unha de gato

Upload: wang-hsiang

Post on 28-Oct-2015

66 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • LUCAS MIYAKE OKUMURA

    INVESTIGAO DE PROPRIEDADES IMUNOMODULADORAS

    DE ARABINOGALACTANA-PROTENAS EXTRADAS

    DE Uncaria tomentosa Will DC.

    CURITIBA

    2008

  • 2LUCAS MIYAKE OKUMURA

    INVESTIGAO DE PROPRIEDADES IMUNOMODULADORAS

    DE ARABINOGALACTANA-PROTENAS EXTRADAS

    DE Uncaria tomentosa Will DC.

    CURITIBA

    2008

    Projeto de monografia apresentado ao Departamento de Bioqumica e Biologia Molecular, Setor de Cincias Biolgicas, Universidade Federal do Paran, como requisito do grupo PET Farmcia. Orientadora: Professora Dra Juliana Bello Baron Maurer.Co-orientadora: Profa Dra Fabiola R. Stevan Hancke (Universidade Positivo)Colaboradores: Acad. Andreia Beraldo (Cincias Biolgicas - UPPR)Enf. Snia Hutul e Dr Rui Cepil (Programa de Fitoterapia de Londrina)Profa Dra Iara Taborda de Messias (Dep Patologia Mdica - UFPR)Profa Fernanda Bovo (Dep de Farmcia - UNICENTRO)

  • 3SUMRIO

    1 TEMA............................................................................................................. 12 INTRODUO............................................................................................... 23 REVISO BIBLIOGRFICA......................................................................... 33.1 ARABINOGALACTANA-PROTENA (AGP): LOCALIZAO,

    PROPRIEDADES QUMICAS E FUNES BIOLGICAS DA AGP............................................................................................................... 3

    3.2 MODIFICADORES DA RESPOSTA BIOLGICA......................................... 43.2.1 Consideraes gerais sobre o sistema imune............................................... 53.2.2 Macrfagos.................................................................................................... 53.2.3 Sistema complemento................................................................................... 73.3 PLANTAS DE USO MEDICINAL E PROPRIEDADES

    IMUNOMODULADORAS............................................................................... 83.4 MATERIAL VEGETAL EM ESTUDO: Uncaria tomentosa Will DC. (UNHA

    DE GATO)...................................................................................................... 104 OBJETIVOS GERAIS E ESPECFICOS....................................................... 115 JUSTIFICATIVA............................................................................................ 126 MATERIAIS E MTODOS............................................................................. 136.1 MATERIAL VEGETAL E AMOSTRAS-TESTE.............................................. 136.2 EXPERIMENTOS BIOLGICOS................................................................... 13

    6.2.1 Procedimentos gerais utilizados no cultivo animal........................................ 146.2.2 Modelos experimentais utilizando macrfagos.............................................. 146.2.2.1 Obteno de macrfagos peritoneais............................................................ 146.2.2.2 Produo de xido ntrico.............................................................................. 156.2.2.3 Determinao da viabilidade celular e da contagem de clulas (Azul de

    Tripan e MTT)................................................................................................15

    6.2.2.4 Tcnica de anlise morfolgica atravs da microscopia de luz..................... 166.2.2.5 Reteno de lisossomos................................................................................ 176.2.3 Modelo experimental para avaliar o sistema complemento........................... 176.2.3.1 Preparo das suspenses de eritrcitos de carneiro e coelho........................ 176.2.3.2 Avaliao da via alternativa........................................................................... 186.2.3.3 Avaliao da via clssica............................................................................... 186.3 Delineamento experimental e anlise estatstica..................................... 196.4 Aspectos bioticos e de biosegurana..................................................... 196.5 Coleta de dados sobre a utilizao da Uncaria tomentosa Will DC. no

    Programa de Fitoterapia de Londrina e sobre o conhecimento popular de plantas medicinais ..................................................................

    20

    7 CRONOGRAMA............................................................................................ 228 RECURSOS................................................................................................... 23REFERNCIAS............................................................................................................. 24ANEXO.......................................................................................................................... 29

  • 41 TEMA

    O tema do projeto a ser desenvolvido a investigao das propriedades

    imunomoduladoras de arabinogalactana-protenas (AGPs), extradas da Uncaria

    tomentosa DC. (unha de gato), utilizando modelos animais in vitro.

  • 52 INTRODUO

    Desde os primrdios, os povos antigos j faziam o uso de plantas para curar

    feridas, doenas e infeces. Porm, na poca nada se sabia devido aos conceitos

    primitivos sobre farmacologia alm da escassa tecnologia. Por isso, pouco se

    compreendia sobre as molculas envolvidas nos processos biolgicos, e muito

    menos sobre a sua estrutura (PAULSEN B. S., 2001). Com o avano da cincia,

    novos mtodos de pesquisa foram criados e aperfeioados, e hoje, sabe-se que

    certos constituintes de plantas, como polissacardeos e proteoglicanos, so

    compostos bio-ativos no organismo. Estas substncias apresentam efeitos

    biolgicos, como exemplo, a imunomodulao, a qual pode ter como resultado a

    ativao ou supresso do sistema imune. Mleculas que atuam como moduladores

    da resposta imunolgica so conhecidos como modificadores da resposta biolgica

    (MRB). Uma das vantagens da utilizao destes biomoduladores seria por seus

    ausentes ou diminudos efeitos colaterais. A avaliao da atividade bio-

    farmacolgica de molculas e novas descobertas de MRB tem-se tornado um

    promissor campo na pesquisa das cincias biomdicas.

    Vrios exemplos de polissacardeos e glicoconjugados vegetais que

    apresentam efeitos biolgicos como imunomoduladores j foram descritos (DIALLO

    D. et al., 2000; CLASSEN B. et al., 2005; CLASSEN B., 2007, entre outros). Estes

    estudos relataram o efeito biolgico imunomodulador, utilizando diferentes sistemas

    animais, de arabinogalactanas, pectinas e/ou arabinogalactana-protenas (AGPs),

    obtidas de espcies vegetais com interesse fitoterpico como, por exemplo,

    Echinaceae purpurea Moench, Angelica acutiloba (Siebold & Zucc.) Kitag., Malva

    silvestris lus. nivea Priszter, Panax ginseng C. A. Mey, Plantago major L. e

    Calendula officinalis Hohen .

