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UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DO TRÂNSITO
MARTA MIRELLY SANTOS FERREIRA COELHO DE OLIVEIRA
PERCEPÇÃO DOS CANDIDATOS À RENOVAÇÃO DA CARTEIRA
NACIONAL DE HABILITAÇÃO SOBRE A AVALIAÇÃO
PSICOLÓGICA NO TRÂNSITO
MACEIÓ-AL
2014
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MARTA MIRELLY SANTOS FERREIRA COELHO DE OLIVEIRA
PERCEPÇÃO DOS CANDIDATOS À RENOVAÇÃO DA CARTEIRA NACIONAL
DE HABILITAÇÃO SOBRE A AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NO TRÂNSITO
Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito. Orientador: Prof Ms. Alessio Sandro de Oliveira Silva
MACEIÓ-AL
2014
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MARTA MIRELLY SANTOS FERREIRA COELHO DE OLIVEIRA
PERCEPÇÃO DOS CANDIDATOS À RENOVAÇÃO DA CARTEIRA NACIONAL DE
HABILITAÇÃO SOBRE A AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NO TRÂNSITO
Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito.
APROVADO EM ____/____/____
________________________________________________________
PROF MS. ALESSIO SANDRO DE OLIVEIRA SILVA
ORIENTADOR
_______________________________________________________
PROF. DR. LIÉRCIO PINHEIRO DE ARAÚJO
BANCA EXAMINADORA
________________________________________________________
PROF. ESP. FRANKLIN BARBOSA BEZERRA
BANCA EXAMINADORA
4
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, minhas irmãs, meu esposo e a meu filhos que em todos os
momentos me fizeram sentir capaz de vencer. Que estiveram sempre ao meu lado
e, inabalavelmente me mostraram o quão enaltecedor é a alegria do aprender.
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AGRADECIMENTOS
Ao todo criador, Deus, que está acima de todas as coisas deste mundo.
Concebendo sempre os nossos desejos e vontades, mesmo quando de forma
oculta. Ao meu esposo, aos meus filhos, pelo incentivo e amor. Motivos pelos quais
hoje eu concluo uma pós graduação com honra e orgulho de ter ao lado pessoas
únicas e tão especiais que nunca me deixaram na mão, nem em momentos difíceis.
Ao professor Manoel, pela paciência, ensino, e confiança e a todos de sua equipe
pelo empenho e dedicação.
6
“O Trânsito nos oferece inúmeros caminhos a
percorrer, na vida, assim como no trânsito,
utilizar-se da razão e da prudência vai ser
sempre mais viável que deixar-se levar pela
fraqueza das emoções!”
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RESUMO
A pesquisa que será apresentada tem como objetivo principal demonstrar a importância da avaliação psicológica, de que forma ela auxilia na promoção de um trânsito seguro e saudável e como podemos utilizar as técnicas e dados fornecidos pelo psicólogo de trânsito para reduzirmos a quantidade de acidentes e melhorarmos o trânsito de uma maneira geral. É de conhecimento de todos que a avaliação psicológica é aplicada exclusivamente pelo profissional com formação em psicologia, que é claro, possui o conhecimento necessário para compreendê-la. Sabe-se também que tal exame é de cunho obrigatório para os condutores candidatos à primeira habilitação, à renovação com atividade remunerada, à mudança de categoria e reabilitados. No caso bem específico dessa pesquisa, traz-se uma análise acerca da importância do exame para aqueles que buscam renovar a habilitação optando pela atividade remunerada. São os condutores que optam pela atividade remunerada os que utilizam o trânsito com mais frequência e que, por conta disso, merecem uma atenção ainda mais especial no que diz respeito aos testes aplicados nos exames, bem como devem ser ouvidos, para que o seu conhecimento prático possa somar-se às teorias modernas, para que se faça do trânsito um local mais salutar à todos. É sabido que o trânsito brasileiro vêm se tornando mais caótico a cada dia; isso deve-se em grande parte ao despreparo de muitos dos condutores que nele adentram, ao estado lastimável em que encontram-se muitas de nossas vias, mas deve ser lembrado também que a produção e o aumento do número de veículos cresceu substancialmente nos últimos anos, elevaram-se também as estatísticas sobre aqueles que bebem e dirigem e que, apesar da fiscalização estar presente, ainda falta muito para que alcancemos níveis ideais de “tranquilidade” no trânsito, níveis comparados aos de países do primeiro mundo, como Suécia e Noruega, por exemplo. Por conta disso a psicologia no trânsito tem ganhado tanto destaque, é um dos principais ramos da psicologia pois trata não apenas do trânsito, mas da forma como condutores e pedestres relacionam-se neste. O exame ou a avaliação psicológica para aqueles que utilizam a atividade remunerada é fundamental e deve ter cada vez mais relevância, uma vez que através de estudos e baseado em critérios bem claros e objetivos, têm-se uma noção acerca da condição dos prováveis candidatos à renovação com atividade remunerada, possibilitando aferir nestes, características psíquicas, que serão levantadas a partir dos inúmeros testes realizados. A metodologia empregada foi o levantamento bibliográfico e a pesquisa de campo, cujo método de análise foi quantitativo-qualitativo, com abordagem descritivo-exploratória. Foram entrevistados 9 condutores que residem na cidade de São Raimundo Nonato, no Piauí e em seu entorno. Destes 9 condutores, observou-se que a maioria (77%) possui mais de 50 anos de idade, no entanto somente 23% tem mais de 30 anos de experiência ao volante. Foram analisados ainda outros aspectos como a categoria da habilitação e a visão dos condutores acerca da necessidade do exame e das condições do atual trânsito brasileiro. Ainda que a quantidade de condutores seja pequena, acredito que os testes foram satisfatórios e permitem ter uma noção acerca dos anseios e da importância dada ao exame por esses trabalhadores que, por vezes, utilizam o próprio trânsito como meio do seu sustento. Ainda assim é importante enfatizar que a avaliação psicológica e o próprio profissional da área estão carentes de mais recursos e mais empenho por parte dos órgãos públicos para que se obtenham um trânsito melhor para todos. Palavras-chave: Avaliação Psicológica; Renovação com Atividade Remunerada; Condutores; Psicologia do Trânsito.
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ABSTRACT
The research to be presented aims to demonstrate the importance of psychological assessment , how it assists in promoting a safe and healthy transit and how we can use the techniques and data provided by psychologist transit to reduce the amount of accidents and improve traffic in general . It is common knowledge that psychological assessment is applied exclusively by professional trained in psychology, which of course , has the necessary knowledge to understand it . It is also known that such an examination is mandatory for drivers die applicant first enable the renewal with paid work , the change of category and rehabilitated . In the very specific case of this research brings up an analysis of the importance of the examination for those seeking to renew the qualification opting for paid work . Are the drivers who opt for the paid work using transit more often and because of that , deserve further attention with regard to the tests applied in examinations and should be heard so that their knowledge practical can add up to modern theories , in order to do a more healthy traffic to all site. It is known that the Brazilian traffic are becoming more chaotic by the day ; this is due in large part to the unpreparedness of many drivers who enter it , the sorry state in which lie many of our roads , but it should also be remembered that the production and the increasing number of vehicles has increased substantially in recent years , also increased the statistics on those who drink and drive and that , despite the surveillance is present , there is still much for us to reach optimal levels of " tranquility " in traffic , compared to that of first world countries , such as Sweden and Norway , for example. Because of this psychology in traffic has gained such prominence , is one of the main branches of psychology because it is not just traffic but how drivers and pedestrians relate to this . The examination or psychological assessment for those who use the paid work is essential and must be increasingly important , since through studies and based on clear and objective criteria as well , have a notion about the condition of the likely candidates for renewal with gainful employment , enabling assess these , psychological characteristics , which will be raised from the numerous tests . The methodology used was the literature survey and field research , the method of analysis was quantitative , with descriptive and exploratory approach . 9 drivers residing in the city of São Raimundo Nonato , Piauí and its surroundings were interviewed . Of these conductors 9 , it was observed that the majority ( 77%) has more than 50 years of age, however only 23 % are over 30 years of experience behind the wheel . As well as other aspects of the qualification category and the vision of drivers of the need for examination and the conditions of the current Brazilian traffic were analyzed . Although the quantity of conductors is small , I believe that the tests were satisfactory and allow to have a notion about the aspirations and the importance given to examination by these workers sometimes use transit as a means of its own sustento.de satisfactory transit . Yet it is important to emphasize that the psychological evaluation and own professional area are in need of more resources and commitment of public agencies in order to produce a better transit for everyone. Keywords: Psychological Assessment, Renovation with gainful employment; Drivers; Traffic Psychology.
