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  • 5/24/2018 Unidade 2R

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    UNIDADE 2

    SNTESE DOS POLMEROS

    Nesta unidade ser abordado um estudo das

    diferentes reaes qumicas de produo de

    polmeros. O aprendiz familiarizar-se- com as

    vrias snteses bem como com as variveis fsicas

    e qumicas que so importantes na formao dos

    polmeros.

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    2.1. Introduo

    Polimerizao a reao ou o conjunto de reaes nos quais molculas

    simples reagem entre si formando uma macromolcula de alta massa molar. Durante

    esse processo, algumas variveis so mais ou menos importantes, dependendo da

    sua influncia na qualidade do polmero formado.

    Variveis como, temperatura da reao, presso, tempo, presena e tipo de

    iniciador e agitao so consideradas variveis primria. Inibidor, retardador,

    catalisador, controlador de massa molar, quantidade de reagentes e demais agentes

    especficos, so considerados variveis secundrias.

    2.1.1. Como os polmeros so feitos?

    Os polmeros so produzidos sinteticamente atravs da reao de

    polimerizao de seus monmeros. Um dos mtodos mais utilizados, nas indstrias,

    para a produo de polmeros de vinilas a polimerizao em emulso. Este processo

    envolve uma emulso estvel de gua, monmeros dos polmeros, e um surfactante

    (sabo ou detergente) como o agente emulsificante. Os surfactantes formam micelas,

    que dissolvem os monmeros, geralmente hidrofbicos. Os iniciadores de radicais

    livres, quando jogados na fase aquosa, tambm migram para a fase micelar, iniciando

    a polimerizao. As vantagens deste mtodo incluem o baixo consumo de energia (a

    reao pode ser feita mesmo na temperatura ambiente) e a obteno de polmeros

    com grande massa molar. A maior desvantagem que a formulao relativamente

    complexa se comparada com os outros mtodos, e requer uma etapa de purificao

    do polmero que, algumas vezes, pode ser problemtica.

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    Figura 2.1 Esquema de preparo de polmeros

    Fonte: www.qmc.ufsc.br/qmcweb/artigos/polimeros.html

    2.2. Classificao dos processos de Polimerizao

    Os processos de preparao de polmeros podem ser classificados de axcordo

    com:

    Nmero de monmeros (forma homopolmeros, copolmeros, terpolmeros)

    Tipo de Reao (adio etnica, esterificao, amidao, acetilao, etc)

    Mecanismo da reao

    Velocidade de crescimento da cadeia

    Formao de subprodutos micromoleculares

    Os tipos de reaes usadas na obteno de polmeros geramente so, as

    reaes de adio ou de condensao. Entretanto podemos citar ainda as reaes

    com abertura de anel.

    2.2.1. Reaes de adio - polimerizao em cadeia

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    A polimerizao em cadeia um importante mtodo de preparao de

    polmeros industriais e envolve a adio de molculas insaturadas em cadeia de

    crescimento rpido. Os compostos mais comuns insaturados que se submetem a

    reao em cadeia de polimerizao so olefinas, como exemplificado pela seguinte

    reao de um monmero vinil.

    O polmero formado pelas reao de adio ou em cadeia um produto de

    radicais livres, e a polimerizao ocorre atravs de um mecanismo em cadeia. Reao

    em cadeia de polimerizao induzida pela adio de radicais livres, formando

    reagentes ou por iniciadores. Todas as reaes em cadeia envolvem trs etapas

    fundamentais: iniciao, propagao, e terminao.Alm disso, uma quarta etapa

    chamada de transferncia de cadeia pode estar envolvida.

    2.2.1.1. Inicicao

    A iniciao envolve a formao de stio ativo a partir do monmero. Isso pode

    ocorrer espontaneamente pela absoro de calor, luz (ultravioleta), ou irradiao de

    alta energia. Entretanto, freqentemente, o incio da formao do stio ativo

    provocado pela adio de pequenas quantidades de compostos chamados iniciadores.Iniciadores so compostos do tipo perxidos, azo compostos, cidos de Lewis

    e reagentes organometlicos. E no so considerados catalisadores uma vez que, so

    quimicamente alterados no decorrer da polimerizao. Um iniciador geralmente um

    composto orgnico fraco, que pode ser decomposto termicamente ou por irradiao e

    produzir radicais livres, que so molculas contendo tomos com eltrons

    desemparelhados. Uma variedade de compostos se decompem quando aquecidos a

    formam radicais livres. Dialquil perxidos (ROOR), diacilperoxidos (RCO-O-O-CO-R),

    hidroperxidos (ROOH), e compostos azo (RN=NR) so compostos orgnicos tpicos

    que podem ser decompostos termicamente para a produo de radicais livres.

