uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo...

219
UNIVERSIDADE BANDEIRANTE ANHANGUERA DE SÃO PAULO ODILTHOM ELIAS DA SILVA ARREBOLA UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES LINEARES EM UM AMBIENTE DE GEOMETRIA DINÂMICA SÃO PAULO 2013

Upload: ngodat

Post on 07-Nov-2018

219 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

UNIVERSIDADE BANDEIRANTE ANHANGUERA DE SÃO PAULO ODILTHOM ELIAS DA SILVA ARREBOLA

UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES LINEARES EM UM AMBIENTE DE GEOMETRIA DINÂMICA

SÃO PAULO 2013

Page 2: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

UNIVERSIDADE BANDEIRANTE DE SÃO PAULO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA

MESTRADO EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA ODILTHOM ELIAS DA SILVA ARREBOLA

UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES LINEARES EM UM AMBIENTE DE GEOMETRIA DINÂMICA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Educação Matemática da Universidade Bandeirante Anhanguera de São Paulo como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre. Orientador: Prof. Dr. Luiz Gonzaga Xavier de Barros

SÃO PAULO 2013

Page 3: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

Arrebola, Odilthom Elias da Silva A799s Uma sequência didática sobre transformações lineares em um ambiente de geometria dinâmica /Odilthom Elias da Silva Arrebola. -- São Paulo: Universidade Bandeirante Anhanguera, 2013.

XVi.:219 f.: il.; 31 cm. Dissertação (MESTRADO) – Universidade Bandeirante Anhanguera, 2013. Orientador: Prof. Dr. Luiz Gonzaga Xavier de Barros. Referências bibliográficas: f. 123 – 128.

1. Álgebra Linear. 2. Transformações Lineares. 3. Registros de Representações Semióticas. 4. Sequência Didática 5. Cabri-Géomètre.

I. Barros, Luiz Gomzaga Xavier de. II. Universidade Bandeirante Anhanguera

IV. Título. CDD 512. 5

Page 4: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

ODILTHOM ELIAS DA SILVA ARREBOLA

UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES LINEARES EM UM AMBIENTE DE GEOMETRIA DINÂMICA

DISSERTAÇÃO APRESENTADA À UNIVERSIDADE BANDEIRANTE ANHANGUERA DE SÃO PAULO,

COMO EXIGÊNCIA DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA,

PARA OBTENÇÃO DO TÍTULO DE MESTRE EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA Presidente e Orientador

Nome: Luiz Gonzaga Xavier Barros Titulação: Doutor Instituição: UNIBAN-ANHANGUERA Assinatura: __________________________________________________

2ª Examinador

Nome: Marcos Antonio Santos de Jesus Titulação: Doutor Instituição: FEI Assinatura: __________________________________________________

3ª Examinador

Nome: Vicenzo Bongiovanni Titulação: Doutor Instituição: UNIBAN-ANHANGUERA Assinatura: __________________________________________________

Biblioteca

Bibliotecário: Assinatura:__________________________________Data____/____/____

São Paulo, ___de____________ de 2013.

Page 5: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

Dedico esse trabalho “in memorium” à minha avó Deolinda Walser Arruda Pinheiro e

meu padrinho Maurício Barboza, que me criaram desde a tenra idade até a

adolescência, educando-me com rigor e religiosidade, aos meus pais Thomaz Arrebola

e Odirza da Silva Arrebola que deram continuidade a minha formação até a fase adulta

e a minha saudosa irmã Deoliza Carlota da Silva Arrebola Motta, amiga e companheira

de minha juventude.

Page 6: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por, nesta fase de minha vida, ter me dado oportunidade de realizar

um antigo sonho. Depois à minha família, minha esposa Ines Villamarin Arrebola e

meus filhos, Fábio e Fernando, que em momentos de angústia, de incerteza,

incentivaram-me, deram-me chão nesta empreitada, sem o qual não me seria possível

realizá-la.

Aos professores, Tânia Maria Mendonça Campos e Ruy Pietropaolo por

proporcionarem-me um curso de bom nível em um ambiente agradável.

Às professoras Vera Helena Giusti de Souza e Verônica Yumi Kataoka, que após o

processo de seleção, prova de matemática, redação sobre o tema de Educação ou

Educação Matemática e análise do curriculum vitae, avaliaram-me em entrevista.

Ao meu orientador, Professor Dr. Luis Gonzaga Xavier Barros, pelas horas de

incansáveis dispensadas à leitura, à correção e à compreensão; além do apoio,

amizade e paciência comigo, fatores estes preponderantes que não me deixaram

desistir.

Ao professor Dr. Marcos Antonio Santos de Jesus, da Faculdade de Engenharia

Industrial – FEI que muito nos honrou ao aceitar o convite para participar da banca

examinadora.

Ao professor Dr. Vicenzo Bongiovanni por sua participação na banca examinadora e

também pelos conhecimentos que me foram transmitidos em Cabri II e 3D, ferramenta

importante nas atividades desta pesquisa.

Page 7: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

A Dra. Marlene Dias Alves por ter me propiciado conhecimento na disciplina Álgebra

Linear que contribuiu à confecção deste trabalho, além de seus valiosos conselhos.

À coordenação e a todos os estudantes da instituição privada de ensino superior que

participaram do experimento, cuja contribuição no desenvolvimento e aplicação das

atividades foi cerne desta pesquisa, e, à direção do colégio privado de Santos que

disponibilizou seu laboratório de informática para a realização das atividades com

Cabri-Géomètre.

Ao professor Ms. Sávio Mendes França pela prestimosa ajuda e sugestões durante a

aplicação das atividades laboratoriais.

A todos os componentes do corpo permanente do Programa de Pós-Graduação em

Educação Matemática – Mestrado Acadêmico e Doutorado; em especial, Aparecida

Rodrigues Silva Duarte, Janete Bolite Frant, Maria Elisa Esteves Lopes Galvão, Maria

Helena Palma de Oliveira, Monica Karrer, Siobhan Victoria Healy (Lulu Healy) e

Solange Hassan Ahmad Ali Fernandes que foram meus professores nas disciplinas

referentes aos créditos.

Aos amigos que compuseram as disciplinas por mim cursadas, durante o mestrado,

pela amizade, carinho e respeito , assim como, as contribuições fornecidas durante as

discussões em grupo.

Não poderia deixar de agradecer aos bibliotecários da UNIBAN-ANHANGUERA, no

apoio às pesquisas e na orientação quanto às inúmeras normas brasileiras.

A todos, desde os mais simples funcionários aos mais graduados, minha eterna

gratidão.

Page 8: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

Quem passou pela vida em branca nuvem, E em plácido repouso adormeceu; Quem não sentiu o frio da desgraça; Quem passou pela vida e não sofreu: Foi espectro de homem – não foi homem, Só passou pela vida – não viveu. Francisco Otaviano (poeta e político, RJ, 1823-1889)

(p.345 da “Antologia Brasileira do prof. Ely Werneck”, 21ª ed. Rio de Janeiro, Livraria Francisco Alves, 1941).

Page 9: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 1

1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................. ................................................... 5

1.1 REGISTROS DE REPRESENTAÇÕES SEMIÓTICAS ....................................... 5

2 INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA ................ .................................. 17

2.1 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................. 17

3 TRANSFORMAÇÕES LINEARES ........................... .............................................. 35

3.1 ESPAÇOS VETORIAIS REAIS ......................................................................... 35

3.2 BASES E DIMENSÃO ....................................................................................... 39

3.3 TRANSFORMAÇÕES LINEARES EM DIMENSÃO 2 ....................................... 43

3.3.1 Dilatação ou contração ou inversão ............................................................ 43

3.3.2 Cisalhamento .............................................................................................. 44

3.3.3 Reflexão ..................................................................................................... 46

3.3.4 Rotação ...................................................................................................... 49

3.4 TRANSFORMAÇÕES LINEARES EM DIMENSÃO 3 ....................................... 51

3.4.1 PRINCIPAIS TRANSFORMAÇÕES LINEARES EM R3 ............................. 51

3.4.1.1 Projeção ortogonal de um vetor sobre um plano coordenado ....................... 51

3.4.1.2 Simetria de um vetor em relação a um plano coordenado segundo um eixo coordenado. ................................................................................................................... 55

3.4.1.3 Simetria de um vetor em relação à origem (vetor simétrico) ......................... 58

3.4.1.4 Rotação de um ângulo θ

de um vetor em torno de um eixo coordenado ..... 59

4 MÉTODO, SUJEITOS E MATERIAIS ...................... ............................................... 62

4.1 SUJEITOS ......................................................................................................... 63

4.1.1 Material ....................................................................................................... 64

4.1.2 O software Cabri Géomètre ........................................................................ 64

4.1.2.1 Aspectos gerais ............................................................................................ 64

4.1.2.2 O software Cabri-Géomètre II ....................................................................... 65

4.1.2.3 O software Cabri 3D ..................................................................................... 65

4.2 MÉTODO .......................................................................................................... 66

4.2.1 A proposta de estudo .................................................................................. 66

4.2.2 O problema de pesquisa ............................................................................. 66

4.2.3 Objetivo ...................................................................................................... 66

4.2.4 Interesse do estudo .................................................................................... 67

4.2.5 Variáveis de controle do estudo.................................................................. 67

4.2.6 Delineamento da pesquisa ......................................................................... 67

4.2.7 Procedimentos ............................................................................................ 68

4.2.8 A sequência didática ................................................................................... 68

4.2.8.1 Objetivo da sequência .................................................................................. 69

Page 10: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

4.3 MODELO PROPOSTO ..................................................................................... 69

4.4 ELABORAÇÃO DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA .................................................... 70

4.5 PROCEDIMENTOS NA PRIMEIRA FASE ........................................................ 70

4.5.1 Instrumento da primeira fase ...................................................................... 70

4.5.2 Aplicação de instrumentos .......................................................................... 71

4.5.2.1 Atividade 1 - Aplicação do questionário exploratório em ambiente papel&lápis 71

4.5.2.2 Atividade 2 com o aplicativo Cabri II ............................................................. 73

4.5.2.3 Atividade 3 com o aplicativo Cabri 3D .......................................................... 75

5 ANÁLISE EM FUNÇÃO DOS RESULTADOS .................. ..................................... 77

5.1 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DA I ATIVIDADE: APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO EXPLORATÓRIO EM AMBIENTE PAPEL&LÁPIS ..................................................... 77

5.1.1 Procedimento.............................................................................................. 77

5.1.2 Análise e discussão dos resultados ............................................................ 81

5.1.2.1 Resultados dos sujeitos na I Atividade ......................................................... 85

5.2 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DA II ATIVIDADE DE FAMILIARIZAÇÃO COM O APLICATIVO CABRI II ................................................................................................ 86

5.2.1 Descrição da estrutura de conteúdo do instrumento II Atividade com o aplicativo Cabri II ..................................................................................................... 86

5.3 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DA III ATIVIDADE DE FAMILIARIZAÇÃO COM O APLICATIVO CABRI 3D ............................................................................................. 92

5.3.1 Descrição da estrutura de conteúdo do instrumento III Atividade com o aplicativo Cabri 3D .................................................................................................. 93

5.4 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIOS RELACIONADOS COM AS ATIVIDADES DE FAMILIARIZAÇÃO COM O APLICATIVO CABRI II E CABRI 3D . 104

CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................. ........................................................... 120

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................ .................................................... 123

ANEXOS ...................................................................................................................... 129

ANEXO A: I – ATIVIDADE 1 QUESTIONÁRIO EXPLORATÓRIO ........................... 129

ANEXO B: II – ATIVIDADE 2 COM O APLICATIVO CABRI II .................................. 130

ANEXO C: III – ATIVIDADE 3 COM O APLICATIVO CABRI 3D .............................. 131

ANEXO D: IV – ATIVIDADE 4:QUESTIONÁRIO FINAL AOS PARTICIPANTES DAS ATIVIDADES DO CURSO TÓPICO EXPLORADO: TRANSFORMAÇÕES LINEARES EM R2 E EM R3 ......................................................................................................... 132

ANEXO E: IV – ATIVIDADE 4:QUESTIONÁRIO SOBRE A II ATIVIDADE FAMILIARIZAÇÃO COM O APLICATIVO CABRI II TÓPICO EXPLORADO: TRANSFORMAÇÕES LINEARES NO R2 ................................................................. 133

ANEXO F: IV – ATIVIDADE 4:FAMILIARIZAÇÃO COM O APLICATIVO CABRI 3D TÓPICO EXPLORADO: TRANSFORMAÇÕES LINEARES NO R3 .......................... 134

Page 11: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

ANEXO G: II ATIVIDADE – PRODUÇÕES DOS SUJEITOS COM CABRI II ........... 135

ANEXO H: III ATIVIDADE – PRODUÇÕES DOS SUJEITOS COM CABRI 3D ........ 158

ANEXO I: QUESTIONÁRIO FINAL AOS PARTICIPANTES ..................................... 176

SUJEITO 1 ................................................................................................................ 176

SUJEITO 2 ................................................................................................................ 177

SUJEITO 3 ................................................................................................................ 178

SUJEITO 4 ................................................................................................................ 179

SUJEITO 5 ................................................................................................................ 180

SUJEITO 7 ................................................................................................................ 181

SUJEITO 9 ................................................................................................................ 182

SUJEITO 10 .............................................................................................................. 183

SUJEITO 11 .............................................................................................................. 184

ANEXO J: QUESTIONÁRIO SOBRE A II ATIVIDADE ............................................. 185

SUJEITO 1 ................................................................................................................ 185

SUJEITO 2 ................................................................................................................ 186

SUJEITO 3 ................................................................................................................ 187

SUJEITO 4 ................................................................................................................ 188

SUJEITO 5 ................................................................................................................ 189

SUJEITO 7 ................................................................................................................ 190

SUJEITO 9 ................................................................................................................ 191

SUJEITO 10 .............................................................................................................. 192

SUJEITO 11 .............................................................................................................. 193

ANEXO K: QUESTIONÁRIO SOBRE A II ATIVIDADE ............................................. 194

SUJEITO 1 ................................................................................................................ 194

SUJEITO 2 ................................................................................................................ 195

SUJEITO 3 ................................................................................................................ 196

SUJEITO 4 ................................................................................................................ 197

SUJEITO 5 ................................................................................................................ 198

SUJEITO 7 ................................................................................................................ 199

SUJEITO 9 ................................................................................................................ 200

SUJEITO 10 .............................................................................................................. 201

SUJEITO 11 .............................................................................................................. 202

Page 12: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Adição de vetores de R². ................................................................................. 37 Figura 2. Representa a multiplicação de um escalar real por um vetor de R². ............... 37 Figura 3. Representa a multiplicação de um escalar por um vetor real de R³. ............... 39 Figura 4. Um vetor genérico de R² como combinação linear da base canônica............. 41 Figura 5. Dilatação ou contração ou inversão de um vetor de R². .................................. 44 Figura 6. Cisalhamento de um vetor de R² na direção do eixo dos x. ............................ 45 Figura 7. Cisalhamento de um vetor de R² na direção do eixo dos y. ............................ 46 Figura 8. Reflexão de um vetor de R² na direção do eixo dos x. .................................... 47 Figura 9. Reflexão de um vetor de R² na direção do eixo dos y. .................................... 48 Figura 10. Reflexão de um vetor de R² em torno da origem. ......................................... 49 Figura 11. Rotação de um vetor de R² por um ângulo teta............................................. 50 Figura 12. Projeção ortogonal de um vetor de R³ sobre o plano coordenado xy............ 52 Figura 13. Projeção ortogonal de um vetor de R³ sobre um plano coordenado xz......... 53 Figura 14. Projeção ortogonal de um vetor de R³ sobre um plano coordenado yz......... 54 Figura 15. Representa a simetria de um vetor v de R³ no plano yz, segundo o eixo x. .. 55 Figura 16. Representa simetria de um vetor v de R³ no plano xz, segundo o eixo y...... 56 Figura 17. Representa simetria de um vetor v de R³ no plano xy................................... 57 Figura 18. Representa simetria de um vetor v de R³ em relação à origem. ................... 58 Figura 19. Representa a rotação de um vetor v de R³ em torno do eixo z por um ângulo dado. .............................................................................................................................. 59 Figura 20. Representa a rotação de um vetor v de R³ em torno do eixo y por um ângulo dado. .............................................................................................................................. 60 Figura 21. Representa a rotação de um vetor de R³ em torno do eixo x por um ângulo dado. .............................................................................................................................. 61 Figura 22. Produção do sujeito S1 nas questões 1 e 2. ................................................. 82 Figura 23. Produção do sujeito S2 nas questões 1 e 2. ................................................. 83 Figura 24. Produção do sujeito S4 na questão 3............................................................ 83 Figura 25. Produção do sujeito S4 nas questões 1, 2 e 3 na I Atividade: Questionário Exploratório. ................................................................................................................... 84 Figura 26. Produção do sujeito S2 na questão 2 da II Atividade com o uso do aplicativo. ....................................................................................................................................... 90 Figura 27. Produção do sujeito S10 na questão 2 da II Atividade com o uso do aplicativo. ....................................................................................................................... 91 Figura 28. Resposta do S10 ao questionário sobre III Atividade. ................................... 95 Figura 29. Produção do sujeito S3 nas questões 1 e 2 da III Atividade com o uso do aplicativo. ....................................................................................................................... 96 Figura 30. Resposta do S3 ao questionário final. ........................................................... 97 Figura 31. Produção do sujeito S7 nas questões 2 e 3 da III Atividade com o uso do aplicativo. ....................................................................................................................... 97 Figura 32. Produção do sujeito S3 na questão 3 da III Atividade com o uso do aplicativo. ....................................................................................................................................... 98

Page 13: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

Figura 33. Produção do sujeito S4 na questão 3 da III Atividade com o uso do aplicativo. ....................................................................................................................................... 99 Figura 34. Produção do sujeito S5 na questão 3 da III Atividade com o uso do aplicativo. ....................................................................................................................................... 99 Figura 35. Produção do sujeito S2 na questão 4 da III Atividade com o uso do aplicativo. ..................................................................................................................................... 102 Figura 36. Produção do sujeito S4 na questão 3 da III Atividade com o uso do aplicativo. ..................................................................................................................................... 102 Figura 37. Produção como exemplo da questão4 da III Atividade com o uso do aplicativo. ..................................................................................................................... 104 Figura 38. Resposta do sujeito S4 na questão 1 do questionário final. ........................ 105 Figura 39. Resposta do sujeito S5 na questão 2 do questionário final. ........................ 106 Figura 40. Resposta do sujeito S11 na questão 3 do questionário final. ...................... 106 Figura 41. Resposta do sujeito S5 na questão 4 do questionário final. ........................ 107 Figura 42. Resposta do sujeito S9 na questão 5 do questionário final. ........................ 108 Figura 43. Resposta do sujeito S5 na questão 6 do questionário final. ........................ 109 Figura 44. Resposta do sujeito S5 na questão 1 do questionário sobre II Atividade. ... 110 Figura 45. Resposta do sujeito S10 na questão 2 do questionário sobre II Atividade. . 111 Figura 46. Resposta do sujeito S2 na questão 3 do questionário sobre II Atividade. ... 111 Figura 47. Resposta do sujeito S10 na questão 4 do questionário sobre II Atividade. . 112 Figura 48. Resposta do sujeito S8 na questão 8 do questionário sobre II Atividade. ... 113 Figura 49. Resposta do sujeito S4 na questão 1 do questionário sobre III Atividade. .. 114 Figura 50. Resposta do sujeito S5 na questão 1 do questionário sobre III Atividade. .. 114 Figura 51. Resposta do sujeito S3 na questão 2 do questionário sobre III Atividade. .. 115 Figura 52. Resposta do sujeito S10 na questão 2 do questionário sobre III Atividade. 115 Figura 53. Resposta do sujeito S1 na questão 5 do questionário sobre III Atividade. .. 116 Figura 54. Resposta do sujeito S4 na questão 8 do questionário sobre III Atividade. .. 118

Page 14: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Classificação dos diferentes tipos de registros. ............................................. 11

Quadro 2. Representação do objeto matemático transformação linear plana em diferentes registros. ........................................................................................................ 13

Quadro 3. Tipo de registro do mesmo tipo com diferentes registros. ............................. 14

Quadro 4. Representação do objeto matemático transformação linear em diferentes registros.......................................................................................................................... 16

Quadro 5. Exemplo de resolução da I Atividade – Questionário Exploratório. .............. 80

Quadro 6. Tabulação das resoluções dadas pelos sujeitos. .......................................... 81

Quadro 7. Tabela com as respostas dadas pelos alunos. .............................................. 82

Page 15: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1. Distribuição dos resultados dos sujeitos na I Atividade. ................................ 85

Page 16: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

RESUMO

Esta pesquisa pretendeu contribuir na investigação e análise das dificuldades

encontradas pelos estudantes do ensino superior no tópico transformações lineares, o

qual é abordado na disciplina Álgebra Linear nos cursos de graduação de ciências

exatas. O referencial teórico adotado foi a Teoria dos Registros de Representações

Semióticas introduzida e desenvolvida por Raymond Duval (DUVAL (1993, 1995, 2003,

2011)). A questão do trabalho foi verificar “Como alunos do curso superior reagem ao

lidar com o conceito de transformação linear num ambiente de geometria dinâmica”.

Numa primeira fase foi feita a revisão bibliográfica de livros didáticos e artigos que

abordam o tema, visando adquirir familiaridade com o assunto e situar o problema de

pesquisa. Depois, foi feita uma revisão de artigos que tratam das consequências do uso

de ferramentas de informática no processo de ensino e de aprendizagem de Álgebra

Linear. Em seguida, fez-se uma descrição do software Cabri-Géomètre, mostrando

suas ferramentas e algumas funcionalidades. Para estudar a reação de estudantes do

curso superior ao conceito de transformação linear num ambiente dinâmico foi

elaborada, aplicada e analisada uma sequência didática sobre transformações lineares

em R2 e em R3. As produções desses sujeitos mostraram que houve um ganho na

aprendizagem do objeto matemática nesse ambiente geométrico dinâmico em relação à

aprendizagem em um ambiente papel&lápis. Além disso, os questionários aplicados ao

final da pesquisa vieram favorecer a ideia de que a reação foi, predominantemente,

favorável à aprendizagem nesse ambiente dinâmico. Desta forma, a resposta à questão

da pesquisa enunciada foi positiva tanto do aspecto de motivação do software como do

conteúdo abordado.

Palavras – chave: Álgebra Linear. Transformações Lineares. Registros de

Representações Semióticas. Sequência didática. Cabri-Géomètre.

Page 17: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

ABSTRACT

This research intended to contribute to the investigation and analysis of the

difficulties encountered by students in higher education on the topic linear

transformations, which is addressed in the course Linear Algebra in graduate exact

sciences. The theoretical reference was the Theory of Representations Records

Semiotics introduced and developed by Raymond Duval (Duval (1993, 1995, 2003,

2011)). Initially we made a literature review of textbooks and articles that address this

issue to gain familiarity with the subject and situate the research problem. The question

of the study was to "As college students react to deal with the concept of linear

transformation in a dynamic geometry environment". After a review was made of articles

dealing with the consequences of the use of computer tools in the teaching and learning

of Linear Algebra. Then we made a description of the software Cabri-Géomètre,

showing his tools and some features. To study the reaction of college students to the

concept of linear transformation in a dynamic environment was developed, implemented

and analyzed “a didactical sequence of linear transformations in R2 and R3." The

productions of these subjects showed that there was a gain in learning mathematical

object that dynamic geometric environment in relation to learning in an environment

paper & pencil. Furthermore, questionnaires at the end of the research came to favor the

view that the reaction was predominant in this environment conducive to learning

dynamic. Thus, the answer to the research question was stated positive aspect is the

motivation of software as the content covered.

Words - Tags: Linear Algebra. Linear Transformations. Semiotics Representations

Registers. Didactical sequence. Cabri-Géomètre

Page 18: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

1

INTRODUÇÃO

A Álgebra Linear é um ramo da Matemática que serve como base para muitas

outras áreas da Matemática. Suas aplicações são importantes nas ciências exatas e

humanas, por isso, a relevância do ensino e aprendizagem dessa disciplina na

Educação Matemática atrai muitos pesquisadores de Educação Matemática com a

finalidade de estudarem as dificuldades encontradas pelos estudantes nesse processo.

O livro “The Teaching of Linear Algebra in Question” (DORIER, 2000), editado por Jean

Luc Dorier, traz uma retrospectiva das principais pesquisas envolvendo o processo de

ensino e aprendizagem de Álgebra Linear nas décadas de 80/90 do século XX

realizadas na França e alguns outros países, incluindo algumas experiências brasileiras

como o trabalho da pesquisadora ALVES DIAS (1998).

Desde a década de 70, com o desenvolvimento das pesquisas em Educação

Matemática, surgiram teorias educacionais que têm sido desenvolvidas em ambientes

escolares, facilitando análises dos processos educacionais. Dentre elas, uma se

destaca: a Teoria dos Registros de Representações Semióticas de Raymond Duval

(DUVAL (1993, 1995, 2003, 2011)), que tenta explicar o processo cognitivo do

aprendizado, baseando-se em aspectos da Semiótica e da Psicologia Cognitiva. Essa

teoria é tratada no Capítulo 1 desta dissertação.

Por outro lado, a utilização de ferramentas da informática nos processos de

ensino e aprendizagem de Matemática tem se intensificado ao longo dos últimos 30

anos, e essa intensificação estimulou o aparecimento de mais um caminho de pesquisa

de problemas educacionais: o de examinar as consequências dessa utilização. Sendo

assim, no Capítulo 2 desta dissertação, buscou-se fazer um panorama do estado da

arte dessas pesquisas.

Para isso, embasado nas ideias de BORBA e PENTEADO (2010), procurou-se

relacionar a aprendizagem dos alunos com seu desenvolvimento na construção do

conhecimento.

Page 19: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

2

Consultou-se a obra de GIRALDO e CARVALHO (2004), onde se encontrou uma

boa revisão bibliográfica sobre a utilização de ferramentas da Informática nos processos

de ensino e aprendizagem de Matemática. Esses autores, entendendo que a máquina

não encerra em si nenhum atributo intrínseco à qualidade de sua utilização no ensino,

também destacam a observação de que o uso de tecnologia pode constituir uma

importante alternativa para o modelo tradicional da aula de Matemática. Entretanto,

afirmam que isso não depende do fato de usar computadores por si só: tal perspectiva

só pode ser concretizada por meio do planejamento cuidadoso de atividades de

laboratório que estimulem a formação de uma postura investigativa por parte dos alunos

e da preparação e motivação dos professores para conduzi-las.

Estudou-se também a tese de doutorado de KARRER (2006), intitulada

“Articulação entre Álgebra Linear e Geometria: Um estudo sobre as transformações

lineares na perspectiva dos registros de representação semiótica”, que serviu de

inspiração e de baliza para a abordagem do tema deste trabalho. É importante realçar

que em sua tese, a pesquisadora consegue estabelecer relações entre o processo de

ensino e aprendizagem de Álgebra Linear com a teoria dos Registros de

Representações Semióticas, utilizando exclusivamente uma abordagem informática por

meio do software Cabri-Géomètre. Nas suas conclusões finais, ela afirma:

“O aspecto dinâmico do Cabri-Géomètre foi o diferencial para explorar situações não usuais no ensino convencional, tais como a relação dinâmica e simultânea entre as representações algébrica, gráfica e tabular, a análise geométrica das condições de linearidade e reflexões diferenciadas sobre as condições necessárias para a obtenção de uma transformação linear.” (KARRER, 2006).

O tema “transformações lineares planas e espaciais” que desperta bastante

interesse nos estudantes, seja por sua ligação direta com a Álgebra Linear, seja pelas

aplicações geométricas que estão associadas a ele.

Após a leitura de CANDIDO (2001) e de BARROS e KARRER (2011) foram

encontradas as motivações finais e definida a seguinte questão de pesquisa:

Page 20: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

3

“Como alunos do curso superior reagem ao lidar com o conceito de

transformação linear num ambiente de geometria dinâmica?”.

Visando responder essa questão, este estudo propôs a análise e discussão do

desempenho dos sujeitos em relação às transformações lineares na perspectiva de um

ensino e aprendizagem com o auxílio da ferramenta computacional, através do uso do

software geométrico dinâmico CABRI. Para verificar esse aplicativo como ferramenta

auxiliar no processo de ensino e aprendizagem, uma sequência didática sobre

transformações lineares em R2 e em R3 foi elaborada, aplicada e analisada.

É inegável que hoje, com o desenvolvimento tecnológico, as formas de ensinar

vêm sofrendo modificações e estudiosos da área de educação matemática estão

focalizados na introdução dos computadores no processo de ensino e aprendizagem,

visando torná-lo mais dinâmico e moderno. Esta preocupação com o ensino da

matemática é refletida no artigo (JESUS et AL, 2010) intitulado: “A utilização de

software educacional em sala de aula e a mudança de atitudes dos alunos em relação à

Matemática”, na citação a seguir:

...cabe a cada um dos educadores envolvidos nesse processo de ensino-aprendizagem intervir com técnicas adequadas, visando que seus alunos melhorem as atitudes em relação à disciplina ministrada por ele. (JESUS (2005) apud (JESUS et AL (2010)).

No Capítulo 3, é desenvolvido o conteúdo matemático relativo à parte da Álgebra

Linear que interessa a este trabalho: as transformações lineares no plano e no espaço.

Para isso, foram aproveitadas as qualidades de representação gráfica do software

Cabri-Géomètre para apresentar as ilustrações dessas transformações.

O capítulo 4 desta pesquisa, cujo título é “Método, sujeitos e materiais”,

procurou-se elaborar uma sequência didática que foi aplicada e analisada segundo a

teoria de registros de representações semióticas de DUVAL (1993, 1995, 2003, 2011).

