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Miriam da Glória Seoldo Ferreira Monteiro
Denise Celeste Godoy de Andrade Rodrigues
ANO 2016
Miriam da Glória Seoldo Ferreira Monteiro
Denise Celeste Godoy de Andrade Rodrigues
MANUAL DE BIOSSEGURANÇA
Volta Redonda
2016
FICHA CATALOGRÁFICA
Bibliotecária: Alice Tacão Wagner - CRB 7/RJ 4316
M772mMonteiro, Miriam da Glória Seoldo Ferreira.
Manual de biossegurança./ Miriam da Glória Seoldo Ferreira Monteiro; Denise Celeste Godoy de Andrade Rodrigues - Volta Redonda: UniFOA, 2016.
51p. : Il
Produto (Mestrado) – UniFOA / Mestrado Profissional em Ensino em
Ciências da Saúde e do Meio Ambiente, 2017.
1. Ciências da saúde - produto. 2.Riscos ocupacionais. 3. Biossegurança - educação.I. Centro Universitário de Volta Redonda. III. Título.
CDD – 610
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ...................................................................... 09
1 INTRODUÇÃO ......................................................................... 11
2 BIOSSEGURANÇA ................................................................. 14
2.1 DEFINIÇÃO ........................................................................... 14
2.2 BOAS PRÁTICAS LABORATORIAIS .................................... 14
3 EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA ...................................... 17
3.1 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL ................. 17
3.1.1 Exemplos de EPIs ............................................................ 18
3.1.1.1 Luvas ............................................................................... 18
3.1.1.2 Óculos de proteção e escudo facial ................................ 21
3.1.1.3 Gorro descartável ............................................................ 21
3.1.1.4 Botas de borracha ........................................................... 21
3.1.1.5 Jaleco .............................................................................. 21
3.1.1.6 Dispositivos de pipetagem ............................................... 22
3.2 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA .................... 22
3.2.1 Exemplos de EPCs ............................................................ 23
3.2.1.1 Lava olhos ....................................................................... 23
3.2.1.2 Chuveiro de segurança ou de emergência ...................... 24
3.2.1.3 Extintor de incêndio ......................................................... 24
3.2.1.4 Capela de segurança química ......................................... 27
3.2.1.5 Autoclave ......................................................................... 28
3.2.1.6 Cabine de segurança biológica ....................................... 29
4 RISCOS LABORATORIAIS ..................................................... 31
4.1 RISCOS DE ACIDENTE........................................................ 31
4.2 RISCOS FÍSICOS ................................................................. 31
4.3 RISCOS BIOLÓGICOS ......................................................... 32
4.4 RISCOS QUÍMICOS ............................................................. 32
4.5 RISCOS ERGONÔMICOS .................................................... 32
5 MAPAS DE RISCO .................................................................. 33
6 CLASSIFICAÇÃO DE RISCO DOS AGENTES
BIOLÓGICOS ............................................................................. 34
6.1 CLASSE DE RISCO1 ........................................................... 34
6.2 CLASSE DE RISCO 2 ........................................................... 34
6.3 CLASSE DE RISCO 3 ........................................................... 35
6.4 CLASSE DE RISCO 4 ........................................................... 35
7 NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA ............................................... 36
7.1 NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 1 ........................................... 36
7.2 NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 2 ........................................... 36
7.3 NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 3 ........................................... 36
7.4 NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 4 ........................................... 37
8 SEGURANÇA QUÍMICA EM LABORATÓRIOS ..................... 39
8.1 CATEGORIAIS GERAIS DOS PRODUTOS QUÍMICOS E
SEUS SÍMBOLOS ....................................................................... 40
8.1.1 Tóxicos (venenosos) ........................................................ 40
8.1.2 Oxidantes (comburentes) ................................................ 40
8.1.3 Inflamáveis ........................................................................ 40
8.1.4 Explosivos ........................................................................ 41
8.1.5 Corrosivos ........................................................................ 41
8.2 ROTULAGEM DE SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS ..................... 41
8.3 ARMAZENAMENTO DE SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS ........... 43
9 MANEJO DE AMOSTRAS NO LABORATÓRIO ..................... 44
9.1 RECEBIMENTO DAS AMOSTRAS ....................................... 44
9.2 RECIPIENTES ADEQUADOS PARA AS AMOSTRAS ......... 44
10 RESÍDUOS LABORATORIAIS .............................................. 45
10.1 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS LABORATORIAIS...... 45
10.1.1 Grupo A ........................................................................... 45
10.1.2 Grupo B ........................................................................... 46
10.1.3 Grupo C ........................................................................... 46
10.1.4 Grupo D ........................................................................... 46
10.1.5 Grupo E ........................................................................... 46
10.2 GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS ................................ 47
10.2.1 Geração ........................................................................... 47
10.2.2 Segregação ..................................................................... 48