    Perxido de benzola, azobisisobutironitrila, e di-t-butilperoxido so iniciadores

    comumente usados para formao de radicais livres.

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    A decomposio trmica do perxido de benzola, que acontece entre 60 e 90

    C, envolve a clivagem homoltica da ligao O-O para produzir radicais livres de

    benzola que podem reagir com os radicais fenila e com dixido de carbono. A

    decomposio trmica da matria orgnica apropriado apenas para polimerizaes

    realizadas em temperatura ambiente ou superior.Um exemplo de formao de radicais

    livres fotoquimicamente induzidos a decomposio dos azo-bisisobutironitrila por

    curto comprimento de onda da luz visvel ou radiao ultravioleta em temperaturas na

    faixa de 0 C, onde no ocorre a iniciao trmica. Na polimerizao por radicais livres

    realizadas em meio aquoso, a decomposio do perxido ou persulfato grandemente

    acelerada pela presena de um sistema de reduo. Este mtodo de iniciao de

    radicais livres conhecido como iniciao redox. A taxa de formao dos radicais

    livres nas reaes redox permitem polimerizaes temperaturas mais baixas. Abaixo

    so mostradas reaes tpicas para polimerizao em emulso.

    S2O82- + HSO3

    - SO42- + SO4

    -+HSO3 Eq. 2.5

    S2O82- + S2O3

    - SO42-+ SO4

    -+ S2O3- Eq.2.6

    HSO3- + Fe3+ HSO3+ Fe

    2+ Eq.2.7

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    A Tabela 2, mostra as radiaes solares e seus devidos comprimentos de

    ondas bem como a regio onde ocorre a radiao.

    Tabela 2.1 Radies solares e seus comprimentos de ondas

    Principais regies do espectro eletromagntico das radiaes solaresRegio do espectro Eletromagntico Comprimento de Onda

    Raios csmicos 5x10- nm

    Raios- 1x10-3-14x10-2nm

    Raios-X 1x10- 15 nm

    Radiao ultravioletaDistante (no vcuo)

    Prximo (no ar)

    15-200 nm

    200 400 nm

    Radiaes no visvel 400-800 nm

    Radiaes no InfravermelhoPrximo, Vibracional,

    rotacional, Distante

    8x10- -2,5 mm

    2,5 25 mm

    25x10-3-5x10-1mm

    Microondas Radar, Calor0,5 300 nm

    10 nm

    Ondas de RdioCurtas (TV, Internet)

    Mdias, Longas

    03],3 30 m, 30 550 m

    Acima de 550 m

    Os ons iniciadores, persulfatos (K,2S2O8) reage com um agente redutor como o

    on bissulfito (NaHSO3) para produzir radicais para a iniciao redox (Equaes 4 e 5).

    O on frrico pode tambm ser utilizado como uma fonte de radicais (Equao6).

    Outras reaes redox envolvem o uso de hidrxidos de alquila e um agente

    redutor, como on ferroso (Equao 7)

    Como indicado anteriormente, a polimerizao por radicais livres de alguns

    monmeros pode ser iniciada por aquecimento ou expondo os monmeros luz ou a

    irradiao de alta energia, como raios-X, raios-e raios-. A irradiao de monmeros

    com alta energia pode ser realizada tanto no estado slido ou em soluo. Ela

    certamente no to seletiva como iniciao fotoltica.

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    Ao escolher um iniciador para a polimerizao por radicais livres, os

    parmetros importantes que devem ser considerados so a faixa de temperatura a ser

    utilizada para a polimerizao e a reatividade dos radicais formados. A presena de

    alguns promotores, aceleradores e a natureza do monmero afectam frequentemente

    a taxa de decomposio de iniciadores. Por exemplo, a decomposio de perxido de

    benzola pode ser acelerada em temperatura ambiente, empregando aminas ternria

    ou quaternria.