  • 63 REVISO BIBLIOGRFICA

    3.1 ARABINOGALACTANA-PROTENA (AGP): LOCALIZAO, PROPRIEDADES

    QUMICAS E SUAS FUNES BIOLGICAS

    Arabinogalactana-proteinas so uma famlia de proteoglicanas complexas,

    includas no grupo de glicoprotenas vegetais ricas em hidroxiprolina (HRGPs),

    encontradas em vegetais inferiores e superiores, de vrios grupos taxonmicos

    (CLARKE et al., 1979). Em plantas superiores, as AGPs ocorrem em folhas, caules,

    razes, orgos florais, sementes, e em grandes quantidades em troncos de algumas

    angiospermas e gimnospermas (FINCHER et al., 1983). As AGPs esto presentes

    em membranas celulares, na matriz extracelular e em gomas de exsudatos. Culturas

    de clulas derivadas de diferentes tecidos vegetais produzem AGPs e as secretam

    no meio de cultura (FINCHER et al., 1983; KREUGER & VAN HOLST, 1993).

    Do ponto de vista estrutural, a poro glicdica (90% m/m) das AGPs

    apresenta-se constituda, principalmente, de D-galactopiranose e L-arabinofuranose.

    A cadeia principal constituda de unidades de -D-galactopiranose unidas por

    ligaes do tipo O-3, O-6 e O-3,6, podendo estar substitudas por unidades de L-

    arabinofuranose, podendo tambm apresentar outros monossacardeos menos

    abundantes, como -L-Arap, -L-Rhap, -D-Glcp e -D-GlcpA, como extremidades

    terminais no redutoras (FINCHER et al., 1983). Considerando a estrutura qumica

    da poro glicdica, as AGPs so classificadas como arabinogalactanas tipo , que

    correspondem as arabino-3-6-galactanas (FINCHER et al., 1983). Com relao

    poro protica, as AGPs geralmente apresentam menos de 10% (m/m) de

    contedo protico, o qual , usualmente, rico em hidroxiprolina/prolina (Hyp)/(Pro),

    alanina (Ala), serina (Ser) e treonina (Thr) (CLARKE et al., 1979).

  • 7Tem-se atribudo s AGPs vrias funes como lubrificante, umectante e

    agente de adeso, baseando-se na sua localizao extracelular e em suas

    propriedades fsicas e qumicas (CLARKE et al., 1979; FINCHER et al., 1983).

    Recentemente, tem-se relatado que as AGPs apresentariam vrias funes

    relacionadas com o crescimento e desenvolvimento vegetal, tanto em nvel

    vegetativo, como reprodutivo e celular (SERPE & NOTHNAGEL, 1996; MAJEWSKA-

    SAWKA & NOTHNAGEL, 2000; SHOWALTER, 2001). Vrios estudos sugerem que

    as AGPs podem estar envolvidas, por exemplo, na formao de xilema, no

    crescimento e na germinao do tubo polnico, nos processos de expanso e

    proliferao celular, no estabelecimento de identidade celular, no controle de

    embriognese somtica e da morte celular programada (SERPE & NOTHNAGEL,

    1996; MAJEWSKA-SAWKA & NOTHNAGEL, 2000; SHOWALTER, 2001; MOTOSE

    et al., 2004; PETTOLINO et al., 2006).

    3.2 MODIFICADORES DA RESPOSTA BIOLGICA

    Mleculas que atuam como moduladores da resposta imunolgica so

    conhecidos como modificadores da resposta biolgica (MRB) (BOHN & BEMILLER,

    1995). Os MRB podem atuar, por exemplo, na mediao da atividade de

    macrfagos, do sistema complemento e nos mecanismos de adeso celular. Esta

    importante classe de biomoduladores principalmente utilizada como agentes anti-

    neoplsicos (BOHN & BEMILLER, 1995). Neste grupo esto includos frmacos que

    atuam direta ou indiretamente sobre as clulas tumorais. O efeito indireto dos

    biomoduladores est relacionado com a intensificao da resposta imunolgica a

    clulas neoplsicas. Uma das vantagens da utilizao destes biomoduladores seria

  • 8por seus ausentes ou diminudos efeitos colaterais. Desta forma, a avaliao da

    atividade bio-farmacolgica de molculas e novas descobertas de MRB tem-se

    tornado um promissor campo na pesquisa das cincias biomdicas (BOHN &

    BEMILLER, 1995; MORETO et al., 2003).

    3.2.1 Consideraes gerais sobre o sistema imune

    O sistema imunolgico dividido em dois grandes ramos: o sistema inato e o

    adaptativo. O sistema inato caracteriza-se por responder aos estmulos de maneira

    no especfica (ABBAS et al., 2003). Este composto por clulas, como neutrfilos,

    eosinfilos, basfilos, moncitos, macrfagos e clulas NKs (natural killers), e por

    fatores solveis, incluindo, o sistema complemento, protenas de fase aguda, e

    enzimas (ABBAS et al., 2003). O sistema imune adaptativo caracteriza-se por

    responder ao antgeno de modo especfico, apresentando memria, no qual, se

    incluem as clulas linfcitos T e B e as imunoglobulinas (ABBAS et al., 2003). Essa

    diviso didtica e elementos do sistema inato podem agir como efetores do

    sistema adaptativo. Considerando os objetivos do presente projeto, sero

    enfatizados aspectos mais relevantes sobre os macrfagos e o sistema

    complemento.

    3.2.2 Macrfagos

    Os macrfagos tm um papel crtico na resposta imunolgica, pois, so

    clulas efetoras importantes para a eliminao de microorganismos, exercendo um

    papel central como mediadores entre o sistema imune inato e a adquirido. As

  • 9principais funes dos macrfagos demonstram que estes estariam envolvidos com

    o processo inflamatrio, capacidade fagoctica, processamento e apresentao de

    antgenos, co-ativao de linfcitos T e B, angiognese, processo de cicatrizao,

    alm da atividade citotxica contra clulas tumorais e microorganismos (ABBAS et

    al., 2003). O mecanismo microbicida utilizado pelo macrfagos, inclui duas vias

    oxidativas, NADPH oxidase e oxido ntrico sintase, as quais, respectivamente, esto

    envolvidas na sntese de nion superxido (O2-) e xido ntrico (NO) (ABBAS et al.,

    2003). Os macrfagos tambm so capazes de produzir uma variedade de citocinas

    como as interleucinas (IL), interferon (IFN) e fator de necrose tumoral- (TNF-). Os

    macrfagos realizam essas funes efetoras somente depois que so ativados por

    ligantes exgenos (p. ex, microorganismos) ou endgenos (p. ex, citocinas, clulas

    tumorais). A expresso de uma grande diversidade de molculas de superfcie, ou

    seja, vrias classes de receptores, capacita os macrfagos em reconhecer uma

    variedade de ligantes tanto endgenos como exgenos (GORDON, 2002). Vrias

    classes de receptores j foram identificadas (GORDON, 2002), cada classe

    apresenta uma determinada especificidade e a interao entre o ligante e o receptor

    tambm provocar uma resposta especfica. Apesar dos diferentes receptores

    exercerem funes distintas, o objetivo final culmina na ativao de respostas

    celulares convergentes. Vrias classes de receptores apresentam especificidade de

    reconhecimento mediada por carboidratos. Pode-se sugerir que este tipo de

    especificidade explicaria em parte, o efeito de vrios polissacardeos sobre

    diferentes aspectos de ativao de macrfagos (SUZUKI et al. 1985; ARINAGA et al.