10.2.3 Acondicionamento ......................................................... 49
10.2.4 Identificação ................................................................... 49
10.2.5 Transporte ....................................................................... 50
10.2.6 Tratamento ...................................................................... 50
10.2.7 Disposição final .............................................................. 50
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................... 51
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Luva de látex.......................................................... 19
Figura 2: Luva de borracha .................................................. 19
Figura 3: Jaleco ..................................................................... 21
Figura 4: Chuveiro de segurança com lava olhos .............. 23
Figura 5: Extintor de incêndio .............................................. 24
Figura 6: Capela de segurança química .............................. 27
Figura 7: Autoclave ............................................................... 28
Figura 8: Representação das cores associadas aos tipos
de riscos................................................................................. 33
Figura 9: Recipientes contendo substâncias químicas ..... 42
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS USADAS EM
BIOSSEGURANÇA
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
ANBio – Associação Nacional de Biossegurança
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária
BPLs – Boas Práticas Laboratoriais
CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes de
Trabalho
CLT – Consolidação das Leis do Trabalho
CNBS – Conselho Nacional de Biossegurança
CTNBio – Comissão Técnica Nacional de Biossegurança
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente
CDC – Centers for Disease Control: Centro de Controle de
Doenças
DPI – Dispositivo de Proteção Individual
DPC – Dispositivo de Proteção Coletiva
EPI – Equipamento de Proteção Individual
EPC – Equipamento de Proteção Coletiva
HEPA - High Efficiency Particulate Air: Filtro de ar de alta
eficiência
HIV – Vírus da Imunodeficiência Adquirida
INCQS – Instituto Nacional de Controle de Qualidade em
Saúde
INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial
MTE – Ministério do Trabalho e Emprego
NB – Nível de Biossegurança
NR – Norma Regulamentadora
OGMs – Organismos Geneticamente Modificados
OMS – Organização Mundial de Saúde
PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional
PGRSS – Programa de Gerenciamento de Resíduos dos
Serviços de Saúde
PNB – Política Nacional de Biossegurança
PNRS – Política Nacional dos Resíduos Sólidos
PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
RDC – Resolução da Diretoria Colegiada
RSS – Resíduos dos Serviços de Saúde
9
APRESENTAÇÃO
Os laboratórios de saúde são considerados
ambientes insalubres e que necessitam da
implementação de regras e condutas para as
atividades neles empregadas.
Desta forma, aqueles que desenvolvem
atividades nestes laboratórios são frequentemente
expostos aos diversos tipos de riscos neles presentes,
onde o manejo adequado destes riscos está
intimamente ligado ao conhecimento das normas de
biossegurança.
Nesse contexto, este Manual de Biossegurança
foi elaborado com o objetivo de orientar medidas de
segurança voltadas para a prevenção de riscos
inerentes às atividades em laboratórios que prestam
serviços de saúde, bem como aos laboratórios de
ensino e pesquisa e que requerem tais prevenções.
Este Manual ainda constitui-se como resultado
de uma pesquisa do curso de Mestrado Profissional
em Ensino em Ciências da Saúde e do Meio Ambiente
do Centro Universitário de Volta Redonda
(UniFOA).
10
Diante disto, vale ressaltar que aqui
encontram-se descritas as normas de procedimentos
de segurança laboratorial de forma objetiva e em
linguagem que visa facilitar a sua aplicação e
compreensão.
Recomenda-se que este Manual de
Biossegurança fique em local visível a todos os
usuários dos laboratórios de saúde, de forma a ser
consultado de acordo com cada necessidade.
11
1 INTRODUÇÃO
A exposição aos diversos riscos (físicos, químicos,
biológicos e ergonômicos) nos ambientes laboratoriais pode
causar inúmeros acidentes que dependem não somente de
conhecimentos do indivíduo, mas também dos valores e
conceitos que possui.
A biossegurança consiste em inúmeras normas e
regulações, as quais suas aplicações e o respeito a elas são
imprescindíveis para manter um ambiente laboratorial com
mais segurança. Diante deste contexto, a aplicação da
biossegurança constitui-se como uma importante ferramenta de
precaução aos riscos à saúde humana e ao meio ambiente.
Quando o enfoque é a biossegurança, de maneira geral
a informação e a educação sobre as normas e regras são
necessárias, mas tornam-se também fundamental os fatores
relacionados à ética pessoal e ao comportamento humano, a
fim de que se possa evitar a exposição desnecessária aos
riscos presentes em laboratórios de saúde ou de ensino.
Ademais, torna-se necessário ressaltar neste capítulo
que é importante relacionar à biossegurança não somente às
normas e técnicas presentes neste manual, mas também é
indispensável compreender o processo das ações humanas.
Aqueles que realizam suas atividades em laboratórios,
além de desenvolvê-las pautadas em conhecimentos técnicos,
12
devem fazê-las com o objetivo de relacioná-los com a
capacidade de interação e respeito com o próximo.
Um dos grandes desafios relacionados à biossegurança
está na capacidade de diariamente, os profissionais de saúde
ter que tomar decisões e escolhas morais de acordo com a sua
cultura e o respeito ao indivíduo, de forma a conciliar a ética em
biossegurança com a alteridade.
A alteridade, que corresponde à qualidade ou ao caráter
do indivíduo entender o “outro” como parte de si mesmo na
tomada de decisões, deve ser praticada considerando toda a
evolução tecnológica e científica na área da saúde onde a
possibilidade de intervenção na vida humana é recorrente.
Os profissionais de saúde vivenciam diariamente
diversas situações nas quais devem tomar decisões e escolhas
morais de acordo com a sua cultura. Assim, os valores
humanos devem ser respeitados com a adequação das ações
que envolvam as práticas laboratoriais.