    A presena de humidade no afeta muito os processos de iniciao por

    radicais livres, mas a presena de oxignio inibe em muito os processos. Os radicais

    livres so inativados pela reao com o oxignio para formar perxidos ou

    hidroperxidos. Para monmeros como o estireno e metilmetacrilato, que so

    suscetveis a essa inibio, reaes de iniciao so realizados em uma atmosfera

    livre de oxignio como o nitrognio. Deve ser enfatizado tambm que os perxidos

    orgnicos, quando sujeitos a choques e temperaturas elevadas, podem explodir.Portanto, esses compostos devem ser manuseados com cuidado. O incio da

    polimerizao ocorre em duas etapas sucessivas. A primeira etapa envolve a

    formao de radicais de acordo com os processos discutidos acima. Isso pode ser

    representado em geral como:

    A segunda etapa a adio do radical iniciador molcula de um monmero

    vinlico

    Os fragmentos de iniciadores tm sido mostrados pela anlise do grupo

    finalizador do polmero tornando-se parte do crescimento da cadeia. Na prtica

    comercial 60 a 100% de todos os radicais livres gerados fazem a iniciao da

    polimerizao.

    A Tabela 2.2 mostra os tipos de iniciadores, suas fontes de energia e suas

    espcies ativas.

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    Tabela 2.2 Tipos de Iniciao na Polimerizao por Adio

    Tipos de Iniciao na Polimerizao por Adio

    Iniciao Iniciador Fonte de Energia Espcie Ativa

    Fsica

    Radiaes de baixa Energia Calor, raios ultravioleta Radicais livres

    Radiaes de alta energia Raios-, raios-X Radicais livres

    Eltrons Corrente eltrica

    Radicais

    livres,ons,

    complexos

    Qumica

    PercompostosPerxidos,

    hidroperxidosRadicais Livres

    Azoderivados Azonitrilas Radicias Livres

    cidos de Lewis Halogenetos deAl,Ti,Sn

    Ctions

    Bases de LewisMetal-alquilas,

    reagentes de Grignardnions

    Catalisadores Ziegler-Natta

    Halogenetos de metal

    de transio/organo-

    aluminio

    Coplexos

    catalticos

    Catalisadores de Kaminsky

    Metalocenos/alquil-

    aluminoxanos

    Complexos

    catalticos

    2.2.1.2. Propagao

    A propagao, que ocorre logo aps a iniciao, considerada a fase mais

    importante em uma polimerizao. muito rpida e nela ocorre crescimento da cadeia

    atingindo o peso molecular final, assim como o maior ou menor grau de regularidade

    estrutural da cadeia e, portanto, a polidisperso. Durante a propagao, o monmero

    iniciador se adiciona a outros monmeros normalmente mihares de molculas demonmeros numa rpida sucesso. Isto envolve a adio de um radical livre a uma

    dupla ligao do monmero, com gerao de outro radical. O stio ativo ento

    continuamente recolocado ao final da cadeia polimrica em crescimento.

    O crescimento da cadeia continuar at ocorrer a terminao, ou seja, at que

    cadeia crescente seja desativada por terminao da cadeia ou por transferncia.

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    O tomo de carbono substitudo considerado como a cabea e o tomo de

    carbono insubstitudo a cauda do monmero. H, portanto, trs maneiras possveis

    para a etapa de propagao para ocorrer:

    a) cabea-cauda,

    b) cabea-cabea,

    c) cauda-cauda.

    A distribuio aleatria destas espcies ao longo da cadeia molecular pode ser

    esperada. No entanto, as ligaes cabea-cauda, onde os substituintes ocorrem em

    tomos de carbono alternados, so predominante; s vezes ocorrem interrupes

    ocasionais, mudando para ligaes cabea-cabea ou ligaes cauda-cauda.

    2.2.1.3. Terminao

    Na terminao, a atividade de crescimento de uma cadeia polimrica radical

    destruda pela reao com um outro radical livre no sistema de produo do polmero.

    A terminao pode ocorrer pela reao do polmero com radicais iniciadores (Equao

    12).

    As reaes de terminao mais importantes na produo de polmero so a

    combinao (ou acoplamento) e o desproporcionamento.