Também se fez uma descrição da metodologia dos instrumentos utilizados na

Page 21: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

4

avaliação; assim como da trajetória de pesquisa, sujeitos, método e dos materiais. Na

parte de material, realizou-se uma apresentação sucinta do software Cabri-Géomètre,

que serviu de apoio informático para as atividades deste trabalho, descrevendo-se os

aspectos gerais e algumas das funcionalidades dessa ferramenta.

No capitulo 5, denominado “Análise em função dos resultados” são apresentadas

e analisadas as produções efetuadas pelos sujeitos que participaram das atividades

desse experimento. Foram realizados sete encontros, sendo quatro no Laboratório de

Informática do colégio particular de ensino médio e três em sala de aula de uma

universidade privada, ambos da cidade de Santos, no Estado de São Paulo. Os sujeitos

em questão cursavam a graduação: Bacharelado em Matemática. Assim, procurou-se

avaliar a reação desses estudantes ao lidarem com o conceito de transformação linear

num ambiente de geometria dinâmica.

Por último, nas “Considerações Finais” são apresentadas as principais

conclusões da pesquisa e sugestões.

Page 22: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

5

1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Nessa seção apresentou-se o referencial teórico da pesquisa, procurando

evidenciar sua importância em relação ao estudo das transformações lineares.

1.1 REGISTROS DE REPRESENTAÇÕES SEMIÓTICAS

A Teoria dos Registros de Representações Semióticas, introduzida por Raymond

Duval e exposta em diversos artigos e livros (DUVAL (1993), (1995), (2003), (2011)), é

o suporte teórico desta pesquisa.

DUVAL (2011) baseou-se nos estudos efetuados pelos filósofos e lógicos

Charles Sanders Peirce (1839-1914) e Gotlob Frege (1848-1925) para desenvolver sua

teoria. Antes disso, o autor afirma que os trabalhos de Leibniz (1663-1652) e Wallis

(1616-1703) com a introdução das letras no lugar das grandezas e dos números, já

tinham feito emergir, pela primeira vez, a questão do papel dos signos no pensamento

matemático. Ele cita também a construção das representações gráficas das figuras

geométricas feita em 1637 por Descartes (1596-1650), bem como, a extensão semiótica

do mundo das representações, verificada em trabalhos de Newton (1642-1727) em

1669 e de Leibniz em 1672, como aberturas para novas notações, fazendo aparecer à

natureza da atividade e do conhecimento matemático. Condillac (1715-1780) ao referiu-

se à emergência da álgebra como criação de um simbolismo que constituiu “a língua

dos cálculos”, dando início a uma nova fase no desenvolvimento matemático.

Todavia, o estudo propriamente dito dos signos, com a elaboração dos modelos

de análise concernentes à diversidade deles e seu papel de funcionamento das

atividades científicas e comunicação, apareceu quase ao mesmo tempo, com os

trabalhos de dois pesquisadores, os quais são explicitamente associados à fundação da

Semiótica como disciplina: o trabalho de Pierce entre os anos 1890-1910 e o de

Saussure, com a publicação da obra “Cours de Linguistique Générale”, em 1916, em

Genebra. Assim, unem-se esses trabalhos aos dois artigos publicados por Gotlob Frege

em 1892 e 1894 no estudo da Semiótica.

Page 23: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

6

A escolha da Teoria dos Registros de Representações Semióticas justifica-se na

medida em que esta tem se mostrado muito útil como apoio a pesquisas que envolvem

a abordagem de temas matemáticos em diferentes situações, e pelo fato de que o

acesso a objetos matemáticos só é possível por meio de representações desses. Dado

que o aprendizado de Matemática se dá por meio de atividades cognitivas fundamentais

como a conceitualização, o raciocínio, a resolução de problemas e mesmo a

compreensão de textos, por conseguinte, essas atividades cognitivas requerem a

utilização de sistemas de expressão e de representação de escritas algébricas e

lógicas, de figuras geométricas, de perspectivas geométricas, de gráficos cartesianos,

diagramas, esquemas, além da própria linguagem natural e das imagens. Esse uso de

muitos sistemas semióticos de representação, cuja pluralidade de registros é de suma

importância no ensino e aprendizagem da Matemática, constitui-se em uma das

principais ferramentas para a apreensão conceitual, para o raciocínio ou para a

compreensão de enunciados.

Conforme BARROS (2011), em Matemática toda a comunicação se estabelece

por meio de representações. Esse autor afirma que os objetos de estudo da Matemática

são conceitos, propriedades, estruturas, relações, e, para o seu ensino, é necessário

considerarmos as diferentes representações de um mesmo objeto, tais como: escritos,

símbolos, desenhos, gráficos, notações que representam os objetos matemáticos.

Assim, essas representações estão entre os problemas estudados na Educação

Matemática, com a finalidade de:

• Descrever como se dá a aquisição do conhecimento matemático:

• Analisar de que forma se processa a aprendizagem.

Para DUVAL (2009), é evidente que não se pode ter compreensão em

Matemática, se não houver capacidade de distinguir um objeto de sua representação.

Assim, há de separarem-se os objetos matemáticos; por exemplo: os números, as

funções, as retas, etc., de suas representações, quer dizer, as escritas decimais ou

fracionárias, os símbolos, os gráficos, os traçados das figuras. Além disso, um objeto

matemático pode ser dado através de representações muito diferentes, de tal forma que

esse autor é enfático ao afirmar que confundir o objeto com sua representação provoca

uma perda de compreensão com o decorrer do tempo.

Page 24: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

7

Cabe aqui ressaltar BARROS (2011), para quem a semiótica é uma ciência

ligada a signos, cuja função é a comunicação. Assim, esse autor vê um sistema

semiótico como conjunto de signos que se articulam segundo regras próprias. Além

disso, Barros afirma que uma representação semiótica de um objeto é o resultado do

ato de criar uma cópia ou produzir alguma expressão que lembre esse objeto. Desse

modo, segundo o autor, toda representação semiótica se caracteriza por ter forma e

conteúdo, coincidindo com as ideias de DUVAL (1993), quando este explicita que as

representações semióticas são relativas a um sistema particular de signos cuja

dualidade é apresentada pela sua forma (o representante) e pelo seu conteúdo (o

representado).

Duval faz distinção entre os termos semiósis e noésis, sendo o primeiro termo, a

apreensão ou a produção de uma representação semiótica, enquanto o segundo termo,

a designação do ato de compreensão conceitual dos fatos cognitivos como apreensão

conceitual de um objeto. Pareceria evidente admitir que a noésis fosse independente da

semiósis, ou, no mínimo, que a semiósis orientasse a noésis, mas, todavia ele enfatiza

que não existe noésis sem semiósis, o que quer dizer que não existirá noésis sem o

recurso da pluralidade, ao menos potencial, dos sistemas semióticos e da sua

coordenação pelo próprio sujeito.

Desse modo, em Matemática, as representações semióticas não são somente

indispensáveis para fins de comunicação, elas são necessárias ao desenvolvimento da

atividade matemática. Além disso, a possibilidade de efetuar tratamentos sobre o objeto

matemático, como afirma DUVAL (2009), depende diretamente do sistema de

representação semiótica utilizado, e, do fato dos tratamentos matemáticos não poderem

ser efetuados independentemente de um sistema semiótico de representação, por isso

a noção de representação para DUVAL (2009) é tão essencial em Psicologia quanto à

noção de comportamento para estudar a aquisição dos conhecimentos e os modos

como funcionam permitem tratamentos e apreensão.

Enfim, de um ponto de vista genérico, as representações mentais e as

representações semióticas não podem ser opostas, como dois domínios totalmente

diferentes, dado que o desenvolvimento das representações mentais se efetua como

interiorização das representações semióticas da mesma maneira que as imagens

Page 25: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

8

mentais são uma interiorização das percepções. Também para DUVAL (2009), a

existência das representações mentais, isto é, o conjunto de imagem e de

conceituações que um indivíduo pode ter sobre o objeto, sobre uma situação e sobre

aquilo que lhe é associado, tem, nas representações semióticas, as produções

constituídas pelo emprego de regras de sinais (enunciado em língua natural, fórmulas

algébrica, gráfico, figura geométrica, etc.) o meio de que o indivíduo dispõe para

exteriorizar suas representações mentais, tornando-as visíveis ou acessíveis a outro.

Desse modo, contemplariam apenas as funções de comunicação, assim, a necessidade

das representações semióticas para certas funções cognitivas fundamentais e a

implicação recíproca das representações mentais e das representações semióticas,

parece legitimar que não há noésis sem semiósis a qual determina as condições de

possibilidade e de exercício da noésis.

A questão da natureza do laço que liga o funcionamento cognitivo e a utilização

de vários sistemas semióticos de representação toca, então, um verdadeiro problema,

sob o ponto de vista teórico quanto para a prática do ensino. De acordo com DUVAL

(2009), tanto a análise dos problemas da aprendizagem de matemática quanto os

obstáculos contra os quais os alunos nos diferentes níveis de ensino de matemática

chocam-se regularmente permite observar a persistência de uma separação entre as

representações que não enfatizam da mesma forma o sistema semiótico. Fenômenos

familiares e frequentes na atividade matemática deixam de ser evidentes e espontâneos

para a maioria dos alunos. Isto acontece quando há passagem de um sistema de

representação a outro ou a mobilização simultânea de vários sistemas de

representação no decorrer de um mesmo percurso. Frequentemente, os estudantes não

reconhecem o mesmo objeto através das representações que lhes podem ser dado nos

sistemas semióticos diferentes. Nota-se que, no processo de ensino, tal separação

persiste mesmo após a utilização desses diferentes sistemas semióticos de

representação, devido a pouca atenção que lhe é dada, resultado do fenômeno de não

congruência entre as representações de um mesmo objeto que enfatizam sistemas

semióticos diferentes.

Page 26: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

9

É na produção, a primeira atividade cognitiva associada a uma representação

semiótica, tal como enfatiza BARROS (2011), que o sistema semiótico ao qual essa

representação estará vinculada é determinado pela forma da representação semiótica.

Existem ainda outras duas transformações cognitivas que podem ocorrer em

uma representação semiótica. São elas: o tratamento e a conversão. Enquanto, o

tratamento se dá no interior do sistema semiótico onde a representação foi produzida; a

representação é transformada em outra representação sem mudança da forma e do

conteúdo. Embora isso aconteça, o sistema semiótico se mantém.

Já a conversão se dá entre sistemas semióticos distintos com a representação

transformada em outra representação, havendo para isso mudança de sua forma,

portanto, muda-se o sistema semiótico, porém, o conteúdo permanece. Desse modo, a

fim de clarificar as conversões de representações semióticas, DUVAL (2009) cita como

exemplos: a construção de um gráfico a partir de uma equação; a escrita de uma

equação a partir de um gráfico; a transformação de uma afirmação dada em uma língua

natural para uma simbologia algébrica e a interpretação em língua natural de uma

sentença dada em simbologia algébrica.

Os sistemas semióticos que permitem que as representações semióticas a eles

vinculadas possam sofrer as três transformações cognitivas: a produção, o tratamento e

a conversão, são chamados de registros de representações semióticas . Logo, são

exemplos de registros de representações semióticas em Matemática os registros

algébricos, os registros numéricos e os registros gráficos.

Os registros podem ser classificados quanto à sua natureza em multifuncionais

ou monofuncionais. Enquanto os registros multifuncionais são aqueles usados em

vários campos da cultura, tanto para fins de comunicação como para tratamento,

embora, tenham como característica disponibilizar uma série de tratamentos cognitivos

diversificados, essas formas de tratamento não são algoritmizáveis; de outro lado, os

registros monofuncionais que são aqueles desenvolvidos para um tipo específico de

tratamento, com a finalidade de se obter melhores desempenhos. Dessa forma, num

registro monofuncional, o tratamento semiótico assume um caráter técnico e o uso de

sinais ou de expressões depende, principalmente, da forma pela qual se realiza tal

Page 27: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

10

tratamento, considerando-se que tratamentos técnicos são formais, então, admitem um

tratamento algorítmico.

Ainda, os registros podem ser discursivos ou “não discursivos”. Essa função de

discursividade depende da presença ou não de um discurso para sua expressão; por

conseguinte, DUVAL (1995) afirma que as funções discursivas de uma língua natural

não podem ser separadas das funções cognitivas e considera que elas têm um papel

especial no conjunto dos variados e possíveis sistemas semióticos empregados pelos

humanos, pois “seria a organização semiótica por excelência”. Não obstante, os

registros “não discursivos” constituem-se naqueles relacionados às figuras, tabelas,

gráficos e outros diagramas, ou seja, aqueles que interagem mais com as formas

gráficas dos desenhos e figuras. Desse modo, os registros de representação semiótica

podem ser de quatro tipos diferentes:

• Registros da língua natural (discursivos e multifuncionais).

• Registros figurais (não discursivos e multifuncionais).

• Registros simbólicos (discursivos e monofuncionais).

• Registros gráficos (não discursivos e monofuncionais).

DUVAL (2011) enfatiza que, entre os registros discursivos, é evidente não se

consideram apenas as línguas naturais e formais; ou as escritas simbólicas originárias

do mesmo tipo de representação. Assim como para os registros “não discursivos” não

se consideram somente as imagens, as figuras geométricas, os gráficos cartesianos ou

os esquemas originários do mesmo tipo de representação visual.

Com a finalidade de ressaltar de maneira mais sintética as noções sobre tudo

que foi até aqui explanado, usa-se o quadro a seguir contendo a classificação dos

diferentes tipos de registros utilizados em Matemática apresentado na página 118 de

DUVAL (2011) do livro “Ver e Ensinar a Matemática de outra forma – Entrar no modo

matemático de pensar: os registros de representações semióticas”:

Page 28: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

11

REGISTROS DISCURSIVOS

(Linearidade fundamentada

na sucessão para a

produção, apreensão e

organização das expressões)

REGISTROS NÃO DISCURSIVOS

(Apreensão simultânea de uma

organização bidimensional)

REGISTROS

MULTIFUNCIONAIS

(Os tratamentos não são algoritmizáveis)

REGISTROS DA LÍNGUA

NATURAL

(Associações verbais -

conceituais)

Três operações

hierarquicamente incluídas

designação de objetos,

enunciação e raciocínio.

Duas modalidades de

produção: oral/escrita.

REGISTROS FIGURAIS

(Figuras geométricas planas ou em perspectivas)

Icônica: produção à mão livre,

conservação interna das relações

topológicas características das

partes do objeto.

Configuração Geométrica:

Três operações independentes

(construção instrumental, divisão e

reconfiguração merológicas,

desconstrução das formas).

REGISTROS

MONOFUNCIONAIS

(Os tratamentos algoritmizáveis)

REGISTROS SIMBÓLICOS

(Sistemas de escrita)

Operações de substituições

ilimitadas (sistemas de

numeração, escrita algébrica,

línguas formais).

Uma modalidade de

produção escrita.

REGISTROS GRÁFICOS

(Gráficos cartesianos)

Junções entre pontos, nós, e

orientação marcada por flechas.

Operação de zoom, interpolação,

mudança de eixos.

Esquemas.

Quadro 1. Classificação dos diferentes tipos de registros.

De acordo com DUVAL (1993), o entendimento matemático requer o

estabelecimento da coordenação entre pelo menos dois registros, em que um é

multifuncional e o outro monofuncional. Além disso, o autor afirma que, nos níveis mais

avançados do ensino, existe predominância de registros monofuncionais. Na maioria

dos casos, os livros didáticos privilegiam um registro em relação aos outros. Tal fato é

Page 29: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

12

corroborado por KARRER (2006) em sua pesquisa focalizada nas questões relativas ao

ensino e aprendizagem da álgebra linear através de atividades sobre o objeto

matemático “transformações lineares”, num ambiente de geometria dinâmica, ao fazer a

análise de livros didáticos mais utilizados por instituições de Ensino Superior do Brasil

na disciplina “Álgebra Linear”.

A Álgebra Linear utiliza-se dos seguintes tipos de linguagem:

• Abstrata, inerente à teoria geral e associada aos espaços vetoriais, subespaços

vetoriais, operadores, dentre outros;

• Algébrico, relacionada aos aspectos mais específicos do Rn, tais como, n-uplas,

matrizes e soluções de sistemas lineares;

• Geométrica, que engloba a geometria dos espaços de dimensões 2 e 3,

apresentada por vetores geométricos, pontos, retas, planos e transformações

geométricas.

Isso mostra a importância da utilização dos registros de representações

semióticas quando se estudam os processos de ensino e aprendizagem da Álgebra

Linear.

Para concluir, DUVAL (2011) afirma que a teoria dos registros foi desenvolvida a

partir da metodologia que cada registro permite efetuar operações de transformação

das representações que não são possíveis em outros registros.

Apresentam-se, em seguida, exemplos de registros de representações

semióticas do objeto matemático “transformação linear em R2”, ou seja, no plano.

Page 30: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

13

Representação Registro Tipo de registro

Representação R1

Consideremos uma transformação linear T

que leva cada vetor v do plano num vetor de

mesma direção e sentido de v e cujo módulo

vale o triplo do módulo do vetor v.

Registro na

língua portuguesa

Língua natural

Representação R2

T: IR2 →IR2

T(x, y) = 3. (x, y).

Registro

algébrico

Simbólico

Representação R3

Registro em

forma de

desenho

Figural

Representação R4

Registro

cartesiano

Gráfico

Quadro 2. Representação do objeto matemático transformação linear plana em diferentes registros.

Percebe-se facilmente que quando se muda da representação Ri para a

representação Rj, com i ≠ j, tem-se uma conversão de representações.

Page 31: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

14

Representação Registro Tipo de registro

Representação R1

T: IR2 →IR2

T(x, y) = 3. (x, y).

Registro

algébrico

Simbólico

Representação R2

T: IR2 →IR2

T(x, y) = (3x, 3y).

Registro

algébrico

Simbólico

Representação R3

3

ax x

y y

Registro

algébrico

matricial

Simbólico

Representação R4

ax 3 0 x

y 0 3 y

Registro

matricial

Simbólico

Quadro 3. Tipo de registro do mesmo tipo com diferentes registros.

No caso do quadro 3, embora todos os registros sejam do mesmo tipo, ou seja,

simbólicos, percebe-se que a transformação da representação R1 para a representação

R2 é um tratamento, enquanto de R1 para R3 é uma conversão, pois há mudança na

forma da representação e consequentemente, também há mudança de registro.

Apresentam-se em seguida exemplos de registros de representações semióticas

do objeto matemático “transformação linear em R3”, ou seja, no espaço.

Page 32: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

15

Representação Registro Tipo de registro

Representação R1

Uma rotação em R3 é um operador linear que gira

cada vetor em R3. Em torno do eixo de rotação “x”

por um ângulo �.

Registro na

língua portuguesa

Língua natural

Representação R2

T: IR3 →IR3

T(x, y, z) = (x, ycos (ɵ)-zsen (ɵ), ysen (ɵ) +zcos

(ɵ)).

Registro

algébrico

Simbólico

Representação R3

1

x 1 2 3 2

3

w = x

T (x, y, z) = (w , w , w ): w = ycos ( )-zsen ( )

w = ysen ( ) +zcos ( )θ θ θ

θ θ

Registro

algébrico

Simbólico

Representação R4

x

1 0 0 x

T (x, y, z) 0 cos sin y

0 sin cos zθ θ θ

θ θ

= −

Registro matricial

Simbólico

Representação R5

Registro

cartesiano

Gráfico

Page 33: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

16

Quadro 4. Representação do objeto matemático transformação linear em diferentes registros.

No caso do quadro 4, percebe-se facilmente que quando se muda da

representação R1 para a representação R2, tem-se uma conversão de representações,

enquanto em R2, R3 e R4 todos os registros são do mesmo tipo, ou seja, simbólicos.

Percebe-se que a transformação da representação R2 para a representação R3 é um

tratamento, enquanto de R3 para R4 é uma conversão, pois há mudança na forma da

representação e consequentemente, também há mudança de registro, assim como de

R4 para R5.

Page 34: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

17

2 INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA

Este capítulo leva em consideração os aspectos que a utilização da informática

na Educação Matemática produz no ensino e aprendizagem de um conteúdo

matemático. Primeiro, fez-se uma revisão da literatura sobre Informática na Educação

Matemática e sobre teses e dissertações que abordam a utilização do software no

processo de ensino e aprendizagem de Geometria Analítica e Álgebra Linear.

2.1 REVISÃO DE LITERATURA

Em plena era digital, conectado às inovações tecnológicas, não nos é possível

ignorar a importância do uso da informática na construção do saber, consequentemente

a informática no ensino tem como objetivo oferecer ao aluno a simulação, a

manipulação e o dinamismo. Portanto, embasado nas ideias de BORBA e PENTEADO

(2010) procurar-se-á relacionar a aprendizagem dos alunos com seu desenvolvimento

na construção do conhecimento.

Segundo os autores, a relação entre a informática e a educação matemática

deve ser pensada como transformação da própria prática educativa. Para eles, existe

sempre uma mídia envolvida na produção do conhecimento, dependendo da

disponibilidade. Essas mídias poderão ser tais como a oralidade, lápis&papel e a

informática. De acordo com BORBA e PENTEADO (2010), uma nova mídia, como a

informática, abre possibilidades de mudança dentro do próprio conhecimento, logo, é

possível haver uma ressonância entre uma dada pedagogia, uma mídia e uma visão de

conhecimento.

Além do mais, BORBA e PENTEADO (2010) assinalam que a informática é:

Uma nova extensão de memória, com diferenças qualitativas em relação às outras tecnologias da inteligência e permite que a linearidade de raciocínios seja desafiada por modos de pensar, baseados na simulação, na experimentação e em uma “nova linguagem” que envolve escrita, oralidade, imagens e comunicação instantânea. (BORBA e PENTEADO 2010, p.48).

Page 35: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

18

Cabe aqui ressaltar, BORBA e PENTEADO (2010) afirmam adotar uma

perspectiva teórica apoiada na noção de que o conhecimento é produzido por um

coletivo formado por seres humanos com mídias, portanto, trazer uma mídia informática

para a sala de aula significa abrir a possibilidade dos alunos falarem sobre suas

experiências e curiosidades.

Ainda, com o intento de ampliar o conhecimento sobre a utilização da tecnologia

computacional aplicada ao processo de ensino e aprendizagem no ensino da

matemática, procuramos, dentre os trabalhos, os de pesquisadores que abordassem o

tema de tal forma que pudéssemos tê-los como norte em nossa pesquisa. Sendo assim,

além de BORBA e PENTEADO (2010), centrou-se atenção no artigo científico dos

pesquisadores GIRALDO e CARVALHO (2004), cujo foco é uma revisão de literatura

brasileira e internacional de educação matemática sobre o uso da tecnologia

computacional no ensino nas últimas décadas. Esse artigo contém discussão sobre

potencialidades e limitações da tecnologia com a finalidade de procurar características

dos recursos computacionais que sejam favoráveis à aprendizagem matemática.

GIRALDO e CARVALHO (2004) ressaltam a importância de planejar o ensino de

forma a explorar a tecnologia de foram positiva, daí a opção de aplicar nessa pesquisa

o uso de ambiente dinâmico através de software que nos proporcionasse questionar os

caminhos até então usados no ensino de transformações lineares em um curso de

ensino superior. Para os autores, os vários estudos citados por eles corroboram para

que novas abordagens sejam possíveis graças aos recursos computacionais, além de

exporem aspectos dos conceitos, antes, pouco explorados.

Sabe-se que os autores, ao afirmarem isso, estão preocupados em nos alertar

quanto à exploração da abordagem pedagógica no uso da tecnologia. Sendo assim, é

claro que nossa intenção foi utilizar o software Cabri-Géomètre, mostrando suas

ferramentas e algumas funcionalidades, para tê-lo como ferramenta “auxiliar no

processo de ensino e aprendizagem sobre transformações lineares em R2 e em R3”.

No texto “Uma Breve Revisão Bibliográfica sobre o Uso de Tecnologia

Computacional no Ensino de Matemática Avançada”, os autores GIRALDO e

CARVALHO (2008) citam que embora houvesse preocupações sobre os efeitos de

Page 36: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

19

tecnologias computacionais no ensino e na aprendizagem de matemática em diversas

pesquisas, para DOERR & ZANGOR (2000, p. 144), o uso prático de recursos

computacionais no ensino de matemática cresceu sem que os resultados de pesquisa

elucidassem de maneira significativa sua efetividade, enquanto para TALL (2001), os

efeitos do uso de tecnologia no ensino de matemática estão na forma como estes são

usados.

Para DOERR & ZANGOR (2000) e PENGLASE & ARNOLD (1996), diversos

estudos se restringem a analisar efeitos e concluir sobre o sucesso ou fracasso do uso

de ferramentas computacionais, desconsiderando o contexto pedagógico. Esses

autores afirmam que a questão a ser investigada não está em saber se a tecnologia é

positiva ao ensino e sim como planejar o ensino de forma a explorá-la em suas

potencialidades e limitações. Assim como alguns estudos identificaram dificuldades

atribuídas à natureza das representações computacionais para objetos matemáticos,

GOLDENBERG (1987) observa que estudantes percebem erroneamente

representações gráficas visualizadas na tela, formulando e generalizando a partir daí

regras incorretas. GUIN & TROCUHE (1999) focalizam a confusão onde os estudantes

podem ter dificuldades quando não conseguem distinguir um objeto matemático de sua

representação computacional. Cabe ressaltar alguns resultados relatados por

pesquisadores brasileiros que também apontam nesta direção, dentre eles, ABRAHÃO

(1998). Essa autora conclui que a tecnologia gráfica pode ser uma ferramenta

importante para aprendizagem de matemática; no entanto, para que esse objetivo seja

atingido, é necessário que o professor tenha acesso a materiais de apoio, desenhados

para estimular a conexão crítica entre diferentes representações, de natureza

computacional e não computacional.

Em seu trabalho DRIJVERS (2000), (apud. GIRALDO e CARVALHO (2008))

utiliza o termo obstáculo para referir-se a uma barreira trazida por um sistema de

computação simbólica que impede o estudante de desenvolver os esquemas para uso

do sistema da maneira que ele tenha em mente; e, embora DRIJVERS declare acreditar

em possíveis benefícios, apresenta tais obstáculos como aspectos negativos. Nas

conclusões do trabalho, chamando atenção para a importância de não se desprezar

obstáculos como estes a fim de obter um resultado positivo do uso de tecnologia no

Page 37: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

20

ensino de matemática. Além disso, DRIJVERS cita “as limitações e as dificuldades em

fornecer estratégias algébricas para ajudar os estudantes a ultrapassar estas

limitações” como um dos obstáculos que podem impedir ou dificultar a aprendizagem de

matemática apoiada por tecnologias computacionais. Também MILLS et AL. (1990)

mencionam uma série de limitações técnicas que podem gerar confusões nos

estudantes. Ao relatar o experimento, os autores inferem que o uso de tecnologias

computacionais em sala de aula deve estar acompanhado da reflexão sobre a natureza

da matemática envolvida para entender os resultados gerados.

No entanto, há outros resultados de pesquisa mostrando que certas limitações

pedagógicas do uso de tecnologia no ensino de matemática podem não ser geradas por

limitações técnicas dos recursos computacionais utilizados, mas sim às suas

potencialidades técnicas. Por exemplo, a de HUNTER et AL. (1993), ao observar um

grupo de estudantes durante um curso de conteúdo matemático baseado em recursos

computacionais, ministrado exclusivamente no laboratório de microcomputadores,

através de um programa computacional, sem outro tipo de abordagem, antes e depois

do curso. Os pesquisadores arguiram os participantes sobre o conteúdo da referida

disciplina, observou-se que nenhum dos estudantes que havia errado a resposta no

pré-teste conseguiu acertar no pós-teste. Os autores comentam que os resultados

indesejáveis se deveram ao fato de que, durante o curso, os estudantes ficaram presos

à digitação e à observância do que aparecia na tela, perderam a habilidade em

responder.

De forma semelhante, MONAGHAN et AL. (1994) compararam os resultados de

cursos de mesmo conteúdo matemático em escolas britânicas que usavam e que não

usavam recursos computacionais. Após o curso, os estudantes da amostra foram

entrevistados sobre alguns dos conceitos da disciplina em questão. Os autores

descrevem os resultados citando que estudantes que utilizaram os recursos

computacionais desenvolveram concepções do tópico sem as ideias conceituais,

entretanto, a manipulação simbólica aplicada a uma expressão era tida como rotina.

Portanto, esses trabalhos analisam efeitos negativos do uso de computadores no

ensino com limitada ênfase para a abordagem pedagógica. Enquanto outros autores, ao

Page 38: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

21

contrário, atribuem tais efeitos ao contexto instrucional em que os recursos

computacionais estão inseridos.

Daí, GIRALDO e CARVALHO (2004) utilizam o termo efeito de estreitamento

para se referirem a situações em que características específicas de recursos ou

representações, utilizados em certo contexto pedagógico, se convertem em limitações

nas imagens consequentemente desenvolvidas pelos estudantes.

LAUDARES & LACHINI (2000) observaram, em 2000, o processo de implantação

de um laboratório de informática para o ensino de conteúdo matemático em uma grande

universidade brasileira, cuja abordagem adotada era tradicionalista. Os autores

realizaram um estudo amplo e detalhado, sobre a atuação dos professores e alunos.

Quanto aos professores, evidenciou-se que na maioria deles, as atividades no

laboratório era perda de tempo, pois, o uso do computador deveria se restringir à

checagem de resultados dos exercícios, à simulação de modelos matemáticos e à

realização de cálculos muito pesados.

Dos alunos, observou-se que se restringiam à digitação dos dados do problema,

seguido do acionamento de comando para resolução e, por último, a leitura da resposta

na tela. Consequentemente a incerteza da resposta estava na falta de domínio do

conteúdo da matemática, não sabiam se a resposta está certa. Observa-se dificuldade,

não só na manipulação da máquina, como no entendimento do significado do resultado

apresentado pelo computador. Mesmo conversando bastante sobre a atividade em

execução, os alunos mostram não perceber quais os objetivos do que estão fazendo.