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Gráfico 01 – Idade dos Condutores entrevistados, que optavam por Renovar
a CNH com Atividade Remunerada. .................................................... 32
Gráfico 02 – Tempo de Experiência dos Condutores Entrevistados ao
Volante. ................................................................................................ 33
Gráfico 03 – Categoria de Habilitação que possuem os entrevistados. .................... 33
Gráfico 04 – A Avaliação Psicológica é importante para a obtenção da CNH?......... 34
Gráfico 05 – Aprova que deva existir Avaliação Psicológica na Renovação
para motoristas profissionais? .............................................................. 34
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 14
2.1 Considerações Iniciais sobre o Trânsito ......................................................... 14
2.2 Psicologia e Trânsito ........................................................................................ 16
2.3 A Importância da Avaliação Psicológica para a Renovação da
Carteira Nacional de Habilitação ..................................................................... 19
2.4 Os Principais Testes Psicológicos Utilizados na Avaliação
Psicológica para Renovação da Carteira Nacional de Habilitação
com Atividade Remunerada. ............................................................................ 24
2.4.1 Teste de Atenção Concentrada (AC) ............................................................ 24
2.4.2 Teste R1 .......................................................................................................... 26
2.4.3. Teste Palográfico .......................................................................................... 27
3 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 30
3.1 Aspectos Éticos ................................................................................................ 30
3.2 Tipo de Pesquisa ............................................................................................... 30
3.3 Local e População do Estudo .......................................................................... 30
3.4 Instrumentos para Coleta de Dados ................................................................ 30
3.5 Procedimentos para Coleta de Dados ............................................................. 31
3.6 Procedimentos para Análise dos Dados ......................................................... 31
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 32
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 36
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 39
APÊNDICE ................................................................................................................ 42
ANEXO ..................................................................................................................... 44
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1 INTRODUÇÃO
Diante de todas as adversidades enfrentadas pelos condutores no trânsito
atual, esse estudo busca alavancar uma discussão em torno da necessidade dos
exames psicológicos na renovação da Carteira Nacional de Habilitação. É
fundamental ouvir e entender de que forma os condutores enxergam tal exame,
como eles percebem a psicologia do trânsito e de que forma esta pode tornar-se
uma aliada na prática diária da direção veicular.
Além de se verificar a percepção dos candidatos à renovação da CNH à
respeito da importância da avaliação psicológica no trânsito, é salientada nesse
estudo também o papel da Psicologia de Trânsito na redução de acidentes nas
estradas, além de ter sido avaliado o nível de interesse dos envolvidos na renovação
da CNH e as vantagens descritas pelos motoristas a respeito da importância da
avaliação, mais especificamente no município de São Raimundo Nonato/Piauí, onde
foram organizadas as entrevistas. Dentre outras coisas observou-se um interesse
dos entrevistados em participar da pesquisa, principalmente quando enfatizado o
papel dos exames psicológicos na redução das infrações e acidentes
automobilísticos, apesar de algumas dificuldades encontradas, especialmente em
torno do perfil diferenciado dos questionados, o estudo elaborado é fonte
enriquecedora de informações e percepções de condutores, sobretudo quando diz
respeito à renovação da CNH, uma vez que o público entrevistado já possui uma
prática considerável na condução de veículos e permitem que se aprofundem nos
pontos positivos e, supostos pontos negativos da avaliação psicológica.
A utilização de métodos e técnicas psicológicas para fins de diagnóstico é
função privativa do psicólogo, segundo a Lei 4.119, de 27 de agosto de 1962.
Avaliação, em psicologia, refere-se à coleta de interpretação de informações
psicológicas, resultantes de um conjunto de procedimentos confiáveis que permitam
ao psicólogo avaliar o comportamento. Aplica-se ao estudo de casos individuais ou
de grupos ou situações (Resolução CFP 012/00). É portanto um importante meio de
averiguação das condições atuais dos condutores brasileiros, uma vez que as
características psicológicas dos motoristas são preponderantes e importantíssimas
no relacionamento destes com todo o meio que os cerca.
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A respeito disso, como o próprio CTB aponta: “A Educação para o trânsito é
direito de todos e constitui dever prioritário para os componentes do Sistema
Nacional de Trânsito” (Lei 9.503/1997, Art. 74, Código de Trânsito Brasileiro). É
indispensável portanto, que o condutor eduque-se para fazer parte do trânsito, que
ele entenda como este se apresenta, que o personagem do trânsito apresente uma
postura mental e psicológica satisfatória e não venha a pôr em risco sua vida e dos
outros que também participam do trânsito. Observando-se a importância do
comportamento humano no trânsito, acrescenta-se a psicologia do trânsito como
uma grande oportunidade de investimento para reduzir os índices de violência nas
vias brasileiras.
Apesar da crítica de alguns autores, que pormenorizam a importância dos
exames psicológicos na obtenção da CNH e na renovação desta, é sabido que os
testes psicológicos são fundamentais e é este o intuito deste trabalho, mostrar quão
essencial é o exame psicológico, para que os condutores candidatos à renovação,
possam fazer do trânsito um local mais seguro. Os testes psicológicos são
procedimentos sistemáticos de observação e de registro de amostras de
comportamentos e de respostas de indivíduos, com o objetivo de descrever
características e processos psicológicos, compreendidos tradicionalmente nas áreas
da emoção, cognição, inteligência, motivação, personalidade, psicomotricidade,
atenção, memória, percepção, dentre outras, nas suas mais diversas formas de
expressão, segundo padrões definidos pela construção dos instrumentos
(Resolução CFP 002/2003). Assim, os psicólogos do trânsito fazem uso da
avaliação psicológica para investigação de características psicológicas dos
candidatos que desejam obter o direito de dirigir, renovar (em caso de o condutor
exercer atividade remunerada ao veículo ou ter recebido resultado apto com
validade em avaliação anterior) ou mudar a categoria de sua CNH.
No decorrer desse estudo são analisados dados diversos sobre a importância
da psicologia do trânsito, como pode ser observado no decorrer da revisão
bibliográfica, que enaltece a importância do exame, além de serem verificadas
informações dos entrevistados acerca do exame, para isso foram realizadas
entrevistas individuais com nove candidatos à renovação, dos quais todos
receberam resultado apto. Portanto tal estudo abordará a percepção dos candidatos
a renovação da Carteira Nacional de Habilitação a respeito da avaliação psicológica
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no trânsito e, de uma forma geral, como este exame pode amenizar os inúmeros
problemas existentes no caótico trânsito atual.
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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Considerações Iniciais sobre o Trânsito
Analisando o trânsito brasileiro podemos identificar diversos aspectos
negativos que denotam uma necessidade em se compreender melhor o que este
representa. Há sim muitos acertos, especialmente após a elaboração do Código de
Trânsito Brasileiro, que veio para organizar não só as vias transitáveis, mas o
próprio comportamento do condutor brasileiro. É notório que países que investem
em Educação para o Trânsito conseguem excelentes resultados nas estatísticas de
acidentes de trânsito. O trânsito deve ser visto como matéria básica de
conhecimento de todos os cidadãos, sejam eles habilitados ou não.
No artigo primeiro, parágrafos 1º e 2º do Código de Trânsito Brasileiro temos
o conceito de trânsito e o que este representa:
§ 1º Considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou descarga.
§ 2º O trânsito, em condições seguras, é um direito de todos e dever dos órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito, a estes cabendo, no âmbito das respectivas competências, adotar as medidas destinadas a assegurar esse direito. (CTB, 1997)
Um trânsito seguro e adequado à todos é, então, uma obrigação dos órgãos
públicos e uma direito do cidadão. Dessa forma a Educação para o Trânsito deve
promover a reflexão de condutores e pedestres, fornecendo-lhes elementos
persuasivos que, por meio de discussões, campanhas e sensibilização para os
temas fundamentais do trânsito possam gerar uma modificação de comportamento
de todos que o utilizam, a Educação para o Trânsito deve estar voltada à
humanização, deve despertar nos indivíduos um comprometimento e uma
solidariedade que venha a fortalecer o senso de coletividade no trânsito. E a
psicologia de trânsito é a cabeça desse corpo, é a parte que estuda e traz uma
análise das emoções e da relação entre as pessoas e o meio circulante. Através dos
exames psicológicos é que se pode ter uma mensuração de como este trânsito é
“sentido”.
