um para novo porto a cidade está a caminho interligar...
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NOVO PORTO
INTERLIGAR
REVOLUÇÃO
Um NOVO PORTO para a cidade está a caminho
Ônibus articulados vão INTERLIGAR o Rio
Uma REVOLUÇÃO na saúde e na educação
N º 51 : : M A R Ç O 2 0 12
Alexandre Pinto, secretário Municipal de Obras
A Andrade Gutierrez está construindo o futuro É impossível separar os caminhos da Andrade Gutierrez
e do Rio de Janeiro. Afi nal, são mais de 30 anos de uma parceria que já rendeu rodovias, metrôs, ferrovias, túneis, refi narias, hidrelétricas e muito mais. Hoje, esta relação segue mais forte do que nunca, em projetos marcantes como o Corredor Transcarioca BRT, um complexo de 28 km que promete desafogar o trânsito da capital. Ou como a reforma do Maracanã, que vai preparar o estádio mais famoso do mundo para um momento importante do futebol mundial, e a Usina Nuclear de Angra III, com inovações tecnológicas aplaudidas e reverenciadas internacionalmente. A Andrade Gutierrez fortalece ainda mais a sua história com o Rio. E ajuda o Estado a fazer história.
Reforma do Complexo Maracanã
Projeto do Corredor Transcarioca BRT
Usina Nuclear de Angra III
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01 Construir | Março 2012
editorial
Francis Bogossian,
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SMO PREPARA UMA NOVA CIDADE MARAVILHOSAEm meio ao caos e aos transtornos que as obras
de infraestrutura provocam, não é possível para a
população imaginar como ficará a cidade depois dos
serviços concluídos. Não se trata de ações atabalhoadas
e desconcentradas. Tudo foi pensado e detalhado
no Plano Estratégico da Cidade do Rio de Janeiro
– 2009/2012. As grandes transformações urbanas
estão sendo acompanhadas também de melhorias
imprescindíveis nas áreas de saneamento, educação,
saúde, gestão e finanças públicas.
Os problemas foram identificados, as ações
planejadas e as respectivas metas estabelecidas
para cada um dos setores estratégicos. Quem
quiser pode conferir no site da Prefeitura do Rio:
www0.rio.rj.gov.br/planoestrategico.
Não há dúvida de que a elaboração de um plano é
infinitamente mais fácil do que sua execução. Fazer com
que os projetos saiam do papel e se transformem em
realidade exige mais do que vontade política, exige uma
equipe competente e que consiga trabalhar entrosada.
Por esse motivo, a AEERJ considerou indispensável
homenagear o secretário Alexandre Pinto, por sua
capacidade de liderança e pela formação de uma
equipe que conseguiu realizar, em três anos, uma
verdadeira revolução na cidade do Rio de Janeiro.
Nesse período a Secretaria Municipal de Obras (SMO),
com suas subordinadas Coordenadoria Geral de
Projeto, Coordenadoria Geral de Obras, Rio-Águas,
RioUrbe e Geo-Rio, realizou mais de 600 licitações de
obras públicas, envolvendo investimentos superiores a
R$ 6 bilhões, sem contar os contratos de parceria
público-privada. Estes são números recordes na cidade
do Rio de Janeiro.
Mais importante que licitar é, no entanto, fazer
o acompanhamento até a conclusão das obras. Os
prazos estão sendo cumpridos pelas construtoras e,
ao mesmo tempo, a Prefeitura vem pagando também
dentro do cronograma.
Regiões que estavam completamente degradadas,
como a Zona Portuária, a Zona Norte e a Zona
Oeste, estão sendo preparadas para um crescimento
sustentável, com saneamento e transporte de massa,
o que permitirá uma expansão imobiliária dentro dos
padrões das cidades de países desenvolvidos, onde não
há construções ilegais e muito menos moradias em
áreas de risco. Isso está acontecendo e um dos grandes
responsáveis na nossa Prefeitura é, sem dúvida, o
secretário Alexandre Pinto.
02 Construir | Março 2012
índice
expediente
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Palestras e eventos da AEERJ
Uma cidade em transformação
Alexandre Pinto:Por trás da reengenharia do Rio
Corredores expressos, rumo ao futuro
Maracanã visto por fora
Zona Oeste como prioridade
Zona Portuáriareformulada
Saúde e educação para todos
Prevenção de enchentes na Praça da Bandeira
Depoimentos
Crônica
Diretoria 2011-2014: Presidente Francis Bogossian (Geomecânica); Vice-Presidente Eduardo Backheuser (Carioca); Diretor Administrativo-Financeiro Carlos Alberto Brizzi Benevides (Dimensional); Diretoria Alberto Quintaes (Andrade Gutierrez); Antonio Machado Evangelho (Vile Romi); Gustavo Souza (Queiroz Galvão); Jefferson Paes de Figueiredo Filho (Darwin); José Ary Lacombe Moreira (FW); Moysés Spilberg (Spil); Reginaldo Assunção Silva (OAS); Ricardo Araujo Farah (Sanedraga) Conselho Fiscal Eduardo Impellizieri Versiani (Enimont); João de Deus Vaz da Silva Neto (Arkhe); Leandro Azevedo (Odebrecht); Luiz Carlos de Carvalho (Medeiros); Maciste Granha de Mello Filho (Macadame)AEERJ - Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro | Av. Rio Branco, 124 - 7º andar | Rio de Janeiro - RJCEP 20040-001 | Tel.: 55 21 3970.3339 Fax: 55 21 3970.3375 | [email protected] | www.aeerj.com.br
A Revista Construir é uma publicação da AEERJ – Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro, produzida pela Banjo Editora e Cria Caso Publicações Customizadas. Os artigos, fotografias e matérias assinadas são de responsabilidade dos respectivos autores e não refletem necessariamente a opinião da AEERJ.
Editora Antonia Leite Barbosa | Diretora de Criação Mariana Nahoum | Repórteres Verônica Coutinho e Manuela Cesar Sento Sé Copidesque Kathia Ferreira | Fotos AEERJ Tati Almeida | Foto Capa Anna Fischer
Spil, uma empresa construída com o Rio
Rua Senador Dantas, 71 salas 1704 a 1706 Rio de Janeiro - RJ Tel.: (021) 2240-8437 Fax.: (021) 2240-9454 E-mail: [email protected]
A SPIL SE ORGULHA DE PARTICIPAR DO PROCESSO DE TORNAR A CIDADE MARAVILHOSA, AINDA MAIS MARAVILHOSA
04 Construir | Março 2012
palestras
ALEXANDRE PINTO E MÁRCIO MACHADO NA AEERJ
Em 14 de agosto de 2011, o secretário municipal de Obras, Alexandre Pinto, veio à AEERJ para mostrar aos as-
sociados o programa de obras da Prefeitura do Rio que tem como meta revitalizar a cidade no período de quatro
anos. Em 5 de setembro, quem esteve na AEERJ foi o presidente da Geo-Rio, Márcio Machado, para apresentar uma
nova tecnologia para tratamento de solos moles empregada no Parque Olímpico da Cidade do Rock.
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PETROBRAS EM 2011/2015
O diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto
Costa (foto), em palestra na AEERJ no dia 28 de setembro
de 2011, disse que dos R$ 224,7 bilhões previstos no
plano de investimentos da Petrobras para 2011/2015
mais da metade, ou seja, 57% serão investidos em
exploração e produção de petróleo e gás.
1- Alexandre Pinto e Francis Bogossian / 2- Divaldi (DAS) e Brizzi (Dimensional) / 3- Mauro Duarte (Rio-Águas)
4- João Américo (AEERJ) entre Cassia e Luciana (Carioca) / 5- Henrique (Entre os Rios) e André (Retrofit)
05 Construir | Março 2012
eventos aeerj
NOVA CEDAE
ASFALTO BORRACHA
O programa de despoluição da Baía de Guanabara, a nova sede e o plano de investimentos da Cedae para os próximos anos foram os assuntos apresentados pelo presidente da empresa, Wagner Victer, aos associa-dos da AEERJ no dia 11 de outubro de 2011.
A pavimentação da RJ-122 com asfalto adicionado em granulado de borracha “in situ” foi o tema da palestra do presidente do DER-RJ, Henrique Ribeiro, na AEERJ, no dia 14 de dezembro de 2011. O diretor de Obras do DER-RJ, Angelo Monteiro Pinto, descreveu os detalhes da execução do serviço.
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1- Francis (AEERJ), Victer e
Armando Costa (Nova Cedae) /
2- Moysés (Spil) e Paulo Duarte
(Delta) / 3- Gustavo (Queiroz
Galvão) e Darcylo (Sinicon)
1- Henrique e Angelo (DER-RJ);
2- André (Geomecânica) e
Ricardo Oliveira (Coba Brasil);
3- Brizzi (Dimensional), Luiz
Carneiro e Geraldo André (Oriente)
06 Construir | Março 2012
confraternização
COQUETEL DE CONFRATERNIZAÇÃO
Comemorando um ano de muitas realizações, mais de 150 associados participaram do coquetel de confraternização
de fim de ano da AEERJ no dia 15 de dezembro. A festa começou às cinco da tarde e só terminou às dez da noite,
em clima de alegria, descontração e votos de mais obras em 2012.