No laboratório, prevalece o uso do computador como máquina, tendo os alunos

interesse em ter respostas prontas e mostram-se avessos ao esforço de procurar

soluções, bem como às tentativas de erro/acerto.

Apesar desses resultados, LAUDARES & LACHINI (2000) notam que o uso de

tecnologia constitui uma importante alternativa para o modelo tradicional de aula de

matemática. Entretanto, os autores afirmam que isto não depende do fato de se usar

computadores por si só, sugerindo um planejamento cuidadoso de atividades de

laboratório, a fim de estimular a formação de uma postura investigativa por parte dos

alunos e da preparação e motivação dos professores para conduzi-las.

Page 39: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

22

Prosseguindo, GIRALDO e CARVALHO (2008) também observam que

ambientes computacionais podem ser usados para motivar a combinação de raciocínio

qualitativo e raciocínio. Segundo os autores, YERUSHALMY (1997) relata um

experimento planejado para explorar e documentar a aprendizagem de conteúdo

matemático em uma abordagem conduzida pelo professor com o apoio de exploração

computacional. A autora afirma que a tecnologia pode oferecer uma opção para a

aprendizagem baseada em memorização. YERUSHALMY (1997) ressalta que um dos

maiores potenciais desse tipo de abordagem é justamente evidenciar a complexidade

que fica ocultada na abordagem tradicional.

Assim, os resultados positivos do experimento devem-se ao contexto em que o

computador foi usado, à abordagem pedagógica, aos ciclos de construção e dilemas

dos estudantes apoiado pelo software. Segundo a autora, esta perspectiva possibilitou

que a concretude dos objetos não limitasse o pensamento dos estudantes, mas, ao

contrário, motivasse a exploração.

HADAS et AL (2000) discutem o papel de situações de surpresa e incerteza no

desenvolvimento do raciocínio dedutivo de estudantes realizando tarefas especialmente

desenhadas em um ambiente de geometria dinâmica. A experiência de arrastar objetos

geométricos em um ambiente de geometria dinâmica permite a verificação da

invariância de uma propriedade, como um atributo de uma classe de objetos serve para

convencer estudantes da veracidade de conjecturas por si só, tornando a compreensão

do papel de sua necessidade de demonstrações ainda mais distante, como constata

YERUSHALMY (1997).

Portanto, com esta motivação teórica, HADAS et AL (2000) desenvolveram duas

atividades no ambiente de geometria dinâmica para provocar surpresa e incerteza. A

primeira atividade foi desenhada com o objetivo de provocar surpresa a partir de

resultados contrários à intuição dos estudantes, tendo sido observada, a segurança dos

estudantes sobre as respostas dadas pelo computador, apesar destas serem contrárias

à sua intuição. Na segunda atividade, a incerteza manteve-se ao longo das tarefas. A

proporção de explicações dedutivas aumentou significativamente na segunda atividade.

ARCAVI (1999), em particular, relata que professores secundários expressaram

grande desconforto ao lidar com situações em que a visualização de resultados na tela

Page 40: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

23

do computador era contrária a sua intuição inicial, mas que este desconforto se

converteu em motivação para um estudo teórico mais detalhado do problema. Arcavi

conclui que o uso de ambientes computacionais pode introduzir um componente

empírico ao pensamento matemático.

Tanto nos experimentos descritos por HUNTER et AL (1993) e por MONAGHAN

et AL (1994), quanto na experiência relatada por LAUDARES & LACHINI (2000), os

efeitos de estreitamento observados não estão associados a qualquer limitação técnica

inerente aos recursos computacionais utilizados, mas podem ser interpretados como

tendo sido causados pelo uso pedagógico inapropriado de potencialidades técnicas – a

facilidade de obter resultados operacionais rápidos através do mero acionamento de

comandos. É bom observar que o mesmo ocorre às potencialidades técnicas de

recursos tecnológicos usados que não se convertem, por si só, em potencialidades

pedagógicas, ao serem empregadas na experiência relatada por LAUDARES &

LACHINI (2000) em um planejamento adequado.

Analogamente, limitações técnicas dos recursos não estão associadas,

necessariamente, a limitações de ordem pedagógica da abordagem.

DRIJVERS (2000) e MILLS et AL (1990) alertam que é necessário ter

consciência das limitações e obstáculos da tecnologia para que seu uso seja

periodicamente proveitoso. Ainda, Drijvers é enfático ao afirmar a possibilidade de tirar

vantagem desses obstáculos “tornando explícita a matemática por trás deles”.

DOERR & ZANGOR (2000) relatam os resultados de um estudo qualitativo nos

Estados Unidos, baseados em observação de salas de aula, sobre o uso de tecnologia,

focalizando o papel do professor, seus conhecimentos e crenças, a relação entre o

papel do professor e os conhecimentos e crenças dos estudantes, a forma como eles

usavam a ferramenta como apoio à aprendizagem, além de algumas limitações

surgidas da prática de sala de aula, interpretar dados e generalizar relações além da

situação particular tratada.

As autoras afirmam que a atitude da professora e sua consciência das limitações

em relação ao uso da tecnologia e foi determinante para os resultados do experimento,

ao contrário das preocupações prévias. De acordo com ela, normas estabelecidas às

Page 41: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

24

interpretações dos erros numéricos deviam embasar-se em justificativas matemáticas, e

não à máquina.

As autoras concluem que a atitude da professora em relação à máquina e de sua

abordagem pedagógica foi fundamental para a formação de uma postura crítica por

parte dos alunos.

Em GUIMARÃES et AL (2002), os autores argumentam que os ambientes de

geometria dinâmica além de apoiar a formulação de conjecturas e a compreensão da

necessidade de demonstrações, ainda ajudam os estudantes a expandirem sua

concepção de um diagrama como desenho para figura. No mesmo sentido de

PARZYSZ (1998) para quem um desenho seria como uma representação material

singular de um objeto concreto específico, enquanto uma figura corresponde à

representação de uma classe de desenhos com um mesmo conjunto de especificações

ou propriedades. Isto fica evidenciado quando um aluno que percebe a imagem de um

quadrado desenhado no papel como a representação de um único quadrado específico,

ou seja, a imagem como um desenho. Outro aluno que percebe esta mesma imagem

como um representante da classe de todos os polígonos que têm lados iguais e ângulos

iguais, a concebe como figura.

O conjunto dos resultados de pesquisa citados até aqui, mostra a inexistência de

uma relação direta entre potencialidades ou limitações técnicas de recursos

computacionais e seus efeitos pedagógicos, isto é, potencialidades ou limitações do seu

uso no ensino de matemática. Em particular, pode-se inferir que, como observa TALL

(2001), os efeitos positivos ou negativos do uso de tecnologia no ensino de matemática

não são atributos inerentes às ferramentas computacionais empregadas e sim ao

contexto pedagógico no qual estas se inserem. Muitas potencialidades pedagógicas do

uso de tecnologia têm sido identificadas na literatura recente de educação matemática.

Geralmente, estas potencialidades estão associadas às abordagens que exploram

positivamente as especificidades da própria disciplina matemática, bem como as

especificidades dos recursos tecnológicos. Por exemplo, NOSS & HOYLES (1996)

apontam a visualização e a dinâmica em ambientes de geometria dinâmica como

características fundamentais que podem contribuir efetivamente para a resolução de

problemas e para o desenvolvimento do raciocínio dedutivo na demonstração de

Page 42: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

25

teoremas. Os autores destacam que tais potencialidades dificilmente poderiam ser

reproduzidas sem o uso desses ambientes. BRUCKHEIMER & ARCAVI (2001)

acrescentam que esses ambientes estabelecem um contexto em que teoremas se

convertem de simples proposições aguardando uma prova a projetos de exploração e

BORWEIN (2005) denota por “matemática experimental” uma faceta da aprendizagem

matemática que só pode ser criada com o uso de tecnologia computacional.

NOSS & HOYLES discutem diferentes abordagens (algumas das quais usando o

computador), produzidas por pesquisadores em educação matemática, para resolver

um mesmo problema, a diversidade de conhecimento, estilo e solução envolvidos em

cada abordagem, desse modo, eles argumentam que a escolha do meio para resolver

um problema media uma gama de significados e conexões que estruturam a iteração e

emanam dela.

Esta discussão nos remete a alguma questões:

• Que especificidades das tecnologias computacionais são adequadas ao ensino e

aprendizagem de matemática?

• Que especificidades da disciplina matemática (e, em particular, de matemática

avançada) motivam o uso de tecnologias computacionais?

• Que novos paradigmas de ensino e aprendizagem de matemática podem se

estabelecer com a entrada de tecnologias computacionais?

Um caminho para resposta dessas perguntas, pelo menos parcialmente, pode ser

vislumbrado através da análise da literatura recente de educação matemática.

GIRALDO e CARVALHO (2008) observam que o ensino de matemática em

computadores possui especificidades e novos paradigmas, sendo assim, citam diversos

pesquisadores, tais como ARCAVI & HADAS (2000), que afirmam que ambientes de

geometria dinâmica constituem laboratórios virtuais em que os estudantes podem

investigar e aprender matemática, desde que acompanhados de materiais curriculares e

práticas de sala de aula. Desse modo, ARCAVI & HADAS (2000) enumeram uma série

de características:

• Visualização - a concretude de imagens visuais.

Page 43: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

26

• Experimentação - ambientes de geometria dinâmica permitem aos estudantes

aprender a experimentar, medindo, comparando, mudando (ou mesmo

distorcendo) figuras, e a fazer construções que sirvam de apoio.

• Surpresa- situações em que as atividades tragam resultados inesperados ou

contrários à intuição.

• Resposta da Máquina - o ambiente computacional reage simplesmente da

maneira que é solicitado, motivando a necessidade de verificar suposições

prévias e induzindo a necessidade de demonstrar.

• Necessidade de Demonstração - observações e revisões do próprio processo de

experimentação. O ciclo resposta-reflexão fornecendo argumentação que ajuda a

explicar e demonstrar uma afirmativa.

Por conseguinte, ARCAVI & HADAS (2000) relatam uma atividade em um

ambiente de geometria dinâmica com estudantes secundários em Israel, lidando com

conteúdo matemático cujo planejamento das atividades foi inspirado pela perspectiva

teórica dos registros de representações semióticas, de acordo com a qual um

componente essencial de aprendizagem de matemática é a coordenação de diferentes

representações de uma dada ideia ou conceito, que implica na manipulação e na

tradução através dessas representações.

Esses os autores afirmam que foi na tradução entre a representação gráfica e a

situação geométrica que mais sutilezas do problema foram expostas. Desta forma, a

ausência de simbologia na etapa inicial evitou que os alunos envolvidos na manipulação

algébrica eventualmente se distanciassem dos significados iniciais do problema. A

transição dinâmica ao longo do fenômeno geométrico não apenas revela padrões,

assim como ser uma fonte de intuição e construção de significado. Logo, é preciso

estudar uma situação geométrica lidando primeiro com a própria situação e em seguida

interpretar suas representações, isto parece contribuir para uma melhor compreensão

tanto da própria situação quando das representações.

Esta perspectiva marca o trabalho de HADAS et AL (2000), em que os autores

relatam que a abordagem adotada não contribuiu para que a concretude dos objetos

matemáticos representados no ambiente de geometria dinâmica comprometesse a

Page 44: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

27

percepção dos alunos da necessidade de demonstrações, como havia sido observado

por YERUSHALMY (1993).

HAZZAN & GOLDENBERG (1997) relatam uma experiência na qual estudaram a

compreensão, por estudantes, do conceito de função, por meio de atividades

desenvolvidas em um ambiente de geometria dinâmica.

Os autores planejaram atividades em que certos elementos de uma dada

construção geométrica dinâmica apresentavam relações de dependência funcional

entre si, por conseguinte, comentam que exemplos como estes, que seriam facilmente

citados pelos estudantes em sua forma algébrica, não foram identificados no contexto

de geometria dinâmica.

HAZZAN & GOLDENBERG (1997) concluem que ambientes de geometria

dinâmica podem servir como uma importante ferramenta para o ensino de funções. Eles

ressaltam que a comparação de objetos matemáticos de vários pontos de vista é uma

considerável oportunidade de aprendizagem – em particular, que a identificação de

semelhanças em contextos aparentemente distintos é um ato de abstração que

dificilmente poderia se desenvolver da mesma forma em outro contexto instrucional.

De maneira semelhante ao constatado por ARCAVI & HADAS (2000) e por

HAZZAN & GOLDENBERG (1997), o trabalho de BELFORT et AL (2004) sugere que a

apresentação da situação problema, inicialmente sem as representações simbólicas é

importante para a compreensão dos conceitos matemáticos envolvidos, assim como o

papel das próprias representações simbólicas – e o ambiente computacional.

TALMON & YERUSHALMY (2004) investigam relações de hierarquia de

dependência em construções em ambientes de geometria dinâmica, relações de pai-

filho, enfatizando que comportamento dinâmico pode servir como uma ferramenta para

a aprendizagem de relações de dependência hierárquica de objetos matemáticos. E de

acordo com as autoras, diversos outros trabalhos que enfocaram relações de

dependência de objetos em geometria dinâmica, identificando potencialidades

pedagógicas e dificuldades.

Destaca-se que, para LABORDE (1993), o movimento produzido ao arrastar

objetos em geometria dinâmica é uma forma de destacar o conjunto de relações que

distinguem um desenho de uma figura no sentido de PARZYSZ (1988).

Page 45: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

28

Prosseguindo, GIRALDO e CARVALHO (2008) citam que os trabalhos de

TALMON & YERUSHALMY (2004) usam as noções de instrumentalização e

instrumentação, essa abordagem instrumental é largamente enfocada pela literatura de

pesquisa recente.

Cabe realçar um importante aspecto da abordagem instrumental: a relação

bilateral entre usuário e ferramenta, chama-se instrumentalização o modo como os

conhecimentos e crenças do usuário determina o uso da ferramenta e, por outro lado,

instrumentação a forma como as características particulares da ferramenta influenciam

a forma, as estratégias e concepções desenvolvidas pelo usuário.

Há ainda a possibilidade – de outra forma indisponível – de ambientes

computacionais para o enriquecimento da compreensão conceitual por meio de

múltiplas representações interconectadas, largamente exploradas na literatura recente

de educação matemática.

YERUSHALMY (2005), ao analisar a elaboração de livros textos eletrônicos

comenta que, em certas situações, figuras estáticas em papel têm capacidade

relativamente limitada para promover habilidades matemáticas, pois a estrutura

matemática da situação não está suficientemente aparente nestas – no máximo mostra

um estágio particular do processo, o que fica evidenciado quando YERUSHALMY

sugere e examina algumas dimensões de análise de diagramas interativos.

GIRALDO e CARVALHO (2008) citam HOYLES & NOSS (2003). Segundo estes,

em ambientes interativos de aprendizagem, linguagens de programação e ferramentas

de programas se transformam de maneira que um adquire características do outro, o

que abre novas perspectivas para a aprendizagem.

Assim, é evidente que há diferentes formas de combinar texto e representações

semióticas. E, a forma como diagramas em livros textos são interpretados pelo leitor

estão fortemente sujeitos à forma de apresentação. Como participante na autoria da

página, fica mais clara a comparação de diagramas tradicionais e interativos. Além

disso, um texto interativo é direcionado pelas imagens, enquanto no texto tradicional as

imagens estão subordinadas à lógica do texto verbal.

Em todos esses trabalhos, as conclusões dos autores indicam que o resultado foi

significativamente determinado pelas características específicas dos recursos

Page 46: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

29

computacionais e do tipo de atividades implementadas, tais como: visualização,

experimentação, dinâmica, interatividade, surpresa e – talvez, sobretudo – o fato dos

ambientes computacionais serem essencialmente regidos por leis matemáticas.

Agora se abordarão alguns documentos acadêmicos. Começar-se-á com a tese

de doutorado da pesquisadora Monica Karrer (KARRER (2006)) que realizou uma

pesquisa com estudantes de um curso de Engenharia da Computação de um instituto

particular de ensino superior do estado de São Paulo.

Essa pesquisa enfoca questões relativas ao ensino e aprendizagem da álgebra

linear através de atividades sobre o objeto matemático “transformações lineares” num

ambiente de geometria dinâmica, tendo como base a teoria dos registros de

representação semiótica.

A pesquisadora começa seu estudo, fazendo análise dos livros didáticos da

disciplina “Álgebra Linear”, aqueles mais utilizados no Brasil por instituições de ensino

superior, com a finalidade de verificar como são feitas as abordagens dos registros e

das conversões das representações no conteúdo específico das transformações

lineares.

Segundo a pesquisadora, essa análise aponta deficiências naquelas abordagens.

Isso veio corroborar com a premissa de seu estudo que partiu do confronto entre

DUVAL (2003) e outros pesquisadores, segundo os quais, tais obras privilegiam os

registros: simbólico - algébrico e o numérico, sendo o gráfico pouco desenvolvido.

O motivo dessa primeira intervenção, segundo Karrer se deve ao papel de

referência que os livros didáticos desempenham na atividade da profissão de professor.

Depois, a autora centra sua atenção em relação à exploração de diferentes

registros principalmente os matriciais e gráficos por parte dos estudantes sujeitos da

pesquisa. De acordo com a pesquisadora, foi constatado que os estudantes

apresentam muita dificuldade nesses quesitos. Diante dessa situação, ela coloca que

sua preocupação didática foi motivar a prática na área de ensino e aprendizagem de

álgebra linear e para isso, a pesquisa utilizou recursos computacionais no ensino da

matemática, cujo objetivo é o impacto da utilização do software Cabri-Géomètre nessa

área.

Page 47: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

30

Embora a Álgebra Linear no curso de computação seja pré-requisito à disciplina

de Computação Gráfica, KARRER (2006) constatou em seu estudo que o uso de

alguma ferramenta computacional não é direcionado a fundamentos geométricos,

portanto, ela conclui que seria fundamental ao estudante dessa área dominar os

registros gráficos e matriciais, o que não acontece.

A análise do desempenho das produções efetuadas pelos alunos nas atividades

de abordagens em “transformações lineares”, elaboradas pela pesquisadora, com o

objetivo de introduzir os estudantes aos conceitos de transformações lineares, indica

que eles não possuem apreensão satisfatória das diversas representações e nem o

domínio da coordenação entre os diversos registros apresentados.

Enfim, essa pesquisa teve por questão avaliar em que medida, a exploração de

diversos registros e conversões, principalmente o registro gráfico influencia a

conceitualização da transformação linear no plano em ambiente de geometria dinâmica

com o software Cabri-Géomètre.

Nesse estudo, a pesquisadora aponta os seguintes fatores com relação do objeto

matemático “transformações lineares” e as dificuldades dos estudantes diante das

diversas representações e conversões:

- carência nos livros didáticos de álgebra linear;

- desconhecimentos dos alunos quanto aos aspectos geométricos das

transformações lineares;

- modesta ou inexistente utilização de recursos computacionais nos livros didáticos

de álgebra linear;

- dificuldades dos estudantes na aprendizagem de álgebra linear, devido à

formalização abstrata dessa disciplina.

CÂNDIDO (2010) abordou o ensino e aprendizagem de vetores desenvolvido na

disciplina de Geometria Analítica em cursos de Ciência Exatas baseado na teoria dos

registros de representação semiótica, visando explorar a relação entre os diversos

registros, principalmente o gráfico utilizando o ambiente papel & lápis e o dinâmico

geométrico com Cabri Géomètre 3D. Sua intenção foi avaliar em que aspectos essa

ferramenta de informática influenciaria a realização de atividades propostas no tópico

em questão da disciplina de Geometria Analítica. Ao adotar esse software dinâmico,

Page 48: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

31

tinham em mente que isso, provavelmente, permitiria a elaboração e verificação de

conjectura por parte dos alunos, sujeitos de seu experimento.

Para a pesquisadora, na disciplina de Geometria Analítica, é necessário realização

de mudanças entre questões visuais e simbólicas, e isto requer o estabelecimento de

conversões, envolvendo representações do registro gráfico e algébrico. Tais

preocupações com as representações encaixam-se nessa pesquisa onde o foco é a

coordenação dos diversos registros de representação semiótica utilizados nos conceitos

de transformações lineares, um dos conteúdos da disciplina de Álgebra Linear.

Cândido busca, no estudo de SIERPINSKA et al. (1999) sobre Álgebra Linear

envolvendo o recurso computacional Cabri-Géomètre, base para fornbecer uma

abordagem que desse aos alunos suporte para superarem o obstáculo do formalismo.

Além disso, no tocante à Álgebra Linear, CÂNDIDO (2010) cita a pesquisa de

CELESTINO (2000), assim como, a de DORIER (2000). A primeira relata a situação do

ensino e da aprendizagem dessa disciplina no cenário brasileiro, enquanto a segunda

relata os resultados de estudos sobre a referida disciplina efetuados por diversos

pesquisadores de diferentes países.

Portanto, Cândido observa que o problema tanto em Geometria Analítica quanto

em Álgebra Linear não é de exclusividade o contexto brasileiro.

Em seu experimento, Cândido descreve os enunciados das atividades concebidas

com base na teoria dos registros de representação semiótica de Duval, seguidos de

análise preliminar e de algumas telas de Cabri contendo possíveis resoluções dos

alunos. Também, o autor apresenta análise das produções dos alunos após a aplicação

das atividades propostas.

Na tentativa de encontrar resposta à questão da pesquisa, realizou-se uma

revisão bibliográfica de livros didáticos e artigos que abordam o tema, visando adquirir

familiaridade com o assunto e situar o problema de pesquisa. Além disso, tanto como

aluno ou professor foi possível observar as formas diferentes de reação quando do uso

de tecnologia associada às aulas expositivas, portanto, estes fatos foram de relevância

a este estudo.

Para finalizar, a análise do ponto de vista de como é ensinada a disciplina

“Álgebra Linear” é feita através da pesquisa efetuada por ZORAIDE (2003).

Page 49: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

32

Esta pesquisadora cita que a disciplina Álgebra Linear, foco de diversos

pesquisadores na área de Educação Matemática, é tida como uma disciplina –

problema, fato que, segundo ela, é evidenciado nas pesquisas desenvolvidas por

DORIER (2000) e seu grupo de pesquisadores franceses, ao creditar essa dificuldade

apresentada pelos alunos no ensino e aprendizagem da referida disciplina ao problema

da abordagem das noções da Álgebra Linear, o formalismo, a generalização, a

simplificação e a unificação. A pesquisadora, trabalhando com Álgebra Linear há três

décadas em cursos de Licenciatura em Matemática e Ciência da Computação,

constatou a dificuldade apresentada pelos alunos quando da aprendizagem dessa

disciplina.

Dessa sua preocupação, a autora passou a integrar o grupo de estudos “Álgebra

e Análise: especificidades, inter-relações e relações com outros domínios da

matemática nos diversos níveis de ensino” onde está inserido o subgrupo de estudos

que tem por objetivo específico investigar questões relativas ao ensino e aprendizagem

da Álgebra Linear.

Assim, ela utiliza a metodologia da alavanca meta (DORIER (2000)), como

suporte teórico para realizar sua pesquisa junto aos seis professores que lecionam a

disciplina de Álgebra Linear através de entrevistas com o objetivo de analisar e

investigar recursos meta sugeridos por professores a fim de facilitar a compreensão da

noção de espaço vetorial.

Após cada análise do discurso do professor apresentado, a pesquisadora expõe

uma conclusão parcial com observações feitas pelo professor sobre o ensino da álgebra

linear e sua contextualização. A autora cita que tais elementos podem estar diretamente

ligados aos recursos que surgiram no discurso do entrevistado.

Os professores participantes do experimento foram assim selecionados: três de

universidades públicas, isto se deve a sua crença que o discurso do professor depende

de sua “clientela” e os alunos das universidades públicas geralmente provem de ensino

médio melhor. Os outros professores eram de escolas particulares das cidades de São

Paulo e Santos.

Page 50: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

33

Em uma primeira fase, ela elaborou sua pesquisa considerando os tópicos:

formação acadêmica, tipo de pesquisa efetuada pelo entrevistado e um último item

relacionado à docência de Álgebra linear tais como tempo e tipo de curso.

Objetivando obter dados sobre o contexto em que ocorre o curso de Álgebra

Linear, na segunda fase de sua pesquisa, ela utilizou os seguintes itens nas entrevistas

junto aos professores:

• Importância da Álgebra Linear para formação do aluno;

• Tópicos prioritários em um primeiro curso de Álgebra Linear;

• Relação da Álgebra Linear com outras matérias do curso (aplicações, etc.);

• Necessidade de pré-requisitos para acompanhar um primeiro curso de Álgebra

Linear;

• Taxa de aprovação de Álgebra Linear.

Na terceira fase, as questões tiveram o intuito de liberar o professor para emitir

suas opiniões sobre abordagem da noção de base, considerando atividades, exercícios

e exemplos mais utilizados.

Portanto, no atual estudo foi considerada a visão de alguns teóricos quanto à

influência, em situação de ensino e aprendizagem, da variável desempenho utilizando

da tecnologia computacional. Para isso se realizar, utiliza-se como suporte teórico a

teoria de registros de representações semióticas de DUVAL (1993), adaptada à

proposta de pesquisa, e, principalmente, após a leitura de CANDIDO (2001) e de

BARROS e KARRER (2011) foram encontradas as motivações finais e definida a

seguinte questão de pesquisa:

“Como alunos do curso superior reagem ao lidar com o conceito de

transformação linear num ambiente de geometria dinâmica?”.

Para responder essa questão, este estudo centrou-se em analisar e discutir o

desempenho em relação às transformações lineares na perspectiva de um ensino e

uma aprendizagem com o auxílio da ferramenta computacional através do software

Page 51: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

34

geométrico dinâmico CABRI. Para verificar esse aplicativo como ferramenta auxiliar no

processo de ensino e aprendizagem, uma sequência didática sobre transformações

lineares em R2 e em R3 foi elaborada, aplicada e analisada.

Page 52: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

35

3 TRANSFORMAÇÕES LINEARES

Neste capítulo serão tratados os tópicos básicos da Álgebra Linear: a noção de

espaço vetorial real, a noção de base e dimensão e a noção de transformações lineares

entre espaços vetoriais. Além disso, na medida do possível procurar-se-á relacionar

alguns registros de representações desses objetos matemáticos com os registros figural

e cartesiano que podem ser obtidos por meio do software Cabri-Géomètre.

Para o estudo dos conceitos da Álgebra Linear, será admitido conhecido o corpo

dos números reais, o qual será denotado por R.

3.1 ESPAÇOS VETORIAIS REAIS

Definição: Um espaço vetorial real é um conjunto não vazio, cujos elementos serão

chamados vetores, munido de duas operações, uma interna chamada adição de vetores

e outra externa chamada de multiplicação de um vetor por um número real, as quais

gozam de uma série de propriedades. Mais explicitamente, um espaço vetorial real é

um conjunto não vazio V um conjunto não vazio, no qual estão definidas as operações:

i. Adição de vetores:

→a

V x V V

(u,v) u+ v

ii. Multiplicação de um vetor por um número real:

α α

→a

x V V

( ,v) .v

R

As quais gozam das seguintes propriedades:

A1: Para todos ∈u, v , w V tem-se (u + v) + w = u + (v + w).

A2: Existe um elemento em V, denotado por 0, tal que para todo ∈v V tem-se que:

0 + v = v + 0 = v.

A3: Para todo ∈v V , existe um elemento em V, denotado por –v, tal que:

v + (-v) = (-v) + v = 0.

Page 53: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

36

A4: Para todos ∈u, v V tem-se que u + v = v + u.

M1: Para todos α β ∈, R e para todos ∈v V tem-se que α β α β β α.( .v) = ( . ).v = .( .v) .

M2: Para todos α β ∈, R e para todos ∈v V tem-se que ( )α β α β+ .v = .v + .v .

M3: Para todos α ∈ R e para todos ∈u,v V tem-se que .(α α αu+v)= .u + .v .

M4: Para todos ∈v V tem-se que 1.v = v.

O conjunto Rn = {(x1, x2, ... ,xn) | xi ∈R, i = 1,2, ... , n} é um exemplo clássico de

espaço vetorial real, e neste trabalho, serão os únicos espaços vetoriais que serão

estudados.

No caso específico de n = 2, tem-se o espaço R2, no qual as duas operações são

definidas da seguinte maneira:

Para todos α ∈ R e todos u = (x1, x2) e v = (y1, y2)∈R2, definem-se:

u + v = (x1, x2) + (y1, y2) = (x1+y1, x2+y2) e

α .u = α .(x1,x2) = (α .x1, α .x2) .

Esta é uma representação algébrica dos vetores e das operações que definem o

espaço vetorial R2. Com o auxílio do software Cabri-Géomètre, podemos converter essa

representação algébrica para uma representação gráfica. As figuras a seguir ilustram

esse fato.

Por exemplo, na figura abaixo, vem que dados os vetores u = (3;1) e v = (1; 2) , então u + v será o vetor w, tal que, w = u + v = ((3;1)) + ((1; 2)) = (4; 3).

Page 54: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

37

Figura 1. Adição de vetores de R².

Assim como, na figura 02, tem-se que dados o vetor u = (3;1) e o número real 2, então 2.u será o vetor w, tal que, w = 2.u = 2.((3;1)) = (6; 2).

Figura 2. Representa a multiplicação de um escalar real por um vetor de R².

Page 55: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

38

No caso de n = 3, tem-se o espaço R3, e as duas operações são definidas da

seguinte maneira:

Para todos α ∈ R e todos u = (x1, x2, x3) e v = (y1,y2,y3)∈R3, definem-se:

u + v = (x1, x2, x3) + (y1, y2, y3) = (x1+y1, x2+y2, x3+y3) e

α .u = α . (x1, x2, x3) = (α .x1, α .x2, α .x3) .

É comum escrevermos v = (x, y, z) ou v =

x

y

z

para designar os elementos de R3.

A primeira forma se chama vetor-linha e a segunda se chama vetor-coluna.