“A denominada psicologia do trânsito surge, então, da necessidade de se buscar mais segurança para o trânsito, colaborando para o bem-estar das pessoas em seus deslocamentos. Ela é consequência de abundantes pesquisas em centros, institutos e laboratórios de pesquisa nas últimas
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décadas, ela estuda o comportamento dos participantes do trânsito.” (Modificado de ROZESTRATEN, 1981).
O autor acima mencionado afirma ainda que “o fenômeno “trânsito” é produzido
a partir de comportamentos de indivíduos e de seus efeitos no ambiente, que, por
suas características físicas, desencadeia certos comportamentos e impede a
ocorrência de outros”. É dessa forma que a psicologia do trânsito também atua,
estudando o comportamento dos indivíduos e como estes relacionam-se com o
ambiente, no caso o ambiente de trânsito, demonstrando através de inúmeros
estímulos o quão salutar é o conhecimento da reação mental frente às diversas
adversidades encontradas cotidianamente no trânsito. Por isso é dada tamanha
importância aos exames psicológicos para obtenção e renovação da CNH.
Hoje em dia, a avaliação psicológica apresenta-se também como uma exigência
obrigatória em outras situações específicas, como no caso de condutores infratores
da legislação vigente no trânsito, envolvidos em acidentes graves, conforme a
Resolução n° 80/1998 do Conselho Nacional de Trânsito (1998), e mais
recentemente, em caso de renovação da CNH dos condutores profissionais, como
estabelecido pela Resolução n° 168/2004 (CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO,
2004).
A avaliação psicológica é indiscutivelmente um dos aspectos importantes na
obtenção da CNH e, no caso do presente estudo, é fundamental na renovação, no
caso para condutores optantes pela atividade remunerada. São essas pessoas que
mais necessitam de um controle psicológico no trânsito e estas que, por conta da
carga horária, muitas vezes excessiva, acabam por provocar acidentes
automobilísticos com determinada frequência.
Para Noronha Apud Poli (1990)
“A Psicologia de Trânsito e a Avaliação Psicológica são áreas afins, uma vez que essa última consiste em um processo técnico-científico de coleta de dados, estudos e interpretação de informações a respeito dos fenômenos psicológicos, realizado por meio de estratégias psicológicas, técnicas e instrumentos que permitem um conhecimento de capacidades cognitivas e sensório-motoras, membros sociais, emocionais, afetivos, motivacionais, aptidões específicas e indicadores psicopatológicos.”
A avaliação psicológica complementa os outros exames solicitados na
obtenção e renovação de CNH, ela é necessária tal qual o exame médico, uma vez
que a saúde mental das pessoas é determinante para se verificar de que forma
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estas se comportam dentro de trânsito e, se podem ou não causar algum dano aos
que participam do mesmo.
A Psicologia do trânsito nada mais é que um ramo da psicologia experimental
que investiga, avalia e estuda os comportamentos humanos de deslocamentos
individual ou coletivo em função de um conjunto de normas, regras, leis ou
convenções que visam afirmar a integridade e a segurança daqueles que se
locomovem tanto em ambiente natural quanto construído.
Rozestraten (1988) completa ainda, afirmando que: “A Psicologia do Trânsito
não se limita exclusivamente ao exame psicotécnico ou psicológico do motorista.
Psicologia do Trânsito é o estudo científico do comportamento dos usuários, fiscais,
construtores e mantenedores das vias públicas relacionados com o trânsito”.
“A real dificuldade da Psicologia de Trânsito é a relação entre fenômenos e processos psicológicos e acidentes. Sabe-se que é extremamente complexo conseguir dados válidos sobre acidentes e o comportamento que os precedem. Os registros são muito superficiais quando se reportam aos fenômenos psicológicos subjacentes ao comportamento antecedente ao acidente ou à pertinência de causas. Assim, descrições de registros policiais, tais como: "o carro bateu em um poste" são comuns, mas limitados para análise.” (HOFFMANN, 2005).
A avaliação psicológica utiliza de critérios objetivos para entender a
subjetividade da mente das pessoas, é importante para compreender de que forma
os condutores pretendem agir e como estes estão comprometidos com um trânsito
saudável, com um local mais seguro para todos. É através dessa análise que o
psicólogo de trânsito pode somar aos outros exames uma observação coerente
sobre os sujeitos que atuarão na condução dos mais diversos veículos,
especialmente aqueles que atuam na atividade remunerada como condutores.
2.2 Psicologia e Trânsito
O trânsito é parte do todo em que vivemos, é hoje, elemento essencial para
que os seres humanos possam facilitar a sua locomoção, possam encurtar as
distâncias e, de uma maneira geral, possam também resolver os problemas
inerentes à vida moderna. Isso porque no trânsito encontramos além de veículos,
pedestres, vias e outros elementos que fazem parte desse aglomerado e que devem
harmonizar-se em suas relações. A Psicologia vem justamente para “trazer” essa
harmonia, para facilitar o convívio e diminuir os conflitos dos elementos que
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participam do trânsito. A palavra psicologia deriva de duas palavras gregas: psykhê
(alma) e logos (ciência), podemos então conceitua-la como a ciência da alma.
Conforme Bock; Furtado; Teixeira (2001), os gregos entendiam que alma, por ser
parte imaterial do ser humano, abarca tudo o que é abstrato, ou seja, o pensamento,
os sentimentos de amor e ódio, a irracionalidade, o desejo, a sensação e a
percepção.
Atualmente a psicologia merece destaque, sob diversos aspectos, primeiro
porque ela estuda as relações existentes entre os seres humanos e, combinada à
antropologia e à sociologia, permite aos estudiosos compreender até as mais
ambíguas sociedades. Segundo porque esta parece estar presente em todos os
setores da sociedade, seja na educação (de todas as idades, inclusive), no âmbito
jurídico ou ainda no trânsito. A psicologia não mais é concebida como no passado,
quando era associada à ideia de espírito ou metafísica, atualmente essa ciência
encontra-se muito mais abrangente, ela engloba áreas diversas e apresenta-se
somada à tantas outras, analisando as características sensoriais, emotivas e
inerentes ao ser humano.
A psicologia é utilizada como subsídio para entendimento das mais diversas
formas de comportamento humano, em quase todos os setores da sociedade
percebe-se a presença dos psicólogos como mediadores de conflitos e
interpretadores das emoções humanas. Os indivíduos apresentam uma necessidade
de manter uma relação ativa com o mundo externo. Atuar no mundo é uma
propriedade do ser humano e essa atuação é contemplada e analisada pelo
psicólogo, no caso do trânsito e das relações existentes nele, a psicologia do trânsito
procura reforçar a preocupação das autoridades em fazer do trânsito um local de
convívio harmonioso e seguro.
Um dos principais norteadores dessa pesquisa foi demonstrar como os
homens lidam com o trânsito, como ocorre essa relação diária, especialmente no
caso dos condutores que utilizam a atividade remunerada na direção veicular, estes
são importantes personagens do trânsito, uma vez que possuem uma rotina, metas
e muitas vezes já têm um longo de tempo de experiência na direção de veículos. Um
dado importante observado em pesquisas diversas e que, aparentemente, parece
estar intrinsicamente ligado à direção com remuneração é o nível de agressividade
de alguns condutores. No trânsito como um todo, a agressividade é uma constante,
quando se trata do recurso prioritário dos condutores ela não foge à regra e também
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se mostra presente. Sabe-se que a agressividade está presente em toda a
sociedade, o papel do psicólogo é, também, controlar essa agressividade no
trânsito, de forma a transformá-la em algo benéfico para a população.
“O Homem é dotado dos mesmos instintos agressivos que os animais, porém, essa agressividade é mal controlada, porque o homem não tem inibições inatas contra matar ou ferir membros da mesma espécie. Isso ocorre porque o homem é aparentemente inofensivo, não possuindo, teoricamente, meios para auto exterminar sua espécie. (Modificado de Angela M. Brasil Biaggio 2011)
Essa agressividade citada também faz parte do trânsito e também está ligada
à psicologia, são inúmeras as características ou sensações emocionais que
determinam a atuação do indivíduo no trânsito. Estudar estes traços psicológicos,
enfatizar estas características e analisa-las mais profundamente, deve-se ao fato
das sensações serem determinantes no comportamento dos indivíduos, mais
importante ainda porque o condutor optante pela atividade remunerada lida dia a dia
com situações extremas, de estresse, violência, frustração, alegria, enfim, as
emoções requerem do psicólogo de trânsito uma análise cuidadosa e abrangente
sobre o comportamento humano, requer também dos condutores o uso da
inteligência, da conscientização dos mesmos quanto à sua parcela de positividade
ou negatividade no trânsito.
