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Educação Social “ Silêncio é cumplicidade. Denuncie a violência contra a pessoa idosa” Tomiko Born (2008)

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Saúde Comunitária II

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Educação Social Saúde Comunitária II

“ Silêncio é cumplicidade. Denuncie a violência contra a

pessoa idosa”

Tomiko Born (2008)

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Educação Social Saúde Comunitária II

Índice

Introdução ................................................................................................................................... 4

Enquadramento teórico .............................................................................................................. 5

Mitos e Teorias do Envelhecimento ...................................................................................... 5

Fatores desencadeantes de maus tratos ................................................................................. 8

A importância do estudo da Resiliência em investigação.................................................... 8

Indicadores de abusos e fatores de risco ............................................................................... 9

Envelhecimento vs velhice .................................................................................................. 10

Os maus tratos sobre o idoso ............................................................................................... 12

Estratégias de prevenção .......................................................................................................... 13

Os cuidados de saúde primários .......................................................................................... 14

Considerações finais ................................................................................................................ 17

Bibliografia ............................................................................................................................... 19

Webgrafia.............................................................................................................................. 20

Índice de Ilustrações e Tabelas

TABELA 1 – Indicadores De Abuso ...................................................................................... 10

ILUSTRAÇÃO 1 – O Enfoque Do Curso De Vida Para O Envelhecimento Ativo ............ 11

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Introdução

É reconhecido que nesta nossa sociedade, nos últimos tempos, se têm verificado

mudanças sociais profundas. É nas familias, mais precisamente no seu funcionamento interno

e estrutural que essas mudanças são operadas. Naturalmente que numa sociedade que se tem

tornado mais individualizada, numa sociedade em que se verifica crise da instituição familiar,

numa sociedade em que, de uma forma acentuada, se constatam indices de natalidade cada

vez mais baixos, por contraponto com o aumento de esperança de média de vida, tudo isto são

fatores influenciadores nas relações entre gerações no seio da própria familia e, por

consequência, na própria sociedade.

É nesta teia complexa que é a sociedade e, mais precisamente no tecido familiar que

encontramos o individuo idoso. Efetivamente é nesta perceção de mudança que importa

referirmos que a violência sobre ele, o idoso, não é um fenómeno novo mas, para além do

facto de haver muito provavelmente ocorrências de maus tratos mais frequentes, é também

um fenómeno que acabou por ganhar mais visibilidade, ou seja, deixou de ser um fenómeno

circunscrito e escondido dentro das quatro paredes da familia ou da instituição que acolhe o

idoso. É verdade que no passado, nas sociedades pré-industriais, o estatuto social do idoso era

plenamente tido em conta, era de especial importância no contexto familiar. A figura do idoso

era sinónimo de sabedoria e experiência. Na contemporaneidade, o paradigma associado ao

idoso é bem diferente, apesar de, por diversos meios se tentar valorizar essa faixa etária.

É então neste contexo reflexivo sobre o envelhecimento da sociedade e,

essencialmente, destacando os diferentes tipos de violência que é exercido sobre o idoso e

traçando algumas medidas estratégicas de prevenção e combate, que o nosso grupo, por

proposta da docente da Unidade Curricular de Saúde Comunitaria II, teve em consideração

para a realização deste trabalho.

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Enquadramento teórico

O abuso, ou maus tratos a idosos só muito recentemente é que foi reconhecido como

um problema social, ainda com pouca visibilidade, tanto de uma forma geral como em relação

aos cuidados de saúde a nível particular. Os maus tratos a idosos assemelham-se aos causados

às crianças, dada a dependência e fragilidade de ambas as idades. Entre muitos fatores

encontra-se o envelhecimento da população, que se deve a um aumento da esperança média

de vida, a um decréscimo da natalidade, progressos da medicina, e também a transformações

socioeconómicas e tecnológicas que vieram proporcionar uma melhoria no bem-estar das

pessoas em geral, tendo implicações a nível demográfico, bem como questões socias que tem

a ver com o fato de a sociedade estar preparada, ou não, para atender às necessidades, dando

apoio a cuidados pessoais e de saúde a esta população (Brito, 2002, p.29).

O envelhecimento é considerado um problema de saúde pública, com previsão de

aumento nas próximas décadas, não só pelo próprio envelhecimento em si, mas porque a par

deste existe um sistema de saúde e proteção social que não está preparado para enfrentar os

problemas e necessidades das pessoas idosas e das suas famílias. Tudo indica que os maus

tratos a idosos tendem a aumentar, tendo em conta os índices de dependência da população

mais velha (Brito, 2002, p.32).