    1992; JOHNSON et al. 1992; ROSS & VETVICKA, 1993; GORDON, 2002). Uma vez

    que os macrfagos agem como clulas efetoras e mediadoras do sistema imune,

    estudos visando a aplicao de molculas que modulem o aumento da funo

  • 10

    macrofgica podem contribuir na teraputica de doenas infecciosas bacterianas e

    neoplasias (POPOV et al., 1999).

    3.2.3 Sistema complemento

    O sistema do complemento compreende um grupo de, pelo menos, 18

    protenas plasmticas que atuam em conjunto com o sistema imunolgico, na defesa

    do organismo contra infeces ou invaso por substncias estranhas (ABBAS et al.,

    2003). A reao do sistema do complemento ocorre em cadeia e completa a defesa

    organizada pelo sistema imunolgico. Freqentemente, as protenas do

    complemento conferem proteo imunitria, at que os anticorpos sejam produzidos;

    o complemento tambm potencializa os efeitos da resposta dos linfcitos T e das

    imunoglobulinas. Considerando, principalmente, os eventos de reconhecimento que

    iniciam a ativao do sistema complemento, este dividido em trs vias, sendo

    estas a via Clssica, Alternativa e da Lectina (ABBAS et al., 2003). Na via clssica

    de ativao do complemento, esta ocorre em resposta ligao das

    imunoglobulinas IgM ou IgG aos microorganismos invasores. A via alternativa de

    ativao do complemento corresponde sua ativao pelos microorganismos cuja

    superfcie tm antgenos protegidos por cpsulas de polissacardeos. Esta via

    alternativa permite a fagocitose pelos macrfagos, independente da fixao dos

    anticorpos. Outra via do complemento a via mediada por lectina, que ativada

    pela ligao de uma protena ligadora de manose, nas superfcies de bactrias e

    fungos. As trs vias levam ligao covalente de um fragmento particular de um

    componente do complemento (fragmento C3b de C3) a superfcie do patgeno. Os

    fragmentos do C3 so tambm opsoninas, molculas que podem ser reconhecidas

  • 11

    pelos receptores de superfcies dos macrfagos. Os receptores C3R mediam a

    interao entre os macrfagos e neutrfilos com os patgenos; assim, a

    opsonizao de um patgeno pelo complemento facilita a fagocitose e a destruio

    da mesma forma que a opsonizao com anticorpos (ABBAS et al., 2003). As

    Arabinogalactanas tipo II, pectinas cidas, AGPs obtidas de diferentes plantas de

    uso medicinal mostraram-se molculas moduladoras do sistema complemento

    (YAMADA et al., 1985; CLASSEN et al., 2002; THUDE et al., 2006). Desta forma,

    considerando que o sistema complemento um importante mediador do processo

    de inflamao, a investigao da atividade biolgica de molculas que possam

    modular o sistema complemento, mais especificamente, inibir a cascata de ativao

    deste sistema, torna-se de grande relevncia teraputica para diversas doenas

    como artrite reumtica e desordens degenerativas.

    3.3 PLANTAS DE USO MEDICINAL E PROPRIEDADES IMUNOMODULADORAS

    A utilizao de plantas com efeitos medicinais objetivando promover a cura de

    doenas, vem desde pocas muito antigas. Recentes estudos indicam um aumento

    no uso de plantas como medicamentos alternativos ou complementares aos

    industrializados. A crise econmica, o alto custo das medicaes industrializadas,

    alm dos efeitos colaterais causados pelas drogas sintticas, so alguns fatores que

    contriburam para o aumento da fitoterapia (SIMES, 1989). considerado

    fitoterpico toda preparao farmacutica (extratos, tinturas, pomadas e cpsulas)

    que utiliza como matria-prima parte de plantas, como folhas, caules, razes, flores e

    sementes, com conhecido efeito farmacolgico. O uso adequado dessas

    preparaes traz uma srie de benefcios para a sade humana ajudando no

  • 12

    combate a doenas infecciosas, disfunes metablicas, doenas alrgicas e

    traumas diversos, entre outros. Associado s suas atividades teraputicas est o

    seu baixo custo; a grande disponibilidade de matria-prima principalmente nos

    pases tropicais; e a cultura relacionada ao seu uso.

    Em relao aos componentes glicdicos presentes em plantas medicinais,

    vrios estudos tm sugerido que as AGPs apresentam potenciais aplicaes na

    medicina (PAULSEN, 2001; PETTOLINO et al., 2006). Tm sido descritos vrios

    estudos relatando diferentes efeitos biolgicos imunomoduladores de AGPs

    (PAULSEN, 2001 e 2002; CLASSEN, 2002; PETTOLINO et al., 2006). As principais

    atividades biolgicas encontradas esto relacionadas com modulao da atividade

    de macrfagos (fagocitose e liberao de citocinas), do sistema complemento e

    atividade tumoral. Assim, importante destacar que apesar das vrias atividades

    biolgicas relatadas, poucos trabalhos enfocam especificamente a atividade

    biolgica de AGPs, exceo verificadas para as espcies vegetais Echinaceae

    purpurea e Echinaceae pallida Britton (CLASSEN et al., 2000, 2002, 2005; THUDE

    et al., 2006; PETTOLINO et al., 2006; CLASSEN, 2007). Outro fator de extrema

    relevncia a falta da correlao entre a atividade biolgica observada e a estrutura

    qumica das molculas testadas. Desta forma, imprescindvel a caracterizao

    prvia da estrutura qumica de molculas a serem testadas para que possa ser

    possvel estabelecer uma relao entre os eventuais efeitos biolgicos observados e

    a estrutura qumica das molculas (BOHN & BEMILLER, 1995). Deve-se considerar

    que aspectos relacionados estrutura da molcula, como composio

    monossacardica neutra e cida, tipos de ligaes glicosdicas, presena ou

    ausncia de ramificaes, presena e caractersticas de grupos substituintes,

  • 13

    tamanho da massa molecular e conformao tridimensional, tm correlaes entre o

    tipo de atividade biolgica e o grau de eficincia das molculas testadas.

