trabalho de humanização (1)

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Enfermagem e o cuidado : Uma relao. O cuidar de forma ampla visualizado com mais clareza na enfermagem, e ainda melhor aplicado pela mulher, que por ser me tem um cuidar especial para com os necessitados, doentes e idosos.Alm disso o cuidado se relaciona com afeio, preocupao e responsabilidades pelas pessoas necessitadas. Em geral a cuidadora (mulher), tem o objetivo de promover o conforto, o bem-estar, a restaurao do corpo e da alma, a reduo da dor e da incapacidade, tudo isso atravs do seu cuidar com afeto e ateno. Tanto o cuidar como forma de viver, quanto o cuidar tecnolgico esto presentes na civilizao, porm o tecnolgico est relacionado medicina, que tem como objetivo a proporcionar a cura. A enfermagem passou a surgir mais tarde, com Florence Nightingale, primeira enfermeira que existiu. Embora Donahue (1985) tivesse em mente que a enfermagem mais velha que a medicina, o que se sabe que o cuidar foi o primeiro existir, portanto ele o mais velho em todas as hipteses.

Aspectos histricos.Nas civilizaes antigas muitas tcnicas que hoje so exercidas pela enfermagem, eram realizadas por mdicos. Outras eram delegadas h mulheres da famlia e tambm escravos e servos, independente do sexo.Em muitas civilizaes, como por exemplo, China e Grcia, essas funes eram realizadas pelos homens, isso porque no permitiam que as mulheres tivessem acesso a esse tipo de funo, mas em algumas civilizaes como Egito, Babilnia, Grcia, Roma, Palestina e ndia, as mulheres eram responsveis pelos partos. Na ndia as pessoas que desenvolvem a arte de cuidar, de uma forma geral so homens e mulheres mais jovens. Eles tm como objetivo promover o conforto que as pessoas necessitadas precisam, alm das atividades de conforto, limpeza de ferida e administrao de pores, as pessoas deviam demonstrar compaixo, humildade, docilidade, obedincia e pacincia.As diaconisas, vivas e as virgens eram conhecidas pelas atividades crist, realizadas atravs de ofertas de alimento, abrigo, dinheiro, vesturio e cuidados aos doentes. Quando no eram religiosas, deveriam fazer voto de castidade e dedicar aos doentes, obras beneficentes. Muitas delas eram de origem nobre e ofereciam seus prprios castelos para abrigar necessitados e doentes, pois naquela poca o abrigo e conforto eram mais importantes do que a cura de enfermidades.Durante o perodo das cruzadas, alm da ordem religiosa foi criada a ordem militar e de enfermagem. Vrios hospitais foram erigidos para prestar cuidados a guerreiros, viajantes e doentes. Algumas dessas ordens permaneceram de forma diferente como Cruz Vermelha e a Cruz de Malta.Durante a idade mdia as mulheres continuavam com a responsabilidade de cuidar dos partos. No sculo XVI foi aberta uma escola para parteiras no Hotel Dieu, em Paris.Com a reforma e a expulso de religiosos e monges na rea do cuidado, os hospitais necessitavam de pessoas para prestar os cuidados aos doentes. Foi um longo perodo (1550 1850), que ficou conhecido como perodo negro.Na Alemanha, no sculo XIX iniciou-se o movimento para recuperar a enfermagem. Sobre liderana do pastor Fliedner e sua esposa, as diaconisas recebiam treinamento de cuidados de enfermagem e prestavam seus servios, sem receberem pagamento, pois eram servidoras de Cristo. O programa durava trs anos e era realizado no instituto de Kaiserswerth, onde Florence Nightingale fez um breve estgio e se inspirou na reforma dos hospitais da Inglaterra.Florence NightingaleFlorence viajou muito em busca de realizar seu sonho de ser enfermeira, e depois de muitos obstculos conseguiu atravs da Guerra da Crimeia, transformar o meio ambiente do hospital em Scutari. Um grande sucesso de Florence foi a reduo da mortalidade de 42% para 2%, em um perodo de seis meses. Seus esforos com relao s reformas atingiram outros pases, se tornado assim uma consultora no planejamento hospitalar.Em 1860 ela abriu sua prpria escola de enfermagem, que serviu de modelo para muitos pases. O modelo adota o esprito religioso, alm das prticas de cuidado e o tratamento de cura da medicina.Florence era uma mulher de carter forte e educao invejvel, dominava vrias lnguas, matemtica, filosofia, cincias e era extremamente religiosa. Ainda hoje h influncia de sua formao, incluindo disciplina, autoritarismo, organizao, obedincia, servilismo, docilidade, entre outras qualidades.Embora Florence tenha tido influncia na enfermagem, ainda hoje o cuidado tcnico prevalece, tornando assim o cuidado humano menos visvel.