Diversos autores caracterizam e qualificam a psicologia de trânsito,
demonstrando a importância e abrangência da área. Hoffman (2003, p. 21), por sua
vez, define Psicologia do Trânsito como:
O estudo do comportamento do usuário das vias e dos fenômenos/processos psicossociais subjacentes ao comportamento. O conceito é amplo, pois o comportamento do condutor tem sido estudado em relação a uma diversidade de questões, tais como: procura visual, dependência de campo; estilo de percepção; atitudes; percepção de risco; procura de emoções, atribuição, estilo de vida, e carga de trabalho/trabalho penoso; estresse e representação social. Estas questões indicam a pluralidade de abordagens que constituem a fundamentação teórica para a pesquisa em Psicologia do Trânsito.
A Psicologia do Trânsito investiga o comportamento dos participantes do
trânsito indistintamente, não excluindo ninguém. Palavras de Rozestraten , que
afirma ainda, como já foi citado acima, que essa área específica é uma das mais
abrangentes do trânsito, uma vez que analisa a incidência de acidentes, o porquê
destes ocorrerem, as políticas públicas que são utilizadas, o comportamento das
pessoas no trânsito, dentre outros fatores. Dessa forma, pode-se afirmar que, de
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maneira geral, o objetivo da Psicologia do Trânsito consiste em estudar e analisar o
comportamento humano relacionado ao trânsito, sobretudo, no que se refere ao
comportamento dos sujeitos que compõem o contexto viário, sejam estes ativos ou
passivos, isto é, pedestres, motorista, ciclista ou motociclista.
Ainda citando o respeitado autor, Rozestraten afirma que os processos que
envolvem a psicologia incluem: atenção, detecção, diferenciação, percepção,
tomada e processamento de informações, memória de curto e longo prazo,
aprendizagem, conhecimento de normas e de símbolos, motivação, tomada de
decisões, habilidade para executar manobras rápidas, capacidade de reagir
prontamente ao feedback, previsão de situações, bem como uma série de atitudes
em relação aos outros usuários, às normas de segurança, ao limite de velocidade,
entre outros.
Observa-se então que a Psicologia de Trânsito é fundamental para que se
conheçam os comportamentos individuais e sociais dos homens, de uma forma que
se encontrem respostas para as situações mais diversas, auxiliada por outras áreas
complementares, que também estão relacionadas com o trânsito e que permitem
aos órgãos públicos, entender de que forma os acidentes ocorrem e o que fazer
para diminuí-los.
Como foi demonstrado nas linhas acima, a Psicologia do Trânsito oferece
subsídios para o ser humano e a sociedade acerca de uma variedade de
comportamentos nas mais diversas situações existentes em relação ao trânsito,
oferecendo diretrizes educativas e sugerindo implementações para a melhorar a
mobilidade no contexto viário, visando a segurança e a redução dos riscos de
acidentes. A Psicologia de Trânsito promove então ações diversas que buscam
auxiliar e melhorar a vida de condutores, somando aos órgãos públicos criatividade e
conhecimento que são inerentes à área psicológica e que devem ser
imprescindíveis, em todos os setores relacionados ao trânsito.
2.3 A Importância da Avaliação Psicológica para a Renovação da Carteira
Nacional de Habilitação
A Avaliação Psicológica é importante ferramenta para que se possam
observar características dos prováveis condutores, é exame essencial para que se
obtenha a CNH, uma etapa preliminar, obrigatória e eliminatória, que deve ser
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observada também na renovação com atividade remunerada, na mudança de
categoria e na reabilitação da CNH. É através dessa avaliação que o perito
examinador consegue identificar em cada candidato habilidades necessárias à
condução de veículos automotores.
Lamounier e Rueda (2005, p. 19, b) explicam que a Psicologia de Trânsito
e a Avaliação Psicológica são áreas afins, pois,
A avaliação consiste em um processo técnico-científico de coleta de dados, estudos e interpretação de informações a respeito dos fenômenos psicológicos, realizado por meio de estratégias psicológicas como métodos, técnicas e instrumentos que permitem um conhecimento de capacidades cognitivas e sensório-motoras, componentes sociais, emocionais, afetivos, motivacionais, aptidões específicas e indicadores psicopatológicos.
Os meios utilizados pelos peritos permitem que se obtenham no processo de
habilitação informações cientificamente fundamentadas e que possibilitem um
diagnóstico mais preciso e relevante no momento de orientar, sugerir e sustentar o
processo de tomada de decisão em algum contexto específico. Os Psicólogos de
trânsito utilizam a avaliação psicológica com o intuito na investigação das
características psicológicas dos candidatos à obtenção da Carteira Nacional de
Habilitação ou da mudança de categoria, como estabelece o Código de Trânsito
Brasileiro (CTB), que assim dispõe:
§ 2º O exame de aptidão física e mental será preliminar e renovável a cada cinco anos, ou a cada três anos para condutores com mais de sessenta e cinco anos de idade, no local de residência ou domicílio do examinado. § 3o O exame previsto no § 2o incluirá avaliação psicológica preliminar e complementar sempre que a ele se submeter o condutor que exerce atividade remunerada ao veículo, incluindo-se esta avaliação para os demais candidatos apenas no exame referente à primeira habilitação. § 4º Quando houver indícios de deficiência física, mental, ou de progressividade de doença que possa diminuir a capacidade para conduzir o veículo, o prazo previsto no § 2º poderá ser diminuído por proposta do perito examinador (BRASIL, 2002).
Historicamente observa-se que durante longo período de tempo o trabalho do
Psicólogo do Trânsito continha-se apenas na aplicação de testes psicológicos, sem
muita fundamentação teórico-científica, uma vez que o psicólogo fazia a seleção de
candidatos a motoristas, antes de ter em mãos resultados de estudos sobre os
processos psicológicos envolvidos no ato de dirigir e sequer sem ter submetido os
testes a estudos críticos sobre sua validade e fidedignidade para a seleção de
21
motorista. Todavia, com o advento de diversas pesquisas e estudos nesta área a
avaliação psicológica no trânsito ganhou uma nova dimensão. (GODOY &
NORONHA, 2005). Como pode-se observar, o caráter científico da aplicação do
exame psicológico tem ganhado cada vez mais força e possibilitado à condutores e
examinadores uma visão mais criteriosa acerca das necessidades encontradas no
transito. No caso específico desta pesquisa, observa-se uma necessidade ainda
maior de que se aplique o exame, uma vez que trata-se de uma visão acerca da
renovação com atividade remunerada, o que requer ainda mais rigor, uma vez que
estes condutores geralmente encontram-se com mais frequência no trânsito,
envolvem-se com mais facilidade em acidentes e, buscam no trânsito, o meio de
sustento de seus lares, por isso é tão importante uma análise sobre o exame
psicotécnico e aqueles que participam do teste.
A psicologia de trânsito é uma ramificação da psicologia geral, que investiga o
comportamento das pessoas nesse campo, além de se analisar os objetos externos
e internos, objetivos e subjetivos capazes de provocar ações e reações das mais
variadas. Machado (2007) entende que a avaliação psicológica é um processo
dinâmico que busca conhecer por meio de métodos científicos. Ou seja, é um
trabalho especializado cuja intenção é obter amostras do comportamento de alguém.
Assim,
Qualquer psicólogo que pretenda trabalhar com avaliações deverá ter em mente as dimensões técnicas, relacionais, éticas, legais, profissionais e sociais diretamente implicadas em seu trabalho. Se todas estas percepções caminham juntas e se inter-relacionam, é provável que possamos perceber a infinitude de cuidados e preocupações que devemos ter como profissionais que buscam, principalmente e acima de tudo, o respeito e a “construção” daquele que nos procura para se submeter a um processo de Avaliação Psicológica (MACHADO, 2007, p. 56).
É importante mostrar que a Avaliação Psicológica tem ganhado cada vez
mais força e relevância e que evoluiu bastante ao longo dos anos. Hoje em dia essa
amostragem comportamental que é disponibilizada pelos psicólogos facilita as ações
de órgãos como os DETRANS uma vez que o psicólogo complementa o trabalho de
outros profissionais, como os médicos, para que se tenha uma definição acerca do
perfil dos condutores.
