentavam tumor metastático. A via de

alimentação mais prevalente foi a oral, mas a via enteral predominou

em 22% dos pacientes. A maioria dos pacientes apresentavam mais de

um cuidador, moravam com a família, tinham moradia própria e

recebiam algum tipo de auxílio doença ou aposentadoria. No início, 48%

foram classificados conforme a Performance Status - PS com PS3,

reduzindo para 32% (p = 0,002), com aumento no número de pacientes

com PS1. Os sintomas gastrintestinais relatados inicialmente foram

inapetência, redução do apetite, náuseas, vômitos, disgeusia,

xerostomia e mucosite. No retorno, houve relato de aumento do apetite

dos pacientes, subindo de 4% para 48% (p < 0,001). A dor média foi

classificada e quantificada em 4,85 no início reduzindo para 2,73 no re-

torno (p = 0,001). A qualidade de vida global aumentou de 4,32 para

5,67 (p = 0,001). Conclusão: A intervenção conjunta médica e

nutricional contribuiu para o controle dos sintomas, promoveu a melhora

da ingestão alimentar e auxiliou o paciente oncológico em cuidados

paliativos a viver com melhor qualidade de vida.

38

12

Programa de Internação Domiciliar

Título do Artigo:

Internação Domiciliar Sistema Único de Saúde

Autor e ano de publicação:

SILVA no et al, 2005.

Delineamento:

Descritivo exploratório

Amostra:

Seis profissionais que de uma equipe de internação Domiciliar

Considerações, Resultados e Conclusão:

Resultados: Os achados permitem afirmar a importância do serviço de

Internação Domiciliar como estratégia para a desospitalização e

humanização do cuidado. Identificaram-se elementos que caracterizam

a prática nos serviços de Internação Domiciliar voltada para a

construção de modelo assistencial com ênfase nas tecnologias leves e

na atuação multiprofissional e intersetorial. Pôde-se constatar avanços

na implantação de serviços de Internação Domiciliar, bem como

obstáculos para que a mudança do modelo de atenção se processe.

Dentre esses, destaca-se a ineficiência dos mecanismos de referência e

contra-referência e dificuldades na relação dos profissionais da equipe

de saúde com usuários, familiares e cuidadores.

Conclusões: O cuidado com os Programas de Internação Domiciliar

representa uma estratégia na reversão da atenção centralizada nos

hospitais para a construção de nova lógica com enfoque em promoção

e prevenção à saúde, diminuição de riscos e humanização da atenção

e, como tal, devem ser engendradas estratégias para permitir sua

implantação na rede pública.

39

13

Título do Artigo:

Programa de Internação Domiciliar Interdisciplinar Oncológico:

Metodologia de trabalho

Autor e ano de publicação:

ARRIEIRA, I.C.O et al, 2009.

Delineamento:

Relato de experiência

Amostra:

Equipe de um programa de internação interdisciplinar- PIDI Oncológico.

Considerações, Resultados e Conclusão:

Tem-se observado que a metodologia de trabalho da equipe do PIDI

Oncológico surge como uma estratégia inovadora de assistência à

saúde, pautada em uma percepção diferenciada sobre o processo

saúde-doença, que contempla o indivíduo e seus familiares em seu

domicílio, espaço em que são contempladas as dimensões sociais e

afetivas. Observamos também a satisfação dos profissionais que

integram a equipe com trabalho interdisciplinar, o qual possibilita a

diluição dos problemas e, consequentemente, resolutividade coletiva.

40

14

Anexo3: Avaliação Subjetiva Global Produzida pelo Paciente (ASG –PPP)

** ex: depressão, problemas dentários ou financeiros

Caixa 3

outros**(1)_______________________________

dor; onde?(3)_____________________________

rapidamente me sinto satisfeito (1)

os cheiros me enjoam (1) problemas para engolir (2)

alimentos têm gosto estranho ou não têm gosto (1)

feridas na boca (2) boca seca (1)

constipação (1) diarréia (3)

náusea (1) vômito (3)

sem apetite, apenas sem vontade de comer (3)

sem problemas para se alimentar (0)

3.Sintomas: Durante as 2 últimas semanas eu tenho tido os

seguintes problemas que me impedem de comer o suficiente

(marque todos os que estiver sentindo):

Caixa 1

diminuiu (1) ficou igual (0) aumentou (0)

Durante as 2 últimas semanas meu peso:

Há seis meses atrás eu pesava aproximadamente ____,__kg

Há um mês atrás eu pesava aproximadamente ____,__kg

Eu tenho aproximadamente 1 metro e ____cm

Eu atualmente peso aproximadamente ____,__kg

Resumo do meu peso atual e recente:

1.Peso (veja anexo 1)

Caixa 2

apenas alimentos por sonda ou pela veia (0)

muito pouco de qualquer comida (4)

apenas suplementos nutricionais (3)

apenas líquidos (3)

comida normal (alimentos sólidos) em pouca quantidade (2)

comida normal (alimentos sólidos) em menor quantidade (1)

Atualmente, eu estou comendo:

menos que o normal (1)

mais que o normal (0)

sem mudanças (0)

2.Ingestão alimentar: Em comparação a minha alimentação

normal, eu poderia considerar minha ingestão alimentar durante

o último mês como:

Somatória dos escores das caixas 1 a 4 A

Caixa 4

bastante tempo acamado, raramente fora da cama (3)

do tempo na cadeira ou na cama (3)

capaz de fazer pouca atividade, e passando a maior parte

ficando na cama ou na cadeira menos da metade do dia (2)

não me sentindo bem para a maioria das coisas, mas

todas as atividades normais (1)

não totalmente normal, mas capaz de manter quase

normal, sem nenhuma limitação (0)

4.Atividades e função: No último mês, eu consideraria minha

atividade como:

O restante do questionário será preenchido pelo seu médico, enfermeira ou nutricionista. Obrigada.