São múltiplas as regras e normas as quais devem ser
aderidas pelos profissionais de saúde, bem como a ação dos
mesmos, pautados nos conjuntos de regras da moral dos
códigos de ética profissionais.
Os indivíduos são diariamente forçados a escolhas
morais, o que se refere à ética profissional de acordo com suas
experiências, culturas, e até mesmo as questões religiosas.
Portanto, a ética tem por objetivo ao contrário de criar
13
dificuldades, conduzir os indivíduos a se portarem na prática de
suas funções com respeito ao “outro”.
Acredita-se que além das referidas técnicas baseadas
em técnicas de segurança e que se constituem altamente
eficazes e importantes, o comportamento pessoal daqueles
que utilizam os laboratórios, assim como suas relações
interpessoais, são capazes de garantirem um local mais seguro
para o exercício de suas atividades
Praticar a biossegurança requer inúmeras habilidades e
especialidades que vão desde o respeito e práticas das normas
vigentes, até o exercício da ética da alteridade, buscando-se
plenamente a proteção laboratorial.
14
2 BIOSSEGURANÇA
2.1 DEFINIÇÃO
A biossegurança compreende um conjunto de normas
voltadas à prevenção, minimização e/ou eliminação de riscos
relacionados às atividades de pesquisa, ensino e prestação de
serviços e que possam comprometer à saúde do homem e o
meio ambiente.
2.2 BOAS PRÁTICAS LABORATORIAIS
Nos laboratórios são preconizadas as boas práticas
laboratoriais que consistem em um grupo de regras que visam
à prevenção de agravos à saúde nestes ambientes e estão
descritas a seguir:
a. Devem ser utilizados jalecos confortáveis e de
preferência de mangas compridas.
b. As roupas usadas nos laboratórios devem ser
discretas e sem partes que possam prender-se em objetos.
c. Devem-se ser usados calçados limpos e
fechados.
d. O uso do jaleco é exclusivo nos ambientes
laboratoriais, sendo vedado o seu uso em vias públicas, assim
como os equipamentos de proteção.
15
e. O uso de adornos diversos tais como brincos,
colares, pulseiras e anéis devem ser evitados, uma vez que
consistem em materiais de difícil descontaminação e interferem
nas práticas laboratoriais.
f. O uso de lentes de contato deve ser evitado,
porém caso não seja possível, deve-se utilizar óculos de
proteção.
g. Os cabelos devem estar sempre limpos e presos,
no caso de serem compridos, e a touca deverá ser usada
quando necessário.
h. As mãos devem estar sempre limpas e
higienizadas com álcool 70%, assim como as unhas deverão
estar sempre cortadas. A higienização das mãos deve ser feita
sempre antes e após as atividades. As luvas deverão ser
usadas sempre que houver manipulação com materiais
biológicos.
i. Às mulheres aconselha-se o uso de maquiagens
discretas, e os homens devem manter a barba sempre feita.
j. Os EPIs devem ser usados de acordo com o grau
de risco. Ex.: luvas, máscaras, óculos, jalecos, aventais, etc.
k. O descarte de material deverá obedecer a
critérios estabelecidos para cada tipo de material.
l. Alimentos não devem ser guardados em
laboratórios e o seu consumo nestes ambientes é
expressamente proibido.
m. É vedado o ato de fumar em laboratórios.
16
n. Pessoas não autorizadas não deverão entrar nos
laboratórios e as portas dos mesmos deverão estar sempre
fechadas.
o. Utilizar somente pipetas automáticas e pipetar
com a boca é expressamente proibido.
p. As superfícies devem ser descontaminadas antes
e após quaisquer atividades.
q. Agulhas não podem ser re-encapadas.
r. Aqueles materiais que estiverem sem
identificação não poderão ser manipulados.
s. As atividades nos laboratórios devem ser
exercidas com cuidado de forma a evitar a incidência de
respingos ou aerossóis.
t. Devem ser evitadas as atividades com material
biológico caso o manipulador possua alguma lesão na pele.
u. Não jogar as sobras de reagentes em pias
comuns nos laboratórios.
v. Na ocorrência de algum acidente, o responsável
pelo laboratório deve ser imediatamente comunicado.
17
3 EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA
Os equipamentos de segurança são destinados à
proteção inerente aos riscos presentes nos laboratórios, com a
finalidade de promover a redução ou eliminação de agravos à
saúde do homem e ao meio ambiente.
São considerados barreiras primárias ou elementos de
contenção primária e são divididos em equipamentos de
proteção individual (EPIs) e equipamentos de proteção coletiva
(EPCs).
3.1 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
Os EPIs são regulamentados pela Norma
Regulamentadora n.º 32 do Ministério do Trabalho e Emprego
e constituem-se em todo o dispositivo utilizado de forma
individual para garantir a sua prevenção.
De acordo com esta norma, destacam-se informações
importantes quanto ao uso dos EPIs:
a) Os EPIs devem ser checados pelo menos uma
vez ao dia com o intuito de verificar quanto ao seu estado de
uso.
b) Os EPIs deverão estar armazenados em locais
que facilitem o seu acesso por aqueles que necessitem fazer o
uso destes.