Vale lembrar que o trabalho do psicólogo de trânsito ganhou mais força com a
publicação do Novo Código de Trânsito Brasileiro. O CTB em seu texto traz
inúmeros entendimentos sobre a Avaliação Psicológica e enaltece o trabalho do
22
psicólogo, além disso ocorreu a mudança de termos, de “exame psicotécnico” para
“Avaliação Psicológica Pericial” que em linhas gerais apresenta com mais cuidado a
verdadeira função e atuação do psicólogo de trânsito.
Há muito que se discute sobre o papel do psicólogo de trânsito e muita
divergência existe entre os autores, mas a doutrina mais aceita e difundida afirma
que o papel do psicólogo do trânsito é atuar no processo de habilitação, realizando a
avaliação psicológica pericial de motoristas, de forma que os condutores tenham
mais confiança no momento em que estiverem nas ruas. Isso quer dizer que a
concessão da CNH é um privilégio daqueles que passaram por uma série de testes
e exames e demonstraram possuir capacidade para conduzir um veículo com
segurança.
Outra mudança importante veio com apresentação da Resolução nº 002/2003
do Conselho Federal de Psicologia, essa Resolução auxilia o psicólogo de trânsito
definindo e regulamentando as regras para aplicação, elaboração e comercialização
dos testes psicológicos, que são tão utilizados e tão importantes nessa profissão. Os
Psicólogos viram-se cobertos e protegidos pela lei, amparados por uma norma que
busca facilitar os procedimentos técnicos desses profissionais e, logicamente,
garante mais agilidade, tecnicidade e ética na aplicação de testes e exames, uma
vez que unifica os matérias. Foi a Resolução nº 002/2003 do CFP que definiu os
padrões técnicos para avaliação dos testes psicológicos em condições de uso e
mudou a feição da avaliação psicológica em território nacional (MORETZSOHN;
MACEDO, 2005).
No primeiro artigo da Resolução citada observamos que:
Art. 1º - Os Testes Psicológicos são instrumentos de avaliação ou mensuração de características psicológicas, constituindo-se um método ou uma técnica de uso privativo do psicólogo. Parágrafo único: Para efeito do disposto no caput deste artigo, os testes psicológicos são procedimentos sistemáticos de observação e registro de amostras de comportamentos e respostas de indivíduos com o objetivo de descrever e/ou mensurar características e processos psicológicos, compreendidos tradicionalmente nas áreas emoção/afeto, cognição/inteligência, motivação, personalidade, psicomotricidade, atenção, memória, percepção, dentre outras, nas suas mais diversas formas de expressão, segundo padrões definidos pela construção dos instrumentos (BRASIL, 2003).
É inegável a importância de tal Resolução, mas não há que se contentar-se
apenas com este avanço, o trânsito brasileiro apresenta sérios problemas, de
23
infraestrutura, organização, profissionalismo e relacionamento, toda essa gama
prejudicial transformou o trânsito brasileiro num local caótico e o papel do psicólogo
de trânsito é fundamental para que os condutores que passam pelo processo de
Avaliação Psicológica sejam mais coerentes, calmos e responsáveis. É esse,
também, o papel do Psicólogo de Trânsito, formar pessoas conscientes que atuarão
em conjunto para melhorar o sistema caótico que aqui se encontra. Os testes e
exames são cada vez mais rigorosos e tal ação é importantíssima, inclusive no que
diz respeito à validade da CNH, que agora é temporária e com tempo diferente, a
partir das condições físicas e psíquicas em que encontram-se os motoristas. Os
critérios e a forma de avaliação devem ser bem definidos, de acordo com a
categoria, o tipo de veículo e se o uso será para atividade remunerada ou não, uma
vez que características diferentes exigem habilidades diferentes. Portanto deve-se
refletir sobre os testes e exames e compreendê-los de uma maneira geral, para que
a aplicação de tais exames ocorra de uma forma cauteloso e coerente.
Com relação às técnicas utilizadas pelos psicólogos de trânsito, as mais
comuns são as entrevistas, provas situacionais e os testes psicológicos. Os testes
mais utilizados são: BFM - Bateria de Funções Mentais para Motoristas, a Atenção
Concentrada (AC), o Teste Palográfico e as Pirâmides Coloridas (PFISTER).
É necessário salientar que os critérios exigidos nos testes são fundamentais,
mas a observação do Psicólogo de Trânsito também é preponderante, uma vez que
este poderá analisar o nível intelectual e comportamental dos condutores, além de
traçar um perfil psicológico baseado em critérios objetivos, que apenas o psicólogo
tem sapiência na sua aplicação.
É justamente a partir da observação e baseado nos resultados obtidos nos
testes acima que o Psicólogo do Trânsito avalia se os candidatos que pretendem
obter a Carteira Nacional de Habilitação, mudança de categoria, bem como
renovação da carteira com atividade remunerada.
É muito bem lembrado e enfatizado pelos estudiosos Rueda e Gurgel (2005)
que, nos testes de avaliação psicológica para as pessoas que procuram as
categorias, C, D ou E, seria importante criar normas específicas, visto que esse
grupo de motoristas devem apresentar níveis de atenção concentrada mais
elevados, já que muitas vezes eles transportam outras pessoas sob a sua
responsabilidade. Compreende-se então que, além dos testes de atenção
concentrada aplicados às demais categorias fazem-se necessárias outras técnicas
24
de avaliação psicológica. É justamente esse público o centro dessa pesquisa,
especialmente profissionais que atuam com atividade remunerada e que, muitas
vezes são colocados despreparados no trânsito para transportar muitas outras vidas.
Estes mesmos doutrinadores afirmam que a Avaliação para os condutores
que cometeram infrações ou envolveram-se em acidentes deve ser ainda mais
complexa e focada em situações de risco. “Para motoristas que cometeram
infrações e envolvidos em acidentes com vítima, a Avaliação Psicológica é
obrigatória e focalizará preferencialmente a análise das situações de risco ou
acidente, em que o mesmo tenha se envolvido, visando orientação de
encaminhamento específico, para melhoria de sua conduta (RUEDA; GURGEL,
2005).
A Avaliação Psicológica é indiscutivelmente um elemento essencial para o
bom andamento do trânsito, especialmente no Brasil onde há um crescimento
automobilístico acelerado e a infraestrutura ainda é caótica. No entanto, ainda é
necessário mencionar que, em tempos recentes, a Psicologia do Trânsito ainda se
esbarra com algumas dificuldades, entre elas, a falta de uma política pública de
mobilidade humana que seja capaz de possibilitar a circulação em todos os
movimentos possíveis, desenvolvendo um trabalho direcionado à construção de
políticas públicas para a mobilidade humana.
2.4 Os Principais Testes Psicológicos Utilizados na Avaliação Psicológica para
Renovação da Carteira Nacional de Habilitação com Atividade Remunerada.
2.4.1 Teste de Atenção Concentrada (AC)
Os testes realizados pelos psicólogos são importantes sob diversos aspectos,
é imprescindível que se constatem como os possíveis condutores reagem às
diversas situações do trânsito, especialmente no que diz respeito às emoções como
atenção, estresse, nervosismo e raiva. É de grande valia ressaltar que a Atenção é,
talvez, o mais importante comportamento humano no trânsito. Dentre outras coisas
a atenção determina se o sujeito é capaz de se orientar no tráfego de veículos, pois,
ao dirigir o condutor precisará ler placas, se orientar no espaço, tomar decisões
rápidas e para isso é necessário que ele tenha uma boa atenção.
25
O Teste de Atenção Concentrada (AC), tem por objetivo avaliar a capacidade
de uma pessoa em selecionar apenas uma fonte de informação diante de vários
estímulos que possam distraí-la. Os autores do teste apontam a necessidade de
definir o que é entendido por trânsito, tendo em vista que esse termo apresenta
várias conceituações. O teste AC é um dos testes utilizado nas clinicas que prestam
serviços para a obtenção de CNH. A atenção concentrada pode ser definida como a
capacidade de selecionar uma fonte de informação (estímulo do meio ambiente ou
do mundo interior) dentre todas as que estão disponíveis em um determinado
momento e conseguir dirigir sua atenção (manter o foco) para este estímulo ou
tarefa a ser realizada no decorrer do tempo.
Vários autores apresentam conceituações sobre o Teste de Atenção
Concentrada, são inúmeras as denominações que buscam identificar as
características predominantes do Teste. Segundo Warren (1956), a atenção deve
ser vista como “um processo que consiste em enfocar certas porções de uma
experiência de modo que elas se tornem mais evidentes ou destacadas”.