Novamente, esta é uma representação algébrica dos vetores e das operações

que definem o espaço vetorial R3. Com o auxílio do software Cabri-Géomètre, podemos

converter essa representação algébrica para uma representação gráfica. As figuras a

seguir ilustram esse fato.

Por exemplo, na figura 03, vem que dados os vetores u = (2; 2; 0) e v = (2; 2; 3) ,

então u + v será o vetor w, tal que, w = u + v = ((2; 2; 0)) + ((2; 2; 3)) = (4; 4; 3).

Figura 03; Adição de vetores em R³.

Page 56: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

39

Já figura 04 ilustra a multiplicação de um número real por um vetor de R3.

Figura 3. Representa a multiplicação de um escalar por um vetor real de R³.

Assim, por exemplo, dado o vetor v = (2; 3; 3) e o número real r = 2, então r.v

será o vetor u = r.v = 2(2; 3; 3), logo, u = (4; 6; 6).

3.2 BASES E DIMENSÃO

Definição: O vetor v é uma combinação linear dos vetores v1, v2, v3,... e vn, se existem

números reais r1, r2, r3, ... e rn tais que podemos escrever v = r1.v1 + r2.v2 + ...+ rn.vn .

Definição: Um conjunto de vetores {v1, v2, v3,..., vn} é chamado linearmente dependente

se podemos escrever um dos vetores como combinação linear dos outros (n-1) vetores.

Quando isso não acontece, dizemos que o conjunto de vetores é linearmente

independente.

Pode-se provar que se um conjunto de vetores de R2 é linearmente independente, ele

possui no máximo 2 vetores.

Page 57: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

40

Definição: Um conjunto linearmente independente de vetores de R2 com exatamente 2

vetores se chama uma base de R2. Como toda base de R2 tem exatamente 2 vetores,

diz-se que a dimensão de R2 vale 2.

Proposição: Seja {v1, v2} uma base de R2 e seja v um vetor qualquer de R2. Então

números reais r1 e r2, determinados de forma única, tais que. v = r1. v1 + r2.v2 .

Definição: Os vetores e1 e e2 definidos por:

11 2

2

e = (1, 0) 1 0ou e = e e =

e = (0, 1) 0 1

Logo “e1” e “e2” formam uma base, chamada a base canônica de R2. É comum também

chamarmos e1 por ri e e2 por

rj .

Proposição: Seja v = (x, y) um vetor de R2. Então v = x. e1 + y. e2 , isto é, v = (x, y) = x. (1, 0) + y. (0, 1) = x. e1 + y. e2

ou

1 2

x 1 0v = = x. + y. = x.e + y.e

y 0 1

O software Cabri-Géomètre “desenha” um vetor por meio de um representante

desse vetor, isto é, um segmento orientado que tem a sua origem na própria origem do

sistema de coordenadas. Embora o representante do vetor não seja o vetor, as

propriedades dos vetores podem ser visualizadas por meio de seus representantes. Por

comodidade e abuso de linguagem, nos referiremos aos representantes como se

fossem os próprios vetores.

A figura a seguir apresenta um vetor v = (x,y) como combinação linear da base canônica do R2, tal que v = x. (1,0) + y.(0,1) = x.e1 + y.e2.

Page 58: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

41

Figura 4. Um vetor genérico de R² como combinação linear da base canônica.

Analogamente, pode-se provar que se um conjunto de vetores de R3 é

linearmente independente, ele possui no máximo 3 vetores.

Definição: Um conjunto linearmente independente de vetores de R3 com exatamente 3

vetores se chama uma base de R3. Como toda base de R3 tem exatamente 3 vetores,

diz-se que a dimensão de R3 vale 3.

Proposição: Seja {v1, v2, v3} uma base de R3 e seja v um vetor qualquer de R3. Então

números reais r1, r2 e r3, determinados de forma única, tais que v = r1. v1 + r2.v2 + r3.v3.

Definição: Os vetores e1, e2 e e3 definidos por:

, .

1

2 1 2 3

3

e = (1, 0, 0) 1 0 0

e = (0, 1, 0) ou e = 0 e = 1 e e = 0

0 0 1e = (0, 0, 1)

Logo e1, e2 e e3 formam uma base, chamada a base canônica de R3. É comum

também chamarmos e1 por ri , e2 por

rj e e3 por

rk .

Proposição: Seja v = (x, y, z) um vetor de R3. Então v = x. e1 + y . e2 + z .e3 , isto é, v = (x, y, z) = x. (1, 0, 0) + y. (0, 1, 0) + z. (0, 0, 1) = x. e1 + y . e2 + z .e3

ou

Page 59: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

42

1 2 3

x 1 0 0

v = y = x. 0 + y. 1 + z. 0 = x.e + y.e + z.e

z 0 0 1

O software Cabri-Géomètre “desenha” um vetor por meio de um representante

desse vetor, isto é, um segmento orientado que tem a sua origem na própria origem do

sistema de coordenadas. Embora o representante do vetor não seja o vetor, as

propriedades dos vetores podem ser visualizadas por meio de seus representantes. Por

comodidade e abuso de linguagem, nos referiremos aos representantes como se

fossem os próprios vetores.

Na figura 06, por exemplo, o vetor v = ((4,3); (3,4); (4,1)) é apresentado como

combinação linear da base canônica do R3, ou seja, v = (4,3). e1 + (3,4) . e2 + (4,1) . e3.

Figura 06. Um vetor como combinação linear da base canônica do R³.

Page 60: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

43

3.3 TRANSFORMAÇÕES LINEARES EM DIMENSÃO 2

Definição: Uma transformação linear de R2 em R2, ou simplesmente um operador linear

em R2, é uma função T: R2 → R2 da forma:

T(x, y) = (a1. x + b1. y, a2. x + b2. y) Ou

. .

. .

+ = +

1 1

2 2

a x b yxT

a x b yy

A cada operador linear T em R2 podemos associar a matriz A =

1 1

2 2

a b

a b e vale a

seguinte igualdade . .

.. .

+ = = +

1 1 1 1

2 2 2 2

a b a x b yx xT

a b a x b yy y .

Observemos que T(e1) =

=

1

2

a1T

a0 e T(e2) =

=

1

2

b0T

b1, portanto para

construirmos a matriz A basta considerarmos T(e1) e T(e2) na forma de vetores-colunas,

e cada um deles, nessa ordem, será a correspondente coluna da matriz A.

Estes são transformações especiais no plano. Estas transformações são usadas em

aplicações práticas e numéricas.

3.3.1 Dilatação ou contração ou inversão

2 2T: →R R

T(x,y) = k.(x,y)

Matricialmente: .

Tx k 0 x

y 0 k y

Page 61: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

44

Geometricamente:

Figura 5. Dilatação ou contração ou inversão de um vetor de R².

3.3.2 Cisalhamento

i. Na direção do eixo dos x

2 2T: →R R

T(x, y) = (x + k.y, y)

Matricialmente: .

Tx 1 k x

y 0 1 y

Page 62: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

45

Geometricamente

Figura 6. Cisalhamento de um vetor de R² na direção do eixo dos x.

ii. Na direção do eixo dos y

2 2T: →R R

T(x, y) = (x, k.x + y)

Matricialmente: .

Tx 1 0 x

y k 1 y

Page 63: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

46

Geometricamente

Figura 7. Cisalhamento de um vetor de R² na direção do eixo dos y.

3.3.3 Reflexão

i. Na em torno do eixo dos x

2 2T: →R R

T(x, y) = (x, ɵy)

Matricialmente: .

→ −

Tx 1 0 x

y 0 1 y

Page 64: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

47

Geometricamente

Figura 8. Reflexão de um vetor de R² na direção do eixo dos x.

ii. Na direção do eixo dos y

2 2T: →R R

T(x, y) = (ɵx, y)

Matricialmente: .

− →

Tx 1 0 x

y 0 1 y

Page 65: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

48

Geometricamente

Figura 9. Reflexão de um vetor de R² na direção do eixo dos y.

iii. Em torno da origem

2 2T: →R R

T(x, y) = (ɵ x, ɵ y)

Matricialmente: .

− → −

Tx 1 0 x

y 0 1 y

Page 66: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

49

Geometricamente:

Figura 10. Reflexão de um vetor de R² em torno da origem.

3.3.4 Rotação

2 2T: →R R

T(x, y) = (x.cosɵ ɵ y.senɵ, x.senɵ + y.cosɵ)

Matricialmente: cos sen.

sen cos

θ θ θθ θ

− →

T=Rx x

y y

Page 67: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

50

Geometricamente:

Figura 11. Rotação de um vetor de R² por um ângulo teta.

Para determinar a matriz transformação linear da rotação de um ângulo teta θ e

a expressão em função de x e y.

Como ao rotacionar um vetor, o módulo, isto é, o comprimento desse vetor não

altera, logo, I u I = ρ , onde u = (x, y) e usando as relações trigonométricas, obtém-se:

x’ = ρ.cos (α + ɵ) = ρ.cosα.cosɵ ɵ ρ.senα.senɵ

e

y’ = ρ.sen.(α + ɵ) = ρ. senα.cosɵ + ρ.cosα.senɵ

Porém, x= ρ.cosα e y = ρ.senα

Logo, x’ = ρ.cos (α + ɵ) = x.cosɵ ɵ y.senɵ

e

y’ = ρ. sen.(α + ɵ) = y.cosɵ + x.senɵ = x.senɵ + y.cosɵ

Portanto, vem que:

T(x, y) = (x’, y’) = x.cosɵ ɵ y.senɵ, x.senɵ + y.cosɵ)

De onde se obtém: cos sen.

sen cos

θ θθ θ

− =

x xT

y y

Page 68: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

51

3.4 TRANSFORMAÇÕES LINEARES EM DIMENSÃO 3

Definição: Uma transformação linear de R3 em R3, ou simplesmente um operador linear

em R3, é uma função T: R3 → R3 da forma:

T(x, y, z) = (a1. x + b1. y + c1. z, a2. x + b2. y + c2. z, a3. x + b3. y + c3. z)

Ou

.

.

.

=

.x+b .y+

T .x+b .y+

.x +b .y +

1 1 1

2 2 2

3 3 3

x a c zy a c zz a c z

A cada operador linear T em R3 podemos associar a matriz A =

1 1 1

2 2 2

3 3 3

a b c

a b c

a b c

e vale a

seguinte igualdade .

.

.

=

b .x +b .y +

.x +b .y +

.x +b .y +

1 1 1 1 1 1

2 2 2 2 2 2

3 3 3 3 3 3

x a c x a c zT y = a b c y a c z

z a b c z a c z .

Observemos que:

T(e1) =

=

1

T1

2

3

a0 a0 a

, T(e2) =

=

0

T1

2

3

b1 b0 b

e T(e3) =

=

0

T1

2

3

c0 c1 c

.

Portanto para construirmos a matriz A basta considerarmos T(e1), T(e2) e T(e3) na forma

de vetores-colunas, e cada um deles, nessa ordem, será a correspondente coluna da

matriz A.

3.4.1 PRINCIPAIS TRANSFORMAÇÕES LINEARES EM R3

3.4.1.1 Projeção ortogonal de um vetor sobre um plano coordenado

a. Sobre o plano xy

É a transformação linear T: R3 → R3 definida por:

Page 69: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

52

T (x , y , z) = (x , y , 0) ou

=

x

T y

xyz 0

.

Observemos que:

T(e1) =

=

1

T

10 00 0

, T(e2) =

=

0

T

0

01 10

e T(e3) =

=

0

T

00 01 0

.

E, portanto a matriz associada é A =

1 0 0

0 1 0

0 0 0

.

A figura a seguir ilustra a projeção de um vetor v no plano xy.

Figura 12. Projeção ortogonal de um vetor de R³ sobre o plano coordenado xy.

O vetor ((4,3); (3,4); (4,1)) é levado no vetor ((4,3) ; (3,4) ; (0)), isto é, o vetor

(4,3).e1 + (3,4).e2 + (4,1).e3 é levado no vetor (4,3).e1 + (3,4).e2 + (0).e3 , logo, o vetor

(4,3).e1 + (3,4).e2 + (0).e3 = (4,3).e1 + (3,4).e2.Em notação simbólica, vem que:

T((4,3); (3,4); (4,1)) = ((4,3); (3,4); (0))

Page 70: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

53

b. Sobre o plano xz

É a transformação linear T: R3 → R3 definida por:

T (x, y, z) = (x, 0 , z) ou

=

x

T 0

xyz z

.Observemos que:

T(e1) =

=

1

T

10 00 0

, T(e2) =

=

0

T

0

01 00

e T(e3) =

=

0

T

00 01 1

.

E, portanto a matriz associada é A =

1 0 0

0 0 0

0 0 1

.

A figura a seguir ilustra a projeção de um vetor v no plano xz.

Figura 13. Projeção ortogonal de um vetor de R³ sobre um plano coordenado xz.

O vetor ((3,6); (2,1); (3,1)) é levado no vetor ((3,6); (0); (3,1)), isto é, o vetor:

(3,6).e1 + (2,1).e2 + (3,1).e3 é levado no vetor (3,6).e1 + (0).e2 + (3,1).e3 , de tal modo

(3,6).e1 + (0).e2 + (3,1).e3 = (3,6).e1 + (3,1).e3.Em notação simbólica, obtém-se:

T((3,6); (2,1); (3,1)) = ((3,6); (0); (3,1)).

Page 71: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

54

c. Sobre o plano yz

É a transformação linear T: R3 → R3 definida por:

T (x, y, z) = (0 , y , z) ou

=

0

T y

xyz z

.

Observemos que:

T(e1) =

=

1

T

00 00 0

, T(e2) =

=

0

T

0

01 10

e T(e3) =

=

0

T

00 01 1

.

E, portanto a matriz associada é A =

0 0 0

0 1 0

0 0 1

.

A figura a seguir ilustra a projeção de um vetor v no plano yz.

Figura 14. Projeção ortogonal de um vetor de R³ sobre um plano coordenado yz.

O vetor ((3,3); (1,9); (2,4)) é levado no vetor ((0); (1,9); (2,4)), isto é, o vetor, logo

v = (3,3). e1 + (1,9).e2 + (2,4).e3 é levado no vetor (0).e1 + (1,9).e2 + (2,4).e3, portanto

Page 72: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

55

tem-se o vetor (0).e1 + (1,9).e2 + (2,4).e3= (1,9).e2 + (2,4).e3. Em notação simbólica,

vem que: T((3,3); (1,9); (2,4)) = ((0); (1,9); (2,14)).

3.4.1.2 Simetria de um vetor em relação a um plano coordenado segundo um eixo

coordenado.

a. Em relação ao plano yz segundo o eixo x

É a transformação linear T: R3 → R3 definida por:

T (x, y, z) = (- x, y, z) ou

=

-x

T y

xyz z

.

Observemos que:

T(e1) =

=

1

T

-10 00 0

, T(e2) =

=

0

T

0

01 10

e T(e3) =

=

0

T

00 01 1

.

E, portanto a matriz associada é A =

-1 0 0

0 1 0

0 0 1

.

A figura a seguir ilustra a simetria de um vetor v no plano yz, segundo o eixo x.

Figura 15. Representa a simetria de um vetor v de R³ no plano yz, segundo o eixo x.

Page 73: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

56

O vetor ((1,4); (1,8); (2,9)) é levado no vetor ((-1,4); (1,8); (2,9)), isto é, o vetor:

(1,4). e1 + (1,8).e2 + (2,9).e3 é assim levado no vetor (-1,4).e1 + (1,8).e2 + (2,9).e3 ,

portanto, (-1,4).e1 + (1,8).e2 + (2,9).e3 = (-1,4).e1 + (1,8).e2 + (2,9).e3. Em notação

simbólica, obtém-se: T((1,4); (1,8); (2,9)) = ((-1,14); (1,8); (2,9)).

b. Em relação ao plano xz segundo o eixo y

É a transformação linear T: R3 → R3 definida por:

T (x , y , z) = (x , - y , z) ou

=

x

T -y

xyz z

.

Observemos que:

T(e1) =

=

1

T

10 00 0

, T(e2) =

=

0

T

0

01 -10

e T(e3) =

=

0

T

00 01 1

.

E, portanto a matriz associada é A =

1 0 0

0 -1 0

0 0 1

.

A figura a seguir ilustra a simetria de um vetor v no plano xz, segundo o eixo y.

Figura 16. Representa simetria de um vetor v de R³ no plano xz, segundo o eixo y.

Page 74: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

57

O vetor ((3,0); (2,0); (2,3)) é levado no vetor ((3,0); (-2,0); (2,3)), isto é, o vetor:

(3,0). e1 + (2,0).e2 + (2,3).e3 é levado no vetor (3,0).e1 + (-2,0).e2 + (2,3).e3 , portanto,

(3,0).e1 + (-2,0).e2 + (2,3).e3 = (3,0).e1 + (-2,0).e2 + (2,3).e3. Em notação simbólica, tem-

se: T((3,0); (2,0); (2,3)) = ((3,0); (-2,0); (2,3)).

c. Em relação ao plano xy segundo o eixo z

É a transformação linear T: R3 → R3 definida por:

T (x, y, z) = (x, y, - z) ou

=

x

T y

xyz -z

.

Observemos que:

T(e1) =

=

1

T

10 00 0

, T(e2) =

=

0

T

0

01 10

e T(e3) =

=

0

T

00 01 -1

.

E, portanto a matriz associada é: A =

1 0 0

0 1 0

0 0 -1

.

A figura a seguir ilustra a construção do vetor simétrico de um vetor em relação ao

plano xy.

Figura 17. Representa simetria de um vetor v de R³ no plano xy.

Page 75: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

58

O vetor ((-2,2); (1,8); (2,8)) é levado no vetor ((-2,2); (1,8); (-2,8)), isto é, o vetor:

(-2,2). e1 + (1,8).e2 + (2,8).e3 é levado no vetor (-2,2).e1 + (1,8).e2 + (-2,8).e3. Em

notação simbólica, vem que: T((-2,2); (1,8); (2,8)) = ((-2,2); (1,8); (-2,8)).

3.4.1.3 Simetria de um vetor em relação à origem (vetor simétrico)

É a transformação linear T: R3 → R3 definida por:

T (x, y, z) = (- x , -y , -z) ou

=

-x

T -y

xyz -z

Observemos que:

T(e1) =

=

1

T

-10 00 0

, T(e2) =

=

0

T

0

01 -10

e T(e3) =

=

0

T

00 01 -1

.

E, portanto a matriz associada é A =

-1 0 0

0 -1 0

0 0 -1

.

A figura a seguir ilustra a construção do vetor simétrico de um vetor em relação à

origem

Figura 18. Representa simetria de um vetor v de R³ em relação à origem.

Page 76: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

59

O vetor ((2,2); (1,6); (2,8)) é levado no vetor ((-2,2); (-1,6); (-2,8)), isto é, o vetor

vale v = (2,2). e1 + (1,6).e2 + (2,8).e3 é levado no vetor (-2,2).e1 + (-1,6).e2 + (-2,8).e3.

Em notação simbólica, T((2,2); (1,6); (2,8)) = ((-2,2); (-1,6); (-2,8)).

3.4.1.4 Rotação de um ângulo θ

de um vetor em torno de um eixo coordenado

a. Rotação em torno do eixo z

Neste caso a terceira coordenada do vetor (z) permanece inalterada e a projeção

do vetor no plano xy sofre uma rotação de um ângulo θ. Tem-se então a transformação

linear T: R3 → R3 definida por:

T (x, y, z) = (x.cosθ - y.senθ, x.senθ+ y.cosθ, z) ou

=

T

x x.cosθ - y.senθy x.senθ + y.cosθz z

.

Observemos que:

T(e1) =

=

1

T

cosθ 0 senθ0 0

, T(e2) =

=

0

T

0

- senθ1 cosθ0

e T(e3) =

=

0

T

00 01 1

.

E, portanto a matriz associada é A =

- 0

0

0 0 1

cosθ senθsenθ cosθ .

A figura seguir ilustra a rotação de 45o do vetor (3, 2, 3) em torno do eixo z.

Figura 19. Representa a rotação de um vetor v de R³ em torno do eixo z por um ângulo dado.

Page 77: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

60

O resultado é o vetor T(3, 2, 3) = ((0,7); (3,4); (3)).

b. Rotação em torno do eixo y

Neste caso a segunda coordenada do vetor (y) permanece inalterada e a

projeção do vetor no plano xz sofre uma rotação de um ângulo θ.Tem-se então a

transformação linear T: R3 → R3 definida por:

T (x, y, z) = (x.cosθ - z.senθ, y, x.senθ+ z.cosθ) ou

=

T y

x x.cosθ - z.senθyz x.senθ + z.cosθ

.

Observemos que:

T(e1) =

=

1

T

cosθ 0 senθ0 0

, T(e2) =

=

0

T 1

0

010

e T(e3) =

=

0

T 0

- senθ01 cosθ

E, portanto a matriz associada é A =

-

0

0

cosθ 0 senθ0 1

senθ cosθ.

A figura seguir ilustra a rotação de 90o do vetor (2,3; 3,1; 2,3) em torno do eixo y.

Figura 20. Representa a rotação de um vetor v de R³ em torno do eixo y por um ângulo dado.

Page 78: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

61

O resultado é o vetor T((2,3); (3,1); (2,3)) = ((-1,9), (3,1), (2,3)).

c. Rotação em torno do eixo x

Neste caso a primeira coordenada do vetor (x) permanece inalterada e a

projeção do vetor no plano yz sofre uma rotação de um ângulo θ. Tem-se então a

transformação linear T: R3 → R3 definida por:

T (x, y, z) = (x, y.cosθ - z.senθ, y.senθ+ z.cosθ) ou

=

T

x xy y.cosθ - z.senθz y.senθ + z.cosθ

.

Observemos que:

T(e1) =

=

1

T 0

0

100

, T(e2) =

=

0

T

0 1 cosθ0 senθ

e T(e3) =

=

0

T

00 - senθ1 cosθ

.

E, portanto a matriz associada é A =

-

0

1 0 00 cosθ senθ

senθ cosθ.

A figura seguir ilustra a rotação de 90o do vetor ((4); (1,4); (0)) em torno do eixo x.

Figura 21. Representa a rotação de um vetor de R³ em torno do eixo x por um ângulo dado.

O resultado é o vetor T((4,0); (1,4); (0)) = ((4,0); (0); (1,4)).

Page 79: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

62

4 MÉTODO, SUJEITOS E MATERIAIS

Neste capítulo fez-se uma descrição da metodologia dos instrumentos utilizados

na avaliação e a análise dos resultados obtidos quando de sua aplicação sob o ponto

de vista da teoria dos registros de representação semiótica, dado que a preocupação do

presente estudo envolve explorar a diversidade desses registros ao se estudar

transformações lineares, quer seja no plano, isto é, em R2, quanto no espaço, ou seja,

em R3. A finalidade foi elaborar uma sequência didática para explorar um ambiente de

geometria dinâmica, visando auxiliar o processo de ensino e aprendizagem de

transformações lineares. Desse modo, era esperado que aprendizagem desse tópico da

álgebra linear se desenvolvesse progressivamente entre os vários sistemas de

representação semiótica, conforme propôs DUVAL (2000). Também era esperado que o

entendimento do objeto matemático – “transformações lineares no plano e no espaço”

se dessem entre pelo menos dois registros: um multifuncional e o outro, monofuncional.

Por se tratar de um experimento baseado em representação, alguns aspectos foram

considerados, tais como:

• Em que sistema a representação é produzida;

• Relação entre representação e o objeto representado;

• Análise do objeto sem a representação semiótica;

• Motivo pelo qual a representação é necessária.

Após uma análise prévia das condições experimento, foram elaboradas

atividades que consideravam dois ambientes distintos: um ambiente padrão, em que o

lápis e o papel eram as únicas ferramentas disponíveis, e um ambiente dinâmico, em

que o aplicativo Cabri-Géomètre foi introduzido. As atividades foram aplicadas a um

grupo de estudantes do ensino superior que cursavam bacharelado em matemática em

uma universidade particular da cidade de Santos no estado de São Paulo.

Quanto aos procedimentos, inicialmente, utilizou-se como instrumento, na análise

da primeira fase, a atividade 1 composta de cinco (5) questões referentes à álgebra

Page 80: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

63

linear a fim de verificar o conhecimento dos sujeitos do experimento no conteúdo

transformações lineares através do ambiente usual: lápis&papel. Esse material foi

elaborado de modo a explorar as diferentes representações dos registros tais como a

língua natural, o registro simbólico e o gráfico.

As questões selecionadas foram retiradas dos livros: “Álgebra Linear com

Aplicações” (ANTON&RORRES, 2002), “Álgebra Linear e Aplicações” (LAY, 1999) e

“Álgebra Linear” (STEINBRUCH&WINTERLE, 2000), que compõem a referência

bibliográfica dessa pesquisa.

Logo, o objetivo foi relembrar os conceitos de aplicação, domínio e

contradomínio, apresentar conceitos teóricos da definição de transformação linear e de

suas principais propriedades, calcular a imagem e a matriz associada a uma

transformação linear. Ou seja, verificar se o aluno seria capaz de compreender os

fundamentos que servem de base ao desenvolvimento do conteúdo da disciplina

álgebra linear no tocante às transformações lineares no plano e no espaço. Convém

ressaltar que essa avaliação visou verificar se as questões estão dentro dos padrões de

compreensão ou se há necessidade de reestruturação.

4.1 SUJEITOS

Os sujeitos envolvidos neste experimento foram alunos de ambos os gêneros

regularmente matriculados no 7º semestre do curso superior de graduação Bacharelado

em Matemática do período noturno de uma instituição privada de ensino superior da

cidade de Santos no estado de São Paulo. Foram selecionados levando em conta o fato

de já terem cursado a disciplina de álgebra linear, entretanto, antes da participação da I

Atividade, houve uma familiarização com o software e uma breve introdução ao

conteúdo do tópico transformações lineares no plano, isto é, R2 e no espaço, em R3.

Para análise dos dados foi considerada a fase de aplicação de instrumentos, ou seja, a

coleta dos dados em relação ao desempenho em cada um dos participantes nas

atividades. Eles participaram voluntariamente das atividades em quatro (4) encontros

realizados no laboratório de informática de um colégio particular de ensino médio da

cidade de Santos, gentilmente cedido para esse fim. Ainda, com o propósito de garantir

Page 81: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

64

o anonimato, embora os alunos tenham sido designados por seus nomes nas fichas de

atividade, para efeito de tabulação usou-se a termologia simbólico-numérica, por

exemplo, S1 a Sn. Além disso, também houve uma análise com foco na utilização dos

pressupostos de DUVAL (1993, 1995, 2000, 2003, 2006, 2011).

4.1.1 Material

Os materiais utilizados no ambiente papel&lápis eram de uso instrucional tais

como papel, lápis, régua, borracha. Enquanto, no ambiente computacional, foram

utilizados os softwares Cabri II e 3D.

Em seguida é feita uma descrição do software Cabri-Géomètre, sobre o qual a

presente pesquisa se apoiou.

4.1.2 O software Cabri Géomètre

Realiza-se, agora, uma apresentação sucinta do software Cabri-Géomètre, o qual

serviu de apoio informático para as atividades deste trabalho.

4.1.2.1 Aspectos gerais

A palavra Cabri é a abreviatura de cahier de brouillon interactif, que significa

caderno de rascunho interativo. Cabri-Géomètre II marca registrada de propriedade da

Université Joseph Fourier, é um software didático computacional desenvolvido por

Jean-Marie Laborde e Franck Bellemain no Instituto de Informática e Matemática

Aplicada da Universidade Joseph Fourier de Grenoble (França), em colaboração com o

Centro Nacional de Pesquisas Científicas (CNRS) e a empresa Texas Instruments.

Esse software permite construir e explorar de forma interativa os objetos do

universo da geometria elementar em uma linguagem muito próxima ao do ambiente

“papel & lápis”. As figuras construídas a partir dele podem ser deformadas a partir do

deslocamento de seus elementos básicos, conservando-se as suas propriedades.

Page 82: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

65

4.1.2.2 O software Cabri-Géomètre II

Por meio de menus e botões, as versões do Cabri-Géomètre II e do Cabri-

Géomètre II – Plus apresentam interfaces gráficas amigáveis. Suas principais

características são:

• Construção de pontos, retas, triângulos, polígonos, círculos e cônicas;

• Utilização de coordenadas cartesianas e polares, para atividades em Geometria

Analítica;

• Criação de macros para construções que se repetem com frequência;

• Diferenciação dos objetos criados, através de atributos de cores e estilos de

linha;

• Exploração das transformações de simetria, translação e rotação;

• Ilustração das características dinâmicas das figuras por meio de animações.

Também, permite criar novas ferramentas e adicioná-las na barra de menus, além

de possibilitar que seus arquivos sejam convertidos para a linguagem Java e sejam

compartilhados em rede.

4.1.2.3 O software Cabri 3D

Assim como o anterior é um software dinâmico com base na tecnologia CABRI

lançado em 2004 pela Cabrilog. Suas principais características são:

• Fornecer recursos e elementos para orientar a representação visual;

• Oferecer novos pontos de vista de um objeto;

• Mudar as características das figuras;

• Rever todos os passos da construção do objeto em estudo.

Page 83: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

66

4.2 MÉTODO

4.2.1 A proposta de estudo

A proposta deste estudo foi analisar e discutir a satisfação em relação às

transformações lineares na perspectiva de um ensino e uma aprendizagem com o

auxílio da ferramenta computacional através do software geométrico dinâmico “CABRI”.

E a fim de estudar essa reação de estudantes do curso superior ao conceito de

transformação linear num ambiente dinâmico foi elaborada, aplicada e analisada uma

sequência didática sobre transformações lineares em R2 e em R3.

4.2.2 O problema de pesquisa

No atual estudo, foi considerada a visão de alguns teóricos quanto à influência,

em situação de ensino e aprendizagem, do objeto matemático utilizando a tecnologia

computacional. Para isso, utiliza-se como suporte a teoria de registros de

representações semióticas de DUVAL (1993), adaptada à proposta de pesquisa. Assim,

se apresenta o seguinte problema:

Como alunos do curso superior reagem ao lidar com o conceito de transformação

linear num ambiente de geometria dinâmica?