1 - André (Alzlima), Roberto e Álvaro (Total) / 2 - Cláudio (C. Ribeiro) / 3 - Geraldo (Arta), Eduardo (Autograf) e
Dante (Dimensional) / 4 - Nolasco (Nobilis), Jorge (Spins), Ary (FW), Brizzi (Dimensional), Flávio (FW) e Adalto
(Studio G) / 5 - Sérgio (Engesan) e Oscar Pina
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ESTABILIZAÇÃO DE SOLOS MOLES
Um novo processo para estabilização de solos moles, denominado “Consolidação Profunda Radical”
(CPR), foi apresentado pelo presidente da Geo-Rio, Márcio Machado, na AEERJ, no dia 5 de setembro de
2011. O CPR foi utilizado, com sucesso, no melhoramento do solo de fundação do Parque Olímpico da
Cidade do Rock.
07 Construir | Março 2012
eventos aeerj
1 - Luiz Edmundo (SECT), Ary (FW) Francis (AEERJ) / 2- Paulo Baptista (Volume) e Flávio (FW) / 3 - Vinicius,
Rodrigo e Machado (Vile Romi) / 4 - Marcos Cardia e Ioannif (Concrejato), Ary (FW) e Galhano (Galcon) / 5 - Marcio
(Imbeg), Bonfim (Carioca) e Nei / 6 - Fernando (Mascarenhas) e Marcos (União Norte) / 7- Nilcy, Vieira (AEERJ) e
Cristina (União Norte) / 8 - Feliciano (Civilport)
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08 Construir | Março 2012
Cinco viadutos, quatro túneis, dois mergulhões, uma
ponte estaiada e novos prédios para abrigar museus e
complexos esportivos. Essas são algumas das grandes
obras de engenharia que vão mudar a cara da cidade para
a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Porção
mais vistosa desse processo de transformação, tais obras
resultarão de investimentos da ordem de R$ 10 bilhões, dos
quais boa parte será bancada pela Prefeitura através de sua
Secretaria de Obras. Outras intervenções de menor porte,
mas não menos importantes, estão em curso na cidade,
como a construção de dezenas de Clínicas da Família e
de Espaços de Desenvolvimento Infantil (EDI). Assim, em
quatro anos, o Rio de Janeiro será a capital esportiva do
planeta, sem deixar de lado o bem-estar do carioca.
A vocação empreendedora da cidade impressiona:
até 2020 R$ 150 bilhões devem ser investidos no
Rio de Janeiro, pela iniciativa privada e pela esfera
governamental. Tal cifra é reflexo do dinamismo dos
cariocas. Em pesquisa realizada em 2010 pela London
School of Economics para medir o potencial de
recuperação das 150 maiores cidades do mundo após
a crise das bolsas em 2008, o Rio de Janeiro ficou em
décima posição, à frente de metrópoles como Nova York,
Paris e São Paulo. Portanto, é preciso aproveitar o bom
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Viaduto e mergulhão do Cebolão
Balanço
UMA CIDADE EM TRANSFORMAÇÃOSECRETARIA DE OBR AS IN V ESTE NA CONSTRUÇÃO
DE NOVOS HOSPITAIS, CRECHES E VIAS EXPRESSAS
09 Construir | Março 2012
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Asfalto liso na Barra da Tijuca
momento, sobretudo porque obras de infraestrutura
significam mais empregos.
Tomando por base o caso de Barcelona, na Espanha,
que já sediou Copa do Mundo, o secretário municipal de
Obras, Alexandre Pinto, destaca a importância de se deixar
um legado para a população após os eventos esportivos.
A implantação dos corredores viários para a circulação
de ônibus articulados, como os existentes em Curitiba, no
Paraná, será um dos principais benefícios herdados pelos
cariocas, que poderão percorrer, por exemplo, o trajeto
entre o Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim e a
Barra da Tijuca em apenas 40 minutos.
Problemas históricos, como as enchentes na Praça da
Bandeira, finalmente serão resolvidos com a construção de
piscinões. Obras de saneamento básico, especialmente na
Zona Oeste e em comunidades ocupadas pelas Unidades
de Polícia Pacificadora (UPPs), completam o pacote de
remodelação que vai trazer novas perspectivas para o
desenvolvimento urbano de uma cidade que, enfim, se
tornará, de fato, maravilhosa.
“Estamos construindo um Rio de Janeiro preparado
para os Jogos, um legado para a população. Totalmente
recuperado, revitalizado, com cariocas orgulhosos da
cidade”, pontua Alexandre Pinto, acrescentando: “É
gratificante participar desse momento privilegiado,
quando os investimentos estão concentrados para tornar
a Cidade Maravilhosa ainda melhor, quebrando antigos
paradigmas, melhorando o transporte, implantando
novos projetos, ampliando o sistema de saúde, a cultura
e a educação.”
11 Construir | Março 2012
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Alexandre Pinto
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ALEXANDRE PINTOO HOMEM POR TRÁS DA REENGENHARIA DA CIDADE
12 Construir | Março 2012
Qual a importância do BRT para o projeto olímpico?
A implantação do sistema de BRT é uma mudança de
paradigma na cidade. É um investimento em transporte
de alta capacidade. Até as Olimpíadas vamos construir
quatro, todos interligando com os outros modais:
Transcarioca, Transoeste, Transolímpica e Transbrasil.
Neste primeiro semestre entregamos o primeiro
corredor: a Transoeste, que vai ligar a Barra da Tijuca
a Campo Grande e Santa Cruz. São 56 quilômetros de
um corredor totalmente segregado do tráfego, que
reduz em 60% o tempo do trajeto. Nessa obra, com
investimentos de R$ 900 milhões oriundos dos cofres
municipais, temos também a abertura do túnel da Grota
Funda, uma antiga demanda da cidade. Será o mais
moderno do país e o primeiro túnel a ligar as Baixadas
de Jacarepaguá e Guaratiba.
Ano passado começamos a construir a Transcarioca. É a via
que vai ligar a Barra da Tijuca – onde temos grande rede
hoteleira e a construção da Linha 4 do metrô – até o aeroporto
internacional. O turista que chega ao Rio vai poder ter uma
opção de transporte público, como nas grandes cidades do
mundo. A Prefeitura já está executando três mergulhões e
uma ponte estaiada. A obra, que vai transportar cerca de 600
mil passageiros por dia, tem investimento de R$ 1,5 bilhão
em um financiamento do governo federal. A segunda fase
das obras será iniciada ainda este semestre e toda a via
estará finalizada até o final de 2013.
Este ano vamos iniciar a construção da Transolímpica.
Importante obra prevista no caderno de encargos para
os jogos, o corredor ligará a Vila dos Atletas e o Parque
Olímpico do Rio, na Barra da Tijuca, ao Parque Radical do
Rio (que vai sediar as provas de pentatlo moderno, esgrima,
tiro e mountain-bike), em Deodoro.
A Prefeitura também já apresentou ao governo federal o
projeto da Transbrasil, que adapta a Avenida Brasil para
receber o corredor expresso, desde Deodoro até o Aeroporto
Santos Dumont, no Centro. Com esses corredores, fechamos
o anel do transporte de BRTs da cidade.
As UPPs são apenas a porta de entrada do poder público
nas favelas. De que forma a Secretaria de Obras contribui
para aumentar a presença do Estado em tais comunidades?
A Unidade de Polícia Pacificadora é um projeto fantástico
do Estado. Logo que as comunidades são ocupadas, a
Prefeitura entra oferecendo serviços básicos, executados
Alexandre Pinto e Eduardo Paes acompanhando as obras do túnel da Grota Funda
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13 Construir | Março 2012
pela Secretaria Municipal de Conservação, como coleta de
lixo, manutenção da pavimentação e iluminação. A Secretaria
Municipal de Obras também tem papel fundamental nesse
processo e já concluiu um pacote de obras de revitalização
de áreas de lazer em comunidades pacificadas da Zona
Norte e na região da Leopoldina.
Ruas no entorno do Complexo do Alemão receberam
fresagem e recapeamento, através do programa Asfalto
Liso. O programa recuperou a Avenida Itaoca e as Estradas
do Itararé e Adhemar Bebiano. Para essas intervenções, o
investimento foi de R$ 7,8 milhões. Também no Complexo do
Alemão três quadras de lazer foram inauguradas e receberam,
juntas, investimentos de R$ 1,1 milhão. Na Penha estão
sendo construídos a Arena Carioca e o Plano Inclinado, que
vai possibilitar a integração com a Vila Cruzeiro, permitindo
que o trajeto até a Igreja da Penha seja feito inteiramente por
meio desse equipamento. Nos complexos do Alemão, Penha
e Vila Cruzeiro serão 13 EDIs até março. A Prefeitura também
construiu equipamentos de saúde nas comunidades: foram
inauguradas três Clínicas da Família no Complexo do Alemão
e uma no Complexo da Vila da Penha.