A realidade no Brasil. H poucos livros em portugus que tratam da histria da enfermagem. Surgiram alguns trabalhos, em geral teses e monografias na dcada de 1980, escritos por enfermeiras sobre a enfermagem no Brasil. A maioria abordam prticas de sade, surgimento da medicina, da enfermagem e inter- relao entre essas duas atividades.Outras porm abordam sistema de ensino, formaes, categorias e caracterstica da profisso. A orientao tcnica predomina na enfermagem brasileira, apesar das dificuldades no sistema de ensino e de sade, h um desenvolvimento de boa qualidade na enfermagem no Brasil, porm ocorre a falta de reconhecimento, baixos salrios, ineficincia na representao politca e dificuldades com outras categorias que existem. Nas escolas ensinado tcnicas de enfermagem, princpios de administrao e patologias. Os cuidados de enfermagem ou procedimentos tcnicos so realizados por auxiliares e tcnicos de enfermagem e ainda atendente de enfermagem. Em algumas instituies nota-se o respeito por parte da enfermagem, a afetividade, o carinho, a pacincia, etc. Entretanto observado em outras partes, a grosseria, indiferena, intolerncia, desrespeito e desconsiderao. Ultimamente vem sendo enfatizado esses elementos no cuidado humano em enfermagem. Esse cuidado envolve tica, princpios e valores que deveriam fazer parte do ensino do meio acadmico e da prtica profissional. Ainda h controvrsias referentes ao modelo fundamental e a prtica de enfermagem no Brasil. Sem duvida o cuidado fundamental independente do modelo utilizado, o cuidado deve estar junto com o ensino tcnico e cientfico, como esttica e tica. Na verdade o cuidado humano deve ser sentido, vivido, exercitado e expressado atravs de ao e ateno no cotidiano do cuidado de enfermagem.

Interpretao do Cuidar e sua trajetria na Enfermagem A enfermagem desde suas razes tem sido associada ao termo cuidar, e no Brasil tambm esta associada ao termo assistir. O assistir se originou das tradues norte-americanas, vindas do verbo to assist. O termo em ingls normalmente significa ajudar na rea da sade, pois o significado ficou mais forte se comparado socorrer, estar perto de algum quando se necessita de ajuda. Na poca depois de Cristo o cuidar se caracterizou por prestar ajuda aos pobres e doentes. E mesmo na Antiguidade onde o cuidar no era em sentido de curar, ele estava relacionado s crenas da poca. Nos sculos XVII e XVIII a preocupao com os bens materiais era muito grande, ento o cuidar adquiriu um resultado e alvio para os sofrimentos. Com a evoluo saber humano, o status finalmente passou a ter o sentido de cura tambm. Assim na poca capitalista o ato de cuidar passou a ser remunerado, pois foi considerado como foca de trabalho. Em vrios pases, assim como no Brasil, a enfermagem perdeu a valorizao do cuidar, para adquirir a expresso cura adotando assim diversas tecnologias para isso. No Brasil, por exemplo, o enfermeiro tem se feito cada vez mais distante dos pacientes, pois ele o responsvel pela administrao (gerenciamento) da equipe de enfermagem. Os auxiliares de enfermagem so preparados para prestar o cuidar de enfermagem. No fim da dcada de 1960 surgiu o tcnico em enfermagem. Com o passar do tempo o conhecimento mdico e as teorias administrativas passam a andar juntas na rea da enfermagem, essa ultima sempre desenvolvidas entorno de suprimento em relao as instituies medicas. Os livros-textos trazem ao profissional da sade vrias atualizaes no ramo e cada passo do ensino na enfermagem. Em meados das dcadas 60 e 70 as teorias da enfermagem so lanadas e atravs da busca da humanizao na rea, a enfermagem busca sua colocao na cincia, ou seja, sua identidade. Algumas das teorias da enfermagem buscam o estudo do cliente como um todo, ou seja, holisticamente, vendo cada patologia. No Brasil as teorias da enfermagem passaram a ser estudas a partir da dcada de 70. Muitas teorias tm sido atualizadas. Atualmente a fase da enfermagem esta relacionada s discusses e questionamentos sobre o conhecimento. Uma fase revolucionaria, onde teoristas e estudiosos que acompanham a mudana social em que esta o mundo, tentando em parte buscar um valor a rea, e tentando trazer novamente o cuidar, h muito tempo esquecido.