Mitos e Teorias do Envelhecimento

Segundo Stanhope e Lancastre (1999, p.638), o envelhecimento é um processo

normal, que não é bem compreendido e, ao longo dos anos tem surgido mitos a ele

associados. Alguns dos mitos comuns implicam uma perceção de que todos os idosos são

débeis, senis, surdos, que não conseguem adaptar-se á mudança, gostam de estar sentados

balouçando-se nas suas cadeiras de baloiço, conduzem mal, não estão interessados ou não são

capazes de ter atividade sexual, não conseguem aprender e são todos semelhantes. Estes mitos

são completamente injustos para os idosos e caracterizam-se de uma forma que não é nem

correta, nem humana. Muitos dos mitos que envolvem o envelhecimento fomentam a velhice.

A velhice é um termo preconceituoso sobre as pessoas idosas, é semelhante em muitas coisas

ao racismo, sexismo e é tão prejudicial como estes. A velhice pode provocar o isolamento

social dos idosos e perpetua o medo de ficar velho que reside em todos nós.

O processo de reconhecimento de que os idosos são vítimas de violência na sua

própria família, foi mais difícil de encarar, pois vem por em causa a mitologia que sustentou a

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família como espaço privilegiado de afetos e segurança, acreditava-se que existia uma espécie

de “ Golden Age” na terceira idade, os idosos eram respeitados na família desempenhando um

papel social e familiar útil. Atualmente a terceira idade passou a ser desprezada, e cada vez

mais isolada socialmente, segundo Dias, (2004, p.3),citando Wolf e Pillemer (1989), referem

que os maus tratos praticados sobre os idosos não são um fenómeno novo, nem exclusivo das

nossas sociedades. Nas sociedades não industrializadas já existia conflitos entre os mais

velhos e as gerações mais novas, em que abandonar os idosos ou deixá-los morrer era mais

comum do que se possa imaginar, logo os problemas a que os idosos estão sujeitos, no seio

da família, não conhecem fronteiras temporais ou culturais.

Barnett, Perrine e Perrin (1997), citados por Dias (2009, p.7) , a definição de abuso a

idosos não é conceptual: “Abuso a idosos refere-se a um comportamento destrutivo dirigido a

um adulto Idoso, que ocorre num contexto de confiança e cuja frequência não só provoca

sofrimento físico, psicológico e emocional, como representa uma séria violação dos direitos

humanos”.

Já em 2002, o Conselho da Europa, define este conceito como: “Todo o ato ou

omissão cometido contra a sua vida, segurança, economia, integridade física e psíquica, sua

liberdade, ou que comprometa gravemente o desenvolvimento da sua personalidade”.

Ainda na mesma data as Nações Unidas definem da seguinte forma: “Qualquer ato

único ou repetido, falta de ação apropriada que ocorre no contexto de uma relação de

confiança, que cause dano ou sofrimento à pessoa idosa”.

Independentemente da definição do conceito, o mesmo integra vários tipos de maus

tratos como:

“Abuso Físico – como injuria e coerção física, causando no idoso

lesões físicas, danos psicológicos visíveis, como a diminuição da

mobilidade e alterações de comportamento;

Abuso Psicológico – Prática de sofrimento mental e angustia, é

infligido através de agressões verbais, insultos, ameaças e vários

processos de humilhação, o idoso sente medo, apatia e tem dificuldade

em tomar decisões, conduz a uma diminuição da dignidade e da

autoestima;

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Abuso Material – Reside na exploração económica, no uso ilegal dos seus

fundos e recursos, conduz á apropriação indevida dos seus bens,

propriedades e até deixa de ter controlo sobre os seus bens pessoais;

Auto negligência – incapacidade do idoso desempenhar tarefas de

autocuidados;

Negligência - o abuso mais frequente, perpetuado de forma ativa, ou

passiva, que passa pela recusa ao nível da prestação de cuidados

necessários ao bem-estar da pessoa idosa, sendo a negligência ativa, feita

de forma consciente, e embora a negligência passiva seja semelhante nas

suas ações, é feita de forma inconsciente” (Dias, 2009, p.7, citando

Pagelow, 1989; Wolf e MC Carthy, 1991;Donnio, 1999).

