um pouco mais sobre a naturphilosophie de schelling
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“Aquilo que se sabe é apenas uma pequena parte de um todo repleto daquilo que não se sabe ” (Verso do Odu Ogbe-di, Autor desconhecido). “Aquilo que eu não sei é a minha melhor parte” (Clarisse Lispector).
Esta dissertação tem por objetivo maior provocar.
Um pouco mais sobre a Naturphilosophie de Schelling
Schelling nasceu em Leonberg, na Alemanha.
A potência é o momento ou grau de expressão do absoluto de um modo relativo. A identidade absoluta estende-se por todas as direções, expressando-se como qualquer coisa, fenômeno ou ente.
Em Schelling, o absoluto - um e único - não é somente causa do universo. Trata-se do próprio universo - visto que coincide com tudo o que existe. Logo, em Schelling, o absoluto - que também pode ser chamado de Deus - é causa imanente de si mesmo (COELLO, 2005).
A finitude é tão somente uma forma determinada do ser, da identidade absoluta.
Para Schelling, tudo é, em síntese, constituído pela mesma e idêntica força, que se manifesta em planos e graus variados. O homem - consciente de si -, naturalmente, está posicionado num grau mais elevado do que os demais seres animais, vegetais e minerais.
Em Fichte, a natureza, por exemplo, é um puro não-eu, pura objetividade - instrumentalizável pelo eu.
Em Schelling, o não-eu é aquilo que se opõe ao eu e ao mesmo tempo o determina; é a condição de possibilidade do eu. A natureza, em Schelling, carrega uma finalidade imanente.
A Naturphilosophie opera - ou acredita que opera - de modo distinto. Não exige que a natureza responda um questionário imposto. A “metodologia da coação” deve ser substituída pela “metodologia da contemplação”, acreditavam os Naturphilosophen; segundo os Naturphilosophen, durante o acompanhamento do ritmo próprio da natureza, aquele que a respeita profundamente, atinado sujeito cognoscente, portador de uma intuição intelectual apurada, harmoniza-se com a mesma, apreende seu modus operandi, atinge seu âmago.
A natureza é um todo organizando-se a si mesmo e organizado a partir de si mesmo - natura naturans e natura naturata, impulso infinito de expansão e rastros finitos de sua própria presença. As leis naturais não provém senão dela mesma. Não há produtividade sem produto nem produto sem produtividade; algo diferente disso seria um contra-senso. A natureza é um eterno pôr e transpor, um reproduzir-se a si mesma. A (auto)produção natural ocorre teleologicamente em graus, em níveis sucessivos, que mostram finalidade intrínseca e estrutural (SCHELLING, 2001).
Grande princípio da Naturphilosophie de Schelling: A natureza deve ser o espírito visível; o espírito deve ser a natureza invisível. Em Schelling (2001), natureza e espírito são como desdobramentos - imanentes - de uma mesma coisa, estágios de um mesmo todo que paulatinamente se torna autoconsciente, ou seja, consciente de si próprio. O sistema da natureza é ao mesmo tempo o sistema do nosso espírito (SCHELLING, 2001).