18
c) Caso algum EPI esteja com algum dano, ele deve
ser substituído imediatamente.
d) É de responsabilidade dos usuários de EPIs
utilizarem-nos sempre que necessário, bem como zelar pela
sua guarda e preservação e ainda notificar o responsável
imediatamente caso o EPI esteja impróprio para uso e não
forneça a segurança necessária.
e) Cada tipo de EPI deve ser utilizado apenas para a
finalidade a qual se destina.
f) Ao estabelecimento cabe a função de promover
todos os EPIs necessários às atividades, bem como substituí-
los quando necessário.
3.1.1 Exemplos de EPIs
3.1.1.1 Luvas: o uso das luvas é recomendado para a
manipulação com agentes infecciosos, produtos químicos,
preparo de soluções, descarte de materiais contaminados,
limpeza e desinfecção, bem como de todos e quaisquer
procedimentos laboratoriais que possam vir a afetar a saúde no
ambiente laboratorial. As luvas são constituídas de materiais
diversos e recebem finalidades distintas, conforme descrito a
seguir:
19
a) Luva de látex descartável: é também chamada
luva de procedimento e sua utilização é obrigatória na
manipulação de agentes infecciosos e nas atividades que
incluam fluidos biológicos. Em procedimentos cirúrgicos, a luva
de látex deverá ser do tipo estéril.
b) Luva de borracha: utilizada para limpeza geral e
desinfecção de materiais diversos. São também utilizadas na
manipulação de resíduos. Não são consideradas descartáveis,
porém devem ser inutilizadas quando necessário.
Figura 1: Luva de látex
Figura 2: Luva de borracha
20
c) Luva de fio de kevlar: é utilizada nas atividades
em ambientes com baixas ou altas temperaturas (até 250ºC)
como, por exemplo, freezers, estufas ou autoclaves.
d) Luva butílica: é utilizada no manuseio de ésteres
e cetonas.
e) Luva de PVC: é utilizada para manusear produtos
químicos.
NOTAS IMPORTANTES SOBRE LUVAS:
Aquelas luvas que são consideradas DESCARTÁVEIS devem
ser desprezadas em local apropriado, caso se encontrem
danificadas. NUNCA REUTILIZÁ-LAS!
As mãos devem ser lavadas ANTES E DEPOIS de quaisquer
atividades laboratoriais, pois elas podem danificar-se
durante a manipulação.
NÃO utilizar as luvas para outros procedimentos que não
se enquadrem nas atividades analíticas: atender ao
telefone, tocar em maçanetas, utilizar o banheiro, etc.
As luvas deverão ser usadas SOMENTE dentro do
ambiente de trabalho.
21
3.1.1.2 Óculos de proteção e escudo facial: é o exemplo de EPI
utilizado na proteção dos olhos e do rosto respectivamente no
resguardo contra respingos de produtos químicos e de fluidos
biológicos.
3.1.1.3 Gorro descartável: é um equipamento utilizado para a
proteção dos cabelos quanto aos produtos diversos presentes
nos laboratórios, assim como protege as amostras de possíveis
contaminações.
3.1.1.4 Botas de borracha: são utilizadas para o trabalho em
superfícies molhadas.
3.1.1.5 Jaleco: é
utilizado para a proteção
contra fluidos biológicos
e substâncias diversas
que podem contaminar
as roupas. Devem ser
preferencialmente de
mangas compridas e
confeccionados com
material não inflamável,
como o algodão, por
exemplo.
Figura 3: Jaleco
22
3.1.1.6 Dispositivos de pipetagem: são dispositivos utilizados
no auxílio para a sucção de substâncias através das pipetas.
3.2 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA
Os equipamentos de proteção coletiva (EPCs) são
destinados à proteção do pessoal de laboratório e do meio
ambiente, bem como da atividade a ser realizada. Estes
equipamentos podem ser usados por uma ou mais pessoas de
NOTA IMPORTANTE SOBRE O JALECO:
O jaleco é de uso exclusivo dentro dos laboratórios. Seu
uso para locais públicos como ônibus, praças,
restaurantes, por exemplo, é PROIBIDO, assim como usá-
lo dentro de residências.
NOTAS IMPORTANTES SOBRE PIPETAS:
A sucção de substâncias não deve ser feita NUNCA
diretamente com a boca. Os dispositivos de pipetagem
DEVEM SEMPRE SER USADOS nas atividades com pipetas.
23
forma a reduzir ou eliminar os riscos presentes nas atividades
laboratoriais.
3.2.1 Exemplos de EPCs
3.2.1.1 Lava-olhos: é utilizado
caso haja contato dos olhos com
materiais biológicos ou com
substâncias diversas dos laboratórios.
Na ocorrência de acidentes, os olhos
devem ser lavados por pelo menos
durante 15 minutos para que haja a
remoção máxima de resíduos. Existem
dois tipos de lava-olhos: os acoplados
ao chuveiro de segurança ou frascos
do tipo lava-olhos.
NOTAS IMPORTANTES SOBRE EPCS:
Os EPCs devem estar em locais de fácil acesso e
devidamente sinalizados.
Para usá-los, preconiza-se o treinamento para tal.
Os laboratórios devem mantê-los em bom estado de
funcionamento.