Segundo Stanhope e Lancastre (1999, p.637), os idosos são negligenciados quando os

outros falham em fornecer-lhes alimentação adequada, vestuário, abrigo e cuidados físicos e

em dar resposta às necessidades fisiológicas, emocionais e de segurança.

A brutalidade no tratamento das pessoas idosas pode levar a equimoses e derrames nos

tecidos corporais, devido à fragilidade da sua pele e sistema vascular. É muitas vezes difícil

determinar se as lesões que as pessoas idosas apresentam, resultam de maus tratos, quedas, ou

outras causas naturais. Outras formas de maus tratos físicos a que os idosos estão expostos,

resultam da imposição de exigências de higiene irrealistas e da desconsideração das

necessidades especiais e dos padrões de vida anteriores.

As pessoas idosas podem também ser maltratadas no que diz respeito á nutrição.

Podem receber alimentos que não podem mastigar, ou que são contraindicados por restrições

dietéticas. As pessoas que lhes prestam assistência, podem não ter em conta as preferências

alimentares ou as crenças sociais ou culturais relativos à alimentação. Se não conseguem

preparar as suas próprias refeições nem comer os alimentos que lhes são preparados, os idosos

podem tornar-se subnutridos.

Os indivíduos que prestam cuidados aos idosos dão-lhes ocasionalmente

medicamentos para induzir a confusão ou a sonolência, de modo a que deem menos

problemas, necessitem de menos cuidados ou permitam a outros ter controlo sobre os seus

recursos financeiros ou pessoais. Uma vez medicados os idosos têm poucos processos de agir

em sua própria defesa.

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A forma mais comum de maus tratos psicológicos é rejeitar ou ignorar o idoso. Este

tipo de tratamento transmite que eles não têm valor nem utilidade para os outros.

Consequentemente os idosos podem regredir tornando-se cada vez mais dependentes dos

outros, ressentindo-se da imposição e exigências do seu estilo de vida, passando a um ciclo

que quanto maior a regressão da pessoa, maior a sua dependência.Stanhope e Lancastre

(1999, p.638).

Fatores desencadeantes de maus tratos

As pessoas que cuidam de idosos abusam-nos por várias razões. Os membros mais

idosos da família podem impor um fardo físico, emocional ou financeiro que leva á frustração

e ao ressentimento. O abusador pode estar a reverter padrões familiares anteriores, em que o

abusador foi previamente abusado pelo idoso, segundo Stanhope e Lancastre (1999, p.815),

citando Anetzberger et al. (1994).

O mais importante fator de risco isolado é o abusador ter tido uma história de

violência (Pillemer e Finkelhor, [1998], cit in Stanhope e Lancastre [1999, p.816]). Além do

mais uma proporção significativa de idosos maltratados do sexo feminino são mulheres

espancadas que envelheceram. Assim, embora seja importante avaliar uma possível situação

de maus tratos quando o idoso necessita dos cuidados dos membros da família, deveria ser

feita a avaliação da ocorrência de abuso a todos os idosos.

Um subgrupo particularmente vulnerável aos maus tratos são os idosos confusos e

debilitados, muitos com limitações físicas ou mentais graves, vivem na comunidade e são

cuidados pelas suas famílias. Pesquisas recentes indicam que indivíduos que sofrem da

doença de Alzheimer, ou outras demências, estão sujeitos a maior risco de maus tratos físicos,

que as pessoas idosas com outras doenças. Estas doenças resultam num fardo maior e

consequentemente em depressão, para as pessoas que deles cuidam (Stanhope e Lancastre

[1999, p.816], citando Coyne et al., [1993]). Viver com, e fornecer assistência a um idoso

confuso é uma tarefa difícil e sem pausas, que leva os membros da familia à exaustão.

A importância do estudo da Resiliência em investigação

“Encarada como um mito por alguns, a resiliência, ainda que constituindo uma área de

investigação relativamente recente, tem vindo a ganhar adeptos a nível da comunidade científica,

estando na origem de numerosas publicações e artigos científicos” (Siqueira et al, p.85). O estudo

deste flagelo que é a violência sobre os idosos, constitui claramente um exercício de resiliência, se

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analisarmos de uma perspetiva científica, pouca investigação se tem feito em Portugal sobre esta

temática, por vezes, parece que existe a tendência de se menosprezar a existência desta forma de

violência sobre os idosos, nem sempre a perspetiva biomédica é a resposta às necessidades do idoso. O

nosso grupo pretende ter um olhar Biopsicossocial como perspetiva, como tal, “em saúde os aspetos

físicos, mentais e sociais, formam um bloco indissociável” (Ribeiro, p.350).