Com base no problema proposto, a seguir, apresentam-se os objetivos

específicos da atual pesquisa.

4.2.3 Objetivo

Os objetivos são os seguintes:

1. Elaborar uma sequência didática para explorar um ambiente de geometria

dinâmica, visando auxiliar o processo de ensino e aprendizagem de

transformações lineares.

Page 84: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

67

2. Investigar e analisar de maneira exploratória as dificuldades encontradas

pelos estudantes do ensino superior na disciplina Álgebra Linear, em

particular, no tópico “transformações lineares” na primeira fase de aplicação

de instrumentos e o ambiente papel&lápis.

3. Investigar e analisar de maneira exploratória as dificuldades encontradas

pelos estudantes do ensino superior na disciplina Álgebra Linear, em

particular, no tópico “transformações lineares” na segunda fase de aplicação

de instrumentos e o ambiente de geometria dinâmicas através do software

Cabri II e numa terceira etapa, com o Cabri3D.

4.2.4 Interesse do estudo

Verificação das dificuldades em transformações lineares: diz respeito à resolução

de cada um dos sujeitos nas questões que contêm operações com transformações

lineares. A pontuação varia de 0 (zero) para a resposta errada e 1 (um) ponto para a

resposta correta. Essa variável será analisada qualitativa e quantitativamente.

4.2.5 Variáveis de controle do estudo

1. Nível de escolaridade: ser aluno regularmente matriculado no 7° semestre do

xx ano do curso de Bacharelado em Matemática no período noturno e no ano de 2013;

2. Setor de educação: instituição privada de ensino superior;

3. Aprendizagem através de tecnologia computacional usando os softwares

Cabri II e 3D.

4.2.6 Delineamento da pesquisa

Neste estudo não existiu manipulação experimental e nem tratamento

diferenciado para o grupo de sujeitos.

Page 85: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

68

4.2.7 Procedimentos

Para análise dos dados foram considerados sete (7) encontros contendo quatro

atividades de aplicação de instrumentos; dentre essas, três foram através de uma

sequencia didática e a última atividade foi composta de três questionários. Tais

encontros realizaram-se durante os meses de abril e maio de 2013, sendo os dados

coletados com os instrumentos em relação às transformações lineares. Já no primeiro

encontro realizado, houve uma atividade de caráter exploratório em ambiente

lápis&papel, anexo A. Após uma semana, a II Atividade com aplicação do software

Cabri II, anexo B. Na última semana de abril, a III Atividade utilizando o software Cabri

3D, anexo C. Ainda, houve a IV Atividade com 3 questionários, anexo D e dois sobre

aplicação do software Cabri II e 3D, anexos “E” e “F”, respectivamente.

A seguir é apresentada descrição detalhada dos procedimentos adotados

durante a coleta de dados.

4.2.8 A sequência didática

As atividades apresentadas tiveram o aporte teórico das representações de

registros semióticos de DUVAL (1993), que foi utilizado para a concepção e modelagem

da sequencia didática. Os objetivos de cada atividade que compõe a sequência foram

expostos, direcionando o futuro uso do material. Também foi apresentada uma

descrição de cada uma das atividades desenvolvidas nesse experimento. Desse modo,

a sequência didática foi apresentada, destacando sua concepção, os procedimentos

adotados na execução, a descrição das atividades propostas e os objetivos de cada

atividade. Ressalta-se que, neste trabalho, não havia pretensão de determinar a melhor

forma de trabalhar conceitos, propriedades no ensino e aprendizagem de

transformações lineares um dos tópicos que compõe a disciplina Álgebra Linear, mas,

sim, de criar propostas metodológicas alternativas na aquisição de técnicas que

propiciassem a compreensão dos conceitos relacionados a alguns registros de

representações desses objetos matemáticos com os registros figural e cartesiano que

possam ser obtidos por meio do software Cabri-Géomètre.

Page 86: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

69

4.2.8.1 Objetivo da sequência

O objetivo da sequência nas atividades foi elaborar uma sequência didática para

explorar um ambiente de geometria dinâmica, visando auxiliar o processo de ensino e

aprendizagem de transformações lineares a alunos do curso de Bacharelado em

Matemática que cursaram a disciplina de Álgebra Linear. Nessa elaboração foram

considerados os seguintes aspectos:

• Apresentação aos alunos dos diferentes registros de representação e como

mobilizá-los na aquisição de uma situação problema.

• Solicitação de figuras geométricas figurais e cartesianas associadas a definições

e propriedades;

• Compreensão para transitar entre os registros de representações semióticos

utilizados no objeto matemático “transformações lineares”;

• Oferta de subsídios que levem o aluno a verificar a validade de definições, em

pelo menos dois registros de representação: um monofuncional e outro

multifuncional.

4.3 MODELO PROPOSTO

O modelo proposto teve as ideias embasadas na teoria de Registros de

Representação Semiótica e as atividades foram assim adaptadas pelo pesquisador

desse trabalho tendo os livros de álgebra linear dos autores que constam da referência

bibliográfica.

Para a execução, as atividades foram elaboradas em fichas, para cada um dos

sujeitos do experimento. Tais atividades foram propostas nos ambientes papel&lápis e

de geometria dinâmica em Cabri II e Cabri 3D, utilizando-se, como ambiente de

trabalho, um laboratório de informática de um colégio particular de ensino médio da

cidade de Santos, gentilmente disponibilizado, pois, esse local estava equipado com

ambos os softwares.

Page 87: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

70

4.4 ELABORAÇÃO DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Com a finalidade de trabalhar as transformações lineares utilizando a ferramenta

auxiliar de geometria dinâmica Cabri, a sequência didática proposta teve como objetivos

principais:

- Trabalhar, inicialmente, definições e propriedades de transformações lineares

no plano, isto é, em R2.

- Evidenciar o efeito produzido pelas transformações lineares em R2 através de

figura geométrica cartesiana produzida pelo software Cabri II.

- Estabelecer relações entre as representações figurais e matriciais.

Para se alcançar os objetivos, dividimos a sequência em 3 atividades, cada qual

com um objetivo específico.

Portanto, após a elaboração da sequência didática, esta foi aplicada e analisada.

4.5 PROCEDIMENTOS NA PRIMEIRA FASE

4.5.1 Instrumento da primeira fase

No primeiro encontro, realizado no dia 16 do mês de abril do ano de 2013, as

atividades foram aplicadas a um grupo de doze alunos que cursam 7º semestre do 4º

ano de Bacharelado em Matemática de uma universidade privada localizada na cidade

de Santos, São Paulo. Tendo como instrumento a primeira atividade cuja finalidade foi

investigar e analisar de maneira exploratória os conhecimentos fundamentais da

álgebra linear, base ao tópico transformações lineares em um ambiente papel&lápis

(anexo A).

O instrumento da atividade 1 foram questões de tipo aberto que requeriam do

aluno conhecimento de aplicação, definição de transformação linear e de suas

principais propriedades, cálculo de imagem por simples substituição de valores ou por

definição e a identificação da matriz associada a uma transformação linear. Ainda,

esperava-se que o aluno tivesse capacidade de interpretar, descobrir, analisar e avaliar

os enunciados.

Page 88: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

71

4.5.2 Aplicação de instrumentos

4.5.2.1 Atividade 1 - Aplicação do questionário exploratório em ambiente papel&lápis

Objetivos:

1. Verificar se a transformação é ou não linear.

2. Obter a Matriz Canônica.

3. Calcular numericamente a transformação linear.

4. Descrever, usando a linguagem natural, o efeito de multiplicar um vetor por uma

matriz.

5. Determinar a imagem de uma transformação linear.

6. Representar geometricamente a transformação linear em uma representação

cartesiana.

Q1. (Steinbruch & Winterle, 1987, p.157 c.4 ex.06 itens a,b. p.212). A projeção

ortogonal do IR3 sobre o plano xy

T: IR3 ______ IR3

(x, y, z) (x, y, 0)

(a) É linear? Verifique.

(b) Faça sua representação geométrica.

Q2. (Steinbruch & Winterle, 1987, p.212 c.4 ex.03 item d) A transformação do IR2

definida pela seguinte lei

T: IR2 ______ IR2

T(x, y) = (x+ 1, y)

É linear? Verifique.

Q3. Descreva em palavras o efeito geométrico sobre o vetor v = (x,y) ao multiplicá-lo

pela matriz A.

(a) 1 0

A0 1

=

Page 89: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

72

(b) 1 0

A0 0

=

(c) 1 0A

0 1

− = −

(d) 1 0A

0 1

= −

Q4. (Lay, 2007, p.69 c.1 ex.19) Seja T: IR2 __ IR2 uma transformada linear que leva

1u

5

=

em 2

0

e 3

v1

=

em 1

4

. Use o fato de que T é linear para determinar as

imagens por T de 2u, 3v e 2u+3v.

Q5. (Anton & Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.03) Encontre a matriz canônica da

transformação linear T: IR3 ___ IR3 dada por:

w1 = 3x1 + 5x2 – x3

w2 = 4x1 – x2 + x3

w3 = 3x1 + 2x2 – x3

E em seguida calcule T (- 1, 2, 4).

Na segunda etapa, embasado na teoria dos registros de representação

semióticas, procurou-se observar e explorar o desempenho dos sujeitos do experimento

ao fazerem uso da ferramenta de geometria dinâmica Cabri Géomètre II quando das

representações e conversões que envolviam registros gráficos. Dessa forma, foi

possível também verificar como esses estudantes interagiam com o computador para a

aprendizagem do conteúdo, “transformações lineares no plano”, isto é, em R2, além de

verificar o que era necessário a fim de que os mesmos dominassem o sistema do

software utilizado, no nosso caso, o Cabri-Géomètre II, para em seguida estabelecerem

manipulações diretas com o objeto matemático em questão.

Page 90: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

73

Será que a utilização de novos recursos possibilita novas construções,

transformando operações complexas em simples, permitindo aos estudantes evoluir de

acordo com a ampliação de seus conhecimentos?

Será que só a interação com a máquina é suficiente para garantir a

aprendizagem?

O que se esperava dos sujeitos desse experimento era a capacidade de

relacionar alguns registros de representações dos objetos matemáticos “transformações

lineares” com os registros figural e cartesiano, os quais podem ser obtidos por meio do

software Cabri-Géomètre. É evidente que, para o estudo dos conceitos da álgebra

linear, admitiu-se ser conhecido o corpo dos números reais, o qual será denotado por R.

4.5.2.2 Atividade 2 com o aplicativo Cabri II

Objetivo:

1. Esboçar geometricamente os vetores com o ponto inicial na origem.

2. Encontrar a transformação linear especial de um vetor.

3. Encontrar a imagem de uma transformação linear.

5. Ser capaz de, dado uma representação geométrica de uma transformação, encontrar

sua matriz canônica.

6. Determinar a imagem de uma transformação linear.

7. Representar geometricamente a transformação linear em uma representação

cartesiana.

Eis a segunda atividade:

Abra o aplicativo Cabri II Q1. (Anton & Rorres, 2001, p.105 c.3.1 ex.02) Esboce os seguintes vetores com ponto inicial na origem.

a) v1 = (3, 6) b) v2 = (– 4, –3) c) v3 = (5, – 4)

Q2. (Anton & Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.08). Encontre a reflexão de (–1, 2) em torno: (a) do eixo x (b) do eixo y (c) da reta y = x

Page 91: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

74

Q3. (Anton & Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.10). Encontre a projeção ortogonal do vetor v = (2, –5) sobre:

(a) O eixo x (b) O eixo y

Q4. (Anton & Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.12) Encontre a imagem do vetor (3, – 4) quando girado por um ângulo de:

(a) ɵ = 30º (b) ɵ = – 60º (c) ɵ = 45º (d) ɵ = 90º

Q5. (Kolman & Hill, 2006, p.235 c.4 ex.26- adaptação) Seja L uma transformação linear

tal L: IR2→IR2 definida por:

x x yL =

y x+y

Represente-a geometricamente em coordenadas cartesianas, em

seguida, encontre sua matriz canônica e a imagem do vetor (2, 3), mude os valores

desse vetor, o que se observa.

Na terceira etapa, realizada em dois encontros, também embasada na teoria dos

registros de representação semióticas foi possível observar e explorar o desempenho

dos sujeitos do experimento ao fazerem uso da ferramenta de geometria dinâmica Cabri

3D quando das representações e conversões que envolvam registros gráficos. Dessa

forma, foi possível verificar como esses estudantes interagiam com o computador para

a aprendizagem do conteúdo, “transformações lineares no espaço”, isto é, em R3, ao

utilizar o software o Cabri-Géomètre, nesse caso, o “3D”, a fim de pudessem

estabelecerem manipulações diretas com o objeto matemático em questão.

Page 92: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

75

4.5.2.3 Atividade 3 com o aplicativo Cabri 3D

Objetivo:

1. Esboçar geometricamente os vetores com o ponto inicial na origem.

2. Encontrar a transformação linear especial de um vetor.

3. Encontrar a imagem de uma transformação linear.

5. Ser capaz de, dada a representação geométrica de uma transformação encontrar sua

matriz canônica.

6. Determinar a imagem de uma transformação linear.

7. Representar geometricamente a transformação linear em uma representação

cartesiana.

Eis a terceira atividade:

Abra o aplicativo Cabri 3D

Q1. (Anton & Rorres, 2001, p.105 c.3.1 ex.01) Esboce os seguintes vetores com ponto

inicial na origem.

(a) v1 = (3, 4, 5)

(b) v2 = (–3, –4, 5)

(c) v3 = (–3, 0, 0)

(d) v4 = (3, 0, 3)

Q2. (Anton & Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.09) Encontre a reflexão de (2, –5, 3) em

torno:

(a) Do plano xy

(b) Do plano xz

(c) Do plano yz

Q3. Observe a representação da figura em coordenadas cartesianas e preencha a

seguinte tabela referente ao gráfico da Q2:

Page 93: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

76

REPRESENTAÇÕES ITEM

REGISTROS SIMBÓLICOS: ALGÉBRICO MATRICIAL NUMÉRICO LÍNGUA NATURAL

a

b

c

Q4. (Anton & Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.13) Encontre a imagem do vetor (–2, 1, 2)

quando girado de:

(a) 30º em torno do eixo x

(b) 45º em torno do eixo y

(c) 90º em torno do eixo z

Page 94: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

77

5 ANÁLISE EM FUNÇÃO DOS RESULTADOS

Neste capítulo são feitas a análise e a discussão de resultados obtidos pelos

sujeitos do experimento depois das aplicações das atividades sobre transformações

lineares no plano e no espaço, tanto em ambiente “lápis&papel” quanto em ambiente de

geometria dinâmica através do programa Cabri II e Cabri 3D.

Todas as produções feitas com o “Cabri II” e o “Cabri 3D” pelos participantes

deste estudo, após serem salvas em pen drive, tiveram as figuras transferidas para o

papel, com a finalidade de compor os anexos dessa dissertação.

5.1 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DA I ATIVIDADE: APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO

EXPLORATÓRIO EM AMBIENTE PAPEL&LÁPIS

O primeiro encontro de caráter exploratório foi realizado em dezesseis de abril de

dois mil e treze, às 20h30min, com duração de 01h30min, no laboratório de informática

de um colégio particular de ensino médio localizado em Santos. Estavam presentes,

além de doze alunos de ambos os gêneros, sendo seis de cada, regularmente

matriculados no sétimo (7º) semestre do curso de Bacharelado em Matemática de

universidade privada de Santos no Estado de São Paulo, seu professor e dois

colaboradores, professores de escolas estaduais de Santos.

5.1.1 Procedimento

Inicialmente, o pesquisador, após apresentação pessoal, citou qual era razão do

encontro, cuja finalidade era a aplicação de uma sequência didática em ambiente de

geometria dinâmica através dos softwares Cabri II e 3D. Ainda, foram citados mais seis

encontros que deveriam ser realizados, cujos resultados constariam de sua dissertação

de mestrado. Em seguida, em slides, apresentaram-se, aos alunos presentes, os

objetivos da primeira atividade, que é um questionário exploratório contendo cinco

questões em transformações lineares em dimensão 2 e 3. Também, foi realçada a

importância desses alunos como sujeitos da pesquisa.

Page 95: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

78

A fim de preservar o anonimato, eles foram designados, por S1 a S12. Além

disso, foi feita uma pequena recordação sobre tópicos da álgebra linear, tais como:

base, combinação linear e principalmente, o assunto transformação linear - definições e

propriedades. Depois, foram distribuídos os materiais utilizados no ambiente papel &

lápis, tais como, papel, lápis, régua e a folha de papel com a Atividade I. O professor

dos sujeitos nos auxiliou, tanto na apresentação quanto na explicação dos objetivos do

questionário.

Logo depois de explicada a Atividade I, foi realçada aos alunos que estes

deveriam fazer primeiro as questões consideradas fáceis. Entretanto, ao iniciar a

atividade, alguns alunos sentiram um pouco de dificuldade em algumas questões, talvez

devido à ansiedade ou ao estigma que palavra “avaliação” carrega. Salvo a questão 5,

cujo enunciado foi alterado por sugestão do professor dos sujeitos, com a inserção na

definição de T:R3 → R3 da seguinte afirmação: T(x1, y1, z1) = (w1, w2, w3), o grupo de

sujeitos compreendeu bem as questões e o que se estava sendo solicitado. A finalidade

era verificar como os alunos se colocariam diante de situações, tais como a da

verificação da linearidade ou não, da obtenção da matriz canônica, do cálculo numérico

da transformação linear, da descrição usando a linguagem natural o efeito de multiplicar

um vetor por uma matriz, da imagem de uma transformação linear e da representação

geometricamente a transformação linear em uma representação cartesiana, usando os

instrumentos instrucionais do ambiente lápis & papel, foram permitidas algumas

intervenções tanto do professor pesquisador quanto do professor dos sujeitos, além da

permissão de troca de ideias entre os sujeitos. Portanto, essas ações permitiram criar

interações entre eles. Após, vinte e cinco minutos, as atividades foram recolhidas.

Segue um exemplo de resolução esperada à Atividade I.

Q1. (Steinbruch & Winterle, 1987, p.157 c.4 ex.06) A projeção ortogonal do IR3 sobre o plano xy,

T: IR3 ______ IR3

(x, y, z) → (x, y, 0)

(a) A projeção ortogonal é linear? Verifique.

R.: Sim.

Seja u= (x1, y1, z1) e v= (x2, y2, z2), dois vetores quaisquer, tais que por definição:

T(u) = (x1, y1, 0) e T(v)=( x2, y2, 0), então, T(u) + T(v)=( x1, y1, 0) +( x2, y2, 0),

Page 96: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

79

Logo, T(u) + T(v) = (x1+x2, y1+y2, 0), como T(u+v)=T(( x1, y1, z1) +(x2, y2, z2)),

Então, T((x1+x2, y1+y2, z1+z2)) = (x1+x2, y1+y2, 0), logo, T(u+v) = T(u) + T(v).

(b) Faça sua representação geométrica.

Q2. (Steinbruch & Winterle, 1987, p.212 c.4 ex.03 item d) A transformação do IR2 definida pela seguinte lei:

T: IR2 ______ IR2

T(x, y) = (x+ 1, y)

É linear? Verifique.

Não. Porque T(u+v)≠ T(u) + T(v).

Por definição: T(u) =T(x, y) = (x+ 1, y).

Seja u= (x1, y1) e v= (x2, y2,), dois vetores quaisquer, tais que por definição:

T(u) =T(x1, y1)= (x1+1, y1) e T(v) =T(x2, y2) = (x2+1, y2),

então, T(u) + T(v) = (x1+1, y1) + (x2+1, y2),

Logo, T(u) + T(v) = (x1+x2+2, y1 +y2).

Agora, como T(u+v) =T((x1, y1) + (x2, y2)) =T((x1+ x2, y1+ y2)), por definição, obtém-se:

T(u+v) = (x1+ x2+1, y1+ y2), portanto, (x1+ x2+1, y1+ y2)≠ (x1+x2+2, y1 +y2), desse modo, T(u+v)≠ T(u) + T(v).

Conclui-se que a transformação não é linear. Ela é uma translação.

Ou:

T(0,0) = (0+1, 0), ou seja, T(0,0) = (1,0), logo, T(0,0) ≠ (0,0).

Ou: T(x, y) = (x, y) + (1,0), i.e, T(u) =v + w

Portanto, T(u) é uma translação. E a transformação translação não é linear.

Q3. Descreva em palavras o efeito geométrico sobre o vetor v = (x, y) ao multiplicá-lo pela matriz A.

(a) 1 0

A0 1

=

R.: Redução à identidade.

(b) 1 0

A0 0

=

R. Projeção ortogonal ao eixo Ox.

(c) 1 0A

0 1

− = −

R.: Reflexão em relação à origem xOy.

(d) 1 0A

0 1

= −

R.: Reflexão em torno do eixo O x.

Page 97: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

80

3 5 1

A 4 1 1

3 2 1

−= −

1

2

4

3 5 1 3

Av 4 1 1 2

3 2 1 3

−= − = −

− −

A fim de efetuarem as respostas em linguagem natural, os alunos deveriam relembrar o efeito produzido pela

multiplicação matriz da transformação dada por um vetor genérico. Desse modo, bastariam:

a) 1 0

Av0 1

x x

y y

= =

; b) 1 0

Av0 0 0

x x

y

= =

; c) 1 0

Av0 1

x x

y y

− − = = − −

e

d) 1 0

Av0 1

x x

y y

= = − −

.

Q4. (Lay, 2007, p.69 c.1 ex.19) Seja T: IR2 __ IR2 uma transformada linear que leva:

1 2 3 1u em e v em

5 0 1 4

= = −

Use o fato de que T é linear para determinar as imagens por T de 2u, 3v e 2u+3v.

R.: Como T é linear, logo, T(2u) =2T(u), i.e., T (21

5

)=2(2

0

), assim, tem-se: T (2 1

5

)=4

0

.

Analogamente, para, T(3v)=3T(v), i.e., T (33

1

)=3(1

4

), assim, tem-se: T (33

1

)= 3

12

.

Portanto, achar T(2u + 3v) = 2T(u) + 3T(v), basta somar :T(2u + 3v)= 4

0

+ 3

12

=7

12

.

Q5. (Anton & Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.03) Encontre a matriz canônica da transformação linear: T: IR3 ___ IR3 dada por: T(x1, x2, x3)= (w1, w2, w3). w1 = 3x1 + 5x2 – x3 w2 = 4x1 – x2 + x3

w3 = 3x1 +2x2 – x3 E em seguida calcule T (- 1, 2, 4).

R.: A matriz é:

Cálculo de T(x1, x2, x3)= (w1, w2, w3) por substituição direta nas equações:

1 1 2 31 1 1

2 2 1 2 3 2 2

3 3 33 1 2 3

w = 3x + 5x x x w 3( )+ 5( ) ( ) w 3

T ( 1, 2, 4): x e w = 4x x + x w 4( ) ( ) + ( ) w 2 T ( 1, 2, 4) (

x w 3( )+ 2( ) ( ) w 3w = 3x

1 1 2 4

2 1 2 4

4 1 2+ 2 x 4x

− −−= = − = − = − ⇒ = − ⇒ = − ∴ − = = = − = −−

−−

3, 2 3, )− −

multiplicação matricial. Ou por:

Quadro 5. Exemplo de resolução da I Atividade – Questionário Exploratório.

Page 98: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

81

5.1.2 Análise e discussão dos resultados

Para efeito de tabulação usaram-se as seguintes legendas como codificação das

respostas dadas pelos sujeitos do experimento: B = em branco; NS = não sei = B; C =

resposta certa; E = resposta errada; LNC = linguagem natural correta; LNI = linguagem

natural incorreta; SLN= sem linguagem natural; VC= verificação certa; Vi = verificação

incompleta; RGC=representação geométrica correta; RGI=representação geométrica

incorreta. Respeitando as respostas dadas na folha da Atividade 1, o Quadro 6 mostra

os resultados obtidos.

TABULAÇÃO DAS RESOLUÇÕES DADAS PELOS SUJEITOS

Q

SUJEITOS S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 S8 S9 S10 S11 S12

1a1 B C C NS=B C B B B C E B B

1a2 B B Vi NS=B VC B B B B B B B

1.b B RGI RGI NS=B B B B B RGC RGI B B

2a1 C E C NS=B B B B B E C B B

2a2 B B VC NS=B Vi B B B B B B B

3.a SLN LNC SLN LNC SLN SLN LNC LNC SLN LNI SLN LNC

3.b SLN LNI SLN LNC SLN SLN LNC LNC SLN LNI SLN LNC

3.c SLN LNI SLN LNC SLN SLN B B SLN LNI SLN LNC

3.d SLN LNI SLN LNC SLN SLN B B SLN LNI SLN LNI

4a1 C C C C C B C E C C C C

4a2 B C C C C B C B C C C C

4a3 B C C C C E C B B B C C

5a1 C C C E C E C C E C B C

5a2 C C C E C E C C B B E C

Quadro 6. Tabulação das resoluções dadas pelos sujeitos.

A seguir, será apresentado um quadro contendo as quantidades de respostas

certas, erradas e em branco.

Page 99: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

82

R Questões

1 2 3 4 5

1a1 1a2 1.b 2a1 2a2 3.a 3.b 3.c 3.d 4a1 4a2 4a3 5a1 5a2

C 4 1 1 3 1 5 4 2 1 10 9 7 8 7

E 1 1 3 2 1 1 2 2 3 1 0 1 1 2

B 7 10 8 7 10 6 6 8 8 1 3 4 3 3

Quadro 7. Tabela com as respostas dadas pelos alunos.

Observa-se que na questão 1, na primeira parte do item “a” houve maioria de

respostas em branco, ou seja, sete (7). Entretanto, quatro (4) sujeitos foram capazes de

responder corretamente quanto à linearidade, mas não quanto à verificação. Embora, o

sujeito S3 tenha lembrado parte da definição de linearidade, não “a” foi capaz de

concluir. Apenas o sujeito S5 foi capaz de usar a definição para verificar a veracidade

da resposta. Já no item “b” da mesma questão, quatro sujeitos fizeram a representação

geométrica da situação, porém, somente o sujeito designado por S9 fez de forma

correta. O contraexemplo de linearidade é apresentado na questão 2. Três sujeitos

acertaram a primeira parte do item “a”, mas apenas um, o sujeito S3 foi capaz de

verificar. Já os sujeitos S2 e S9 que haviam acertado sobre a linearidade da questão 1,

erraram ao afirmar que a translação do objeto de estudo da questão 2 era linear. As

figuras abaixo ilustram as produções realizadas pelos sujeitos:

Figura 22. Produção do sujeito S1 nas questões 1 e 2.

Page 100: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

83

Figura 23. Produção do sujeito S2 nas questões 1 e 2.

Quanto à questão 3, que versa sobre o uso da linguagem natural para descrever

o efeito geométrico sobre o vetor genérico v produzido pela matriz dada, somente o

sujeito S4 respondeu corretamente todos os itens, enquanto os sujeitos S2, S4, S7, S8

e S12 responderam alguns itens corretamente e outros incorretamente ou deixaram

sem respostas. Ainda existiram seis (6) sujeitos que não utilizaram a linguagem natural

em suas respostas. A seguir a figura da resposta produzida por S4

Figura 24. Produção do sujeito S4 na questão 3.

Page 101: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

84

A questão 4, sobre o uso da transformação linear para determinar o produto de

um número real pelos vetores e em seguida a adição dos mesmos foi a que apresentou

melhor resultado, pois, sete (7) sujeitos, S2, S3, S4, S5, S7, S11 e S12 acertaram os 3

itens dessa questão. Porém, ainda houve dois itens com respostas erradas. Também, a

questão 5, que pedia a matriz canônica da transformação linear de um sistema de

equações e o cálculo numérico dessa transformação, teve um grande número de

acertos. Segue um exemplo de produção incompleta realizada por S10 como ilustração

através da figura abaixo:

Figura 25. Produção do sujeito S4 nas questões 1, 2 e 3 na I Atividade: Questionário Exploratório.

Portanto, analisada essa primeira atividade, pode-se observar que tanto a

condição de linearidade e não linearidade, quanto à representação geométrica mais a

linguagem natural para expressar o efeito geométrico não são dominadas pelos

estudantes desse experimento. Já a representação algébrica e matricial para o cálculo

das transformações não apresentaram dificuldades. Para isso, basta verificar as

Page 102: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

85

questões 4 e 5. Talvez isso se deva ao fato de serem essas representações

extremamente exploradas pelos livros didáticos adotados como referência bibliográfica

nas instituições de ensino superior em curso de ciências exatas. Desse modo,

procurou-se, dentro do possível, cumprir um dos objetivos da pesquisa que era

investigar e analisar de maneira exploratória as dificuldades encontradas pelos

estudantes do ensino superior na disciplina Álgebra Linear, em particular, no tópico

“transformações lineares” em ambiente de papel&lápis.

5.1.2.1 Resultados dos sujeitos na I Atividade

Outro objetivo proposto no presente estudo previa verificar se existe relação

entre as dificuldades em transformações lineares, na primeira fase de aplicação de

instrumentos e o ambiente papel&lápis. A comparação foi feita entre a variável de

interesse do estudo desempenho com todos os alunos (N=12), formando apenas uma

amostra.

Na Tabela 1 é feita a apresentação de resultados da distribuição seguindo

parâmetros qualitativos dos catorze itens que compõem as cinco questões para

avaliação. Embora não se esteja interessado em dados estatístico, essa tabela serviu

de base, como indicador qualitativo do desempenho obtido pelos sujeitos da amostra,

do seguinte modo: péssimo (de nenhum acerto a 2 acertos), ruim (de 3 a 5 acertos),

regular (de 6 a 8 acertos), bom (de 9 a 11 acertos) e ótimo (de 12 a 14 acertos).

