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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE RELACIONAMENTOS INTERPESSOAIS: UM CONTO DE FADAS Por: Rosineide da Silva Andrade Orientador Profª Mary Sue Rio de Janeiro 2004

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

RELACIONAMENTOS INTERPESSOAIS: UM CONTO DE FADAS

Por: Rosineide da Silva Andrade

Orientador

Profª Mary Sue

Rio de Janeiro

2004

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

RELACIONAMENTOS INTERPESSOASI: UM CONTO DEFADAS.

Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como condição

prévia para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Pedagogia

Empresarial.

Por: Rosineide da Silva Andrade

3

AGRADECIMENTOS

À Deus, pela grande oportunidade que tem me

concedido todos os dias de viver, conhecer pessoas e

aprender com elas. Á amiga Luciana Borges e seu

filhinho Lucas pelo carinho, à Manuela, fiel amiga e

companheira de todas as horas.

4

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha mãe, grande heroína do

meu conto de vida, exemplo inigualável de

perseverança e bondade, minha fada madrinha. À

minha amiga e irmã na fé Ana Sueli e seus filhos que

tanto têm iluminado minha vida.

5

RESUMO

As empresas hoje, tem se preocupado com a formação ética e profissional de

seus colaboradores, visto que há uma grande competitividade, chegando até haver, uma

rivalidade entre os mesmos.

O relacionamento interpessoal tem se tornado objeto de estudo cada vez mais

freqüente entre as organizações, onde se procura uma harmonia dentro do ambiente de

trabalho.

Em uma viagem pelos contos de fadas, se estabelecem relações entre o real e o

imaginário que identificam situações e sentimentos vividos por indivíduos dentro de um

grupo, descobrindo, assim, quem são os lobos, raposas águias e formigas dentro do

convívio organizacional.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada na elaboração deste trabalho, foi concebida através de

bibliografias de renomados autores, que partindo da exposição de sua idéias e da

apresentação de alguns contos de fadas, analisa-se e avalia-se situações reais de

relacionamentos interpessoais dentro das organizações.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..............................................................................................................08

CAPÍTULO I - Relacionamento Interpessoal.............................................................11

CAPÍTULO II - Os Contos e o Crescimento Pessoal.................................................20

CAPÍTULO III - Atitude, Postura e Comportamento...............................................23

CAPÍTULO IV - Ética Profissional.............................................................................37

CAPÍTULO V - Competência Interpessoal................................................................40

CAPÍTULO VI - Conflitos...........................................................................................46

CAPÍTULO VII - Motivação: Motivo para superar desafios..................................69

CONCLUSÃO...............................................................................................................72

BIBLIOGRAFIA...........................................................................................................73

ÍNDICE..........................................................................................................................74

FOLHA DE AVALIAÇÃO..........................................................................................76

8

INTRODUÇÃO

Era uma vez duas pessoas que haviam se perdido na selva e de repente na frente

delas aparece uma leoa faminta. A primeira reação de uma delas é sair correndo e a outra

simplesmente sentou e começou a calçar um tênis de corrida. Assustada com a situação

sua colega perguntou: “Você acha que não vai ser comida por causa dos seus sapatos?

E a outra respondeu: “Não. Eu vou correr mais que você”.

Viver em um mundo competitivo, em quase todos os setores da nossa vida , mas

principalmente no mundo corporativo essa rivalidade se torna mais acentuada, é curioso

observar como ultimamente as empresa tem se preocupado com a formação ética e

social de seus colaboradores devido à essa rivalidade existente entre as pessoas que

formam , ou melhor, que representam a cultura de uma empresa.

Todos os dias se encontra alguém calçando um tênis para correr na frente.

Como lidar com a difícil tarefa de nos relacionarmos com essas pessoas, aprender

a compreende-las e saber diferenciar lobos de cordeiros para que o desempenho

profissional não se torne prejudicado?

Mas o que tudo isso tem a ver com contos de fadas? Como se explica a presença

de estruturas do universo infantil no mundo corporativo, pretensamente adulto?

Um dos objetivos centrais da educação que se recebe quando criança é de

tornamos seres humanos pensantes, críticos, criativos, justos, solidários, sensíveis e

éticos.

Através de fábulas e contos de fadas pode-se fazer leituras independentes de

situações que vivenciadas no dia-a-dia e que podem ser resgatadas através dessas

narrativas, propriamente ditas, onde encontra-se uma situação atual, um obstáculo, uma

tentativa de solução, um resultado final e uma moral chegando-se a dois mundos que

são: O imaginário, o narrativo, fantástico e o mundo real, dissertativo e temático.

9

”As figuras e situações dos contos de fadas também

personificam e ilustram conflitos internos, mas sempre sugerem

sutilmente como estes conflitos podem ser solucionados e quais

os próximos passos a serem dados em direção de uma

humanidade mais elevada.(...) o conto de fadas reassegura, dá

esperanças para o futuro eoferece a promessa de um final feliz”

(BERTTELHEM, 1980).

Na verdade essas narrativas são um estudo sério sobre o comportamento humano

que traz uma reflexão sobre a ética e cidadania, sobre como se posicionar diante do

nosso semelhante.

Quem já não se colocou na pele do lobo e/ou do cordeiro?

Qual seria reação se alguém – a cigarra - batesse a nossa porta - nós= formigas -

e nos pedisse ajuda?

Como reagir diante das “raposa” que tanto gostam de levar vantagem em tudo?

Será que todos os elogios que se recebe ou se faz são sinceros?

E assim há uma infinidade de exemplos que podem ser resgatados por meio

dessas fábulas e contos que estabelecem relações ao se criticar e descobrir quem são os

verdadeiros lobos, raposas, águias e formigas, trazendo uma reflexão sobre as ações e

atitudes dessas personagens dentro da organização empresarial onde se atua.

“Os contos de fadas tomam as ansiedades existenciais e dilemas

com muita seriedade e dirige-se diretamente a eles: a necessidade

de ser amado e o medo de uma pessoa de não ter valor”

(BETTELHEM, 1980)

O objetivo desse estudo é analisar o comportamento interpessoal através desses

clássicos da literatura que nos fascinam até os dias de hoje pelo seu caráter mágico e

principalmente pelo que elas representam e simbolizam.

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Através de bibliografias se analisará o comportamento humano, suas reações e

suas relações interpessoais dentro do mundo corporativo.

11

CAPÍTULO I

RELACIONAMENTO INTERPESSOAL

"O aroma das flores não se propaga

contra o vento, mas a fragrância das pessoas de

bem propaga-se até contra a ventania."

(Dhammapada)

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RELACIONAMENTO INTERPESSOAL

Parece que há quem ainda duvide da importância de um bom relacionamento

interpessoal com os colegas de trabalho. Essa constatação chega a ser surpreendente,

porque tanto as consultorias de recursos humanos quanto a diretoria de uma empresa

afirmam ser este o ponto imprescindível na formação de um líder, um executivo, ou seja,

de um profissional do futuro.

Chega-se, portanto, diante de um dilema: se o relacionamento interpessoal se faz

tão importante, como é que tantas pessoas insistem em ignorá-lo ou torná-lo supérfluo?

Atualmente este dilema é apenas parente, pois se algumas pessoas ignoram

aspectos de relacionamentos interpessoais é porque ainda não descobriram a sua

importância e não aprenderam como praticá-lo ou, ainda, deixaram de adquirir

conhecimentos que possam levar a construir um bom relacionamento harmonizando seu

ambiente de trabalho.

No mundo profissional, como em qualquer outro círculo de relacionamentos,

tudo gira em torno do poder e da habilidade política de se relacionar.

Dominar aspectos de relacionamentos interpessoais é dominar a arte do

posicionamento estratégico em uma empresa. É tornar-se imprescindível para a imagem

da empresa associando-se aos vencedores e escalando os degraus da ascensão

profissional.

Uma das características do comportamento profissional é de estruturar uma

sociedade em torno do poder, assim como no passado a corte se reunia em torno do seu

governante e se observamos um pouco vamos perceber que não mudou muito nos dias

de hoje... quem não quer ficar perto, com interesses é claro, perto de uma autoridade

política e diante das possibilidades que essa aproximação pode trazer para sua vida

profissional?

Pode-se comparar os mesmo princípios da corte no relacionamento interpessoal,

de forma que ao tratarmos do assunto se estar, na verdade, lidando com uma das

manifestações mais primitivas de poder.

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O bom relacionamento é a chave para o sobrevivência profissional das pessoas e

pode ser um diferencial na busca por uma melhor oportunidade de carreira a qual

almeja-se.

O mais importante em um relacionamento é adotar um estilo e um linguajar para

cada pessoa com quem se está relacionando e não acreditar que todos são iguais perante

a lei pois não são.

Encontra-se pessoas boas e pessoas que querem tirar proveito de situações na

caminhada profissional. É importante saber com quem nos relacionamos, se estamos

lidando com lobos, raposas ou cordeiros para que o desempenho profissional não seja

prejudicado como um todo.

Para ilustrar essa questão analisar-se-á o conto “A roupa nova do imperador”

que irá permite algumas reflexões sobre o assunto.

1.1 A ROUPA NOVA DO IMPERADOR

Há muitos e muitos anos atrás, havia um imperador tão apaixonado por roupas

novas, que gastava toda a sua fortuna vestindo-se com a máxima elegância. Passar em

revista as tropas, ir ao teatro, passear de carruagem pelo somente o interessavam como

pretexto para exibir suas roupas novas.

Trocava de roupa de hora em hora e, assim como se costuma dizer de um rei que

“está reunido com o conselho”, desse podia se dizer, sem medo de se enganar: “o

imperador está no quarto de se vestir”.

A cidade onde morava o imperador era muito alegre e agitada. Todos os dias

chegavam a ela muitíssimos forasteiros. Uma vez se apresentaram dois pilantras que se

faziam passar por tecelões, garantindo que sabiam fabricar os mais lindos tecidos. E que

não só as cores e os desenhos, mas a roupa confeccionada por eles tinha a milagrosa

virtude de ser invisível a todos aqueles que não tivessem competência para o cargo que

ocupavam ou que fossem totalmente idiotas.

Será uma roupa fantástica! – disse para si o imperador – vestido com ela, ele

poderia averiguar quais os funcionários do reino são ineptos para os cargos que ocupam.

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Poderia, também, diferenciar os inteligentes dos burros. Imediatamente! Comecem

imediatamente a tecer o pano! – E ordenou pagar aos trapaceiros uma boa quantidade de

dinheiro para que começassem o trabalho o quanto antes.

Eles montaram os teares e fingiram trabalhar; porém, nada tinham na máquina.

Pediram as sedas mais finas e o ouro da melhor qualidade, que embolsaram

descaradamente, enquanto continuavam a fingir que trabalhavam nos teares vazios até

altas horas da noite.

_ Gostaria de saber se estão adiantados com o tecido – pensou o imperador.

Porém, havia algo que o preocupava e o reprimia, ou seja, que os imbecis ou ineptos

para o cargo que ocupavam não conseguissem vê-lo. Não que ele temesse ser um deles:

quanto a isso estava tranqüilo, mas, por via das dúvidas, preferiu mandar outro na frente

para certificar-se de como iam as coisas. Todos os habitantes da cidade sabiam da

singular virtude daquele tecido e todos estavam impacientes para descobrir até que ponto

seu vizinho era um estúpido ou incapaz.

_ Enviarei meu primeiro ministro para visitar os tecelões – disse. – É um homem

honrado e o mais indicado para julgar a qualidade do tecido; ele possui talento, e não há

quem desempenhe o cargo com mais competência do que ele.

O velho e digno ministro se apresentou, pois, na oficina dos dois vigaristas, que

continuavam a trabalhar em teares vazios.

_ Que Deus me ajude! – pensou o ministro consigo mesmo, arregalando os olhos

desmesuradamente. – Mas eu não vejo nada! Mas para não se comprometer, guardou o

fato para si.

Os dois farsantes lhe pediram que se aproximasse e lhe perguntaram se não

achava as cores e o desenho maravilhoso. Apontaram o tear vazio, e o pobre homem

continuava com os olhos esbugalhados e sem ver nada, pois nada havia para ver.

_ Santo Deus! – pensou – serei por acaso burro? Jamais poderia imaginar, e

ninguém deve sabê-lo. Será possível que eu seja um inútil para o cargo? Não, não posso

dizer que não vi o tecido.

_ Como? Vossa Excelência não diz nada do tecido? – perguntou um dos tecelões.

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_ Oh, sim, é maravilhoso! Fantástico! – respondeu o velho ministro olhando

através dos óculos – Que desenho e que cores! Direi ao imperador que estou encantado.

_ Ficamos felizes em comprovar que lhe agrada – responderam os tecelões,

elogiando as cores e o desenho. O velho escutou com muita atenção suas explicações

com o propósito de repeti-las ponto por ponto ao imperador, como de fato o fez.

Os malandros pediram, então, mais dinheiro, seda e ouro para continuar tecendo.

Tudo foi para dentro de seus bolsos, pois nem um fio foi empregado para tecer, e eles

continuaram, como antes, simulando não perder um só minuto em sua tarefa.

Logo depois, o imperador enviou outro cortesão de sua confiança para

inspecionar o ritmo do trabalho e para o informar se terminariam logo. Como ocorreu

com o primeiro, assim ocorreu com o segundo. Olhou e tornou a olhar, mas nada havia

no tear, nada pôde ver.

_ Não lhe parece magnífico o tecido? – perguntaram os vigaristas, ponderando

suas inexistentes qualidades.

_ De burro eu não tenho nada – pensou o homem – Portanto, sou incapaz para o

importante cargo que ocupo. Não posso reconhecer isso. Sendo assim, boca calada.

E desfez-se em elogios sobre o tecido, as cores, a textura e o desenho.

_ É surpreendente! – disse o imperador.

Todos os moradores da cidade falavam sobre o tecido mágico, tanto que o

imperador quis vê-lo com seus próprios olhos no tear, antes que terminassem. Com uma

comitiva selecionada, na qual figuravam os dois honrados funcionários que ele tinha

enviado anteriormente, dirigiu-se a oficina onde os dois patifes continuavam tecendo

com toda sua alma sem ao menos um fio.

_ Não é mesmo magnífico? – perguntaram os dois virtuosos dignitários. – Note,

Vossa Majestade, os tons dessas cores e a delicadeza do desenho – e apontavam para o

tear vazio, convencidos de que os outros estavam vendo o tecido.