    3.4 MATERIAL VEGETAL EM ESTUDO: Uncaria tomentosa (UNHA DE GATO)

    Esta planta medicinal, pertencente Famlia Rubiaceae, pode ser encontrada

    em toda a amaznia peruana e principalmente nas bacias dos rios da selva central

    do Peru. Apresenta vrias propriedades medicinais, sendo utilizada primariamente

    pelos Incas e ndios locais da no tratamento de doenas como artrite, gastrite,

    reumatismo e inflamaes em geral. A planta tambm benfica para o tratamento

    de doenas reumticas e musculares, principalmente na terceira idade e indicada

    no tratamento de enfermidades reumticas como a osteoartrite artrite reumatide.

    Os princpios ativos de maior interesse so os alcalides oxindlicos pentacclicos

    (rinocofilina, mitrafilina, isoteropodia A, pterodifina, isorincofilina e isomitrafilina) e os

    compostos glicosdeos do cido quinvico que demonstram ser os responsveis

    pelos efeitos antiinflamatrios. Atualmente, unha-de-gato est sendo estudada tanto

    como agente microbiano como no tratamento de doenas como o cncer e Aids, em

    razo de seu poder modulador do sistema imunolgico (BIESKI, 2006).

  • 14

    4 OBJETIVOS GERAIS E ESPECFICOS

    O objetivo geral desse projeto estudar as propriedades imunomoduladoras

    de AGPs obtidas de Uncaria tomentosa. De forma mais especfica, os objetivos so:

    1. Avaliar o efeito de AGPs sobre a atividade de macrfagos, avaliando

    alteraes de morfologia celular e do burst respiratrio (produo de xido

    ntrico e reteno e lisossomos);

    2. Avaliar o efeito modulador de AGPs sobre o sistema complemento;

    3. Correlacionar a estrutura qumica das molculas-teste com as atividades

    biolgicas encontradas;

    4. Coletar informaes sobre o conhecimento e a utilizao popular da Uncaria

    tomentosa;

    5. Coletar os dados sobre aplicao da Uncaria tomentosa na fitoterapia clnica;

    6. Divulgar os resultados obtidos com o intuito de reforar a utilizao da U.

    tomentosa como fitoterpico.

  • 15

    5 JUSTIFICATIVAS

    As plantas medicinais tm sido a base dos principais produtos indicados para

    a sade desde a Antigidade. O reconhecimento do valor delas como recurso

    clnico, farmacutico e econmico cresce progressivamente em vrios pases. O

    Brasil um pas de grande biodiversidade vegetal. Alm disso, possui uma rica

    diversidade tnica e cultural e detm valioso conhecimento tradicional relacionado

    ao uso de plantas medicinais. Desta forma, considerando os vrios aspectos como:

    (a) efeitos biomoduladores de AGPs encontradas na parede celular vegetal, como

    mediadores do resposta imunolgica; (b) propriedades fisco-qumicas das AGPs,

    como alta solubilidade em solues aquosas ou salinas; (c) relevncia na

    descoberta de novos modificadores da resposta biolgica para uso na teraputica de

    vrias doenas; (d) escassez de dados na literatura sobre as propriedades

    imunomoduladoras de AGPs presentes na espcie vegetal Uncaria tomentosa

    (unha de gato) e o conhecimento popular sobre essa planta sobre o seu uso como

    fitoterpico; e finalmente (e) aspectos scio-econmicos da utilizao de plantas

    medicinais. Ento de forma resumida, o presente projeto prope a avaliao da

    atividade bio-imunomoduladora de AGPs, em modelos animais in vitro, respeitando

    sempre os aspectos bioticos. Afim de reforar e/ou desmistificar o uso da Uncaria

    tomentosa como planta medicinal de acordo com o uso popular.

  • 16

    6. MATERIAIS E MTODOS

    6.1 MATERIAL VEGETAL E AMOSTRAS-TESTE

    O material vegetal da espcie Uncaria tomentosa (unha-de-gato) (raiz) ser

    gentilmente cedido pela Fundao Herbarium, Colombo (PR).

    O material vegetal in natura ser submetido extrao para obteno da

    frao de protenas solveis (SPF), de acordo com a metodologia descrita por

    SCHULTZ et al (2002). A frao SPF ser submetida precipitao seletiva com

    reagente de Yariv (-glucosil)3 (GANE et al., 1995), para obteno da frao de

    AGPs. O reagente de Yariv ser preparado de acordo com o mtodo de YARIV et al.

    (1962).

    Para os ensaios biolgicos, alm das fraes de AGPs da unha de gato,

    tambm sero utilizadas como fonte AGPs, a goma arbica (Sigma Chem. Co.) e o

    extrato de Echinacea purpurea L. Moench (Bioherb, Laboratrio Qumico

    Farmacutico Tiaraju Ltda).

    6.2 EXPERIMENTOS BIOLGICOS

    O estudo da ativao do sistema imune por arabinogalactana-protenas ser

    realizado com pesquisas bibliogrficas, reviso de artigos e prticas laboratoriais na

    Universidade Positivo e Hospital de Clnicas. Os experimentos biolgicos sero

    constitudos por uma anlise, detalhada a seguir, os quais verificam a

    imunomodulao mediada por AGPs em macrfagos e eritrcitos. Vale ressaltar que

    todos os procedimentos respeitaro os princpios bioeticos em todas as etapas.

  • 17

    6.2.1 Procedimentos gerais utilizados no cultivo animal

    Todas as solues utilizadas para o cultivo celular sero preparadas com

    gua ultra pura ou bidestilada. Todo o material utilizado, como vidrarias e solues

    aquosas no-termolbeis, ser esterilizado em autoclave a temperatura de 120C e

    1 atm de presso por 30 min. A esterilizao das solues termolbeis, tais como

    meio de cultura, sero realizadas por filtrao sob presso atravs de membranas

    de acetato-nitrato de celulose (0,22 m).