ESTAMOS CONSTRUINDO UM RIO DE JANEIRO
PREPARADO PARA OS JOGOS, UM LEGADO
PARA A POPULAÇÃO.
O engenheiro em açãoFo
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Os moradores do Batan também foram beneficiados.
Em abril do ano passado a Prefeitura inaugurou as
obras de urbanização na comunidade, através do
programa Bairro Maravilha Oeste. Foram investidos
R$ 3,9 milhões nessas obras e a comunidade ainda
recebeu uma Clínica da Família e uma nova escola.
A Cidade de Deus está recebendo R$ 39 milhões do
mesmo programa para construir calçadas, meio-fios
e sarjetas, recuperar redes de drenagem e pavimentar
182 vias da região. No local, foram inauguradas duas
EDIs e uma UPA já está em funcionamento.
14 Construir | Março 2012
No Morro dos Macacos, após a ocupação foi possível
revitalizar o Parque do Trovador e concluir as obras da Vila
Olímpica de Vila Isabel. O local hoje é uma grande área de
lazer da comunidade e de todos os moradores da região, que
voltaram a frequentar o parque.
Qual a sensação de estar participando direta e ativamente
desse momento histórico na vida da cidade?
É uma satisfação muito grande, pessoal e profissional.
Estamos construindo um Rio de Janeiro preparado para os
Jogos, um legado para a população. Totalmente recuperado,
revitalizado, com cariocas orgulhosos da cidade. É
gratificante participar desse momento privilegiado, quando
os investimentos estão concentrados para tornar a Cidade
Maravilhosa ainda melhor, quebrando antigos paradigmas,
melhorando o transporte, implantando novos projetos,
ampliando o sistema de saúde, a cultura e a educação.
A revitalização do Porto finalmente vai sair do papel. Quais
as principais intervenções previstas para a região?
A Secretaria Municipal de Obras é responsável pela
primeira fase do projeto de revitalização da Zona Portuária,
que consiste na reurbanização de 27 vias – nove na parte
baixa dos bairros da Saúde e Gamboa e 18 no Morro da
Conceição, num investimento de R$ 139 milhões. As obras
vão aumentar de dois para oito o número de saídas de água
na Baía de Guanabara. Além disso, as galerias, hoje com
80 centímetros de diâmetro, serão substituídas por outras
novas e 11 vezes maiores. A intervenção é fundamental
para solucionar os problemas decorrentes de enchentes e
alagamentos na área. A última obra de drenagem na Região
Portuária foi há 100 anos.
Além da macrodrenagem, as vias estão recebendo novas
redes de água, esgoto, telecomunicações e iluminação
pública, que fazem parte da primeira fase de obras do Porto
Maravilha. Cerca de 60% das obras já estão concluídas. O
trabalho começou em abril de 2010 e vem providenciando
pavimentação, calçadas, sistema de drenagem e redes
de abastecimento de água e coletora de esgoto, além da
implantação de fiação subterrânea para as vias mapeadas. A
previsão é de que todas as intervenções estejam finalizadas
neste primeiro semestre.
Na esfera municipal, que obras estão previstas para os
arredores do Maracanã?
A Prefeitura iniciou em janeiro as obras para urbanizar e
revitalizar o entorno do Maracanã. É um investimento de
R$ 109,5 milhões, que inclui a construção de duas passarelas
largas para facilitar o escoamento de pessoas em dias de
jogo. O piso das travessias e das rampas de acesso será
em concreto estampado imitando pedra portuguesa, para
facilitar a manutenção. A área que será urbanizada abrange
a Radial Oeste, a Avenida Maracanã e as ruas Eurico Rabelo,
Mata Machado e Professor Manuel de Abreu, além de um
trecho da Rua Visconde de Niterói. A região vai ganhar
ciclovia e uma de área de recreação, com mesa de jogos,
bancos, bicicletário, prancha para abdominal, grampos e
frades, barras (paralelas, simples e duplas), 2 mil metros
quadrados de pavimentação, 45 mil metros quadrados de
paisagismo e nova iluminação pública em LED.
Que investimentos estão sendo realizados em termos de
saneamento básico?
Avançamos muito na questão do saneamento básico. A
Prefeitura é responsável pelo saneamento na Área de
Planejamento 5 da cidade – 48% de todo o município –,
que corresponde a 21 bairros da Zona Oeste: Bangu, Barra
de Guaratiba, Pedra de Guaratiba, Campo dos Afonsos,
Campo Grande, Cosmos, Deodoro, Gericinó, Guaratiba,
Inhoaíba, Padre Miguel, Paciência, Realengo, Santa Cruz,
No Morro do Alemão
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15 Construir | Março 2012
Magalhães Bastos, Jardim Sulacap, Senador Camará, Senador
Vasconcelos, Sepetiba, Santíssimo e Vila Militar.
A concessão dos serviços de tratamento, coleta e ampliação
da rede de esgoto já foi assinada e vai beneficiar 1,7 milhão
de moradores da região. A Fundação Rio-Águas fará a
regulação dos serviços da concessionária e fiscalizará o
processo. O modelo de concessão inclui metas de qualidade,
prestação de serviços e controle social por meio de um
conselho consultivo. A expectativa é de que sejam investidos
R$ 1,6 bilhão para quadriplicar as redes e construir 19
estações de tratamento e 221 elevatórias. Além disso,
com investimento de R$ 174 milhões, em uma parceria da
Prefeitura com o governo federal e a Caixa, o Saneando
Sepetiba está levando rede de esgoto a uma região que
abrange 60 mil moradores e três bairros: Sepetiba, Pedra
de Guaratiba e Praia da Brisa. As intervenções incluem
saneamento, pavimentação e urbanização da área.
O programa Saneando Santa Cruz também está em andamento
e contempla as sub-bacias de Paciência e Vala do Sangue,
com investimentos de mais de R$ 279,5 milhões, levando
saneamento para cerca de 125.600 habitantes moradores da
Zona Oeste. As obras já foram iniciadas nas duas localidades.
Em Paciência serão implantados 116 quilômetros de rede
de esgoto, tendo 11 mil ligações domiciliares. Em Vala do
Sangue, serão aproximadamente 30 quilômetros de rede
coletora de esgoto. As obras na sub-bacia de Santa Cruz e a
construção da ETE estão em licitação.
Entre as outras obras em curso ou previstas até as
Olimpíadas, qual o senhor destacaria? E por quê?
Creio que outro grande destaque para os Jogos é a obra que
controlará as enchentes da Praça da Bandeira, iniciada em
janeiro deste ano. Com investimento de R$ 292 milhões, ela
começou pela construção de um reservatório subterrâneo
na Praça – um dos quatro previstos no projeto – e pela
canalização do Rio Trapicheiros, em um trecho de 361 metros
entre as ruas Ceará e Francisco Eugênio. Os reservatórios
servirão para amortecer o excedente das chuvas, acumulando
os volumes e impedindo o transbordamento dos rios. A água
será liberada à medida que a rede de drenagem suportar,
retardando a ida dos volumes para a parte baixa e impedindo
os alagamentos.
O reservatório da Praça da Bandeira terá capacidade
para receber 18 mil metros cúbicos de água, com uma
profundidade de 12 metros, e servirá para absorver o
excedente da água da microdrenagem do entorno da Praça.
Os demais reservatórios terão capacidade para acondicionar:
70 mil metros cúbicos (próximo à Rua Heitor Beltrão, para
captar as águas do Rio Trapicheiros); 143 mil metros cúbicos
(próximo ao Boulevard, captará o excedente das águas do
Rio Joana); e 50 mil metros cúbicos (no Alto Grajaú, para o
Rio Jacó). Além dos “piscinões”, estão previstos no projeto
a implantação do desvio de parte da vazão do Rio Maracanã
para o Rio Joana e o desvio deste para um deságue
independente na Baía de Guanabara, reduzindo em um terço
as vazões afluentes do Canal do Mangue.
Obras do túnel da Grota FundaFo
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16 Construir | Março 2012
CORREDORES EXPRESSOS EM DIREÇÃO AO FUTUROCOM 150 QUILÔMETROS, AS VIAS DO SISTEM A DE ÔNIBUS
ARTICUL ADOS VÃO REDUZIR O TEMPO DE VIAGEM
Transportes
BRT articulado que vai circular na Transoeste
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17 Construir | Março 2012
Grande estrela da implantação do BRT (Bus Rapid
Transit), o túnel da Grota Funda está quase pronto. Seus
1.100 metros de extensão ligarão a Barra da Tijuca a
Santa Cruz e fazem parte de um grande projeto de
integração viária da cidade que criará quatro corredores
expressos – Transolímpica, Transoeste, Transcarioca e
Transbrasil –, pensados para a circulação de ônibus
articulados com capacidade para até 200 passageiros.
Além do túnel, serão construídos quatro mergulhões
e uma ponte estaiada. Tudo isso reduzirá o tempo de
viagem, em alguns casos em até 60%, beneficiando
quase 2 milhões de habitantes. Ao todo serão 150
quilômetros de novas vias, o que representa um
investimento de pouco mais de R$ 5 bilhões.