5. Doença e sua relação com requerimentos nutricionais (veja anexo 2)

Todos os diagnósticos relevantes (especifique) _________________________________________________________

Estadiamento da doença primária (circule se conhecido ou apropriado) I II III IV Outro ____________________

Idade ____________ Escore numérico do anexo 2 B

6. Demanda metabólica (veja anexo 3) Escore numérico do anexo 3 C

7. Exame físico (veja anexo 4) Escore numérico do anexo 4 D

Avaliação Global (veja anexo 5)

Bem nutrido ou anabólico (ASG A)

Desnutrição moderada ou suspeita (ASG B)

Gravemente desnutrido (ASG C)

Escore total da ASG produzida pelo paciente

Escore numérico total de A + B + C + D acima

(Siga as orientações de triagem abaixo)

Recomendações de triagem nutricional: A somatória dos escores é utilizada para definir intervenções nutricionais específicas, incluindo

a orientação do paciente e seus familiares, manuseio dos sintomas incluindo intervenções farmacológicas e intervenção nutricional

adequada (alimentos, suplementos nutricionais, nutrição enteral ou parenteral). A primeira fase da intervenção nutricional inclui o

manuseio adequado dos sintomas.

0-1: Não há necessidade de intervenção neste momento. Reavaliar de forma rotineira durante o tratamento.

2-3: Educação do paciente e seus familiares pelo nutricionista, enfermeira ou outro profissional, com intervenção farmacológica de acordo

com o inquérito dos sintomas (caixa 3) e exames laboratoriais se adequado.

4-8: Necessita intervenção pela nutricionista, juntamente com a enfermeira ou médico como indicado pelo inquérito dos sintomas (caixa

3).

≥ 9: Indica necessidade crítica de melhora no manuseio dos sintomas e/ou opções de intervenção nutricional.

Avaliação Subjetiva Global produzida pelo paciente oncológico (ASG-PPP)História (Caixas de 1 a 4 devem ser completadas pelo paciente.)

41

15

Avaliação Subjetiva Global produzida pelo paciente oncológico (ASG-PPP)

Parte 2

Anexo 1 – Escore da perda de peso

Perda de peso em 1 mês Pontos Perda de peso em 6 meses

10% ou mais 4 20% ou mais

5 – 9,9% 3 10% - 19,9%

3 – 4,9% 2 6 – 9,9%

2 – 2,9% 1 2 – 5,9%

0 – 1,9% 0 0 – 1,9%

Pontuação para folha 1

Anote na caixa A

Reservas de gordura: Estado de hidratação:

Região periorbital 0 +1 +2 +3 Edema no tornozelo 0 +1 +2 +3

Prega de tríceps 0 +1 +2 +3 Edema sacral 0 +1 +2 +3

Gordura sobre as últimas costelas 0 +1 +2 +3 Ascite 0 +1 +2 +3

Avaliação geral do déficit de gordura 0 +1 +2 +3 Avaliação geral do 0 +1 +2 +3

estado de hidratação

Estado Muscular:

Têmporas (músc. temporal) 0 +1 +2 +3

Clavículas (peitorais e deltoides) 0 +1 +2 +3

Ombros (deltoide) 0 +1 +2 +3

Musculatura interóssea 0 +1 +2 +3

Escápula (dorsal maior,

trapézio edeltoide) 0 +1 +2 +3

Coxa (quadríceps) 0 +1 +2 +3

Panturrilha (gastrocnêmius) 0 +1 +2 +3

Avaliação geral do estado muscular 0 +1 +2 +3

Pontuação para a folha 4

Anote na caixa D

Anexo 4 – Exame físico

Estresse Nenhum (0) Baixo (1) Moderado (2) Alto (3)

Febre Sem febre >37,2° e <38,3° >=38,3° e <38,9° >= 38,9°

Duração da febre Sem febre <72 horas 72 horas >72 horas

Corticosteróides Sem corticosteróides dose baixa dose moderada dose alta

(<10mg (>=10 e <30mg (>= 30mg

Pontuação para a folha 3 prednisona/dia) prednisona) prednisona)

