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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EMPRESA X PEDAGOGIA Por: Gilda Alice Nunes da Silva Orientadora Mary Sue Pereira Rio de Janeiro 2007

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

EMPRESA X PEDAGOGIA

Por: Gilda Alice Nunes da Silva

Orientadora

Mary Sue Pereira

Rio de Janeiro

2007

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

EMPRESA X PEDAGOGIA

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como requisito parcial para obtenção do grau

de especialista em Pedagogia Empresarial.

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PENSAMENTO

A maior missão de um empresário é dar a luz a si mesmo. É tornar-se

aquilo que sua vocação lhe imprimiu. Todo empreendimento é produto em busca

do sonho de alguém. Sonhos que surgem de um dom ou desejo. A realização

desse sonho pode ser comparada à construção de uma embarcação. Tudo

começa pelo casco a idéia do que fazer seu alicerce. Mas sabendo que na vida

nada é preciso, exato. Portanto o empresário que aprende necessitará sistematizar

ações para otimizar seu modo operante. Por isso identificamos a otimização como

a forma de “fazer acontecer”. “Quem sabe faz a hora não espera acontecer”.

Este é o desafio do novo empresário, ele cresce e aprende todo dia com os

seres humanos que o compõem. Crescemos todo dia e nunca ficamos prontos.

Mas temos que dar a partida.

“Navegar é preciso, viver não é preciso...”.

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DEDICATÓRIA

À minha família,

Há certas circunstâncias que surgem na

vida da gente que proporcionam

oportunidades raras para meditação e

reflexão.

Esta é uma oportunidade precisa. Ao

escrever esta monografia, quero aproveitar

a oportunidade para realçar o carinho e o

afeto, o amor e a ternura que vão nesta

simples dedicatória.

Pena que as palavras sejam tão áridas

para retratar a dimensão de certos

sentimentos.

Gilda Alice

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RESUMO

Este trabalho pretende ser um “guia de estudo” prático e abrangente

destinado a “Edupresários” (educador + empresário), executivos de escolas,

gerentes e empreendedores procurando valorizar o bom relacionamento humano,

pois o ser humano precisa sobreviver, evoluir e regular-se; e a pedagogia é a

ciência da educação que pode ajudar a atender a estas necessidades de

sobrevivência de que tanto o homem necessita.

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METODOLOGIA

Pesquisa qualitativa voltada para o desenvolvimento de um sistema de

reconhecimento com o objetivo de estimular os funcionários a uma liberdade

responsável e do poder partilhado identificado por marco de referência de um

projeto administrativo e Educacional; onde ações como reconhecimento,

comunicação, entre outras, deverão ser transformadas em um plano de ação

contendo todas as etapas de um planejamento: O que, como, quem, quando,

onde, quanto. Claro que tudo isto precedido de um por quê fundamentado nos

conceitos da modernidade administrativa.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.................................................................................................................0

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CAPÍTULO I – ADMINISTRANDO EMPRESAS EM TEMPOS DE MUDANÇAS..10

CAPÍTULO II – A IMPORTÂNCIA DA FIGURA DO PEDAGOGO DENTRO DAS

EMPRESAS.............................................................................................................13

CAPÍTULO III – A TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS......................................16

CAPÍTULO IV - ANTECEDENTES HISTÓRICOS DA

ADMINISTRAÇÃO..............20

CONCLUSÃO..........................................................................................................33

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................36

FOLHA DE

AVALIAÇÃO..........................................................................................37

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INTRODUÇÃO

A administração é um fenômeno universal no mundo moderno. Cada

organização e cada empresa requerem a tomada de decisões, a coordenação de

múltiplas atividades, a condução de pessoas, a avaliação do desempenho dirigido

a objetivos previamente determinados a obtenção e alocação de diferentes

recursos... Numerosas atividades administrativas desempenhadas por diversos

administradores, voltados para tipos específicos de áreas e de problemas,

precisam ser realizadas em cada organização ou empresa. O profissional pode ser

um engenheiro, um economista, um contabilista, um médico, entre outros, precisa

conhecer profundamente a sua especialidade. Mas, no momento em que é

promovido em sua empresa, o supervisor, chefe, gerente ou diretor, exatamente a

partir deste momento, ele deve ser administrador. Precisa então dedicar-se a uma

série de responsabilidades que lhe exigirão conhecimentos e posturas

completamente novas e diferentes que a sua especialidade não lhe ensinou em

momento algum.

Daí o caráter eminentemente universal da administração. Cada empresa

necessita não de um administrador apenas, mas de uma equipe de

administradores em vários níveis e nas suas várias áreas e funções para levarem

adiante as diversas especialidades dentro de um conjunto integrado e harmonioso

de esforços em direções aos objetivos da empresa. O desafio é administrar novos

rumos para a sociedade, e a figura do pedagogo torna-se essencialmente de

grande necessidade dentro das empresas para aproximação entre funcionários e

empresários. O segredo é perder sem perder, ou seja, humildade intelectual num

momento de muita instabilidade. Está fadado ao fracasso o administrador que

achar que seu conhecimento é “estável”. Como as condições turbulentas surgem

em qualquer instituição e permeiam nossas vidas todos os dias em tempo e

espaço, o aprendizado em condições de transformação permanente é e continuará

sendo um modo de vida constante para todos nós. Daí a frase “Aprender como um

modo de ser”.

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Segundo Davids S. Jordan “sabedoria é saber o que fazer, habilidade é

saber como fazer, virtude é fazer”. Estamos falando numa virtude que infelizmente

ainda não encontramos com facilidade. Realizar mudanças, aplicando métodos e

ferramentas modernas de gestão não tem sido o foco dos dirigentes em sua

grande maioria. Por esta razão que a figura do pedagogo tem sido destacada

dentro das empresas como forma de aproximação entre funcionários e

empresários, para que juntos possam trocar metas de aprendizagem individual,

coletiva e institucional.