    6.2.2 Modelos experimentais utilizando macrfagos

    6.2.2.1 Obteno de macrfagos peritoneais

    Ratos albinos Wistar (Rattus norvegicus) do biotrio da Universidade Positivo,

    com aproximadamente trs meses de vida, pesando em torno de 300-350 g sero

    utilizados para a obteno dos macrfagos peritoneais. Aps o sacrifcio dos animais

    em cmara de gs, ser inoculado 10 ml de uma soluo estril de salina

    tamponanda (PBS) mantida a 0C na cavidade peritoneal. As clulas do exsudato

    peritoneal sero aspiradas e acondicionadas em tubos plsticos estreis, mantidos a

    4 C at sua utilizao. As clulas sero centrifugadas por 1200 rpm por 7 minutos a

    4 C e as clulas (pellet) sero ressuspensas em PBS estril. Para os experimentos,

    a suspenso celular (105 clulas.ml-1) ser distribuda em placas de cultura estreis

    de 24 poos com o meio de cultura essencial de Earle, na ausncia (controle) e na

    presena das molculas-teste e, em seguida, as placas sero mantidas em estufa

    incubadora de CO2 por 48 horas (MORETO et al., 2003).

  • 18

    6.2.2.2 Determinao da contagem e da viabilidade celular (mtodos de Azul de

    Tripan e do MTT)

    Na determinao da viabilidade celular e da contagem das clulas, ser

    realizada pela tcnica do corante vital azul de Tripan (PHILLIPS, 1973). Este corante

    penetra apenas em clulas em que a membrana plasmtica perdeu sua integridade.

    As clulas coradas portanto, so consideradas como no viveis. A suspenso de

    clulas ser diluda 50 vezes em soluo salina tamponada (PBS), e contadas

    utilizando cmaras de Neubauer e microscpio ptico. A soluo de Azul de Tripan

    ser preparada a 0,4% (m/v) em PBS. Para cada ml da suspenso celular ser

    utilizado 0,1 ml da soluo do corante. A percentagem de clulas viveis ser

    calculada atravs da seguinte relao: % clulas viveis = n de clulas no

    coradas/n de clulas totais x 100. Neste trabalho sero utilizadas somente as

    suspenses celulares com viabilidade acima de 95%.

    Outro mtodo para se determinar a viabilidade celular, ocorrer pelo mtodo

    do MTT (brometo de (3-metil-[4-5-dimetiltiazol-2-il]-2,5 difeniltetrazlio, Sigma Chem.

    Co., St. Louis, USA) ser realizada de acordo com a metodologia descrita por

    REILLY et al. (1998). Segundo o princpio do mtodo, as clulas viveis e

    metabolicamente ativas reduzem o sal tetrazlio, formando cristais de formazan

    solveis em 0,1ml de DMSO, possuindo cor roxa caracterstica. Para anlise da

    viabilidade as clulas sero incubadas por 3 h a 37 C em atmosfera de 5% CO2 em

    180 ml de soluo balanceada de Hanks (HBSS) mais 20 ml de soluo de MTT a

    500 mg.ml-1, de modo a obter-se uma concentrao final em MTT de 5 mg.ml-1. A

    seguir, o excesso de MTT ser removido e os cristais de formazan formados sero

    dissolvidos em DMSO. A leitura da absorbncia em 550 nm, com filtro de 655 nm

  • 19

    como referncia, ser realizada em leitor de microplacas, utilizando-se o solvente

    DMSO como branco (REILLY et al., 1998).

    6.2.2.3 Produo de xido ntrico

    A avaliao da produo de xido ntrico (NO) ser realizada indiretamente, a

    partir da determinao da concentrao de nitrito, o qual um produto estvel da

    reao de produo de NO no sobrenadante das culturas de macrfagos. Alquotas

    de 100 l de cada sobrenadante sero centrifugadas (2000 rpm, por 5 min),

    transferidas para placas de 96 poos e misturadas em igual proporo com o

    reagente de Griess. Este reagente, na presena de nitrito, reage produzindo um

    composto de cor lils. A densidade ptica (D.O.) de cada amostra ser ento

    determinada em leitor de microplaca em 540nm. A concentrao de nitrito, presente

    no sobrenadante das amostras ser calculada em relao a curva padro (10 M

    80 M), utilizando como padro de nitrito de sdio diludo em meio de cultura

    (MORETO et al., 2003).

    6.2.2.4 Reteno de lisossomos

    Para esta anlise ser utilizado o mtodo descrito por PIPE et al. (1995), onde

    em uma placa do tipo ELISA ser depositado 100 l da soluo de macrfagos, 100

    l de extrato nas respectivas diluies e 20 l de vermelho neutro a 2%. Aps 30

    minutos, a placa ser centrifugada por 5 minutos a 1.500 rpm. O sobrenadante ser

    descartado e os poos lavados com PBS para eliminar o vermelho neutro que no

    ser internalizado pelas clulas. Posteriormente, 100 l de soluo de extrao ser

  • 20

    adicionado para solubilizar o vermelho neutro que estava dentro dos lisossomos.

    Esta solubilizao possvel porque o vermelho neutro um corante catinico que

    se difunde atravs da membrana celular e, uma vez presente no lisossomo, fica

    aprisionado devido mudana de cargas causada pelo pH cido do sistema

    lisossomal. Finalmente, aps 30 minutos, a placa ser analisada a 550 nm utilizando

    o espectrofotmetro (Microplate reader Bio-rad - Benchmark). Vale ressaltar que os

    dados sero expressos em nm/ 2x105 clulas.

    6.2.2.5 Tcnica de anlise morfolgica atravs da microscopia de luz

    As lamnulas que sero obtidas dos poos sero fixadas com soluo de

    Bouin, durante 5 minutos temperatura ambiente e rotineiramente coradas com

    Hematoxilina-Eosina, Giemsa e Hematoxilina-Azul de Alcian. A montagem da lmina

    permanente ser realizada com resina Entelan (CUNHA, 2006).

    6.2.3 Modelo experimental para avaliar o sistema complemento Modelo experimental

    utilizando eritrcitos

    6.2.3.1 Preparo das suspenses de eritrcitos de carneiro e coelho

    Para a avaliao da hemlise sero utilizadas suspenses de eritrcitos de

    carneiro (via clssica) e de coelho (via alternativa). Para o preparo da suspenso de

    eritrcitos de carneiro sero colhidos, por puno venosa, 5 mL de sangue de

    carneiro em tubos plsticos contendo o mesmo volume da soluo anticoagulante

    Alsever. O material ser centrifugado por 15 minutos a 1000 g. Os eritrcitos do

  • 21

    pellet sero lavados trs vezes com tampo HEPES e aps a centrifugao final,

    ressuspendidos no mesmo tampo na concentrao final de 0,6%. Para o preparo

    da suspenso de eritrcitos de coelho foram colhidos, por puno cardaca, 5 mL de

    sangue de coelho em tubos plsticos contendo o mesmo volume da soluo

    anticoagulante Alsever. O material ser centrifugado por 15 minutos 1000 g. Os

    eritrcitos do pellet sero lavados trs vezes com Tampo HEPES/EGTA com Mg+2

    aps a centrifugao final, ressuspendidos no mesmo tampo na concentrao final

    de 0,6%.