Anote na caixa C

Anexo 3 – Estresse metabólico

Anote na caixa B

Presença de trauma 1

Idade maior que 65 anos 1

Pontuação para folha 2

Úlcera de decúbito, ferida aberta ou fístula 11

Caquexia pulmonar ou cardíaca 1

AIDS 1

Câncer 1

Categoria: Pontos

Anexo 2 - Critério de pontuação para condição

Sem déficit escore = 0 pontos

Déficit leve escore = 1 ponto

Déficit moderado escore = 2 pontos

Déficit grave escore = 3 pontos

42

16

Anexo 4: Ficha de Anamnese do PIDI

RESIDÊNCIA INTEGRADA MULTIPROFISSIONAL EM ATENÇÃO À SAÚDE ONCOLÓGICA DO HOSPITAL ESCOLA/UFPEL/FAU

ANAMNESE NUTRICIONAL – PIDI

NOME: ______________________________________________________ CÓDIGO: _________ DATA NASCIMENTO:_______________________________ PESO HABITUAL: ______________ IDADE: _____________ SEXO: ______________________ PESO ATUAL: _________________ ESCOLARIDADE: __________________________________ PESO IDEAL: _________________ DATA AVALIAÇÃO: _________________________________ ALTURA: _____________________ DATA INTERNAÇÃO NO PIDI_________________________ IMC ATUAL: __________________ DIAGNÓSTICO:__________________________________________________________________ DATA INÍCIO DA DOENÇA:________________________________________________________ METÁSTASE: ____________________________________ ESTADIAMENTO: _______________ RADIOTERAPIA:_________________________________________________________________ QUIMIOTERAPIA: ________________________________________________________________ CIRURGIA: _____________________________________________________________________ HISTÓRIA:______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ COMORBIDADES: _______________________________________________________________ MEDICAÇÃO / CASA: _____________________________________________________________ FUMO: ________________________________ ÁLCOOL: _______________________________ HÁBITO INTESTINAL:_____________________________________________________________ ASG – PPP INICIAL: ______________________________________________________________ REAVALIAÇÃO 15 /15 DIAS ( ASG – PPP): ___________________________________________ TERAPIA NUTRICIONAL: ( ) VO ( ) SONDA ( ) SONDA + VO _________________ CONDUTA NUTRICIONAL: ________________________________________________________ VCT IDEAL: _____________________________________________________________________

43

17

Recordatório Alimentar:

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

CONTROLE PESO SEMANAL:

DATA

PESO

DATA

PESO

Alta ( ) Data: ___ /___ /_____ Óbito ( ) Data: ___ /___ /_____

1ª Dieta Peso:________ Data: __/___/____ Gr.Prot:__________ Pt/kg: ___________ Cal/kg: __________ VCT: ___________

2ª Dieta Peso:________ Data: ___/___/____ Gr.Prot:__________ Pt/kg: ___________ Cal/kg: __________ VCT: ___________

3ª Dieta Peso:________ Data: ___/___/____ Gr.Prot:___________ Pt/kg: ____________ Cal/kg: ___________ VCT: _____________

4ª Dieta Peso:________ Data: ___/____/____ Gr.Prot:___________ Pt/kg: ____________ Cal/kg: ___________ VCT: _____________

44

18

45

19

Artigo

20

Sintomas relacionados à diminuição ingestão alimentar em pacientes com

neoplasia do aparelho digestório atendidos por um Programa de Internação

Domiciliar

Symptoms related to decreased food intake in patients with cancer of the digestive

system served by a Home Care Program

Los síntomas relacionados con la reducción de la ingesta de alimentos en pacientes con

cáncer del sistema digestivo servido por un programa de atención domiciliaria

Título abreviado: Sintomas em pacientes com neoplasia gastrointestinal

Symptoms in patients with gastrointestinal cancer

Los síntomas en los pacientes con cáncer gastrointestinal

Évelyn de Sousa Araújo1

Patrícia Abrantes Duval2

Denise Halpern Silveira3

Contato:

Évelyn de Sousa Araújo.

Endereço para correspondência: Rua Anécio de Carvalho, 200. Bairro São Jose. Arroio

Grande (RS), Brasil. CEP: 96330-000. Telefone: (053) 81237870

Évelyn de Sousa Araújo é autora do trabalho e redigiu o texto.

Patrícia Abrantes Duval é co-orientadora, realizou as análises estatísticas e trabalhou na

concepção e redação final do texto.

Denise Halpern Silveira é orientadora e pesquisadora responsável. Trabalhou na revisão

da redação final do texto.

Declaração de conflito de interesses: Nada a declarar

O manuscrito encontra-se nas normas da Revista Brasileira de Cancerologia (disponível:http://www.inca.gov.br/rbc/n_57/v01/pdf/instrucoes_autores_port.pdf),revista escolhida pelos autores para submissão, após apreciação da banca avaliadora.

1Nutricionista. Especialista em Saúde da Família e Residente do Programa de Pós-Graduação Residência Integrada Multiprofissional em Saúde - Área de Concentração Atenção à Saúde Oncológica, HE/FAU/UFPel. Pelotas (RS), Brasil. E-mail:

[email protected]

2Nutricionista. Mestre em Nutrição e Alimentos. Nutricionista do Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas . RS, Brasil. E-mail: [email protected]

3Nutricionista. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Fundação Universidade do Rio Grande, Rio

Grande (RS), Brasil. Professora Adjunta do Departamento de Nutrição da UFPel, Pelotas (RS), Brasil. E-mail: [email protected]

Trabalho realizado no Programa de Internação Domiciliar Interdisciplinar do Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas

(RS), Brasil.

47

21

Resumo

Sintomas relacionados à diminuição da ingestão alimentar em pacientes com

neoplasia do aparelho digestório atendidos por um Programa de Internação

Domiciliar

Resumo

Introdução: Entre os fatores associados à desnutrição no câncer, os sintomas

relacionados à ingestão alimentar podem contribuir de forma significativa para o

comprometimento do estado nutricional. Objetivo: Verificar a prevalência de sintomas

relacionados à diminuição da ingestão alimentar e sua associação com a localização do

tumor, de pacientes portadores de neoplasia do aparelho digestório, internados no

Programa de Internação Domiciliar Interdisciplinar Oncológico. Metodologia: Foram

estudados todos os pacientes com diagnóstico de neoplasia do aparelho digestório

internados no período de fevereiro de 2006 a fevereiro de 2011, tendo sido analisados

dados demográficos, clínicos e nutricionais. Resultados: Foram estudados 102

pacientes, com idade média de 61 + 14,1 anos, sendo 100% considerados com algum

grau de desnutrição. O câncer de intestino foi o mais prevalente em ambos os sexos,

seguido do câncer de esôfago. Os sintomas mais prevalentes corresponderam a

xerostomia (75,5%), saciedade (74,5%), dor (60,8%) e anorexia (53,9). A prevalência

de disfagia nos pacientes com tumor de esôfago foi aproximadamente quatro vezes

maior quando comparados aos pacientes com outros tumores do aparelho digestório

(p<0,01 IC 95% 2,35 – 6,48). Conclusão: Os sintomas mais prevalentes foram

xerostomia, saciedade precoce, dor e anorexia os quais podem ter contribuído para

menor ingestão alimentar, que agrava o estado nutricional desses pacientes. Através

desse conhecimento estratégias nutricionais poderão ser desenvolvidas a fim de prevenir

e ou melhorar essa condição.

Palavras chaves: Avaliação Subjetiva Global, câncer do parelho digestivo, caquexia,

internação domiciliar, ingestão alimentar.

48

22

Abstract

Introduction: Factors associated with malnutrition in cancer, the symptoms related to

food intake may contribute significantly to the poor nutritional status. Objective: To

assess the prevalence of symptoms related to decreased food intake and its association

with tumor location of patients with digestive tract cancer, hospitalized by a Home Care

Program for Interdisciplinary Oncology treatment. Methods: All patients were studied

diagnosed with cancer of the digestive tract admitted between February 2006 and

February 2011. We analyzed data on gender, age, tumor location, anticancer therapies,

staging, changes in food intake, symptoms and nutritional assessment. Results: We

studied 102 patients, average age of 61+ 14,1 years old, 100% were considered with

some degree of malnutrition by the Patient-Generated Subjective Global Assessment.

Bowel cancer was the most prevalent in both sexes, followed by cancer of the

esophagus. The most prevalent symptoms were dry mouth (75,5%), fullness(74,5%),

pain (60,8%) and anorexia (53,9). The prevalence of dysphagia in patients with

esophageal tumor was four times greater when compared to patients with other tumors

of the digestive system. The patients with stomach cancer had 1.3 times more likely to

develop early satiety, compared with patients with other tumors of the digestive system.

Conclusion: The most prevalent symptoms were dry mouth, early satiety, pain and

anorexia which may have contributed to lower food intake, that increases the nutritional

status of these patients. Through this knowledge nutritional strategies can be developed

to prevent or improve the condition.

Key words: Subjective Global Assessment, digestive systen cancer, cachexia, home

care, food intake.

49

23

Resumen

Introducción: Entre los factores asociados con la desnutrición en el cáncer, los

síntomas relacionados con la ingesta de alimentos puede contribuir de manera

significativa con el estado nutricional deficiente. Objetivo: Evaluar la prevalencia de

síntomas relacionados con la reducción de la ingesta de alimentos y su associación com

la localización del tumor, de los pacientes con cáncer del tracto digestivo, admitida en el

Programa de Asistencia Domiciliaria de Oncología Interdisciplinaria. Métodos: Se

estudiaron todos los pacientes diagnosticados con cáncer del tracto digestivo que

ingresaron desde febrero de 2006 y febrero de 2011. Se analizaron los datos sobre el

género, edad, localización del tumor, las terapias contra el cáncer, puesta en escena, los

cambios en la ingesta de alimentos, los síntomas y la evaluación nutricional.

Resultados: Se estudiaron 102 pacientes, edad promedio 61 + 14,1 años, el 100%

fueron considerados con algún grado de desnutrición por el paciente de valoración

subjetiva global Produced By. El cáncer de colon es el más frecuente en ambos sexos,

seguido por el cáncer del esófago. Los síntomas más frecuentes fueron sequedad de

boca (75,5%), sensación de llenura (74,5%), dolor (60,8%) y anorexia (53,9). La

prevalencia de la disfagia en pacientes con tumor de esófago fue cuatro veces mayor en

comparación con pacientes con otros tumores del sistema digestivo. Los pacientes con

cáncer de estómago eran 1,3 veces más probabilidades de desarrollar saciedad

temprana, en comparación con pacientes con otros tumores del sistema digestivo.

Conclusión: Los síntomas más frecuentes fueron sequedad de boca, saciedad temprana,

el dolor y la anorexia que puede haber contribuido a la menor ingesta de alimentos, lo

que aumenta el estado nutricional de estos pacientes. A través de este conocimiento las

estrategias nutricionales pueden ser desarrollados para prevenir y, o mejorar esta

condición.

Palabras clave: Valoración Global Subjetiva, cáncer del sistema digestivo, caquexia,

atención domiciliaria, ingesta de alimentos.

50

24

INTRODUÇÃO

O câncer é considerado a principal causa de morte em países desenvolvidos,

ficando em segundo lugar nos países em desenvolvimento. Segundo recente relatório da

Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC) /Organização Mundial da

Saúde (OMS), o impacto global do câncer dobrou em 30 anos 1,2

.