Corredor expresso que vai ligar a Barra da Tijuca ao
Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim, o (corredor)
BRT Transcarioca beneficiará também moradores do
subúrbio. Com 41 quilômetros de extensão, a via, que está
sendo construída por consórcios que incluem as associadas
Construtora Andrade Gutierrez, Delta Construções, Carioca
Christiani-Nielsen Engenharia e Construtora OAS, cruzará
bairros como Madureira, Vicente de Carvalho e Penha, depois
de cortar toda a região de Jacarepaguá. A expectativa é que
o tempo do trajeto seja reduzido em até 60%, favorecendo
cerca de 400 mil pessoas todos os dias.
A linha exclusiva pela qual passarão os ônibus
articulados – com capacidade para pelo menos 160
passageiros cada um – inaugura um novo conceito de
transporte público na cidade, integrando metrô, trens,
terminais rodoviários e ciclovias. Serão construídas 46
estações BRT, quatro mergulhões, dez viadutos e nove
pontes. Além de melhorar a qualidade do transporte, o
Transcarioca implicará, por onde passar, novas calçadas,
muretas, praças e iluminação pública, mudando a
paisagem em seu entorno.
Integrado ao BRT Transoeste, o Transcarioca
começará no Terminal Alvorada, na Barra da Tijuca,
passando logo depois pelas avenidas Ayrton Senna
e Embaixador Abelardo Bueno. Nesse trecho serão
construídos dois mergulhões – um na altura do chamado
Cebolão e outro na altura do Shopping Via Parque – e
uma ponte sobre a Lagoa de Jacarepaguá. Depois, a via
seguirá pela Estrada Coronel Pedro Correia, próxima ao
condomínio Rio 2, e continuará até o final da Estrada
dos Bandeirantes, em Curicica.
Depois do Largo da Taquara, o Transcarioca passará
pela Avenida Nelson Cardoso, ruas Cândido Benício e
Domingos Lopes, Rua Quaxima e Viaduto Negrão de Lima,
que terá um segmento novo, especialmente construído
para o BRT. Antes, um mergulhão vai ligar as ruas Cândido
Benício e Domingos Lopes, eliminando o cruzamento com
a Estrada Intendente Magalhães. As detonações para
abertura do mergulhão estão sendo executadas pela Fábio
Bruno Construções. De lá, a via seguirá até o Terminal da
Penha, passando pelas avenidas Ministro Edgard Romero,
Vicente de Carvalho e Brás de Pina.
O trecho final da viagem vai começar no Largo da
Penha, indo até o Aeroporto Internacional Antonio Carlos
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Obras do túnel da Grota Funda
TUDO ISSO REDUZIRÁ O TEMPO DE VIAGEM, EM ALGUNS CASOS EM
ATÉ 60%, BENEFICIANDO QUASE 2 MILHÕES DE HABITANTES.
18 Construir | Março 2012
Jobim. O caminho passará pelas ruas Monsenhor Alves
Rocha, Ibiapina, Uranos, Estrada Engenho da Pedra, Rua
Ismael Rocha, Rua Sargento Peixoto e Avenida Brigadeiro
Trompowski. Na altura da Ilha do Fundão haverá um
binário pelas avenidas Um e Vinte e Quatro, seguindo pela
Avenida Vinte e Nove, Estrada do Galeão e Avenida 20 de
Janeiro, até chegar ao terminal.
Nesse percurso, haverá um viaduto sobre a Avenida
Brigadeiro Trompowski, uma ponte sobre o Canal do
Fundão e a Linha Vermelha e uma ponte estaiada (suspensa
por cabos) sobre a Baía de Guanabara, ligando as ilhas do
Fundão e do Governador. Depois, o trajeto contará com
um viaduto sobre a ponte nova do Aeroporto e outros dois:
sobre a Estrada do Galeão e sobre a Avenida 20 de Janeiro.
A previsão é de que as obras estejam concluídas em 2014.
Já o Transoeste terá 56 quilômetros de extensão e 53
estações de BRT que interligarão a Barra da Tijuca a Campo
Grande e Santa Cruz. A expectativa é que a via reduza pela
metade o tempo médio de viagem entre os bairros, todos
na Zona Oeste. Comandadas pela associada Construtora
Norberto Odebrecht e pela Sanerio Construtora, as obras
do Transoeste incluem a abertura de um túnel na Serra da
Grota Funda, a restauração de 255 mil metros quadrados de
asfalto, a implantação de outros 522 mil metros quadrados
e a instalação de 3.650 novos pontos de luz. O número de
passageiros beneficiados por dia deve chegar a 220 mil.
O Transoeste começará no Jardim Oceânico, na Barra
da Tijuca – próximo à futura estação da Linha 4 do metrô –
e seguirá até as estações da Supervia, em Campo Grande,
pela Avenida Cesário de Melo, e Santa Cruz, pela Rua
Felipe Cardoso. Além dos ônibus articulados, com linhas
expressas e paradoras, seu corredor central contará com
linhas complementares, operadas com ônibus menores
nos bairros periféricos. O Transoeste estará dividido em
cinco percursos. No denominado trecho zero da obra, o
corredor vai se estender por seis quilômetros do Jardim
Oceânico – onde fará integração com o metrô – até o
Terminal Alvorada.
Os ônibus articulados circularão pelas faixas centrais
da Avenida das Américas e farão parada nas estações
Ampliação do Viaduto Negrão de Lima, em Madureira, para as obras da Transcarioca
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Transportes
19 Construir | Março 2012
instaladas sobre o canteiro central. O trecho 1 seguirá
pela Avenida das Américas, entre o Terminal Alvorada e a
Estrada Benvindo de Novaes, onde parte da via está sendo
ampliada para se igualar à existente na Barra da Tijuca.
Haverá mudanças na sinalização e construção de dois
viadutos – um no cruzamento das avenidas das Américas
e Salvador Allende, já concluído, e outro na altura da
Benvindo de Novaes.
O trecho seguinte, o 2, terá início no cruzamento
com a Estrada Benvindo de Novaes, seguindo pela
Avenida das Américas até a Estrada da Matriz, em
Guaratiba. Nesse percurso também está sendo feita
a implantação das pistas de serviço, até a altura do
Canal de Sernambetiba. Também haverá duplicação da
ponte sobre o canal e a duplicação da pista da Avenida
das Américas entre a Avenida Alceu de Carvalho até a
Estrada do Pontal, a partir de onde está sendo aberto
o túnel da Grota Funda. O trecho 3 do Transoeste
continuará pela Avenida das Américas, entre a Estrada
da Matriz, em Guaratiba, até a Estrada da Pedra, em
Santa Cruz. Nessa região haverá a duplicação total da
via, que passará a contar com três faixas por sentido,
uma delas destinada aos ônibus articulados.
Com a adequação e ampliação do projeto, o Transoeste
ganhou um trecho de número 4, que a ligará aos bairros
de Santa Cruz e Campo Grande. Por conta da alteração, a
via vai se prolongar, a partir da Estrada da Pedra, por mais
sete quilômetros pela Rua Felipe Cardoso, até a estação
de trem de Santa Cruz. Na outra alça, uma via de 11
quilômetros será construída na Avenida Cesário de Melo
até a estação de Campo Grande. O corredor do Transoeste
deverá ser inaugurado em 2012.
Outro corredor de 26 quilômetros ligará Deodoro à
Barra da Tijuca. A Transolímpica do BRT fará mais do que
encurtar o tempo de deslocamento dos atletas entre as
instalações dos Jogos de 2016. Diferente dos outros dois
corredores em construção – Transoeste e Transcarioca
–, o da Transolímpica servirá de via expressa também
para carros, sem cruzamentos ou sinais, como na Linha
Amarela. O projeto, que está entre os compromissos
assumidos pela Prefeitura do Rio com o Comitê Olímpico
Internacional (COI), prevê a duplicação de importantes
vias, como a Avenida Salvador Allende e as estradas de
Curicica e do Guerenguê, em Jacarepaguá, bem como a
abertura de novos caminhos pelo Maciço da Pedra Branca,
com a construção de quatro túneis e novas ruas.
O BRT Transolímpica será integrado ainda aos trens da
Supervia em Deodoro e Magalhães Bastos, criando uma
opção hoje inexistente entre esses meios de transporte.
Outro ponto de integração será no trevo entre a Estrada
dos Bandeirantes e a Avenida Salvador Allende, por onde
passará o BRT Transcarioca. No Recreio dos Bandeirantes,
o corredor também será interligado ao BRT Transoeste.
Considerada a maior obra da cidade nos últimos 30
anos, o Transolímpica criará novas vias e cortará os bairros
da Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes, Camorim,
Curicica, Taquara, Jardim Sulacap, Magalhães Bastos,
Vila Militar e Deodoro, beneficiando diretamente mais de
400 mil moradores e se consolidando como uma opção à
Linha Amarela para quem vive na Baixada Fluminense e
nas regiões próximas à Avenida Brasil.