A monografia está assim dividida em quatro Capítulos. O primeiro fala da

Administração das empresas em tempos de mudanças, o jeito de administrar as

mudanças, o conhecer os funcionários, as técnicas que utiliza para se efetivar no

espaço empresarial.

O segundo aborda a importância da figura do pedagogo dentro das

empresas, canalizando as emoções de ambos através da arte de pensar, a fim de

se respeitar o outro e poder, de forma eficaz, trabalhar em grupos, em equipes.

O terceiro discute a teoria das relações humanas na visão de Lewin,

apontando o comportamento humano e suas necessidades básicas.

O quarto mostra a história e incipiente preocupação com a administração da

antiguidade até o século passado.

Todas as argumentações aqui usadas têm como finalidade servir como

diagnóstico de como estamos hoje como ser humano, profissional ético, cidadão

democrático e como podemos melhorar para que nossos funcionários se tornem

também pessoas éticas, felizes, autônomas, criativas, competentes, desejosos de

trabalhar.

A fundamentação teórica desta se baseia em vários autores que defendem

a Teoria da Integração Relacional como CURY, Peter Drucker, entre outros citados

no decorrer do trabalho.

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CAPÍTULO I – ADMINISTRANDO EMPRESAS EM

TEMPOS DE MUDANÇAS

O que é administração?

Estamos tratando de um desafio na administração não só de empresas,

mas na administração educacional também. Administrar em tempos de mudanças

requer em primeiro consenso sobre o que é administrar. Esta é uma área do

conhecimento que tem sofrido muitas alterações ao longo dos tempos. A

administração tornou-se a principal função social que uma instituição precisa

assumir.

Quando ouvimos a expressão “administração de empresa” devemos

recordar que é pelo fato de que a administração emergiu pela primeira vez em

empresas não-educacionais de grande porte e muito mais ligadas a questões

industriais. Mas, o tempo mostrou que a administração é necessária em qualquer

instância que necessita de planejamento e gestão. Podemos aplicar o mesmo

conceito para uma vida, uma carreira, uma comunidade, um açougue, uma

farmácia, enfim, já podemos perceber que ela e seus fatores de excelência

precisam ser objeto de estudo para instituições públicas ou privadas, de pequeno,

médio ou grande porte. A administração é uma função genética para qualquer tipo

de atividade, independente de sua missão específica. Este é o enfoque da

Administração da sociedade do conhecimento.

Segundo Peter Drucker a administração existe há muito tempo, e que para

ele o melhor executivo foi o homem que projetou e construiu a primeira pirâmide

egípcia há cerca de quatro mil anos e que ainda está de pé, mas a administração

não era considerada um tipo específico de trabalho antes da primeira guerra

mundial, e então, apenas algumas pessoas passaram a considerá-la como tal. A

administração só emergiu após a segunda guerra mundial.

Em 1950, quando o Banco mundial começou a emprestar dinheiro para o

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desenvolvimento econômico a palavra “administração” sequer estava em seu

vocabulário. De fato, embora a administração tenha sido inventada há milhares de

anos, não foi popularizada antes da Segunda Guerra Mundial. A própria guerra foi

uma razão para a descoberta da administração com o especial desempenho da

indústria norte-americana. Mas talvez, igualmente importante para a aceleração

geral da administração, tenha sido o desempenho do Japão desde 1950.

Após a Segunda Guerra, o Japão não era um país subdesenvolvido, mas

sua indústria e economia foram quase que totalmente destruídas e o país nem

mesmo dispunha de tecnologia doméstica. Seu principal recurso era sua

disposição para adorar e adaptar a administração que o os norte-americanos

tinham desenvolvido durante a Segunda Guerra Mundial, principalmente o

treinamento. Em 20 anos da década de 1950, com o fim da ocupação do Japão

pelos norte-americanos, a década de 1970 o Japão se tornou a segunda maior

potência econômica do mundo, e líder em tecnologia.

Com essa evolução da administração veio um processo crescente de

resignificar o seu conceito. E, nesse momento, as organizações sejam elas

empresárias ou educacionais estão estudando um melhor jeito de administrar.

Buscam melhor maneira de entender tua missão e ter modo operante.

Como já foi falado anteriormente, a administração é um fenômeno universal

no mundo moderno. Cada organização e cada empresa requerem a tomada de

decisões, a coordenação de múltiplas atividades, a condenação de pessoas, a

avaliação do desempenho dirigido a objetivos previamente determinados, a

obtenção e alocação de diferentes recursos.

A administração tornou-se tão importante quanto o próprio trabalho a ser

executado, conforme este se foi especializando e a escola de operação crescendo

assustadoramente. A administração não é um fim em si mesma, mas um meio de

fazer com que as coisas sejam realizadas da melhor forma possível, com menor

custo e com maior eficiência.

Segundo Bennis a tarefa administrativa nas próximas décadas será incerta

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e desafiadora, pois deverá ser atingida por um sem-número de variáveis e de

mudanças e transformações carregadas a ambigüidades e de incertezas. O

administrador defrontar-se-á com problemas multifacetados e cada vez mais

complexos do que os anteriores, e sua atenção será disputada por eventos e por

grupos situados dentro e fora da empresa que lhe proporcionarão informações

contraditórias que complicarão o seu diagnóstico perspectivo e a sua visão dos

problemas a resolver ou das situações a enfrentar. São as exigências de

sociedade, dos clientes, dos fornecedores, das agências regulamentadoras, são

os desafios dos concorrentes, as expectativas da alta administração, dos

subordinados, dos acionistas, entre outros. Porém, todas essas exigências,

desafios e expectativas sofrem profundas mudanças que ultrapassam a

capacidade que o administrador tem para poder acompanhá-las de perto e

compreendê-las adequadamente.

