trabalho estudo de apoio acromioplastia
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RODERLEY REIS CIRINO
Material de Apoio ao Estágio
ACROMIOPLASTIA
TURMA 2010 – 7º PERÍODO
Preceptor responsável:
Drº Rauce Marçal da Silva
Fisioterapeuta HC-UFPR
CURITIBA - PR
2013
ANATOMIA DO OMBRO
O ombro é formado por três ossos: úmero, escapula e clavícula, que compõem três articulações: Esternoclavicular, Acromioclavicular, Glenoumeral.
Alguns autores ainda consideram outra articulação no complexo do ombro: a articulação costo-escapular, entre as costelas e a escápula, muito importante na biomecânica fisiológica do ombro.
O Ombro apresenta um movimento de elevação ativa de 180 graus, este movimento portanto é possível pela contração muscular sincronizada de vários músculos, inicialmente o manguito rotador possibilita o início da elevação, depois quem faz o movimento e um músculo extremamente potente chamado deltoide, manguito rotador é o nome dado a confluência de 4 tendões musculares que se inserem no úmero: o subescapular , o supra-espinhal, infra-espinhal e o redondo menor e o redondo maior que não integra o manguito.
(HOPPENFELD, 2007)
Existem 3 tipos acrômio
Anatomia do acrômio: tipo 1 - superfície inferior reta e lisa (menos associada à SI); tipo 2 - superfície inferior curva e lisa, a mais comum, pode ser associada à SI; tipo 3 - ganchoso: é raro e mais associado à SI, pode ser congênito ou adquirido.
(TURTELLI, 2001)
ACROMIPLASTIA
A Acromioplastia é uma técnica utilizada para a descompressão subacromial no tratamento da síndrome do impacto, sendo a lesão do manguito rotador integrante desta síndrome.
A síndrome do impacto são alterações inflamatórias e degenerativas (artropatia) que são atribuídas a microtraumas repetidos nos tendões do manguito rotador contra o arco coracoacromial, associados à hipovascularidade da porção terminal do tendão do músculo supra-espinhal.
(MIYAZAKI et al, 1999)
A acromiplastia pode ser realizado por via aberta, mas a menos agressiva é por artroscópia, pela menor chance de infecção e sem a necessidade de desinserção da origem do músculo deltóide junto ao acrômio. Na cirurgia é realizada a ressecção da porção inferior, anterior e também lateral da parte superior da articulação do ombro o acromio (uma das proeminências da escapula).
O pós-operatório se dá com uso de tipóia tipo Velpeau por seis semanas, para proteção. Radiografias para avaliação do posicionamento das âncoras. Exercícios passivos de elevação anterior ao suportar a dor. Exercícios pendulares são iniciados após a terceira semana. Após seis semanas, encaminhar para reabilitação.
(VEADO et al. 2008)
FISIOTERAPIA
Após a alta hospitalar, o paciente dará continuidade imediatamente ao trabalho iniciado no hospital, supervisionado pelo fisioterapeuta. Precedendo a mobilização passiva, o programa terapêutico terá a cada sessão exercícios de relaxamento da cintura escapular e alongamento do trapézio, visando manter o ritmo escapulotorácico e o abaixamento do ombro. O programa terapêutico será acrescido de exercícios isométricos leves, logo na lª semana, dependendo do procedimento cirúrgico. Essa conduta, além de prevenir atrofia muscular e dar aporte sensorial proprioceptivo, aumenta a força muscular sem movimento articular, eliminando o agravamento dos sintomas pela atividade dinâmica. Nos reparos do manguito rotador, evitamos exercícios isométricos para os rotadores externos e abdutores, até por volta da 6ª semana, tempo aproximado de cicatrização dos tendões.
Fig. 1 Movimentos pendulares em decúbito ventral; Fig. 2 Elevação passiva em decúbito dorsal; Fig. 3 Rotação externa passiva com; Fig. 4 Exercício isométrico o uso de bastão de rotação externa.