Os ônibus articulados, com capacidade para 160
passageiros ou mais cada um, serão divididos em expresso
CONSIDERADA A MAIOR OBRA DA CIDADE NOS ÚLTIMOS 30
ANOS, O TRANSOLÍMPICA CRIARÁ NOVAS VIAS E
CORTARÁ VÁRIOS BAIRROS.
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Campinho
20 Construir | Março 2012
expectativa da Prefeitura é de que todas as obras fiquem
prontas em 2015.
Com menos necessidade de desapropriações, a
Transbrasil encerra um anel de corredores expressos, mas
nesse caso trata-se da transformação de uma das pistas
da Avenida Brasil num corredor para BRT com ônibus
articulados. Estudos iniciais estimam que o corredor terá
cerca de 30 quilômetros, com pelo menos 26 estações e
cinco terminais. A expectativa é que as obras comecem no
máximo em 2013.
Estação da BRT em construção
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e parador, de acordo com a quantidade de estações no
percurso. Todos os veículos – cerca de 60 – contarão com
ar-condicionado, portas no lado esquerdo e piso elevado
a 90 centímetros do solo, alinhado com as estações, que
serão 17 entre a Barra da Tijuca e Deodoro.
Por onde passar, o BRT Transolímpica promoverá
também a urbanização do entorno. Serão construídas
pistas em nível, nove quilômetros de ruas marginais,
calçadas largas e travessia prioritária de pedestres,
além de ciclovias e bicicletários nas estações. A
Transportes
A SMO não se restringiu a construir novas vias
expressas. A manutenção e a ampliação de vias já
existentes mereceram igual atenção da Secretaria.
Bairros como Campo Grande, Bangu e Jacarepaguá
ganharam ciclovias e duplicação das principais vias
de acesso. Novos viadutos e passarelas estão sendo
construídos e recuperados em toda a cidade.
A ligação entre a Zona Sul e a Barra da Tijuca não foi
RECUPERAR É PRECISO
esquecida. No Elevado das Bandeiras, mais conhecido como
Elevado do Joá, a Geomecânica Engenharia integra o consórcio
que executa as obras de recuperação estrutural da via.
A pacificação dos morros da Zona Norte beneficiou
também o bairro da Penha, que, além das obras de
infraestrutura urbana, vai ganhar, com a Seel Serviços
Especiais de Engenharia, um novo plano inclinado
para a Igreja da Penha.
www.odebrecht.com
O Rio está tomandonovos rumose nós ajudamos a construiros caminhos.
O Rio de Janeiro está se preparando para receber os eventos esportivos mais importantes do mundo. E a Odebrecht Infraestrutura se orgulha de poder contribuir com esse momento tão importante. São projetos de grande impacto social e econômico, que contribuem para o desenvolvimento sustentável da cidade.
Morro da Providência
Malha Viária
Porto Maravilha
Corredor Transoeste
Estádio OlÍmpico João Havelange
AN_20,5X27,5cm_REVISTA_CONSTRUIR.indd 1 01/02/12 17:41
24 Construir | Março 2012
A BOLA TAMBÉM VAI ROLAR FORA DO MARACANÃPASSAREL A-PARQUE MUDA A PAISAGEM E MELHOR A O ACESSO AO
ESTÁDIO QUE SER Á UM DOS M AIS MODERNOS DO MUNDO
Copa do Mundo
Não são apenas os gramados e as arquibancadas do
Maracanã que serão completamente renovados. O entorno do
estádio mais famoso do mundo passará por uma completa
reestruturação a fim de tornar mais confortável e agradável
o acesso dos torcedores durante a Copa e depois dela. É a
Construtora Norberto Odebrecht que vai tirar do papel
o projeto, de autoria do escritório de paisagismo Roberto
Burle Marx, que prevê a construção de calçadões, ciclovias
e passarelas-parque, assim chamadas porque terão oito
metros de largura e interligarão os dois lados da linha férrea.
A revitalização do entorno do Maracanã, palco da final
da Copa do Mundo de 2014 e da abertura das Olimpíadas de
2016, inclui a construção de duas amplas passarelas, que
deverão facilitar o escoamento de torcedores e o acesso
às áreas próximas à Quinta da Boa Vista, onde ficará boa
parte dos estacionamentos. A área de recreação terá mesa
de jogos, bicicletário e equipamentos para exercícios. Ao
todo serão 2 mil metros quadrados de nova pavimentação
cujo grafismo remeterá a outro cartão-postal carioca: os
calçadões da Praia de Copacabana. A iluminação de LED
vai garantir beleza e economia de energia.
Além do embelezamento da área, a reurbanização vai
promover a integração com o trem e o metrô. “Não vamos
ficar devendo a nenhuma grande arena europeia”, afirma
o secretário Alexandre Pinto. Com custo de R$ 109,5
milhões e previsão de 14 meses de duração, as obras ao
redor do estádio vão beneficiar as ruas Eurico Rabelo,
Professor Manuel de Abreu, Mata Machado e Visconde de
Niterói, além das avenidas Maracanã e Radial Oeste – todas
importantes vias da Zona Norte.
Maracanã
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26 Construir | Março 2012
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antigos quanto o patrimônio da Zona Oeste são os seus
desafios, decorrentes de longo período de descaso por
parte dos órgãos púbicos. A região da cidade que mais
deve crescer nos próximos anos agora é prioridade da
Prefeitura. E os investimentos, através da Secretaria de
Obras, são da ordem de R$ 2 bilhões, cuja maior parte
é direcionada para saneamento básico e reurbanização.
A grande maioria dos bairros beneficiados pelo
programa Bairro Maravilha, que abrange obras de
Quando se fala na Zona Oeste do Rio de Janeiro,
a imagem que costuma vir à mente é a de uma área
de crescimento recente. Mas não é bem assim. A
última fronteira de desenvolvimento urbano da cidade
é uma de suas mais antigas regiões. Prova disso é a
existência da Igreja de Nossa Senhora do Desterro,
em Campo Grande, a terceira mais antiga da cidade,
erguida em 1673 e modificada no século 18, e a da
Ponte dos Jesuítas, em Santa Cruz, de 1752. Tão
Bairro Maravilha Novo Camarão, em Santa Cruz
Infraestrutura
A ZONA OESTE NA ORDEM DO DIAREGIÃO VAI GANH AR COLETA E TR ATAMENTO DE
ESGOTO ADEQUADOS DEPOIS DE DÉCADAS DE DESCASO
27 Construir | Março 2012
pavimentação e drenagem, fica nessa parte da cidade.
Mais de 20 bairros, entre eles Bangu, Santa Cruz,
Campo Grande e Guaratiba, sofrerão intervenções de 24
associadas da AEERJ. Com 2 milhões de habitantes, a
Zona Oeste, sem contar a Barra da Tijuca, tem, no entanto,
índices pífios quando o tema é coleta e tratamento de
esgoto – apenas 50% é coletado e, destes, apenas 5% é
tratado. Ainda hoje as valas negras são uma realidade.
Além de causar doenças, elas representam uma tragédia
para a Baía de Sepetiba.
Essa realidade começou a mudar no ano passado,
quando a Prefeitura anunciou os vencedores da licitação
que concede os serviços de coleta e tratamento de
esgoto a dois consórcios: Foz do Brasil e Águas do Brasil,
integrados, entre outras empresas de engenharia, por
Carioca Christiani-Nielsen Engenharia, Construtora
Queiroz Galvão, EIT Engenharia, Construtora Cowan
e Construtora Norberto Odebrecht. A ideia é que, até
2016, 65% do esgoto seja coletado e 40%, tratado. E que,
ao fim da concessão, em 15 anos, 90% do esgotamento
sanitário esteja recebendo tratamento adequado. Os
primeiros bairros contemplados serão Bangu, Santa Cruz
e Campo Grande. Para a construção de 19 estações de
tratamento, 221 elevatórias e 2.500 quilômetros de rede
de esgoto, serão investidos R$ 1,67 bilhão. A concessão
será fiscalizada pela Rio-Águas e o fornecimento de
água continuará sob a responsabilidade da Nova Cedae.
Em julho de 2007, a Prefeitura assumiu o saneamento
básico da região e agora concede o serviço por 15 anos a
empresas capacitadas e com experiências bem-sucedidas
no setor. Entre os casos emblemáticos estão o de Niterói e
de Petrópolis, que já adotaram o modelo e atingiram índices
de coleta e tratamento de esgoto acima de 90% do total.
Entre os principais benefícios alcançados para a população
está a recuperação da balneabilidade de algumas praias da
Baía de Guanabara, como Icaraí, em Niterói.
Índices de esgoto coletado e tratado
Bairro Maravilha Parque Tiradentes, em Anchieta
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coletado tratado
2012 2016 2027
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Infraestrutura
Uma das causas da poluição da Baía de Sepetiba é o
lançamento de esgoto sem tratamento em suas águas.