As Empresas precisam ser um lugar não só de trabalho e sim um lugar de aprendizagem, produtividade e que substitua o trabalho solitário pelo trabalho solidário, a centralização pela participação, a mão de obra pelo cérebro de obra.

Pensemos na afirmação de Peter Drucker, uma das principais leituras que

influenciaram este trabalho. Ele afirma “a sociedade do conhecimento também é

uma sociedade de organizações. O objetivo e a função de toda organização

comercial ou não, é a integração de conhecimentos especializados em uma tarefa

comum”. Ele acredita que o trabalhador do conhecimento é o maior ativo de

qualquer empreendimento.

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CAPÍTULO II – A IMPORTÂNCIA DA FIGURA DO

PEDAGOGO DENTRO DAS EMPRESAS

Neste capítulo vamos discutir a condição do Pedagogo, do professor, do

especialista como trabalhador procurando esclarecer o sentido dessa condição

visando também a sua formação dentro das empresas, como forma de

aproximação entre empresários e funcionários onde procurará canalizar as

emoções de ambos através da arte de pensar.

Atualmente lidar com pessoas tornou-se de primordial importância e uma

atividade completamente diferente do que se fazia há algum tempo atrás. Na era

globalizada torna-se um desafio constante, e as empresas percebem como um

momento de grande importância na administração de pessoas. Momento este

onde se exige mudança e competitividade e necessidade de nova estrutura

organizacional. As empresas percebendo que se faz necessário esta mudança

dentro das mesmas, mesmo tendo funcionários gabaritados na área de Recursos

Humanos, elas resolveram acrescentar a figura do Pedagogo dentro das

empresas.

Este profissional passou a ser requisitado pelo meio empresarial por deter

um determinado “saber” que pode levar ao desenvolvimento e ao mesmo tempo

contribuir no processo educativo que o momento histórico lança sobre as

organizações empresariais.

Mais o que é pedagogia? E que saber é este que as empresas descobriram

no profissional Pedagogo? E o que é ser Pedagogo?

Vamos interromper a linha de desenvolvimento do nosso raciocínio sobre o

significado da Pedagogia e do fazer pedagógico dentro das empresas. A

pedagogia segundo o dicionário Aurélio, é a ciência da educação e do ensino, ou

seja, o conteúdo pedagógico.

As empresas que aprendem procuram como uma primeira estratégia ou

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passo de relacionamento e comunicação com os seus clientes, conhecer as reais

necessidades dos mesmos procurando investir recursos financeiros e humanos na

melhoria da imagem institucional, que é conseqüência de inovações educacionais,

que por sua vez só será possível se houver aprendizado humano individual e

coletivo. E nada melhor que um pedagogo para ajudar a melhorar este

desenvolvimento.

Voltando na pergunta que foi lançada anteriormente em relação ao “saber”

que detém o pedagogo. A educação como mediação histórica e concreta da

existência dos homens dá-se, necessariamente, como processo prático. Ela é

simultaneamente prática técnica, política e simbólica. Mas, se é prática, tem um

sujeito que a exerce, o educador, aquele que desenvolve como autêntica atividade

de trabalho. É neste momento que entra o “saber” do pedagogo, onde junto a

outros profissionais da área de Recursos Humanos tentam “conhecer” o

trabalhador como um todo para depois “educá-lo” dentro das perspectivas do

mercado atual, levando o funcionário a desenvolver-se para um melhor rendimento

e propondo medidas para seu desempenho com obtenção de dados e informações

a fim de obter um aumento de produtividade tanto pessoal quanto organizacional.

Segundo o escritor Augusto Cury, a emoção é a parte mais bela e mais

“burra da psique”. Ela dá sentido à vida, enaltece a existência, rejuvenesce os

idosos, traz esperança para os abatidos, faz ricos e pobres. A emoção é

encantadora, mas destituída de lógica.

Na visão dele, o pedagogo que é comprometido com a Educação, propicia

um bom relacionamento entre funcionários e empresários. Pois estimula o

“treinamento”, melhor dizendo, canaliza as emoções, usa a criatividade para

educar, levantando sempre a auto-estima daqueles que se encontram caídos.

Conseguimos assim desenvolver-se e fazer com que o outro se desenvolva

também.

As empresas estão percebendo que elas não podem e nem devem visar só

o lado de produção do trabalhador; é preciso ir muito além, pois estamos diante de

um momento crítico da terra, numa época em que a humanidade deve escolher o

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seu futuro, e se faz necessário investir no ser humano como um todo.

À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o

futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para

seguir adiante, devemos reconhecer que no meio da magnífica diversidade de

culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre

com um destino comum.

Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global

baseada no respeito pela natureza nos direitos humanos universais, na justiça

econômica e numa cultura de paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que

nós, povos da terra, seja empresários ou funcionários declaramos nossas

responsabilidades uns para com os outros, com a grande comunidade da vida e

com as futuras gerações.

Por estas e outras razões as empresas estão adotando uma postura ativa

frente às necessidades sociais dando prioridade à “Educação”, como forma de

ampliação do conhecimento não só científico dos trabalhadores, mas que os leve

a pensar mais e refletir em relação ao resgates de um mundo mais justo, mais

humano, mais cidadão.

O melhor empresário não é o que controla, mas o que liberta. Não é o que

aponta erros, mas o que os previne. Não é o que corrige comportamentos, mas o

que ensina a refletir. Não é o que enxerga apenas o tangível aos olhos, mas o que

vê o invisível. Não é o que desiste facilmente, mas o que estimula sempre a

começar de novo. Abraça quando todos rejeitam, anima quando todos condenam.