Entre as neoplasias do aparelho digestório mais incidentes no Brasil destacam-se

a de estômago, cólon, reto, cavidade oral e esôfago, em ambos os sexos. A Região Sul

apresenta níveis mais elevados de mortalidade entre pacientes portadores de neoplasias

do aparelho digestório, quando comparada com outras regiões 2.

Os pacientes com câncer cursam com inúmeros problemas, sendo a desnutrição

um dos mais prevalentes, podendo ser encontrada entre 40 e 80% dos pacientes no

momento do diagnóstico. A desnutrição no paciente com câncer é multifatorial,

dependente da localização do tumor, terapêutica empregada (quimioterapia, radioterapia

e cirurgia), e estadiamento da doença 3,4

.

Dentre os fatores associados à desnutrição, os sintomas relacionados à ingestão

alimentar, como náuseas, vômitos, diarreia, saciedade precoce, obstipação intestinal,

xerostomia, disgeusia e disfagia, podem contribuir de forma significativa para o

comprometimento do estado nutricional 5,6

.

O comprometimento do estado nutricional pode ser agravado dependendo da

localização do tumor. Pacientes portadores de câncer do aparelho digestório, além do

estresse metabólico imposto pelo tumor, apresentam alterações mecânicas e fisiológicas

que podem interferir na ingestão, digestão e a absorção adequada dos alimentos levando

a um inadequado aproveitamento de nutrientes 7.

51

25

A avaliação do estado nutricional no paciente oncológico é considerada de

grande importância, tendo em vista que o déficit nutricional está associado a maiores

índices de morbidade e mortalidade, infecção, maior tempo de hospitalização, menor

resposta à quimioterapia e radioterapia e maior custo hospitalar 8.

.

Dos instrumentos propostos para avaliação nutricional de pacientes oncológicos,

destaca-se a Avaliação Subjetiva Global Produzida Pelo Paciente (ASG- PPP), em

versão traduzida e adaptada para o português por Gonzalez e colaboradores 9,10

.

Durante o tratamento antineoplásico, os pacientes que não tem indicação de

hospitalização, mas necessitam de assistência semelhante à oferecida em ambiente

hospitalar, se beneficiam da Internação Domiciliar11

.

A internação domiciliar proporciona a prestação de cuidados sistematizados de

forma integral e contínua no domicílio, com supervisão e ação da equipe de saúde

específica, personalizada, centrada na realidade do paciente e envolvendo a família,

podendo ou não utilizar equipamentos e materiais 12

.

Em 2005 foi implantado no Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas

(UFPel) e pela Fundação de Apoio Universitário (FAU) o Programa de Internação

Domiciliar Interdisciplinar (PIDI) Oncológico para complementar o ciclo de cuidado

integral, pois a instituição é referência no tratamento de câncer 13

.

Este programa realiza cuidados de internação domiciliar exclusivamente pelo

Sistema Único de Saúde aos pacientes com câncer independentemente da fase de

evolução da doença, podendo estar relacionados à intercorrências inerentes ao

tratamento e manejo de sintomas 13

.

Sendo assim, diante da problemática que envolve o paciente com câncer,

principalmente os de aparelho digestório, torna-se importante a identificação precoce

52

26

dos sintomas relacionados a ingestão alimentar para que a intervenção nutricional,

juntamente com atuação da equipe multidisciplinar, possam auxiliar na tolerância ao

tratamento, alívio dos sintomas e manutenção do estado nutricional como forma de

proporcionar uma melhor qualidade de vida.

O objetivo deste estudo foi verificar a prevalência de sintomas relacionados à

ingestão alimentar e associação com localização do tumor de pacientes portadores de

neoplasia do aparelho digestório, internados no Programa de Internação Domiciliar

Interdisciplinar – PIDI Oncológico.

53

27

MATERIAS E MÉTODOS

Foi realizada uma análise de dados secundários de um Programa de Internação

Domiciliar Interdisciplinar PIDI Oncológico, de todos os pacientes com diagnóstico de

neoplasia do aparelho digestório internados no período de fevereiro de 2006 a fevereiro

de 2011.

O PIDI oncológico é formado por uma equipe interdisciplinar composta por um

médico assistencial, enfermeiro, técnico de enfermagem, nutricionista, assistente social,

psicólogo, assistente espiritual, acadêmicos de nutrição e enfermagem 13

. No ano de

2010, os alunos da Residência Integrada Multiprofissional em Saúde – Área de

Concentração Atenção à Saúde Oncológica do Hospital Escola/FAU/UFPel passaram a

integrar a equipe do PIDI Oncológico, sendo assim acrescentados à equipe, mais um

profissional da área de nutrição, de psicologia, de enfermagem e de odontologia.

O atendimento nutricional aos pacientes internados no programa, ocorre através

de visitas semanais feitas por um nutricionista, um residente de nutrição e um estagiário

da Faculdade de Nutrição da UFPel.

A assistência nutricional aos pacientes inclui o preenchimento de um formulário

com dados de identificação, avaliação antropométrica, anamnese alimentar e avaliação

do estado nutricional através da ASG PPP 9.

A ASG-PPP diferencia-se dos demais métodos de avaliação nutricional

utilizados na prática clínica por englobar não apenas alterações da composição corporal,

mas também alterações funcionais do paciente, além de identificar a ocorrência de

complicações associadas ao estado nutricional, como a presença de sintomas que

interfiram na ingestão alimentar 10

.