Delimitada pelas serras do Mar e de Madureira, pelo
Maciço da Pedra Branca e pela Restinga da Marambaia, a
baía possui 305 quilômetros quadrados de uma natureza
que ainda dá mostras de exuberância, apesar de décadas
de maus-tratos. Ainda podem ser vistos botos cinza
em suas águas e parte do mangue ainda sobrevive. Em
comparação com a situação da Baía de Guanabara, o nível
de poluição é considerado intermediário, mas é preciso
tomar providências para que a situação não se agrave.
Existem 12 praias em suas ilhas (Itacuruçá, Jaguanum,
Marambaia, Bonita e do Jardim). Outras atrações são as
Antes do Bairro Maravilha Bairro Maravilha Covanca, em Guaratiba
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Camter Construções e Empreendimentos / Chison Empreendimentos Imobiliários / Construtora Colares Linhares
Construtora Metropolitana / Construtora Monjardim Marques / DAS Engenharia / Delta Construções / EIT Engenharia
Enimont Empresa Nacional de Instalações e Montagens / Erwil Construções / Focus Construções / Globo Construções
e Terraplanagem / Hydra Engenharia e Saneamento / Irmãos Haddad Construtora / LBQ Engenharia / Mascarenhas
Barbosa Roscoe Construções / Nova Santa Luzia Engenharia / RC Vieira Engenharia / RGI Empreendimentos
Rodoplex Engenharia / Silo Engenharia / Spil-Serviços Técnicos de Engenharia / Terrapleno Terraplenagem e Construção
União Norte Fluminense Engenharia e Comércio
ASSOCIADAS QUE EXECUTAM AS OBRAS DO PROGRAMA BAIRRO MARAVILHA
cachoeiras de Mazomba, Itimirim e Bicão.
Além de sua importância ecológica, a Baía de Sepetiba
foi palco de alguns acontecimentos históricos. Aliados
dos franceses na luta pela conquista do Rio de Janeiro,
os índios tamoios se refugiaram na região após terem
sido derrotados pelos portugueses, em 1567. No século
seguinte, a região passou a integrar a rota do ouro. Parte do
metal precioso extraído em Minas Gerais era enviado para
Lisboa através do Porto da Baía de Sepetiba. Com a vinda
da família real portuguesa, em 1808, D. João VI mandou
construir duas fortificações: o Forte de São Pedro, no Morro
de Sepetiba, onde hoje fica o radar da base aérea de Santa
Cruz, e o Forte São Leopoldo, no Morro do Ipiranga.
Sabemos que o Rio é uma cidade maravilhosa, que tal torná-la mais acessível?
A Seel, junto com a Prefeitura do Rio de Janeiro, está trabalhando em alta velocidade para garantir
a população acesso mais confortável à Igreja da Penha, através da construção de dois dos planos
inclinados sobre trilhos, com cabine panorâmica. O projeto prevê plena integração com a natureza garantindo o menor impacto ambiental possível.
Serviços Especiais de Engenharia Ltda.Av. Presidente Vargas, 583 salas 1111 a 1115
Centro - Rio de Janeiro - RJ - CEP: 20.071-003Tel/Fax: (0**21) 2242-9606
SEEL e Prefeitura do Rio de Janeiro, trabalhando juntas para tornar nossa Cidade ainda melhor.
30 Construir | Março 2012
VEJA ESTA MARAVILHA DE CENÁRIOREVITALIZAÇÃO DO PORTO CONTEMPL A MELHOR A DA
INFR AESTRUTUR A E IMPL ANTAÇÃO DE BONDE MODERNO
Zona Portuária
Imaginar a paisagem do Centro sem o Elevado da
Perimetral é quase um exercício de ficção científica.
Com ruas e avenidas densamente povoadas por carros e
ônibus, como seria possível demolir o viaduto que margeia
a Baía de Guanabara? Pois esse é um dos grandes
desafios do projeto Porto Maravilha, que, até 2015, terá
mudado as feições da Zona Portuária por meio de um
consórcio integrado por Construtora OAS, EIT Engenharia
e Norberto Odebrecht.
Com quase 5 milhões de metros quadrados, a
região terá papel importante durante as Olimpíadas,
pois abrigará a imprensa internacional e os árbitros
das várias modalidades esportivas em duas vilas, cada
uma com 11 mil quartos. Serão construídos ainda
um centro de convenções, um hotel cinco estrelas e
museus. Certamente, nenhum deles abrigará obra tão
impressionante quanto a de engenharia que permitirá a
demolição do viaduto sem acarretar nó no trânsito.
As mudanças não afetarão apenas o tráfego de
veículos. Para o projeto deslanchar, alterou-se o gabarito
dos prédios, gerando um mundo de oportunidades para
as empresas de engenharia interessadas em investir
na área. A nova legislação permite construções de
até 50 andares em alguns trechos nas margens da
Avenida Francisco Bicalho, e de 30 andares na parte da
Avenida Rodrigues Alves próxima da Rodoviária Novo
Rio. Novas construções, de uso comercial e residencial,
vão conferir maior dinamismo à região e a expectativa
A maquete do Porto Maravilha
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Rua Guatemala, 136 - Parte - Penha - Rio de Janeiro - RJ - Tel.: 21 2561-2284 - Email: [email protected]
Há 15 anos fazendo a diferença.
Escola Municipal Baltazar Lisboa
Espaço de Desenvolvimento Infantil Joel Luiz Azevedo Bastos
Estamos construindo com a Prefeitura do Rio de Janeiro o futuro dos Cariocas
32 Construir | Março 2012
é de que a população local passe dos atuais 20 mil
habitantes para 100 mil.
De ocupação centenária, a Zona Portuária sofria com
carência de infraestrutura urbana. Iniciadas em 2010, as
reformas devem ficar prontas ainda este ano, dando novo
visual à área, que terá calçadas renovadas, ciclovia e
arborização exuberante, com o plantio de 15 mil árvores.
Sob as ruas, as galerias de abastecimento de água,
coleta de esgoto, drenagem e energia elétrica serão
reformadas, perfazendo um total de 700 quilômetros de
dutos. Posteriormente, serão construídos três túneis: um
cortando o Morro da Saúde e outros dois cortando o Morro
de São Bento, a fim de criar uma ligação direta com a
Avenida Primeiro de Março, no Centro. Até agora batizada
como Binário do Porto, a via percorrerá 70 quilômetros e
receberá o fluxo de carros após a implosão da Perimetral.
Nos moldes dos bondes que circulam nas grandes
capitais europeias, o VLT (veículo leve sobre trilhos) integrará
a Zona Portuária ao resto do Centro. Com capacidade para
450 passageiros e equipados com ar-condicionado, os bondes
modernos devem contribuir para a diminuição do fluxo
de veículos. Serão seis linhas percorrendo um total de 52
quilômetros, metade delas saindo da Rodoviária Novo Rio e
a outra metade da Estação Central do Brasil. Espera-se que
em 2014 duas linhas estejam prontas. Até 2015, quando se
comemoram os 450 anos da fundação da cidade, outras duas
devem ser entregues e, em 2016, todas estarão funcionando.
Outro projeto aguardado com expectativa é o Museu
do Amanhã, que leva a assinatura do consagrado arquiteto
espanhol Santiago Calatrava. As construtoras Carioca
Engenharia e Odebrecht trabalham no reforço estrutural do
Píer Mauá, onde o prédio de linhas arrojadas será erguido, e
na execução das fundações. Será a primeira obra de Calatrava
na cidade. Nos países pelos quais o arquiteto passou, as áreas
em que deixou sua marca se tornaram concorridos pontos
turísticos. São de sua autoria a Torre Montjuic, em Barcelona,
a Estação do Oriente, em Lisboa, o Complexo Olímpico de
Atenas e a Cidade das Artes e das Ciências, em Valência, na
Espanha. Com área de exposição de 5 mil metros quadrados, o
museu, cujo tema será a sustentabilidade e o futuro ecológico
do planeta em 2061, deve seguir o modelo altamente interativo
implantado nos museus paulistanos da Língua Portuguesa e
do Futebol.
Dessa forma, a modernidade vai conviver em harmonia
com a parte mais antiga da cidade. Ali fica a Pedra do
Sal, ponto de encontro da população negra na época do
Brasil Colônia e onde, mais tarde, importantes capítulos
dos primórdios do samba foram escritos por uma turma
de bambas da mais alta linhagem, entre eles João da
Baiana, Donga, Pixinguinha e Heitor dos Prazeres. Depois
de décadas, o lugar foi redescoberto por uma nova geração
de sambistas que comanda uma animada roda de samba
às segundas-feiras.
Parte desse passado veio literalmente à tona num
canteiro de obra da Avenida Barão de Tefé, em que foram
encontrados os vestígios do antigo Cais da Imperatriz,
projetado pelo arquiteto francês Grandjean de Montigny, em
1843, e construído para receber a imperatriz Tereza Cristina.
Garrafas, porcelanas, pulseiras e cordas de amarração estão
sendo catalogados por uma equipe de arqueólogos.
A engenharia financeira que deu origem à Operação
Urbana Porto Maravilha utilizou um instrumento ainda
pouco explorado no país: os recursos dos Certificados de
Potencial Adicional de Construção (Cepacs), que estão
sendo usados para arcar com a requalificação de 5 milhões
de metros quadrados de terreno.