Figura 4: Chuveiro de segurança com lava-olhos
Lava-olhos
24
3.2.1.2 Chuveiro de segurança ou de emergência: é utilizado
quando há derramamento de grande quantidade de
substâncias ou fluidos no corpo, além de ser usado no caso de
chamas nas roupas, evitando assim que o indivíduo sofra
graves danos à saúde.
3.2.1.3 Extintor de incêndio: é utilizado nos acidentes que
envolvam fogo. Existem diferentes tipos de extintores que são
aplicáveis às classes de fogo, conforme os diferentes tipos de
materiais envolvidos em um incêndio, conforme descrito a
seguir.
Figura 5: Extintor de incêndio
25
a) Extintor de água: é utilizado em materiais
pertencentes à classe de fogo A, que correspondem a materiais
à base de papel, tecido e madeira.
b) Extintor de dióxido de carbono: é utilizado em
materiais de classe de fogo B, que correspondem aos líquidos
inflamáveis como o álcool e a gasolina, por exemplo, bem
NOTA IMPORTANTE SOBRE O EXTINTOR DE
ÁGUA:
O extintor de água NÃO deve ser utilizado em materiais
elétricos (classe de fogo C).
NOTAS IMPORTANTES SOBRE OS EXTINTORES:
Os extintores devem estar em locais de fácil acesso e
visualização e no chão abaixo do extintor deverá haver
uma marcação para que esta área fique livre de quaisquer
outros objetos que possam vir a obstruí-la.
Devem estar sempre dentro do prazo de validade.
Devem ser utilizados extintores sempre de acordo com as
especificações do INMETRO.
26
como em materiais pertencentes à classe de fogo C, que
constituem nos equipamentos elétricos.
c) Extintor de pó seco químico: é utilizado em
materiais de classe de fogo B, que correspondem aos líquidos
inflamáveis, e nos materiais elétricos pertencentes à classe C.
Podem ser também utilizados em metais alcalinos.
d) Extintor de espuma: é utilizado somente em
materiais de classe de fogo B, que correspondem à classe dos
líquidos inflamáveis.
e) Extintor de halon: utilizado em fogo envolvendo
líquidos inflamáveis e equipamentos elétricos.
NOTA IMPORTANTE SOBRE O EXTINTOR DE
HALON:
O extintor de água halon é RESTRITO EM AMBIENTES
CONFINADOS como, por exemplo, em aeronaves e
plataformas de petróleo.
27
3.2.1.4 Capela de
segurança química: é
utilizada na manipulação
de substâncias químicas,
possuindo um sistema de
exaustão para a proteção
do indivíduo quanto à
inalação de gases ou
vapores das substâncias
químicas.
Figura 6: Capela de segurança química
NOTA IMPORTANTE SOBRE A CAPELA DE
SEGURANÇA QUÍMICA:
Este EPC não substitui o uso de EPIs (máscara, luvas,
óculos, jaleco, etc).
28
3.2.1.5 Autoclave: é utilizado para esterilização de materiais
através de calor. Estes materiais podem ser reutilizados ou
destinados ao lixo com segurança.
Figura 7: Autoclave
NOTA IMPORTANTE SOBRE A AUTOCLAVE:
O manuseio da autoclave deve ser feito por pessoal
treinado, pois pode se tornar um equipamento inseguro
quando as regras de segurança são negligenciadas.
29
3.2.1.6 Cabine de segurança biológica: consiste em um EPC
utilizado para a contenção de diversos tipos de agentes
biológicos infecciosos e possui um sistema de filtração do ar
que impede que o meio laboratorial e os indivíduos possam ser
contaminados por estes agentes e também podem proteger o
material a ser manipulado. É um tipo de meio físico mais eficaz
na prevenção de contaminações nos diversos tipos de ensaios.
Existem atualmente três tipos de cabines de segurança
biológica, que são divididas em Classes e estão descritas a
seguir:
a) Classe I: é utilizada para a manipulação de micro-
organismos que possuem risco baixo ou moderado. Possui o
filtro denominado HEPA (High Efficiency Particulate Air) cuja
eficiência contra os microorganismos infecciosos é alta. Esta
cabine protege o operador, porém não protege o material
manipulado.
b) Classe II: conhecida também como cabine de
fluxo laminar, além de proteger o ambiente e o manipulador,
este tipo protege também a amostra que está sendo
manipulada e possui o filtro HEPA. Esta classe possui divisões
descritas abaixo:
II A: é indicada quando não há a presença de
substâncias químicas voláteis, uma vez que o ar é recirculado
no interior da cabine.
30
II B1: utilizada na manipulação com micro-
organismos de risco biológico de classes I, II e III. Protege o
manipulador e a amostra ou produto.
II B2: utilizada em operações com materiais
químicos voláteis e radioativos. Protege o manipulador e a
amostra ou produto.
IIB3: utilizada para materiais tóxicos e com traços
de radiação.
c) Classe III: consiste em uma cabine de contenção
máxima, sendo hermeticamente fechada e possui ventilação
própria. A manipulação em seu interior é feita através de uma
luva presa à cabine. É utilizada na manipulação de DNA e
vírus, bem como na manipulação de micro-organismos de risco
biológico classe III e IV.
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4 RISCOS LABORATORIAIS
Ambientes laboratoriais compreendem diversos riscos,
classificados em grupos inerentes às atividades prestadas
nestes locais e são específicos de cada tipo de atividade
exercida.