Procura viajar no mundo do outro sem penetrar nele. Ele usa o que pensa para

transformar-se no que é.

No mundo instintivo em que vivemos, o

individualismo prevalece, no mundo

emocional prevalece à independência.

Augusto Cury

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CAPÍTULO III – A TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS

Objetivo deste capítulo: Identificar as origens e o contexto dentro do qual

surgiu a teoria das Relações Humanas, deslocando a ênfase nas tarefas, para a

ênfase nas pessoas. Identificar a nova concepção da natureza do ser humano, o

homem social.

A teoria das Relações Humanas, também denominada Escola Humanística

da administração, surgiu nos Estados Unidos como conseqüência imediata das

conclusões detidas na experiência de Hawthorne desenvolvida por Elton Mayo e

seus colaboradores, lei basicamente de um movimento de reação e de oposição à

teoria Clássica da Administração (Capítulo 5, pág. 131, livro Introdução à Teoria

Geral da Administração).

A Teoria Clássica pretendeu desenvolver uma nova filosofia empresarial,

uma civilização industrial na qual a tecnologia e o método de trabalho constituem

as mais importantes preocupações do administrador. Todavia, apesar da

hegemonia da Teoria Clássica e do fato de esta não ser questionada por nenhuma

outra teoria administrativa importante durante as quatro primeiras décadas deste

século, os seus princípios nem sempre foram praticamente aceitos, principalmente

pelos trabalhadores e sindicatos americanos num país eminentemente

democrático, como os Estados Unidos. Os trabalhadores e respectivos sindicatos

passaram a visualizar e interpretar a administração científica como um meio

sofisticado de exploração dos empregados a favor dos interesses patronais. A

pesquisa de HOXIE já fora um dos primeiros a lutar à autocracia do sistema de

TATLOR. Verificou-se que a administração se baseava em princípios inadequados

ao estilo de vida americano.

Assim nasceu a Teoria das Relações Humanas da necessidade de se

corrigir a forte tendência, a desumanização do trabalho surgida com a aplicação de

métodos rigorosos, científicos e precisos, aos quais os trabalhadores,

forçosamente, devem se submeter.

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As principais origens da Teoria das Relações humanas surgiram da

necessidade de se humanizar e democratizar a administração, libertando-a dos

conceitos rígidos e mecanicistas da Teoria Clássica e adequando-a aos novos

padrões de vida do povo americano. Neste sentido, a Teoria das Relações

Humanas se revelou um movimento tipicamente americano e voltado para uma

democratização dos conceitos administrativos.

O desenvolvimento das chamadas ciências humanas, principalmente a

psicologia e a sociologia bem como a sua crescente influência intelectual e suas

primeiras tentativas de aplicação à organização industrial; gradativamente, vieram

demonstrar a inadequação dos princípios da Teoria Clássica.

As idéias da filosofia pragmática de John Dewey² e da psicologia dinâmica

de Kurt Lewin³ foram capitais para o humanismo na administração. Elton Mayo é

considerado o fundador da escola. Dewey indiretamente, e Lewin mais

diretamente, também contribuíram enormemente para a sua concepção. Também

a sociologia de Pareto foi fundamental, apesar de nenhum dos autores do

movimento inicial ter tido contato direto com a sua obra, mas apenas com o seu

maior divulgador na época nos Estados Unidos.

A Teoria das Relações humanas foi

desenvolvida principalmente por cientistas

sociais. Dentre suas principais figuras estão

GEORGE ELTON MATO (1880-1949),

KURT LEWIN (1890-1947), entre outros.

KURT Lewin, o fundador da psicologia

social chegou aos Estados Unidos em

1932, foi professor da Universidade de

Cosmell, e posteriormente da de IOWA, em

1944, tornou-se direta do centro de

Pesquisas para a Dinâmica de grupo de

MASSACHUSETIS (Institute of Technology

MIT).

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O que podemos perceber em Relação as Teorias das Relações Humanas é

que os indivíduos dentro da organização participam de grupos sociais e mantém-

se em constante interação social. Para poder explicar e justificar o comportamento

humano nas organizações, a Teoria das Relações Humanas passou a estudar

intensamente essa interação social. As ações e atitudes pelos contatos entre

pessoas e grupos.

Cada individuo é uma personalidade altamente diferenciada dos outros com

quem mantém contatos e, por outro lado, igualmente bastante influenciado pelos

outros. Cada individuo procura ajustar-se a outros indivíduos e a outros grupos

definidos, pretendendo ser compreendido, ser bem aceito e participar no sentido

de atender aos seus interesses e aspirações mais imediatas. Seu comportamento

é fortemente influenciado pelos grupos. É principalmente dentro da empresa que

surgem as oportunidades de relações humanas em face do grande numero de

grupo e as interações necessariamente resultantes. É exatamente a compreensão

da natureza dessas relações humanas que permite ao administrador, melhores

resultados de seus subordinados numa compreensão das Relações Humanas.

Permite uma atmosfera onde cada individuo é encorajado a exprimir-se livre e

sadiamente.

Segundo Mayo e seus colaboradores verificaram que a extrema

especialização difundida pela Teoria Clássica não cria necessariamente a

organização mais eficiente. Passaram a observar que operários que

freqüentemente trocavam de posição para variar e evitar monotonia, essas trocas

apresentavam efeitos negativos na produção, mas parece que elevavam o moral

de todo o grupo.

.A partir dessas conjeturas, passou-se a verificar que o conteúdo e a

natureza do trabalho têm enorme influência sobre o moral do trabalhador.

