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UNISALESIANO Curso de Engenharia Civil
Desenho Arquitetônico
Prof. Dr. André L. Gamino
Araçatuba Agosto - 2018
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Desenho Arquitetônico data:ago/2018 fl. 2
1 – Projeto de Arquitetura: Introdução
1.1 Introdução
O início da concepção do projeto arquitetônico requer uma série de questionamentos:
A edificação será inserida no meio do lote ou encostada em um dos lados?
A cozinha ficará na frente ou atrás do lote?
Os dormitórios ficarão voltados para qual lado do lote?
A sala terá a mesma altura da cozinha?
Será uma edificação com pavimento único ou assobradada?
Estas e outras dezenas de perguntas devem ser feitas pelo engenheiro no início da
confecção do projeto arquitetônico.
O projeto arquitetônico não implica necessariamente em copiar ideias de revistas
especializadas. O projeto arquitetônico é antes de mais nada uma criação, única e exclusiva
para determinado cliente segundo aquilo que o mesmo necessita.
Segundo Montenegro (2001) o “resultado de copiar ou plagiar o que se publica pode ser
uma coleção de plantas, mas nunca um projeto”.
1.2 Projeto Arquitetônico
O projeto arquitetônico constitui-se de uma série de representações gráficas (desenhos)
normalizadas cujo intuito inicial é o de atender às condições de salubridade (luminosidade
e ventilação), mobilidade (acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos
urbanos segundo as prescrições da NBR 9050, 2004) e a disposição que atende às
necessidades do cliente.
Em segundo momento o projeto arquitetônico fornece informações relevantes de apoio aos
demais projetos civis: estrutural (NBR 6118, 2007; NBR 8800, 2008; NBR 7190, 1997) e
hidrossanitário (NBR 15575-6, 2013). Do projeto estrutural concebe-se o projeto de
fundações (NBR 6122, 2010) pela necessidade do conhecimento da disposição geométrica
dos pilares e das cargas verticais envolvidas. Para exemplificar apresentam-se algumas as
elevações, cortes e plantas baixas que compõem o projeto arquitetônico de um exemplo
tomado de um edifício. Os desenhos estão fora de escala.
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Desenho Arquitetônico data:ago/2018 fl. 3
Figura 1.1 – Elevação frontal
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Desenho Arquitetônico data:ago/2018 fl. 4
Figura 1.2 – Elevação lateral
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Desenho Arquitetônico data:ago/2018 fl. 5
Figura 1.3 – Corte B-B
300
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275
275
275
275
275
275
275
275
275
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275
275
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175
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200
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Desenho Arquitetônico data:ago/2018 fl. 6
Figura 1.4 – Corte A-A
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Desenho Arquitetônico data:ago/2018 fl. 7
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Figura 1.5 – Térreo
Pro
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251205512015
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47014051515
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A
B B
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Figura 1.6 – Pavimento-Tipo
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Figura 1.7 – Cobertura
79
1515165 185
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35.5
35.5
10015135
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A
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Casa de Máquinas
Caixa D´Água
Cobertura da Caixa D´Água
Figura 1.8 – Ático
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20
AA
A
320
15
515
15
B B
B B
B B
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Desenho Arquitetônico data:ago/2018 fl. 11
1.3 Plantas Arquitetônicas
Corresponde ao conjunto de informações gráficas necessárias para a execução da
edificação:
PLANTA DE SITUAÇÃO:
Planta que compreende o projeto arquitetônico como um todo segundo sua localização.
Para aprovação em órgãos oficiais, esta planta deve conter informações completas sobre
localização do terreno conforme a Figura 1.9.
Figura 1.9 – Planta de situação (MONTENEGRO, 2001)
PLANTA DE LOCAÇÃO OU IMPLANTAÇÃO:
Planta que compreende o projeto como um todo, contendo, além do projeto de arquitetura,
as informações necessárias dos projetos complementares, tais como movimento de terra,
arruamento, redes hidráulica, elétrica e de drenagem, entre outros.
Nota: A locação das edificações, assim como a das eventuais construções complementares
são indicadas nesta planta.
A Figura 1.10 ilustra um exemplo de planta de locação.
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Desenho Arquitetônico data:ago/2018 fl. 12
Figura 1.10 – Planta de locação ou implantação (MONTENEGRO, 2001)
PLANTA DA EDIFICAÇÃO:
Vista superior do plano secante horizontal, localizado a, aproximadamente, 1,50 m do piso
em referência.
Nota: As plantas de edificação podem ser do térreo, subsolo, andar-tipo, cobertura, entre
outros.
As Figuras 1.11 e 1.12 ilustram o esquema de construção da planta da edificação.
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Figura 1.11 – Esquema de representação da planta da edificação (MONTENEGRO, 2001)
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Desenho Arquitetônico data:ago/2018 fl. 14
Figura 1.12 – Projeção da planta da edificação (MONTENEGRO, 2001)
1.4 Cortes
Plano secante vertical (Figura 1.13) que divide a edificação em duas partes, seja no sentido
longitudinal, seja no transversal.
Nota: O corte, ou cortes, deve ser disposto de forma que o desenho mostre o máximo
possível de detalhes construtivos. Pode haver deslocamentos do plano secante onde
necessário, devendo ser assinalados, de maneira precisa, o seu início e final. Nos cortes
transversais, podem ser marcados os cortes longitudinais e vice-versa.
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Desenho Arquitetônico data:ago/2018 fl. 15
Figura 1.13 – Representação esquemática de um corte (MONTENEGRO, 2001)
Na prática deve-se evitar as linhas de chamada por cima da planta. Os elementos cortados
pelo plano são feitos com traços de espessura superior. No restante usa-se traço mais fino
conforme a Figura 1.14.