4.1 RISCOS DE ACIDENTE
Os riscos de acidentes são quaisquer fatores que
possam ocasionar danos à integridade física, moral e
psicológica ao indivíduo.
Ex.: Incêndio, cortes e organização física do laboratório
inadequada.
4.2 RISCOS FÍSICOS
Os riscos físicos são aqueles relacionados às diferentes
formas de energia às quais o indivíduo esteja exposto e
possam vir a causar danos à saúde.
Ex.: calor, ruído, frio, objetos perfurocortantes, etc.
32
4.3 RISCOS BIOLÓGICOS
Os riscos biológicos referem-se à exposição à micro-
organismos diversos. Estes riscos ainda possuem quatro
classificações, descritas no capítulo 5 deste Manual.
Ex.: bactérias, vírus, fungos, parasitas, entre outros.
4.4 RISCOS QUÍMICOS
Os riscos químicos referem-se à exposição aos produtos
ou substâncias que possam entrar em contato com o
organismo através da pele, mucosas ou através das vias
respiratórias.
Ex.: desinfetantes, poeira, solventes, os diversos
produtos químicos, etc.
4.5 RISCOS ERGONÔMICOS
Os riscos ergonômicos referem-se aos fatores que
possam causar danos psíquicos e físicos ao indivíduo.
Ex.: longos turnos de trabalho, levantamento de peso,
excesso de responsabilidades, má postura, movimentos
repetitivos, etc.
33
5 MAPAS DE RISCO
Os mapas de risco constituem como um diagnóstico dos
fatores de riscos presentes em um laboratório através da
identificação dos fatores presentes nestes locais e que podem
causar danos ao indivíduo.
São representados através de um desenho gráfico de
todas as áreas de um laboratório e seus riscos presentes são
designados através de cores conforme a figura a seguir:
Figura 8: Representação das cores associadas aos tipos de
riscos.
FÍSICOS VERDE
BIOLÓGICOS MARROM
RISCOS
QUÍMICOS VERMELHO
ERGONÔMICOS AMARELO
34
6 CLASSIFICAÇÃO DE RISCO DOS AGENTES
BIOLÓGICOS
Os agentes biológicos são divididos em quatro classes
cujos critérios de avaliação se dão em função dos seguintes
fatores:
a. Patogenicidade: grau de capacidade de ocasionar
determinada doença.
b. Virulência: grau de capacidade de ocorrência de
sintomas.
c. Transmissibilidade: formas de transmissão de
doença.
d. Profilaxia: refere-se aos modos de prevenção.
e. Tratamento: formas de tratamento de determinada
doença.
f. Endemicidade: tendência da doença em
determinada região ou grupo populacional.
6.1 CLASSE DE RISCO 1
Indica os agentes biológicos que possuem baixo risco de
causarem doença no indivíduo. Ex: Lactobacillus sp.
6.2 CLASSE DE RISCO 2
Indica os agentes biológicos que possuem risco
moderado, cuja propagação é limitada para uma comunidade e
seu tratamento é eficaz. Ex: Schistosoma manson.
35
6.3 CLASSE DE RISCO 3
Indica aqueles agentes biológicos que possuem um risco
maior ao indivíduo, porém, com baixa probabilidade de
disseminação. Ex: Vírus da Imunodeficiência Adquirida (HIV).
6.4 CLASSE DE RISCO 4
Indica aqueles agentes biológicos que possuem alto
nível de risco individual e de disseminação à uma comunidade.
Ex: Vírus Ebola.
36
7 NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA
Os laboratórios possuem quatro níveis de biossegurança
(NB) relacionados às classes de risco dos agentes biológicos e
que estão descritas neste Manual no capítulo 5.
7.1 NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 1
Está relacionado aos laboratórios que manipulam os
agentes biológicos pertencentes à classe de risco 1 e que
possuem nível básico de contenção.
7.2 NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 2
Relaciona-se com aqueles laboratórios que manipulam
ao agentes biológicos de classe de risco 2.
7.3 NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 3
Nos laboratórios deste nível, além dos agentes
biológicos de classe 2, são manipulados também os de classe
3.
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7.4 NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 4
Este nível está relacionado com os laboratórios que
necessitam de alta contenção e neles são manipulados
agentes biológicos de classe 4.
No quadro 1 é apresentada a relação dos níveis de
biossegurança e os laboratórios aos quais estão relacionados.
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Quadro 1: Síntese dos níveis de biossegurança
Níveis de
biossegurança
Riscos:
escalas
individual e
coletiva
Tipos de micro-
organismos
Tipos de
laboratórios
1 Fraco em ambas
as escalas.
Pouco suscetíveis
de causarem
doenças.
Ensino básico.
2 Individual:
moderado.
Coletiva: limitado
Patogênicos mas
que não
representam sério
perigo.
Hospitais de nível
primário; ensino e
diagnóstico;
saúde pública e
postos de saúde
de primeira linha.
3 Individual:
elevado
Coletiva: limitado
Patógenos
podendo causar
doenças e com
risco elevado para
quem os
manipula.
Diagnóstico
especializado.
4 Elevado em
ambas as
escalas.