Trabalhos simples e repetitivos tendem a se tornar monótonos e maçantes

afetando negativamente as atitudes do trabalhador e reduzindo sua eficiência e

satisfação.

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Segundo Mayo, a atitude do empregado em face de seu trabalho e a

natureza do grupo do qual ele participa são fatores decisivos da produtividade.

Para Taylor e a maioria dos autores

clássicos, predominava o conceito de Homo

economicus, pelo qual o homem é motivado

e incentivado por estímulos salariais e

econômicos.

Para Mayo e seus seguidores dizem que

essa motivação econômica é secundária na

determinação do rendimento do

trabalhador. Para a Teoria das Relações

Humanas, as pessoas são motivadas

principalmente pela necessidade de

“reconhecimento”, de “aprovação social” e

de “participação” nas atividades dos grupos

sociais onde vivem. Daí o conceito de

homem social.

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CAPÍTULO IV - ANTECEDENTES HISTÓRICOS DA

ADMINISTRAÇÃO

Apesar de sempre ter existido o trabalho na história da humanidade, a

história das organizações e da sua administração é um capítulo que teve seu início

há muito pouco tempo. Cabe, entretanto, ressaltar os principais segmentos que

contribuíram e influenciaram seu desenvolvimento.

Influência dos Filósofos

SOCRÁTES – (470 a.C. – 399 a.C) expõe seu ponto de vista sobre a

administração como sendo uma habilidade pessoal separada do conhecimento

técnico e da experiência.

PLATÃO – (429 a.C – 347 a.C.) filósofo grego discípulo de Sócrates,

preocupou-se profundamente com os problemas políticos e sociais inerentes ao

desenvolvimento social e cultural do povo grego.

Em sua obra, “A república”, expõe o seu ponto de vista sobre a forma

democrática de governo e administração dos negócios públicos e enuncia o

princípio da divisão do trabalho, pela primeira vez.

ARISTÓTELES (384 a.C. – 322 a.C) filósofo grego, discípulo de Platão do

qual bastante divergiu, foi o criador da lógica. No seu livro “POLÍTICA” estuda a

organização do estado e distingue três formas de administração pública, a saber:

• Monarquia ou governo de um só

• Aristocracia ou governo de uma elite

• Democracia ou governo do povo

Observação 1: Durante os séculos que vão da Antiguidade até o início da

Idade Moderna, a Filosofia voltou-se para uma variedade de preocupações que

não tinham a ver com problemas administrativos.

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Observação 2: Com o surgimento da Filosofia Moderna, deixa a

administração de receber contribuição e influência dos filósofos, pois a Filosofia

afasta-se dos problemas organizacionais.

Influência da Igreja Católica

A igreja tem uma organização hierárquica tão simples e eficiente que pode

operar satisfatoriamente sob o comando de uma só cabeça executiva (O PAPA).

O conceito de hierarquia vigente na igreja baseiam-se em dois princípios

fundamentais:

a) Serviço hierárquico obrigatório

b) Independência da ordem hierárquica

Influência das Organizações Militares

A escala hierárquica é tipicamente um aspecto da organização militar, bem

como, o princípio da unidade de comando.

A delegação de autoridade para níveis mais baixos à medida que o volume

de operações militares aumentava é outro indicador.

A centralização de comando e a descentralização da execução também é

uma contribuição militar (planejamento e controle centralizados e execução das

operações descentralizadas).

Resumindo, os princípios adotados na Guerra foram inspiradores de muitos

teóricos da administração.

Influência da Revolução Industrial

A partir de 1776, com a invenção da máquina a vapor por James Watt, veio

modificar completamente a estrutura social e comercial da época, provocando

profundas e rápidas mudanças de ordem econômica, política e social que em um

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século foram maiores do que as mudanças havidas no milênio anterior. É o

período chamado de Revolução Industrial, que teve início na Inglaterra e

rapidamente se alastrou por todo o mundo civilizado (Europa e Estados Unidos).

A revolução industrial pode ser dividida em duas épocas bem distintas:

1ª fase: 1780-1860: 1ª R.I. ou Revolução do Carvão e do Ferro

- Revolução do Carvão (como principal fonte de energia)

- Revolução do ferro (como principal matéria-prima)

A 1ª Revolução Industrial começa com a introdução da máquina de fiar, do

tear hidráulico e posteriormente do tear mecânico, do descaroçador de algodão,

provocando a mecanização das oficinas e da agricultura.

O trabalho do homem, do animal e da roda d’água é substituído pelo

trabalho da máquina, surgindo o sistema fabril: o antigo artesão transforma-se no

operário e a pequena oficina patronal cede lugar a fábrica e à usina. As novas

oportunidades de trabalho provocam migrações e conseqüente urbanização ao

redor dos centros industriais. Há uma renovação nos meios de transporte e

comunicações: surge a navegação a vapor, a locomotiva a vapor, o telégrafo e o

telefone. É o início do Capitalismo.

2ª fase: 1860-1914: 2ª R.I. ou Revolução do Aço e da Eletricidade

- Revolução da eletricidade e derivados do petróleo (como as novas fontes

de energia)

- Revolução do aço (como nova matéria-prima)

A 2ª Revolução Industrial começa com a introdução definitiva da maquinaria

automática e da especialização do operário. Há uma intensa transformação nos

meios de transporte e nas comunicações: surge à estrada de ferro, o automóvel, o

avião, o telégrafo sem fio, o rádio. O capitalismo financeiro se consolida e surgem

as grandes organizações multinacionais (como a Standard Oil, a General Eletric, a

Westinghouse, a Siemens, etc.)