Os recursos vêm da iniciativa privada, a partir da venda
dos Cepacs, exigidos para se desenvolver empreendimentos
imobiliários na região que consumam potencial construtivo
existente. Ao se entender a mecânica dessa estrutura,
compreende-se como é possível reurbanizar a Região
Portuária – incluindo-se aí grandes obras de infraestrutura,
manutenção dos serviços públicos por 15 anos, mudanças
viárias e até a demolição do Elevado da Perimetral – sem
comprometer o orçamento da Prefeitura do Rio.
O Cepac dá direito de construir além do coeficiente
de aproveitamento básico, que, nessa região, equivale
a uma vez a área do terreno. Exemplificando: sobre um
terreno de 200 metros quadrados podem-se edificar 200
metros quadrados de área construída sem a necessidade
de adquirir Cepacs. Acima disso é necessário adquirir
os títulos, que são convertidos em direito de construir
metros quadrados adicionais, seja para empreendimentos
residenciais ou não. Todos os recursos arrecadados com a
venda dos Cepacs só podem ser utilizados no pagamento
das intervenções naquela região.
MUDANÇA NA LEGISLAÇÃO URBANA FOI FUNDAMENTAL
34 Construir | Março 2012
Qualidade de Vida
SAÚDE E EDUCAÇÃO PARA TODOS NOVOS HOSPITA IS, CRECHES E POSTOS DE SAÚDE ESTÃO
REVOLUCIONA NDO O ATENDIMENTO À POPUL AÇ ÃO
Na década de 30, o Rio vivia um momento de pujança
econômica. Da sede do Distrito Federal, no Catete,
partiram as medidas de reestruturação da economia
cafeeira de São Paulo. Os cassinos eram o centro da
diversão noturna e uma lei obrigava o investimento em
saúde e educação de parte dos impostos arrecadados
com o jogo. Com o médico Pedro Ernesto no posto de
alcaide municipal, a cidade viu surgirem hospitais e
escolas em profusão. Algo semelhante acontece nos
dias de hoje com a construção das Clínicas da Família
– até agora já foram entregues 50 – e dos Espaços de
Desenvolvimento Infantil (EDIs), que somam 149, entre
novos e adaptados. As obras foram tocadas por cerca de
23 empresas associadas da AEERJ.
Inovadores, os dois projetos apostam na saúde e na
educação, setores até então carentes de assistência.
As Clínicas da Família, por exemplo, pretendem atuar
na prevenção através do modelo do médico de família.
Apenas famílias cadastradas e de uma determinada
área de abrangência são atendidas. Com isso, a
marcação de consultas é bem mais simples do que
nos postos de saúde convencionais. Administrados
EDI Samira Pires Ribeiro
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35 Construir | Março 2012
EDI inaugurada recentemente no Complexo da Penha, Morro da Fé
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por organizações sociais, os locais prestam até
atendimento odontológico. Na Zona Oeste, onde foi
implantado o maior número de unidades, os resultados
são expressivos. Com 80% de cobertura pelo novo
sistema, Santa Cruz, Sepetiba e Paciência registraram
queda de 35% para 2% nas internações de pacientes
com doenças hipertensivas.
Já os EDIs seguem um modelo de assistência
integral para crianças entre seis meses e cinco anos e
11 meses, ou seja, da creche à pré-escola. Desde sua
implementação, em 2009, foram criadas 15 mil vagas.
Os espaços são equipados com berçários, mobiliários
apropriados e playground. Os investimentos nos dois
setores incluem a construção de novas escolas e a
conservação das já existentes. Seguindo a tendência
dos prédios “verdes”, as construções foram erguidas
a partir de material reciclado e projetadas de forma a
aproveitar ao máximo a luz solar, a fim de economizar
energia. Outra medida adotada visando poupar o meio
ambiente é a instalação de um moderno sistema de
reaproveitamento de água.
As duas iniciativas englobam o pacote de
intervenções sociais capitaneadas pela Prefeitura em
comunidades pacificadas. Apenas no Complexo do
Alemão serão montados cinco EDIs. Outros oitos estão
previstos para a Penha e a Vila Cruzeiro. Quanto às
Clínicas da Família, serão construídas quatro unidades.
“A Secretaria Municipal de Obras também tem papel
fundamental nesse processo, já tendo concluído um
pacote de obras de revitalização de áreas de lazer em
comunidades pacificadas da Zona Norte e na região
da Leopoldina”, destaca o secretário Alexandre Pinto.
Doze das novas unidades de educação homenagearam
vítimas do massacre da Escola Municipal Tasso da
Silveira, em Realengo, ocorrido em 2011. O próprio
colégio ganhou um EDI.
36 Construir | Março 2012
Qualidade de Vida
Clínica da Família
EDI Professora Zena Elian, em Realengo Clinica da familia
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Hospitais de cara nova
A cidade vai ganhar quatro novos hospitais, dois na Zona
Oeste: o Hospital da Mulher, que a Andrade Gutierrez está
construindo em Bangu, e o Hospital Pedro II, em Santa Cruz,
cujas obras foram entregues em fevereiro pela Queiroz
Galvão. Essa unidade teve de ser totalmente reconstruída
depois que um incêndio destruiu o prédio. A reconstrução
durou pouco mais de um ano e a capacidade de atendimento
aumentou de 260 para 400 leitos. Um dos andares será
destinado exclusivamente ao tratamento de vítimas de fogo,
e outros três ao atendimento a crianças, incluindo uma
maternidade (até então, os partos eram realizados no setor
de Emergência do hospital). Placas que captam energia solar
Amapá Construções e Reformas / CLM Exatta Construções / Construtora Andrade Gutierrez / Construtora Entre os Rios
Construtora Nova Arcos / Engeobras Construções / Fenix Construtora / FW Empreendimentos Imobiliários e Construções
Gianel Construtora / Inovattec Serviços de Engenharia e Construções / Irmãos Haddad Construtora / Mega Engenharia
MJRE Construtora / Phoenix Construção e Reformas / RC Vieira Engenharia / Retrofit Engenharia de Serviços / Rizoma
Engenharia, Paisagismo e Serviços / Rodrigues e Lucena Construtora / Senic-Serviços de Engenharia Indústria e Comércio
Spins Engenharia e Empreendimentos Imobiliários / WL Engenharia, Planejamento / York Engenharia e Comércio / Zart Engenharia
ASSOCIADAS QUE CONSTROEM EDIS
Construtora Andrade Gutierrez / Construtora Entre os Rios / Enge Prat Engenharia e Serviços / Engetécnica
Hécio Gomes Engenharia e Comércio / MeP Construções e Participações / RL 2 Engenharia / Volume Construções e
Participações
ASSOCIADAS QUE CONSTROEM CLÍNICAS DA FAMÍLIA
serão responsáveis por parte da energia usada no aquecimento
da água do hospital e um moderno sistema de detecção de
fumaça foi instalado para evitar novos acidentes.
38 Construir | Março 2012
PrevençãoFo
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QUE VENHAM AS ÁGUAS DE MARÇOCOMEÇ A R A M AS INTERV ENÇÕES QUE VÃO AC A BA R
COM AS ENCHENTES NA PR AÇ A DA BA NDEIR A
Rio Itanhangá
40 Construir | Março 2012
PrevençãoInspirações para o maestro Tom Jobim, as chuvas
de verão são um problema histórico no Rio de Janeiro.
Cortada por rios que tiveram seus cursos alterados
ao longo do tempo, a cidade ainda paga um alto preço
por isso e enchentes e deslizamento de encostas já
fizeram milhares de vítimas. Na atual administração, a
Secretaria de Obras, através da Rio-Águas, desenvolve
intervenções que podem diminuir consideravelmente os
estragos na região que virou sinônimo de ruas alagadas:
a Praça da Bandeira.
Orçada em R$ 160 milhões e executada pela OAS,
a primeira etapa do Controle de Enchentes da Bacia
do Canal do Mangue prevê a canalização de um trecho
do Rio Trapicheiros e a construção de um reservatório
subterrâneo com capacidade para reter 18 mil metros
cúbicos de água. É o menor dos quatro piscinões
previstos no projeto, que deve ficar pronto em 2014
e conta com verbas do Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC).
Resolver o problema na Praça da Bandeira é de
fundamental importância para a Copa do Mundo.
Principal ponto de ligação entre as Zonas Norte, Sul e
Centro, a região fica a poucos quilômetros do palco da
final da competição e, por isso, foi incluída no caderno
de encargos sociais de preparação para o evento.
Ponto de encontro de outros quatro rios, além do
Trapicheiros, a Praça da Bandeira recebe as águas do
Papa-Couve, do Comprido, do Maracanã e do Joana.
A partir dali elas seguem pelo Canal do Mangue até a
Baía de Guanabara. Com a extinção das áreas verdes
em suas margens, a capacidade de absorção do solo
foi praticamente anulada e, por isso, a região alaga
com tanta frequência. É aí que entram em cena os
reservatórios. No momento dos temporais, eles captam
o excedente de água e só liberam o volume que a rede
é capaz de drenar.