Na vida adulta, tal como na do idoso, as relações sociais estão interligadas com a

própria saúde. Como seres sociais que somos, precisamos do “outro” para sobreviver, esta

doutrina torna-se ainda mais sensível no idoso, evita o isolamento e a solidão que tanto afeta

esta faixa etária. O estudo realizado por Giles, Glonek, Luszcz & Andrews no ano de 2005,

comprova isso mesmo. Citados por Siqueira, realça que “estudos epidemiológicos realizados

nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia mostram que, geralmente, as relações sociais

produziam efeitos positivos sobre a sobrevivência de adultos” (Siqueira et al, p.68). De referir

ainda que este estudo teve como amostra, uma população com idades compreendidas entre os

18 e os 94 anos. Os maus tratos a idosos, infelizmente e ao contrário do que seria expetável,

estão associados às pessoas cuidadoras, ou seja, às pessoas que supostamente os deveriam

manter em segurança. O Professor José Ferreira Alves aponta precisamente nesse sentido,

quando afirma que, “de forma significativamente menos consciente está o problema dos maus

tratos e negligência exercidos contra pessoas idosas por parte dos seus cuidadores” (Alves,

2004, p.1). De acordo com um estudo Norte-americano, especificamente a National Elder

Abuse Incidence Study e a secção do departamento de justiça norte – americano, a

negligência corresponderá ao tipo de maus tratos mais frequentes ao idoso, cerca de 48,7%,

seguido do abuso emocional/Psicológico 35,5%, 30% está associado ao abuso financeiro e

material, restando os abusos físicos com cerca de 25%. Será interessante ainda verificar, o que

o mesmo estudo demonstra relativamente à percentagem atribuída aos agressores sobre os

idosos. “Os filhos são os principais perpetradores com 47,3% de incidentes relatados,

seguidos dos cônjuges (19,3%), outros familiares (8,8%) e netos (8,6%)” (1998, cit in Alves,

2004, p.8).

Indicadores de abusos e fatores de risco

A literatura propõe alguns indicadores de molde a evitarmos e precavermos possíveis

situações de risco. Entendemos partilhar alguns quadros teóricos por acharmos de máxima

importância “atacarmos” as causas que podem dar origem aos maus tratos sobre os idosos e

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não andarmos a remediar sucessivamente, e quando são conseguidas, identificar as

consequências.

Reis (2000, cit in Alves, 2004, p.11), propõe uma tabela de indicadores de abuso, onde

o cuidador e o idoso estão mencionados relativamente às caraterísticas que cada um deles

apresenta para ser agressor ou agredido, conforme tabela:

Tabela 1 – Indicadores de abuso (Reis, 2000, cit in Alves, 2004, p.11)

Envelhecimento vs velhice

Desde sempre que o envelhecimento é preocupação do Homem. Ninguém fica alheio a

este processo bem como aos problemas subjacentes que o mesmo acarreta. Não tenhamos

quaisquer dúvidas de que este é um tema de vital importância da sociedade atual, da estrutura

sociodemográfica dos países do mundo ocidental e, concerteza, da generalidade dos países – o

Envelhecimento Populacional.

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Muitos estudiosos se têm debruçado sobre esta problemática, as mais variadas

investigações têm sido efetuadas com maior frequência desde os anos 70, não escapando a

fontes de saber tais como a biologia, a psicologia, a sociologia, a antroplogia, a politica, entre

outras.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), consoante o envelhecimento

operado no Homem, este, encontra-se muito mais sujeito a doenças, dificuldades de

percepção, mnésicas, etc. Este tipo de fragilidade acelera a morbidade, a incapacidade e

mortalidade. Vejamos a ilustração 1 que nos permite uma melhor compreensão (Fonte:

Kalache e Kickbush, 1997).

Ilustração 1 – O enfoque do curso de vida para o envelhecimento ativo

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) define velhice como

“Prolongamento e término de um processo representado por um conjunto de modificações

fisiomórficas e psicológicas ininterruptas à ação do tempo sobre as pessoas” (cit in Sodré, et

al, 2009, p.2).