Ao final desse período, o mundo já não era mais o mesmo e a moderna

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administração surgiu em resposta a duas conseqüências provocadas pela

Revolução Industrial, a saber:

a) O crescimento acelerado e desorganizado das empresas, passaram a exigir

uma administração científica capaz de substituir o empirismo e a improvisação.

b) A necessidade de maior eficiência e produtividade das empresas, para

fazer face intensa concorrência e competição no mercado.

Influência dos Economistas Liberais

Adam Smith (1723-1790)

Criador da escola clássica da economia vislumbrava o princípio da

especialização dos operários e manifestava a necessidade de racionalização da

produção. Em sua obra “A riqueza das nações”, publicada em 1776, dizia: a

riqueza das nações está na divisão do trabalho e na especialização.

James Mill (1773-1836)

No seu livro ”Elementos de Economia Política”, publicado em 1826,

prescrevia os estudos de tempos e movimentos como meio de aumentar a

produtividade.

Samuel P. Newman (1835)

No seu livro ”Elementos de Economia Política” prescrevia as qualidades do

administrador:

- Capacidade de planejamento;

- Tenacidade ao executar os planos;

- Caráter para liderar;

- Conhecimento, tanto genérico quanto específico.

Constatações

Com a Revolução Industrial, aumentou a necessidade de recursos

humanos. As jornadas de trabalho nas fábricas eram de 13 a 14 horas/dia, em

condições perigosas, com grande número de acidentes. Houve um crescimento

industrial, mas era empírico devido ás circunstâncias totalmente novas.

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Surgiram naturalmente os erros administrativos, os problemas gerenciais e

as decisões improvisadas. Os salários eram baixos e os operários começaram a

se sentir oprimidos, advindo daí grandes tensões devido á falta de leis trabalhistas.

A Revolução Industrial provocou profunda modificação na estrutura

empresarial e econômica, mas não chegou a influenciar os princípios da

administração de empresas. As decisões continuaram improvisadas.

Foi nesse momento que surgiram os primeiros esforços para a implantação de

métodos e processos de racionalização de trabalho.

PRECURSORES A MODERNA ADMINISTRAÇÃO

Somente a partir de 1900 é que começaram a surgir os primeiros estudos

sobre métodos e processos de organização. Dentre os autores desses estudos

destacamos os seguintes:

Frederick Winslow Taylor

Publicou, em 1911, o livro Princípios de administração científica.

Engenheiro norte-americano, nasceu em 1865 e morreu em 1915.

Desenvolveu novos processos de fabricação do aço e aperfeiçoou sistemas como,

por exemplo, o da cronometragem que permite a medição do tempo de execução

de um trabalho. Era um estudo de tempo de movimentos.

Foi aprendiz, operário-mecãnico e engenheiro-chefe. Taylor deu grande

importância à administração da produção, preocupando-se com a supervisão e a

eficiência dos empregados. A melhoria da produtividade do trabalhador, segundo

esse autor, permite a elevação dos salários.

Henri Fayol

Publicou, em 1916, o livro Administração industrial e geral.

Engenheiro e administrador francês nasceu em 1841 e morreu em 1925.

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Além de preocupar-se com aspectos da produção, Fayol fez da

administração uma abordagem mais ampla que a de Taylor. As considerações de

Fayol sobre a função administrativas merecem, ainda hoje, especial atenção.

Para Fayol, as funções básicas da empresa eram:

- Técnica

- Comercial

- Financeira

- Contábil

- Segurança

- Administrativa

Os princípios gerais de administração, segundo Fayol, são:

1. Divisão de trabalho

2. Autoridade e responsabilidade

3. Disciplina

4. Unidade de comando e direção

5. Subordinação do interesse individual ao geral

6. Cadeia hierárquica, etc.

Henry Ford

Criou sua empresa as linhas de montagem que permitiam a produção em

série dos famosos automóveis Ford

Empresário americano nasceu em 1863 e morreu em 1947. De acordo com

Ford, todo trabalho repetido ou repetitivo pode ser realizado em linha ou série.

O princípio básico defendido por Ford é o ritmo. Segundo esse princípio,

devemos abreviar o tempo de realização de um trabalho pela simplificação das

operações e do mais adequado aproveitamento das máquinas, criando, assim, um

ritmo contínuo e satisfatório de produção.

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AS ESCOLAS DE ADMINISTRAÇÃO

As escolas de administração representam as várias correntes do

pensamento, cada uma delas vendo a administração de um ponto de vista

diferente. Cada uma das escolas ou correntes tem os seus seguidores ou adeptos,

contudo parece que a divergência entre eles reside na interpretação das palavras

usadas por todos, a começar pela própria expressão “Administração” e outras, tais

como “Gerência”, “Organização”, “Liderança”, “Coordenação”, “Executivo”, etc.

A seguir, as principais escolas (teorias) de administração:

Escola do Processo Administrativo (também conhecida por ‘tradicional’ ou

‘universal’)

A administração é um processo de realizar coisas por meio de pessoas.

Este processo é válido universalmente e de sua análise resultam os princípios ou

normas que facilitam a ação de administrar.

Escola Empírica ou de Observação

A administração é o resultado das observações da experiência e da prática

de todos os dias. A experiência e a prática são generalizadas e transmitidas aos

estudantes e administradores práticos.

Escola do Comportamento Humano (também conhecida por escola das

‘relações humanas’)

A administração é o estudo das relações entre as pessoas. Esta escola

apóia-se no princípio de que as pessoas trabalham juntas, em grupos; então,

umas devem entender as outras.