O criador do Teste de Atenção Concentrada, o psicólogo Suzy Cambraia
publicou o exame pela primeira vez em 1967. Para elaborar o teste o autor partiu de
um exame sistemático das provas conhecidas na época como o Teste de Bourdon;
Teste de Cancelamento de Adições Sucessivas de Kraepelin (1896); O teste de
Círculo e da Cruz, de Huth (HUTH APUD STERN & WIEGMANN, 1920) e o de
Toulouse-Pieron (PIÉRON, 1995; ZAZZO,1968; SZÉKELY, 1946). Foram realizados
inúmeros estudos para se chegar à forma que o teste possui na atualidade, até
mesmo no campo de símbolos abstratos para poder selecionar o estímulo mais
adequado para o instrumento. Após experimentos foi escolhido um triângulo,
formando uma ponta de flecha, que pode estar dirigida para as quatros posições
básicas (para cima, para baixo, para a esquerda e para a direita). Foi introduzida
também uma variável diferente, ou seja, a seta pode ser inteiramente preta, branca
na parte interna com um contorno preto ou branco com um pontinho negro no centro
o que permite a combinação diferente de 12. No verso do teste contém a prova
propriamente dita que consiste em 21 linhas, cada qual com 21 símbolos. Em cada
linha horizontal devem ser cancelados sempre sete símbolos. No alto da folha
existem os modelos a serem cancelado e no canto superior o espaço para serem
anotadas as variáveis importantes (acertos, erros e omissões, total de pontos e
26
percentil). Após estudos realizados, foi estipulado o tempo para a aplicação do teste
que ficou cinco minutos.
O Teste da Atenção Concentrada é um dos mais utilizados nos exames
psicológicos, isso se deve em grande parte ao fato do custo ser mais baixo, a
aplicação do teste ocorrer de forma simples e o tempo para correção ser curto. Além
disso existem tabelas que auxiliam aos aplicadores na interpretação dos resultados.
Dessa forma o Teste se torna bastante útil e ao alcance de todos os psicólogos de
trânsito.
2.4.2 Teste R1
O Teste R1 é um dos mais controversos na Psicologia, é um exame que
se propõe a aferir a inteligência, ou o nível intelectual do indivíduo. É preciso
analisar que é inteligência, como ela se apresenta em cada indivíduo, sua muitas
definições, enfim, há que se entende-la sob inúmeros aspectos. Cada teórico, que
estuda o tema em questão, apresenta uma definição diferente e os testes de
inteligência são baseados nas suas concepções. O teste não verbal de inteligência
foi criado em 1973, por Rynaldo de Oliveira como um instrumento apropriado para
avaliar a inteligência de motoristas e como um teste que permitisse várias aplicações
em geral. O manual desse teste foi elaborado com o objetivo de apresentar normas
atualizadas e mais abrangentes, incluindo tabelas para os diversos níveis de
escolaridade, obtidas em vários estados brasileiros.
Resumidamente o Teste R1 procura medir a capacidade intelectual do indivíduo. É
um Teste constituído com a finalidade de selecionar motoristas amadores e
profissionais, cujo uso potencialmente foi estendido a outros grupos da população.
Esse teste caracteriza-se por ser uma medida não verbal de inteligência e foi
construído para ser usado principalmente com pessoas de baixo nível de
escolaridade.
O R1 é um teste constituído de quarenta itens, apresentados em um
caderno, com um item em cada página, o que evita a interferência de um sobre outro
e permite maior concentração do examinando. As respostas são marcadas em uma
folha de respostas e a aplicação pode ser coletiva ou individual.
27
2.4.3. Teste Palográfico
O Teste Palográfico soma-se aos outros testes no complemento da análise
dos indivíduos, assim como se pode determinar níveis de atenção e inteligência,
pode-se também absorver e determinar níveis de personalidade. É dos mais
utilizados por psicólogos brasileiros em todas áreas, inclusive na psicologia de
trânsito. Esse Teste foi idealizado e elaborado pelo professor Salvador Escala Milá,
do Instituto Psicotécnico de Barcelona, na Espanha. No Brasil, esse teste teve
validação com os estudos do Professor Agostinho Minicucci, na década de 1960,
que introduziu um Centro de Estudos de Grafoanálise (Análise da Escrita) e Testes
Gráficos, sendo que, na década de 1970, o uso do Palográfico foi difundido
largamente no país.
O teste Palográfico (PLG), pode ser entendido como a avaliação da
personalidade com base na expressão gráfica. A folha de papel representa o mundo
no qual o indivíduo se coloca afetivamente e a maneira pela qual ele se relaciona
com o meio externo, através dos traçados. Ao escrever, projetamos sobre o papel
formas simbólicas, vivas em nós, que expressam nossa vida interior, ou seja,
modificamos as formas tradicionais ou caligráficas, de acordo com as ideias
conscientes e as imagens inconscientes que determinam a nossa personalidade.
Segundo Vels (1982) o teste é aplicável da mesma forma a crianças desde
aos 8 anos, adolescentes e adultos. É um teste simples e consiste na realização de
traços verticais de sete milímetros de altura, com espaço de dois e meio milímetros
entre eles. Sua aplicação é dividida em duas partes, tendo a primeira duração de
dois minutos e trinta segundos, não devendo ser avaliada, mas apenas com o
objetivo de diminuir as inibições naturais que os testes produzem nos indivíduos. A
segunda parte possui caráter avaliativo e dura cinco minutos, sendo controlado o
tempo de realização a cada minuto, no qual se diz a palavra “sinal” quando o
examinando deve fazer um traço horizontal e continuar a tarefa.
Para Van Kolck (1984, p.2), o teste palográfico determina a personalidade da
seguinte forma: “o ato de desenhar está presente e junta à adaptação, à expressão
e à projeção, e mais do que qualquer produção pessoal deve ser analisado
cuidadosamente”. Wolf e Precker (1951), acreditam que o comportamento
adaptativo é aquele que é determinado pelo material com que se trabalha ou pela
28
situação. O comportamento projetivo se refere às atribuições de suas próprias
necessidades e qualidade aos outros, sem ter consciência desse processo.
Outros autores veem nos mínimos detalhes os desvios ou as características
da personalidade. De acordo com Klages (1959), a inclinação da escrita para a
direita significa um predomínio dos sentimentos sobre a razão em proporção à
respectiva inclinação. Ele afirma que “na formação de todos os movimentos
humanos contribui a expectativa inconsciente do seu resultado”). Assim, a
interpretação da inclinação da escrita ou dos traçados do Teste Palográfico pode ser
feita com base no simbolismo do espaço.
As margens no teste Palográfico estão relacionadas ao simbolismo no
espaço. A margem esquerda está ligada ao passado, a fixação em certos períodos
do desenvolvimento psicossocial, à introversão, ás regras e a segurança. A margem
direita está ligada a figura de autoridade, ás situações novas, ás metas e aos
objetivos, ás mudanças, à capacidade de se adaptar a mudanças. A margem
superior está relacionada com a harmonia com que o indivíduo realiza sua tarefa, á
capacidade de lidar com as situações sociais e com o controle de suas reações em
um ambiente social (PIERRY NETO, 2002). É importante considerar que, quando
começa a escrever cada linha, tem-se mais cuidado e atenção no início do que no
final da linha, por isso, é mais frequente que a margem esquerda seja mais
ordenada do que a direita.
A distância entre as linhas está ligada aos relacionamentos interpessoal,
segundo Pierry Neto (1995). A proximidade entre as linhas indica que o sujeito
deseja proximidade com o outro e o aumento das linhas revelam que ela quer
manter uma distância em relação aos outros. O fato das linhas se tocarem ou
cruzarem mostram um comportamento de excesso de proximidade em relação ao
outro, sem respeitar limite. A distância normal entre os palos é aquela que não há
contato entre a linha inferior com a parte superior da linha seguinte. Simón (1992)
considera que um espaço adequado entre as linhas revela clareza de ideias,
distâncias em termos físicos e psicológicos, além do aproveitamento da energia.