Este é o momento em que o individuo fica inexoravelmente exposto a um declínio

biológico ou físico perdendo o seu vigor e reduzindo de uma forma gradual as suas

capacidades de raciocínio. É o momento em que os papéis sociais e familiares conhecem

alguma degradação. É a sua reforma face à atividade profissional e, por consequência a sua

“reforma” social. Podemos daqui inferir que há como que uma decadência da sua pessoa e

agora mais que nunca importa dar um “salto” na sua vida. Reorganizá-la, torna-la positiva

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perante as ameaças e obstáculos constantes que irão surgir. Caso contrário, o idoso, aquele

que chegou à velhice, acaba por seguir um percurso que de todo não é saudável, ou seja,

refugia-se no seu canto, isola-se, sedentariza-se o que vai assim consubstanciar os desajustes

que são comuns a este momento ou a esta fase da vida.

Norbert Elias (2002, cit in Minayo, 2005, pág.5), resume desta forma a mudança

operada no ser humano quando a velhice toma conta de si:

“A fragilidade dos velhos é muitas vezes suficiente para separar os que

envelhecem dos vivos. Sua decadência os isola. Podem tornar-se menos sociáveis e

seus sentimentos menos calorosos, sem que se extinga sua necessidade dos outros.

Isso é o mais difícil: o isolamento tácito dos velhos, o gradual esfriamento de suas

relações com pessoas a quem eram afeiçoados, a separação em relação aos seres

humanos em geral, tudo o que lhes dava sentido e segurança”.

Obviamente que este poderá ser um estado que leva o idoso a comportamentos menos

aceitáveis por parte dos familiares acabando estes por agir em desconformidade com essa

situação, através de ações no mínimo reprováveis em relação àqueles, nomeadamente, usando

de violência gratuita ao invés de uma prática que essa sim devia ir ao encontro das

necessidades do idoso. Será então aqui que se desenrola um processo que muitas vezes não

tem fim.

Os maus tratos sobre o idoso

Dias (2005,p.260), refere que, associado ao envelhecimento encontra-se igualmente o

fenómeno do mau trato. O reconhecimento de que os idosos eram vítimas de mau trato na

família e em contexto institucional foi tardio. Só em final dos anos 70, início dos anos 80, é

que tal foi reconhecido como um grave problema social. Os profissionais ligados às agências

formais de serviço social e à saúde rapidamente se apropriaram deste tema, passando a

intervenção a desenvolver-se sobretudo no âmbito das instituições médicas e sociais.

A definição que mais se utiliza para os maus tratos cometidos contra os idosos é a

“Ação única ou repetida, ou ainda a ausência de uma ação devida, que cause sofrimento ou

angústia e que ocorra numa relação em que exista expectativa de confiança” (INPEA,

1998;OMS, 2001). No ano seguinte, em 2002, o Conselho de Europa define este conceito

como “Todo o ato ou omissão cometido contra uma pessoa idosa no quadro da vida familiar

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ou institucional e que atenta a sua vida, a segurança económica, a integridade física e

psíquica, a sua liberdade ou comprometa gravemente a personalidade”.

Conforme já o dissemos atrás, os maus tratos a idosos não se circunscrevem

unicamente ao seio familiar. Estes podem ocorrer em instituições de prestação de cuidados e

sob as mais variadas formas.

De acordo com Wolf e Pillemer (1989, cit in Osório e Pinto [2007], p.159), os maus

tratos a idosos podem ser físicos (danos físicos, coerção corporal ou abusos sexuais),

psicológicos (angústia mental), comportamentos de negligência (abandono ou não prestação

de cuidados básicos) ou abusos materiais (exploração de recursos ou uso inapropriado de

bens). Tomlin (1989, cit in Osório e Pinto [2007], p.159) faz referência à existência de uma

categoria de maus tratos mais subtil, que denomina de maus tratos passivos, consistindo na

existência de condições inadequadas nos lares e residências para idosos, como sendo salas

demasiado grandes e pouco acolhedoras, juntando vários idosos na mesma divisão, sem

privacidade ou espaço para bens pessoais; alimentação pouco elaborada, insuficiente em

nutrientes; falta de pessoal assistente a nível de saúde e ocupacional; ausência de estimulação

cognitiva.

É importante também salientar que os maus tratos dirigidos às pessoas idosas são sem

dúvida um problema de Direitos Humanos. Efetivamente a Organização das Nações Unidas,

na sua Recomendação nº. 46/91, alerta os governos para a necessidade de integrarem nos seus

programas nacionais os seguintes princípios: dignidade (aos cidadãos mais velhos devem ser

garantidas condições dignas de existência, de segurança, de justiça), autonomia,

desenvolvimento pessoal bem como o acesso a cuidados e participação.