    6.2.3.2 Avaliao da via alternativa

    Alquotas de 100 l dos soros dos camundongos (grupos controle e teste)

    sero incubados em tubos do tipo eppendorfs com 50 l da suspenso de

    eritrcitos de coelho 0,6% em HEPES/EGTA com Mg+2, seguido da adio de 50 l

    do mesmo tampo. Os tubos sero incubados durante 90 minutos a 37 C Os tubos

    sero centrifugados a 2000 rpm por 3 minutos e o sobrenadante transferido para

    placas de fundo chato para posterior leitura a 405 nm.

    6.2.3.3 Avaliao da via clssica

    Para obteno de anticorpos anti - hemcias de carneiro, sero inoculados IP

    em camundongos suos com peso entre 20-30g, 200 l de suspenso estril, de

    eritrcitos de carneiro 2%. O soro desses animais ser obtido seis dias aps a

    inoculao. O soro obtido ser incubado a 50C por 30 minutos para inativao do

    complemento. Sero incubados em tubos do tipo eppendorfs 80 l dos soros de

  • 22

    camundongos (duplicata para cada grupo experimental) com 50l da suspenso de

    eritrcitos de carneiro 0,6% em Tampo Hepes e ainda 50 l de anticorpo anti-

    eritrcitos de carneiro diludo 1/10 em mesmo tampo. Os tubos sero incubadas

    por 90 minutos 37 C e ento centrifugados a 2000 rpm por 3 minutos. O

    sobrenadante transferido para placas de fundo chato para leitura a 405 nm. Os

    resultados obtidos de ambas as vias (percentagem de inibioda hemlise) sero

    comparados com soros controles incubados apenas som o veculo dos extratos

    onde a hemlise ser considerada como 100% de hemlise (sistema complemento

    100% ativado).

    6.3 Delineamento experimental e anlise estatstica

    Para os ensaios biolgicos em macrfagos, cada tratamento consistir de 10

    repeties (1 repetio = 1 poo da placa de cultura). Cada experimento ser

    repetido pelo menos duas vezes. Para os ensaios biolgicos utilizando eritrcitos

    humanos, cada experimento ser realizado em duplicata sendo repetido pelo menos

    quatro vezes. Para os experimentos de ensaios de hemlise, os experimentos sero

    repetidos trs vezes para concentrao a ser escolhida. Todos os dados obtidos nos

    ensaios com macrfagos, viabilidade celular e teste de fixao de complemento e

    inibio de hemlise sero submetidos a anlise de varincia ANOVA. Para avaliar

    as diferenas entre os tratamentos e controle ser utilizado o teste de Tukey, que

    permite estabelecer a diferena mnima significante entre duas mdias. Os

    resultados sero expressos como mdia desvio padro (mdia dp) sendo

    considerados estatisticamente significativos os valores comparados ao nvel de

    significncia de p0,05.

  • 23

    6.4 Aspectos bioticos e de biosegurana

    As atividades referentes ao bio-ensaios utilizando animais de laboratrios ou

    sangue humano sero realizadas respeitando os critrios exigidos pelo conselho de

    tica e pesquisa da Universidade Federal do Paran.

    6.5 Coleta de dados sobre a utilizao da Uncaria tomentosa no Programa de

    Fitoterapia de Londrina e sobre o conhecimento popular de plantas medicinais

    A coleta das informaes sobre a utilizao da Uncaria tomentosa no

    Programa de Fitoterapia de Londrina ser realizada empregando o uso de formulrio

    ou questionrio semi-estruturado (MARTIN, 1995), destacando os aspectos com

    relao s indicaes, modo de administrao, efeitos colaterais, contra-indicaes

    e principais resultados obtidos. O pblico alvo para esta etapa ser os profissionais

    envolvidos no Programa de Fitoterapia de Londrina.

    A metodologia empregada para coleta de informaes sobre o conhecimento

    e a utilizao popular da Uncaria tomentosa, incluir o uso de formulrio semi-

    estruturado (MARTIN, 1995), abordando os aspectos como tipos de plantas

    utilizadas e suas propriedades medicinais, tipos de doenas, o modo de

    administrao e o conhecimento sobre efeitos txicos ou colaterais das plantas

    utilizadas (Anexo 1).

    O pblico alvo para esta etapa estaro localizados em centros comunitrios

    ou associaes de bairro, de preferncia populao de adultos e idosos, os quais,

    trazem consigo os conhecimentos populares adquiridos por herana. A escolha da

    comunidade ser feita em momento oportuno.

  • 24

    importante destacar que a divulgao das informaes tcnico-cientficas

    sobre a Uncaria tomentosa, ou qualquer outra espcie medicinal no tero o

    propsito de incentivar a automedicao, nem indicar qualquer forma de tratamento

    de quaisquer doena, nem substituir ou alterar qualquer tratamento sem o

    consentimento mdico. Todo o material bibliogrfico dever ser publicado ou

    transmitido de acordo com as normas tcnicas das legislaes vigentes*.

    *(http://www.anvisa.gov.br, ANVISA Resoluo - RE n 88, de 16 de maro de 2004 D.O.18/03/2004

    Determina a publicao da "Lista de referncias bibliogrficas para avaliao de segurana e eficcia

    de fitoterpicos", Resoluo - RE n 89, de 16 de maro de 2004 D.O.18/03/2004 Determinar a

    publicao da "Lista de registro simplificado de fitoterpicos" Resoluo - RE n 90, de 16 de maro

    de 2004 D.O.18/03/2004 Determinar a publicao da "Guia para a realizao de estudos de

    toxicidade pr-clnica de fitoterpicos" Resoluo - RE n 91, de 16 de maro de 2004

    D.O.18/03/2004 Determinar a publicao da "Guia para realizao de alteraes, incluses,

    notificaes e cancelamentos ps registro de fitoterpicos", http://www.ibpm.org.br/legislao)

  • 25

    7 CRONOGRAMA

    PERODO DE EXECUO

    ETAPA MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

    Reviso bibliogrfica X X X X X X X X X X

    Elaborao do projeto X X X X

    Apresentao do projeto X

    Preparo de materiais, solues e

    reagentes

    X X X X X X

    Isolamento e caracterizao de

    AGPs presentes em Uncaria

    tomentosa

    X X X X X

    Experimentos biolgicos em

    macrfagos: produo de xido

    ntrico, reteno de lisossomos e

    anlises morfolgicas

    X X X X

    Experimentos biolgicos em

    eritrcitos: via clssica e via

    alternativa do sistema

    complemento

    X X X

    Anlises dos resultados e

    redao de trabalhos cientficos

    X X X X X

    Coleta de informaes

    etnobotnicas em comunidades

    nativas e no programa de

    fitoterapia

    X X X

    Elaborao da monografia X X X X X

    Defesa da monografia X

  • 26

    8 RECURSOS FINANCEIROS

    Os equipamentos e reagentes dos experimentos sero todos cedidos pelas

    instituies de ensino: Universidade Federal do Paran (Departamento de

    Bioqumica e Biologia Molecular; Departamento de Patologia Mdica), Universidade

    Positivo e UNICENTRO (campus Guarapuava).

