trabalho - w2003

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Sumário 1. INTRODUÇÃO............................................... 2 2. OBJETIVO................................................. 2 3. MATERIAL E MÉTODOS.......................................3 3.1. LOCAL DE TRABALHO.....................................3 3.2. TÉCNICA UTILIZADA.....................................4 3.3. ESPÉCIES UTILIZADAS....................................5 3.3.1 Crotolária (Crotolaria spectabilis)......................5 3.3.2 Feijão-de-porco (Canavalia ensiformis)..................5 3.3.3 Crisântemo (Chrysanthemum carinatum)...............6 3.3.4 Brachiária (Brachiara decumbens)...................6 4. RELATÓRIO................................................ 6 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................8 5. CONCLUSÕES.............................................. 11 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................12 1

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Page 1: Trabalho - W2003

Sumário

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................2

2. OBJETIVO.............................................................................................................2

3. MATERIAL E MÉTODOS......................................................................................3

3.1. LOCAL DE TRABALHO..................................................................................3

3.2. TÉCNICA UTILIZADA.....................................................................................4

3.3. ESPÉCIES UTILIZADAS....................................................................................5

3.3.1 Crotolária (Crotolaria spectabilis)..............................................................5

3.3.2 Feijão-de-porco (Canavalia ensiformis).....................................................5

3.3.3 Crisântemo (Chrysanthemum carinatum)..................................................6

3.3.4 Brachiária (Brachiara decumbens)............................................................6

4. RELATÓRIO..........................................................................................................6

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................8

5. CONCLUSÕES....................................................................................................11

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................12

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Page 2: Trabalho - W2003

1. INTRODUÇÃO

O grande desenvolvimento que o mundo vem sofrendo principalmente nas

últimas décadas faz com que grandes obras sejam necessárias para suprir as

necessidades da população que cresce continuamente. Dentre essas obras

podemos citar a abertura de estradas, o principal meio de transporte no Brasil, que

sempre gera modificações significativas na estrutura do solo, as escavações,

atividades mineradoras e obras de engenharia em relevo acidentado são alguns

exemplos que podemos dar de atividades que criam taludes íngremes desnudos de

vegetação deixando essas regiões completamente sujeitas à erosão eólica e

hídrica.

Devido a esses fatores, em muitas dessas áreas se faz necessária a

implantação de projetos para a sua recuperação, promovendo obras de drenagem,

geotecnia, terraplanagem e revestimento vegetal para melhoria do aspecto visual

do local.

Dentre as técnicas de revegetação, a utilização do saco de aniagem é muito

bem vista por propiciar grande diversidade biológica e por conter nutrientes para o

crescimento das culturas nos primeiros meses, além de ser bem recomendado

para recuperação de taludes. Porém essa técnica também apresenta algumas

deficiências, como custo relativamente alto, necessidade de muito tempo para

confecção e compartimentalização dos sacos e dificuldade na fixação dos mesmos

dependendo da inclinação do talude.

2. OBJETIVO

O presente trabalho tem como objetivo avaliar o consórcio e a eficiência de

diferentes espécies de plantas na revegetação de um talude na Universidade

Federal de Viçosa. O local a ser recuperado apresenta solo pobre exposto há muito

tempo e alta declividade (próximo de 90o). A cidade de Viçosa possui índice de

chuva médio anual de aproximadamente 1200mm e temperatura média de 20o .

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Foi observada a evolução do desenvolvimento de quatro espécies:

crisântemo (Chrysanthemum carinatum), feijão-de-porco (Canavalia ensiformis),

braquiária (Brachiara decumbens) e crotolária (Crotolaria spectabilis). O motivo

pelo qual as referidas espécies foram escolhidas será apresentado durante o

desenvolvimento do trabalho.

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. LOCAL DE TRABALHO

O saco de aniagem foi instalado num talude localizado no Campus

Universitário da Universidade Federal de Viçosa - MG, próximo ao Departamento

de Zootecnia (Figura 1). A parcela foi a Alfa, localizada na região central inferior do

talude.

Figura 1: Vista parcial do Campus da Universidade Federal de Viçosa evidenciando a localização do

talude onde foi realizado o presente trabalho.