TABELA EXPLORATÓRIO EM AMBIENTE PAPEL&LÁPIS Resultados Nº de Sujeitos

ótimo 0 bom 0

regular 7 ruim 4

péssimo 1 TOTAL 12

Tabela 1. Distribuição dos resultados dos sujeitos na I Atividade.

Page 103: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

86

5.2 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DA II ATIVIDADE DE FAMILIARIZAÇÃO COM O

APLICATIVO CABRI II

Após uma semana, no dia vinte e três de abril de dois mil e treze, às 20h30min,

com duração de 01h45min, no laboratório de informática do colégio particular de ensino

médio, localizado no bairro Ponta da Praia, na cidade de Santos; foi realizada a

segunda atividade. Essa contava com cinco questões, tendo como ferramenta auxiliar,

o programa de geometria dinâmica “Cabri-Géomètre II”. Das cinco questões, apenas

duas, contendo seis itens, foram resolvidas nessa data. Suas resoluções foram salvas

individualmente em pen drive para, posteriormente, servirem de dados à análise da

aplicação daquela atividade. Estavam presentes, desta vez, nove alunos, sujeitos do

experimento, sendo quatro do sexo masculino, cinco do feminino, e seu professor de

graduação.

O professor-pesquisador distribuiu a folha contendo o instrumento, II Atividade,

cujo conteúdo de álgebra linear no tópico transformação linear deveria ser resolvido

através de ferramenta auxiliar: o software dinâmico Cabri II. Também se comentou que

essa segunda atividade foi construída de modo a explorar as relações entre os diversos

registros associados ao registro gráfico cartesiano. Em seguida, foi aberto o slide da

aula que trazia A II ATIVIDADE COM O APLICATIVO CABRI II. Os objetivos dessa

atividade eram: esboçar geometricamente os vetores com o ponto inicial na origem;

encontrar a transformação linear especial de um vetor; encontrar a imagem de uma

transformação linear; encontrar a matriz canônica a partir de uma representação

geométrica de uma transformação; determinar a imagem de uma transformação linear e

representar geometricamente a transformação linear em uma representação cartesiana.

A seguir, apresenta-se uma descrição detalhada dos procedimentos adotados.

5.2.1 Descrição da estrutura de conteúdo do instrumento II Atividade com o aplicativo

Cabri II

O instrumento II Atividade foi composto por cinco questões, num total de 13 itens,

retiradas dos livros que constam nas referências bibliográficas desse trabalho. Essas

Page 104: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

87

questões requeriam do estudante as construções através do software Cabri II, cujos

objetivos são:

1. Esboçar geometricamente os vetores com o ponto inicial na origem.

Q1. (Anton & Rorres, 2001, p.105 c.3.1 ex.02) Esboce os seguintes vetores com ponto inicial na origem.

a) v1 = (3, 6) b) v2 = (– 4, –3) c) v3 = (5, – 4).

2. Encontrar a transformação linear especial de um vetor.

Q2. (Anton & Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.08) Encontre a reflexão do vetor (–1, 2) em torno:

a) Do eixo x b) Do eixo y c) Da reta y = x.

3. Encontrar a imagem de uma transformação linear.

Q3. (Anton & Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.10) Encontre a projeção ortogonal do vetor (2, –5) sobre:

(a) O eixo x (b) O eixo y.

4. Encontrar sua matriz canônica a partir de uma representação geométrica de uma

transformação.

Q5. (Kolman & Hill, 2006, p.235 c.4 ex.26- adaptação) Seja L uma transformação linear

tal L:IR2→IR2 definida por : x x yL =

y x+y

Represente-a geometricamente em

coordenadas cartesianas, em seguida, encontre sua matriz canônica e a imagem do

vetor (2, 3), mude os valores desse vetor, o que se observa.

5. Determinar a imagem de uma transformação linear.

Q4. (Anton & Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.12) Encontre a imagem do vetor (3, – 4) quando girado por um ângulo de:

(a) ɵ = 30º (b) ɵ = – 60º (c) ɵ = 45º (d) ɵ = 90º

Page 105: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

88

6. Representar geometricamente a transformação linear em uma representação

cartesiana.

Q5. (Kolman & Hill, 2006, p.235 c.4 ex.26- adaptação)

O professor-pesquisador distribuiu a folha contendo a II Atividade cujo conteúdo

de álgebra linear no tópico transformação linear deveria ser resolvido através de

ferramenta auxiliar, o software dinâmico Cabri II. Também, o professor-pesquisador

comentou que essa segunda atividade foi construída de modo a explorar as relações

entre os diversos registros associados ao registro gráfico cartesiano.

Ao iniciar o experimento, cada um dos sujeitos teve, individualmente

disponibilizado, um computador com o programa “Cabri II” e um pen drive, para sua

produção que seria posteriormente analisada pelo pesquisador. Após abertura do

aplicativo, o professor-pesquisador leu a primeira questão, cujo objetivo era esboçar

vetores no sistema coordenado cartesiano no plano, ou seja, na dimensão 2,

representado por S= (0, ,i jr r

), tal que o ponto inicial coincidisse com a origem. Em

seguida, detalharam-se quais ferramentas deveriam ser utilizadas, mostrando como

acioná-las. Também foi alertado que existem diferentes modos de se fazer a mesma

construção. A maioria optou por construir as coordenadas do ponto, utilizando o terceiro

comando, do décimo ícone da barra de ferramentas, denominado: “Edição Numérica” e,

em seguida, usar o oitavo comando do quinto ícone: “Transferência de Medidas”. Ainda,

do mesmo ícone, utilizou-se o primeiro comando, “Reta Perpendicular”, para construir

duas retas perpendiculares respectivamente, uma ao eixo dos x e outra ao eixo dos y.

Depois, determinou-se o ponto de intersecção entres essas retas, através do terceiro

comando do segundo ícone: “Pontos de Intersecção”. Finalmente, utilizou-se o quarto

comando do terceiro ícone da barra de ferramentas, “Vetor” para construí-lo. O motivo

dessa construção é que essa permite determinar os outros vetores apenas

movimentando a barra de rolagem do comando utilizado. Assim, é possível observar

não somente os vetores pedidos na questão, mas uma infinidade de vetores.

Dentre os sujeitos presentes ao experimento, apenas o S11 não conseguiu fazer

e, mesmo com ajuda, encontrou enorme dificuldade. Além dele, o S1, embora tenha

Page 106: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

89

encontrado dificuldade, após a ajuda do professor-pesquisador conseguiu realizar a

tarefa solicitada.

Cabe ressaltar alguns comentários feitos pelos sujeitos na folha de atividade.

Segundo o relato do sujeito S1: “só faltou acompanhar melhor”. O S2 escreveu: “não

achou difícil, porém preciso praticar”. O S3 afirmou que “a questão pareceu um pouco

difícil, porém com as explicações, foram facilitadas com o uso do Cabri”. Além desses, o

S5 citou: “a dificuldade na questão foi falta de afinidade com o Cabri” e o S7 afirmou

que “a maior dificuldade minha é não ter muita prática no PC”. Entretanto, S9 afirma:

“Senti facilidade, pois o Cabri II é comunicativo até mesmo para leigos. Assim aprendi

mostrar eixos, comentários, equações e coordenadas, simetria axial, ponto, ponteiro,

cor, espessura, vetor... são tópicos familiares após a aula”. O S10 achou “fácil de

exercitar, mas a explicação foi muito rápida”. O indivíduo S11 nada relatou. Por último,

o S12 afirmou que “o Cabri Géomètre se apresenta de maneira clara e objetiva,

facilitando as construções dos vetores no exercício 1”.

A resolução da questão 2, cujo objetivo era encontrar a reflexão de um vetor

dado em torno dos eixos coordenados e da reta y=x, revelou uma melhora na

construção por partes dos sujeitos participantes do experimento. Apenas S1 e S11, não

conseguiram fazer.

Page 107: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

90

Para o sujeito S3: “o exercício no papel parece complicado, mas depois do uso

do Cabri, o exercício pareceu bem mais fácil, pois tem a possibilidade de mudança de

cores da linha, fazendo um melhor entendimento e facilitando a resolução do exercício

proposto”. Eis a figura de sua produção:

Figura 26. Produção do sujeito S2 na questão 2 da II Atividade com o uso do aplicativo.

Também com mesma ideia de S3, o sujeito S4 afirma que “(2) Muito interessante

e gostoso de fazer”. De acordo com S5, embora houvesse “falta de afinidade com o

Cabri 2, no entanto, o uso do Cabri 2 permitiu visualizar melhor as transformações e

como elas ocorrem”. O S9, diz: “(2) Agora, nesta questão, já senti bastante dificuldade...

seria capaz de fazer a questão 1 sozinha, porém a questão 2, já não”. Também, S10

cita: “(2) simples de realizar a atividade, mas encontrei dificuldade em acompanhar a

explicação do professor”, entretanto sua construção foi significativa. Ei-la na figura

abaixo:

Page 108: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

91

Figura 27. Produção do sujeito S10 na questão 2 da II Atividade com o uso do aplicativo.

O sujeito S11 que afirma: “achei difícil de acompanhar com a informática”,

entretanto, para S12: “o Cabri se apresenta de maneira clara e objetiva, facilitando as

construções e representado as simetrias do exercício2” (sic).

Dado que o objetivo fora explorar o conceito da transformação linear “Reflexão”

ou “Simetria” partindo do enfoque gráfico e estabelecendo relações com os registros

simbólicos, tais como: os numéricos e algébricos, e coordenados, as conversões

requeridas na atividade; as resoluções e respostas parecem mostrar que os

participantes tiveram uma reação favorável ao lidar com o conceito de transformação

linear num ambiente de geometria dinâmica.

Mais dois encontros foram realizados nos dias 14 e 21 de maio de 2013, na sala

de aula da universidade onde os sujeitos cursam a graduação em Bacharelado em

Matemática, com o uso de notebook do professor-pesquisador. Participaram os sujeitos

S1, S2, S3, S4, S5, S7, S10 e S11. As resoluções das questões de número 3 e 4 não

apresentaram nenhuma dificuldade, talvez porque já eram conhecimentos adquiridos na

construção da terceira atividade feita com o Cabri 3D. Embora a construção da questão

Page 109: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

92

5 fosse realizada corretamente, os alunos sentiram dificuldade em enxergar o que

acontecia ao mudar os valores do vetor.

5.3 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DA III ATIVIDADE DE FAMILIARIZAÇÃO COM O

APLICATIVO CABRI 3D

No dia 30 da última semana de abril de 2013, estavam presentes nesse

encontro, além de nove alunos, sujeitos do experimento, o seu professor de graduação.

Houve a terceira atividade contendo quatro questões de transformações lineares em

dimensão três (3) que teve como aporte auxiliar a aplicação, o software Cabri 3D. Tal

como a II Atividade, a III Atividade pedia a resolução de duas questões, com um total de

sete itens, com a utilização do aplicativo Cabri 3D. A questão 3, continuação da 2,

agora em ambiente tradicional, com uso do instrumento “papel&lápis”. O restante dessa

atividade foi finalizado em 07 de maio, no quarto encontro, ambos realizados no colégio

particular de ensino médio.

O professor-pesquisador distribuiu a folha contendo a III Atividade cujo conteúdo

de álgebra linear no tópico transformação linear deveria ser resolvido através de

ferramenta auxiliar: o software dinâmico Cabri 3D. Também comentou que essa terceira

atividade foi construída de modo a explorar as relações entre os diversos registros

associados ao registro gráfico cartesiano. Ele abriu o slide da aula que trazia a III

ATIVIDADE COM O APLICATIVO CABRI 3D cujos objetivos eram: esboçar

geometricamente os vetores com o ponto inicial na origem, encontrar a transformação

linear especial de um vetor, encontrar a imagem de uma transformação linear, encontrar

a matriz canônica a partir de uma representação geométrica de uma transformação,

determinar a imagem de uma transformação linear e representar geometricamente a

transformação linear em uma representação cartesiana.

Page 110: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

93

5.3.1 Descrição da estrutura de conteúdo do instrumento III Atividade com o aplicativo

Cabri 3D

O instrumento III Atividade era composto de quatro questões, num total de 13

itens, retirados dos livros que constam das referências bibliográficas desse trabalho.

Essas questões requeriam do estudante as construções através do software Cabri 3D,

cujos objetivos são:

1. Esboçar geometricamente os vetores com o ponto inicial na origem.

Q1. (Anton & Rorres, 2001, p.105 c.3.1 ex.01) Esboce os seguintes vetores com ponto

inicial na origem.

(a) v1 = (3, 4, 5)

(b) v2 = (–3, –4, 5)

(c) v3 = (–3, 0, 0)

(d) v4 = (3, 0, 3)

2. Encontrar a transformação linear especial de um vetor.

Q2. (Anton & Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.09) Encontre a reflexão do vetor (2, –5, 3) em

torno:

(a) Do plano xy

(b) Do plano xz

(c) Do plano yz

3. Encontrar a imagem de uma transformação linear.

Q4. (Anton & Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.13) Encontre a imagem do vetor (–2, 1, 2)

quando girado de:

(a) 30º em torno do eixo x

(b) 45º em torno do eixo y

(c) 90º em torno do eixo z

4. Encontrar a matriz canônica a partir de uma representação geométrica de uma

transformação encontrar sua matriz canônica.

Page 111: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

94

5. Determinar a imagem de uma transformação linear.

6. Representar geometricamente a transformação linear em uma representação

cartesiana.

Q3. Observe a representação da figura em coordenadas cartesianas e preencha a

seguinte tabela referente ao gráfico da Q2:

REPRESENTAÇÕES ITEM

REGISTROS SIMBÓLICOS: ALGÉBRICO

MATRICIAL NUMÉRICO LÍNGUA NATURAL

a

b

c

Esperava-se que os sujeitos deste experimento fossem capazes de relacionar

alguns registros de representações dos objetos matemáticos “transformações lineares”

em dimensão (3) três, isto é, no espaço, com os registros figural e cartesiano que

podiam ser obtidos por meio do software Cabri-Géomètre 3D. Também, houve uma

breve explanação do professor-pesquisador, sobre o software e sobre o conteúdo das

questões.

Ao iniciar o experimento, realizaram-se os mesmos procedimentos do encontro

anterior, cada um dos sujeitos teve individualmente disponibilizado, um computador

Page 112: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

95

como o programa “Cabri 3D” e um pen drive, para salvar a sua produção para posterior

análise do pesquisador.

Após, a abertura do aplicativo, o professor-pesquisador leu a primeira questão,

cujo objetivo era esboçar vetores no sistema cartesiano espacial tridimensional, isto é,

em R3, representado por S= (0, , ,i j kr r r

), tal que o ponto inicial coincidisse com a origem.

Um dos participantes questionou sobre a semelhança da questão nº 1 da

atividade anterior realizada com Cabri II e a de nº 1 dessa terceira atividade realizada

com o Cabri 3D. Então, o professor-pesquisador explicou-lhe que as questões

apresentadas nessa atividade em sequência, semelhantes as da segunda atividade,

foram construídas propositalmente dessa forma, a fim de que eles, sujeitos, de posse

de conhecimentos anteriores, tivessem facilidade em mobilizá-los ao efetuar as

questões. Assim, talvez as ferramentas utilizadas nas construções através do Cabri 3D

seriam facilitadas, pois estabeleceriam relações entre as construções feitas em Cabri II.

Fato salientado pelo sujeito S10 ao responder questão 1 do questionário sobre a

III Atividade – familiarização com o aplicativo Cabri 3D, cuja pergunta estava

relacionada à dificuldade na resolução daquela atividade. Ela foi enfática ao dizer: “não,

relembrando com o R2 ficou mais fácil o R3”. Figura abaixo ilustrando a citação:

Figura 28. Resposta do S10 ao questionário sobre III Atividade.

Em seguida, detalharam-se quais ferramentas deveria ser utilizadas, mostrando

como acioná-las. Também foi alertado aos sujeitos que existem diferentes modos de se

fazer a mesma construção.

Page 113: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

96

De maneira geral, os participantes presentes ao experimento fizeram a

construção correta da questão1; apenas o sujeito S2, que embora tenha apresentado

ao professor, as soluções corretas na tela do Cabri, o mesmo não aconteceu no pen

drive, onde, os vetores representados são outros, que não os solicitados.

Quanto à questão 2, que se referia à reflexão do vetor nos planos xy, xz e yz,

embora o S1 a tenha feito, usou outro vetor que não o da questão. Já o S2 tal qual S1,

também usou outros vetores. O S9 e o S11 fizeram corretamente a reflexão do vetor

dado ao plano xy, porém as outras reflexões não aparecem. Os demais sujeitos: S3,

S4, S5 e S7, fizeram corretamente o que foi solicitado. Vale ressaltar as construções

feitas por S3, tanto na Q1 quanto na Q2, cujas figuras ilustrativas das produções são

mostradas a seguir:

Figura 29. Produção do sujeito S3 nas questões 1 e 2 da III Atividade com o uso do aplicativo.

Dado que ao responder a questão Q3 do questionário final aos participantes das

atividades do curso sobre experiência anterior com o software Cabri, ele optou por

afirmar: “Não”. A figura abaixo ilustra sua afirmação:

Page 114: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

97

Figura 30. Resposta do S3 ao questionário final.

Prosseguindo, a questão 3, cujo objetivo era observar a representação da figura

gráfica da questão 2 em coordenadas cartesianas, isto é, registro gráfico e figural para

em seguida preencher a tabela referente a essa construção utilizando os registros de

representação semiótica, apresentou os seguintes resultados: o sujeito S7 deixou-a em

branco, tendo apenas iniciado o algébrico escrito T: R3 →R3: T(x, y, z) = ?. Todavia, na

questão 2 utilizou corretamente a representação, como mostra a figura abaixo:

Figura 31. Produção do sujeito S7 nas questões 2 e 3 da III Atividade com o uso do aplicativo.

Page 115: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

98

O sujeito S1 foi capaz de utilizar dois registros: os simbólicos, destes apenas o

algébrico, porém corretamente, e os registros de língua natural, já o S3 utilizou

corretamente os registros simbólicos, algébrico e o matricial e confundiu o numérico,

talvez por não relembrar como se efetua o produto de matrizes, também foi capaz de

usar os registros de língua natural, vide figura ilustrativa abaixo:

Figura 32. Produção do sujeito S3 na questão 3 da III Atividade com o uso do aplicativo.

Prosseguindo, o sujeito S10 utilizou corretamente os registros simbólicos:

algébrico, matricial e numérico, porém não utilizou os de língua natural. Os demais

sujeitos, S2, S4, S5, S9 e S11 utilizaram corretamente os registros simbólicos e os de

língua natural. Dada à importância da utilização da Teoria dos Registros de

Representações Semióticas, introduzida por Raymond Duval, faz-se necessário

Page 116: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

99

exemplificar a utilização dos tipos de registros: simbólicos e de língua natural,

evidenciadas nas produções efetuadas pelos sujeitos, S4 e S5, ilustradas nas figuras a

seguir:

Figura 33. Produção do sujeito S4 na questão 3 da III Atividade com o uso do aplicativo.

Figura 34. Produção do sujeito S5 na questão 3 da III Atividade com o uso do aplicativo.

Page 117: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

100

Portanto, de modo geral, os conceitos de registros de representações semióticas

através do “ver geométrico” envolvido na obtenção das respostas do objeto matemático

de transformação linear “reflexão do vetor em torno dos planos” foram compreendidos e

mais de um registro foi corretamente utilizado corroborando com as ideias de Duval

(1995). De tal modo, nessa atividade a representação figural geométrica cartesiana

serviu de apoio na obtenção do preenchimento requerido pela tabela.

Após 1h45min, ainda com uma questão, a de número quatro a ser resolvida, deu-

se por encerrado o terceiro encontro, ficando essa questão para o próximo. Como de

costume, o professor-pesquisador recolheu os materiais: folhas da atividade e pen

drive.

No dia 07 de maio de 2013, foi feito o último encontro no Laboratório de

Informática do colégio particular de ensino médio, usado para dar continuidade à

terceira atividade, porque nesse local estava disponibilizado o aplicativo Cabri 3D, e a

partir dos procedimentos usais, deu-se inicio ao experimento com a resolução da

questão 4. Todos os participantes do quarto encontro resolveram facilmente as

construções.

Embora, fossem capazes de “ver geometricamente” que as transformações

lineares obtidas pela “rotação” do vetor dado em relação aos eixos tridimensionais

levavam a obtenção das imagens dessas aplicações, foram incapazes de obter a

representação em registro simbólico do tipo matricial, isto é, a matriz canônica da

rotação.

Então, o professor-pesquisador mostrou como se obtém a matriz canônica de

rotações em R2 e em R3, além de lembrar aos participantes que lhes havia

disponibilizado uma apostila, por ele elaborada e intitulada “Cabri Géomètre II” e “Cabri

3D” módulo II. Essa construção e os questionamentos sobre a mesma foram até o final

da aula.

Desse modo, cabe aqui relembrá-las:

Rotação em torno do eixo z tem-se então a transformação linear T: R3→ R3

definida por:

Page 118: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

101

T(x, y, z) ( , , ) ou

− = − =

T

x x.cosθ  y.senθx.cosθ  y.senθ x.senθ + y.cosθ z y x.senθ + y.cosθ

z z

Observando-se que:

1 2 3

z

a matriz a

T(e ) ,T(e ) e T(e )

A .

− = = = = = =

− ∴ =

cosθ  senθ 00 senθ 1 cosθ 0 00 0 0 1 1

cosθ senθsenθ cosθ

1 0 0

T T T

0

0

0

0 0 1ssociada

Analogamente, tem-se Rotação em torno do eixo y e em torno de x,

respectivamente as matrizes associadas:

y xA e A .

= = − −

cosθ 0 senθ 1 0 00 1 0 cosθ senθ

senθ cosθ senθ cosθ0

0 0

Page 119: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

102

Como ilustração da produção dos alunos à questão 4, usar-se-á a do S2 , cujas figuras

a seguir são:

Figura 35. Produção do sujeito S2 na questão 4 da III Atividade com o uso do aplicativo.

Figura 36. Produção do sujeito S4 na questão 3 da III Atividade com o uso do aplicativo.

Page 120: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

103

Portanto, a maior dificuldade centra-se não nos elementos que estão explícitos

na construção figural cartesiana (imagens, ângulos), mas nos elementos implícitos (as

matrizes canônicas que produzem as imagens), fato evidenciado quando da passagem

da imagem obtida pela rotação do vetor dado em relação aos eixos segundo um ângulo.

Nenhum dos alunos foi capaz de lembrar-se da matriz canônica associada à rotação.

Essa conversão não foi realizada, talvez porque envolvesse elementos trigonométricos.

Sendo assim, no momento de questionamento, foi oportuno ao professor-

pesquisador falar sobre a importância de recordar que o ângulo entre a projeção

ortogonal do vetor dado e a projeção ortogonal do vetor obtido pela rotação é que

determina o ângulo usado para rotacionar em R3 e como esse ângulo varia entre 0° e

180°, basta relacionar as funções trigonométricas (seno, cosseno) com os ângulos dos

arcos e os seus valores numéricos. Desse modo, o professor falou da importância de

começar sempre por algo conhecido, por exemplo, ɵ=45°, pois sen (45°) = cos (45°)

cujo valor é 2

2.

A questão Q4, item “b” é um bom exemplo para explorar a rotação,

principalmente porque y=0. Logo, basta verificar a operação entre as coordenada (x, z)

e multiplicar pelo valor numérico das funções trigonométricas referentes ao ângulo ɵ

=45°.

Portanto, tem-se que T(−2, 1, 2) = (2

2(−2+2), 1,

2

2 (2+2)) = (0,1, 2 2 ).

Logo, ilustrou-se a situação através da produção do exemplo feita com o

software Cabri, na figura a seguir:

Page 121: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

104

Figura 37. Produção como exemplo da questão4 da III Atividade com o uso do aplicativo.

5.4 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIOS RELACIONADOS COM AS

ATIVIDADES DE FAMILIARIZAÇÃO COM O APLICATIVO CABRI II E CABRI 3D

A IV Atividade foi constituída de três questionários anexos, um final e outros dois,

relacionados às Atividades II e III. Todos com o objetivo de fornecer subsídios ao

questionamento da pesquisa:

Como alunos do curso superior reagem ao lidar com o conceito de transformação

linear num ambiente de geometria dinâmica?

Dado que o investigador não deve influenciar sobre a questão “Como”, isto é,

sobre o enfoque “a reação dos participantes”, esses questionários foram entregues no

penúltimo encontro, ao final da aula, a fim de que os participantes do experimento

respondessem individualmente e entregassem no último encontro, realizado em 24 de

maio de 2013. Essa quarta atividade teve como meta analisar se nos dados obtidos

pelas respostas aos questionários trazia evidências que explicavam o uso da

ferramenta auxiliar, neste caso os aplicativos Cabri II e 3D, como instrumentos propícios

Page 122: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

105

ao ensino e aprendizagem das transformações lineares em R2 e em R3, além da reação

que esses mesmos instrumentos trariam aos participantes desta pesquisa.

Foram considerados somente os questionários dos sujeitos 1, 2, 3, 4, 5, 7, 9,10 e

11, pelo motivo de terem participado de todas as atividades do experimento. Dentre

eles, a maioria cursou tanto o ensino fundamental como o médio em escola pública.

O instrumento Questionário final era composto de seis questões apresentadas a

seguir com seus objetivos e com as respostas dadas pelos sujeitos.

A questão 1 visava verificar se havia entre os participantes, alguém que tivesse

exercendo a profissão de professor, pois todos têm Licenciatura em Matemática. Eis a

questão: “Q1. Você leciona? Em que nível?”. Dentre esses nove sujeitos, apenas dois

lecionam S4 e S9, ambos tiveram a mesma resposta.

Figura 38. Resposta do sujeito S4 na questão 1 do questionário final.

A questão 2 visava saber o que motivou a participação no experimento: “Q2. O

que lhe motivou fazer o curso (isto é, participar do experimento)?”. Para o S3 foi “ter um

leque maior para ensinar os alunos”; enquanto, para S4, “o professor e a vontade de

conhecer coisas novas”. Já para o sujeito S7 “foi o interesse de aprender mais...”, ainda

S9 diz: “busca da tecnologia para colocar em prática em sala de aula”, ideia que vai ao

encontro do sujeito S5, cuja resposta à questão está apresentada a seguir:

Page 123: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

106

Figura 39. Resposta do sujeito S5 na questão 2 do questionário final.

A questão 3: “Q3. Você já possuía experiência anterior com o software Cabri?”,

procurou saber dos alunos se houvera contacto anterior com esse aplicativo. Somente

um já a tivera, o sujeito S11. Eis a resposta ao questionamento dada pelo S11:

Figura 40. Resposta do sujeito S11 na questão 3 do questionário final.

Page 124: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

107

Sobre a questão quatro: “Q4. Quando você estudou álgebra linear teve

dificuldade em transformações lineares (TL)?”. De maneira geral, a reposta foi sim;

entretanto, S1 disse “mais ou menos”; já S3 e S7 disseram que “Não”. Nessa questão

convém salientar a resposta dada por S5:

Figura 41. Resposta do sujeito S5 na questão 4 do questionário final.

É evidente que tal dificuldade está centrada, de modo geral, na falta dos

estudantes estabelecerem conversões partindo do registro gráfico, o que foi

evidenciado pela pesquisadora KARRER (2006). Talvez, tal dificuldade seja devida a

não distinção de um objeto de sua representação, fato usado por DUVAL (2009).

Já a questão 5: “Q5. Você acha que o software Cabri-Géomètre pode auxiliar na

aprendizagem em “Transformações Lineares”? Por quê?”, visava verificar a opinião dos

sujeitos sobre a aprendizagem do tópico transformação linear com o auxilio do

aplicativo. Houve unanimidade na resposta “Sim”, cujo “por que” está centrado na

visualização das transformações lineares. Dentre as resposta, uma foi escolhida para

ilustrar a opinião dada pelos participantes, ei-la:

Page 125: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

108

Figura 42. Resposta do sujeito S9 na questão 5 do questionário final.

As respostas dadas a essa questão vêm ao encontro das ideias de BORBA e

PENTEADO (2010). De acordo esses autores, uma nova mídia como a informática abre

possibilidades de mudança dentro do próprio conhecimento. Logo, é possível haver

uma ressonância entre uma dada pedagogia, uma mídia e uma visão do conhecimento.

Por último, a questão 6: “Q6. Dê avaliação pessoal sobre o curso (o experimento)

que você acabou de participar?”. De modo geral, os alunos que participaram dos

questionários apresentaram respostas que convergiram à aceitação da utilização do

software Cabri como um instrumento auxiliar ao ensino e aprendizagem das

transformações lineares. Como ilustração, realçou-se a resposta dada por S5:

Page 126: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

109

Figura 43. Resposta do sujeito S5 na questão 6 do questionário final.

A resposta à questão 6 vem corroborar a ideia de GIRALDO e CARVALHO

(2004) que ressaltam a importância de planejar o ensino de forma a explorar a

tecnologia de forma positiva, além de explorarem-se aspectos dos conceitos antes

pouco explorados.

Os questionários sobre a II Atividade, familiarização com o aplicativo Cabri II cujo

tópico explorado foi: transformações lineares no R2 e a III Atividade, familiarização com

o aplicativo Cabri 3D, cujo tópico explorado foi: transformações lineares no R3, ambos

construídos de forma a apresentar oito questões semelhantes, dado que tanto em R2

Page 127: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

110

quanto em R3, os objetivos eram verificar as dificuldades na resolução dessas

atividades, as dúvidas no conteúdo das Transformações lineares, os conceitos

conhecidos, aprendizagem de algum conceito novo, dificuldade em manusear os

softwares Cabri II e 3D, consulta a algum participante, professor ou professor-

pesquisador e sugestões que poderiam facilitar a aprendizagem, além da reação que os

participantes teriam ao fazer suas produções utilizando tais ferramentas.