(VEADO & FLÓRA, 1994)
“Nas acromioplastias, interrompemos o uso da tipóia por volta da 3ª semana, quando permitimos a movimentação ativa global leve do ombro, exceto nos casos em que não conseguimos uma sutura segura do deltóide no acrômio. Adotamos conduta semelhante nas luxações acromioclaviculares. Por volta da 6ª semana, nas acromioplastias, e, mais tarde ainda (8ª a 10ª semanas), nos reparos de manguito, artroplastias, capsuloplastias anteriores e osteossínteses do úmero proximal, introduzimos exercicios de resistência dinâmica com o tensor elástico.
Visam enfatizar o balanço de forças objetivando corrigir qualquer diferença biomecânica existente. Ressaltamos que nas instabilidades multidirecionais os exercícios com tensor elástico só são introduzidos após seis meses. Nesse momento, o paciente deve estar sem dor e com ADM completa ou quase completa. Utilizamos esquema de exercícios de baixa tensão e número moderado de repetições. A elevação gradual da tensão aumentando primeiramente a distância do braço de alavanca e posteriormente a largura do tensor tem por objetivo ganhar, progressiva e lentamente, resistência muscular, preparando o paciente para retornar às atividades rotineiras. Mobilização passiva e alongamentos da cintura escapular devem sempre preceder os exercícios ativos resistidos, pois contribuem para a manutenção da ADM e de flexibilidade, estimulação proprioceptiva contribui para a conscientização do
Exercícios de resistência dinâmica com o uso de tensor elástico.Os rotadores externos, rotadores internos, deltoide anterior e lateral, bíceps e trapézio.
movimento e do esquema corporal, ao mesmo tempo que dá o aporte sensorial necessário à proteção articular”
(VEADO & FLÓRA, 1994).
Exercício de estimulaçãoproprioceptiva através do uso de bolas até que esteja restabelecido o equilíbrio de forças, ao final do processo de reabilitação.
AVALIAÇÃO
A avaliação funcional da UCLA, previamente usada para artroplastias, é hoje constantemente utilizada para avaliar outras intervenções no ombro, inclusive as lesões do MR. Os parâmetros são: dor (10 pontos), movimento (10 pontos), função (10 pontos) e satisfação do paciente (5 pontos). Graduação menor ou igual a 20 indica resultado ruim; de 21 a 28, regular; de 29 a 33 bom; e 34 a 35, excelente.
(OKU et al.2006)
REFERÊNCIAS:
HOPPENFELD, S. Propedêutica ortopédica; coluna e extremidades. São Paulo: Atheneu, 2007.
MIYAZAKI, AN. DONEUX, SP. SAITO, RY. KUSSAKAWA, D. CHECCHIA, SL. Acromioplastia artroscópica e reparo das lesões do manguito rotador por “miniincisão”. Rev Bras Ortop _ Vol. 34, Nº 7 – Julho, 1999
Oku, EC. Andrade, AP. Stadiniky, SP. Carrera, EF. Tellini GG. Tradução e adaptação cultural do Modified-University of California at Los Angeles Shoulder Rating Scale para a língua portuguesa. Rev. Bras. Reumatol. [online]. 2006, vol.46, n.4, pp. 246-252. ISSN 0482-5004.
TURTELLI, Celso Montenegro. Avaliação do ombro doloroso pela radiologia convencional. Radiol Bras [online]. 2001, vol.34, n.4, pp. 241-246. ISSN 0100-3984.
VEADO, M.A.C. & FLÓRA, W. Reabilitação pós-cirúrgica do ombro. Rev Bras Ortop - Vol. 29, Nº 9- Setembro, 1994.
VEADO, MAC; ALMEIDA, IAF; DUARTE, RG; LEITAO, I. Avaliação funcional do reparo artroscópico das lesões completas do manguito rotador associado a acromioplastia. Rev. bras. ortop. [online]. 2008, vol.43, n.11-12, pp. 505-512. ISSN 0102-3616.