    2.2.1.3.1. Combinao e desproporcionamento

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    Na terminao por combinao, duas cadeias polimricas em crescimento

    reagem com o mtuo objetivo de destruio da atividade de crescimento (Equao

    2.14).

    A terminao por desproporcionamento ocorre a transferncia de um tomo de

    uma cadeia polmerica (geralmente hidrognio) para outra (Equao 2.15).

    As reaes de combinao produzem um nico polmero, enquanto que asreaes de desproporcionamento resultam em dois polimeros diferentes. A reao de

    terminao predominante depender da natureza do monmero reagente e da

    temperatura. Por exrmplo, o desproporcionamento requer uma energia maior para a

    quebra de ligaes, como, as ligaes C-H, portanto exige-se temperaturas mais altas.

    As reaes de combinao de radicais ocorrem em tempratuaras mais baixa.

    2.2.1.3.2. Transferncia de Cadeia

    Idealmente, a polimerizao por radicais livres envolve trs etapas bsicas:iniciao, propagao e terminao, como discutido acima. No entanto, uma quarta

    etapa, chamada de transferncia de cadeia, geralmente est envolvida. Nas reaes

    de transferncia de cadeia, a cadeia polimrica crescente desativada ou terminada

    pela transferncia de sua atividade de crescimento para uma espcie inativa, como

    ilustrado na Equao 2.16.

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    2.2.1.4. Polmeros de adio e suas Aplicaes

    A Tabela 2.3 apresenta alguns polmeros e suas aplicaes, bem como o

    monmero que gerar o polmero.

    Tabela 2.3 Polmeros e suas aplicaes

    POLMEROMONMERO(S) APLICAO

    Polietileno etilenobaldes, sacos de lixo, sacos

    de embalagens

    Polipropileno propilenocadeiras, poltronas, pra-

    choques de automveis

    PVC cloreto de vinilatubos para encanamentos

    hidrulicos

    Isopor estireno isolante trmico

    Orlon acrilnitrilol sinttica, agasalhos,

    cobertores, tapetes.

    Plexiglas "Vidro plstico"

    Acrlicosmetilacrilato de metila

    plstico transparente muito

    resistente usado em portas e

    janelas, lentes de culos.

    Teflon tetrafluoretilenorevestimento interno de

    panelas

    Borracha fria isobutenopneus, cmaras de ar e

    objetos de borracha em geralBorracha natural isopreno

    Neopreno ou duopreno cloropreno

    Buna1,3-butadieno

    butadieno

    2.2.2. Reaes de condensao

    A reao de condensao uma reao qumica em que duas molculas se

    combinam para formar uma nica molcula, descartando outra molcula menor

    durante o processo. Quando essa molcula menor a gua, a reao conhecida

    como reao de desidratao; outras molculas menores perdidas na reao podem

    ser o cloreto de hidrognio, metanol ou cido actico.

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    Esses polmeros so formados a partir de monmeros iguais ou diferentes,havendo eliminao de molculas simples (H2O, NH3etc).

    As reaes de condensao so importantes porque, alm dos polmeros

    tradicionais, como resinas fenlicas, uricas, melamnicas, epoxdicas etc, permitem

    tambm a obteno de polmeros bastante sofisticados, que apresentam excepicional

    desempenho e que, por algum tempo, eram conhecidos como novos materiais.

    Na polimerizao por condensao os trs estgios, iniciao, propagao e

    terminao so confundidos. As reaes se processam semelhantemente ao que

    ocorre com as molculas no-polimricas. Geralmente, as policondensaes

    envolvem dois tipos de monmeros e a cadeia polimrica resultante correponde a um

    co-polmero.

    2.2.2.1. Polmeros Resultantes de Policondensao (Reao em Etapas)

    A - Polisteres

    Dilcool + dicido = dister

    Dister + dister + dister + dister = polister

    dister + dicido + dister + dicido = polister

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    B - Poliamidas

    poliamida 11, poliamida, 66 poliamida 610.