  • 27

    REFERNCIAS

    ABBAS, A.K.; LICHTMAN, A. H.; POBER, J. S. Imunologia Celular e Molecular, 4a

    Ed, Revinter, RJ, Brasil, 2003.

    ARINAGA, S., KARIMINE, N., TAKAMUKU, K. et al. Enhanced production of

    interleukin-1 and tumor necrosis factor by peripheral monocytes after lentinan

    administration in patients with gastric carcinoma. Int. J. Immunopharmacol., v. 14,

    p. 43-47, 1992.

    BOHN, J. A.; BEMILLER, J. N. (13)--D-glucans as biological response modifiers: a review of structure-functional activity relationships. Carbohydrate Polymers, v. 28,

    p. 3-14, 1995.

    CLARKE, A.E.; ANDERSON, R.L.; STONE, B.A. Form and function of

    arabinogalactans and arabinogalactan-proteins. Phytochemistry, v. 18, p. 521-540,

    1979.

    CLASSEN B, WITTHOHN K, BLASCHEK W Characterization of an arabinogalactan-

    protein isolated from pressed juice of Echinacea purpurea by precipitation with the

    beta-glucosyl Yariv reagent. Carbohydr Res 327:497504, 2000.

    CLASSEN, B.; BLASCHEK, W. An arabinogalactan-protein from cell culture of Malva sylvestris. Planta Medica, v. 68(3), p. 232-236, 2002.

    CLASSEN B, MAU S-L, BACIC A The arabinogalactanproteins from pressed juice of

    Echinacea purpurea belong to the hybrid class of hydroxyproline-rich glycoproteins.

    Planta Med 71:5966, 2005.

  • 28

    CLASSEN, B. Characterization of an arabinogalactan-protein from suspension

    culture of Echinacea purpurea Plant Cell Tiss Organ Cult, v. 88, p. 267275, 2007.

    CUNHA, M. M. Atividade imunomoduladora e produo de xido ntrico em

    macrfagos intraperitoneais de ratos wistar, na presena de polissacardeos

    de Anacardium occidentale Monografia (Cincias Biolgicas). Setor de Ciencias

    Biolgicas e da Sade, Centro Universitrio Positivo, Curitiba, PR, 2006, 14 p.

    GANE, A.M.; CRAIK, D.; MUNRO, S.L.A.; HOWLETT, G.J.; CLARKE, A.E.; BACIC,

    A. Structural analysis of the carbohydrate moiety of arabinogalactan-proteins from

    stigmas and styles of Nicotiana alata. Carbohydr. Res., v. 277, p. 67-85, 1995.

    GORDON, S. Pattern Recognition Receptors Doubling Up for the Innate Immune Response Cell, v. 111, p. 927-930, 2002.

    FINCHER, G.B.; STONE, B.A.; CLARKE, A.E. Arabinogalactan-proteins: structure,

    biosynthesis, and function. Ann. Rev. Plant Physiol., v. 34, p. 47-70, 1983.

    JOHNSON, H. M., RUSSELL, J. K., PONTZER, C. H. Superantigens in human

    disease. Scientific American, p. 42-73, April 1992.

    JOHNSTON Jr, R.B.; GODZIK, C.A.; COHN, Z.A. Increase superoxide anion

    production by immunologically activated and chemically elicited macrophages. J.

    Exp. Med., v. 48, p. 115-127, 1978.

    KAJDACSY-BALLA, A.; DOI, E.; BAGASRA, O. Activation of factor B of the

    alternative pathway of complement: Assessment by rocket immunoelectrophoresis.

    Amer J. Pathol., v. 88, p. 66-73, 1987.

    KREUGER, M.; VAN HOLST, G-J. Arabinogalactan proteins are essential in somatic

    embryogenesis of Daucus carota L. Planta, v. 189, p. 243-248, 1993.

  • 29

    MAJEWSKA-SAWKA, A.; NOTHNAGEL, E. A. The multiple roles of arabinogalactan

    proteins in plant development. Plant Physiol, v. 122, p.3-9, 2000.

    MAYER, M.M. Complement and complement fixation. In: Experiment

    immunochemistry. KABAT, E.A.; MAYER, M.M. (Eds). C.C. Thomas, Springfield, p.

    133-154, 1973.

    MESSIAS, I.T.; MOHREN, D.; KAJDACSY-BALLA. A inhibition of the classical and

    alternative pathways of the humam complement system by glycosaminoglycan

    polysulfate. Journal of Investigational Allergology & Clinical Immunology, v.

    4(4), p. 172-176, 1994.

    MICHAELSEN, T.E.; GILJE, A.; SAMUELSEN, A.B.; HGSEN, K; PAULSEN, B.S.

    Scan, J. Immunol., 2000, 52, 483.

    MILGROM, H.; CURD, J.G.; KAPLAN, R.A.; MUELLER-EDERHARD, HJ.;

    VAUGHAN, J.H. Activation of the fourth component of complement (C4):

    Assessment by rocket immunoelectrophoresis and correlation with the metabolism of

    C4. J. Immunol., v. 124, p. 2780-2785, 1980.

    MORETO, M.; et al . Effect of an acidic heteropolysaccharide (ARAGAL) from the

    gum of A. colubrina on peritoneal macrophages. Immunology Letters, v. 89, n. 2-3,

    p. 175-185, 2003.

    MOTOSE, H.; SUGIYAMA, M.; FUKUDA, H. A proteoglycan mediates inductive

    interaction during plant vascular development. Nature, v. 429, p. 873-878, 2004.

    PAULSEN, B. S. Plant Polysaccharides with Immunostimulatory Activities, Current

    Organic Chemistry, v. 5, p. 939-950, 2001.

  • 30

    PLANT NAMES PROJECT. The Internacional Plant Names Index. Disponvel em:

    Acesso em: 24 de jun. 2008.