É então nesta ordem de ideias que Dias (2005, p.252), citando Myriam Leleu (s/d

p.10), reafirma que acima de tudo a população idosa deve tomar a vida pelo que ela é e fazer o

que verdadeiramente gosta e citando Sousa (et al, s/d p.39), diz ainda que há que desafiar os

idosos para novas aventuras, e evitar que percam o vínculo a uma vida social, cultural e

politicamente ativa.

Estratégias de prevenção

Segundo Stanhope e Lancastre (1999, p.816), citando Fulmer (1989), sugere as

seguintes estratégias de prevenção para as comunidades:

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• “Desenvolver novas formas de dar apoio às famílias que cuidam dos idosos,

incluindo auxilio na decisão de interromper os tratamentos em casa”;

• “Publicitar os apoios existentes às famílias que cuidam de idosos”;

• “Envolver todas as organizações comunitárias no desenvolvimento de novos apoios

e programas para as famílias com membros idosos”;

As estratégias de prevenção primária e prevenção secundária dos maus tratos a idosos

incluem grupos de apoio á vitima, programas de voluntários para a defesa do individuo sénior,

e o treino de assistentes que trabalham com idosos (Stanhope e Lancastre 1999, p.818, citando

Wolf et al., 1994).

Os cuidados de saúde primários

O progresso da Medicina aumentou a esperança média de vida. O estatuto do idoso foi

alterado tanto no contexto familiar como social. Segundo a Associação Portuguesa de Apoio à

vitima, (APAV), houve um aumento de 20,4% no total de idosos vitimas de crime de 2006,

para 2007, sendo no entanto nas consultas com o médico de família uma oportunidade para

detetar maus tratos. O idoso passou a ser um “fardo” que é necessário cuidar, e a falta de

preparação dos familiares e também das instituições para lidarem com os problemas do

envelhecimento tem causado o aumento dos maus tratos contra os idosos (Costa, Pimenta, et

all, 2009, p.539).

Afirmam os especialistas em Demografia, e segundo Brito (2002, p.30), que os

indivíduos que atingem a idade da senescência, os sessenta e cinco anos, poderão em média

contar viver ainda uns dezoito a vinte anos mais. Não parece mal, no entanto o problema é

que apenas pouco mais de metade desse período se poderá considerar como uma vida

independente, depois virá para muitos a perda de autonomia, a invalidez e a dependência.

Segundo a OMS, pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, são de uma forma geral

considerados idosos, embora para a maioria seja aos 65 anos. O aumento da população

envelhecida, as mudanças sociais, como famílias mais pequenas, o número de mulheres

empregadas que aumentou, (normalmente eram estas que cuidavam dos idosos), o aumento da

descriminação em relação ao idoso, e a sua institucionalização, são fatores facilitadores do

problema atual, de maus tratos. As doenças cronicas afetam cerca de dois terços dos idosos,

estas situações de dependência de uma terceira pessoa, geralmente uma mulher da família,

(mulher, filha, irmã), cujo esforço são fundamentais para manter o doente com o máximo de

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bem-estar que se pode esperar. Sem esta prestação o idoso teria de ser acolhido numa

instituição ou unidade de cuidados contínuos, onde poderia sobreviver mais algum tempo,

mas onde teria enormes problemas de adaptação, e onde certamente seria bastante mais infeliz

(Brito, 2002, p.31).

Em relação aos cuidados de saúde primários, podemos referir que o Médico de Família

encontra-se numa posição privilegiada para identificar as situações de maus tratos, e intervir

nas situações de risco identificando os idosos que necessitam de proteção, ou até as próprias

famílias que não tenham condições de dar o devido apoio aos mesmos.