    Diamina+ dicido = diamida

    Diamida + diamida+ diamida+ diamida = poliamida

    C - resinas fenlicas

    Resina de fenol-formaldedo

    Molcula de fenol + molcula de formaldedo resina fenol-formladedo

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    D - resinas Aminadas

    Resina uria-formaldedo,

    Molcula de uria + molcula de formaldedo resina uria-formladedo

    Molcula de uria + molcula de formaldedo resina uria-formladedo

    E Poliuretanas

    Diisocianato+ dilcool (diol) = diuretana

    Diisocionatos + polilcool (poliol) = poliuretano

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    A seguir sero discutidas a obteno de vrios polmeros de condensao.

    Polifenol ou Baquelite: obtido pela condensao do fenol com o

    formaldedo (metanal). No primeiro estgio da reao, forma-se um polmero

    predominantemente linear, de massa molecular relativamente baixa, conhecido

    como novolae. Ele usado na fabricao de tintas, vernizes e colas para

    madeira. A reao, no entanto, pode prosseguir, dando origem baquelite, que

    um polmero tridimensional. A baquelite o mais antigo polmero de uso

    industrial (1909) e se presta muito bem fabricao de objetos moldados, tais

    como cabos de panelas, tomadas, plugues etc.

    Polmero uria-formaldedo: um polmero tridimensional obtido a partir da

    uria e do formaldedo. Quando puro transparente, e foi por isso usado como

    o primeiro tipo de vidro plstico. No entanto, ele acaba se tornando opaco e

    rachando com o tempo. Este defeito pode ser evitado pela adio de celulose,

    mas ele perde sua transparncia, sendo ento utilizado na fabricao de

    objetos translcidos. Esse polmero tambm usado em vernizes e resinas, naimpregnao de papis. As resinas fenol-formaldedo e uria-formaldedo so

    usadas na fabricao da frmica.

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    Polmero melamina-fomaldedo ou Melmae: de estrutura semelhante

    anterior, porm, trocando-se a uria pela melamina (veja a estrutura abaixo).

    Foi muito utilizada na fabricao dos discos musicais antigos.

    Polisteres: Resultam da condensao de policidos (ou tambm seus

    anidridos e steres) com polilcoois. Um dos polisteres mais simples e mais

    importantes obtido pela reao do ster metlico do cido tereftlico com

    etileno-glicol. usado como fibra txtil e recebe os nomes de terilene ou

    dacron. Em mistura com outras fibras (algodo, l, seda etc) constitui o tergal.

    Poliamidas ou Nylons: Estes polmeros so obtidos pela polimerizao de

    diaminas com cidos dicarboxlicos. Os nylons so plsticos duros e tmgrande resistncia mecnica. So moldados em forma de engrenagens e

    outras peas de mquinas, em forma de fios e tambm se prestam

    fabricao de cordas, tecidos, garrafas, linhas de pesca etc. O mais comum o

    nylon-66, resultante da reao entre a hexametilenodiamina (1,6-diamino-

    hexano) com o cido adpico (cido hexanodiico).

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    Outros importantes so o nylon-6 ou perlon, obtido por aquecimento da

    caprolactama, e o nylon-10, obtido pela condensao de um aminocido, o cido 11-

    amino undecanico.

    2.2.2.2. Polmeros e Copolmeros de condensao e suas Aplicaes

    A Tabela 2.4 mostra exemplos de alguns polmeros e co-polmeros de

    condensao e suas aplicaes.

    Tabela 2.4 Aplicaes dos Polmeros

    POLMERO MON MERO APLICAO

    Amido a glicosealimentos, fabricao de

    etanol

    Celulose b glicose papel, algodo, explosivos

    Nilon1,6-diaminoexano cido

    adpico

    Rodas dentadas de

    engrenagens, peas de

    maquinaria em geral, tecidos,

    cordas, escovas

    Terilene ou dacronEtilenoglicol

    cido tereftlicoTecidos em geral (tergal)

    Baquelite (frmica)Aldedo frmico

    Fenol Comum

    Revestimento de mveis

    (frmica), material eltrico

    (tomada e interruptores)

    PoliuretanoPolister ou politer

    Isocianato de p-fenileno

    Colches e travesseiros

    (poliuretano esponjoso),

    isolantes trmicos e acsticos,

    poliuretano rgido das rodasdos carrinhos de

    supermercados

    2.2. Mecanismos de Polimerizao

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    Alm das diferenas estruturais e de composio entre os polmeros, Flory

    [1953] destacou a diferena muito significativa no mecanismo pelo qual as molculas

    de polmero so construdas. Embora Flory tenha continuado a usar os termos

    condensao e adio em suas discusses de mecanismo de polimerizao, a mais

    recente terminologia classifica polimerizaes em etapas e em cadeia.

    Polimerizaes em cadeia e em etapas diferem em vrios aspectos, mas a

    diferena mais importante em relao identidade das espcies que podem reagir

    entre si. Outra diferena a maneira em que o tamanho molecular dos polmeros

    depende do grau de converso.

    2.3.1. Polimerizaes em etapas

    Tais reaes procedem por etapas da reao entre os grupos funcionais dos

    reagentes como as reaes descritas pelas equaes 2.29 e 2.30.

    O tamanho da molcula do polmero aumenta a um ritmo relativamente lento

    em tais polimerizaes, formando dmero, trmero, tetrmero, pentmero, e assim por

    diante at molculas do polmero eventualmente grande ser formadas. A caracterstica

    da polimerizao em etapas que a reao ocorre entre qualquer uma das espcies

    de tamanhos diferentes presentes no sistema de reao.

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    A Unio Internacional de Qumica Pura e Aplicada [IUPAC, 1994] sugeriu que o

    termo policondensao em vez de polimerizao em etapas, mas policondensao

    um termo mais estreito do que a etapa de polimerizao, uma vez que implica que as

    reaes so limitadas a reaes de condensaes, onde pequenas molculas como a

    gua so expelidas durante a polimerizao. O termo etapa de polimerizao engloba

    no somente as reaes de condensaes mas tambm polimerizaes em que as

    pequenas molculas no so expulsas. A formao de poliuretanos seguem as

    mesmas caractersticas de reao como a formao de polisteres, poliamidas, e

    outras polimerizaes em que as pequenas molculas so expulsas.

    2.3.2. Polimerizao em cadeia

    Neste tipo de polimerizao um iniciador utilizado para produzir uma espcie

    *R, iniciador com um centro reativo. O centro reativo pode ser tanto um radical livre,

    ction ou nion. A polimerizao ocorre pela propagao do centro reativo por adies

    sucessivas de um grande nmero de molculas de monmero em uma reao em

    cadeia. A caracterstica distintiva de polimerizao em cadeia que o crescimento do

    polmero ocorre apenas pela reao do monmero com o centro reativo. Monmero

    no reage com o monmero e as espcies de diferentes tamanhos, como dmero,trmero, tetrmero, etc no reagem entre si. O processo pode ser descrito como a

    seguir:

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    O

    HC CH2H3C CH2 CH

    CH3

    O

    n

    Eq. 2.31

    NH

    CO

    NHCH2CH2CH2CH2CH2CO

    n

    Eq.2.32

    Cada molcula de monmero que adiciona a um centro reactivo regenera o

    centro reativo. O crescimento da cadeia polimrica cessa quando o centro reativo

    destrudo por um ou mais de uma srie de reaes trminais.

    As polimerizaes em cadeia e em etapas diferem significativamente em

    relao ao peso molecular do polmero e a porcentagem de converso do monmero.

    Assim, se comearmos as reaes de polimerizaes em etapas e em cadeia lado alado, podemos observar uma variedade de situaes no que diz respeito suas taxas

    relativas de polimerizao. No entanto, o peso molecular dos polmeros produzidos a

    qualquer momento aps o incio das reaes ser sempre muito diferentes para as

    duas polimerizaes. Se as duas polimerizaes so interrompidas em 0,1%, 1%,

    10%, 40%, 90% de converso e assim por diante, o comportamento ser o mesmo em

    qualquer situao. A polimerizao em cadeia ir mostrar a presena de molculas de

    alto peso molecular do polmero em todos os percentuais de converso. No h

    molculas de tamanho intermedirio na reao da mistura monmero-somente. A

    nica mudana que ocorre com a converso (ou seja, tempo de reao) o contnuoaumento do nmero de molculas de polmero (Figura 2.2 a). Por outro lado, polmero

    de alto peso molecular obtido em polimerizaes em etapas apenas perto do final do

    reaco (> 98% de converso, Figura 2.2 b). Assim, tanto o tamanho do polmero

    quanto a quantidade de polmero so dependentes de converso na polimerizao em

    etapas.

