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Tratamento da tuberculose-condutas, supervisão e critérios de alta
NORMAS TÉCNICAS DE CONTROLE DA TUBERCULOSE
UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE
Interpretação dos Interpretação dos resultados e condutaresultados e conduta
Deverá ser considerado para tratamento imediato o paciente com diagnóstico de tuberculose pulmonar bacilífera que apresentar
Duas baciloscopias diretas positivas
Uma baciloscopia direta positiva e cultura positiva
Uma baciloscopia direta positiva, uma negativa, porém com resultado positivo no exame da 3ª amostra
Notificação do Caso de Tuberculose
O caso deverá ser notificado através do preenchimento da ficha de notificação do SINAN
A digitação da ficha de notificação do SINAN deverá ser realizada no Distrito Sanitário ou na Vigilância Epidemiológica (VE) do município e encaminhadas às Secretarias Estaduais de Saúde
Tratamento da Tuberculose
Descobrir uma “fonte de infecção”, ou seja, diagnosticar um paciente com tuberculose pulmonar bacilífera, não é o suficiente se não for instituído o tratamento quimioterápico adequado que garanta a sua cura
É indispensável o fornecimento ininterrupto e gratuito das drogas e a supervisão das tomadas, com prioridade absoluta para os “pulmonares positivos”
Tratamento da Tuberculose
Princípios Básicos do Tratamento Associação medicamentosa adequada, em doses corretas, por
tempo suficiente, com supervisão do tratamento
Tratamento dos bacilíferos com supervisão da tomada dos medicamentos
Os doentes “pulmonares positivos” não precisam nem devem ser segregados do convívio familiar e da comunidade
Os casos com diagnóstico confirmado nas Unidades de Referência devem voltar para as UBS próximas dos seus domicílios onde serão tratados e acompanhados até a alta
Adesão ao tratamento papel da estratégia
DOTS/TDS Conversar com o doente, explicando as
características da doença e do tratamento, aumenta a adesão ao tratamento
A estratégia do tratamento supervisionado DOTS/TDS , tem como objetivo garantir o tratamento da grande maioria de doentes, reduzindo o risco de transmissão da doença na comunidade
Adesão ao tratamento papel da estratégia
DOTS/TDS
Priorizar DOTS/TDS para os doentes pulmonares bacilíferos, nas seguintes situações
alcoólicoscasos de retratamento após abandonomendigospresidiáriosdoentes institucionalizados (asilos,
manicômios)indígenas
Esquemas de Tratamento
Esquema I (2RHZ/4RH)
Esquema IR (2RHZE/4RHE)
Com tratamento anterior (retratamento):
Recidiva após cura com o esquema básico;Retorno após abandono do esquema básico
Caso Novo:
Caso sem tratamento anterior, tratamento por menos de 30 dias ou com tratamento anteriorhá mais de 5 anos
Esquema II (2RHZ/7RH)
Esquema III ( 3SZEEt/9EEt)
Esquemas de Tratamento
Falência dos Esquemas I E IR
Tuberculose Meningoencefálica
Observações sobreo Tratamento
A medicação é de uso diário e deverá ser administrada de preferência em uma única tomada, em jejum, ou em caso de intolerância digestiva junto com uma refeição
Alto risco de toxicidade em pessoas >60 anos, em mau estado geral e alcoolistas
A rifampicina diminui ação dos contraceptivos orais
Observações sobreo Tratamento
Gestantes : esquema I em dose plena, não usar etambutol, estreptomicina e etionamida
O esquema III deve ser realizado em unidades mais complexas
Casos de falência do esquema III devem ser considerados como portadores de tuberculose multirresistente (TBMR) e encaminhados para unidades de referência
Quando encaminhar para a
Unidade de Referência
Antecedentes, ou evidências clínicas, de hepatopatia aguda (hepatite) ou crônica (cirrose, hepatopatia alcoólica)
O paciente é doente de AIDS ou HIV +
Antecedentes ou evidências clínicas de nefropatias (insuficiência renal crônica, pacientes em regime de diálise)
Acompanhamento do TratamentoAvaliar periodicamente a evolução da doença e a
utilização correta dos medicamentos
Garantir as condições básicas para o sucesso do tratamento
Estabelecer uma relação de confiança com o paciente
Explicar ao paciente a natureza da sua doença, a duração do tratamento, a importância da regularidade no uso das drogas e as graves conseqüências advindas da interrupção ou do abandono do tratamento
Acompanhamento do Tratamento
Realização mensal da baciloscopia de controle, sendo indispensáveis as do 2º, 4º e 6º meses de tratamento, nos esquemas básico (esquema I) e esquema básico + etambutol (esquema IR)
No 3º, 6º, 9º e 12º meses, nos casos do esquema III e esquemas especiais
O paciente deve sempre ser orientado sobre como obter a amostra de escarro
Acompanhamento do Tratamento
