trabalho de cultura japonesa
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Cultura da Era Asuka
Introdução a Era Asuka
A Era Asuka (593–710) é um período importante da história
japonesa, em especial da arte e da cultura do país. Nessa era
floresceram grande obras com grande influência do Budismo. A
transição de uma nação norteada pela crença xamanista para uma
nação institucionalizada, orientada por doutrinas confucionista e
budista, em que grandes clãs começam a substituir tumbas
monumentais por templos budistas.
São templos construídos com extremo requinte, com imagens
de Buda que são verdadeiras e belíssimas obras de arte. Entre esses,
como o templo Hôryû-ji (607), construído totalmente em madeira,
considerado desde 1993 como patrimônio da humanidade.
Na Era Asuka também, a corte de Yamato, proveniente da
região de mesmo nome (atual Nara e suas imediações), foi
consolidando sua estrutura política, dominando paulatinamente os
demais clãs. A figura central do Ôkimi -Grande Soberano - liderava a
corte de Yamato. Clãs possuíam a função de ministérios; Criaram-se
cargos distintos, que passam a ser hereditários, transformando-se a
nação do tempo da rainha Himiko de caráter mágico-ritualísta para a
de estrutura administrativa que se aproxima da moderna.
Eventos Gerais
538: O reino coreano de Baekje despachou uma delegação para
introduzir o budismo no Japão.
593: Príncipe Shotoku é nomeado regente da Imperatriz Suiko e
passa a promover o budismo com o clã Soga
594: Decreto Imperial de Promoção do Budismo
600: O estado de Yamato envia a primeira missão oficial
japonesa para a China desde 478.
604: O Príncipe Shotoku outorga uma constituição baseada no
modelo chinês (Constituição dos dezessete artigos), baseada
nos princípios confucianos e que inaugurou de facto o Império
japonês.
607: O Príncipe Shotoku constrói o templo budista Horyuji, em
Ikaruga.
611-615: Publicação de 3 livros explicativos da sútra budista
(Sangyô-Gisho)
645: Soga no Iruka e seu pai, Emishi, são mortos no Incidente
Isshi. O Imperador Kotoku ascende ao trono e fortalece o poder
imperial sobre os clãs aristocráticos (ver Reforma Taika),
transformando seus estados em províncias.
663: A marinha japonesa foi derrotada pela aliança Silla-Tang
na Batalha de Baekgang, falhando em recuperar Baekje.
670: O primeiro Koseki (registro de família) (Kogo-Nenjaku) foi
compilado.
672: Príncipe Oama, depois conhecido como Imperador Tenmu,
usurpou o trono ao ganhar a Guerra civil de Jinshin contra o
Imperador Kobun.
689: O Código de Asuka Kiyomihara foi promulgado.
701: Código Taiho foi promulgado.
708: A primeira moeda japonesa, Wadōkaichin ( 和同開珎 ), foi
produzida.
Cultura no Período Asuka
Com o início do envio de missões oficiais à China a influência
cultural continental sobre a evolução cultural nipônica se intensifica.
A China é unificada pela dinastia Sui (589), tornando-se muito
poderosa e chamando a atenção da Corte de Yamato, que toma por
melhor medida estabelecer relações com tão poderosa nação
cotinental, viando receber sua ‘cultura adiantada’ e consolidar o
poderio nacional.
Imoko Ono (ou Onono Imoko) é enviado para a China visando
assimilar a avançada cultura do império continental. Para retribuir a
visita, o imperador de Sui envia uma delegação chefiada por Hai-sei-
sei. Quando esta regressa, novamente Imoko Ono retorna a China
chefiando uma delegação de estudantes como Kuromaro Yamamuko,
Shôan Minamibuchi e o sacerdote Min.
A delegação permanece ainda na China por muitos anos, vendo
a corte de Sui ser sucedida pela de Tang, absorvendo conhecimentos
que posteriormente irão ser fortes bases para elaboração da Reforma
de Taika (645-46). A mudança cultural de Yamato deve-se muito aos
conhecimentos dirimidos da nação chinesa, entre elas suas artes,
ciências e sistema administrativo.
Em meio a grandes disputas entre os Clãs pela hegemonia
política, surge a figura do principe Shôtoku (593-622)– que assume a
regência no reinado da imperatriz Suiko (592-628) – e introduz
grandes e profundas reformas administrativas no governo. (Lei do
Funcionalismo – 603; Dezessete Artigos – 604; entre outras). Temos
como importante ponto a relação entre o principe e a cultura o fato
de ser um ardoroso adepto do Budismo, dedicando-se com
entusiasmo a difusão da doutrina de Shakia Muni, chega até a
escrever livros sobre(Sangyô-Gisho - 611-615)
Há duas versões para a chegada das sutras budistas no Japão,
uma delas é que Paikché presenteia o imperador Keitai (507-521)
imagens e sutras budistas; outra que Shiba No Tattô as trouxe
quando imigrou. Tais sutrastem papel fundamental no reino de
Shotoko influenciando muito a cultura japonesa, com aceitação
entusiástica dos coreanos naturalizados e o clã Soga, entre outros
clãs poderosos. Por ser uma filosofia defendida pela Corte, propaga-
se rápidamente pelo Japão – ainda que entendida não como filosofia e
sim como ritual xamanistíco - , tendo ainda na era Asuka templos
importantes como Hôkôji (ou Asuka-dera) e Asuka-ji, do clã Soga, e
Shinten No-Ji e Hôryûji, erigidos pelo próprio príncipe. Templos estes
usados na época tanto como símbolo de poder como espaço para
decisão política do clã, prática de culto aos antepassados e cura
espiritual.