Lembrar que a planta baixa também é um corte (Figuras 1.11 e 1.12) e, portanto, esta
convenção de espessuras de linhas vale também para a planta baixa.
Alguns termos técnicos são importantes quando da confecção de cortes conforme a Figura
1.15.
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Desenho Arquitetônico data:ago/2018 fl. 16
Figura 1.14 – Representação de um corte em projeção mongeana de 1° diedro (MONTENEGRO, 2001)
Figura 1.15 – Termos técnicos importantes usados em cortes (MONTENEGRO, 2001)
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Desenho Arquitetônico data:ago/2018 fl. 17
1.5 Sistema de Representação
As projeções ortogonais da geometria descritiva são usadas no desenho arquitetônico
mudando-se apenas os termos técnicos conforme a Figura 1.16.
Figura 1.16 – Rebatimentos usados em desenho arquitetônico (MONTENEGRO, 2001)
A Figura 1.17 representa as projeções ortogonais. A projeção 1 corresponde à vista superior
ou em planta, a projeção 2 será a vista frontal ou elevação e a projeção 3 será a vista lateral
esquerda segundo a teoria de Geometria Descritiva (GD). O conjunto de projeções 1 e 2
dá-se o nome de épura. O esquema apresentado na Figura 1.17 está em 1o diedro (mais
comum no Brasil) uma vez que a vista superior ou em planta está abaixo do conjunto de
projeções que formam a épura. A simbologia normalizada (ABNT) do 1o diedro encontra-
se na Figura 1.18.
Alguns nomes de projeções usados em GD apresentam variações em desenho
arquitetônico conforme a Figura 1.19.
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Desenho Arquitetônico data:ago/2018 fl. 18
Figura 1.17 – Projeções ortogonais usadas em desenho arquitetônico (MONTENEGRO, 2001)
Figura 1.18 – Simbologia normalizada pela ABNT para o primeiro diedro (NBR 10067, 1995)
Figura 1.19 – Representação das projeções em desenho arquitetônico (MONTENEGRO, 2001)
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Desenho Arquitetônico data:ago/2018 fl. 19
1.6 Perspectivas: Cavaleira e Isométrica
É a representação gráfica das mais diversas projeções das faces de um objeto de forma
simultânea. As perspectivas podem ser feitas de inúmeros pontos de vista diferentes,
podendo ser escolhida a posição que melhor ofereça a ideia da forma do objeto.
A Figura 1.20 apresenta uma série de perspectivas usualmente aplicadas na representação
tridimensional dos objetos.
isométrica oblíqua oblíqua oblíqua
Figura 1.20 – Tipos de perspectiva
A perspectiva isométrica (Figura 1.21) é aquela na qual a largura e a profundidade do objeto
são representadas em verdadeira grandeza (V.G.) com ângulos de inclinação de 30o; a
altura do mesmo objeto segue o alinhamento de uma reta vertical, valendo-se da mesma
premissa de uso de V.G.
Figura 1.21 – Perspectiva isométrica
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Desenho Arquitetônico data:ago/2018 fl. 20
A perspectiva cavaleira é aquela na qual a vista frontal apresenta-se em V.G. e a
profundidade, denominada fugante, apresenta redução dependendo do ângulo formado
entre a fugante e o eixo horizontal.
Para 30°: Redução para 2/3 da dimensão real;
Para 45°: Redução para 1/2;
Para 60°: Redução para 1/3;
A Figura 1.22 ilustra um exemplo de aplicação para um cubo com 10 unidades lineares de
aresta.
Figura 1.22 – Perspectiva cavaleira segundo o ângulo de fugante
A Figura 1.23 fornece uma comparação visual entre os dois tipos de perspectiva; nota-se
que o melhor aspecto da cavaleira é aquele obtido com ângulo de 45°.
isométrica cavaleira (30°) cavaleira (45°)
Figura 1.23 – Comparação entre os tipos de perspectiva isométrica e cavaleira
30° 45° 60°
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Desenho Arquitetônico data:ago/2018 fl. 21
1.7 Aplicações Conceituais
São aqui apresentados dois projetos, extraídos de Montenegro (2001), sendo cada um
deles representados por duas perspectivas oblíquas. Pedem-se os desenhos em escala
(1:50 como sugestão) da perspectiva isométrica e cavaleira (fugante a 30° e 45°) de cada
edificação, ilustrando-se as vistas laterais esquerda e direita.
Projeto 01:
Nota: As perspectivas obíquas “A” e “B” respectivamente ilustram a região frontal e lateral
direita da edificação. Cotas em “m”; situação sem escala.
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Desenho Arquitetônico data:ago/2018 fl. 22
Projeto 02:
Neste projeto a interpretação das vistas ortográficas ficará por conta dos acadêmicos;
situação sem escala.
1.8 Referências Bibliográficas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de estruturas
de concreto: procedimento. Rio de Janeiro, 2014. 238 p.
______. NBR 8800: Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto
de edifícios. Rio de Janeiro, 2008. 237 p.
______. NBR 7190: Projeto de estruturas de madeira. Rio de Janeiro, 1997. 107 p.
______. NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos
urbanos. Rio de Janeiro, 2005. 97 p.
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Desenho Arquitetônico data:ago/2018 fl. 23
______. NBR 15575-6: Edificações habitacionais: desempenho: parte 6: requisitos para os
sistemas hidrossanitários. Rio de Janeiro, 2013. 32 p.
______. NBR 6122: Projeto e execução de fundações. Rio de Janeiro, 2010. 91 p.
______. NBR 10067: princípios gerais de representação em desenho técnico:
procedimento. Rio de Janeiro, 1995. 14 p.