    2.3.3 Polimerizaes com abertura de anel (ROP)

    Esse tipo de polimerizacao ocorre com monomeros ciclicos, como, esters ciclicos,acetais, amidas (lactamas), esters (lactones) e xiloxanas, O polimerizacao com

    abertura de anel e de interesse comercial num grande nmero de sistemas, incluindo

    as polimerizaes do oxide de etileno. As polimerizaes com abertura de anel de

    monmeros cclicos tais como xido de propileno, prosseguem normalmente pelo

    mecanismo de polimerizao, mas a dependncia do peso molecular polmero na

    converso quase nunca segue o comportamento mostrado na Equao 2.27. As

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    polimerizaes com abertura do anel muitas vezes acompanham o comportamento

    mostrado na Equao 2.28.

    Uma ampla variedade de monmeros cclicos foram polimerizados pelo processo de

    abertura do anel, com sucesso. Isto inclui aminas cclicas, sulfetos, olefinas, N-carboxi-

    a-amin e anidridos cidos. A facilidade de polimerizao de um monmero cclico

    depende de fatores tanto termodinmicas como cinticos.

    O fator mais importante que determina se um monmero cclico pode ser convertido a

    um polmero linear o fator termodinmico, ou seja, as estabilidades relativas dos

    monmeros cclicos e lineares e a estrutura do polmero. O lc (lquido-cristalino)

    subscritos de _h, _S e _G indicam os valores para a polimerizao de monmero

    lquido a polmero cristalino. A polimerizao favorecida termodinamicamente para

    todos, exceto para o anel de 6 membros. A polimerizao com abertura de anel para

    aneis de 6 membros geralmente no observada.o. A ordem de termodinmica de

    viabilidade 3,4> 8> 5,7, devido a tenso angular dos aneis de 3 e 4 membros, a

    tenso conformacional no anel de 5 membros, e a tenso transanular nos anis de 7 e8 membros. Nota-se que _Hlc o principal fator na determinao _Glc para anis de 3

    e 4 membros anis, enquanto que _Slc muito importante para a 5 - e 6-membros

    anis. Uma vez que tanto o _Hlc e _Slc so negativos, _Glc torna-se menos negativo

    com o aumento da temperatura. Acima de algumas temperaturas (o teto de

    temperatura) _Glc torna-se positivo, e polimerizao no mais favorvel. Para todos

    os anis a presena de heterotomos diminui a viabilidade termodinmica para a

    polimerizao. Interaes entre os substituintes so mais graves no polmero linear do

    que em o monmero cclico. _Hlc menos negativa, enquanto _Slc mais negativa.

    Excees a essa generalizao ocorre quando os substituintes esto ligados entre sipara formar um segundo anel, de tal maneira que, h aumento da tenso nos anis

    polimerizaveis contendo o grupo funcional. Embora a abertura de anel

    termodinamicamente favorecida para todos, exceto os cicloalcanos de 6 membros, a

    polimerizao de cicloalcanos foi alcanada em palguns casos, praticamente formando

    derivados ciclopropanos e oligomeros. Este fato mostra que a viabilidade

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    termodinmica no garante a polimerizao real de um monmero cclico. A

    polimerizao requer um caminho cintico para que o anel possa abrir e sofrer a

    reao. Os cicloalcanos no possuem em sua estrutura uma ligao que seja

    propensa a ataques de uma espcie de iniciador. A presena de um heterotomo no

    anel fornece um local para ataque nucleoflico ou eletroflico por uma espcie de

    iniciador, resultando na iniciao e posterior propagao atravs da abertura de anel.

    No geral, observa-se que polimerizabilidade (uma combinao de viabilidade

    termodinmica e cintica) maior para os anis de 3,4 e 11,07 membros, inferior para

    os anis de 5 membros, e muito menor para os anis de 6 membros. Algumas

    variaes destas generalizaes so observadas para certas famlias de monmeros

    cclicos. Por exemplo, alguns anis de 6 membros com dois ou mais heterotomos no

    anel sofrem polimerizao, por exemplo os lactmicos de 6 membros.