Diversos fatores simples demonstram as características ou traços de
personalidade dos indivíduos. Por exemplo em relação às margens, linhas muitas
espaçadas indicam energia que se dissipa ou dificuldades de relacionamento com
os outros, com tendência ao isolamento, tanto físico como psicológico. A direção das
linhas é uma característica gráfica que varia mais do que todas as outras, por isso, a
29
interpretação da direção da escrita está relacionada com as disposições de humor,
simbolizando estados de ânimo momentâneos ou duradouros. A pressão da escrita
significa firmeza nas atitudes. Uma pressão média ou normal representa capacidade
de planejamento, equilíbrio. Se for irregular ou interrompida, pode representar
personalidade instável, emotividade, impulsividade, nervosismo etc.
Simón (1992) comenta sobre a organização da escrita, para ele a
organização nterna da escrita fornece ideias sobre a estrutura geral da
personalidade do sujeito. Uma escrita ordenada significa ideias claras, raciocínio
lógico, capacidade de organização no ambiente de trabalho, canalizam bem
energias e assim obtém um rendimento satisfatório. Já a escrita desordenada
representa pessoas com dificuldades de organização geral, além de apresentar
confusão de ideias.
Para Vels (1982), a rapidez do grafismo revela a vivacidade dos processos
motores, psíquicos e mentais, bem como a atividade, a prontidão da compreensão,
da assimilação e da decisão. No Palográfico a velocidade está relacionada ao
número de traços que o examinado consegue fazer em cada tempo e no total do
teste. Deve ser observado no teste Palográfico, o tamanho, a largura e o
distanciamento, que demonstram alguns traços ou conceitos dos indivíduos.
30
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Aspectos Éticos
A presente pesquisa segue as exigências éticas e científicas fundamentais
conforme determina o Conselho Nacional de Saúde – CNS nº 196/96 do Decreto nº
93933 de 14 de janeiro de 1987 – a qual determina as diretrizes e normas
regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Os sujeitos da
pesquisa foram informados dos objetivos do estudo e assinaram o termo de
consentimento livre e esclarecido TCLE, concordando em participar da pesquisa, a
identidade dos sujeitos da pesquisa segue preservada, conforme apregoa a
Resolução 196/96 do CNS-MS.
3.2 Tipo de Pesquisa
Na respectiva pesquisa foi realizado um estudo exploratório através de uma
pesquisa de cunho qualitativo que, permite ao pesquisador aprofundar-se no mundo
subjetivo das ações humanas e nos aspectos não perceptíveis ou captados por
medidas e equações estatísticas. Trata-se de estudo descritivo, de abordagem
quantitativa.
3.3 Local e População do Estudo
A Presente Pesquisa foi desenvolvida na cidade de São Raimundo Nonato,
onde foram ouvidos 9 profissionais condutores, que atuam com atividade
remunerada ao volante. Os condutores tinham perfis, idade e categorias de
habilitação diferentes, o que dá uma heterogeneidade positiva ao estudo.
3.4 Instrumentos para Coleta de Dados
O instrumento utilizado foi um questionário objetivo, contendo 12 questões..
31
3.5 Procedimentos para Coleta de Dados
O questionário foi respondido na forma de entrevista, na cidade São
Raimundo Nonato-PI e nele foram aplicadas questões que alcançaram os objetivos
da pesquisa. Nesse sentido, o questionário tentou destacar a opinião dos
entrevistados, condutores que desejavam renovar a CNH com Atividade
Remunerada ao volante.
3.6 Procedimentos para Análise dos Dados
Os dados coletados foram tratados de forma estatística descritiva. Tais dados
receberam o seguinte tratamento, primeiro houve a entrevista, depois de
organizados os dados, foram calculadas as estatísticas e confeccionados os gráficos
no formato de pizza, que somaram-se ao estudo geral.
32
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para a realização dessa pesquisa utilizou-se um método qualitativo, no
entanto a análise tem também um caráter descritivo-exploratório, uma vez que foram
realizadas entrevistas que expõem a visão dos condutores-entrevistados.
Participaram dessa pesquisa 9 profissionais, homens que atuam rotineiramente no
trânsito e que já possuem um longo tempo de experiência ao volante, fator indicativo
para que optassem por renovar a habilitação com atividade remunerada.
Com relação às características individuais e o perfil de cada condutor,
observou que todos possuíam acima de 40 anos de idade, o que dá margem para
crer que possuem um amplo conhecimento prático, sobre o trânsito brasileiro. O
Perfil característico das idades dos entrevistados apresenta-se no gráfico 1.
Gráfico 01 – Idade dos Condutores entrevistados, que optavam por Renovar a CNH com Atividade Remunerada.
Fonte: Dados da Pesquisa. São Raimundo Nonato/PI 2014
Observou-se ainda que, apesar da idade mais “avançada”, alguns condutores
tinham pouco tempo de prática ao verificou-se que apenas 22% possuía mais de 30
anos de experiência ao volante, o que pode ser constatado no gráfico 2:
40-50 22%
50-60 45%
acima de 60 33%
Idade
40-50 50-60 acima de 60
33
Gráfico 02 – Tempo de Experiência dos Condutores Entrevistados ao Volante.
Fonte: Dados da Pesquisa. São Raimundo Nonato/PI 2014
Um outro dado analisado durante a pesquisa e que faz parte do perfil dos
entrevistados foi a categoria que os mesmos possuem, o que nos permite entender
as possíveis necessidades dos candidatos e diferenciá-los no tipo de veículo que,
possivelmente conduzem na habilitação com atividade remunerada. Essa relação
com dados está demonstrada no gráfico 3:
Gráfico 03 – Categoria de Habilitação que possuem os entrevistados.
Fonte: Dados da Pesquisa. São Raimundo Nonato/PI 2014
As pesquisas mostram também que os entrevistados não apenas confiam na
avaliação psicológica, mas acreditam que esta tenha suma importância no dia-a-dia
dos condutores no trânsito. Todos os entrevistados confirmaram que o exame é
importante, dando ideia da relevância que é dada pelos motoristas à essa etapa de
obtenção da CNH.
10-20 anos 45%
21-30 anos 33%
31 acima 22%
Tempo de Experiência
10-20 anos 21-30 anos 31 acima
A ou B 22%
C 22%
D 34%
E 22%
Categoria
A ou B C D E
34
No caso foi feita a seguinte pergunta: Em sua opinião, este exame psicológico
é importante? Por que? O resultado está apresentado no Gráfico 4.
Gráfico 04 – A Avaliação Psicológica é importante para a obtenção da CNH?
Fonte: Dados da Pesquisa. São Raimundo Nonato/PI 2014
Por fim merece destaque também o questionamento sobre a obrigação dos
motoristas profissionais realizarem o exame psicológico no momento da renovação.
Tal pergunta é uma das principais para o nosso estudo, pois foca justamente no
tema que foi pesquisado. No caso em questão foi perguntado se os motoristas
profissionais aprovam ou não a obrigatoriedade de se realizar um novo exame
psicológico no momento de renovar a CNH. As respostas positivas foram maioria,
conforme demonstrado no Gráfico 5, onde constata-se a necessidade de se aplicar
o exame:
Gráfico 05 – Aprova que deva existir Avaliação Psicológica na Renovação para motoristas profissionais?
Fonte: Dados da Pesquisa. São Raimundo Nonato/PI 2014
Sim 100%
Não 0%
Importância do Exame Psicológico
Sim Não
Deve Existir 89%
Não Deve 11%
Obrigação para Renovar
Deve Existir Não Deve
35
Os entrevistados procuraram a todo momento demonstrar a importância e
contribuição da avaliação psicológica para aqueles condutores que desejam atuar
no trânsito com atividade remunerada. Há ainda uma carência de materiais físicos e
humanos, por isso muitas vezes as pesquisas parecem não denotar a realidade,
além disso alguns dos entrevistados não possui capacitação e conhecimento
adequado, mas de uma forma geral, todos somaram as suas experiências e
conseguiram enaltecer a avaliação e o profissional de psicologia
As respostas dos entrevistados apenas evidenciam fatos que todos já sabem:
Em primeiro lugar há um descaso das autoridades com o problema do trânsito e
segundo a aplicação da Avaliação Psicológica é importantíssima para quem vai
obter sua CNH e para aqueles que trabalharão com atividade remunerada ao
volante.
36
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluindo o trabalho podemos fazer algumas citações e considerações
sobre o mesmo. Analisando-o de uma maneira geral observa-se a necessidade que
que se têm em aplicar com mais frequência e rigor a avaliação psicológica,
promovendo a partir desta uma melhora em diversos aspectos que formam o
sistema de trânsito brasileiro. Logo de início observa-se ao longo da introdução e
revisão bibliográfica geral, conceitos inerentes ao trânsito e a forma como nos
comportamos nele, sob os mais diversos aspectos, seja o motorista, ciclista ou
pedestre, é importante enfatizar que todos têm uma função a exercer nesse
organismo chamado Trânsito.