Ocorrem várias conturbações na Corte devida as posturas
favoráveis ou contrárias ao budismo na época, tendo como opositores
principais o Clã Mononome e o Clã Soga, com a vitória deste último.
Cria-se assim o decreto de Promoção do Budismo (594). Em meio a
isso, muitos mestres de Shôtoku vêm da coréia ajudar o budismo a
ganhar espaço na nação nipônica, e acabam por casarem com
japonesas e exercerem várias profissões, criando assim um valioso
núcleo de cultura importada e promovendo a fusão de elementos
raciais diferentes. Para termos uma noção melhor, na época havia 46
templos budistas, contando com 816 monges e 569 monjas.
Em consequência da adoção do budismo, o Japão começa a
desenvolver-se nas belas-artes e nos estudos clássicos chineses bem
como seus conhecimentos da cultura da Grécia, Pérsia e Índia. Um
grande exemplo arquitetônico é o mosteiro de Hôryuji, erigido em
607, na aldeia de Ikaruga, próximo a atual Nara. Estando ao lado do
palácio residencial do príncipe, constitui uma belíssima vista com tuas
colunas internas de madeira, pavilhão dorado e o pagode que se
lança para o céu. Destruído por um incêndio provocado por um raio e
reconstruído em 670 – hoje conjunto de muitos prédios – contém a
mais antiga construção de madeira do mundo, possuindo ricas
imagens (estátuas) de Buda e esplêncido murais confeccionados por
artistas especializados e naturalizados.
Entre os objetos de extrema beleza encontrados no
tempo, temos a estrutura do Kondô (Pavilhão Dourado) que oferece
um acabamento perfeito. O pagode de cinco andares, as imagens da
Trindade de Buda e Judara Kannon, o santuário portátil Tamamushino
Zushi entre outras.
No templo de Chûgû de Nara, temos conservadas hoje as
imagens de Miroku Bosatsu (Maitreya Bodhisattva), e
mandara(mandala), pintura que descreve o mundo espiritual budista
de várias formas.
Obras de Arte Importantes do Período
Pintura - Marcada pelo seu carácter mais decoratuvo que artística,
existe hoje no Tamamushino Zushi, do Hôryuji, um grupo de pintura
em laca, claramente influenciadas pelo continente. Temos também
pintura atribuida a Yamato no Aya no Maken e outros artistas em
bordado de Tenjûkoku (Terra de Longevidade), no tempo Chûgû de
Nara.
Escultura – Trindade de Shaka e Guze Kannon; Temos dois estilos que
influenciam as construções esculturais do período: Estilo introduzido
por Koguryô de nome Hokugi da escola Kura-Tsukuri-No-Tori que tem
como caranterísticas em suas obras o olho em forma Kyônin, lábios
em forma Gyôgetsu, vestidas de forma simétrica e rostos poderosos)
e o estilo introduzido por Paêchê de nome Nan’Ryô, divergentes da
escola supracitada, de obras característica por seu rosto gentil,
vestidas de forma natual (assimétrica) e mais realistas. São
respectivamente estilos da corte do norte e do sul da China. Têm
como caracter comum o Sorriso Arcaico em suas obras (Kosetsu-No-
Emi)
Caligrafia – Hokke Gisho (comentários sobre o Sutra Hokke) redigidos
pelo príncipe Shôtoku em um conjunto de 04 rolos configuram a mais
antiga peça de escrita em papel – afora materiais epigráficos – do
período, seu estilo caligráfico expressa grande influencia do estilo
chines. Como exemplo de epigrafia temos o epitáfio de Funa no Obito
Ogo e as incrições gravadas na Trindade de Shaka.
Artes decorativas ou aplicadas – Há um considerável avanço no
artesanato japonês, como pudemos verificar ácima em algumas
peças, como também nas espadas conhecidas como Shichisei Ken e
Heishi Shôrin Ken, conservadas no trmpo Shitennô de Osaka.
Tal evolução nos métodos de fabricação de papel e pintura a nankin e
a introdução do calendário se devem respectivamente aos monjes
coreanos Donchô e Konroku.
Considerações Finais
Vemos assim que na cultura, como em qualquer parte da
estrutura da nação japonesa, é observável sua paixão pelo saber e
uma facilidade em importar métodos exógenos, adotando e
adaptando para assimilar e incorporar ao seu meio. Não foi então
diferente na cultura do período Asuka, que importada da China e
Coréia, principalmente por causa do Budismo, foi digerida pela cultura
e preceitos já existentes no Japão, tornando-se algo novo e
característicamente Japonês.