    A classificao dos polmeros de acordo com o mecanismo de polimerizao,

    como que por estrutura e composio, no est isenta de ambigidades. Algumas

    polimerizaes mostram um aumento linear do peso molecular com a converso

    quando o mecanismo de polimerizao se afasta do modelo normal. Isto observado

    na polimerizao em cadeia, que envolvem um processo de iniciao rpida

    combinada com a ausncia de reaes que terminam com propagao dos centros

    reativos. A sntese biolgica das protenas tambm mostra o comportamento descrito

    na Figura 2.2 c porque as molculas de vrios monmeros so dirigidas para reagir de

    uma forma muito especfica em um processo enzimaticamente controlado.

    0 20 40 60 80 1000

    20

    40

    60

    80

    100(a)

    MassaMolecular

    (%) Converso

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 1000

    10

    20

    30

    40

    50

    (b)

    MassaMolecular

    (%) Converso

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    0 20 40 60 80 1000

    20

    40

    60

    80

    100

    (C)

    MassaMolecular

    (%) Converso

    Figura 2.2- Variao de peso molecular com a converso: (a) polimerizao,

    (b) a etapa de polimerizao; (c) polimerizao e sntese protica.

    2.4. Bibliografia

    1) Geprge O., PRINCIPLES OF POLYMERIZATION, 4thEdition, Ed. John Wilet &

    Sons, Staten Island, New York, 2004, downlowed realizado pelo site

    www.4shared.com.br.

    2) Braun, D; Cherdron, H.; Rehahn, M.; Ritter, H.; Polymer Synthesis: Theory and

    Practice Fundamentals, Methods, Experiments, 4thEdition, Ed. Springer, 2004,

    downlowed realizado pelo site www.4shared.com.br.

    3) Canevarolo Jr, S.V., Cincias dos Polmeros, um texto bsico para tecnlogos

    e engenheiros, Ed. Artliber, 2 Edio, So Paulo, 2006

    2.4.1. Bibliografia da WEB

    1) www.qmc.ufsc.br/qmcweb/artigos/polimeros.html

    2.5. Exerccios

    1) Como se processam as reaes de poliadio? Quais so as etapas desse tipo de

    reao? O que so radicais livres? Como eles podem ser criados? Cite exemplos de

    polmeros processados via reaes de poliadio

    2) Como se processam as reaes de policondensao? Quais so as caractersticas

    bsicas desse tipo de reao? Cite exemplos de polmeros processados via reaes

    de policondensao.

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    3) Por que de fundamental importncia se ter conhecimento de substncias

    retardantes e at inibidoras das reaes de polimerizao?

    4) A polimerizao radicalar caracterizada por trs passos principais: a) descreva o

    mecanismo geral de polimerizao radicalar.

    5) Descreva o mecanismo da polimerizao com abertura de anel

    6) Cite alguns polmeros obtidos por reaes de poliadio e suas aplicaes.

    7) Cite alguns polmeros obtidos por reaes de condenso e suas aplicaes.

    8) Misturaram-se os seguintes componentes nas propores indicadas:

    Diga que reao ocorre e a que polmero d origem. Proponha um mecanismo paraesta reao.

    9) Sulfeto de polifenileno um importante polimero eletronico e pode ser

    sintetizado usando p-diclorobenzeno com Na2S em n-pirolidona (mtodo de Campbel).

    As etapas de iniciao e de propagao so descritas abaixo:

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    A etapa de terminao do polimero pode ocorrer com A (por combinao) e B (reao

    de transferncia). Escreva essas etapas justificando cada uma delas.

    10) Os iniciadores multifuncionais, grupo azo(a 50C) e grupo perxido (a 90C)

    decompem-se a temperaturas separadas e o monmero M1 polimerizado primeiro.

    Considerando que radicais polimricos devido aos monmero M1 (PM1) e M2(PM2)

    termina por recombinao apenas, quais tipos de polmeros poder ser formado? Qual

    seria a natureza do polmero se os radicais polimricos devido ao monmero M2

    terminasse por desprorpocionamento apenas?

    11) A polimerizao de transferencia de iodo requer um peroxide (R-O-O-R) e um

    iodeto alqulico (RFI). Os radicais primrios so gerados e os radicais polimricos

    sofrem reaes como seguem:

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    Assuma que a terminao ocorre por combinao. D um mecanismo complete para

    essa polimerizao.