O questionário sobre a II Atividade, (familiarização com o aplicativo CABRI II,

cujo tópico explorado foi: “transformações lineares no R2”), apresentou as seguintes

respostas:

Para a questão 1: “Q1. Você teve alguma dificuldade na resolução da atividade?

Justifique.” Apenas o sujeito S4 não teve dificuldade na resolução da atividade.

Enquanto para o S2 “somente houve pouca dificuldade por ser a primeira vez que

estava mexendo com o Cabri...”. Assim, também S5 afirma “sim, em escrever as

transformações na língua natural”. Já para os demais, sim; e, a fim de demonstrar como

foi o comportamento, essa pesquisa apresenta a resposta de S10 a seguir, como

ilustração:

Figura 44. Resposta do sujeito S5 na questão 1 do questionário sobre II Atividade.

A análise das respostas oferecidas pelos sujeitos desse experimento possibilita

que as dificuldades estejam no papel de situações de surpresa e incerteza no

desenvolvimento do raciocínio dedutivo de estudantes ao buscar pela representação

gráfica do conteúdo transformações linear através do instrumento de geometria

dinâmica, fato este que foi discutido por HADAS et AL (2000).

Page 128: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

111

Para questão 2: “Q2. Qual conteúdo da Álgebra Linear no tópico Transformações

Lineares em R2 lhe causou dúvidas? Justifique.” De acordo com o S2 foi à projeção

ortogonal, enquanto para S4 e S5, as reflexões. Entretanto, para S9, o que lhe casou

dúvidas foi “na parte de vetores”, por conseguinte vale a pena apresentar a resposta de

S10:

Figura 45. Resposta do sujeito S10 na questão 2 do questionário sobre II Atividade.

Com relação às respostas dos sujeitos a questão 2, apresentou-se dificuldade na

conversão do algébrico para o gráfico, pois essa atividade foi realizada em ambiente de

geometria dinâmica.

Para questão 3: “Q3. Dos conceitos envolvidos na II Atividade: a) Qual você já

conhecia? b) Durante essa atividade, você aprendeu algum conceito?”. Todos, de certa

forma, já conheciam e para ilustrar essa questão é interessante apresentar a resposta

dada por S2. Ei-la:

Figura 46. Resposta do sujeito S2 na questão 3 do questionário sobre II Atividade.

Page 129: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

112

Embora, os resultados de suas produções indicassem dificuldades entre o objeto

estudado e sua representação, tal como enfatiza DUVAL (1993).

Para questão 4: “Q4. Quanto à atividade proposta, os exercícios estavam claros

e objetivos? Justifique.”. A maioria, sim. Porém, de acordo com S10:

Figura 47. Resposta do sujeito S10 na questão 4 do questionário sobre II Atividade.

Diante das respostas, é evidente que ao recorrer a alguém para sanar suas

dúvidas, os participantes do experimento estavam com dificuldade em relacionar o tipo

de conversão envolvido. De acordo com DUVAL (2000), a conversão não é algo que o

estudante desenvolve naturalmente.

Para questão 5: “Q5. Você sentiu dificuldade em manusear o software Cabri-

Géomètre II?”. Cinco dos participantes, entre eles S1, S3, S4, S10 e S11 não

apresentaram nenhuma dificuldade, já S7 diz ter “mais ou menos...”, para S9, houve

“muitas”, também para S2, houve dificuldade “sim por ser a primeira vez...”, assim como

para S5, que apenas respondeu “Sim” sem justificar.

Este desconforto ocorre devido às potencialidades técnicas de recursos

tecnológicos usados não se convertem, por si só, fatos evidenciados nos experimentos

descritos por HUNTER et AL (1993) e por MONAGHAN et AL (1994).

Para as questões 6 e 7, “Q6: Durante essa atividade, você consultou algum

colega, seu professor ou o professor-pesquisador para tirar dúvidas? Qual?” e “Q7: No

caso de dúvidas, estas foram esclarecidas?”. As respostas “sim” foram unânimes.

Analisando as respostas para questões 6 e 7, é possível identificar que tal fato

relacionado à consulta ocorre porque os sujeitos dessa pesquisa apresentam

Page 130: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

113

deficiência no domínio dos registros das representações semióticas solicitada nas

questões.

Finalmente a questão 8: “Q8. Apresente sugestões que poderiam facilitar sua

aprendizagem durante as aulas de álgebra linear supondo que você fosse o professor

dessa disciplina.” Apresentaram-se as seguintes colocações: o sujeito S1 menciona o

uso do “próprio software”, também o S2 cita que “todo esse processo do Cabri seria

importante em aula em tempo real o que o texto queria mostrar...” reforçado por S3

quando afirma que “... usando o software para facilitar e melhorar o que estou

mostrando”. Já S10 diz que “acho que o uso do software é um bom auxilio”. Além de S4

e S9 que compartilham do mesmo pensamento ao dizerem de modo semelhante “antes

de mostrar a teoria, mostraria a prática, utilizando o Cabri, facilita o entendimento”.

Ainda, o sujeito S11 enfatiza que “em um contexto complexo, com aplicação prática”.

Todavia, sujeito S5 foi enfático ao afirmar que:

Figura 48. Resposta do sujeito S8 na questão 8 do questionário sobre II Atividade.

Diante de tudo que até aqui foi exposto é possível conceber que os tópicos

explorados nas questões existente na II Atividade com a ferramenta auxiliar Cabri

propiciaram aos sujeitos dessa pesquisa a compreensão dos conceitos relacionados a

alguns registros de representações do objeto matemático transformações lineares em

R2 tais como os registros figural e cartesiano que podem ser obtidos por meio do

aplicativo Cabri II.

O questionário sobre a III Atividade, familiarização com o aplicativo CABRI 3D,

cujo tópico explorado foi: transformações lineares no R3, apresentaram as seguintes

respostas:

Page 131: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

114

Para questão 1: “Q1. Você teve alguma dificuldade na resolução da atividade?

Justifique.”. Os sujeitos S2, S3, S9 e S10, responderam “Não”, talvez devido à

semelhança entre as questões de transformações lineares em R2 e em R3. Isso lhes

proporcionou melhor familiaridade com o Cabri 3D. Basta verificar a resposta de S4 a

seguir:

Figura 49. Resposta do sujeito S4 na questão 1 do questionário sobre III Atividade.

Enquanto para S3, S7 e S11, a respostas foram “Sim”, tendo como justificativa a

não familiaridade com o computador ou com o aplicativo. Já para S1 “apenas quanto ao

melhor conhecimento das ferramentas dos ícones”. Também para S5, cuja resposta é

usada como ilustração à primeira questão:

Figura 50. Resposta do sujeito S5 na questão 1 do questionário sobre III Atividade.

A resposta à questão 1 realça que após o primeiro contato com o software Cabri

II quando da I Atividade, a III Atividade, agora, com a utilização do Cabri 3D veio facilitar

de modo razoável, aos participantes desta pesquisa, a compreensão para transitar

entre os registros de representações semióticos utilizados no objeto matemático

“transformações lineares”.

Page 132: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

115

Para a questão 2: “Q2. Qual conteúdo da Álgebra linear no tópico

Transformações Lineares em R3 lhe causou dúvidas? Justifique.”. O sujeito S1 disse

que “as que eu tive foram sanadas”. Porém, os sujeitos S7 e S11 preferiram não

responder, já para S9 foi “a parte de vetores”. Segundo os sujeitos S5 e S2, foi

“escrever as transformações na forma matricial”. Também o sujeito S3 teve dúvidas,

convém observar sua colocação abaixo:

Figura 51. Resposta do sujeito S3 na questão 2 do questionário sobre III Atividade.

Todavia, os sujeitos S4 e S10 responderam “nenhum”, sendo que a resposta de

S10 traz como realce o “ver” através do aplicativo. Eis sua resposta:

Figura 52. Resposta do sujeito S10 na questão 2 do questionário sobre III Atividade.

Cabe ressaltar que o aspecto dinâmico do Cabri, permitiu aos sujeitos desse

experimento compreender as transformações lineares, assim como lhes proporcionou

explorar as representações algébrica, gráfica e tabular. Daí, a resposta realce o “ver”

através do aplicativo. Embora, haja dificuldades em escrever as transformações

Page 133: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

116

lineares na forma matricial causadas pela não distinção entre matriz da transformação

linear em relação à base canônica e àquela formada pelos vetores na base canônica.

Para questão 3: “Q3. Dos conceitos envolvidos na III Atividade: a) Qual você já

conhecia? b) Durante essa atividade, você aprendeu algum conceito?” Houve

unanimidade tanto ao item “a” tendo por resposta “Todos”, quanto no item “b”, cuja

resposta foi “Sim”. Também a questão 4: “Q4.Quanto à atividade proposta, os

exercícios estavam claros e objetivos? Justifique.”, todos responderam “Sim”.

Ao analisar as respostas dessa questão 3 deste grupo de estudantes que

compuseram a III Atividade, é possível evidenciar, através de suas produções, que os

conceitos presentes nas questões vêm ressaltar o aspecto dinâmico do Cabri,

permitindo-lhes compreender as transformações lineares, assim como lhes

proporcionou explorar as representações algébrica, gráfica e tabular.

Para a questão 5: “Q5. Você sentiu dificuldade em manusear o software Cabri

3D?”. Os sujeitos S3, S4, S5 e S10 disseram “Não”, enquanto S9 afirmou “Muitas”; e

S11, apenas, disse “Sim”. Para S1, “Somente a primeira vez”, e também para S1, cuja

resposta abaixo serve de ilustração:

Figura 53. Resposta do sujeito S1 na questão 5 do questionário sobre III Atividade.

Page 134: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

117

Diante das respostas à questão 5, é possível que o aspecto de abordagem

instrumental baseado na relação bilateral entre o usuário, isto é, os sujeitos do

experimento, e a ferramenta (software Cabri) influenciaram de maneira positiva na

produção de suas atividades.

Para a questão 6: “Q6. Durante essa atividade, você consultou algum colega, seu

professor ou o professor-pesquisador para tirar dúvidas? Qual?”. Somente S10

respondeu “Não”, os demais sujeitos do experimento, responderam “Sim”.

Já para a questão 7: “Q7. No caso de dúvidas, estas foram esclarecidas?”.

Apenas S9, não respondeu “Sim”, mas sim “Médio”.

Finalmente para a questão 8: “Q8. Apresente sugestões que poderiam facilitar

sua aprendizagem durante as aulas de álgebra linear supondo que você fosse o

professor dessa disciplina.”. O sujeito S9 diz que “antes de mostrar a parte teórica,

mostraria na prática para melhor entendimento”, enquanto S1, S3 e S11 usariam “a

informática para mostrar ao aluno”. Também comunga da mesma ideia S10, pois ela

cita que “a utilização do software desde a apresentação dos conceitos iniciais”.

Já S5 cita que “trabalhar mais com as transformações na forma geométrica, pois

permite visualizar melhor as transformações lineares”. Com ideias convergentes, os

sujeitos S2 e S4 utilizariam o Cabri. Apresenta-se como ilustração de tal fato, a resposta

de S4:

Page 135: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

118

Figura 54. Resposta do sujeito S4 na questão 8 do questionário sobre III Atividade.

Essas respostas vêm ao encontro das ideais de GIRALDO e CARVALHO

(2008) ao citarem HOYLES & NOSS (2003). Segundo esses, em ambientes interativos

de aprendizagem, linguagens de programação e fermentas de programas se

transformam de maneira que um adquira características do outro, o que abre novas

perspectivas para a aprendizagem.

Partindo da descrição das respostas dos sujeitos dessa pesquisa aos três

questionários aplicados como instrumentos, pode-se concluir que, apesar do impacto do

primeiro contato, a reação dos sujeitos à utilização do software como instrumento

auxiliar ao ensino e aprendizagem das transformações lineares em R2 e em R3, foi uma

reação positiva. A experiência possibilitou contato com esse conteúdo de maneira

diferenciada, tal como “ver”, ou seja, visualizar os registros de representações

semióticas contidos na questão de maneira agradável. É evidente que as dificuldades

de manuseio presentes no início, quando da aplicação do Cabri II, desapareceram ao

se usar o Cabri 3D, dado a familiaridade do conhecimento adquirido anteriormente. A

Page 136: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

119

maioria dos sujeitos associou os problemas que encontraram como obstáculos na

construção pela falta de habilidade no manuseio do software. O argumento sobre a

praticidade do uso do aplicativo parece ser convincente à reação favorável. A resposta

à pergunta “Como” é um evento comportamental, portanto os dados coletados nos

questionários foram relevantes para mostrar a motivação que cada um dos participantes

dessa pesquisa experimentou durante as aplicações das atividades.

Page 137: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

120

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa foi desenvolvida baseada na Teoria dos Registros de

Representações Semióticas de Duval com a intenção de contribuir na investigação das

dificuldades encontradas pelos estudantes do ensino superior no tópico transformações

lineares, o qual é abordado na disciplina Álgebra Linear nos cursos de graduação de

ciências exatas.

Procurou-se responder à seguinte questão de pesquisa: “Como alunos do curso

superior reagem ao lidar com o conceito de transformação linear num ambiente de

geometria dinâmica”.

Os sujeitos envolvidos no experimento foram doze alunos de ambos os gêneros,

regularmente matriculados no 7° semestre de um curso superior de graduação em

Bacharelado em Matemática do período noturno de uma instituição privada de ensino

superior da cidade de Santos, no Estado de São Paulo. Para efeito da análise dos

resultados foram considerados apenas os nove sujeitos que participaram de todos os

encontros.

Os dados para análise foram coletados por meio de três atividades sobre

transformações lineares: uma de caráter exploratório no ambiente papel&lápis e duas

outras, em ambientes de geometria dinâmica utilizando como ferramentas auxiliares, os

aplicativos, Cabri II para o plano e Cabri 3D para o espaço.

A fim de verificar a influência de tais aplicativos, foi elaborada, aplicada e

analisada uma sequência didática sobre transformações lineares em R2 e em R3. Além

disso, foram aplicados mais três questionários que visaram verificar a questão desse

trabalho: ”Como alunos do curso superior reagem ao lidar com o conceito de

transformação linear num ambiente de geometria dinâmica”.

Esse estudo pretendeu:

1. Elaborar uma sequência didática para explorar um ambiente de geometria

dinâmica, visando auxiliar o processo de ensino e aprendizagem de

transformações lineares.

2. Investigar e analisar de maneira exploratória as dificuldades encontradas

pelos estudantes do ensino superior na disciplina Álgebra Linear, em

Page 138: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

121

particular, no tópico “transformações lineares”, na primeira fase de aplicação

de instrumentos e o ambiente papel&lápis.

3. Investigar e analisar de maneira exploratória as dificuldades encontradas

pelos estudantes do ensino superior na disciplina Álgebra Linear, em

particular, no tópico “transformações lineares”, na segunda fase de aplicação

de instrumentos e o ambiente de geometria dinâmicas através do software

Cabri II e numa terceira etapa, com o Cabri3D.

As produções executadas pelos sujeitos participantes do experimento mostraram

que houve um ganho na aprendizagem do objeto matemático “transformações lineares

em R2 e R3” num ambiente de geometria dinâmica em relação à aprendizagem em um

ambiente de papel&lápis.

Cabe ressaltar que o aspecto dinâmico do Cabri, permitiu aos sujeitos desse

experimento compreender as transformações lineares, assim como lhes proporcionou

explorar as representações algébrica, gráfica e tabular.

O presente estudo considerou a importância da teoria dos registros de

representação semiótica quanto ao uso no contexto de explorar as transformações no

plano, isto é, em R2 auxiliado pelo aplicativo Cabri II e no espaço, isto é, em R3

auxiliado pelo aplicativo Cabri 3D. As dificuldades encontradas pelos sujeitos em

relação ao tratamento e às conversões de representações semióticas vêm corroborar

os resultados da pesquisa efetuada por KARRER (2006).

Essas dificuldades surgiram principalmente da falta de conhecimento do

software. Ao adquirir a habilidade de manuseá-lo, tudo se tornou mais fácil. Basta

verificar quando da aplicação da III Atividade. Diante disso, duas interrogações

desencadearam-se: Qual será o desempenho dos alunos do curso superior no

conteúdo de transformações lineares quando avaliados somente em ambientes da

geometria dinâmica? Será que aprendizagem só da forma expositiva tradicional

influencia negativamente na aprendizagem desse conteúdo?

Os três questionários aplicados ao final vieram reforçar a ideia de que a reação

dos participantes foi predominantemente favorável à aprendizagem num ambiente

dinâmico, embora tenha havido impacto ao primeiro contato. Dessa forma, a resposta à

Page 139: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

122

questão de pesquisa pode ser enunciada, com base nos dados analisados: a reação

dos estudantes ao lidar com o tópico transformações lineares num ambiente de

geometria dinâmica foi altamente positiva, seja do aspecto de motivação do software

como do conteúdo abordado.

Diante dos resultados obtidos nas produções das atividades com o aplicativo

Cabri, é possível entender algumas respostas favoráveis dos questionários, pois o

ambiente clássico instrucional não permitia aos sujeitos participantes deste experimento

o “ver” dinâmico, dado que ele é estático.

O software adotado possibilitou contato com o conteúdo “transformação linear” de

modo diferenciado; o que se pôde observar quando os sujeitos dessa pesquisa têm

interesse em aprender de maneira nova, através da tecnologia. Todavia é sabido que

há limitações no uso de quaisquer que sejam os aplicativos utilizados no ensino e

aprendizagem de um conteúdo matemático, também se sabe da importância de

planejar o ensino de forma a explorar a tecnologia de forma positiva, como ressaltam

GIRALDO e CARVALHO (2004). Daí a opção, nesta pesquisa, pelo uso de um

ambiente dinâmico através de um software que nos proporcionasse questionar os

caminhos até então usados no ensino de transformações lineares em um curso de

ensino superior.

Portanto, o argumento sobre a praticidade do uso do software parece ser

convincente. Isso sugere que a utilização de um software dinâmico como ferramenta

auxiliar, quando no ensino e aprendizagem desse tópico da disciplina Álgebra Linear,

favorece os sujeitos na tarefa de explicar, verificar, esclarecer e validar a existência de

um objeto matemático.

Assim, espera-se que os resultados encontrados e apresentados nesse trabalho,

embora considerando o alcance e limitações de uma pesquisa circunscrita a uma

determinada amostra, possam contribuir a outros projetos de pesquisa que venham a

surgir.

Page 140: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

123

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABRAHÃO, A. O comportamento de professores frente a alguns gráficos de funções f: R → R obtidos com novas tecnologias. Master’s thesis, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, 1998.

ALVES DIAS, M. Problèmes d'articulation entre points de vue “cartésien” et “paramétrique” dans l’enseignement de l'algèbre linéaire, Tese de doutorado, Université Denis Diderot . Paris, 1998.

ANTON, H.; RORRES, C. Álgebra Linear com Aplicações 8ª. ed. Porto Alegre: Bookman, 2002.

ARCAVI, A. Computer mediated learning: an example of an approach. International Journal of Computers for Mathematical Learning, 5:23–45, 2000.

ARCAVI, A. & HADAS, N. Computer mediated learning: an example of an approach. International Journal of Computers for Mathematical Learning, 5:25–45, 2000.

BALACHEFF, N. Treatment of refutations: Aspects of the complexity of a constructivist approach to mathematics learning. In E. von Glasersfeld, editor, Radical constructivism in mathematics education, page 89–110. Dordrecht: Kluwer Academic Publishers, 1991.

BALDIN, Y. Y. & VILLAGRA, A. L. Atividades com Cabri-Géometrè II. São Carlos: EDUFSCAR, 2002.

BARROS, L.G.X. Uma Introdução Ingênua à Teoria dos Registros de Representações Semióticas. Revista Ceciliana, Ano 22, nº 32, p.33–41. Santos, 2011.

BARROS, L. G. X. ; KARRER, M. Inovações no Processo de Ensino-Aprendizagem de Geometria Analítica e Álgebra Linear. Sinergia (CEFETSP). Vol. 12 p. 259-266, 2011. ISSN: 1677-499X.

BARROS, L. G. X. ; KARRER, M. A Integração de Ambientes Computacionais com os Registros de Representações Semióticas nos Processos de Ensino e Aprendizagem de Matemática. Revista Seleção Documental. Nº 23, 2011. ISSN: 1809-0648.

BARROS, L. G. X.; JESUS, M. A. S.; PEQUENO, V. A. A utilização de software educacional em sala de aula e a mudança de atitudes dos alunos em relação à Matemática. Sinergia (CEFETSP), v. 11, p. 168-175, 2010.

Page 141: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

124

BELFORT, E.; GIRALDO, V. e CARVALHO L. M. P. Descrições e conflitos: um estudo de caso em geometria dinâmica. In Anais do VIII Encontro Nacional de Educação Matemática, páginas 1–12. Sociedade Brasileira de Educação Matemática, 2004.

BORBA, M.C. & PENTEADO, M.G. Informática e Educação Matemática. 4ª. Ed. Coleção Tendências em Educação Matemática. Belo Horizonte: Autêntica, 2010.

BORWEIN, J. The experimental mathematician: The pleasure of discovery and the role of proof. International Journal of Computers for Mathematical Learning, 10:75–108, 2005.

BRUCKHEIMER, M. & ARCAVI, A. A herrick among mathematicians or dynamic geometry as an aid to proof. International Journal of Computers for Mathematical Learning, 6:113–126, 2001.

BRUNER, J. S. The culture of education. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1996.

CANDIDO, A. S. O ensino e aprendizagem do produto de vetores na perspectiva dos registros de representação semiótica com o auxílio do software Cabri 3D. Dissertação de Mestrado em Educação Matemática, PUC-SP, 2001. Disponível: www.uniban.br/pos/educamat/pdfs/teses/anteriores/alexsandro.pdf. Acesso em: 05. mar.2011

CARVALHO, L.M. et Al., História e Tecnologia no Ensino da Matemática, vol.2, pp. 153 – 188 c.9. Rio de Janeiro: Moderna, 2008.

CARVALHO, J. P. Introdução à Álgebra Linear. Série do IMPA - Instituto de Matemática Pura e Aplicada. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1974.

CELESTINO, M. R. Ensino-aprendizagem da Álgebra linear: as pesquisas brasileiras na década de 90, São Paulo, 2000. Dissertação (Mestrado em Educação Matemática) – Programa de Estudos de Pós-Graduados em Educação Matemática, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

DAMM, R.F. Registros de representação. In: MACHADO, S.D.A. (org.) Educação Matemática: uma (nova) introdução. 3ª ed. São Paulo: Educ. 2008.

DOERR, H. & ZANGOR, R. Creating meaning for and with the graphing calculators. Educational Studies in Mathematics, 41(2):143–163, 2000.

DORIER, J.L. The Teaching of Linear Algebra in Question, Dordrecht: Kluwer Academic Publishers, tradução aumentada para o inglês do original francês: DORIER,J.L. (ed.)

Page 142: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

125

(1997). L’enseignement de l’álgèbre linéaire en question, Grenoble: La Pensée Sauvage Éditions. ed. 2000.

DRIJVERS, P. Creating meaning for and with the graphing calculators. International Journal of Computers for Mathematical Learning, 5:189–209, 2000.

DUVAL, R. Registre de représentation sémiotique et fonctionnement cognitif de la pensée, Annales de Didactiques et de Sciences Cognitives 5, Strasbourg: Ed. 2000.

DUVAL, R. Semiosis et pensée humaine. Registres sémiotiques et apprentissages intellectuels , Bern: Peter Lang, 1995

DUVAL, R. Registros de representações semióticas e funcionamento cognitivo da compreensão em Matemática. In: MACHADO, S.D.A. Aprendizagem em Matemática: Registros de representação semiótica. Campinas: Papirus. p. 11-33, 2003.

DUVAL, R. Ver e Ensinar a Matemática de outra forma – Entrar no modo matemático de pensar: os registros de representações semióticas. São Paulo: Proem Editora, 2011.

GIRALDO, V. & CARVALHO, L.M. Breve bibliografia comentada sobre o uso de tecnologias computacionais no ensino de matemática avançada. In: Anais do VII Encontro Nacional de Educação Matemática, pp. 1 – 17. Sociedade Brasileira de Educação Matemática, 2004.

GIRALDO, V. Descrições e Conflitos Computacionais: o Caso da Derivada. PhD thesis, Programa de Engenharia de Sistemas e Computação, Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2004.

GIRALDO, V. & CARVALHO, L.M. Breve bibliografia comentada sobre o uso de tecnologias computacionais no ensino de matemática avançada. In: CARVALHO, L.M. et al. História e Tecnologia no Ensino da Matemática, vol.2, pp. 153 – 188 c.9. Rio de Janeiro: Moderna, 2008.

GOLDENBERG, P. Believing is seeing: How preconceptions influence the perception of graphs. In Proceedings of the 11 Annual Conference of the International Group for the Psychology of Mathematics Education, volume 1, pages 197–204, 1987.

GUIN, D.; RUTHVEN, K. & TROUCHE, L. The Didactical Challenge of Symbolic Calculators: Turning a Computational Device into a Mathematical Instrument. Dordrecht: Kluwer Academic Publishers, 2004.

Page 143: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

126

GUIN, D. and TROUCHE, L. The complex process of converting tools into mathematical instruments: the case of calculators. International Journal of Computers for Mathematical Learning, 3:195–227, 1999.

HAZZAN, O. & GOLDENBERG, E. Students’ understanding of the notion of function in dynamic geometry environments. International Journal of Computers for Mathematical Learning, 1:263-291, 1997.

HOYLES, C. & NOSS, R. What can digital technologies take from and bring to research in mathematics education? In A. Bishop, M. Clements, C. Keitel, J. Kilpatrick, and F. Leung, editors, Second International Handbook of Mathematics Education, pages 323–349. Dordrecht: Kluwer Academic Publishers, 2003.

HUNTER, M.; MONAGHAN, J. & ROPER, T. The effect of computer algebra use on students’ algebraic thinking. In R. Sutherland, editor, Working Papers for ESCR Algebra Seminar. London University, Institute of Education, 1993.

JESUS. M.A.S. As atitudes e o desempenho em operações aritméticas do ponto de vista da aprendizagem significativa. Tese de doutorado. UNICAMP, Campinas, 2005.

KARRER, M. Articulação entre Álgebra Linear e Geometria: Um estudo sobre as transformações lineares na perspectiva dos registros de representação semiótica. Tese de doutorado. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2006.

KOLMAN, B. & HILL, D.R. Introdução à Álgebra Linear: com aplicações, 8ª Ed. Rio de Janeiro. Editora LTC. 2006.

LABORDE, C. The computer as part of the learning environment: The case of geometry. In C. Keitel and K. Ruthven, editors, Learning from Computers: Mathematics Education and Technology, page 48–67. Springer-Verlag, Berlin, Heidelberg, 1993.

LAUDARES, J. & LACHINI, J. O uso do computador no ensino de matemática na graduação. In 23a Reunião Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação, volume eletrônico, 2000.

LAY, D. C. Álgebra Linear e Aplicações, 2ª. ed. São Paulo. Editora LTC. 1999.

LIMA, E.L. Álgebra Linear. Rio de Janeiro: IMPA, 1995.

MACHADO, S. D. A. (Org.). Aprendizagem em Matemática: Registros de representação semiótica. 7ª. Ed. Campinas, São Paulo: Papirus, 2010.

Page 144: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

127

MANUAL DO CABRI-GÉOMÈTRE II. Texas Instruments, 1998.

MILLS, J.; TALL, D. & WARDLE, M. A quartic with a thousand roots. Mathematical Gazette, 74:339–346, 1990.

MONAGHAN, J.; SUN, S. & TALL, D. Construction of the limit concept with a computer algebra system. In Proceedings of the 18th Annual Conference of the International Group for the Psychology of Mathematics Education, volume 3, pages 279–286, 1994.

NÓBRIGA, J. C. Aprendendo Matemática com o Cabri-Géomètre II e II-plus. Brasília: Editora do Autor, 2007.

NOSS, R. & HOYLES, C. Windows on Mathematical Meanings: Learning, Culture, and Computers. Dordrecht: Kluwer, 1996.

PARZYSZ, B. Knowing vs seeing, problems for the plane representation of space geometry figures. Educational Studies in Mathematics, 19(1):79–92, 1998.

PAVLOPOULOU, K. Propédeutique de l'algèbre linéaire : la coordination des registres de représentation sémiotique , Tese de doutorado, Université Louis Pasteur (Strasbourg 1). Paris, 1994.

PENGLASE, M. & ARNOLD, S. The graphics calculator in mathematics education: A critical view of recent research. Mathematics Education Research Journal, 8(1):58–90, 1996.

SIERPINSKA, A., TRGALOVÁ, J., HILLEL & J., DREYFUS, T. Teaching and Learning Linear Algebra with Cabri. In O. Zaslavsky (Ed.), Proceedings of the 23rd Conference of the International Group for the Psychology of Mathematics Education , Haifa, Israel: 119-134, 1999.

STEINBRUCH, A. Álgebra Linear, 2ª. ed. São Paulo. Makron Books. 2000.

TALL, D. Cognitive development in advanced mathematics using technology. Mathematics Education Research Journal, 12(3):196–218, 2001.

TALMON, V. & YERUSHALMY, M. Understanding dynamic behavior: parentchild relations in dynamic geometry environments. Educational Studies in Mathematics, 57:91-119, 2004.

Page 145: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

128

YERUSHALMY, M. Reaching the unreachable: Technology and the semantics of asymptotes. International Journal of Computers for Mathematical Learning, 2:1–25, 1997.

YERUSHALMY, M. Funcions of interactive visual representations in interactive mathematics textbooks. International Journal of Computers for Mathematical Learning, 10:217–249, 2005.

YERUSHALMY, M.; CHAZAN, D., & GORDON M. Posing problems: One aspect of bringing inquiry into classrooms. In J. Schmarz, M. Yerushalmy, and B. Wilson, editors, The Geometry Supposer, What is it a Case of?, pages 117–142. Lawrence Erlbaun, 1993.