Conceito de genero na enfermagem e o cuidadoA enfermegem e a medicina esto inter-relacionadas e com o processo de evluo pela qual a humanidade tem passado no se faz mas distino de sexo para atuar nessas areas como antigamente. Mas, apesar da evoluo o processo de cuidar apesar de tambem ser exercido por homens, predominantimente feminino graas a formalizao de seu ensino por Florence com aceitao exclusiva de moas.Inicialmente o cuidar no possuia conexo com as praticas de tratamento e cura por isso era desenvolvido em nivel domestico, sendo ento realizado pelas mulheres. Existem varios mitos em funo da identificao das praticas de cuidar com a mulher, alguns deles:Caracteristica feminina de fecundidade e da capacodade de amamentar.

Fator relligioso, advindo da poca em que a pratica era feita por religiosas, virgens e viuvas, sujeitas s regras conventuais.

Outro grande ito que se desenvolve a identificao das praticas de cuidar com a mulher-enfermeira, auxiliar de mdico, que ocorreu principalmente do inicio do sculo XX at o fim dos anos 1960.

Com o passar do tempo, o modo de encarar o corpo vem se tranformando, houve poca em que ele era considerado fonte de impureza e de fornicao, sendo assim ao o ato de limpa-lo e curar suas feridas eram considerados sacrificio, por meio do qual poderia se obter a salvao da alma. Hoje, com o capitalismo o cuidado com o corpo e efetuado de forma que quando ele no tem mais utilidade e produtividade, descartado.Ainda no que se refere ao cuidar, a tecnologia tem feito do cuidado um ato muito impessoal, onde gestos simples como um aperto de mo, um afago e um apoio tem sido cada vez mais esquecidos. A maquina passa a realizar o cuidado e a cuidadora se ocupa do manuseio da mesma.Temos tambem o cuidar associado com praticas de curar atraves da natureza, utilizando as plantas, frutos, raizes e sementes, tambem as mudanas da lua e estaes.A qusto do cuidado, visualizado e entendido na perspectiva de genero, uma questo politica que enfermeiras, principalmente, comeam a concientizar como inevitavel de ser enrentada no momento em que buscam seu reconhecimento social.

Uma questo de identidadeUma das questes mais discutidas hoje em dia a de clarificar o cuidar. Muito se tem estudado sobre o cuidado como fenmeno. Controvrsias existentes que consideram que o cuidado como objeto, foco central, essncia ou imperativo moral da enfermagem. Mas para entend-lo realmente necessrio conhecer este fenmeno e explorar seu significado.Segundo vrias autoras: enfermeiras cederam as demandas polticas desenvolvendo atividades relativas s prticas de cura e procedimentos auxiliares de tratamento, para assim obter reconhecimento, alm de prestgio e status. Desta forma ocorre desvalorizao as prticas do cuidar que passaram a ser delegadas a outras categorias.Cuidado no aspecto interativo: entendido como uma forma de ser tambm uma prtica difcil de ser exercitada, mesmo entre as prprias cuidadoras.

- Pensamentos dos filsofos sobre o cuidado Bishop & Scudder, ilustraram em seu livro de forma soberba como o simples ato de banho pode torna-se uma habilidade que requer alto nvel de competncia por parte cuidadora.Para Radsma o cuidado inegavelmente necessrio, assim como so inegveis as suas razes na histria das mulheres e da enfermagem.Meyer interpreta o cuidado como representativo da enfermagem no sentido de maternagem e significando-o como essncia feminina.Leininger: para ele torna-se difcil avaliar e estimular as habilidades das pessoas, dando-lhes apoio para viverem sua morte ao invs de morrerem sua vida. Assim, sugere diferenciar cuidado de cura, j que possvel viver sem tratamento, mas impossvel viver sem cuidado.

atravs das mulheres que o cuidado concretiza-se como atividade singular. J hoje a predominncia do pensamento masculino rejeita essa viso, mas que paradoxalmente lidera um movimento a favor de aes humanistas nas instituies de sade.Sobre a questo da invisibilidade da enfermagem, acredita-se que, se enfermeiras apresentam crise de identidade, seria necessrio maiores discusses a respeito. Tais discusses e busca de estratgia deveriam congregar a enfermagem como um todo, de forma coletiva, s assim sua identidade seria gradativamente construda, assegurando competncia, segurana profissional, e principalmente, orgulho de ser profissional de enfermagem.