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3.2. TÉCNICA UTILIZADA

Para preenchimento do saco de aniagem, foi utilizado 7,5 L de “top soil”

extraído da parte superior da encosta, 4L de serrapilheira, recolhida próximo ao

local, 90g de superfosfato, 4,5L de esterco eqüino e mix de semente constituído por

Brachiara decumbens, Chrysanthemum carinatum, Crotolaria spectabilis e

Canavalia ensiformis, cujo volume adicionado foi de 0,100L.

A mistura dos componentes foi feita sobre o passeio próximo ao talude,

assim como o preenchimento do saco de aniagem e sua costura. Para fixação do

saco no talude, no dia 31/10/2009, foram utilizadas 4 estacas. A escolha da

localização do ponto de fixação está relacionada com a inclinação do talude, de

modo que foi escolhido um ponto bastante declivoso.

A princípio, foi estipulada que a rega seria de 1,0L de água durante todos os

dias subseqüentes, exceto domingo, até 05/12/2009 e que as anotações referentes

ao desenvolvimento das espécies consorciadas, qualidade do solo e prováveis

predadores deveriam ser feitas pelo menos 3 vezes por semana, enquanto que as

fotos seriam tiradas uma vez por semana. Após uma semana de observação, a

equipe concluiu que a rega deveria ter um volume maior de água, portanto, esta 4

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passou a ser de 2L de água até o dia 05/12/2009, entretanto, em dias chuvosos

não foi feita a rega.

3.3. ESPÉCIES UTILIZADAS

3.3.1 Crotolária (Crotolaria spectabilis)

A Crotolária é uma leguminosa, planta que é capaz de fixar o nitrogênio e

que possui grande importância na revegetação de áreas degradadas,

principalmente em consórcio com gramíneas. Pode atingir de 0,7m a 1,0m e seu

crescimento possui grande rapidez e vigor, apresentando uma boa produção de

massa verde e fixação do nitrogênio. É de ocorrência espontânea em pastagens,

beira de estradas e terrenos baldios.

O cultivo para cobertura de solos se dá pelo fato de serem plantas pouco

exigentes, por exemplo, com relação à água. Apresentam fácil nodulação e grande

potencial de fixação de nitrogênio, características importantíssimas na melhoria da

qualidade do solo. Consorcia-se com a Barchiárias, Capim-jaraguá e Andropogon.

3.3.2 Feijão-de-porco (Canavalia ensiformis)

O Feijão-de-porco é também uma leguminosa, podendo atingir entre 0,6 e

1,0m de altura. Ele desenvolve-se bem em solos com fertilidade baixa e produz um

crescimento lento, porém com grande massa por área. É uma planta anual

bastante rústica, resiste às altas temperaturas e às secas. Tolera relativamente o

sombreamento parcial.

Possui fácil consorciação com gramíneas,Brachiárias, Andropogon, Jaraguá e

Colonião, podendo consorciar-se também com leguminosas.

Tem grande utilização para adubação verde, para controle de erosão e

para uso em ração.

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3.3.3 Crisântemo (Chrysanthemum carinatum)

O Crisântemo, conhecido também por Mal-me-quer, é nativo de região

mediterrânea. É anual e floresce durante longo período, sendo ideal para canteiros.

O Crisântemo é muito apreciado por suas flores coloridas em formato de

margarida, muito utilizada em arranjos e para fins paisagisticos. Não exige frio para

florescer.

3.3.4 Brachiária (Brachiara decumbens)

A Brachiária é uma gramínea perene, podendo chegar a 70 cm apresentando

crescimento cespitoso. Possui folhas longas e de crescimento médio/longo. Ela

possui boa adaptação a terras fracas. Cresce bem no verão. Apresenta também

um bom potencial de controle de erosão, conferindo boa cobertura ao solo e

elevada resistência ao pastoreio e pastio.

Com relação à consorciação, por ser agressiva torna-se difícil, mas

consegue resultados satisfatórios, principalmente com Feijão Guandu e

Calopogônio.

4. RELATÓRIO

A fixação do saco de aniagem aconteceu no dia 31/10/2009 às 11:00h.