Agente
patogênico que
pode causar
grave doença e é
de fácil
transmissão onde
geralmente não
há medidas de
tratamento.
Unidade de
germes
patogênicos
perigosos.
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8 SEGURANÇA QUÍMICA EM LABORATÓRIOS
A segurança química em laboratórios tem uma grande
relevância no manejo e na prevenção de acidentes com as
diversas substâncias químicas presentes nos laboratórios.
Estes produtos químicos podem entrar em contato com
o indivíduo através da sua inalação, ingestão acidental e
contato direto com a pele e mucosas, causando reações
diversas que vão desde reações alérgicas até danos mais
graves como, por exemplo, queimaduras cutâneas ou mesmo
danos sérios ao sistema respiratório.
Desta forma, é relevante que aqueles indivíduos que
frequentam os laboratórios conheçam bem as normas de
biossegurança, assim como devem conhecer os diversos
produtos químicos presentes nestes ambientes.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)
todo produto químico deverá ter a Ficha de Informação de
Segurança de Produto Químico (FISPQ), que deverá ser
disponibilizada pelo seu fornecedor e conter desde as
propriedades físicas do produto até informações sobre descarte
e primeiros socorros no caso de acidentes.
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8.1 CATEGORIAS GERAIS DOS PRODUTOS QUÍMICOS E
SEUS SÍMBOLOS
8.1.1 Tóxicos (venenosos)
São produtos ou substâncias nocivas ao
organismo, podendo até mesmo causar a
morte, que podem penetrar por vias
respiratórias, contato com a pele e mucosas ou
até mesmo ser ingeridas
8.1.2 Oxidantes (comburentes)
São substâncias que em contato com outros
tipos de substâncias ou principalmente, em
contato com o oxigênio, podem causar fogo.
8.1.3 Inflamáveis
São substâncias sólidas ou líquidas capazes de
causarem chamas.
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8.1.4 Explosivos
São substâncias ou preparações que podem
explodir quando confinadas.
8.1.5 Corrosivos
São substâncias capazes de corroerem os
tecidos, causando grandes queimaduras.
8.2 ROTULAGEM DE SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS
Os recipientes de substâncias químicas devem ter
rótulos ou marcações indicando as informações necessárias e
consistem em uma maneira essencial na prevenção de
acidentes.
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Algumas informações são extremamente necessárias
nestes rótulos com o intuito de fornecer dados sobre o produto
visando a segurança laboratorial: nome do produto,
concentração, origem do produto (fornecedor), frases
informativas sobre os cuidados com aquele determinado
produto e incompatibilidades do produto.
Figura 9: Recipientes contendo substâncias químicas
NOTAS IMPORTANTES SOBRE SEGURANÇA QUÍMICA:
Antes de manusear qualquer produto químico procure conhecer
as suas características.
Caso uma embalagem não contenha rótulo e não seja possível
identificar a substância, não a utilize.
É importante manusear os frascos de reagentes químicos de
forma a preservar o rótulo: segure o frasco sempre com a mão em
cima do rótulo e verta o conteúdo (se líquido) pelo lado oposto.
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8.3 ARMAZENAMENTO DE SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS
As substâncias químicas deverão ser armazenadas
levando em consideração os grupos gerais das diferentes
substâncias.
O local de armazenagem deve ser separado da área
técnica do laboratório e deve ter um sistema de ventilação
correto bem como EPIs e EPCs devem estar disponibilizados
caso ocorra algum acidente.
Alguns produtos químicos são considerados
incompatíveis, pois quando entram em contato entre si podem
criar condições de perigo devido às suas características
químicas. Tais condições resultam em explosão, bem como na
produção de gases inflamáveis ou tóxicos. Portanto, o estoque
de produtos químicos incompatíveis deve ser realizado de tal
forma que estes produtos fiquem separados.
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9 MANEJO DE AMOSTRAS NO LABORATÓRIO
9.1 SEPARAÇÃO DAS AMOSTRAS
Quando o laboratório recebe amostras para análise,
estas devem ser imediatamente separadas de acordo com
cada tipo de exame. Nesta fase deve-se ter o cuidado com a
contaminação das mesmas e do manipulador. Os EPIs
necessários devem ser utilizados com critério.
9.2 RECIPIENTES ADEQUADOS PARA AS AMOSTRAS
As amostras a serem analisadas precisam estar em
recipientes adequados de forma a garantir a segurança do
manipulador e da não contaminação do material, bem como a
segurança no transporte do material.
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10 RESÍDUOS LABORATORIAIS
Os resíduos gerados pelos laboratórios devem receber o
manejo adequado com o objetivo de preservar a saúde do
indivíduo e do meio ambiente.
Diariamente, toneladas de lixos são produzidas nos
diversos laboratórios de saúde do país e, em muitos casos, não
são destinados ou tratados corretamente.
Os resíduos dos laboratórios de saúde são considerados
sépticos, pois podem conter micro-organismos patogênicos e
possuem periculosidades que podem apresentar risco à saúde
pública e promover a incidência de doenças e até mesmo
mortalidade. Outro risco é inerente ao meio ambiente, quando
o resíduo é gerenciado de forma inadequada.
