trilogia tudor - theatro municipal do rio de janeiro · 2019-08-23 · e deflo. a convite da cia...
TRANSCRIPT
TRILOGIATUDORCENAS FINAIS DE GAEtANo DoNIzEttI
Maria Pia Piscitelli
Orquestra e Coro do Theatro Municipal do Rio de Janeiro31 de agosto de 2019
Ministério da CidadaniaGoverno do Estado do Rio de JaneiroSecretaria de Estado de Cultura e Economia CriativaTheatro Municipal do Rio de Janeiro em seu aniversário de 110 anosAssociação de Amigos do Theatro Municipale Petrobras apresentam
CONCERTO LÍRICOGAEtANo DoNIzEttI (1797 – 1848)
TRILOGIA TUDOR
MARIA PIA PISCItELLI (soprano)
1. ANNA BOLENA"Chi può vederla a ciglio asciutto ... Piangete voi? ... Al dolce guidami ...
Cielo, a' miei lunghi spasimi ... Coppia iniqua"Hervey Weber Duarte, tenorPercy Ivan Jorgensen, tenor
Rochefort Fabrizio Claussen, barítonoSmeton Lara Cavalcanti, mezzo-soprano
2. MARIA STUARDA"Vedeste? ... Io vi rivedo alfin ... Deh! tu di un'umile preghiera ...
Di un cor che more ... Ah! Se un giorno da queste ritorte"talbot Ciro D'Araújo, barítono
Cecil Fabrizio Claussen, barítonoAnna Lara Cavalcanti,mezzo-soprano
Leicester Ivan Jorgensen, tenor
3. ROBERTO DEVEREUX"E Sara in questi orribili momenti ... Vivi, ingrato, a lei d'accanto ...
Quel sangue versato"Cecil Weber Duarte, tenor
Sara Lara Cavalcanti, mezzo-sopranoNottingham Ciro D'Araújo, barítono
Coro e Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro
Direção Musical e RegênciaIra Levin
31 de agosto de 2019
GAETANO DONIZETTI (1797 – 1848)
foi, sem dúvida, um dos compositores mais prolíficos
na história da ópera. De 1816, ano de sua primeira ópera
(Il Pigamalione), até 1843, de sua última (Don Sebastien),
foram vinte e sete anos de trabalho ininterrupto, num
total de 66 óperas diferentes que, somadas às 17 revisões –
algumas delas apresentadas com títulos diferentes como
novas óperas – nos fazem chegar ao número 83, isto é,
três óperas por ano! Sua fama, depois do silêncio de
Rossini em 1829 e a morte de seu rival Bellini em 1835,
o fez senhor incontestado da ópera italiana, tanto que,
quando da sua morte, em cada quatro óperas cantadas
nos teatros italianos uma era dele e Berlioz reclamava que
não existiam mais teatros de ópera em Paris mas só os
teatros das óperas de Donizetti.
Isto valia –exceção dos países de língua alemã – para onde
se cantasse ópera, inclusive no Brasil onde, a partir de
1828 (L’ajo nell’imbarazzo) as ópera de Donizetti também
dominaram as temporadas até o aparecimento de Verdi.
No século XIX subiram à cena no Rio de Janeiro 22 óperas
diferentes dele.
Quando Donizetti compôs sua primeira ópera, o
Romantismo já havia suplantado o Classicismo do
século anterior e nele fizeram grande sucesso os
romancistas ingleses, sendo o mais famoso Walter
Scott cujos romances foram recebidos com entusiasmo
no continente, tornando-se uma grande influência
no movimento romântico europeu. Na Itália, Escócia
e Inglaterra, os romances de Scott passaram a ser uma
das fontes preferidas para os libretos de ópera, onde
imperava uma ampla liberdade geográfica e histórica.
Amor e paixão, matar ou morrer, ciúmes e ódios que
acabavam em duelos ou loucuras, tudo de acordo com
a receita do Romantismo, tomaram conta dos palcos de
ópera italianos.
Após as comemorações do centenário de sua morte,
começou a Donizetti Renaissance com a reavaliação de
sua obra e se somente duas de suas óperas eram cantadas
no início do século XX, as outras foram voltando ao
repertório como, por exemplo, as três que compõe a
Trilogia Tudor, classificação inventada pelos teatros a
partir daquelas onde aparece a rainha Elizabeth como
personagem.
ANA BOLENA
Uma trama onde Henrique VIII prepara de várias formas
a maneira de se livrar de sua mulher Ana Bolena para se
casar com Jane Seymour. Ele consegue uma prova (falsa)
de traição de Ana para, assim, mandá-la a julgamento,
onde ela é condenada à morte. A cena mostra Ana, antes
de ir ao cadafalso, entre lucidez e delírio, suas recordações
felizes do seu primeiro amor e seu perdão para o casal
iníquo, para com ele alcançar o Céu.