De acordo com a receita foram colocados 4,0L de serrapilheira e cerca de

7,5L de “top soil”. O primeiro item foi obtido no próprio campus da UFV, onde é

realizada a poda freqüente das gramíneas nos jardins desta. Já o segundo foi

coletado na parte superior do talude onde a técnica dos sacos de aniagem foi

aplicada para a recuperação do mesmo.

As sementes utilizadas foram de brachiária (Brachiara decumbens),

crisântemo (Chrysanthemum carinatum), feijão-de-porco (Canavalia ensiformis) e

crotolária (Crotolaria spectabilis), dispostas conforme Figura 2. O saco utilizado no

trabalho foi dividido em 2 partes, com o objetivo de promover uma maior contenção

do substrato.6

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Figura 2: Disposição das sementes no saco de aniagem.

BRACHIÁRIA + CRISANTEMO +

FEIJÃO DE PORCO

BRAQUIÁRIA + CRISANTEMO + CROTOLÁRIA

O esterco utilizado foi de origem eqüina, e foi aplicado juntamente com 90g

de superfosfato simples e os demais ingredientes da “receita” divulgada pelo

professor.

Após a fixação do saco de aniagem, foram realizadas visitas à parcela para

a manutenção da umidade desta, sendo aplicado cerca de 2L de água em cada

visita. Foram também realizadas observações sobre o desenvolvimento das

espécies como descrito abaixo:

03/11 – Observada a presença de 2 brotos, ainda não identificados, na

parte superior da parcela.

05/11 – Observada a presença de mais um broto (o terceiro) na parte

superior da parcela. Até então não houve germinação das espécies

aplicadas na parte inferior do saco.

06/11 – Observados novos brotos na parte superior da parcela, e

também detectada a germinação de espécies na parte inferior do saco de

aniagem.

16/11 – Notado o desenvolvimento de braquiária na parte superior e de

crotolária na parte inferior da parcela.

18/11 – Notado o começo da homogeneização da parcela, com o

desenvolvimento das espécies plantadas, exceto o crisântemo.

19/11 – Notado o ataque de formigas nas espécies do canto superior.

23/11 – Devido ao crescimento da crotolária na parte inferior da parcela,

e à largura de suas folhas, foi necessário a abertura da malha do saco de

aniagem em alguns pontos.

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25/11 – Presença de desenvolvimento mais avançado na parte superior

da parcela. A parte inferior começa a apresentar dificuldades em seu

crescimento devido à largura das folhas.

30/11 – Avanço da predação por formigas.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Baseados nas características de Viçosa-MG com relação à precipitação, à

temperatura e ás condições do talude a ser regevetado e também com a

disponibilidade de sementes, fizemos a escolha das espécies a serem utilizadas no

projeto do saco de aniagem. As quatro espécies escolhidas, como citado

anteriormente, foram: Crisântemo, Feijão-de-porco, Brachiária e Crotolária sendo

posteriormente estudadas e observadas freqüentemente. O resultado do consórcio

foi analisado de acordo com as observações e relatórios práticos da parcela e com

as características das espécies utilizadas.

O projeto alternou períodos de estiagem e de chuvas mais freqüentes. O

início foi de calor e exposição solar mais acentuada, sendo esse o mais seco. Daí a

importância das visitas constantes ao saco de aniagem, para que fosse feita a

irrigação da parcela (média de 1 a 2L de água) e também para a observação do

desenvolvimento primário das espécies. Os períodos de chuvas mais intensas e

constantes, ao longo do projeto, permitiram um crescimento substancial das

espécies, o que resultou numa maior homogeneização da área verde da parcela.

Notou-se certa dificuldade das plantas em perfurar o saco de aniagem no

início de seu desenvolvimento, impossibilitando a expansão de tais. Por isso foram

realizados cortes no tecido do saco, viabilizando a expansão das espécies. Em

alguns casos optou-se por manter a malha intacta, com o intuito de acompanhar o

comportamento das espécies frente a tal dificuldade.