Entre as medidas que serão adotadas estão o desvio,
na altura da Rua Varnhagen, de parte da vazão do Rio
Maracanã para o Rio Joana. Este, por sua vez, terá parte
de seu trajeto desviado. Em vez de seguir para a Praça
da Bandeira, vai cruzar a linha férrea por um túnel
subterrâneo e seguir sob o Morro de São Cristóvão e
da Rua Fonseca Teles. Daí a água vai alcançar a Baía
de Guanabara, através de uma tubulação sob a Rua São
Cristóvão.
O custo total do projeto é de R$ 292 milhões. Os
demais reservatórios serão construídos próximos à Rua
Heitor Beltrão, para captar as águas do Rio Trapicheiros
(com capacidade para 70 mil metros cúbicos); ao
Boulevard, para direcionar o excedente das águas do Rio
Joana (143 mil metros cúbicos); e no Alto Grajaú, para
o Rio Jacó (50 mil metros cúbicos). Este último será
construído dentro da rocha, no Grajaú, para acumular o
excesso de água proveniente da Serra do Andaraí.
Praça da Bandeira
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A Prefeitura da Cidade
do Rio de Janeiro investe
cada vez mais em obras de
infraestrutura urbana que
ajudarão a cidade a ser palco
da Copa do Mundo de 2014
e das Olimpíadas de 2016,
além de implementar
melhorias significativas para
o dia a dia do município.
A OAS faz parte dessas
construções e parabeniza
esse desenvolvimento.
CONSTRUÇÃO E DESENVOLVIMENTO
42 Construir | Março 2012
“Alexandre Pinto, com seu estilo low profile e profundo conhecimento da Prefeitura
e seus projetos, comanda a SMO com extrema competência, o que lhe propicia
exercer a autoriadade em toda a sua plenitude e sem um pingo de autoritarismo.
As obras de contenção de encosta da GEO-RIO, têm por finalidade a mitigação do
risco geotécnico, levando segurança aos moradores de áreas de risco. O legado
que essas obras deixam para a cidade é o aumento da capacidade de resistir a
chuvas severas. A cidade hoje resiste bem a chuvas cuja intensidade no passado
causaria grandes transtornos.”
MÁRCIO MACHADO, presidente da Geo-Rio
“Alexandre Pinto, além de um excelente secretário, é acima de tudo um engenheiro
da casa, e conhece todos os desafios e dificuldades que enfrentamos. Nossa equipe
é, na verdade, uma grande parceria, em que temos sempre seu auxílio. Ele tem
uma memória incrível, além de ser um profissional incansável. Hoje, estamos com
um expressivo pacote de obras que há muitos anos a cidade não tinha. Na verdade,
estamos revolucionando o sistema de transporte com todas as TRANS (corredores
expressos de BRT). É a maior mudança que a Prefeitura do Rio de Janeiro já executou
de uma só vez, um marco na história da cidade.”
EDUARDO FAGUNDES, gerente de obras viárias
“O gerenciamento executivo do secretário Alexandre Pinto é determinante para
as atividades administrativas e técnicas da Secretaria Municipal de Obras. Ele é
responsável por organizar métodos e traçar todas as diretrizes, mostrando com isso
os compromissos assumidos pela administração pública. Parte integrante da estrutura
da SMO, a RioUrbe, através do gerenciamento de projetos e obras de arquitetura e
engenharia de construção de equipamentos, tem contribuído para a melhoria da saúde
e da educação pública, além de melhorar o IDH do município.”
ARMANDO QUEIROGA, presidente da RioUrbe
“A gestão do secretário Alexandre Pinto é marcada pela realização de grandes obras
que há anos a cidade aguardava. Algumas delas de esgotamento sanitário e drenagem,
que contaram em sua fase de projeto com o envolvimento direto do secretário, quando
era presidente da Rio-Águas. Posso citar as obras de macrodrenagem de Jacarepaguá,
o Programa Saneando Sepetiba e obras de controle de enchentes da Bacia do Canal do
Mangue. Acredito que essas obras são o grande legado da Rio-Águas para a cidade, já
que são a resposta da Prefeitura para enchentes históricas, como as de Jacarepaguá
e as da Praça da Bandeira.”
MAURO DUARTE, Presidente da Fundação Rio-Águas
depoimentosFo
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43 Construir | Março 2012
“Desde que o prefeito Eduardo Paes determinou as diretrizes de preparação da
cidade para a Copa do Mundo e as Olimpíadas, coube ao engenheiro Alexandre
Pinto a tarefa de reorganizar os mecanismos de execução e controle da Secretaria
de Obras e comandar o processo de capacitação dos profissionais. Missão que ele
conduz com muita competência. O projeto Porto Maravilha e a revitalização do
bairro da Lapa ganharam o reforço do Programa Bairro Maravilha Norte, que prima
pela urbanização de centenas de ruas, e da Operação Asfalto Liso, de pavimentação
das vias da cidade. Hoje, as obras em nossa gerência contemplam 616 ruas e uma
área de 366 mil metros de extensão. São mudanças importantes para o Rio.”
ROBERTO RODRIGUES, gerente de obras do Porto Maravilha
“O engenheiro Alexandre Pinto sempre se destacou profissionalmente. A grande
capacidade de gerenciar obras e a incansável busca de novas tecnologias são
marcas da sua trajetória. Poucos sabem, mas foi Alexandre Pinto quem introduziu
no Rio de Janeiro a reciclagem com espuma de asfalto, executada na Avenida das
Américas, na Barra da Tijuca. Ao longo destes três anos de gestão, o Rio de Janeiro
se transformou em um verdadeiro canteiro de obras. Entre os projetos, destaco a
Operação Asfalto Liso, com mais de 700 quilômetros de vias restauradas, além do
Bairro Maravilha, da Transoeste, Transcarioca, Porto Maravilha e Parque Madureira.
Creio que os engenheiros da SMO estão bastante motivados, unidos e honrados por
ter um secretário de carreira, excelente administrador, agregador e com elevado
conhecimento profissional.”
CELSO RAMOS, gerente do programa Asfalto Liso
“Com a construção dos EDIs, a rede de atendimento à educação infantil tem passado
por um processo de ampliação das suas unidades, iniciado em 2009 e marcado pela
construção de um novo modelo de espaço escolar para o segmento de creche e pré-
escola. Até hoje foram entregues 48 unidades, o que possibilitou um aumento da rede
em aproximadamente 8 mil vagas em horário integral. Até o fim de 2012, totalizaremos
89 novas unidades que corresponderão a aproximadamente 15 mil novas vagas. As
Clínicas da Família também fazem parte de um projeto de extrema importância para
o município. O projeto tem como diretriz a eficiência energética e a sustentabilidade.
As edificações têm sistema de reaproveitamento da água da chuva, usam técnicas de
ventilação cruzada e privilegiam a luz natural. Já foram inauguradas 43 unidades em
diversos bairros do Rio de Janeiro.“
LUIZ PAULO HEDI, diretor de Obras Prediais da RioUrbe
44 Construir | Março 2012
fim
No século passado, os velhos clichês brasileiros, como
“país do futuro” e “potência emergente”, cá entre nós,
eram confortáveis, apesar de cansativos e desgastados. O
futuro não tinha compromissos de prazo e a emergência
não era temporal, mas derivada de emergir. Vivíamos,
assim, desatrelados de limites de tempo para chegar à
tona. E o povo se mantinha acomodado em seu complexo
de vira-lata.
Nos anos JK e mais adiante, nos idos da ditadura,
chegou-se a propalar milagres brasileiros, ambos
inconsistentes, que não sobreviveram à inflação.
O Plano Real e uma política econômica inteligente alteraram
devidamente os rumos da nação ao promoverem crescimento
com moeda estável. Colocou-se fermento no PIB e os projetos
de redução da pobreza, da mesma safra e depois amplificados,
nos fizeram acreditar que emergir era possibilidade viável, já
não tão remota. Estaria finalmente chegando a nossa hora?
Na primeira década deste século, com as crises
internacionais dos países ricos, os BRICS passaram a ser
vistos como alavancadores econômicos do planeta, livres
daquela imagem que compartilhávamos, cada um a seu
modo, de pobres e/ou improdutivos.
O sucesso agora ronda o Brasil e não podemos evitar
que nos esmiúcem as vísceras, palpitem sobre nossas
diretrizes e, é claro, que invistam no Brasil. Só não
podem usar a “Lei de Gerson” contra nós. Ainda bem que
de esperteza entendemos a fundo e a iniciativa privada
tupiniquim sabe bem se defender da ganância estrangeira.
Os empresários daqui não me preocupam, conhecem sua
força e querem ganhar dinheiro.
A bola deste sucesso, entretanto, precisa receber
chutes certeiros do poder constituído para converter
os necessários gols da hora. Redução do custo Brasil e
educação pública de qualidade.
É HORA DE CHUTES CERTEIROS
paulo cesar corrêa lopes,
engenheiro