ZORAIDE, L. N. P. As “alavancas meta” no discurso do professor de álgebra Linear. Dissertação de Mestrado em Educação Matemática, PUC-SP, 2003. Disponível: www.pucsp.br/pos/edmat/ma/dissertacao/zoraide_lucia_padredi.pdf. Acesso em: 18. fev.2012

Page 146: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

129

ANEXOS

ANEXO A: I – ATIVIDADE 1 QUESTIONÁRIO EXPLORATÓRIO

I. QUESTIONÁRIO EXPLORATÓRIO

Nome:____________________________ Sujeito S__ Q1. (Steinbruch & Winterle, 1987, p.157 c.4 ex.06) A projeção ortogonal do IR3 sobre o plano xy

T: IR3 ______ IR3

(x, y, z) → (x, y, 0)

(a) A projeção ortogonal é linear? Verifique.

(b) Faça sua representação geométrica.

Q2. (Steinbruch & Winterle, 1987, p.212 c.4 ex.03 item d) A transformação do IR2 definida pela seguinte lei

T: IR2 ______ IR2

T(x, y) = (x+ 1, y)

É linear? Verifique.

Q3. Descreva em palavras o efeito geométrico sobre o vetor v = (x, y) ao multiplicá-lo pela matriz A.

(a) 1 0

A0 1

=

(b) 1 0

A0 0

=

(c) 1 0A

0 1

− = −

(d) 1 0A

0 1

= −

Q4. (Lay, 2007, p.69 c.1 ex.19) Seja T: IR2 __ IR2 uma transformada linear que leva:

1 2 3 1u em e v em

5 0 1 4

= = −

Use o fato de que T é linear para determinar as imagens por T de 2u, 3v e 2u+3v

Q5. (Anton & Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.03) Encontre a matriz canônica da transformação linear T: IR3 ___ IR3 dada por: T(x1, x2, x3)= (w1, w2, w3). w1 = 3x1 + 5x2 – x3 w2 = 4x1 – x2 + x3

w3 = 3x1 +2x2 – x3 E em seguida calcule T (- 1, 2, 4).

Page 147: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

130

ANEXO B: II – ATIVIDADE 2 COM O APLICATIVO CABRI II

II - ATIVIDADE DE FAMILIARIZAÇÃO COM O APLICATIVO CABRI II Nome:____________________________ Sujeito S__ Abra o aplicativo Cabri II Q1. (Anton&Rorres, 2001, p.105 c.3.1 ex.02) Esboce os seguintes vetores com ponto inicial na origem.

(a) v1 = (3, 6) (b) v3 = (– 4, –3) (c) v4 = (5,– 4)

Q2. (Anton&Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.08) Encontre a reflexão do vetor (–1, 2) em torno: (a) Do eixo x (b) Do eixo y (c) Da reta y = x

Q3. (Anton&Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.10) Encontre a projeção ortogonal de (2, –5) sobre : (a) o eixo x (b) o eixo y

Q4. (Anton&Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.12) Encontre a imagem do vetor (3, – 4) quando girado por um ângulo de: (a) ɵ = 30º (b) ɵ = – 60º (c) ɵ = 45º (d) ɵ = 90º

Q5. (Kolman&Hill, 2006, p.235 c.4 ex.26- adaptação) Seja L uma transformação linear tal L:IR2→IR2 definida por :

x x-yL =

y x+y

Represente-a geometricamente em coordenadas cartesianas, em seguida, encontre sua matriz

canônica e a imagem do vetor (2, 3), mude os valores desse vetor, o que se observa?

Page 148: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

131

ANEXO C: III – ATIVIDADE 3 COM O APLICATIVO CABRI 3D

III – ATIVIDADE DE FAMILIARIZAÇÃO COM O APLICATIVO CABRI 3D Nome:____________________________ Sujeito S__

Abra o aplicativo Cabri 3D Q1. (Anton&Rorres, 2001, p.105 c.3.1 ex.01) Esboce os seguintes vetores com ponto inicial na origem.

(a) v1 = (3, 4, 5) (b) v2 = (–3, –4, 5) (c) v3 = (–3, 0, 0) (d) v4 = (3, 0, 3)

Q2. (Anton&Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.09) Encontre a reflexão do vetor (2, –5, 3) em torno: (a) do plano xy (b) do plano xz (c) do plano yz

Q3. Observe a representação da figura em coordenadas cartesianas e preencha a seguinte tabela referente ao gráfico da Q2 :

REPRESENTAÇÕES ITEM

REGISTROS SIMBÓLICOS: ALGÉBRICO MATRICIAL NUMÉRICO LÍNGUA NATURAL

a

b

c

Q4. (Anton&Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.13) Encontre a imagem do vetor (–2, 1, 2) quando girado de : (d) 30º em torno do eixo x (a) 45º em torno do eixo y (b) 90º em torno do eixo z

Page 149: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

132

ANEXO D: IV – ATIVIDADE 4:QUESTIONÁRIO FINAL AOS

PARTICIPANTES DAS ATIVIDADES DO CURSO TÓPICO EXPLORADO:

TRANSFORMAÇÕES LINEARES EM R2 E EM R3

QUESTIONÁRIO FINAL AOS PARTICIPANTES DAS ATIVIDADES DO CURSO TÓPICO EXPLORADO: TRANSFORMAÇÕES LINEARES em R2 e em R3

Santos:____/____/2013. Laboratório de informática do Colégio Universitas. NOME__________________________IDADE____ SUJEITO S____ CURSO___________________________________PERÍODO___________ Responda onde você cursou o Ensino Fundamental em escola: ( ) Pública ( ) Privada ( )Ambas O Ensino Médio: ( ) Pública ( ) Privada ( )Ambas Q1. Você leciona? Em que nível. Q2. O que lhe motivou fazer o curso (isto é, participar do experimento)? Q3. Você já possuía experiência anterior com o software Cabri? Q4. Quando você estudou álgebra linear teve dificuldade em transformações lineares (TL)? Q5. Você acha que o software Cabri-Géomètre pode auxiliar na aprendizagem em Transformações Lineares? Por quê? Q6. Dê avaliação pessoa sobre o curso que você acabou de participar?

Page 150: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

133

ANEXO E: IV – ATIVIDADE 4:QUESTIONÁRIO SOBRE A II ATIVIDADE

FAMILIARIZAÇÃO COM O APLICATIVO CABRI II TÓPICO EXPLORADO:

TRANSFORMAÇÕES LINEARES NO R2

QUESTIONÁRIO SOBRE A II ATIVIDADE FAMILIARIZAÇÃO COM O APLICATIVO CABRI II TÓPICO EXPLORADO: TRANSFORMAÇÕES LINEARES NO R2

Santos:____/____/2013. Laboratório de informática do Colégio Universitas. NOME______________________ SUJEITO S____ Q1. Você teve alguma dificuldade na resolução da atividade? Justifique. Q2. Qual conteúdo da Álgebra Linear no tópico Transformações Lineares em R2 lhe causou dúvidas? Justifique. Q3. Dos conceitos envolvidos na II Atividade:

a) Qual você já conhecia?

b) Durante essa atividade, você aprendeu algum conceito? Q4. Quanto à atividade proposta, os exercícios estavam claros e objetivos? Justifique: Q5. Você sentiu dificuldade em manusear o software Cabri-Géomètre II? Q6. Durante essa atividade, você consultou algum colega, seu professor ou o professor-pesquisador para tirar dúvidas? Qual? Q7. No caso de dúvidas, estas foram esclarecidas? Q8. Apresente sugestões que poderiam facilitar sua aprendizagem durante as aulas de álgebra linear supondo que você fosse o professor dessa disciplina

Page 151: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

134

ANEXO F: IV – ATIVIDADE 4:FAMILIARIZAÇÃO COM O APLICATIVO

CABRI 3D TÓPICO EXPLORADO: TRANSFORMAÇÕES LINEARES NO

R3

FAMILIARIZAÇÃO COM O APLICATIVO CABRI 3D TÓPICO EXPLORADO: TRANSFORMAÇÕES LINEARES NO R3

Santos:____/____/2013. Laboratório de informática do Colégio Universitas. NOME______________________ SUJEITO S____ Q1. Você teve alguma dificuldade na resolução da atividade? Justifique. Q2. Qual conteúdo da Álgebra linear no tópico Transformações Lineares em R3 lhe causou dúvidas? Justifique. Q3. Dos conceitos envolvidos na III Atividade:

a) Qual você já conhecia?

b) Durante essa atividade, você aprendeu algum conceito? Q4. Quanto à atividade proposta, os exercícios estavam claros e objetivos? Justifique: Q5. Você sentiu dificuldade em manusear o software Cabri 3D? Q6. Durante essa atividade, você consultou algum colega, seu professor ou o professor-pesquisador para tirar dúvidas? Qual? Q7. No caso de dúvidas, estas foram esclarecidas? Q8. Apresente sugestões que poderiam facilitar sua aprendizagem durante as aulas de álgebra linear supondo que você fosse o professor dessa disciplina

Page 152: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

135

ANEXO G: II ATIVIDADE – PRODUÇÕES DOS SUJEITOS COM CABRI II

Soluções apresentadas pelo sujeito S1. Q1. (Anton&Rorres, 2001, p.105 c.3.1 ex.02) Esboce os seguintes vetores com ponto inicial na origem. (a)v1 =

(3, 6); (b) v2 = (– 4, –3) e (c)v4 = (5,– 4)

Q2. (Anton&Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.08) Encontre a reflexão de (–1, 2) em torno do:

eixo x; (b)eixo y e (c) reta y = x

Page 153: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

136

Soluções apresentadas pelo sujeito S1Fl2. Q3. (Anton&Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.10) Encontre a projeção ortogonal de (2, –5) sobre : (a) o eixo x e (b)o eixo y

Q4. (Anton&Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.12) Encontre a imagem do vetor (3, – 4) quando girado por um ângulo de: (a) ɵ = 30º; (b) ɵ = – 60º; (c) ɵ = 45º e (d) ɵ = 90º

Page 154: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

137

Soluções apresentadas pelo sujeito S1Fl3 Q5. (Kolman&Hill, 2006, p.235 c.4 ex.26- adaptação) Seja L uma transformação linear tal L:IR2

→IR2 definida por

:

x x-yL =

y x+y

Represente-a geometricamente em coordenadas cartesianas, em seguida, encontre sua

matriz canônica e a imagem do vetor (2, 3), mude os valores desse vetor, o que se observa?

Page 155: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

138

Soluções apresentadas pelo sujeito S2. Q1. (Anton&Rorres, 2001, p.105 c.3.1 ex.02) Esboce os seguintes vetores com ponto inicial na origem.

(a)v1 = (3, 6); (b) v2 = (– 4, –3) e (c)v4 = (5,– 4)

Q2. (Anton&Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.08) Encontre a reflexão de (–1, 2) em torno do:

eixo x; (b)eixo y e (c) reta y = x

Page 156: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

139

Soluções apresentadas pelo sujeito S2Fl2. Q3. (Anton&Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.10) Encontre a projeção ortogonal de (2, –5) sobre : (a) o eixo x e (b)o eixo y

Q4. (Anton&Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.12) Encontre a imagem do vetor (3, – 4) quando girado por um ângulo de: (a) ɵ = 30º; (b) ɵ = – 60º; (c) ɵ = 45º e (d) ɵ = 90º

Page 157: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

140

Soluções apresentadas pelo sujeito S2Fl3 Q5. (Kolman&Hill, 2006, p.235 c.4 ex.26- adaptação) Seja L uma transformação linear tal L:IR2

→IR2 definida por

:

x x-yL =

y x+y

Represente-a geometricamente em coordenadas cartesianas, em seguida, encontre sua

matriz canônica e a imagem do vetor (2, 3), mude os valores desse vetor, o que se observa?

Page 158: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

141

Soluções apresentadas pelo sujeito S3. Q1. (Anton&Rorres, 2001, p.105 c.3.1 ex.02) Esboce os seguintes vetores com ponto inicial na origem.

(a)v1 = (3, 6); (b) v2 = (– 4, –3) e (c)v4 = (5,– 4)

Q2. (Anton&Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.08) Encontre a reflexão de (–1, 2) em torno do:

eixo x; (b)eixo y e (c) reta y = x

Page 159: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

142

Soluções apresentadas pelo sujeito S3Fl2. Q3. (Anton&Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.10) Encontre a projeção ortogonal de (2, –5) sobre : (a) o eixo x e (b)o eixo y

Q4. (Anton&Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.12) Encontre a imagem do vetor (3, – 4) quando girado por um ângulo de: (a) ɵ = 30º; (b) ɵ = – 60º; (c) ɵ = 45º e (d) ɵ = 90º

Page 160: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

143

Soluções apresentadas pelo sujeito S3Fl3 Q5. (Kolman&Hill, 2006, p.235 c.4 ex.26- adaptação) Seja L uma transformação linear tal L:IR2

→IR2 definida por

:

x x-yL =

y x+y

Represente-a geometricamente em coordenadas cartesianas, em seguida, encontre sua

matriz canônica e a imagem do vetor (2, 3), mude os valores desse vetor, o que se observa?

Page 161: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

144

Soluções apresentadas pelo sujeito S4. Q1. (Anton&Rorres, 2001, p.105 c.3.1 ex.02) Esboce os seguintes vetores com ponto inicial na origem.

(a)v1 = (3, 6); (b) v2 = (– 4, –3) e (c)v4 = (5,– 4)

Q2. (Anton&Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.08) Encontre a reflexão de (–1, 2) em torno do:

eixo x; (b)eixo y e (c) reta y = x

Page 162: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

145

Soluções apresentadas pelo sujeito S4Fl2. Q3. (Anton&Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.10) Encontre a projeção ortogonal de (2, –5) sobre : (a) o eixo x e (b)o eixo y

Q4. (Anton&Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.12) Encontre a imagem do vetor (3, – 4) quando girado por um ângulo de: (a) ɵ = 30º; (b) ɵ = – 60º; (c) ɵ = 45º e (d) ɵ = 90º

Page 163: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

146

Soluções apresentadas pelo sujeito S4Fl3 Q5. (Kolman&Hill, 2006, p.235 c.4 ex.26- adaptação) Seja L uma transformação linear tal L:IR2

→IR2 definida por

:

x x-yL =

y x+y

Represente-a geometricamente em coordenadas cartesianas, em seguida, encontre sua

matriz canônica e a imagem do vetor (2, 3), mude os valores desse vetor, o que se observa?

Page 164: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

147

Soluções apresentadas pelo sujeito S5. Q1. (Anton&Rorres, 2001, p.105 c.3.1 ex.02) Esboce os seguintes vetores com ponto inicial na origem.

(a)v1 = (3, 6); (b) v2 = (– 4, –3) e (c)v4 = (5,– 4)

Q2. (Anton&Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.08) Encontre a reflexão de (–1, 2) em torno do:

eixo x; (b)eixo y e (c) reta y = x

Page 165: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

148

Soluções apresentadas pelo sujeito S5Fl2. Q3. (Anton&Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.10) Encontre a projeção ortogonal de (2, –5) sobre : (a) o eixo x e (b)o eixo y

Q4. (Anton&Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.12) Encontre a imagem do vetor (3, – 4) quando girado por um ângulo de: (a) ɵ = 30º; (b) ɵ = – 60º; (c) ɵ = 45º e (d) ɵ = 90º

Page 166: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

149

Soluções apresentadas pelo sujeito S5Fl3 Q5. (Kolman&Hill, 2006, p.235 c.4 ex.26- adaptação) Seja L uma transformação linear tal L:IR2

→IR2 definida por

:

x x-yL =

y x+y

Represente-a geometricamente em coordenadas cartesianas, em seguida, encontre sua

matriz canônica e a imagem do vetor (2, 3), mude os valores desse vetor, o que se observa?

Page 167: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

150

Soluções apresentadas pelo sujeito S7. Q1. (Anton&Rorres, 2001, p.105 c.3.1 ex.02) Esboce os seguintes vetores com ponto inicial na origem.

(a)v1 = (3, 6); (b) v2 = (– 4, –3) e (c)v4 = (5,– 4)

Q2. (Anton&Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.08) Encontre a reflexão de (–1, 2) em torno do:

eixo x; (b)eixo y e (c) reta y = x

Page 168: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

151

Soluções apresentadas pelo sujeito S7Fl2. Q3. (Anton&Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.10) Encontre a projeção ortogonal de (2, –5) sobre : (a) o eixo x e (b)o eixo y

Q4. (Anton&Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.12) Encontre a imagem do vetor (3, – 4) quando girado por um ângulo de: (a) ɵ = 30º; (b) ɵ = – 60º; (c) ɵ = 45º e (d) ɵ = 90º

Page 169: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

152

Soluções apresentadas pelo sujeito S7Fl3 Q5. (Kolman&Hill, 2006, p.235 c.4 ex.26- adaptação) Seja L uma transformação linear tal L:IR2

→IR2 definida por

:

x x-yL =

y x+y

Represente-a geometricamente em coordenadas cartesianas, em seguida, encontre sua

matriz canônica e a imagem do vetor (2, 3), mude os valores desse vetor, o que se observa?

Page 170: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

153

Soluções apresentadas pelo sujeito S9. Q1. (Anton&Rorres, 2001, p.105 c.3.1 ex.02) Esboce os seguintes vetores com ponto inicial na origem. (a)v1 =

(3, 6); (b) v2 = (– 4, –3) e (c)v4 = (5,– 4)

Q2. (Anton&Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.08) Encontre a reflexão de (–1, 2) em torno do:

eixo x; (b)eixo y e (c) reta y = x

Page 171: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

154

Soluções apresentadas pelo sujeito S10. Q1. (Anton&Rorres, 2001, p.105 c.3.1 ex.02) Esboce os seguintes vetores com ponto inicial na origem.

(a)v1 = (3, 6); (b) v2 = (– 4, –3) e (c)v4 = (5,– 4)

Q2. (Anton&Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.08) Encontre a reflexão de (–1, 2) em torno do:

(k) eixo x; (b)eixo y e (c) reta y = x

Page 172: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

155

Soluções apresentadas pelo sujeito S10Fl2. Q3. (Anton&Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.10) Encontre a projeção ortogonal de (2, –5) sobre : (a) o eixo x e (b)o eixo y

Q4. (Anton&Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.12) Encontre a imagem do vetor (3, – 4) quando girado por um ângulo de: (a) ɵ = 30º; (b) ɵ = – 60º; (c) ɵ = 45º e (d) ɵ = 90º

Page 173: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

156

Soluções apresentadas pelo sujeito S10Fl3 Q5. (Kolman&Hill, 2006, p.235 c.4 ex.26- adaptação) Seja L uma transformação linear tal L:IR2

→IR2 definida por

:

x x-yL =

y x+y

Represente-a geometricamente em coordenadas cartesianas, em seguida, encontre sua

matriz canônica e a imagem do vetor (2, 3), mude os valores desse vetor, o que se observa?

Page 174: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

157

Soluções apresentadas pelo sujeito S11. Q1. (Anton&Rorres, 2001, p.105 c.3.1 ex.02) Esboce os seguintes vetores com ponto inicial na origem.

(a)v1 = (3, 6); (b) v2 = (– 4, –3) e (c)v4 = (5,– 4)

Q2. (Anton&Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.08) Encontre a reflexão de (–1, 2) em torno do:

eixo x; (b)eixo y e (c) reta y = x

Page 175: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

158

ANEXO H: III ATIVIDADE – PRODUÇÕES DOS SUJEITOS COM CABRI

3D

Soluções apresentadas pelo sujeito S1. Q1. (Anton & Rorres, 2001, p.105 c.3.1 ex.01) Esboce os seguintes vetores com ponto inicial na origem:

(a)v1 = (3, 4, 5); (b)v2 = (–3, –4, 5); (c)v3 = (–3, 0, 0) e (d)v4 = (3, 0, 3).

Q2. (Anton & Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.09) Encontre a reflexão do vetor (2, –5, 3) em torno do:

(a)plano xy; (b)plano xz e (c) plano yz.

Page 176: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

159

Soluções apresentadas pelo sujeito S1. Fl2 Q3. Observe a representação da figura em coordenadas cartesianas e preencha a seguinte tabela referente ao

gráfico da Q2:

Solução lápis & papel. Vide folha da III atividade. Q4. (Anton & Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.13) Encontre a imagem do vetor (–2, 1, 2) quando girado de :

(a) 30º em torno do eixo x; (b)45º em torno do eixo y e (c)90º em torno do eixo z

Page 177: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

160

Soluções apresentadas pelo sujeito S2. Q1. (Anton & Rorres, 2001, p.105 c.3.1 ex.01) Esboce os seguintes vetores com ponto inicial na origem:

(a)v1 = (3, 4, 5); (b)v2 = (–3, –4, 5); (c)v3 = (–3, 0, 0) e (d)v4 = (3, 0, 3).

Q2. (Anton & Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.09) Encontre a reflexão do vetor (2, –5, 3) em torno do:

(a)plano xy; (b)plano xz e (c) plano yz.

Page 178: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

161

Soluções apresentadas pelo sujeito S2. Fl2 Q3. Observe a representação da figura em coordenadas cartesianas e preencha a seguinte tabela referente ao

gráfico da Q2:

Solução lápis & papel. Vide folha da III atividade. Q4. (Anton & Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.13) Encontre a imagem do vetor (–2, 1, 2) quando de:

(a)30º em torno do eixo x; (b)45º em torno do eixo y e (c)90º em torno do eixo z

Page 179: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

162

Soluções apresentadas pelo sujeito S3. Q1. (Anton & Rorres, 2001, p.105 c.3.1 ex.01) Esboce os seguintes vetores com ponto inicial na origem:

(a)v1 = (3, 4, 5); (b)v2 = (–3, –4, 5); (c)v3 = (–3, 0, 0) e (d)v4 = (3, 0, 3).

Q2. (Anton & Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.09) Encontre a reflexão do vetor (2, –5, 3) em torno do:

(a)plano xy; (b)plano xz e (c) plano yz.

Page 180: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

163

Soluções apresentadas pelo sujeito S3. Fl2 Q3. Observe a representação da figura em coordenadas cartesianas e preencha a seguinte tabela referente ao

gráfico da Q2:

Solução lápis & papel. Vide folha da III atividade.

Q4. (Anton & Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.13) Encontre a imagem do vetor (–2, 1, 2) quando girado de :

(a) 30º em torno do eixo x; (b)45º em torno do eixo y e (c)90º em torno do eixo z:

Page 181: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

164

Soluções apresentadas pelo sujeito S4. Q1. (Anton & Rorres, 2001, p.105 c.3.1 ex.01) Esboce os seguintes vetores com ponto inicial na origem:

(a)v1 = (3, 4, 5); (b)v2 = (–3, –4, 5); (c)v3 = (–3, 0, 0) e (d)v4 = (3, 0, 3).

Q2. (Anton & Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.09) Encontre a reflexão do vetor (2, –5, 3) em torno do:

(a)plano xy; (b)plano xz e (c) plano yz.

Page 182: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

165

Soluções apresentadas pelo sujeito S4. Fl2 Q3. Observe a representação da figura em coordenadas cartesianas e preencha a seguinte tabela referente ao

gráfico da Q2:

Solução lápis & papel. Vide folha da III atividade.

Q4. (Anton & Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.13) Encontre a imagem do vetor (–2, 1, 2) quando girado de:

(c) 30º em torno do eixo x; (b)45º em torno do eixo y e (c)90º em torno do eixo z

Page 183: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

166

Soluções apresentadas pelo sujeito S5. Q1. (Anton & Rorres, 2001, p.105 c.3.1 ex.01) Esboce os seguintes vetores com ponto inicial na origem:

(a)v1 = (3, 4, 5); (b)v2 = (–3, –4, 5); (c)v3 = (–3, 0, 0) e (d)v4 = (3, 0, 3).

Q2. (Anton & Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.09) Encontre a reflexão do vetor (2, –5, 3) em torno do:

(a)plano xy; (b)plano xz e (c) plano yz.

Page 184: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

167

Soluções apresentadas pelo sujeito S5. Fl2 Q3. Observe a representação da figura em coordenadas cartesianas e preencha a seguinte tabela referente ao

gráfico da Q2:

Solução lápis & papel. Vide folha da III atividade. Q4. (Anton & Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.13) Encontre a imagem do vetor (–2, 1, 2) quando girado de :

(a) 30º em torno do eixo x; (b)45º em torno do eixo y e (c)90º em torno do eixo z

Page 185: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

168

Soluções apresentadas pelo sujeito S7. Q1. (Anton & Rorres, 2001, p.105 c.3.1 ex.01) Esboce os seguintes vetores com ponto inicial na origem:

(a)v1 = (3, 4, 5); (b)v2 = (–3, –4, 5); (c)v3 = (–3, 0, 0) e (d)v4 = (3, 0, 3).

Q2. (Anton & Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.09) Encontre a reflexão do vetor (2, –5, 3) em torno do: (a)plano xy;

(b)plano xz e (c) plano yz.

Page 186: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

169

Soluções apresentadas pelo sujeito S7. Fl2 Q3. Observe a representação da figura em coordenadas cartesianas e preencha a seguinte tabela referente ao

gráfico da Q2:

Solução lápis & papel. Vide folha da III atividade. Q4. Q4. (Anton & Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.13) Encontre a imagem do vetor (–2, 1, 2) quando girado for de :

(a) 30º em torno do eixo x; (b)45º em torno do eixo y e (c)90º em torno do eixo z

Page 187: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

170

Soluções apresentadas pelo sujeito S9. Q1. (Anton & Rorres, 2001, p.105 c.3.1 ex.01) Esboce os seguintes vetores com ponto inicial na origem: (a)v1 =

(3, 4, 5); (b)v2 = (–3, –4, 5); (c)v3 = (–3, 0, 0) e (d)v4 = (3, 0, 3).

Q2. (Anton & Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.09) Encontre a reflexão do vetor (2, –5, 3) em torno do: (a)plano xy;

(b)plano xz e (c) plano yz.

Page 188: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

171

Soluções apresentadas pelo sujeito S9. Fl2 Q3. Observe a representação da figura em coordenadas cartesianas e preencha a seguinte tabela referente ao

gráfico da Q2:

Solução lápis & papel. Vide folha da III atividade.

Q4. (Anton & Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.13) Encontre a imagem do vetor (–2, 1, 2) quando girado de:

(d) 30º em torno do eixo x; (b)45º em torno do eixo y e (c)90º em torno do eixo z

Page 189: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

172

Soluções apresentadas pelo sujeito S10. Q1. (Anton & Rorres, 2001, p.105 c.3.1 ex.01) Esboce os seguintes vetores com ponto inicial na origem:

(a)v1 = (3, 4, 5); (b)v2 = (–3, –4, 5); (c)v3 = (–3, 0, 0) e (d)v4 = (3, 0, 3).

Q2. (Anton & Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.09) Encontre a reflexão do vetor (2, –5, 3) em torno do: (a)plano xy;

(b)plano xz e (c) plano yz.

Page 190: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

173

Soluções apresentadas pelo sujeito S10. Fl2 Q3. Observe a representação da figura em coordenadas cartesianas e preencha a seguinte tabela referente ao

gráfico da Q2:

Solução lápis & papel. Vide folha da III atividade. Q4. (Anton & Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.13) Encontre a imagem do vetor (–2, 1, 2) quando girado de :

(b) 30º em torno do eixo x; (b)45º em torno do eixo y e (c)90º em torno do eixo z

Page 191: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

174

Soluções apresentadas pelo sujeito S11. Q1. (Anton & Rorres, 2001, p.105 c.3.1 ex.01) Esboce os seguintes vetores com ponto inicial na origem:

(a)v1 = (3, 4, 5); (b)v2 = (–3, –4, 5); (c)v3 = (–3, 0, 0) e (d)v4 = (3, 0, 3).

Q2. (Anton & Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.09) Encontre a reflexão do vetor (2, –5, 3) em torno do: (a)plano xy;

(b)plano xz e (c) plano yz.

Page 192: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

175

Soluções apresentadas pelo sujeito S11. Fl2 Q3. Observe a representação da figura em coordenadas cartesianas e preencha a seguinte tabela referente ao

gráfico da Q2:

Solução lápis & papel. Vide folha da III atividade. Q4. (Anton & Rorres, 2001, p.146 c.4.2 ex.13) Encontre a imagem do vetor (–2, 1, 2) quando girado de :

(a) 30º em torno do eixo x; (b)45º em torno do eixo y e (c)90º em torno do eixo z

Page 193: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

176

ANEXO I: QUESTIONÁRIO FINAL AOS PARTICIPANTES

SUJEITO 1

Page 194: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

177

SUJEITO 2

Page 195: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

178

SUJEITO 3

Page 196: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

179

SUJEITO 4

Page 197: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

180

SUJEITO 5

Page 198: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

181

SUJEITO 7

Page 199: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

182

SUJEITO 9

Page 200: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

183

SUJEITO 10

Page 201: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

184

SUJEITO 11

Page 202: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

185

ANEXO J: QUESTIONÁRIO SOBRE A II ATIVIDADE

SUJEITO 1

Page 203: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

186

SUJEITO 2

Page 204: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

187

SUJEITO 3

Page 205: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

188

SUJEITO 4

Page 206: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

189

SUJEITO 5

Page 207: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

190

SUJEITO 7

Page 208: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

191

SUJEITO 9

Page 209: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

192

SUJEITO 10

Page 210: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

193

SUJEITO 11

Page 211: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

194

ANEXO K: QUESTIONÁRIO SOBRE A II ATIVIDADE

SUJEITO 1

Page 212: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

195

SUJEITO 2

Page 213: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

196

SUJEITO 3

Page 214: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

197

SUJEITO 4

Page 215: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

198

SUJEITO 5

Page 216: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

199

SUJEITO 7

Page 217: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

200

SUJEITO 9

Page 218: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

201

SUJEITO 10

Page 219: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE TRANSFORMAÇÕES … · universidade bandeirante anhanguera de sÃo paulo odilthom elias da silva arrebola uma sequÊncia didÁtica sobre transformaÇÕes

202

SUJEITO 11