A prevenção primária de maus tratos a idosos, passa pela identificação, e tentativa de

modificar os fatores de risco, que dão origem a maus tratos, como sendo a idade avançada,

limitação funcional, alterações de comportamentos, dependência física e emocional do idoso,

fracos recursos económicos, isolamento social, entre outros. Segundo Brito (2002, p.36),

vários estudos tem vindo a sugerir que as pessoas que prestam cuidados a familiares durante

longos períodos, como acontece na maior parte dos casos, com familiares idosos dependentes,

sofrem várias alterações ao nível da vida familiar e social, como problemas económicos e

laborais, cansaço, desgaste a nível físico e psíquico, sendo a depressão um dos principais

problemas. Todos estes fatores podem desencadear maus tratos, e há que tê-los em

consideração. Para além destes, existe ainda uma prevenção secundária, que consiste em

detetar os sinais de maus tratos precocemente. Muitas vezes os maus tratos podem-se

confundir com sinais e sintomas de patologias, que prevalecem nessa faixa etária, pelo que

devem ter em atenção essa possibilidade e fazer o despiste. Após detetados os casos, pode o

Médico de Família intervir no sentido de modificar, tanto na prevenção primária, como

secundária, com o apoio do serviço social para aconselhamento de frequência de um Centro

de Dia, ou apoio domiciliário, tentando evitar o isolamento social. Em relação à pessoa que

cuida pode-se identificar o problema, e atuar de forma preventiva, perante situações de

elevada carga emocional e que dão origem a atos de violência contra o idoso. Pode-se

partilhar os cuidados do idoso com outros membros da família, e em conjunto com os serviços

sociais proporcionar períodos de descanso à pessoa que cuida (Brito, 2002, p.37).

Segundo Stanhope e Lancastre (1999, p.818), a meta dos cuidados aos idosos é

otimizar a sua saúde e capacidade de funcionamento em geral. Nesta meta está a capacitação

dos idosos para permanecerem nas suas casas, o que ajuda a reduzir os custos de saúde,

aumenta a qualidade de vida, e preserva o estado funcional.

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Um aspeto importante para determinar a capacidade de um idoso funcionar

independentemente na comunidade é a extensão da sua rede social, que pode ser definida

como aqueles indivíduos com quem os idosos tem contato por causa da proximidade ou

reciprocidade, alguns podem estar relacionados com os seus cuidados, sendo a maior parte

dos cuidados assegurados por membros da família. As mulheres, filhas, noras, irmãs ou outros

familiares do sexo feminino representam 70% de todos os prestadores de cuidados, os homens

idosos são geralmente cuidados pelas suas mulheres, enquanto as mulheres contam com os

seus filhos adultos. É importante avaliar a interação entre os idosos e os seus prestadores de

cuidados para avaliar se existe ou poderá existir negligência, exploração e maus tratos. O mau

trato ao idoso é definido como “ato de execução ou omissão que conduz a dano ou ameaça de

dano do bem-estar de um idoso” (Stanhope e Lancastre, 1999, p.819, citando O’Brien, 1992 e

Ramsdell, 1991). As mulheres idosas que exibem comportamentos difíceis são vítimas típicas

de maus tratos. Normalmente os maus tratos a idosos são subestimados, assim quando se

suspeita de maus tratos deveriam ser questionados diretamente sobre estarem a ser usados,

limitados contra a sua vontade, ou serem vítimas de roubo (Costa, 2009, p.539).

Assim os serviços que prestam cuidados às pessoas idosas devem ser: Abrangentes,

assegurando todas as ajudas sociais, de habitação e saúde, envolvendo familiares e outros

prestadores de cuidados. Equitativos, providenciando independentemente das suas

possibilidades, ou deficiências, a igual satisfação das suas necessidades. Acessíveis, ter em

conta a mobilidade, e o grau de instruções, podendo terem de ser assistidos no domicílio.

Oportunos, de forma a responderem rapidamente as situações mais urgentes. Integrados,

englobando os problemas das pessoas idosas e dos familiares que prestam cuidados.

Coordenados, assegurando a interligação entre os serviços ou entidades prestadoras de

cuidados de forma a garantir respostas adequadas. Planeados, estudando e promovendo as

necessidades da população idosa de forma a garantir o planeamento das respostas, e

Orçamentados, ter em conta o custo/benefício para uma correta gestão do orçamento face às

reais necessidades (Cordeiro, 1997, p.82).

A violência contra os idosos é um problema que necessita ser ultrapassado com o

apoio de todos, devemos criar uma cultura em que envelhecer seja aceite como um processo

natural do ciclo de vida, para que os idosos possam viver com dignidade, sem abusos e

exploração, dando oportunidade de participarem plenamente na vida social (Born, 2008,

p.50). O objetivo principal passa pela prevenção dos maus tratos. É urgente contribuir para

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uma mudança de mentalidades e atitudes em relação a este grupo populacional mais

vulnerável.