A primeira espécie a brotar foi a Brachiária, localizada principalmente na

parte superior à direita, o que já era esperado uma vez que esta se desenvolve

muito rapidamente e com certa facilidade. Já nos primeiros dias (entre três e quatro

dias) após a fixação da parcela foram detectados os primeiros sinais da planta no

saco de aniagem. Assim, ela deu “início” ao desenvolvimento em consórcio das

espécies subseqüentes. Posteriormente, notou-se o aparecimento da Crotolária em

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Page 9: Trabalho - W2003

vários pontos do saco, pode ser pelo fato de exigir pouca água e por ter grande

potencial de fixação biológica de nitrogênio.

O Crisântemo foi utilizado para testes de fins paisagísticos, mas não

conseguiu se desenvolver em consórcio com as demais espécies. Provavelmente

por não apresentar uma tendência e capacidade de consorciar-se com as espécies

vizinhas e também pelas características do solo.

O feijão-de-porco não se desenvolveu como esperado, o que pode ter

acontecido devido à competição, à qualidade das sementes ou mesmo ao tempo

insuficiente para germinação de tais espécies, uma vez que seu crescimento é

lento.

Durante a realização do trabalho, notificamos a presença de formigas

atacando, principalmente, as Brachiárias. Sabe-se que as Brachiárias apresentam

tendência ao ataque de formigas, mas tal ataque não foi de grande expressão. As

espécies de formigas que atacam essas plantas são, geralmente, as Saúvas (Atta

spp.) e as Quenquéns (Acromyrmex spp.), porém não foi possível detectar qual era

a espécie presente no experimento.

Foi observado também que as espécies que se desenvolveram, possuem

características condizentes com as faixas de precipitação anual e de temperatura

de Viçosa-MG.

Figura 3: Parcela fotografada no dia 03/11, evidenciando a presença dos primeiros brotos.

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Figura 4: Parcela fotografada no dia 16/11, evidenciando o desenvolvimento de Brachiaria e

Crotolária.

Figura 5: Parcela fotografada no dia 25/11, evidenciando o desenvolvimento da parcela.

Figura 6: Parcela fotografada no dia 30/11, evidenciando a predação das espécies por

formigas.

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5. CONCLUSÕES

O trabalho teve sucesso, á medida que houve estabelecimento de duas

espécies, dentre as plantadas. O saco de aniagem mostrou-se como uma boa

alternativa para revegetação de taludes. A escolha de uma outra espécie rasteira,

agressiva, mas de estabelecimento mais rápido, poderia resultar em um êxito

maior. É importante frisar que ocorreram limitações com relação à disponibilidade

de sementes, visto que nem sempre sementes ou mudas da espécie ideal são

encontradas.

Existem expectativas ainda com relação ao crescimento do feijão-de-porco,

espécie que tem crescimento lento, mas produz grande quantidade de massa por

área.

Já o Crisântemo, não apresentou bons resultados. As condições severas do

solo associados à concorrência com as demais espécies, possivelmente foram os

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fatores que impossibilitaram o desenvolvimento de tal espécie. Dessa forma pode-

se constatar a baixa eficiência do Crisântemo na recuperação de áreas degradadas

quando comparado às demais espécies, provocando o insucesso do objetivo

paisagístico do presente trabalho.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COSTA, M.M.; EINLOFT, R.; SOUZA, M.G.; GRIFFITH, J.J. Revegetação de

taludes usando sacos de aniagem – metodologia de implantação e análise

ergonômica. In: Simpósio Nacional de Áreas degradadas, 3, 1997, Ouro Preto,

MG.

DURIGAN, G.; FIGLIOLIA, M.B.; KAWABATA, M.; GARRIDO, M.A. de O.;

BAITELLO, J.B. Sementes e mudas de árvores tropicais. São Paulo: Páginas & Letras, 2ª

Ed. 2002.

REDENTE, E.F.; McLENDON, T.; DePUIT, E.J. Manipulation of vegetation

community dynamics for degraded land rehabilitation. In: Simpósio Brasileiro

de Pesquisa Florestal, 1, 1993, Belo Horizonte. Anais. Viçosa: Sociedade de

Investigações Florestais, 1993. p. 265-278. (tradução livre)

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