_ Como! – pensou o monarca. _ Mas se eu não vejo nada! Isso é terrível! Serei

por acaso um mentecapto? Ou será que não presto para imperador? Seria um escândalo!

_ Oh, sim, é muito bonito – disse. – Gosto muito, merece a nossa mais alta

aprovação.

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E, dando mostras de complacência, movia a cabeça. Tudo, menos confessar que

não via nada. Os integrantes da comitiva olhavam e tornavam a olhar, porém deles via

alguma coisa além do tear vazio. Não obstante, eram só exclamações, como o

imperador:

_ Oh, é prodigioso! – e o aconselhavam a estrear, em cerimônia pública solene, a

celebrar-se dentro em breve, uma roupa feita com aquele tecido.

_ Dizem que é fantástico, portentoso, maravilhoso, de uma elegância suprema. –

era a voz que corria de boca em boca pela cidade. O imperador concedeu uma

condecoração a cada um dos vigaristas e os nomeou “tecelões reais”.

Na noite anterior a festa, os dois impostores permaneceram acordados, com

dezesseis lâmpadas acessas, para que as pessoas acreditassem que trabalhavam sem

descanso na confecção das roupas novas do soberano.

Simularam que tiravam o pano do tear, que o cortavam com grandes tesouras e

que os costuravam com agulhas sem fio. Por último exclamaram:

_ Já está pronto o traje de Sua Majestade!

Chegou o imperador cercado por seus cortesões, e os dois falsários, levantando

os braços como se segurassem algo, disseram:

_ Aqui estão as calças. Este é o casaco. Este é o manto... São peças tão finas, tão

delicadas quanto teia de aranha. É como se não vestisse nada no corpo. E é aí,

precisamente que está a graça deste tecido.

_ Certo! Concordaram todos os cortesãos, apesar de nada verem, pois nada havia

para ver.

_ Poderia Vossa Majestade dignar-se a tirar suas roupas- perguntaram os dois

patifes – para poder vestir as novas diante do espelho?

O imperador despiu sua roupa, e os dois fingiram que ajustavam as diversas

peças do traje que acabavam de concluir. E, pegando o imperador pela cintura, fizeram

como se estivessem amarrando algo, a faixa talvez. O monarca dava voltas e mais voltas

diante do espelho.

_ Como lhe cai bem! Assenta-lhe maravilhosamente! – exclamavam todos. – Que

feitio e que cores! É um traje magnífico.

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_ Muito bem, estou pronto – disse o imperador.

_ É verdade que veste bem? – e virou-se mais uma vez na frente do espelho para

que todos acreditassem que via a roupa.

Os camareiros encarregados de segurar a cauda abaixaram as mãos ao chão como

para levantá-la e, com trejeitos de quem segura algo no ar, seguiram o imperador. Tudo

menos reconhecer que nada seguravam.

E desse modo o imperador começou a andar nu pela rua, enquanto as pessoas,

desde as calçadas até as janelas, diziam-se:

_ Como são lindas as roupas novas de nosso imperador!

Que manto tão longo e magnífico! Como lhe cai bem!

Ninguém queria passar por burro ou incompetente, assim, nenhum outro traje do

imperador teve tanto êxito como aquele.

_ Mas ele não veste nada! – exclamou uma criança.

_ Deus bendito, escutai a voz da inocência! – disse seu pai envergonhado.

E foram repetindo uns aos outros o que o pequeno tinha dito.

_ Não veste nada. Um menininho disse que o imperador não está vestindo nada.

_ Ele não veste nada! – gritou finalmente o povo.

Aquilo inquietou o imperador, pois estava convencido de que o povo tinha razão.

Porém pensou: “agora que já estamos desfilando, não posso desistir!”

E continuou caminhando mais altivo que antes, se isso é possível, e os

camareiros continuaram segurando uma cauda de manto inexistente.

1.2 APRENDENDO COM O CONTO .

Pode-se observar no conto, vários elementos que retratam o comportamento

humano e que se pode tê-los como exemplos para os relacionamentos profissionais.

A primeira questão a ser observada é como se afeta a auto-estima das pessoas

quando se observa o ponto fraco de um indivíduo e dele se tenta tirar proveito para

benefício próprio. Os vigaristas conheciam muito bem à natureza humana e os interesses

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das pessoas, no caso do imperador, então inventaram um tecido maravilhoso, que não

existia, atentando contra a auto estima das pessoas que o contemplavam, fazendo-as

questionar sua inteligência e aptidão para o cargo que ocupavam e tudo por causa de um

capricho, do imperador, que estava mais preocupado com sua aparência e seus interesses

do que com os problemas dos seus súditos. Isso leva a reflexão sobre o modo de

comportamentos nos relacionamentos em equipes.

Para que uma equipe tenha um bom relacionamento é necessário que haja uma

compreensão dos seus objetivos e comunicação verdadeira. Os conflitos não estão

descartados, pois onde há pessoas, há pensamentos diferentes, opiniões diversas e, não

poderia deixar existir, conflitos, que cabe aos membros do grupo resolve-los da melhor

maneira possível. Segundo Fela Moscovici:

“O conflito, em si, não é danoso nem patológico. É uma

constante da dinâmica interpessoal, reveladora do nível

energético do sistema. Suas conseqüências poderão ser positivas

ou negativas, construtivas ou destrutivas, em decorrência do grau

de aprofundamento e intensidade, da duração, do contexto, da

oportunidade e do modo de como ele é administrado.”

(MOSCOVICI, 1994).

Sem perceber o imperador causou um grande conflito entre seus súditos e seus

monarcas, que apesar de terem suas competências questionadas, não tinham coragem

para dizer a verdade do que viam, pois não queriam parecer incompetentes, logo

percebe-se que a comunicação entre o grupo não era verdadeira. Eles não admitiram que

existia um conflito e que era preciso enfrentá-lo, pois o reconhecimento da existência do

conflito, predispões as pessoas a agir ao invés de imitar a estratégia de negação,

semelhante ao comportamento da avestruz, que esconde a cabeça na areia para não ver e

enfrentar a difícil e desagradável realidade. Para lidar com o conflito, deve-se

compreender dois conjuntos de táticas: as luta/fuga ou as de diálogo, sendo a segunda a

melhor maneira de encontrarmos a solução.

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Outro fator importante que deve se destacado é como as pessoas tiveram medo de

dizer que não estavam vendo o tecido que estava sendo confeccionado, pois temiam que

sua incapacidade ou estupidez se manifestasse diante de algo que lhes era ameaçador.

Diante das atitudes das personagens da história perceber-se que em um

relacionamento interpessoal dentro de uma organização feito de enganos, mentiras não

só pode produzir medo entre os componentes de uma equipe, mas também um complexo

de inferioridade , pois nos sentimos ameaçados e constrangidos quando:

X Comparados com outras pessoas incitando-nos de forma instintiva e

direta a acreditar que sairemos perdendo na comparação, por que no fundo, me

considero menos que os outros.

X Quando algum aspecto exterior põe em jogo nosso valor, seja quanto à

inteligência ou à aptidão pessoal, pois quando não se tem certeza do que é, qualquer

fator externo pode nos abalar.

O sucesso de um relacionamento interpessoal na vida profissional depende única e

exclusivamente de nós. É necessário que se busque aprender a aprender sobre o

convívio profissional buscando algumas características, no convívio em grupo,tais

como:

X União

X Confraternização

X Confiabilidade

X Busca de conhecimentos

X Divisão de tarefas

X Respeito

X Determinação

X Organização

X Humanização

X Maturidade

X Comunicação.

20

CAPÍTULO II

OS CONTOS E O CRESCIMENTO PESSOAL

"Um grande homem não é aquele que

comete enganos, mas aquele que é maior do que

os enganos cometidos."

(American Eagle)

21

OS CONTOS E O CRESCIMENTO PESSOAL

O crescimento pessoal é um processo que leva a desenvolver ao máximo, as

potencialidades; algo que começa ao nascer e nunca se acaba, pois sempre há uma

busca do novo, o conhecimento e o aperfeiçoamento dessas potencialidades existentes.

É também, um caminho que a se percorrer individualmente.

Crescer pressupõe mudanças, e mudança, ao mesmo tempo que atrai assusta,

pois fica-se diante do desconhecido.

O que se tem em mente é que para que um indivíduo cresça dentro de uma

organização, precisa, em primeiro plano, olhar para dentro de si e buscar:

X Aperfeiçoamento constante;

X Desenvolver-se;

X Intensificar-se;

X Progredir, caminhar para a frente;

X Ampliar suas idéias

Essas palavras devem está constantemente na mente para que não haja um

conformismos com situações que, muitas vezes, levam a uma baixa-estima.

Há pessoas que se conformam em voar baixo, todavia, nunca é tarde para se

aprender a voar mais alto do que pensa-se poder, pois cada pessoa tem dentro de si

inúmeras capacidades e competências que podem pôr em prática.

O crescimento pessoal refere-se a qualquer aspecto da vida que faz a superação

e ter uma maior consciência do que se é e do que se pode ser.

Uma relação interpessoal positiva ajuda a melhorar como pessoas.O que se

precisa, na verdade, é ter uma condição: ser autêntico e mais coerente.

Os contos têm um conteúdo profundo nessa transformação do ser, melhor

dizendo, no crescimento pessoal.

22

Á margem da interpretação que a psicanálise faz dos contos, esses conceitos,

podem ser úteis enquanto se referem ao aspecto exterior do conto, seu lado lúdico, e à

mensagem profunda que se transmite diante de alguns dilemas da vida.

“A moralidade não é a saída nestes contos, mas antes a certeza

de que uma pessoa pode ter sucesso. Enfrentar a vida com uma

crença na possibilidade de dominar as dificuldades ou com a

expectativa de derrota constitui também um problema existencial

(...) Os contos de fadas colocam o dilema de desejar viver

eternamente ao concluir ocasionalmente: “se eles não morrerão,

ainda estão vivos.” (BETTELHEM, 1980).

Os contos trazem em si verdades fundamentais e conflitos humanos básicos.

Reúnem em forma de narrativa, aspectos essenciais da vida que são transmitidos de

forma verbal. Os contos quando são contados , desfruta-se mais quando do que

quando se lê.

Os contos vão se enriquecendo de acordo com os contextos históricos, pessoais

ou coletivos, que estão sendo vividos na época em que são contados. O tempo e as

pessoas como um crisol onde se apuram as idéias profundas dos contos.

Ao se utilizar os contos para o crescimento pessoal, não se encontra apenas um

significado. O simbolismo dos contos oferece um caminho para a projeção, que ajuda na

tomada de consciência da própria realidade.

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CAPÍTULO III

ATITUDE, POSTURA E COMPORTAMENTO

"Um pouco de bom senso, um pouco de

tolerância e um pouco de bom humor, e

você não imagina como poderia tornar

agradável à sua permanência neste

palenta."

(A. Gourd)

24

ATITUDE, POSTURA E COMPORTAMENTO

Dentro de uma visão globalizada, é característica de um indivíduo estar sempre

apto a competir, principalmente em seu local de trabalho, esquecendo-se de valores

morais e educacionais que impõem limites, deveres e obrigações para com as pessoas

que convivem dentro de uma organização.

Segundo Chiavenato:

“As pessoas passam boa parte de suas vidas trabalhando dentro

de organizações, e estas dependem daquelas para poderem

funcionar e alcançar sucesso. (...) Assim, as pessoas dependem

das organizações onde trabalham para atingir seus objetivos

pessoais e individuais. Crescer na vida, quase sempre significa

crescer dentro das organizações.” (CHIAVENATO, 1999)

Por esse motivo se faz necessário uma reflexão sobre as atitudes, posturas e

comportamento dentro das organizações, pois os mesmos podem influenciar decisões e

opiniões.

Como já citado, se passa mais tempo dentro de uma organização do que com a

família, os amigos e a interação entre as pessoas com que se convive afeta o

funcionamento de cada um e de todos, gerando um clima emocional muito próprio

daquela empresa ou daquele grupo criado, a partir das relações entre seus membros,

levando-os à atitudes de colaboração e cooperação ou de competição e conflitos.

No cotidiano os pequenos atos refletem o ser humano que se é. Falhas em nas

atitudes e comportamentos provocam conflitos e improdutividade espelhando

ressentimentos entre colegas de trabalho.

As pessoas são diferentes, mas seus desejos básicos são muito parecidos: todos

querem:

25

X Ser felizes e realizados;

X Crescer profissionalmente;

X Como pessoa;

X Financeiramente;

X Planejar um bom futuro para si e para os filhos.

O grande dilema não está em saber o que cada indivíduo deseja e sim como faz

para conseguir atingir seus objetivos.

Na verdade a conquista dos objetivos está ligado à mudança de atitudes, isto é,

se realmente se quer algo deve-se ter coragem para alterar o comportamento em prol

dos objetivos almejados.

Deve-se criar, dentro de cada indivíduo, a motivação que levará a mudança

sem que se atropele outras pessoas com o egoísmo.

A seguir um conto que pode relatar bem a questão da mudança de atitudes e

comportamentos.

3.1 O PATINHO FEIO

Como eram lindos os campos no verão! O dourado intenso dos trigais

contrastava com o verde da aveia tenra e com o verde mais escuro dos prados,

salpicados de medas de feno que perfumavam o ar enquanto as cegonhas, de patas

vermelhas e compridas, voavam pelo ar cochichando confusamente na arcaica língua

dos faraós egípcios que suas mães lhe ensinaram. Espessas matas estendiam-se ao redor

das plantações e das campinas, e os reflexos da luz do sol brilhavam na superfície de um

extenso lago.

No meio dessa esplêndida paisagem, levantava-se um velho castelo cercado de

profundos fossos cheios de água, cujos muros desapareciam sob o selvagem tecido de

hera e outras plantas trepadeiras, que entrelaçavam seus ramos com os juncos e

nenúfares da margem, formando uma abóbada sobre a água.

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Numa fenda dessa muralha, fez seu ninho uma pata que chocava alguns ovos.

Estava impaciente por ver seus filhotinhos saírem da casca, cansada já de ficar sozinha,

pois suas comadres, egoístas, passavam o dia mergulhando e chapinhando na água sem

se lembrarem de fazer-lhe uma visita.