Acompanhamento clínico, identificação de queixas e de sintomas para avaliar a evolução da doença após a introdução dos medicamentos e a detecção de manifestações adversas com seu uso
Nas Unidades com recursos de exame radiológico, este pode ser utilizado periodicamente para acompanhar a regressão ou o agravamento das lesões na forma pulmonar da doença, em especial na ausência de expectoração
Reações adversas às drogas anti-tuberculoseA maioria dos pacientes completa o
tratamento sem sentir qualquer efeito adverso
Os principais fatores relacionados às reações adversas são:
Dosagem inadequadaHorário da tomada dos medicamentos Idade e estado nutricional do doenteEtilismo, disfunção hepática e/ou renal e a co-infecção pelo HIV
Reações adversas às drogas anti-tuberculose
Reações Maiores
Reações Menores
Substituição de drogas frente aos efeitos
adversosSubstituição da Rifampicina (R): Streptomicina (S) e
Etambutol (E)
Esquema: 2SEHZ10HE
Substituição da Izoniazida (H): Streptomicina (S) e
Etambutol (E)
Esquema: 2SERZ4RE
Substituição da Pirazinamida (Z): Etambutol (E)
Esquema: 2EHZ4HZ
Critérios para encerramento do Critérios para encerramento do tratamento na Unidade de tratamento na Unidade de
SaúdeSaúdeAlta por CuraPulmonares inicialmente positivos
Ao completar o tratamento o paciente apresentar duas baciloscopias negativas: uma na fase de acompanhamento e outra no final do tratamento (cura bacteriológica comprovada)
Alta por completar o tratamentoA alta será dada com base em critérios clínicos e radiológicos, quando:
Casos de TP+ sem baciloscopia de encerramento
Casos de TB pulmonar inicialmente negativosCasos de TB extra pulmonar
Critérios para encerramento do tratamento na Unidade de
SaúdeEVITAR O ABANDONO EFETUANDO A VISITA DOMICILIARAlta por abandono de tratamento
Será dada ao doente que deixou de comparecer à Unidade por mais de 30 dias consecutivos, após a data prevista para seu retorno; nos casos de tratamento supervisionado, o prazo de 30 dias contado a partir da última tomada da droga
Alta por mudança de diagnóstico
Alta por óbito
Alta por falência
Persistência da positividade do escarro ao final do 4º ou 5º mês de tratamento
Os doentes que no início do tratamento são fortemente positivos (+ + ou + + +) e mantêm essa situação até o 4º mês, ou os que apresentam positividade inicial seguida de negativação e nova positividade por 2 meses consecutivos, a partir do 4º mês de tratamento
Critérios para encerramento do tratamento na Unidade de
Saúde
Critérios para encerramento do tratamento na Unidade de
SaúdeObservações:Poucos bacilos no exame direto do escarro, na altura do 5º ou 6º mês do tratamento, isoladamente, não significa falência
Caso encerrado por falência e o paciente inicia novo tratamento, deverá ser registrado como caso de retratamento no Livro de Registro
Alta por transferência
PrevençãoA Investigação e o acompanhamento dos contatos
Todos os contatos dos doentes de tuberculose, devem comparecer à Unidade de Saúde para exames:
Os sintomáticos respiratórios deverão submeter-se à rotina prevista para o diagnóstico de tuberculose
Os assintomáticos deverão realizar radiografia de tórax quando houver disponibilidade desse recurso
Os menores de 15 anos deverão realizar radiografia de tórax e PPD (Tuberculina)
Prevenção
Vacinação BCG (PNI/MS)
A vacina BCG confere poder protetor às formas graves da primo infecção pelo M. tubeerculosis
No Brasil, a vacina BCG é prioritariamente indicada para as crianças de 0 a 4 anos de idade, sendo obrigatória para menores de um ano, como dispõe a Portaria nº 452, de 06/12/76, do Ministério da Saúde
Recomenda-se a revacinação com BCG nas crianças com idade de 10 anos, podendo esta dose ser antecipada para os seis anos
PrevençãoQuimioprofilaxia da Tuberculose
Deve ser administrada a pessoas infectadas pelo M. tuberculosis, aos grupos de alto risco de tuberculose, entre estes, especialmente os co-infectados pelo HIV, indígenas e recém-nascidos co-habitantes de foco tuberculoso ativo (reavaliar com 3meses)
No Brasil, é feita com a isoniazida na dosagem de 10 mg/kg de peso, com total máximo de 300 mg diariamente, durante seis meses
A prevenção da tuberculose consiste em diminuir as fontes
de transmissão na comunidade através
da busca ativa de casos e o tratamento
dos doentes
Indicações de Hospitalização Meningoencefalite Indicações cirúrgicas em decorrência da tuberculose. Complicações graves da tuberculose Intolerância medicamentosa incontrolável em
ambulatório Intercorrências clínicas e/ou cirúrgicas graves Estado geral que não permita tratamento em
ambulatório Em casos sociais, como ausência de residência fixa
ou grupos com maior possibilidade de abandono, especialmente se for um caso de retratamento ou falência