“Melhorar a sensibilidades das pessoas á problemática do

envelhecimento humano, para uma maior compreensão dos seus

múltiplos aspectos, através da informação e formação dos seus

profissionais, das próprias pessoas idosas, bem como da formação das

famílias, vizinhos, voluntários e comunidade em geral, é uma tarefa

imprescindível para a promoção e melhoria de um processo de

envelhecimento saudável”. (Cordeiro, 1997, p.80)

Considerações finais

É de questionar a quem estão entregues os idosos quando percebemos que é

precisamente no seu microssistema, o sítio onde eles estão mais suscetíveis aos maus tratos.

Quem poderá assegurar o envelhecimento da nossa população livre deste flagelo? Sem dúvida

que este “problema”, deverá preocupar toda a população em geral. Como futuros Educadores

Sociais teremos que ter sempre em mente este fenómeno, estarmos atentos e vigilantes, tendo

em atenção todos os indicadores que possam levar à prevenção da violência sobre os idosos,

fazendo um diagnóstico correto e um acompanhamento contínuo.

O estatuto social do idoso está fragilizado e os estigmas sobre a velhice ameaçam

transformar o idoso num ser descartável. A contestação social do direito à existência dos

idosos é uma das mais graves formas de violência e é perpetrada pelo próprio idoso em

relação a si mesmo e pela sociedade. O próprio idoso, por pressão do estigma, sente-se muitas

vezes ultrapassado e desvalorizado, acha que já teve a sua época e que agora não serve para

mais nada.

Ao falar-se em violência contra o idoso, pensam-se de imediato em espancamentos,

torturas, privações e clausuras (que, infelizmente, são comuns), mas para além destas existem

outras situações de violência que são muito complexas, de difícil deteção, diagnóstico e

prevenção.

É sabido que de uma forma geral existe uma descredibilização, estereotipada por sinal,

dos idosos, quer por motivos produtivos quer mesmo funcionais, por parte da sociedade. Esta

desvalorização social dos idosos choca com a riqueza de conhecimentos e de experiências que

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foram acumulando ao longo da sua vida. Só que este conhecimento e esta experiência que se

aprende fazendo e se transmite porque se sabe, dificilmente consegue competir com o

conhecimento adquirido pela formação escolar. Mas, parece-nos que todo o percurso de vida

deste “idoso” foi totalmente esquecido… Esquecido na medida da contribuição que teve, em

que produziu e em que se manteve ativo numa sociedade exigente e adversa.

Há um aspeto concreto que pretendemos analisar, e recorrendo a uma analogia em

termos legislativos (se é que se pode recorrer), salientamos o facto desta descredibilização se

dever à pouca importância que o idoso tem para um estado de direito e que deve

(obrigatoriamente) proteger todos os seus cidadãos. Na evolução dos tempos, e olhando para o

que sucedeu com os crimes da agora tipificada Violência Doméstica, houve necessidade de

enquadrar e atualizar um avolumado tipo de crimes para que daí resultasse, definitivamente,

toda a proteção, social e jurídica, às mulheres. E isto já devia ter sido feito em relação aos

idosos! Como é óbvio, tudo o que não está previsto nas Leis Portuguesas não tem qualquer

punição, e, mesmo o que se encontra legislado é difícil de ser aplicado. Tal sucede com os

idosos, onde grande parte dos crimes cometidos sobre si (furtos, roubos, burlas, ofensas á

integridade física, etc.), dada a sua debilidade física e mental com o avanço da idade, de onde

resultam quer os abusos físicos e psicológicos quer o aproveitamento financeiro, mormente

praticados por familiares e pessoas mais próximas, a Lei em vigor não só apenas não os

protege como descredibiliza esses factos, levando quem deveria exercer o poder de aplicar a

Lei até a achar que os idosos quando denunciam ou procuram certas instituições é para

chamarem a atenção e para romperem com a solidão. Se houve necessidade de adaptar e

tipificar um crime específico para a violência contra as mulheres, mais dever tem um estado

de direito e democrático, como se diz ser, de criar uma Lei que proteja os mais frágeis, que,

neste caso, são os idosos. Por exemplo, na Suiça, quando alguém arrenda uma casa a um

idoso tem que reportar essa informação à Polícia, de forma a que esse idoso seja vigiado.

Desta forma, a Polícia sabe sempre onde estão a viver as pessoas que, pela idade, correm o

risco de ficar sozinhas e de precisarem de ajuda.

Aqui está uma medida muito fácil de implementar. Está tudo inventado, é só uma

questão de haver vontade para resolver estes problemas sociais.

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