54

28

A ASG-PPP fornece uma classificação categórica (ASG A: bem nutrido ou

anabólico, ASG B: desnutrição moderada ou suspeita, ASG C: gravemente desnutrido)

além de uma escala numérica, na qual valores iguais ou superiores a quatro indicam

risco nutricional e necessidade de intervenção nutricional10

.

Foram analisados os dados referentes ao sexo, idade, localização do tumor,

administração de terapias antineoplásicas, estadiamento, alterações na ingestão

alimentar, presença de sintomas, além das classificações da ASG-PPP.

A alteração da ingestão alimentar foi considerada quando o paciente referia uma

diminuição da ingestão no mês anterior à visita domiciliar ou alterações relacionadas à

consistência e/ou quantidade da dieta tolerada atualmente.

Os sintomas analisados foram os referidos durante as duas últimas semanas que

antecederam a aplicação da ASG-PPP impedindo que o paciente se alimentasse

normalmente, sendo eles: anorexia, náusea, vômito, constipação, diarreia, mucosite,

xerostomia, disgeusia, disosmia, disfagia, saciedade precoce ou dor7, 10,14

.

Os dados coletados foram digitados em planilha do software Microsoft ExcelR e

exportados e analisados no programa StataR, versão 11.2. Inicialmente procedeu-se à

descrição das características dos pacientes estudados.

Foram realizadas análises bivariadas através de testes qui-quadrados e regressão

de Poisson com variância robusta, devido à alta prevalência do desfecho. O nível de

significância de 5% foi considerado para todas as análises.

O presente estudo foi aprovado pela Comissão de Educação e Assessoria à

Pesquisa do Hospital Escola/UFPel e posteriormente pelo Comitê de Ética em Pesquisa

da Faculdade de Medicina da UFPel (Of. 31/11).

55

29

RESULTADOS

Foram, avaliados, pela equipe da Nutrição do PIDI Oncológico 102 pacientes

portadores de neoplasia do aparelho digestório internados no programa no período de

fevereiro de 2006 a fevereiro de 2011.

As características demográficas, clínicas e nutricionais dos pacientes estão

apresentadas na Tabela 1.

A amostra apresentou-se homogênea com relação ao gênero, sendo a média de

idade de 61 anos ±14,1. Com relação à avaliação do estado nutricional, 42% (n=42) dos

pacientes encontravam-se com déficit nutricional segundo o Índice Massa Corporal

(IMC <18,5 KG/m2), enquanto 100% foram considerados com algum grau de

desnutrição pela classificação categórica da ASG-PPP ( ASB B e ASG C).

Com relação à classificação numérica da ASG-PPP observou-se que 99%

(n=101) dos pacientes obtiveram um escore maior de nove pontos, indicando a

necessidade critica de intervenção nutricional.

Nas características clínicas da amostra, 88,3% (n=89) dos indivíduos

encontravam-se no estadiamento graus III e IV da doença, e apenas 12.8% (n=13) do

total da amostra não apresentavam metástases (Tabela 1).

O câncer de intestino foi o mais prevalente em ambos os sexos, acometendo

36,3% (n=37) dos pacientes, seguido do câncer de esôfago representando 24,5% (n=25)

da amostra (Tabela 1).

Quanto ao tratamento antineoplásico, 55,9% (n= 57) realizaram algum tipo de

cirurgia, 46,1% (n= 47) e 9,8% (n= 10) dos pacientes encontravam-se em quimioterapia

e radioterapia, respectivamente (Tabela 1).

56

30

A relação entre o tipo de tumor e a classificação categórica da ASG-PPP (A, B

ou C), demonstrou que pacientes com câncer de estômago, esôfago e pâncreas

apresentavam-se gravemente desnutridos no momento da entrevista (Tabela 2).

O câncer de esôfago foi o mais prevalente entre os homens 35% (n=18) e entre

as mulheres o de intestino 45% (n=23), com diferença significativa entre os sexos

(Tabela 2).

Foi observado que a ingestão alimentar no último mês esteve diminuída

significativamente nos pacientes que apresentaram náuseas 70,5% (n=31) e disgeusia

76,7% (n=33) (p< 0,05).

Na ingestão alimentar atual, 78% (n=29) dos pacientes com câncer de intestino e

71% (n=10) com câncer de pâncreas apresentavam uma diminuição significativa no

momento da primeira visita (p<0,05). Sendo que 50% (n=17) dos pacientes que

recebiam alimentação por sondas enterais apresentavam disfagia como sintoma mais

prevalente (p< 0,001).

A alteração do peso nos últimos 15 dias que precedeu a entrevista revelou que

75% (n=54) dos pacientes com xerostomia apresentaram perda de peso significativa

(p=0,02).

Os sintomas com uma prevalência maior de 50% foram à xerostomia,

saciedade, dor e anorexia (Figura 1).

A prevalência de disfagia nos pacientes com tumor de esôfago foi quatro vezes

maior quando comparados aos pacientes com outros tumores do aparelho digestório

(p<0,01 RR 3,9 IC 95% 2,35-6,48).

57

31

DISCUSSÃO

A incidência do câncer cresce no Brasil, como em todo o mundo, em um ritmo

que acompanha o envelhecimento populacional decorrente do aumento da expectativa

de vida. Este fato pôde ser evidenciado no presente estudo, tendo em vista que metade

dos pacientes eram idosos15

.