MARIA STUARDAElizabeth mantém sua inimiga, Maria Stuart, confinada.
Hesita em mandá-la executar. Ela está enamorada de
Leicester, que lhe pede um encontro entre as duas.
Leceister pede a Maria para que, neste encontro, seja
humilde, mas as duas se insultam, Maria chamando
a outra de “bastarda”. Quando Leicester tenta, ainda,
interceder por Maria, o ciúme de Elizabeth a faz mandar
executá-la. A caminho da morte, Maria, junto aos seus
fiéis, reza aos Céus e com Leicester perdoa a rival pedindo
a Deus que ela faça bom governo e que não se arrependa
de sua morte.
ROBERTO DEVEREUXRoberto é o favorito de Elizabeth que é acusado de alta
traição. Ele foi amante de Sara, que durante sua ausência
foi obrigada pela rainha a casar-se com Nottingham. Por
isso Roberto se despede dela dando-lhe um anel recebido
da rainha, que deve devolvê-lo somente em caso de perigo.
A rainha descobre que Roberto ama outra e Nottingham,
a traição da mulher. Elizabeth espera ansiosa pelo anel
que não chega e Roberto é executado. Quando Sara o
traz, seu marido revela que impediu sua mulher de sair,
conseguindo assim a sua vingança. No final Elizabeth
manda executar o casal, fica só, desesperada, vendo o
fantasma de Roberto perseguindo-a. Resolve abdicar.
BRUNo FURLANEtto
Ira LevinDireção musical e regência
Estudou com Jorge Bolet no Instituto Curtis (onde foi
seu assistente), estudou com Felix Galimir, Mischa Sch-
neider e Mieczyslaw Horszowski, tocou com Leonard
Bernstein e trabalhou com Max Rudolf até ser contratado
por Michael Gielen para assistente de regência na Ópera
de Frankfurt (1985-88). Foi regente principal da Ópera de
Bremen (1988-1996), na Deutsche Oper am Rhein, Düssel-
dorf-Duisburg (1996-2002) e maestro convidado da Ópera
de Kassel (1994-1998). Foi diretor musical e diretor artís-
tico do Teatro Municipal de São Paulo (2002-2005) e do
Teatro Nacional em Brasília (2007-2010). Como maestro
convidado do Teatro Colon, de 2011 a 2015, realizou 12
produções de ópera, incluindo as estréias americanas de
Oedipe, de Enescu, e de Caligula, de Glanert, e concertos
sinfônicos. Já tocou em todo o mundo, incluindo Ópera
de Nova Iorque, Grand Theatre Geneve, Semperoper
Dresden, Ópera de Leipzig, Ópera de Frankfurt, Ópera de
Montpellier, Ópera Norske em Oslo, Theatro Municipal
do Rio de Janeiro, Theatro São Pedro em São Paulo, Ópera
de Dublin, Sinfônica de Düsseldorf, Orquestra Sinfônica
de Berlim, Orquestra Bruckner em Linz, Badische Staat-
skapelle em Karlsruhe, Orquestra Sinfônica do México,
Filarmônica de Buenos Aires, Orquestra Sinfônica de
São Paulo e todas as outras grandes orquestras do Brasil.
Suas gravações incluem obras de Michael Colina com a
Sinfônica de Londres e o Requiem com a Royal Scottish
National Orchestra (Fleur de Son, distribução Naxos), a
primeira gravação em estúdio da primeira edição, de 1899,
da 6ª Sinfonia de Bruckner (Lindoro), e obras de Reger
com a Brandenburg State Symphony e a orquestração das
Variações e Fuga opus 81, de Bach, aparecerá por Naxos.
Suas publicações incluem transcrições para piano e cadên-
cias para concertos de Mozart, além de orquestrações para
a grande orquestra da monumental Fantasia Contrappun-
tistica de Busoni, Fantasia e Fuga sobre BACH de Liszt.
Maria Pia PiscitelliSoprano
Nascida em Giovinazzo (Itália), iniciou seus estudos
musicais em sua cidade natal, debutando na ópera La
calisto de Cavalli em Vicenza (gravada comercialmente).