    PETTOLINO, F.; LIAO, M-L.; ZHU, Y.; MAU, S.L.; BACIC, A. Structure, function and

    cloning of arabinogalactan-proteins (AGPs): an overview. Foods Food Ingredients

    J. Jpn., v 211, p. 12-25, 2006.

    PLATTS-MILLS, T.A.E.; ISHEZAKA, K.. Activation of the alternative pathway of

    human complement by rabbit cells. J. Immunol, v. 113, p.348-358, 1974.

    POPOV, S.V.; POPOVA, G.Y.; OVODOVA, R.G.; BUSHNEVA, O.A.; OVODOV, Y.S.

    Effects of polysaccharide from Silene vulgaria on phagocytes. Int. J.

    Immunopharmacol., Kidlington, v. 21, p. 617-624, 1999.

    REILLY, T.P.; BELLEVUE, F.H.; WOSTER, P.M.; SVENSSON, C.K. Comparison of

    the in vitro cytotoxicity of hydroxylamine metabolites of sulfamethoxazole and

    dapsone. Biochem. Pharmacol., v. 55, p. 803-810, 1998.

    ROSS, W. D., VETVICKA, V. CR3 (CD11b, CD18): a phagocyte and NK cell

    membrane receptor with multiple ligand specificities and functions. Clin. Exper.

    Immun., v. 92, p. 181-184, 1993.

    SCHULTZ, C. J.; JOHNSON, K. L.; CURRIE, G.; BACIC, A. The classical

    arabinogalactan protein gene family of Arabidopsis. The Plant Cell, v. 12, p. 1751-

    1767, 2000.

    SERPE, M. D.; NOTHNAGEL, E. A. Heterogeneity of arabinogalactan-proteins on

    the plasma membrane of Rose cells. Plant Physiol., v. 112, p. 1261-1271, 1996.

    SHOWALTER, A.M. Arabinogalactan-proteins: structure, expression and function.

    Cell. Mol. Life Sci., v. 58, p. 1399-1417, 2001.

  • 31

    SIMES, C. M. Plantas Medicinais Populares do Rio Grande do Sul. Porto

    Alegre, Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 3 rd Ed., 1989.

    SUZUKI, I., ITANI, T., OHNO, N. et al. Effect of a polysaccharide fraction from Grifola

    frondosa on immune response in mice. J. Pharmacobiodynamics, v. 8, p. 217-226,

    1985.

    TAKADA, Y.; ARIMOTO, Y. MINEDA, H. TAKADA, A. Inhibition of the classical and

    alternative pathways by amino acids and their derivatives. Immunology, v. 34, p.

    1625-1630, 1978.

    THUDE, S.; CLASSEN, B.; BLASCHEK, W.; BARZ, D.; THUDE, H. Binding studies

    an arabinogalactan-protein from Echinacea purpurea to leucocytes. Phytomedicine,

    v. 13, p. 425-427, 2006.

    YAMADA, H.; NAGAI, T.; CYONG, J.C.; OTSUKA, Y.; TOMODA, M.; SHIMIZU, N.;

    SHIMADA, K. Relationship between chemical structure and anti-complementary

    activity of plant polysaccharides Carbohydr. Res., 1985,144, 101.

    YARIV, J.; RAPPORT, M.M.; GRAF, L. The interaction of glycosides and saccharides

    with antibody to the corresponding phenylazo glycosides. Biochem. J., v. 85, p. 383,

    1962.

  • 32

    ANEXO

    FORMULRIO PARA PESQUISA DE CAMPO ETNOBOTNICA E ETNOFARMACOLGICA DA UNHA DE GATO (Uncaria tomentosa Will DC.)

    1. IDENTIFICAO DO ENTREVISTADO N: ________________________1.1. Nome....................................................................................................................................................1.2. Sexo [ ] masculino [ ] feminino1.3. Endereo: R: .........................................................................Bairro: ..................................................1.4. [ ]rea urbana [ ] rea rural1.5. Religio ou Crena...............................................................................................................................1.6. Idade: .............anos 1.7. Profisso:.............................................................................................................................................1.8. Estado civil [ ] solteiro(a) [ ] casado(a) outro:............................................................................1.9. Idade e nmero de pessoas que vivem na mesma casa:......................................................................1.10. Local de Nascimento, cidade e estado:..............................................................................................1.11. Onde foi criado (a), cidade e estado: ................................................................................................1.12. Grau de instruo ou escolaridade: [ ] analfabeto [ ] alfabetizado [ ] 1 grau completo [ ] 2 grau completo [ ] 3 grau completo Outros:.......................................................................1.13. Renda familiar [ ] 3SM [ ] conta prpria*SM salrio mnimo

    2. CONHECIMENTO GERAL SOBRE A FITOTERAPIA E PLANTAS MEDICINAIS2.1. Compare a alopatia com a fitoterapia, citando vantagens e desvantagens.

    2.2. Voc acredita que o uso de plantas medicinais no tratamento complementar alopatia? Pode ser usado como terapia nica?

    2.3. Voc conhece e utiliza alguma planta de carter medicinal? E a unha de gato? Cite a(s) outra(s).

    2.4. Qual(is) a(s) doena(s) que voc conhece na(s) qual(is) utiliza o tratamento base de plantas medicinais ?

    2.5. Cultiva alguma planta medicinal? Como cultiva essas plantas?

    2.6. Voc acredita na fitoterapia? Voc acha que esta terapia seja utilizada no combate ou controle de alguma doena?

    2.7. Como adquiriu informaes sobre o tratamento de sintomas ou doenas usando plantas?[ ] Com familiar que conhecia o assunto [ ] Em livros [ ] Experincia pessoal Outros:....................................................................................................................................................

    2.8. Sabe qual a origem do conhecimento da pessoa que lhe ensinou, caso tenhaaprendido com algum?..........................................................................................................................

    2.9. Ensina para outras pessoas? [ ]Sim [ ] NoComo:.....................................................................................................................................................

  • 33

    3. CONHECIMENTO ESPECFICO DAS PLANTAS MEDICINAIS

    Nome popular da planta

    Descrio da planta(Como a reconhece)

    Indicao no tratamento, contra-indicao e efeitos

    colaterais (sintomas)

    Parte utilizada da planta e melhor poca de

    colheita*

    Modo de extrao para no matar a planta (se

    for raiz ou caule)

    Freqncia e quantidade da dose administrada

    Modo de preparo

    Modo de Conservao

    Observaes

    * Estao do ano, fase da lua, hora do dia e/ou estado da florao

    4. IDENTIFICAO DO ENTREVISTADOR4.1. Nome: ..................................................................................................................................................4.2.Idade:..............................................................4.3.Profisso:................................................................4.4. Contato:................................................................................................................................................