Todos os pacientes estudados encontravam-se com algum de desnutrição, dentre

eles 61% (n=57) foram classificados como desnutridos graves. Esta condição é comum

neste tipo de paciente, podendo evoluir para a caquexia, uma síndrome multifatorial, na

qual há perda contínua massa muscular, que não pode ser revertida pela terapia

nutricional, conduzindo ao comprometimento funcional progressivo do organismo 16

.

Com relação à avaliação do estado nutricional, quando realizada através do IMC

observou-se que somente 42,0% (n=42) dos pacientes foram classificados com déficit

nutricional. No entanto a ASG-PPP caracterizou todos os pacientes com algum grau de

desnutrição no momento da primeira avaliação17

.

Observa-se que a ASG-PPP é um bom preditor de desnutrição devido a sua

maior sensibilidade e que o IMC pode subestimar o percentual de pacientes desnutridos,

tendo em vista, que não considera a composição corporal e não é especifico para avaliar

pacientes com patologias 13

.

Ravasco18

, em um estudo sobre a deterioração do estado nutricional em

pacientes com câncer de cabeça e pescoço, cólon e reto e do aparelho digestório com

estadiamento III e IV, também encontrou resultado semelhante, na qual a ASG-PPP

demonstrou alta sensibilidade e especificidade, e forte capacidade de detectar pacientes

em risco nutricional, em comparação ao IMC.

58

32

Segundo Waitzberg7, os cânceres do trato digestório, justamente por estarem

localizados em órgão responsáveis pela nutrição (ingestão, absorção e utilização de

nutrientes), são frequentemente associados à incidência de desnutrição. O presente

estudo reforça confirma esse dado, tendo em vista que, todos os pacientes avaliados

apresentaram algum grau de desnutrição já no momento da primeira visita.

Quanto ao escore numérico da ASG-PPP, observou-se que a grande maioria do

pacientes estudados obteve um escore maior de nove pontos, indicando a necessidade de

intervenção nutricional. Andrew e colaboradores19

, em um estudo de coorte, avaliaram

79 pacientes com câncer avançado e em cuidados paliativo, utilizando duas ferramentas

de avaliação para quantificar o impacto dos sintomas associados ao câncer induzido pela

síndrome de anorexia caquexia, sendo uma delas a ASG-PPP. Neste estudo, todos os

pacientes acompanhados apresentaram escore numérico maior que nove pontos,

indicando necessidade crítica de intervenção nutricional, o que corrobora os achados do

presente trabalho.

Com relação à localização do tumor, foi evidenciada uma maior prevalência de

tumor de intestino e esôfago em ambos os sexos. Segundo estimativas do INCA 2010-

2011, para as regiões Sul e Sudeste, o câncer de intestino é a quarta neoplasia mais

prevalente em homens e o segunda no sexo feminino. Já o câncer de esôfago, é a sexta

neoplasia mais incidente em homens e nona nas mulheres2.

No presente estudo 57% dos pacientes estavam ou já haviam realizado

tratamento quimioterápico e/ou radioterápico no momento da avaliação, e segundo o

Consenso Nacional de Nutrição Oncológica (INCA), o tratamento antineoplásico tem

grande influencia no estado nutricional dos pacientes com câncer 17

.

59

33

Pacientes em tratamento antineoplásico apresentam vários sinais e sintomas que

levam à diminuição da ingestão diária de nutrientes o que compromete o estado

nutricional. Durante o tratamento, os pacientes oncológicos podem evoluir para

desnutrição moderada ou grave e, cerca de 20% desses pacientes morrem em

decorrência da desnutrição e não da doença maligna 20

.

Marin21

ao avaliar a evolução do risco nutricional de acordo com a terapia

antineoplásica aplicada em 226 pacientes oncológicos, também verificou alta

prevalência de desnutrição, cerca de 60% dos pacientes com câncer estavam desnutridos

e esse percentual aumentou para 81% naqueles que estavam em cuidados paliativos.

Aproximadamente 70% apresentaram alguma dificuldade para se alimentar. Mais da

metade dos pacientes necessitaram de aconselhamento nutricional e controle dos

sintomas que interferem na ingestão de alimentos.

Segundo a ASG-PPP foram identificados a xerostomia, a saciedade precoce

como os sintomas mais prevalentes nos pacientes portadores de neoplasia do aparelho

digestório internados no PIDI Oncológico. Em outra pesquisa realizada no mesmo

programa de internação domiciliar, avaliando pacientes com caquexia em diferentes

neoplasias também foram encontrados estes mesmos sintomas como mais prevalentes 6.

Em estudo de revisão, Davis e colaboradores22

citam uma análise prospectiva

com 1000 pacientes da Unidade de Medicina Paliativa da Cleveland Clinic no qual a

saciedade precoce também foi um sintoma muito frequente, estando entre os dez

sintomas mais relatados. Muitos fatores podem estar envolvidos na origem da saciedade

precoce, como centro sensorial específico da saciedade, aversões alimentares, mudanças

diurnas na ingestão, motilidade e acomodação gástrica e hormônios gastrointestinais.

60

34

A disfagia foi o sintoma que prevaleceu nos pacientes com câncer de esôfago

quando comparado com outros tumores do aparelho digestório. Este resultado também

foi encontrado por Monteiro23

, em um estudo com pacientes com câncer de esôfago em

estádio avançado da doença.

Segundo estudo de Silva e colaboradores 25

, uma ação conjunta de uma equipe

de saúde, como a que ocorre no PIDI oncológico, pode contribuir diretamente para o

controle dos sintomas, permitindo a discussão quanto à conduta individualizada,

promovendo o controle adequado da dor, aumento da ingestão alimentar e auxiliando o

paciente oncológico a viver com melhor qualidade de vida.