Seu repertório vai desde o barroco, bel canto e o verismo
italiano, com obras como Il matrimonio segreto, Una cosa
rara, Don Giovanni, Le nozze di Figaro, La clemenza di Tito,
Medea, Semiramide, Beatrice di Tenda, Roberto Devereux,
Maria Stuarda, Anna Bolena, Lucrezia Borgia, Simon
Boccanegra, Don Carlo, Il Trovatore, Un ballo in maschera,
La forza del destino, Aída, Macbeth, Turandot, La Bohème,
Tosca, Le Villi, Guglielmo Ratcliff, Falstaff, Andrea Chenier,
Norma, Caterina Cornaro, I Pagliacci, A viúva alegre,
Manon Lescaut e obras de concerto como Maddalena de
Prokofiev com a Academia Santa Cecilia de Roma, Pettite
Messe Solennelle e Cantate per i Barboni no Rossini Ópera
Fstival em Pesaro, Nona Sinfonia de Beethoven, Réquiem
de Verdi, Mahler, Schubert e Strauss. Se apresenta nos
principais teatros de ópera e salas de concerto como
Teatro Alla Scala, Ópera de Roma, Zurick, Viena,
Berlim, São Francisco, San Carlo de Nápoles, Palermo,
La Fenice de Veneza, Catania, Cagliari, Petruzzelli de
Bari, Hamburgo, Pequim, Liceu de Barcelona, Real
de Madri, Colón de Buenos Aires, Santiago do Chile,
Dresden, Bratislava, Copenhagen, Livorno, Lucca, Pisa,
Modena, Reggio Emilia, Comunale de Bologna, Teatro
Argentino de La Plata, entre outros. Entre os regentes
com quem trabalhou estão Savall, Campanella, Oren,
Pidò, Abel, Armiliato, Plaumbo, Gelmetti, Alemandi,
Jia, Frizza, Haider, Fogliani, Carminati, Ferro, Calegari,
Benini, Guadagno, Arrivabene, Ranzani, Manacorda,
Yurkevych, Soudant, Fasolis, Gatti, Zedda, Guidarini,
Morandi e diretores de cena como Pizzi, Pier`Alli,
Hampe, Michieletto, Puggelli, Ronconi, De Ana, Krief,
Crivelli, Tiezzi, Zeffirelli, Kokkos, Fo, Miller, Moshinsky
e Deflo. A convite da Cia Ópera São Paulo, através de seu
diretor geral e artístico Paulo Abrão Esper, apresentou-se
no Theatro São Pedro em São Paulo no Ciclo Grandes
Vozes e como protagonista de Norma de Bellini.
Fo
to C
lara
Mira
nda
A soprano Maria Pia Piscitelli, em turnê pelo Brasil,
se apresenta no Rio de Janeiro com o patrocínio de
Paulo Abrão Esper é criador, diretor geral e artístico da
Cia Ópera São Paulo e do Concurso Brasileiro de Canto
Maria Callas e, desde 1997, é responsável pela vinda ao
Brasil dos mais importantes cantores da cena lírica
internacional para conferências, master classes, recitais,
concertos e como integrantes do corpo de jurados do
Concurso Maria Callas. Todo este trabalho está intitulado
como Série Grandes Vozes.
A lista de nomes consagrados representa um trabalho
incansável e dedicado, que objetiva enriquecer o
conhecimento e proporcionar a troca de experiências entre
o jovem cantor e estes que são referência mundial: Magda
Olivero, Vicente Sardinero, Virginia Zeani, Adelaida
Negri, Sylvia Sass, Viorica Cortez, Rita Contino, Fiorenza
Cossotto, Fedora Barbieri, Luigi Alva, Jaime Aragall,
Enzo Dara, Evgeny Nesterenko , Mariola Cantarero,
Elena Obraztsova, Raul Gimenez, Mara Zampieri, Bruna
Baglioni, Gabriella Tucci, Maria Pia Piscitelli, Laura Rizzo,
Luis Gaeta, Teresa Berganza, Juan Pons, Bruno Praticò,
Graciela Alperyn, Luis Lima, Alícia Nafé, Giovanna
Casolla, Maria Bayo, Giuseppe Sabbatini, Roberto Servile,
Nancy Fabíola Herrera, Renato Bruson, Daniela Dessi,
Fábio Armiliato, Carlo Colombara, Graciela Araya,
José Bros, Annick Massis, Fiorenza Cedolins, Dimitra
Theodossiou, Kaludi Kaludov, Mariella Devia, Cristina
Gallardo-Dômas, Maria Luigia Borsi, Roberto Scandiuzzi,
June Anderson, Katia Ricciarelli, Sophie Koch, Ernesto
Palacio, Chris Merrit. Mas a consagração artística não
acontece somente para além de nossas fronteiras e temos
muita satisfação e orgulho em mencionar os Artistas
Brasileiros que enobrecem ainda mais esta lista: Alfredo
Colosimo, Glória Queiroz, Amauri Rene, Andrea Ramus,
Benito Maresca, Niza de Castro Tank, Rodrigo Esteves,
Rosana Lamosa, Fernando Portari, Laura de Souza,
Eliane Coelho, Paulo Szot, Atalla Ayan.