10.1 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS LABORATORIAIS
Os resíduos dos laboratórios de saúde são divididos em
5 grupos de acordo com sua natureza:
10.1.1 Grupo A
São considerados resíduos do grupo A aqueles que
contenham a possível presença de agentes biológicos e que,
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devido às suas características de concentração e
patogenicidade, podem ocasionar riscos de infecções.
10.1.2 Grupo B
Consistem nos resíduos que apresentem produtos
químicos, podendo causar danos à saúde a ao meio ambiente.
10.1.3 Grupo C
Neste grupo estão os resíduos radioativos com
quantidades superiores aos limites especificados pela
Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
10.1.4 Grupo D
Também podendo ser equiparados aos lixos
domiciliares, são aqueles resíduos comuns e que não
contenham riscos biológicos, químicos ou radiológicos à saúde
humana e ao meio ambiente.
10.1.5 Grupo E
Este grupo constitui os materiais perfurocortantes.
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10.2 GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS
No gerenciamento dos resíduos laboratoriais devem ser
contempladas as características de cada grupo de resíduos e
observadas as seguintes etapas: geração, segregação,
acondicionamento, identificação, transporte, tratamento e
disposição final dos resíduos.
10.2.1 Geração
Consiste na geração propriamente dita dos resíduos.
NOTAS IMPORTANTES SOBRE O GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS:
Além daquelas pessoas que exerçam as atividades analíticas nos
laboratórios, aquelas responsáveis pelo processo de gerenciamento
de resíduos deverão estar usando os EPIs necessários e deverão estar
imunizadas.
Cabe a todos que frequentam os laboratórios conhecer as classes de
riscos dos resíduos e de formas de redução dos mesmos.
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10.2.2 Segregação
Consiste na separação dos resíduos de acordo com o
grupo ao qual pertencem e no momento em que foram
gerados. Nesta etapa, torna-se importante que o profissional
esteja treinado para que a segregação seja feita de forma
correta.
Os resíduos do grupo D, que são aqueles resíduos
considerados comuns, podem ser reciclados e possuem
identificação através de cores para cada tipo de matéria,
conforme descrito a seguir:
NOTAS IMPORTANTES SOBRE A REDUÇÃO NA GERAÇÃO DE
RESÍDUOS:
Escolher e utilizar corretamente somente o necessário para cada
atividade evitando desperdícios desnecessários.
Utilizar materiais descartáveis. Ex.: uso de embalagens
retornáveis.
Estudar possibilidades “seguras” de reciclagem não devendo ser,
portanto, geradora de riscos e problemas.
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Azul: papéis.
Amarelo: metais.
Verde: vidros.
Vermelho: plásticos.
Marrom: resíduos orgânicos.
10.2.3 Acondicionamento
Esta etapa consiste no ato de embalar os resíduos
anteriormente segregados. Para tal deve-se escolher sacos,
caixas ou recipientes resistentes a rupturas e vazamentos.
10.2.4 Identificação
São medidas que permitem o reconhecimento dos
resíduos contidos nas embalagens que foram acondicionados
NOTAS IMPORTANTES SOBRE O ACONDICIONAMENTO DE
RESÍDUOS:
Nesta etapa, assim como nas demais, o uso de luvas
adequadas é INDISPENSÁVEL na prevenção de acidentes!
Os resíduos NÃO DEVEM ULTRAPASSAR 2/3 (dois terços) da
capacidade de suas embalagens de acondicionamento.
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através de símbolos e descrições para que haja o correto
manejo dos mesmos.
10.2.5 Transporte
Está relacionado com o traslado do resíduo desde o seu
ponto de geração e segregação até o local designado para
armazenamento temporário ou armazenamento externo para a
apresentação do mesmo ao serviço de coleta.
10.2.6 Tratamento
Aqueles resíduos considerados contaminados por micro-
organismos patógenos, tecidos ou radiação, bem como
aqueles com produtos químicos, devem ser tratados antes de
serem eliminados. Nesta etapa são utilizados técnicas ou
métodos que modifiquem as características dos riscos
inerentes aos resíduos, reduzindo ou eliminando o risco de
contaminação de acidentes ocupacionais ou de dano ao meio
ambiente.
10.2.7 Disposição final
Consiste na disposição dos resíduos ao solo de acordo
com as normas do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA).
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11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL, Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância
Sanitária. Manual de Gerenciamento dos Resíduos de
Serviços de Saúde. 1 ed. Brasília, 2006.
______. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia
e Insumos Estratégicos. Classificação de Risco dos Agentes
Biológicos. 2 ed. Brasília, 2010.
______. Portaria n° 485 de 11 de novembro de 2005. Aprova a
norma regulamentadora n° 32 (Segurança e Saúde no
Trabalho em Estabelecimentos de Saúde). Diário Oficial da
República Federativa do Brasil. Poder executivo. Brasília,
DF, 16 nov. 2005. Seção 1, p. 80.
______. Ministério da Saúde. Diretrizes gerais para o
Trabalho em Contenção com Agentes Biológicos. 2 ed.
Brasília: Ministério da Saúde, 2006.
RAPPARINI, C. Acidentes de trabalho com material
biológico.Separata de: Biossegurança: uma abordagem
multidisciplinar. 2 ed. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2010. 442 p.
Produto de Mestrado
Mestrado Profissional em Ensino em Ciências da Saúde e do
Meio Ambiente