61

35

CONCLUSÃO

Através deste estudo foi possível conhecer o perfil dos pacientes portadores de

neoplasia do aparelho digestório, atendidos durante cinco anos do PIDI Oncológico:

pacientes com idade acima de 60 anos, portadores de doença em estádio avançado, com

alta prevalência de desnutrição e de sintomas associados ao tratamento antineoplásico.

Os sintomas mais prevalentes foram xerostomia, saciedade precoce, dor e

anorexia os quais somados à sintomatologia imposta pelo tratamento e a

à presença física do tumor no trato digestório podem ter contribuído para menor

ingestão alimentar, que agrava o estado nutricional desses pacientes. Através desse

conhecimento estratégias nutricionais poderão ser desenvolvidas a fim de prevenir e ou

melhorar a essa condição.

Declaração de Conflito de Interesse: Nada a Declarar

62

36

Referências Bibliográficas

1. World Health Organization. World Cancer Report, 2008. International Agency

for Research on Cancer, Lyon. 2009.

2. Instituto Nacional de Câncer (BRASIL). Estimativa 2010: incidência de câncer

no Brasil. Rio de Janeiro: INCA; 2009.

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64

38

Tabela 1. Caracterização dos pacientes com neoplasias do aparelho digestório

internados no PIDI Oncológico de fevereiro de 2006 á fevereiro de 2011. Pelotas, RS.

(n=102).

Variáveis n %

Sexo

Masculino 51 50,0

Feminino 51 50,0

Idade

30 a 40 anos 8 7,8

41 a 50 anos 21 20,6

51 a 59 anos 22 21,6

Maior 60 anos 51 50,0

IMC

Déficit de peso 42 42,0

Peso adequado 41 41,0

Sobrepeso 14 14,0

Obesidade 03 3,0

Estado nutricional (classificação categórica da ASG PPP)

Bem nutrido (A) - -

Moderadamente desnutrido ou

suspeita de desnutrição (B)

36 38,7

Gravemente desnutrido (C) 57 61,3

Classificação numérica da ASG PPP

0 - 1: Não há necessidade de intervenção - -

2 - 3: Educação do paciente e seus familiares - -

4 - 8: Necessita intervenção nutricional 1 1,0

≥ 9: Necessidade crítica de intervenção nutricional e manejo

dos sintomas

101 99,0

Características Clínicas

Local do tumor primário

Intestino 37 36,3

Esôfago 25 24,5

Estômago 19 18,6

Pâncreas 14 13,7

Fígado e vias biliares 7 6,9

Presença de metástase 89 87

Estadiamento

I - -

II 12 11,7

III 22 21,6

IV 68 66,7

Tipos de tratamento

Quimioterapia durante a internação no PIDI Oncológico 47 46,1

Radioterapia durante a internação no PIDI Oncológico 10 9,8

Cirurgia 57 55,9

65

39

Tabela 2. Prevalência de sintomas em pacientes portadores de neoplasia do aparelho

digestório internados no PIDI Oncológico de 2006- 2011.

Sintomas n %

Xerostomia 77 75, 5

Saciedade 76 74,5

Dor 62 60,8

Anorexia 55 53,9

Constipação 47 46,1

Disosmia 47 46,1

Náuseas 44 43,1

Disgeusia 43 42,2

Vômitos 35 34,3

Disfagia 34 33,3

Diarreia 12 11,8

Mucosite 10 9,8

66

0

Tabela 3. Prevalência de sintomas segundo a localização do tumor em pacientes

portadores de neoplasia do aparelho digestório internados no PIDI Oncológico de 2006-

2011.

*Teste exato de Fisher

Sintoma Local tumor p*

Esôfago

n (%)

Gástrico

n (%)

Intestino

n (%)

Pâncreas

n (%)

Fígado/vias

biliares

n (%)

Anorexia 13 (52,0) 9 (47,4) 24 (64,9) 6 (42,9) 3 (42,9) 0,53

Náusea 9 (36,0) 9 (47,4) 18 (48,6) 5 (35,7) 3 (42,9) 0,84

Vômito 8 (32,0) 7 (36,8) 13 (35,1) 4 (28,6) 3 (42,9) 0,97

Constipação 11 (44,0) 6 (31,6) 20 (54,1) 7 (50,0) 3 (42,9) 0,61

Diarreia 3 (12,0) 2 (10,5) 7 (18,,9) 0 0 0,44

Mucosite 3 (12,0) 0 6 (16,2) 0 1 (14,3) 0,20

Xerostomia 20 (80,0) 11 (57,9) 32 (86,5) 9 (64,3) 5 (71,4) 0,12

Disgeusia 10 (40,0) 6 (31,6) 18 (48,7) 5 (35,7) 4 (57,1) 0,67

Disosmia 12 (48,0) 9 (47,4) 15 (40,5) 7 (50,0) 4 (57,1) 0,93

Disfagia 19 (76,0) 8 (42,1) 4 (10,8) 2 (14,3) 1 (14,3) <0,001

Saciedade 18 (72,0) 17 (89,5) 25 (67,6) 11 (78,6) 5 (71,4) 0,48

Dor 16 (64,0) 9 (47,4) 26 (70,3) 9 (64,3) 2 (28,6) 0,21

67

66