Num outro plano foi observada a relação existente entre psicologia e trânsito,
como essa ciência pode auxiliar os órgãos públicos na tomada de decisão sobre
como fiscalizar, gerir e investir no trânsito. É observado de que forma o
desenvolvimento psicossocial e o conhecimento cognitivo dos condutores pode ser
aferido e analisado pelo psicólogo e, quais critérios seriam necessários para a
concessão da CNH, seja a primeira, mudança de categoria ou a renovação com
atividade remunerada, que é o tema do nosso estudo. Analisou-se objetivamente as
diversas características dos motoristas e buscou-se entender no seu
comportamento, o porquê do fator equilíbrio emocional ser um dos principais
causadores de acidentes.
Como pode ser observado, de uma maneira geral, apesar de algumas
críticas, é de fundamental importância que a avaliação psicológica seja uma
constante no trânsito, que ela possa fazer parte do cotidiano dos brasileiros que
utilizam nossas vias e que, especialmente os órgãos públicos, compreendam que tal
avaliação é uma ferramenta indispensável na prevenção de acidentes, que o Brasil
ainda está muito aquém em relação aos países de primeiro mundo no que diz
respeito à segurança no trânsito e, por conta disso, a avaliação psicológica é
também uma área que tende a contribuir nas áreas sociais e comportamentais,
dentro da nossa sociedade. Para tanto espera-se, como foi abordado no texto, que
os órgãos públicos utilizem Avaliação Psicológica como um recurso à fortalecer a
sociedade como um todo.
37
Como ficou observado nesse estudo, a maioria dos participantes reconheceu
a importância da avaliação psicológica para o trânsito e, de certa forma
demostraram interesse em vê-la presente com maior frequência, inclusive entre os
motoristas profissionais. É importante salientar que ainda existe um
desconhecimento por parte de muitas pessoas sobre o assunto, especialmente entre
os entrevistados foi demonstrado uma certa insegurança, talvez porque os mesmos
não tivessem o conhecimento adequado ou por conta do exame ainda não ser uma
rotina entre eles.
Observou-se ainda, durante as entrevistas realizadas em São Raimundo Nonato, um
receio entre os entrevistados, em apontar pontos positivos que pudessem auxiliar e
melhorar as características da avaliação psicológica para o trânsito, inclusive no teor
de suas respostas e declarações, uma vez que a grande maioria respondeu de
forma lacônica aos enunciados, mostrando um distanciamento com relação ao que
era discutido. Ainda assim os entrevistados aprovaram a avaliação psicológica e
caracterizaram-na como fundamental ao processo de renovação com atividade
remunerada, o que demonstra que há um ligeiro pensamento a favor do exame e um
entendimento deste como fundamental na tentativa de harmonizar o trânsito.
É importante lembrar também, que há hoje no Brasil, uma quantidade muito
grande de acidentes, muitas vezes com vítimas fatais e o papel da psicologia de
trânsito é justamente desmistificar as percepções acerca da avaliação psicológica,
explicando à população sobre a importância do exame, e sua finalidade. Até dentro
da área psicológica há um desconhecimento sobre esse tipo de avaliação, além de
alguns serem contrários à sua aplicação, mas tal prática já é requisitada em todo o
país e os operadores desse ofício merecem nosso respeito e atenção, cabendo
única e exclusivamente aos psicólogos a aplicação da avaliação Psicológica é
fundamental reconhecermos a complexidade de suas funções e estudarmos ainda
mais, para compreendermos de que forma estes psicólogos atuam.
Ainda que a psicologia possua objetivamente um padrão que permite aferir
quem possui capacidade para dirigir, o trânsito evoluiu muito e tornou-se bem mais
complexo, sendo relevante analisar os fatores que influenciam o condutor e que se
reflete em volume acidentário: uso de bebidas; nervosismo; imprudência;
desatenção, estresse, dentre outros.
Foram citados no decorrer desse estudo alguns exames-testes que
comumente são utilizados pelo psicólogo de trânsito para analisar as características
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dos condutores e prováveis condutores. Vale ressaltar que não há uma uniformidade
na aplicação desses testes, mas que a aplicação de muitos deles é sempre a
mesma, como o Teste de Atenção Concentrada, O Teste Palográfico e O R1. No
entanto existem alguns que, por seu custo ou pela desatualização, são menos
utilizados pelo profissional psicólogo.
É interessante demonstrar que os profissionais da área de trânsito acreditam
que estes exames são satisfatórios e que, os condutores também acreditam na
importância do exame. Durante a entrevista foi observado que incríveis 100% dos
entrevistados acredita que a avaliação psicológica é importante, ainda obteve-se
89% de aprovação com relação à obrigatoriedade de se aplicar o exame aos
condutores profissionais que optarem pela renovação com atividade remunerada,
ramo específico do nosso estudo.
Dessa forma pudemos constatar que o trabalho de psicólogo é de suma
importância, que a avaliação psicológica no trânsito deve alcançar novos contornos,
mais respeito, rigorosidade, reconhecimento ao profissional e, porque não afirmar
que esta avaliação deve ser mais rotineira, deveria acontecer com maior
periodicidade. A necessidade se refletir acerca das avaliações psicológicas no
contexto do trânsito e sua contribuição são preocupações da contemporaneidade,
havendo necessidade emergencial de evolução em parâmetros e estudos técnicos
mais condizentes com a realidade nacional, e também regional.
Finalizando compreende-se de uma forma geral que a avaliação psicológica é
requisito fundamental para o condutor participar do trânsito, que essa ciência auxilia
não apenas os que obterão a primeira habilitação, ela é fundamental aos
profissionais de trânsito que irão renovar sua CNH, uma vez que eles participam
ativamente e continuamente das relações de trânsito e que, o conhecimento
psicossocial destes condutores é auxílio e complemente urgente para que tenhamos
todos, um trânsito mais saudável e harmônico.
39
REFERÊNCIAS
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42
APÊNDICE
Comitê de Ética em Pesquisa - CEP
QUESTIONÁRIO
QUAL A PERCEPÇÃO DOS CANDIDATOS A RENOVAÇÃO DA CARTEIRA
NACIONAL DE HABILITAÇÃO A RESPEITO DA IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO
PSICOLÓGICA NO TRÂNSITO
Psicologia do Trânsito (Pesquisa de Campo)
ENTREVISTADO:
________________________________________________________________
1. Idade:____________________________________________________________
2. Tempo de experiência como condutor de veículos automotores:______________
3. Categoria:________________________________________________________
4. Mudança de Categoria: NÃO ( ) Se SIM ( ), Qual Categoria?_____________
5. Renovação de CNH. ( )
6. Por que você acha que está realizando este exame psicológico para a renovação
da Carteira Nacional de Habilitação?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
7. Na sua opinião, este exame psicológico é importante? Por quê?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
8. Você acredita que a avaliação psicológica ajuda a identificar fatores de riscos à
violência no trânsito e que pode ser capaz no auxílio na diminuição desses
acidentes?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
9. O exame de avaliação psicológica ocorre de 5 em 5 anos. Você acha que esse
exame deveria ocorrer com maior frequência e rigor?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
43
10. De que forma a avaliação psicológica pode auxiliar os condutores na busca por
um trânsito mais harmônico e seguro, prevenindo acidentes?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
11. A avaliação psicológica utiliza critérios justos para avaliar o condutor ou ela se
distancia da realidade em que o condutor vive sua experiência no transito?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
12. Os acidentes provocados por uso excessivo de álcool poderiam ser diminuídos
com uma avaliação psicológica mais rigorosa?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
13. O exame psicológico limita os condutores ou os prepara e os deixam mais
confiantes para enfrentar o trânsito?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
14. Você acredita na eficácia do processo de Avaliação Psicológica para o Trânsito,
da forma como é feito nos dias de hoje?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
15. Você acredita que, para obtenção da CNH, o exame de Avaliação Psicológica é
uma forma de prevenir acidentes de trânsito?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
16. Você aprova que motoristas profissionais sejam obrigados a realizar nova
Avaliação Psicológica no momento de renovar a CNH?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
17. Você concorda que tornar obrigatória a Avaliação Psicológica para condutores
que possuem CNH categoria A e B pode contribuir para a diminuição no número
de acidentes de trânsito?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________