Finalmente, abriu-se um ovo, rompeu-se a casca, soou um piu!piu! e apareceu a

cabecinha. Logo o segundo patinho fez o mesmo, e um terceiro, e verdade seja dita,

desde que nasceram, aquelas avezinhas progrediram tanto que logo sabiam dizer quac,

quac, espiando com seus olhinhos curiosos através da folhagem que cercava o ninho.

A primeira frase deles foi: Como é grande o mundo! E isso nada tinha de

estranho, pois sentiam-se mais espaçosos que dentro da casca.

_ Vocês acham? – perguntou a mãe – o que vêem é tudo? Não, é não! O mundo

vai muito além deste campo, até a igreja, apesar de eu nunca Ter chegado lá.

_ Vamos ver – acrescentou, levantando-se do ninho – já saíram todos? Oh, ainda

não! O ovo maior permanece intacto. Vamos ver até onde vai durar esta chateação!

Francamente, começo a me cançar – E voltou a chocar o ovo.

_ Olá! Como vai? – perguntou uma velha pata que foi visitá-la.

_ Cansada! – respondeu. – Estou cansada com esse ovo que não quer abrir. Olhe

em contrapartida, estes patinhos. Alguma vez você viu patinhos tão lindos? São a cara

do pai! No entanto, esse tratante nem passa por aqui.

_ Vejamos esse ovo que não quer abrir – disse a velha. E acrescentou, depois de

examiná-lo:

_ Acredite, é um ovo de perua. Também me enganaram uma vez. Que trabalho

para criá-los! Não fazia progresso com eles! Não havia jeito de ensiná-los a nadar,

porque tem medo da água. Mostre-me o ovo outra vez! É de perua. Eu em seu lugar,

deixava-o aí e me dedicava a ensinar os outros a nadar.

_ Bah! – respondeu a mãe. – Depois de tanto tempo, vou esperar mais um pouco

para ver o que acontece.

_ Tempo perdido – respondeu a velha. E foi embora.

Finalmente, o ovo se quebrou, e , com um grito de piu, piu, saiu um pato muito

grande, muito feio e muito desengonçado.

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_ Meu Deus, que monstro esquisito! – exclamou a mãe. – Este não se parece com

os outros. Será um peru? Logo tiraremos as dúvidas. Iremos até a água e, se não entrar

nela de boa vontade, o farei mergulhar à força.

Na manhã seguinte, fazia um tempo magnífico e, o sol dourava o lago. Pela

primeira vez, saiu a mãe com toda a família e chegou à margem do lago. Plof! Ela já

estava na água.

_ Quac, quac – disse, e os patinhos, um após o outro, a seguiram, desaparecendo

sob a água, voltando a aparecer em seguida e nadando com rapidez.

Todos movimentavam as patas conforme as regras, inclusive o último, o

desajeitado e feio pato cinzento.

_ Esse não é peru – disse a mãe. – Basta olhar para ele. Como movimenta a s

patas e como se mantém reto! É meu filho! Além do mais, olhando bem, não é tão feio

assim.

_ Quac, quac... Sigam-me, meus filhos, venham comigo ao grande lago e terei

muito prazer em apresentar vocês aos demais. Não se separem de mim e cuidado com os

gatos!

Reinava um tumulto, um barulho, um banzé tremendo. Dois bandos de patos

disputavam a picadas uma cabeça de enguia e, no auge da briga, o gato, que parecia

dormir na margem feito um novelo de lã, esticou as garras, apanhou a presa e, num

piscar de olhos, devorou-a .

_ Olhem e aprendam, meus filhos – disse a mãe, despeitada por não ter podido

comer a enguia. – Assim é o mundo: cheio de surpresas e ciladas. Por isso, é preciso

que, desde pequenos, aprendam a guiar-se pelas sábias regras da educação. Vamos lá,

abaixem a cabeça e cumprimentem o velho pato que está ali: pertence à nobreza. Olhem

a fita vermelha que leva na pata: é uma alta distinção. Foi colocada para que a cozinheira

não o confunda com os outros e, por descuido, o coloquem para assar.

_ E agora, digam quac, quac, em coro e compasadamente. Atenção, não ponham

os pés para dentro que é deselegante. Vamos, duros e retos como sua mãe!

Os patinhos obedeciam fielmente suas ordens, porém, por mais que se

esforçassem, os outros patos os olhavam com maus olhos e resmungavam em voz alta:

28

_ Essa não! Mais bocas para alimentar! Éramos poucos e...

_ Este já passa de castanho-escuro – disse um pato jovem e valentão ao reparar

no patinho feio. – De onde saiu essa figura? – E sem mais nem menos começou a bicar-

lhe o pescoço.

_ Malvado! – gritou a mãe – deixe-o, que o pobrezinho não faz mal a ninguém.

_ Sim – contestou o agressor - mas para a sua idade, é tão grande e, além disso,

tão feio que desonra nossa raça.

Nisso tinha se aproximado o pato nobre da fita vermelha, e não deixou de elogiar

o porte e os modos da ninhada. Porém, detendo-se no pato feio, acrescentou:

_ Pena que essa espécie de monstro, com essas penas de cor tão horrível, se

destaque entre os outros tão lindos!

_ É verdade – respondeu a mãe – não é bonito. Mas é um bom menino e nada

muito melhor que os demais. Com o tempo, ficará normal, porque sua deformidade

deve-se a Ter permanecido tempo demasiado na casca. Além do mais, a beleza num

macho tem menos importância – acrescentou ajeitando-lhe a plumagem carinhosamente

com o bico, pois estava arrepiado e desarrumado por causa das picadas recebidas.

_ A senhora é quem sabe – disse o nobre pato.

_ De qualquer maneira, os outros são muito graciosos. Sejam bem-vindos.

Apenas devo lembrar-lhes que se encontrarem alguma guloseima como, por exemplo,

uma cabeça de enguia, não se esqueçam de trazê-la para mim. Afinal, quer queiram,

quer não, sou o chefe do lago, e devem me respeitar.

A nova ninhada foi bem acolhida por todos, exceto o patinho feio, que se viu

perseguido, bicado e maltratado sem cessar. As patas riam-se dele e o achavam ridículo.

Havia no aviário um peru que gostava de se exibir, todo empolado, como se fosse dono

do universo inteiro, e, vendo o pobre patinho, ficou inchado como um balão e investiu

contra ele. O pato, desesperado, se atirou no lago. O peru, vermelho de raiva, vigiava-o,

lançando terríveis gluglus.

Ele não tinha um minuto de descanso. Atazanavam-no durante o dia e, de noite, a

lembrança de tantas maldades não o deixavam dormir. Seu sofrimento ia crescendo,

pois até seus irmãos caçoavam dele: “ tomara que o gato o pegue, traste que nos

29

envergonha!” E sua própria mãe, que no começo o defendia, começou a lhe dizer:

“Suma da minha vista!”

Todos o enchiam de bicadas e insultos; até a moça que lhe dava de comer o

afastava a pontapés quando se aproximava procurando sua ração.

Até que não pode agüentar mais e levantou vôo, passou por cima da cerca e

abandonou o aviário. Os pássaros, ao ouvir o estranho ruído de suas assas ainda fracas e

inexperientes, fugiram em debanda.

_ Eles tem medo de mim, porque sou feio – falava o infeliz, fechando os olhos

para não ver o desastroso efeito que produzia por onde passava. E, voando e

distanciando-se cada vez mais do lugar de seu nascimento, chegou ao grande pântano

onde morava os patos selvagens. Fez uma parada naquele lugar, passando a noite junto

os troncos, triste e cansado.

No dia seguinte, ao amanhecer, surgiram patos selvagens de todos os lados,

observando com curiosidade o recém-chegado.

_ De onde você vem? – perguntaram. – Qual é a sua espécie?

O pato cumprimentava a todos com o acanhamento próprio de quem se

envergonha da sua aparência.

_ Na verdade, você pode se vangloriar de ser extraordinariamente feio –

acrescentaram as aves selvagens – porém, tanto faz para nós, contanto que não passe

pela sua cabeça casar-se com uma de nossa família.

Casar! Se o pobrezinho só desejava que o deixassem sossegado para procurar seu

sustento no lodo.

Estava ali há alguns dias quando, de repente, apareceu um par de gansos, a bem

dizer, gansos machos, um tanto insolentes, porque tinham deixado há pouco tempo o

ninho e vinham de longínquas terras.

_ Oi companheiro – disse um deles. – É tão feio que simpatizo com você. Quer

vir conosco? Será como nós, ave de arribação. Vamos decida. No pântano, do outro

lado, há umas gansas muito gentis e simpáticas, solteiras. Venha, e quem sabe, apesar da

sua fachada, encontre uma namorada.

30

Pum! Pum! Logo soaram dois tiros, e os gansos caíram mortos. Pum! Pum!

Ouviu-se de novo, e um grande bando de gansos levantou vôo. Tratava-se de uma

caçada. O estrondo dos tiros enchia o ar, e a fumaça azulada da pólvora se estendia sobra

a lagoa. Os cachorros corriam por todos os lados e, chap, chap, se atiravam na água

quebrando juncos e bambus, chegando perto do esconderijo do aventureiro pato. Que

angústia! Um cachorro enorme, de olhos de aço, com a goela aberta, a língua de fora

mostrando seus terríveis dentes caninos, o olhava fixamente. Examinou o pato, farejou-

o, rangeu os dentes e chap, chap, voltou as costas à procura de uma presa mais digna.

_ Bendito seja Deus! – disse o pato. – Sou tão feio que assusto até cachorros. É a

primeira vez que a feiúra me serve para alguma coisa.

E se escondeu na parte mais densa do juncal. Enquanto isso, os disparos se

sucediam sem descanso.

O estrondo durou quase todo o dia. Finalmente, os caçadores foram embora.

Porém, o pobre pato ficou imóvel por mais algumas horas. Depois, tomando mil

precauções, saiu da água e atravessou rapidamente plantações e pastagens, distanciando-

se daquele maldito pântano em meio a uma terrível tempestade.

Ao anoitecer, chegou a uma pequena e miserável cabana, tão velha e arruinada

que, não sabendo para que lado cair, mantinha-se em pé. O vento soprava com tamanha

força que não teve outro remédio senão se abrigar na choupana. Percebeu que faltava

uma tábua na porta e, vendo o buraco, entrou.

Vivia naquele casebre uma velha com um gato e uma galinha. O gato, a quem

chamava “filho”, sabia arquear o dorso e fazer romrom e também bufava e eriçava-se

quando o acariciavam a contrapelo. Quanto a galinha, tinha patas muito curtas, mas

punha ovos magníficos, e a boa mulher gostava dela como a uma filha.

Somente ao amanhecer, notaram a presença do intruso; então o gato começo a

rosnar e a galinha a cacarejar.

_ O que aconteceu? – perguntou a velha olhando em volta. E, ao descobrir o

fugitivo encolhido num canto, pensou que era fêmea e exclamou: Que sorte! Vou Ter

ovos de pata, e os farei chocar.

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Com essa idéia, desmanchou-se em atenções com o recém-chegado, alimentou-o

bem, e foram aqueles os primeiros momentos felizes da vida do patinho. Mas depois de

três semanas, quando a velha notou que não punha ovos, recomeçou os tormentos do

pobre pato.

A galinha era a dona da casa, ou quase isso, e, ao falar dizia sempre “nós” e os

“outros”. Entendia por “nós” ela, a velha e o gato, e por “outros” , o resto do mundo

que, na sua opinião, era inferior aos três. O pato permitiu-se manifestar sua opinião

contrária e, irritada a galinha perguntou:

_ Você sabe pôr ovos?

_ Não.

_ Então cale a boca.

O gato, por sua vez, perguntou:

_ Você sabe arquear o dorso, ronronar e eriçar-se?

_ Não.

_ Então, com que direito se põe a dar palpites? Limite-se a escutar o que nós,

pessoas sensatas, dizemos.

O patinho, coitado, não teve outro remédio a não ser ficar calado e encolhido

num canto. Voltou a ser desgraçado.

Porém, quando o ar fresco da manhã e a luz do sol penetraram na cabana, sentiu

um desejo irresistível de nadar e disse isso à galinha.

_ Que bobagem! – disse ela com desprezo. – Claro, como você não tem nada

para fazer, acaba tendo essas idéias aventureiras. Ponha ovos e arqueie o dorso que isso

passa.

_ É tão gostoso atirar-se na água, submergir a cabeça e mergulhar até o fundo.

_ Estou achando – disse a galinha – que você perdeu o juízo. Ande, pergunte ao

gato, que é o ser mais ajuizado que conheço, pergunte se ele gosta dessa história de

meter-se na água. Eu em recuso a dizer o que penso sobre o assunto. Ou então, pergunte

à nossa dona; ninguém tem mais experiência; pergunte e deixe que la diga o que acha de

banhar-se ou mergulhar.

_ Vocês não me compreendem – atreveu-se a balbuciar o pato.

32

_ Não o compreendemos? Vejam só, você é mais sabido que o gato e nossa

dona? Isso para não falar de mim. Deixe disso mocinho; controle-se e não seja vaidoso.

Se não moderar sua soberba, Deus vai castigá-lo. Lembre-se: Deus o trouxe a esta

excelente casa onde desfruta da companhia com a qual pode aprender alguma coisa. De

minha parte, ofereço-me para educá-lo, pois gosto de você e, se lhe digo algumas

verdades, é porque nisso precisamente se conhecem os amigos. Neste mundo não se

pode fazer mais que duas coisas aproveitáveis: pôr ovos ou arquear o dorso. Tente

aprender uma das duas.

_ É melhor que eu vá dá umas voltas para me animar um pouco.

_ De fato, um passeio não lhe fará mal, pois vejo que é um palerma.

E o patinho saiu e chegou a um pântano solitário, onde nadou à vontade.

Mergulhou o quanto quis e procurou esquecer a impertinência da galinha. Entretanto,

todos se afastavam dele por ele ser feio.

Chegou o outono. As folhas das árvores amarelaram, secaram e o vento levou-as,

formando redemoinhos no ar. Veio o frio. Nuvens grossas, carregadas de neve e granizo,

encobriam o sol, e os corvos, congelados de frio, grasnavam nos campos. Assim, com

um tempo tão ruim, o pobre pato passou por enormes dificuldades.

Uma tarde, não obstante, teve um momento de felicidade. Fizera um dia

excelente: o sol chegava ao seu ocaso envolto em magníficos arrebóis de um vermelho

vivo. Logo avistou um bando de aves grandes e soberbas: eram de uma brancura

deslumbrante, tinham o pescoço flexível e o dobravam com muita graça. Eram cisnes.

Lançavam um grito especial e, estendendo suas amplas asas, voavam para terras mais

quentes. Voavam muito alto, e o patinho feio experimentou, ao observá-las, uma

sensação desconhecida. Esticou o pescoço o máximo que pôde para olhar para cima,

girando como um pião, e deu um grito tão singular, tão penetrante, que ele próprio se

assustou.

Oh! Nunca esqueceria aquelas lindas aves! Quando se perderam de vista,

possuído de uma estranha agitação, submergiu até o fundo da água. Ao voltar à

superfície, estava fora de si. Como as admirava! No entanto, não sentia o menor sinal de

33

inveja. O pobrezinho, que acreditava ser a mais repugnante das criaturas, se daria por

satisfeito se simples patos tivessem tolerado sua companhia.

O inverno era cada vez mais intenso. Os lagos congelavam, e o pato nadava sem

parar dia e noite, para evitar que a água congelasse ao seu redor. Mas, apesar de seu

incansável esforço, o círculo estreitava-se mais e mais, até que finalmente, uma noite,

vencido pelo cansaço, ficou preso numa placa de gelo.

Na manhã seguinte, um camponês que passava, vendo-o naquele estado, quebrou

o gelo batendo com o tamanco e levou-o para sua casa. O calor lhe devolveu a vida. As

crianças quiseram brincar com ele, mas, lembrado as ofensas das quais sempre fora

objeto, imaginou que iriam maltratá-lo e, fugindo apavorado, caiu num caldeirão de leite

e o derramou por completo. A mulher enfurecida pegou a tenaz, e o pato, fugindo de um

lado para o outro, meteu-se primeiro num tacho de manteiga e depois numa barrica de

farinha, levantando nuvens de pó. Que cena cômica! Os meninos rindo, e a mulher

gritando, o acossavam por todos os lados, até que uma rajada de vento cobriu a porta e, a

pobre ave pôde escapulir e ocultar-se atrás de uns arbustos cobertos de neve.

Seria muito triste e longo contar todos os sofrimentos e provações que teve de

suportar naquele inverno cruel. Porém, o sol apareceu, voltaram as andorinhas, e a

primavera expandiu tão linda quanto duro tinha sido o inverno.

Entretanto, o pato crescera. Suas asas eram robustas e, sem perceber, um dia se

elevou nos ares, alcançando uma altura que nunca tinha imaginado. Depois de cortar o

espaço, pousou no meio de um bonito parque cheio de macieiras e lilases floridos. Por

entre os arbustos, serpenteava um límpido riacho que desemborcava num delicioso lago

rodeado por um gramado. Que lindo lugar, com arvoredos de sombras frescas e

acolhedoras! Em seguida, o pato viu três lindos cisnes flutuando no lago. Que lindas

aves! E com que suavidade sulcavam as águas embaladas pela brisa que erguia suas asas

como as velas de um barco.

Ao vê-las, o pato sentiu-se dominado por uma doce melancolia e disse a si

mesmo:

_ Está decidido: vou até elas, essas aves deslumbrantes. Quero admirá-las de

perto. Sei que vão me matar e com toda razão: sou feio de amargar e será bem merecido.

34

Mas prefiro morrer pelas suas mãos do que ser maltratado por meus irmãos, os patos, ser

menosprezado pelas galinhas, passar fome no inverno e ser repelido por todos.

E, estufando o peito, pôs-se a nadar em direção dos cisnes. Quando eles o viram,

foram ao seu encontro batendo as assas.

_ Já sei que vão me matar – disse o coitado, e inclinou a cabeça para a superfície

da água, esperando o golpe de misericórdia.

Mas o que viu no espelho da água cristalina? Sua própria imagem, que não era

mais a de uma ave disforme, de uma cor suja, acinzentada, feia e repulsiva, mas, sim a

de um magnífico cisne.

Que importa haver sido chocado por uma pata se o ovo era de um cisne? Longe

de atormentar o jovem cisne suas antigas aflições e desventuras, pelo contrário,

contribuíram para tornar mais saborosa a nova felicidade, sobretudo ao ver que os outros

cisnes o rodeavam com solícito cuidado enquanto o acariciavam docemente com seus

bicos.

Algumas crianças se aproximaram do lago para jogar pão e milho aos cisnes, e a

menorzinha gritou:

_ Apareceu um novo.

_ É mesmo, é verdade! – exclamaram os outros, pulando e batendo palmas de

alegria. Depois correram para dar a notícia a seus pais e voltaram ao lago trazendo

bolinhos e outras guloseimas para presentear o recém-chegado.

_ Como é lindo! Que elegante! Que gracioso! É o mais bonito! O cisne se sentia

confuso ouvindo aqueles elogios. Mas, em vez de pavonear-se cheio de soberba, como

tantos que saem do nada, escondeu sua cabeça sob a asa, pensando nas cruéis e injustas

perseguições que teve de sofrer antes de ouvir chamarem-no de a mais linda daquelas

maravilhosas aves. Depois, modestamente, levantou o pescoço gracioso e flexível,

levantou suas asas deixando que a brisa as ajeitasse, e deslizou com elegante

tranqüilidade pela superfície do lago, enquanto dizia para si mesmo, exultando de

alegria:

_ Como eu poderia sonhar com tanta felicidade quando eu era feio!

35

3.2. APRENDENDO COM O CONTO

Quem não tem um pouco de “patinho feio”? Talvez seja um cisne, mas há

confunda com patos.

Grande parte da identidade profissional é formada, erradamente, a partir das

opiniões de terceiros devido ao fato de que, seres associáveis necessitam de sentir-se

parte de um grupo e a opinião desse grupo passa a ser fundamental. É de grande

importância que se olhe com cuidado essas opiniões para que não hajam divergências

entre o que a maioria crê no que se pensa ou o que se acredita.

Nos relacionamentos organizacionais , algumas vezes, desperta-se expectativas,

com o grupo que se convive, sobre a pessoa, ou seja, o caráter e a conduta diária com

os mesmos.

Pode-se observar que houve uma expectativa com o pato da história, pois era o

maior ovo e por assim ser, maiores eram as expectativas de sua mãe. Ele já estava

marcado, estigmatizado pelas aparências prévias a seu respeito.

Quantas vezes, também, estigmatiza-se as expectativas com relação as atitudes e

posturas do outro e vice-versa.

É preciso se ter em mente que as atitudes vão influenciar positivamente ou

negativamente no grupo do qual se faz parte, a importância da postura com relação as

reações e impressões que vai se causar, faz refletir a necessidade de sentir-se parte

desse grupo, de se estar vinculado, enraizado e identificado com o mesmo para que a

convivência dentro da organização flua de forma sadia tornando o ambiente de trabalho

o mais agradável possível.

Outro ponto para ser analisado é a postura quanto a diferença de opiniões e

pensamentos. Todos tem conceitos e pré-conceitos, opiniões e pensamentos nas mais

diversas situações da vida social e profissional, o que faz, às vezes, “ ser diferente”, ou

seja, “patinho feio”. Tem-se em cada indivíduo um mecanismo regulador que procura

diminuir a diferença entre o que se pensa e o que se faz. Nas relações interpessoais se as

diferenças de pensamentos e opiniões são aceitas e tratadas em aberto, a interação do

grupo flui fácil em dupla direção, pois as pessoas ouvem-se umas as outras, falam o que

36

pensam sem receio de ser marginalizadas e sentem que tem potencial para dar e receber

feedback. Se essas diferenças são negadas e suprimidas, o relacionamento interpessoal

torna-se falho, incompleto, cheio de bloqueios e barreiras, distorções e fofocas. As

pessoas acabam se “violentando”, pois não falam o que gostariam de falar e muito

menos ouvem as outras.

Percebe-se que as posturas, ou atitudes, influenciarão as interações e as próprias

atividades.

“Relações interpessoais e clima de grupo influenciam-se

recíproca e circularmente, caracterizando um ambiente agradável

e estimulante, ou desagradável e averso, ou neutro e monótono.

Cada modalidade traz satisfações ou insatisfações pessoais e

grupais” (MOSCOVICCI, 2003).

O relacionamento interpessoal pode ser harmonioso e prazeroso permitindo um

trabalho cooperativo, em equipe, com integração de esforços, conjugando as energias,

conhecimentos e experiências para um produto maior que a soma das partes, ou seja, a

tão buscada sinergia ou para quem queira uma sintonia de convivência.

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CAPÍTULO IV

ÉTICA PROFISSIONAL

"As boas intenções apenas não ajudaram

ao homem em sua vida, se ele tiver

seguindo um caminho errado."

(G.H.Morrison)

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ÉTICA PROFISSIONAL

Para se conhecer e compreender os indivíduos em uma organização, tem que se

observar sua conduta profissional.

A palavra ética tem sua origem na palavra grega “éthos” que significa costume

ou comportamento consciente do homem

A ética profissional é uma conduta escolhida de acordo com uma razão

equilibrada. Quando um indivíduo determina-se a si mesmo, guiado pelo seu caráter, a

agir bem, está utilizando sua ética..

A ética se baseia nas crenças do indivíduo sobre o que é certo e o que é errado ou

o que é bom ou mau. Pode ser vista como o veículo que converte valores em ações que

ajuda ao homem a refletir sobre o seu próprio modo de pensar e agir, aperfeiçoando,

assim, a sua personalidade humana e ajudando na convivência com os outros.

Na tentativa de decidir o que é certo ou errado, muitas vezes sufoca-se as

conseqüências de ações ou decisões. Segundo esse critério, se ninguém for prejudicado a

decisão que tomamos é ética.

É na convivência diária dentro da organização que observa-se o grau ético de um

indivíduo. Há aqueles que se acomodam de tal forma que tendem a estimular a

incompetência profissional e a falta de talento. Aonde exigiria-se mais trabalho,

comprometimento, criatividade ou melhoria pela qualidade, apela-se para a falsidade e a

corrupção gerando conflitos prejudiciais ao relacionamento de todo um grupo. Tal

postura, individual ou coletiva, provoca uma diminuição da capacidade de superação dos

conflitos e afeta a vitalidade de um melhor relacionamento entre os componentes do

grupo dentro da organização.

O esforço por buscar soluções fundamentadas nos princípios morais aperfeiçoa

os indivíduos e redundam na melhoria do sistema na qual estão inseridos, porém,

comportamentos anti-éticos ganham espaços enquanto são a exceção ao comportamento

geral sobrevivendo pela condição de parasitismo que se beneficia de uma maioria onde a

ética faz parte do seu contexto.

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Todo indivíduo está submetido a uma tensão entre. O que é e o que deve ser. É

nesse processo de auto-realização que se insere a ética. Há princípios que regem a

realização da pessoa como um todo; o da veracidade, imparcialidade, lealdade,

solidariedade etc; procurando que essas ações estejam em conformidade com princípios

que levam a uma estruturação harmônica nos relacionamentos interpessoais dentro da

organização.

A ética fundamenta-se em dois princípios básicos: “Faz o bem e evita o mal.”,

“Não queiras para os outros o que não queres para ti.”. Sob a luz deste dois princípios

decorrem todos os outros valores morais.

A prática da ética profissional analisa separadamente dois movimentos, mas que

na verdade, andam juntos como as duas faces da moeda. O primeiro movimento é de

dentro do homem para fora e o outro de fora para dentro. Uma ação valiosa provém de

uma pessoa de valor. A ação de valor aperfeiçoa a pessoa cultivando suas virtudes.

O segundo movimento é o da correção árdua da ação de qualidade. Ações que

visam o aperfeiçoamento no “fazer”, mas que desvinculam de qualidade no “agir” que

podem ser realizadas em curto prazo.

A ética profissional deve ser enfocadas em atitudes positivas e valiosas, que

levem o indivíduo a uma reflexão sobre as convicções éticas que se pratica dentro das

organizações.

Há uma interação entre a ética profissional quando se pratica a imparcialidade,

solidariedade, lealdade, veracidade,disciplina etc. Portanto, esforça-se em ganhar uma

delas, toas as outras irão desenvolver-se conjuntamente.

40

CAPÍTULO V

COMPETÊNCIA INTERPESSOAL

"O que importa não é o que aprendemos, e,

sim com quem aprendemos."

(Ralph W. Emerson)

41

COMPETÊNCIA INTERPESSOAL.

Ao longo dos tempos emergiu-se a imperiosa necessidade do ser humano de

utilizar as suas competências e habilidades.

É notório que desenvolver uma competência interpessoal requer uma grande

sensibilidade, fazendo com que o indivíduo aprenda a lidar com outras pessoas de forma

adequada às necessidades e exigências de cada situação, desenvolvendo sua habilidade

de resolver problemas de caráter interpessoal de tal forma, que não haja regressões.

Segundo Felá Moscovici, “Dois componentes da competência interpessoal

assumem importância capital: a percepção e a habilidade propriamente dita.”

(MOSCOVICI,2003). Tendo essa afirmação como relevância, deve se concluir que ao

longo de um processo de crescimento pessoal, essas habilidades e competências devem

ser sofrer um treinamento abrangendo a auto-percepção, auto-conscientização e uma

auto-aceitação como pré-requisitos de possibilidades de convivências interpessoais, que

englobam várias habilidades como a de ser flexível, perceptível, procurando uma melhor

forma para novas condutas percebidas com uma alternativa de ação.

Pode se entender melhor a questão da competência interpessoal, analisando o

conto a seguir, recontada por Braguinha.

5.1 A CIGARRA E A FORMIGA

Manhã clara de verão, céu sem nuvens, azulado, velha mangueira florida e um

formigueiro a seu lado.

Saindo lá do fundo das galerias do chão, a cantiga das formigas mais parece um

cantochão.

”Um, dois, três sacos de farinha. Quatro, cinco, seis de feijão”.

Trabalhando, dona formiguinha vai enchendo, aos poucos, seu porão.

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Entetanto, bem no alto lá da mangueira florida, uma cigarra feliz canta a alegria

da vida.

- Sou feliz cigarra cantadeira, canto a vida, canto a luz, pois quem canta a vida

inteira, torna os sonhos mais azuis.

E assim nesse contraste, o verão foi passando.

A cigarra na cantiga e a formiga trabalhando.

Um dia chegou o inverno, flocos de neve no chão.

Deixa a formiga o trabalho, cala a cigarra a canção.

A formiga precavida, recolheu-se ao formigueiro, pois, de tanto trabalhar, tinha

enchido seu celeiro.

Mas a cigarra, que havia cantado o verão, ficou sem roupa pro frio e sem migalha

de pão.

E, na sua ingenuidade, julgando ter uma amiga, desceu do ramo mais alto, foi

procurar a formiga.

- Bom dia, dona formiga...

- Com quem falo, por favor?

- Não lembra? Eu sou a cigarra... gosto do sol, do calor. Não vê que eu sou

friorenta? E o inverno está de doer...

- Fale depressa, cigarra, não tenho tempo a perder!

- Eu sei que a senhora é boa e muito trabalhadeira. Vim lhe pedir alimento e

abrigo em sua lareira...

- Mas a cigarra o que fez durante todo o verão?

- Cantei! A senhora acaso não ouviu minha canção?

- Tenho mais o que fazer que ouvir sua cantoria! Se cantou agora dance, porém

noutra freguesia.

- Bem, queira me perdoar, se acha que eu nada valho. Pensei que a cantiga

alegrasse o seu trabalho.

- Ora essa é muito boa! Cantava pra me alegrar! As formigas também cantam, sem parar

de trabalhar.

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- Então, mas é diferente. O seu canto é muito triste. E se eu deixar de cantar, nem

a senhora resiste.

Canto alegre, canto o sol. Eu canto o dia inteirinho. Da manhã ao arrebol, canto

mais que um passarinho

- Eu acho que tem razão minha cigarra querida. Vivo juntando mil coisas e

desperdiçando a vida.

- Quem trabalha como nós, dia e noite, noite e dia, precisa, de vez em quando, de

quem lhe traga alegria. Pode entrar, fique conosco. E assim juntemos, amiga, a cantiga

da cigarra ao trabalho da formiga.

5.2 APRENDENDO COM O CONTO

O que se percebe nesse conto é uma clara e perfeita de competências e

habilidades interpessoais.

Existe uma fonte importante de diferenças individuais que afetam o desempenho

no trabalho e no comportamento e é visível ver como a formiga desempenha sua

competência em armazenar alimentos para que não passe necessidade no inverno e

desenvolve sua habilidade em ser solidária a cigarra convidando-a para entrar, mas ao

mesmo tempo mostrando que deve haver uma interação e cooperação entre as partes, ou

seja, precisa haver uma harmonia ou um bom relacionamento interpessoal no

desempenho de suas capacidades para que problemas abstratos possam ser resolvidos de

forma inteligente.

As competências interpessoais consistem em estilos cognitivos ou processos

mentais utilizados para perceber e fazer julgamentos com base em informações que

desenvolve em cada indivíduo várias habilidades através das inteligências múltiplas

desenvolvidas por Howard Gardner (GARDNER,1996). Segundo a sua teoria, as

pessoas sabem e compreendem o mundo de maneiras bastante distintas, ou vêem

através de diferentes lentes. Os indivíduos possuem as oito inteligências, ou faculdades,

relacionadas a seguir, em graus variados.

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X Lingüística: Habilidade que permite que as pessoas se comuniquem por meio de

linguagem, incluindo leitura, escrita e fala.

X Lógico-matemática: Habilidade que permite que os indivíduos percebam o

relacionamento entre objetos e permite que resolvam problemas como cálculos e

estatística.

X Musical: Habilidade que dá as pessoas a capacidade de criar e compreender

significados oriundos de sons e a apreciar diferentes tipos de música.

X Espacial: Habilidade que permite que as pessoas percebam e manipulem

imagens em seu cérebro para recriá-las de memória, tais como a feitura de

gráficos e designs.

X Corporal/cinestésica: Habilidade que permite que as pessoas usem seus corpos e

habilidades percentuais e de coordenação motora para dançar, praticar esportes e

exprimir emoções pela expressão facial.

X Intrapessoal: Habilidade que permite que as pessoas façam uma distinção entre

seus próprios sentimentos e que adquiram auto-conhecimento preciso.

X Interpessoal: Habilidade que torna possível aos indivíduos reconhecer e

distinguir sentimentos, motivos e intenções dos outros, como, por exemplo, na

administração e na criação dos filhos.

X Naturalista: Habilidade que permite aos indivíduos classificar e utilizar várias

características do ambiente físico externo.

O perfil de inteligência de cada indivíduo influencia em uma melhor

aprendizagem e para que tipos de trabalho ele está mais bem preparado.

Segundo Gardner “(...) é possível desenvolver essas inteligências separadas

mediante esforço centrado”. Outra consideração é que “(...) qualquer umas dessas

inteligências desaparecerá se não for usada”.

Ter uma competência e habilidade acentuada para a solução de problemas

contribui, portanto, para uma posição destacada em uma das oito inteligências.

Outro fator relevante na competência interpessoal é a personalidade de cada

indivíduo. É notório perceber a personalidade da formiga no conto que ilustra o assunto

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estudado. Percebe-se uma estabilidade emocional, afabilidade, conscientização, em

ajudar o outro, no caso a cigarra, e a abertura para uma nova experiência, a de ajuntar o

trabalho da formiga com o canto da cigarra. Esse sem dúvida é o caminho a seguir, pois

o sucesso não depende do fracasso do outro e sim do desempenho das habilidade e

competências de cada um.

46

CAPÍTULO VI

CONFLITOS

"Em qualquer coisa que você faça, pense

primeiro se você concordaria em que todo

mundo procedesse da mesma maneira."

(Immanuel Kant)

47

CONFLITOS

A forma pela qual os conflitos são tratados nos contos de fadas, oferece um

palco onde estão representados, não só conflitos de relacionamentos interpessoais, mas

conflitos interiores de indivíduos, onde são projetam inconscientemente em várias

personagens desses clássicos, como elementos contraditórios do “eu”. Eu quero, eu

desejo, eu necessito, eu acredito, eu sei, porém, o outro, por algum motivo, me diz que o

que eu desejo não posso ter; o que eu quero é impossível querer; o que eu necessito não

me convém; o que eu acredito não está certo; o que eu sei na verdade, não posso saber,

gerando conflitos carregado de uma força negativa que impede, limita e incomodo o

crescimento pessoal e profissional do indivíduo frustrando suas necessidades e objetivos,

constituindo uma interferência ativa ou passiva, mas deliberada para impor um bloqueio

na realização dos objetivos a serem alcançados.

Segundo Sheldon Cashadan “...os contos de fadas se insinuam regularmente em

nossos pensamentos e conversas, funcionando como metáforas para nossos desejos e

esperanças mais profundas” (CASHADAN, 2000). Desejos e esperanças que se

misturam a confrontos diários de situações que causam conflitos nas de ordem pessoal

dentro das organizações como:

X A vaidade

X A inveja

X A rivalidade

X O poder

X A mentira

X A preguiça

Como percebê-los e os trabalharmos nos contos, é o que se observará a seguir.

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6.1 A INVEJA – BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES.

Bordando um lindo lençol para o nenê que teria, feriu seu dedo a rainha numa

manhã muito fria.

Das três gotinha de sangue, fez a rainha um pedido queria uma filha linda como

nunca tinha havido.

Cabelos pretos, sedosos, boca vermelha, bem leve, pele alva, acetinada... e

nasceu Branca de Neve!

Mas a rainha morreu... ante sorte tão nefasta, o rei, viúvo, se casa, e a filha ganha

madrasta.

Era bela a nova esposa, mas, por dento, só maldade.

Todo dia perguntava ao espelho com vaidade:

- Mágico Espelho, responda com toda sinceridade: mais bela que eu no mundo

existe alguém de verdade?

- Por enquanto és a mais bela – respondia e espelho assim.

Mas a princesa crescia linda como um querubim.

Um dia a rainha ouviu do espelho que tudo vê:

- Existe alguém, ó rainha, mais bela do que você.

A rainha orgulhosa, ficou danada da vida e perguntou ao espelho:

- Mas quem é essa atrevida?

O espelho, já com medo de não fazer o que deve, respondeu para a rainha:

- Bem... é Branca de Neve.

A rainha furiosa chamou logo um caçador:

- Vá matar Branca de Neve, na floresta, ao sol se pôr.

Se não quiseres morrer, aceita esta condição: traga de Branca de Neve, o seu

jovem coração.

Mas diante da criança, o homem disse a chorar:

- Foi a rainha invejosa que me ordenou lhe matar.

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Corra, fuja depressa, que eu resolvo a questão. Vou matar uma gazela e levar o

coração.

Branca de Neve assustada, sem saber para onde ir, encontrou dois coelhinhos que

se fizeram seguir.

- Venha logo, princesinha! Fuja de tais aflições. Ficará bem protegida na casa dos

sete anões.

São sete irmãos pequeninos, amigos, bons e gentis. Cavam pedras preciosas,

diamantes e rubis.

Os anões estavam longe, na floresta trabalhando.

A princesa entrou na casa e lá ficou esperando.

Quando os anões regressaram com pedras reluzindo, descobriram a princesa

numa das camas dormindo.

Branca de Neve, acordando, pôs-se a história a contar.

Os anões, com pena dela, disseram: “pode ficar.”

- Sabemos que essa rainha faz seu espelho falar, e ao saber que está viva, vai

tentar lhe encontrar.

Ela é muito malvada, é inimiga do bem, por isso, nós lhe pedimos, não abra a

aporta a ninguém.

Mas, no castelo a rainha diante do espelho insistia. Perguntava com freqüência,

mas ele não respondia.

Até que com muito medo de ser quebrado por ela, o espelho respondeu:

- Branca de Neve é a mais bela.

- Então ela ainda vive!

O caçador vai me pagar!

E onde estará ela agora?

O corvo irá procurar...

- Já sei como irei matá-la – pensou a bruxa mesquinha. – Vou usar um disfarce e

fazer-lhe uma visitinha.

Ouvindo bater à porta, Branca de Neve atendeu.

Era uma velhinha que um cinto ofereceu.

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Sem perceber que era a bruxa, foi dizendo: “pode entrar!”

A bruxa pôs o cinto e começou a apertar.

Regressando os anões viram Branca de Neve caída.

Chorosos, lamentaram:

- Coitada! Já está sem vida...

Então com muito carinho, a trataram com cuidado.

Depois cortaram o cinto, que estava muito apertado.

Despertando ela contou sobre a velha traiçoeira.

Nenhum anão duvidou:

- É a bruxa! A feiticeira!

- Já dissemos princesinha, não abra a porta a ninguém!

- Por favor fique avisada, é para o seu próprio bem.

Enquanto isso a madrasta, maldizendo seu azar, foi ao porão do castelo novo

plano preparar.

Ferveu uma estranha porção, passando-a, depois, num pente.

E, para Branca de Neve, apareceu de repente.

- Compre, menina, este adorno. É lindo e diferente; você ficará mais bela e muito

mais atraente!

Ingênua, Branca de Neve foi, então, abrir-lhe a porta. E ao pentear-se com o

pente caiu ao chão feito morta.

Quando os anões regressaram, e a encontraram no chão, retiraram-lhe o pente e

ela ficou boa então.

Assim a madrasta soube da cura da enteada, furiosa, pôs-se a gritar:

- Vai morrer envenenada.

E novamente a malvada uma porção preparou. Na metade da maçã, o veneno

colocou.

Para a casa dos anões seguiu a bruxa danada. Branca de Neve, à janela viu a

mulher disfarçada.

- Eu não posso abrir-lhe – falou.

Mas a bruxa foi dizendo:

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- Olhe a linda maçã que você está perdendo!

E, bem esperta, acrescentou:

_ De modo algum lhe condeno – e foi mordendo a maçã, na metade sem veneno.

Sem pensar Branca de Neve abriu-lhe a porta, ansiosa por dar logo uma mordida

na maçã deliciosa.

Mas à primeira dentada, logo caiu desmaiada, e os anões não puderam salvar a

pobre coitada.

Num lindo caixão de cristal puseram Branca de Neve, que, lá dentro, parecia

dormir um sono bem leve.

Certo dia, um cavalheiro no caixão a moça viu. Ficou por horas olhando-a, e o

seu amor descobriu.

O príncipe enamorado, quis ao palácio levá-la, mas os anões protestaram:

- Ninguém daqui vai tirá-la!

O príncipe tanto insistiu, que os anões concordaram.

Vieram quatro rapazes e o caixão levantaram.

Nem três passos caminharam quando houve um tropeção.

O caixão não seguraram e ele se foi para o chão.

Na queda Branca de Neve engasgou-se o tossiu. E o pedaço da maçã de sua boca

saiu.

O príncipe, apaixonado, sem querer esperar um momento, abraçou Branca de

Neve , pedindo-a em casamento.

A rainha, invejosa, de desgostou enlouqueceu. E bem feliz e para sempre, Branca

de Neve viveu...

6.2 APRENDENDO COM O CONTO

Ao observar as origens atávicas e inatas da evolução humana, pode-se afirmar

que a inveja não é uma necessidade aprendida. Não é adquirida por experiência nem por

força da socialização, mas, é uma reação instintiva e natural, comum a qualquer criatura

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do reino animal. De acordo com o dicionário Aurélio , “Inveja é o desejo violento de

possuir o bem alheio; desejar o que pertence a outros.”

No conto De Branca de Neve, percebe-se que sua madrasta é tomada desse

sentimento tão mesquinho e maquiavélico, que chega ao ponto de mandar matar Branca

de Neve, por assim, invejar sua beleza.

As manifestações de inveja pode ser disfarçada e transformada em atos

simulados de menosprezo ou de indiferença entre o relacionamento interpessoal de

indivíduos que compõe um grupo dentro da organização.

O indivíduo invejoso é alguém inseguro e supersensível, irritadiço e desconfiado,

observador, minucioso e detetive da vida alheia até a exaustão, sempre armado e alerta

contra tudo e contra todos, faz o tipo superior quando na verdade, sente-se inferiorizado.

O indivíduo invejoso quer sempre ser o que o outro é não se conformando com

aquilo que tem e o que é, porque desiste intimamente dos bens que cobiçava, por

acreditar, em segredo, que não os merece. O que lhe dói não é a falta dos bens, mas sim

o mérito, o reconhecimento pelo seu esforço e seu desempenho.

A inveja é um dos sentimentos que pode causar maior dor no indivíduo, tanto o

que a tem, quanto àquele que está sendo alvo do sentimento.

A inveja da madrasta de Branca de Neve tomou proporções tão inatingíveis que a

fez tentar, de várias, formas, acabar com a jovem moça. Ela não se conformava com sua

beleza, esquecendo-se que talvez Branca de Neve não fosse mais bela pelas suas feições,

mas pela beleza interior que possuía e que a tornava tão bela. Não se conformava em ter

uma outra pessoa invadindo seu território, uma característica marcante da inveja.

No relacionamento interpessoal dentro das organizações, pode-se identificar

alguns indivíduos possuídos pelo sentimento da inveja e classificá-los como:

X O Invejoso Competitivo: É aquele que gosta de competir. Tem dentro

de si uma inquietação terrível de idéias,sentimentos e prazeres que o

levam a competir diariamente com ele e com os outros, acha que a vida é

uma grande competição esquecendo-se que ela é um grande aprendizado

para a auto-superação do ser humano.

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X O Invejoso Malicioso: Enraizado no centro mental, é muito egocêntrico.

Utiliza-se da astúcia e da esperteza. Quer sempre tirar proveito em tudo

que faz. Um algumas situações, fingi-se ser humilde, mas visa sempre o

interesse próprio aproveitando-se da boa vontade de outras pessoas.

X O Invejoso Mentiroso: Utiliza-se da palavra para enganar, ludibriar o

próximo.Engana a si próprio achando que é alguém muito importante. É

dominado pelo ego e não pela essência.

X O invejoso Infeliz: É aquele que não se contenta com nada. Não acredita

no que é e nem no que tem. Tem aversão à sua própria vida. Sempre

haverá algo que o deixará infeliz, como por exemplo a felicidade do

outro.

X O Invejoso Traidor: É aquele que prejudica outras pessoas e é capaz de

prejudicar um grande objetivo. Se troca por bens materiais, por uma vida

estável, por uma estabilidade financeira etc. Por interesse é capaz de trair

todos em sua volta até alcançar seus objetivos.

X O Invejoso Embusteiro: É aquele que fala, esconde, mente causando

intrigas até chegarem a se tornar fofocas que prejudicam o outro.

X O Invejoso Hipócrita: É aquele que finge ter virtudes. Sua hipocrisia o

acaba levando a paranóia. É um genuíno fariseu que se sente justo

perante Deus, mas olha com desprezo para seus semelhantes.

X O Invejoso Desacreditador: É aquele que faz com que o outro acabe

desacreditando no que faz. Sentindo-se um lixo. Investe em idéias

negativas para impedir o crescimento e empreendimento do outro

A inveja tem muitas máscaras e o indivíduo que a possui tem um único objetivo:

prejudicar os objetivos e metas do outro, acreditando que pode ter tudo o que quiser e o

outro não. Acredita piamente que foi injustiçada e o que o outro tem, na verdade deveria

pertencer à ela por merecimento.

A inveja tem, também, algumas atitude básica:

54

X Mentir para se dar bem ante os demais;

X Mentir para ocultar algo dos demais;

X Agir com hipocrisia;

X Desejar o que os outros têm;

X Desejar ocupar a posição de alguém entro da oranização;

X Trair a qualquer pessoa para conseguir o que quer;

X Desejar coisas de forma obstinada;

X Criticar os demais pela sua conduta;

X Senti-se mal pelo bem estar de outras pessoas;

X Querer ocupar um lugar que não é seu;

X Idolatrar exageradamente uma pessoa;

X Estar sempre elogiando outras pessoas;

X Estar sempre comentando a vida de outras pessoas (fofocas);

X Estar competindo com os demais;

X Temer perder algo;

X Temor do que dirão;

X Temer viver na miséria e na pobreza.

Mas, apesar das atitudes da inveja, o indivíduo que a possui também sofre. E

sofre muito mais do que faz sofrer, pois a maldade que lança sobre o outro, sai do seu

peito ardendo muito mais saindo do que na própria execução. Não tem paz, ficam

sempre montando quebra-cabeças, tentando desvendar o que não lhe foi contado.

Armando contra o seu “inimigo”.

No entanto, na vida, assim como no conto, uma vez que a arte imita a vida e não

o contrário, o invejoso nunca sai ganhando. Branca de Neve teve um final feliz o que

não aconteceu com sua madrasta.

Se o indivíduo que tem inveja se empenhasse seus esforços na sua própria vida

como empenha em prejudicar aquele no qual tem inveja, com certeza alcançaria o êxito

que tanto admira nos outros.

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6.3 – A RIVALIDADE – CINDERELA

A esposa de um homem rico ficou doente e quando sentiu que seu fim estava

próximo, chamou sua única filha ao pé do seu leito e lhe disse: “Se sempre uma boa

moça e eu olharei dos céus e velarei por ti”. Pouco depois ela fechou os olhos e morreu,

sendo enterrada no jardim. A garotinha ia todos os dias até o túmulo e chorava, e sempre

foi boa e gentil com todos que a cercavam.

A neve espalhou um lindo manto branco sobre o túmulo; mas quando o sol a

derreteu novamente, seu pai já havia casado com outra mulher. Essa nova esposa tinha

duas filhas que trouxe para viver consigo: elas tinham feições bonitas, mas o coração

cruel, e a vida da pobre moça ficou muito triste. “O que é que essa imprestável está

fazendo no salão?”, diziam elas, “quem quiser comer pão, primeiro terá que ganhá-lo; já

para a cozinha criada!” Então elas lhe tomaram suas belas roupas e deram-lhe uma roupa

velha para vestir, e riam dela e mandavam-na para a cozinha.

Ali era obrigada a trabalhar duro; levantar antes do dia clarear, trazer água,

acender o fogo, cozinhar e lavar. Além disso, as irmãs a importunavam de todos os jeitos

e riam dela. À noite, quando estava cansada, não tinha cama onde se deitar, tendo de

dormir ao lado do forno, entre as cinzas; então, como estava sempre empoeirada e suja

de cinzas, elas a chamavam de Cinderela.

Certa vez em que o pai ia à feira, ele perguntou às filhas de sua mulher o que

desejariam que ele trouxesse. “Roupas finas”, disse a primeira. “Pérolas e diamantes”,

gritou a segunda. “E agora, criança” , disse ele para sua própria filha, “o que vai

querer?” “O primeiro ramo, querido pai, que roçar em teu chapéu quando estiveres

voltando para casa”, disse ela.

Então ele comprou para as duas primeiras roupas finas, pérolas e diamantes que

elas haviam pedido; e a caminho de casa, quando cavalgava por um matagal verdejante,

um ramo de aveleira roçou nele e quase lhe arrancou o chapéu: ele, então, quebrou o

ramo e o trouxe, e chegando em casa deu-o a filha. Ela pegou o ramo, levou-o ao túmulo

de sua mãe e ali o plantou. E foi tamanho o seu pranto que o regou com suas lágrimas.

Ali o ramo cresceu e se transformou em uma linda árvore. Três vezes ao dia ela ia ali e

56

chorava; e logo veio um passarinho construir seu ninho sobre a árvore. Ele conversava

com ela, zelava por ela e trazia-lhe tudo o que ela desejava.

Aconteceu, então, que o rei daquela terra decidiu realizar uma grande festa que

devia durar três dias, quando seu filho escolheria uma noiva entre as moças que

comparecessem: e as duas irmãs de Cinderela foram convidadas. Elas então a

chamaram, dizendo: “penteia nosso cabelo, escova nossos sapatos e amarra os laços de

nossos vestidos, que vamos dançar na festa do rei.” Ela fez como mandaram, mas

quando terminou tudo, não conseguiu se impedir de chorar pensando no quanto gostaria

de ir dançar também; até que finalmente ela implorou muito à sua madrasta que a

deixasse ir. “Tu, Cinderela?”, disse ela, “que não tens nada para vestir, nenhuma roupa,

e nem sabes dançar – tu queres ir ao baile?” E como continuasse implorando, para se

livrar da moça, ela finalmente disse “Vou atirar esta bacia de ervilhas no monte de cinza,

e se tiveres catado todas em duas horas, poderás ir à festa também.” E atirou as ervilhas

nas cinzas: mas a pequena donzela correu para o jardim pela porta dos fundos e

exclamou: “Vinde, vinde, o céu cruzai, pombas, tentilhões voai! Melros, tordos vinde

agora. Vinde , vinde, sem demora. Um , mais um, mais um chegai. Vinde já, catai,

catai!”

Primeiro vieram duas pombas brancas voando pela janela da cozinha; e em

seguida, duas rolas; e depois delas todos os passarinhos que existem no céu chegaram

chilreando e adejando, e voaram até as cinzas.

As pombinhas mergulharam suas cabeças e puseram-se a trabalhar, catar, catar,

catar; e depois os outros começaram a cata, catar, catar; e cataram todos os grãos e os

colocaram na tigela e saíram das cinzas. Ao fim de uma hora, o trabalho estava feito, e

todos saíram voando pelas janelas.

Ela levou então, a tigela até sua madrasta, exultando com o pensamento que

agora poderia ir ao noivado. Mas a madrasta disse: “Não, não! Sua relaxada! Não tens

roupa e não sabes dançar. Não irás!” E como Cinderela implorasse muito para ir, ela

disse, “Se em uma hora conseguires catar duas dessas tigelas de ervilhas das cinzas, tu

irás.” Achando que assim poderia finalmente se livrar dela. Despejou, então, dias tigelas

57

de ervilhas nas cinzas, mas a pequena donzela saiu para o jardim nos fundos da casa e

gritou como antes.

Então, primeiro entraram duas pombas brancas pela janela da cozinha; e em

seguida as rolas; e depois todos os passarinhos do céu entraram chilreando e saltitando,

e desceram voando até as cinzas. E as pombinhas baixaram suas cabeças e puseram-se a

trabalhar a trabalhar, catar, catar, catar; e eles colocaram todos os grãos nas tigelas e

saíram das cinzas. Antes de meia hora estava tudo terminado e eles foram voando.

Cinderela levou, então, as tigelas até sua madrasta, exultando por achar que agora

poderia ir ao baile. Mas a madrasta disse: “Nem adianta, tu não podes ir; não tens

roupas, não sabes dançar e nos cobriria de vergonha.” E lá se foi ela com as duas filhas

para a festa.

Agora que todos haviam saído e não ficara ninguém em casa, Cinderela foi

sentar-se profundamente entristecida sob a aveleira, lamentando-se.

“Sacode aveleira, assim, sacode ouro e prata em mim.”

Então seu amigo pássaro saiu voando da árvore e trouxe um vestido bordado de

ouro e prata para ela, e sapatinhos de seda enfeitados de lantejoulas: e ela os vestiu e

seguiu as irmãs para a festa. Mas elas não a reconheceram pensando que fosse alguma

princesa estrangeira, tão elegante e bela ela estava em suas roupas luxuosas, e nem

pensaram em Cinderela, achando que ela, certamente, estaria em casa no meio da

sujeira.

O filho do rei logo depois aproximou-se de Cinderela, pegou-a pela mão e

dançou com ela e com ninguém mais, sem largar sua mão. E quando chegava alguém e a

convidava para dançar, ele dizia: “Esta dama está dançando comigo.” Assim dançaram

os dois até tarde da noite; e quando ela quis ir para casa, o filho do rei disse: “Eu a

levarei e a protegerei até sua casa.” O príncipe queria saber onde a linda donzela

morava, mas ela escapou dele inesperadamente e correu para casa. O príncipe a seguiu,

mas ela saltou dentro do pombal e trancou a porta. Ele esperou então até o pai dela

voltar para casa e contou-lhe que a donzela desconhecida que estivera na festa estava

escondida no pombal. Mas quando eles quebraram a porta, não havia ninguém lá dentro;

58

e quando voltaram para dentro da casa, Cinderela estava deitada, como sempre, em meio

as cinzas, com seu vestido cinzento.

No dia seguinte, quando a festa foi novamente realizada e seu pai, sua madrasta e

suas irmãs haviam partido, Cinderela foi até a aveleira e disse: “Sacode, aveleira, assim,

sacode ouro e prata em mim!” E o pássaro trouxe um vestido ainda mais belo que o do

dia anterior. E quando ela chegou no baile, todos admiraram de sua beleza: o filho do

rei, que estava à sua espera, pegou-a pela mão e dançou com ela. Quando alguém queria

tirá-la para dançar, ele dizia com antes, “Esta dama está dançando comigo.”

Quando a noite chegou, Cinderela quis voltar para casa, e o príncipe a seguiu

como antes para ver onde ela ia, mas ela escapou inesperadamente pelo jardim atrás da

casa de seu pai. Neste jardim havia uma enorme pereira carregada de frutos maduros; e

Cinderela sem saber onde se esconder, saltou para dentro dela sem ser vista. O filho do

rei não conseguiu descobrir para onde ela havia ido, mas esperou até seu pai voltar para

casa e disse: “A dama desconhecida que dançou comigo fugiu de mim e creio que ela

deva ter saltado para dentro da pereira.” O pai pensou consigo mesmo, “será Cinderela?”

Ele pediu então que trouxesse um machado e eles derrubaram a árvore, mas não

encontraram ninguém sobre ela. E quando voltaram à cozinha, ali estava Cinderela

deitada nas cinzas como era habitual; pois ela havia escorregado da árvore do outro lado,

levara suas belas roupas para o pássaro na aveleira e depois vestira seu vestidinho

cinzento.

No terceiro dia, depois que o pai, a madrasta e as irmãs haviam saído, ela foi

novamente até o jardim e disse: “Sacode aveleira em mim. Sacode ouro e prata em

mim.”

Então seu gentil amigo, o pássaro, trouxe-lhe um vestido ainda mais lindo do que

o anterior, e sapatinhos de puro ouro, e modo que quando ela chegou a festa, ninguém

soube o que dizer de tão admirados que estavam com sua beleza; o filho do rei dançou

somente com ela.

Quando a noite chegou, ela desejou voltar para casa e o filho do rei quis

acompanhá-la pensando: “Não a perderei desta vez.” Ela porém, deu um jeito de

escapar, mas fugiu com tanta pressa que deixou cair o sapatinho dourado esquerdo na

59

escadaria. O príncipe apanhou o sapato e no dia seguinte foi até o rei, se pai, dizendo: “

Tomarei por esposa a dama em que este sapatinho servir.”

As duas irmãs ficaram exultantes ao saber disto, pois seus pés eram bonitos e não

tinham dúvida que poderiam calçar o sapatinho dourado. A mais velha foi primeiro até o

quarto onde estava o sapatinho e quis experimentá-lo, com sua mãe do lado. Mas o

dedão de seu pé não conseguiu entrar e o sapato era mesmo pequeno demais para ela.

Então a mãe deu-lhe uma faca e disse: “Não importa, corta-o fora; quando fores rainha

pouco te importarás com dedões do pé; não vais querer andar a pé.” Então a estúpida

moça cortou fora o dedão, espremeu o sapato no pé e foi até o filho do rei. Este tomou

por sua noiva, acomodou-a na garupa de seu cavalo e saiu cavalgando. Mas a caminho

de casa, eles tiveram que passar pela aveleira que Cinderela havia plantado, e ali estava

pousada num galho uma bombinha cantando: “Volta! Volta! Repara bem no calçado, ele

não foi feito para ti, está muito apertado. Príncipe! Príncipe! Procura melhor a parceira,

pois a que tens ao teu lado não é a verdadeira.”

O príncipe desmontou então e olhou para o pé da moça e viu, pelo sangue, que

ela o havia enganado. Ele fez a volta com seu cavalo e levou a falsa noiva de volta para

casa, dizendo: “Esta não é a noiva certa; que a outra irmã prove o sapatinho.” Esta

entrou no quarto e enfiou o pé no sapato, que entrou todo, menos a calcanhar, que ra

grande demais. Mas a mãe o espremeu até sangrar e levou-a até o filho do rei; e ele a fez

sua noiva, colocou-a a seu lado no cavalo e saiu cavalgando. Mas quando chegaram à

aveleira, a pombinha que ali estava pousada num galho, cantou: “ Volta! Volta! Repara

na calçado, ele não foi feito para ti, está muito apertado. Príncipe! Príncipe! Procura

melhor a parceira, pois a que tens ao teu lado não é a verdadeira.”

Ele olhou para baixo e percebeu que corria tanto sangue do sapato que as meias

brancas estavam totalmente vermelhas. Virou, então, o cavalo e levou-a de volta para

casa. “Esta não é a verdadeira noiva” , disse ele ao pai; “Não tens outras filhas?” “Não”

disse ele, “Há apenas a pequena e suja Cinderela aqui, filha de minha primeira mulher;

mas estou certo que não pode ser a noiva.” O príncipe porém, fez questão que ela viesse.

E ela primeiro lavou o rosto e as mãos, depois entrou, fez-lhe uma reverência, e ele

estendeu-lhe o sapatinho dourado. Ela o pegou, tirou de seu pé esquerdo o sapato

60

disforme que usava e calçou o sapatinho dourado que entrou em seu pé como se tivesse

sido feito sob medida para ele. E quando o príncipe se aproximou e olhou em seu rosto,

ele a reconheceu e disse: “ Esta é minha noiva.”

A madrasta e as duas irmãs ficaram assustadas e pálidas de ódio quando ele

tomou Cinderela em seu cavalo e saiu cavalgando com ela. E quando chegaram à

aveleira, a pomba branca cantou: “Pra casa! Pra casa! Repara no pé da donzela! O sapato

que usa foi feito p’ra ela! Ó jovem príncipe leva, esta noiva para o lar, pois esta que tens

ao teu lado é teu verdadeiro par.”

E quando a pomba terminou sua canção, veio voando pousar sobre o ombro

direito da moça, seguindo com ela para casa.

6.4. APRENDENDO COM O CONTO

Segundo Felá Moscovici “É a partir de divergências de percepção e idéias, que as

pessoas se colocam em posições antagônicas, caracterizando uma situação conflitiva.”

(MOSCOVICI, 2003). Pode-se dizer que as situações de conflitos são componentes

inevitáveis em um grupo gerando, assim, uma rivalidade entre os componentes.

No conto de Cinderela temos um exemplo perfeito da rivalidade entre irmãs, que

a desprezam, humilham e que no final ficam assustadas em saber que aquela garota suja

e acinzentada, era a noiva perfeita para o príncipe, pois o que prevaleceu foi a sua beleza

interior. Enquanto suas irmãs eram belas e andavam cheias de jóias, a maldade que

carregavam em seus corações fizeram com que se transformassem em pessoas feias, com

cargas de negatividade assombrando suas vidas.

Cada pessoa tem suas individualidade, sonhos, objetivos e metas formando,

assim, diferenças que estabelece e define a natureza de cada um.

Estabelecida essa natureza de diferenças, pode-se especular os fatores que levam

as origens e habilidades necessárias, e mais adequadas, para se gerir os conflitos

causados pela rivalidade entre indivíduos dentro da organização a que pertence.

61

A rivalidade existe desde o início da humanidade. Se voltarmos há alguns séculos

atrás temos como exemplo a história de Caim e Abel, onde existia uma rivalidade entre

os irmãos, não por parte de Abel, mas sim de Caim que queria ser melhor que o irmão.

Queria ter a melhor oferta, queria ser o mais amado... como em Cinderela, onde as irmãs

queriam , também, ser melhores que ela e acreditavam que eram.

Percebe-se, por parte de algumas empresas, que se tem estudado algumas

alternativas para se lidar com a rivalidade seja entre pessoas, seja em grupos. Nem

sempre a rivalidade pode ser administrada de forma que terceiros sejam atingidos. Ela

pode evoluir, permanecer estável ou desaparecer com o tempo, tendo um trabalho de

desenvolvimento organizacional, onde esse conflito seja mostrado de forma adequada às

partes geradoras do mesmo. Podem, também, ser esmagados e passar desapercebido pela

organização, voltando mais tarde sob forma de um conflito manifesto.

A rivalidade surge por alguns fatores que são:

X Competição entre indivíduos;

X Divergência de alvos;

X Tentativa de autonomia de um indivíduo em relação ao outro;

X Necessidades individuais não atendidas;

X Diferenças culturais;

X Emoções não expressas;

X Preconceitos

A rivalidade torna-se uma situação constrangedora , pois, interrompe o

crescimento do desenvolvimento das habilidades do indivíduo dentro da organização,

criando a necessidade de uma estratégia adequada para o seu controle, onde ambas as

partes envolvidas no conflito consigam viver entre si e, com o conflito, de forma que

haja o mínimo possível de desgaste.

A rivalidade traz reflexos amplos na relação interpessoal dentro da organização.

Para se tentar amenizar esse conflito deve-se:

62

X Aumentar o grau de autenticidade no relacionamento interpessoal;

X Aumentar o comprometimento mútuo e procurar aperfeiçoar a

interação com o grupo;

X Diagnosticar a causa do conflito;

X Identificar alternativas para diminuir a gravidade do conflito;

Vive-se em uma sociedade altamente evoluída do ponto de vista social e

tecnológica, mas ainda precária na habilidade de se lidar com conflitos de nível

humano. Observamos, não só através de contos de fadas, mas, também, através da

história da humanidade que atitudes, como a rivalidade, tem tomado proporções

adversas. Talvez a fantasia de todo ser humano seja eliminar essas adversidades, em

vez de questionar sua própria posição e atitude.

Nem sempre os conflitos têm solução. Nem sempre há um final feliz onde

uma Cinderela vira uma princesa que vive feliz para sempre com seu lindo príncipe.

Mas sempre há o bom senso que falar mais alto e a alto crítica de como se pode

melhorar como pessoas.

6.5. A VAIDADE – A BELA ADORMECIDA.

No palácio do rei junto à floresta, havia risos, flores, alegrias... querem saber

a razão dessa festa?

Pois vou contar-lhes já. Naquele dia...

- Como é linda a nossa filha! Você não acha, querida?

- Sim, jamais vi um bebê tão bonito em minha vida!

Era, de fato, linda a princesinha, a primeira a nascer nesse reinado.

E o rei muito feliz, junto a rainha, se preparava para o batizado.

E nesse dia um carro suntuoso, puxado por milhares de andorinhas, se

aproximou, trazendo, majestoso, as fadas que seriam as madrinhas.

63

E junto ao berço elas foram chegando. Uma após a outra e, cheias de alegria,

à criança gentil foram lançando, como um presente, a sua profecia.

- Tu serás bela, será graciosa: terás o encanto puro da rosa no teu sorriso, no

teu cantar, e na candura do teu olhar.

- Eu profetizo, nesse momento, nobre caráter, grande talento!

- Eu te desejo, por meu condão, que tenhas sempre bom coração.

- Com tais virtudes, gentil princesa, serás perfeita, pois, com certeza, cheia

de encanto, graça e bondade encontrarás à felicidade.

Porém, naquele instante e alegria, um riso mau se ouviu. De quem seria?

Era a malvada bruxa da floresta!

Que viria fazer naquela festa?

- Há, há, há! Não esperavam por mim! Eu sei não me convidaram! No

entanto, eu vim, mesmo assim. Também vou dar meu presente à nossa gentil

princesa... Mas... o que foi que aconteceu? Assustei-os, com certeza... Deixem-me

ver a criança no seu berço pequenino. Escuta linda menina, vai ser este o teu

destino: completando quinze anos... não chores, não tenhas medo, numa roca de fiar,

tu espetarás o dedo! E, nesse horrível momento, ouve bem, linda criança: tu

dormirás para sempre! HÁ!HA!HA! Como é bela uma vingança!

E assim dizendo a bruxa da floresta saiu, a passos lentos, do salão.

E no palácio terminava a festa, onde tudo era dor, desolação...

- Minha querida filhinha...

- Minha doce princesinha...

E em meio a confusão que se formou entre as madrinha tristes, revoltadas,

vejam só quem chegou: a fada azul, a rainha das fadas!

- Cheguei tarde infelizmente. Todavia há esperança de remediar o mal que a

bruxa fez a criança.

Não posso assim, de repente, esse encanto desfazer. Porém confiem: com o

tempo nós havemos de vencer. Escuta, linda menina: tu espetarás o dedo numa roca

de fiar. No entanto, não tenhas medo. Adormecerás por longos anos, porém, ouve o

que eu te digo: neste palácio dormirão todos contigo. Assim permanecerão, a dormir

64

e a sonhar, até que um dia alguém virá te acordar. E, nesse grande momento, cheios

de emoção, todos aqui no palácio, felizes despertarão!

- E tu gentil princesa, acordarás para sempre e, a partir desse momento, será

feliz novamente!

E assim dizendo, a fada se afastou do pequeno berço da criança e, no

palácio, ninguém mais chorou.

Havia, em cada olhar, uma esperança.

E o tempo foi passando devagar e a princesinha, sem nada de suspeitar,

crescia na maior felicidade.

Mas, certo dia...

- Soprei as quinze velinhas.

- Parabéns minha filhinha!

- O, querido, estou com medo. O dia enfim chegou da terrível profecia que a

bruxa nos lançou.

- Não fique preocupada, eu tive muito cuidado. Já mandei queimar as rocas

que havia neste reinado.

- Mamãe posso brincar com as meninas no jardim?

- Não filhinha, por favor, fique juntinho de mim.

- Ora deixe, mamãezinha. Eu voltarei num instante...

- Está certo, mas venha logo. E não vá muito distante!

E a princesinha, alegre, se afastou na direção do parque, em correria.

Porém, nesse momento, ouviu uma voz a cantar. De quem seria?

- Lai, lalai, lai, lalai, lai, lalai, lai!

Girando, girando, não paro de girar; trabalho cantando na roca de fiar.

A velha fiandeira trabalha sossegada a noite inteira na roca encantada.

- Alguém está cantando uma bonita canção e a voz parece-me vir lá de

baixo, do porão. Espere eu vou ver quem é. Mas preciso ter cuidado, se papai me

encontrar aqui, vai ficar muito zangado.

Oh, lá dentro há uma velhinha, é ela quem está cantando. Que estará ela

fazendo nessa roda de girar?

65

- Oh, entre, linda menina. Quer aprender a fiar?

- Fiar? Mas o que é isso?

- Oh, é muito divertido. Veja, é só mover o fuso, que sai a linha pro tecido.

- Que graça, deixe-me ver. Posso aprender a fiar?

- Como não? Peque esses fios e sente-se no meu lugar. Agora segure o fuso.

Assim...assim... assim...

- Ai!

- Eu sabia!

A princesa adormeceu. Era isso que eu queria!

A princesinha dormiu suavemente e nada mais se ouviu em torno dela.

Pois no palácio, silenciosamente, a corte inteira adormeceu com ela.

Os anos, uma a um, foram passando, deixando para trás tudo esquecido,

enquanto um espinheiro ia cercando os muros do palácio adormecido.

E ninguém mais dali se aproximou porque dizia o povo amedrontado:

- Ali alguma coisa se passou e o castelo ficou mal assombrado!

No entanto, certo dia, na floresta, dia feliz, de sonho, de quimera, a natureza

amanheceu em festa, pois havia chegado a primavera!

E, com ela, feliz, também, chegou um príncipe a cantar, jovem, belo, que

cavalgando, aproximou-se do castelo.

- Oh, nem posso acreditar! Eu acho que estou perdido. Como vim parar

aqui? Nesse castelo escondido? A floresta o encobriu; não há caminhos também.

Entretanto, vou chamar. Quem sabe se vem alguém? Ó de casa! Abram a porta! Só

o eco me respondeu... todavia não importa, tenho que entrar no castelo.

- Pronto, saltei o muro. Agora é andar com cuidado que o caminho está

escuro. Oh, vejo uma luz azul! Que estará acontecendo? Surgiu assim de repente,

céus está se movendo, ela vem ao meu encontro! Parece estar me guiando! Vou

seguir devagar.

- Céus estarei sonhando? Que jovem maravilhosa! E parece estar sorrindo

tranqüilamente a sonha. Como é bela dormindo!

66

E o príncipe enamorado, num gesto de puro amos depositou, em seus lábios,

um leve e amoroso beijo.

Nesse instante, a jovem despertava sorridente, feliz e ainda mais bela.

E no palácio a vida retornava, pois toda a corte despertou com ela.

- Quem é você De onde vêm? E o que faz aqui sorrindo?

- Eu? Não sei. Vim por acaso e encontrei-a dormindo.

- Agora estou lembrada: hoje é dia de meus anos, a mamãe está me

esperando. Prometi voltar depressa, há visitas no salão. No entanto, venha comigo,

dê-me a sua mão.

Assim felizes, numa igual ventura, eles se foram cheios de alegria.

E um grande amor, uma grande ternura uni-os para sempre nesse dia.

E no palácio do rei, junto à floresta, nunca mais houve mágoas, desenganos,

pois toda a corte despertou em festa daquele sonho que durou cem anos.

6.6 APRENDENDO COM O CONTO

A vaidade é uma ameaça constante dentro de um grupo gerando conflitos que

podem frustrar as necessidades e objetivos do mesmo.

Na história de A Bela Adormecida, temos o exemplo claro da obsessão causada

pela inveja de uma bruxa que se sentiu ofuscada, esquecida por não ser convidada para o

batizado da princesa. Como não convidaram a mais importante, a mais poderosa das

bruxas? Sendo assim, todas as formas tentar ofuscar os objetivos e crescimento da linda

jovem, que inocentemente não pode se defender contra o feitiço da malvada bruxa, que

possui sentimentos, opiniões, desejos e motivações divergentes e antagônicas, de efeito

negativo contra a linda princesinha.

Quem nunca encontrou uma bruxa no meio do caminho ofuscando seus objetivos

e sonhos, desejando que os caminhos que levam ao heroísmo nunca chegue? Quem

nunca se perdeu em florestas de sonhos encobertos por decepções, por vaidades...?

67

Na verdade não há nenhuma fórmula para se lidar com a vaidade, o que há é uma

compreensão do conflito gerado, e suas variáveis, para se alcançar um diagnóstico

razoável da situação.

Pode-se classificar o conflito vivido nesse conto, como um conflito substantivo,

ou seja, existe um desacordo fundamental com relação aos objetivos e os meios para

atingi-los, que é claramente diagnosticado quando a bruxa age de forma cruel e lança à

jovem menina, em meio ao seu orgulho ferido, ou a vaidade que a toma por completo,

um feitiço que a impede de ser feliz, de viver sua juventude, de atingir seus objetivos e

metas.

Nesse grande jogo da luta contra o bem contra o mal, deve haver uma reflexão

sobre qual o papel desempenhado no grupo no qual fazemos parte. Bruno Bettelheim diz

que : “Enquanto contos de fadas frisam os grande feitos que um herói deve executar

antes de ser ele mesmo, A Bela Adormecida enfatiza a concentração demorada e

tranqüila que também é necessária para se chegar a isso.” (BETTELHEIM, 1980). O que

entende-se que há uma necessidade de grandes mudanças para se alcançar o êxito

desejado.

Existe uma tendência muito grande no indivíduo de ser vaidoso. Basta uma

melhora em qualquer fator de sua pessoal ou profissional que esse sentimento aflora de

forma a se tornar ávido por destaque, reconhecimentos, privilégios etc. Mas os

problemas começam quando se passa do ponto, ou seja, quando se acha que é diferente!

Quando queremos poder, ser deuses soberanos, grandes, diferenciados... e aí se cai do

cavalo.

A humildade, à vezes, se aprende com a queda, outras vezes parece que a

humilhação afetou o ego de tal forma que se tenta novamente alcançar o que não deu

certo, pelo simples fato de não se admitir o erro.

Não se chega a felicidade deixando um sentimento como a vaidade tomar contar

de tudo no que se acredita e realiza. Não é rico aquele que possui bens, mas sim, aquele

que tem caráter digno, que é pleno sem condicionantes.

Pela vaidade o homem infla, mas nunca conseguirá voar.

68

A vaidade aprisiona, faz que o indivíduo se sinta o máximo do máximo sem

percebe o ridículo da situação.

De imperadores, passamos a ser súditos, que sabe e não pode saber, que ver e não

pode enxergar... de senhores passa-se a escravos do seu próprio EU.

A simplicidade não é vulgar, mas uma originalidade de grande valor, que,

cultivada por quem vê em outros o esboço do seu querer, descreve seu caráter e

compartilha sua individualidade como algo de bom.

Às vezes estar perdido em uma floresta perigosa faz que se aprenda a enfrentar as

tendências do próprio “EU”, as ansiedades que fazem com que a vaidade aflore

permanentemente dentro de si. Encontrar caminhos que levem a realizações plenas sem

precisar ser vaidoso...

O conto da Bela Adormecida traz a reflexão de que não se deve temer aos

perigos da passividade, pois um período longo de contemplação e concentração sobre o

“EU”, pode levar seguidamente às maiores realização. Ela adormeceu durante muito

tempo, mas acordou e acordou diferente, aprendendo a entender e a dominar seu interior.

Nem sempre consegue-se dominar a vaidade. Todos os esforços do rei para evitar

a maldição à jovem princesa falharam, mesmo tirando todas as rocas de fiar, assim

também, não podemos simplesmente excluir pessoas e sentimentos que nos rodeiam.

Assim como no reinado onde a Bela Adormecida vivia existia a esperança... vale a pena

acreditar que existe boas fadas, boas pessoas, bons sentimento. Cabe a cada um decifrar

as pessoas com que convivem.

O relacionamento com os outros, desperta para o perigo de se deixar adormecer,

ou seja, deixar que sentimento como a vaidade faça parte do relacionamento

interpessoal, prejudicando, assim, valores morais e éticos.

69

CAPÍTULO VII MOTIVAÇÃO: MOTIVO PARA SUPERAR DESAFIOS

"Você deve permanecer acordado, afim de que os seus sonhos se tornem realidade." (Jonathan Swift)

70

MOTIVAÇÃO: MOTIVO PARA SUPERAR DESAFIOS.

Algumas pessoas definem a Motivação como sendo um motivo para a ação, ou

um conjunto de fatores de ordem fisiológica nos quais pode se determinar a conduta de

um indivíduo.

Para chegarmos a Motivação , temos que ter motivo para agir, que não estar nas

coisas e nem nas pessoas que nos cercam. O motivo está dentro de nós.

A Motivação acontece de dentro para fora.Cada indivíduo é responsável por

fazer com que ela seja forte o suficiente para enfrentar e vencer todo e qualquer

obstáculo que se apresente.

A Motivação funciona como um processo para o despertar da automotivação.

A automotivação independe de estímulos externos, ou seja, ela não precisa de um

prêmio a ser conquistado, pois o profissional automotivado possui objetivos pessoais e

profissionais próprios e sabe que só depende de iniciativas dele para que o objetivo seja

alcançado e superado, ou seja, ele sai da “zona de conforto”, estabelece objetivos e

busca novos desafios que o realize como profissional e como ser humano.

É de suma importância que cada indivíduo estabeleça objetivos em todas as áreas

de sua vida: profissional, familiar, financeira, social, física, mental e espeiritual para que

ele seja um gerador de “lucros” e de aprendizado.

É necessário que se conheça a capacidade de cada um para realizar suas metas ,

por isso deve-se:

X Analisar tudo o que já foi realizado anteriormente,

X Refletir sobre os caminhos percorridos,

X O que se tem feito para aprimoramento da sua vida pessoal e

profissional,

X Quais são os sonhos de crescimento que se deseja obter,

X Que caminhos percorrer para se chegar a realização dos sonhos e

objetivos.

71

Estabelecer objetivos como encontrando motivos para a sua ação como:

X Ver ao invés de olhar. A percepção das pequenas coisas que fazem

grande diferenças estão na forma em que vemos nossos sonhos com todos os

detalhes.

X Registrar no papel tudo o que você conseguiu enxergar.

X Estabelecer metas e prazos para conquistar tudo o que você

sonhou. Passo a passo.

X Agir em direção ao objetivo estabelecido.

X Persistir em meio aos obstáculos que aparecerão intransponíveis

na caminhada para atingir aos objetivos desejados.

X Não desistir jamais. A pior tentativa é aquela que não foi

realizada. Lutar pelos sonhos sempre vale a pena.

O mais importante para uma automotivação é deixar que as pequenas coisas nos

toque, pois o segredo do sucesso está na forma como encaramos a vida e suas

adversidades e isso influência em nossa Motivação.

72

CONCLUSÃO

Todos os contos de fadas refletem aspectos de como um indivíduo pode se, pensar, agir

e sentir.

Ao se extrair os ensinamentos, oferecidos pelos contos, chega-se a uma conclusão de

que o ser humano é tudo aquilo que aparece refletido nele.

As personagens e situações dos contos levam à uma reflexão muito profundo do

relacionamento interpessoal dentro de uma organização, as atitudes, posturas e

compreensão de conflitos gerados por eles dentro de um grupo. Tais personagens

constroem-se não pelo fato de escolhas entre o bem e o mal, mas pela esperança que

qualquer um pode ter sucesso na vida respeitando a individualidade do outro,

compreendendo-se mutuamente, sem precisar usar de sentimentos negativos para se

alcançar os objetivos, pois quando compreende-se o outro, está se chegando à um

aprimoramento do autoconhecimento e da autopercepção.

As expressões próprias da vida moderna, influenciam nos relacionamentos e tanto nos

contos de fadas como na vida, a convicção de que trapacear ou utilizar sentimentos

negativos que prejudiquem ao grupo e, ou aos objetivos e metas de um determinado

grupo ou pessoa, não compensa, é a razão pela qual nas histórias de fadas a pessoa má

sempre perder. Não é o fato de que a virtude de cada personagem vá vencer no final que

promove a moralidade e o ensinamento, mas que ser herói é sempre mais atraente.

As histórias e as personagens são diferentes, assim como com quem se conviver dentro

das organizações e seus protagonistas singulares, porém, há uma unidade entre eles.

Muito do que se é fruto daquilo que se diz. Talvez se seja um súdito do imperador, ou

quem sabe um imperador. Um patinho feio, um príncipe, uma princesa... quem sabe uma

bruxa. O mais importante é ser a cada dia um pouco de si mesmo... verdadeiros. É dar

espontaneamente sem cobrar inconscientemente, aprender a ser feliz com que se é,

reconhecer os erros e as virtudes, procurando ser, sempre, pessoas melhores e

convivendo de forma digna com o grupo no qual se pertence dentro de uma

organização.

73

BIBLIOGRAFIA

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2001.

ANDERSEN, Hans Christian. Contos– O rouxinol e o imperador. São Paulo: Paulinas,

2000.

ANDERSEN, Hans Christian. Contos – O patinho feio. São Paulo: Paulinas, 2000.

BARRO, João de. A cigarra e a formiga. São Paulo: Moderna, 1996.

BETTELHEM, Bruno. A psicanálise dos contos de fadas. São Paulo: Paz e Terra, 1980.

CASHDAN, Sheldon. Os 7 pecados capitais nos contos de fadas. Rio de Janeiro:

Campus, 2000.

CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas. Rio de Janeiro: Campus, 1999.

DUBRIN, Andrew J. Fundamentos do comportamento organizacional. São Paulo:

Thompson, 2002.

FIUZA, Elza. A bela adormecida. São Paulo: Moderna, 1998.

FRANZ, Marie-Louise Von. A individuaçização nos contos de fada. São Paulo: Paulus,

1984.

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Rio de Janeiro: Ediouro, 2002.

GRIMM, Irmãos. Contos de fadas - Cinderela. São Paulo: Iluminuras, 2001.

HIRIGOYEN, Marie-France. Mal estar no trabalho – redefinindo o assédio moral. Rio

de Janeiro: Bertrand, 2002.

MOSCOVICI, Fela. Desenvolvimento interpessoal. Rio de Janeiro: José Olímpio, 2003.

MOSCOVICI, Felá. Equipes que dão certo. Rio de janeiro: José Olímpio, 2000.

RODRIGUES. Marcus Vinícius Carvalho. Qualidade de vida no trabalho. Petrópolis:

Vozes, 1994.

74

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO......................................................................................................02

AGRADECIMENTO.....................................................................................................03

DEDICATÓRIA.............................................................................................................04

RESUMO........................................................................................................................05

METODOLOGIA...........................................................................................................06

SUMÁRIO......................................................................................................................07

INTRODUÇÃO..............................................................................................................08

CAPÍTULO I .................................................................................................................11

RELACIONAMENTO INTERPESSOAL.....................................................................12

1.1 A Roupa Nova do Imperador....................................................................................13

1.2 Aprendendo com o Conto.........................................................................................17

CAPÍTULO II.................................................................................................................20

OS CONTOS E O CRESCIMENTO PESSOAL......................................................... ..21

CAPÍTULO III................................................................................................................23

ATITUDE, POSTURA E COMPORTAMENTO..........................................................24

3.1 O Patinho feio...........................................................................................................25

3.2 Aprendendo com o Conto.........................................................................................35

CAPÍTULO IV...............................................................................................................37

ÉTICA PROFISSIONAL...............................................................................................38

CAPÍTULO V.................................................................................................................40

COMPETÊNCIA INTERPESSOAL..............................................................................41

5.1 A Cigarra e a Formiga...............................................................................................41

5.2 Aprendendo com o Conto.........................................................................................43

CAPÍTULO VI...............................................................................................................46

CONFLITOS..................................................................................................................47

6.1 A Inveja - Branca de Neve e os Sete Anões.............................................................47

6.2 Aprendendo com o Conto.............................................................. ..........................51

6.3 A Rivalidade - Cinderela..........................................................................................55

75

6.4 Aprendendo com o Conto...........................................................................................60

6.5 A Vaidade - A Bela Adormecida................................................................................62

6.6 Aprendendo com o Conto...........................................................................................66

CAPÍTULO VII................................................................................................................69

MOTIVAÇÃO: MOTIVO PARA SUPERAR DESAFIOS.............................................70

CONCLUSÃO..................................................................................................................72

BIBLIOGRAFIA..............................................................................................................73

ÍNDICE.............................................................................................................................74

FOLHA DE AVALIAÇÃO.............................................................................................76

76

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes

Título da Monografia: Relacionamentos Interpessoais: Um Conto de Fadas.

Autora: Rosineide da Silva Andrade

Data da Entrega:

Avaliado por: Conceito

Avaliado por: Conceito

Avaliado por: Conceito

Conceito Final:

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