Escola do Sistema Social

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A administração é considerada um sistema social, isto é, um sistema de

relações culturais dos grupos sociais. Os grupos sociais (reunião de pessoas que

possuem as mesmas idéias, os mesmos sentimentos, os mesmos desejos, etc.)

formam as instituições, como a instituição familiar, as instituições econômicas

(empresas), as instituições religiosas, as instituições governamentais, etc. Os fins

dessas instituições são alcançados através de um sistema cooperativo de seus

membros.

Escola da Teoria das Decisões

A administração não é outra coisa senão a tomada de decisões. Tudo o que

existe numa empresa é englobado no processo de decisões, ou seja, a escolha

que se deve fazer em face das várias alternativas que oferece um curso de ação.

Considera-se decisão um curso de ação escolhido por aquele que decide.

Escola Matemática

A administração é um sistema e vários modelos matemáticos. Trata-se do

uso da matemática no campo da administração. Os problemas administrativos são

resolvidos por meios matemáticos, surgindo, então, os modelos que facilitam o

trabalho dos administradores.

ESTILOS DE GERÊNCIA

Existem três estilos de gerência, a saber: autoritário ou autocrático,

democrático e liberal.

O estilo autoritário ou autocrático é aquele no qual as decisões estão

centradas no gerente, sem qualquer participação interna ou externa.

O democrático é aquele no qual os empregados participam do processo

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decisório e são estimulados e orientados para tanto pelo gerente: é a decisão

compartilhada.

O estilo liberal encontra espaço quando há liberdade para as decisões

grupais ou individuais, com participação mínima do gerente.

A seguir, o quadro ilustrativo, que esclarecem os três estilos de gerências:

AUTOCRÁTICA DEMOCRÁTICA LIBERAL

Apenas o líder fixa as

diretrizes, sem qualquer

participação do grupo

As diretrizes são

debatidas e decididas

pelo grupo, estimulado e

assistido pelo líder.

Há liberdade completa

para as decisões

grupais ou individuais

com participação

mínima do líder.

O líder determina as

providências e as técnicas

para a execução das tarefas,

cada uma por vez, à medida

que se tornem necessárias e

de modo imprevisível para o

grupo.

O próprio grupo esboça

as providências e as

técnicas para atingir o

alvo, solicitando

aconselhamento técnico

ao líder quando

necessário, passando

este a sugerir duas ou

mais alternativas para o

grupo escolher. As

tarefas ganham novas

perspectivas com os

debates.

A participação do líder

no debate é limitada,

apresentando apenas

materiais variados ao

grupo, esclarecendo

que poderia fornecer

informações desde

que as pedissem.

O líder determina qual tarefa

cada um deve executar e qual

o seu companheiro de

trabalho.

A divisão das tarefas fica

a critério do próprio grupo

e cada membro tem

liberdade de escolher os

seus companheiros de

trabalho.

Tanto a divisão das

tarefas como as

escolha dos

companheiros ficam

totalmente a cargo do

grupo. Absoluta falta

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de participação do

líder.

O líder é dominador e pessoal

nos elogios e nas críticas ao

trabalho de cada membro.

O líder procura ser um

membro normal do

grupo, em espírito, sem

encarregar-se muito de

tarefas. O líder é

‘objetivo’ e limita-se aos

‘fatos’ em suas críticas e

elogios.

O líder não faz

nenhuma tentativa de

avaliar ou de regular o

curso dos

acontecimentos. O

líder somente faz

comentários

irregulares sobre as

atividades dos

membros quando

perguntado.

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ADMINISTRAÇÃO

Conceito de Administração

Segundo Fayol (Henri) administrar é:

- PREVER

- ORGANIZAR

- COMANDAR

- COORDENAR e

- CONTROLAR, sendo que o PLANEJAMENTO é a essência do ato de

administrar.

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Principais Funções Administrativas dentro do Processo Seqüencial

PLANEJAMENTO

ORGANIZAÇÃO

DIREÇÃO

CONTROLE

Funções do Administrador como um Ciclo Administrativo

PREVISÃO

PLANEJAMENTO

CONTROLE

ORGANIZAÇÃO

DIREÇÃO

COORDENAÇÃO

Processo Administrativo

As várias funções administrativas quando consideradas como um todo,

formam o PROCESSO ADMINISTRATIVO, quando consideradas isoladamente, o

planejamento, a direção, a organização e o controle são funções administrativas.

PLANEJAMENTO CONTROLE ORGANIZAÇÃO

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DIREÇÃO

SISTEMA

Alguns conceitos

- “Sistema é um conjunto de elementos, materiais ou não, que dependem

reciprocamente uns dos outros, de maneira a formar um todo harmonicamente

organizado e eficiente”.

- “Sistema é um conjunto de atividades interligadas de forma que todas

estejam numa relação direta de maneira a possibilitar que determinados

objetivos sejam alcançados”.

- “Sistema é o conjunto de órgãos, atividades ou informações (entrada) que

se relacionam em funcionamento harmônico e coordenado (processo ou

processamento), visando à obtenção de determinados resultados ou

informações organizacionais (saída)”.

Representação visual

Informações Complementares

Todo sistema é um conjunto de partes. Tais partes devem estar

interligadas, dependendo umas das outras. Do processo ou da interligação das

partes obtêm-se resultados ou produtos.

O sistema pode ser fechado ou aberto. O sistema fechado é aquele que

não se relaciona com o meio externo. O sistema aberto é aquele que se relaciona

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3 5

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com o meio externo, do qual depende para o seu funcionamento.

Todo sistema empresarial é um sistema aberto: a empresa recebe insumos do

meio externo, processa esses insumos e os devolve ao meio externo na forma de

produtos.

Portanto, todo sistema aberto apresenta três elementos principais:

1º) Entrada de insumo ou matéria-prima;

2º) Processo ou processamento;

3º) Saída do produto.