Este importante conjunto de atividades estimula e
alimenta a produção cultural no segmento da música
clássica, especialmente a ópera, sem medir esforços para
a difusão e popularização desta incrível arte.
Cia Ópera São Paulo
Direção Geral e Artística PAULo ABRão ESPER
Coordenação Geral ALBERto MARCoNDES
Produção MARIA RASEttI, WILLIAN NUNES e RAUL RUFINo
Associazione Pugliese di San Paolo
Presidente FRANCo DI BISCEGLIE
Com Anna Bolena, Donizetti atingiu sua maturidade
artística. Nas dezenas de títulos que se seguiram, vemos
um grande domínio da forma da cena tripartita — a
cena dividida em recitativo, ária e cabaletta, três partes —
abrindo um caminho para a inovação que seria trazida por
ninguém menos que Verdi. Um compositor prolífico, com
cerca de 70 óperas no seu currículo e cuja produção está
no coração do que reconhecemos como a escola do “Bel
Canto Italiano”, em pé de igualdade com Bellini e Rossini.
É curioso como ser relativamente conservador em termos
musicais parece ter eclipsado as grandes qualidades
de Donizetti, em especial sua versatilidade dramática.
Porém, somente um mestre da técnica, capaz de obras tão
encantadoras, emocionantes e diversas, poderia produzir
tanto Don Pasquale quanto Lucia di Lammermoor, tanto
La Fille du Régiment quanto La Favorite. No Rio de Janeiro
da década de 1840, as óperas de Donizetti representavam
o grosso do repertório executado diariamente no Theatro
São Pedro de Alcântara, logo ali na Praça Tiradentes.
Dentre os muitos títulos, ao menos duas das óperas
que se costumou chamar de “Trilogia Tudor” fizeram a
alegria da Corte, e certamente na voz da célebre Augusta
Candiani, e aplaudidas por Machado de Assis, Jose de
Alencar, Gonçalves Dias etc.
Anna Bolena, Maria Stuarda & Roberto Devereux, embora
não pensadas como veículo para uma única ideia (no estilo
do Anel wagneriano), são ligadas pelas trágicas histórias
da rainhas da Casal Real de Tudor, vítimas de uma forma
ou de outra dos imbróglios matrimoniais de Henrique
VIII. E nestas óperas, as cenas finais são verdadeiras
obras-primas — desafios técnicos e expressivos. É por
isso que, quando aparece uma artista capaz de enfrentar
todas as três Rainhas — o que é raro — teatros movem
mundos e fundos para dar voz à “Trilogia Tudor”. Este
é o caso que muito nos honra hoje, de poder receber na
temporada 2019 do TMRJ o soprano italiano Maria Pia
Piscitelli. Um agradecimento muito especial ao Paulo
Esper e a Casa de Itália, incansáveis apaixonados pelas
grandes vozes que trazem vida à ópera.
André Heller-Lopes
Diretor Artístico da FtMRJ
GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Governador Wilson WitzelVice-Governador Cláudio Castro
SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA E ECONOMIA CRIATIVA DO RIO DE JANEIROSecretário de Estado de Cultura e Economia Criativa Ruan Fernandes LiraSubsecretário de Planejamento e Gestão Leandro PestanaSubsecretário de Projetos e Inovação Richard Rodrigues
FUNDAÇÃO TEATRO MUNICIPAL DO RIO DE JANEIROPresidente Aldo MussiDiretor Artístico André Heller-Lopes
Theatro Municipal do Rio de JaneiroPraça Floriano, s/nº Cinelândia Rio de Janeiroteatro B: Av. Almirante Barroso, 14-16, tel 2332-9191 / 2332-9134 Bilheteria 10h às 18h (em dia de espetáculo até o horário da apresentação)theatromunicipal.rj.gov.br | facebook/theatro.municipal.3.twitter @municipalrj. | instagram theatromunicipalrj
TORNE-SE AMIGO DO ThEATRO MUNICIPALAssociação de Amigos do Teatro Municipal do Rio de Janeiro Associe-se! Você recebe descontos especiais, programação em primeira mão e atendimento preferencial na compra de ingressos.Entidade sem fins lucrativos fundada em 1984.aatm.com.br | [email protected] | 2239 9612 e 2259 8726
Apoio
Realização
Patrocínio Ouro
DE
SIG
N C
AR
LA
MA
RIN
S