Além desses elementos, todo sistema tem, ainda, um quarto que possibilita

o controle e o aperfeiçoamento do funcionamento do sistema: é a retroinformação

ou feedback.

Um esquema simples de sistema

Exemplos de Sistemas

Sistemas Entrada Processo Saída

Escola Criança analfabeta Aprendizagem Pessoa alfabetizada

Fábrica Couro, cola. Produção Sapatos, sandálias

ENTRADA PROCESSO SAÍDA

FEEDBACK

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CONCLUSÃO

A empresa bem sucedida deve funcionar como um conjunto coeso de

habilidades e capacidades sempre pronto para ser aplicado nas oportunidades que

aparecem no mercado. O seu planejamento estratégico concentra-se no

desenvolvimento e na interação dessas habilidades e capacidades. Ela deve

valorizar sempre o talento humano e a habilidade necessária para passar à ação

concreta.

Com a Teoria das Relações Humanas passou a estudar a influência da

motivação no comportamento das pessoas sugerindo uma nova concepção social.

Os trabalhadores são criaturas sociais complexas, com sentimentos, desejos e

temores. O comportamento no trabalho, ou em qualquer lugar, é uma

conseqüência de muitos fatores motivacionais.

As pessoas são motivadas por certas necessidades e alcançam suas

satisfações primárias por meio dos grupos com os quais interagem.

Conclui-se assim que os gerentes empresariais quase sempre têm um

modo de pensar inconsciente e tático com nuances dos valores e do bom senso

da era industrial. Para ver um novo mundo eles devem procurar adotar uma

mentalidade consciente como a perspectiva do conhecimento. Portador de uma

visão estratégica que busca captar as informações, o que se passa no mundo lá

fora. Tendo o desejo genuíno de construir um ambiente de qualidade para as

pessoas de sua organização, como também aprimorar-se tecnicamente,

aprofundar-se nos conceitos necessários e entregar-se a um processo de

aprendizagem.

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Os dirigentes precisam repensar a função do RH como um fator crítico para

o sucesso de seus negócios. O foco da função RH deverá está voltado para a

“administração de mudança de estratégia de negócios”. Nada muda se as pessoas

não mudarem e ninguém mudar por decreto. Então os profissionais do RH

precisarão de mentes abertas e espíritos desarmados, e mais, com amor e

dedicação terão que desenvolver planos estratégicos para capacitar e

potencializar os talentos humanos para as mudanças com o objetivo de

desenvolver qualificações técnicas, emocionais e sociais em cada pessoa da

organização.

Cada gestor do negócio deverá encarar a função do RH como uma parceria

interna no desenvolvimento, educação e treinamento de suas pessoas. Uma

consultoria interna de linha não diretiva, que busca facilitar processos de

aprendizagem organizacional.

Não podemos esquecer que o ser humano aprende quando pensa, sente e

participa. Ele é administrado de dentro para fora. Uma empresa só será um

organismo vivo se cada pessoa de seu sistema receber informações com

oportunidade de transformá-la em conhecimento ao fazer o exercício de trazer a

teoria para a prática. A partir daí gerar idéias e agregar valor a um time de

melhoria. Assegurando um contexto onde o trabalho deixa de ser castigo para ser

um desafio de auto-realização.

O que a Empresa x Pedagogia propõe a meu ver, é um conhecimento mais

amplo do ser humano, onde possa existir integridade do pensamento, uma relação

de reciprocidade, onde se preserve o conhecimento global do homem.

Eis que os olhos do Senhor estão sobre

os que o temem, sobre os que esperam na

sua misericórdia.

Salmos 33:18

O diálogo estará sempre presente, pois a opinião crítica do outro será

sempre valorizada e dessa interação certamente o conhecimento humano ser

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ampliará como um todo e não como partes fragmentadas.

O pedagogo dentro das empresas vem tentar fazer a integração de

conhecimentos na busca de novos questionamentos para uma nova pedagogia de

comunicação levando empresários, funcionários e todos os elementos da empresa

a uma integração maior onde empresa, funcionários, clientes entre outros,

vivenciam os problemas existentes, buscando juntos solucioná-los de acordo com

a realidade a ser transformada.

Sobretudo o que se propõe é que nos libertemos da alienação, bem como

da fragmentação que nos apresenta o ensino.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Empresas Crescem e Morrem e o Que Fazer a Respeito, São Paulo, Pioneira,

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A NOVA RIQUEZA DAS ORGANIZAÇÕES – Gerenciando e Avaliando

Patrimônios de Conhecimento, SVEIBY ERIK KARL, 2ª Edição – Editora Campus.

DUBIN, Robert. Relações Humanas na Administração, São Paulo, Atlas. 1969.

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GEORGE, Jr., Claude S. História do Pensamento administrativo, São Paulo,

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GOFMAN, Erving. The Presentation of Self in Everyday Life, Garden City, L. I.,

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GOMES, DÉBORA DIAS – Escola que Aprende MBA em Gestão Estratégica pela

Qualidade em Educação – Produto Editorial Independente – Rio de Janeiros –

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GOMES, DÉBORA DIAS – Tese de Mestrado, pela COPPE – UFRJ, 2000.

IMAGENS DA ORGANIZAÇÃO – MORGAN GARETA – S. Paulo, Editora Atlas S.A

– 1996.

INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO – 5ª Edição –

MARKROV BOOKS DO BRASIL – Editora LTDA. São Paulo – SP.

MAYO, Elton. The Social Problems of an Industrial Civilization, Cambridge, Mass,

Harvard University Press, 1945.

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes

Título da Monografia: Empresa X Pedagogia

Autor(a): Gilda Alice Nunes da Silva

Data da entrega: 31/07/2007

Avaliado por: Conceito: