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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
“A IMPORTÂNCIA DO JUST-IN-TIME PARA A REDUÇÃO DE
CUSTOS A PARTIR DO FAVORECIMENTO DA DIMINUIÇÃO DO
TEMPO DE ENTREGA”
Por: Cláudio da Costa Sousa
Orientadora:
Professora: Mary Sue Pereira
Rio de Janeiro
2009
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
“A IMPORTÂNCIA DO JUST-IN-TIME PARA A REDUÇÃO DE
CUSTOS A PARTIR DO FAVORECIMENTO DA DIMINUIÇÃO DO
TEMPO DE ENTREGA”
Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do
Mestre – Universidade Candido Mendes como
requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Logística Empresarial
Por: Cláudio da Costa Sousa
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por me dar forças para
alcançar meus objetivos.
Á minha família que estava sempre presente,
me incentivando e fortalecendo nos
momentos mais difíceis.
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha família que
tanto me apóia para meu sucesso.
A minha amada esposa.
A todas as pessoas, não mencionadas, porém
não esquecidas, que, de alguma maneira,
contribuíram para a realização deste trabalho.
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RESUMO
Devido ao sucesso alcançado no Oriente e em algumas empresas inovadoras
ocidentais (XEROX, IBM, GM, HP etc.) na implantação da filosofia Just-in-Time
iniciada pela Toyota no Japão depois da 2ª guerra mundial, diversos autores
tem procurado disseminar os conceitos fundamentais da nova filosofia,
passando a tratar esta estratégia de ação empresarial de forma unificada e
abrangente para todas as áreas da empresa. Começaram a surgir definições
mais homogêneas sobre o que é a filosofia Just-in-Time, através das quais se
podem definir uma série de princípios que orientam o assunto.
Apresentarei aqui não só a filosofia e definição deste conceito, mas também a
criação deste sistema da Toyota no Japão, que revolucionou a produção em
pequena escala e superou as expectativas, valorizando a pequena produção
com o máximo de perfeição e o mínimo de desperdício e aumentou a
satisfação do cliente através de um desempenho de entrega muito superior e
com menores custos.
Também abordarei como a indústria automobilística no Brasil está implantando
o Just-in-Time e obtendo grande êxito apesar de alguns pontos negativos.
No momento em que vivemos esta crise mundial, toda economia tem um
significado crucial para as empresas de médio e grande porte, acredito que o
sistema Just-in-Time tem um papel fundamental para o controle da crise e a
sobrevivência destas.
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METODOLOGIA
A metodologia utilizada para a execução deste trabalho consistiu em
pesquisas a sites na internet, consultas a livros, revistas e vários outros
tipos de referências bibliográficas especializadas no assunto em questão,
por apresentarem o material necessário para maior compreensão do
assunto.
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SUMÁRIO
Introdução ..................................................................................................... 08
Capítulo I: Definições Gerais do Just-in-Time ............................................... 10
Capítulo II: Variações do Just-in-Time na Indústria Automobilística
Brasileira .................................................................................... 22
Capítulo III: Estudo de Caso: O Sistema P-Zero SW – Uma Fábrica de
Motores ...................................................................................... 33
Conclusão ..................................................................................................... 38
Bibliografia .................................................................................................... 40
Índice ............................................................................................................ 43
Folha de Avaliação ....................................................................................... 45
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INTRODUÇÃO
Corrêa & Gianesi (1993) ressaltam que : "O sistema Just-In-Time é mais
do que um conjunto de técnicas, sendo considerado como uma completa
filosofia, a qual inclui aspectos de administração de materiais, gestão da
qualidade, arranjo físico, projeto de produto, organização do trabalho e gestão
de recursos humanos".
Lubben (1989) define a filosofia Just-in-Time como:
• "Uma filosofia de administração que está constantemente enfocando a
eficiência e integração do sistema de manufatura utilizando o processo
mais simples possível";
• "Dedicação ao processo de esforçar-se continuamente para minimizar
os elementos no sistema de manufatura que restrinjam a produtividade".
Já para Antunes Et Al (1989): "... a filosofia Just-in-Time se constitui em
uma estratégia de competição industrial, objetivando fundamentalmente dar
uma resposta rápida às flutuações do mercado (orientado para o consumidor),
associando a isto um elevado padrão de qualidade e custos reduzidos dos
produtos".
Baseado nestas definições, pode-se dizer que a filosofia Just-in-Time
tem como objetivo fundamental a melhoria contínua do processo de
manufatura, garantindo a qualidade dos produtos e serviços de uma empresa,
através do envolvimento das pessoas, buscando a simplicidade nos processos,
eliminação dos desperdícios, garantindo a flexibilidade no atendimento das
necessidades dos clientes.
De maneira geral, estas definições convergem para os seguintes
princípios básicos, que constituem a filosofia Just-in-Time:
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• Eliminação de desperdícios;
• Melhoria contínua;
• Envolvimento total das pessoas;
• Flexibilidade;
• Simplicidade de métodos e processos;
• Qualidade total;
Alguns autores definem a filosofia Just-in-Time como um sistema de
manufatura cujo objetivo é otimizar os processos e procedimentos através da
redução contínua de desperdícios (Corrêa & Gianesi, 1993). Eliminar
desperdícios significa eliminar aquelas atividades que não agregam valor à
produção.
A Diferenciação entre o Just-in-Time e a abordagem tradicional de
administrar está na filosofia gerencial adotada, onde se identifica a política de
estoques reduzidos, os processos de produção enxutos e integrados e
avançamos para o foco no resultado.
Princípios como o da melhoria contínua, organização e limpeza, redução de
perdas e outras características.
A administração tradicional traz consigo a abordagem clássica, com os
processos de produção em massa, grandes estoques, re-trabalhos constantes,
focos mecanicistas e estratégias centralizadoras da alta administração.
Hoje, o cenário exige desenvolvimento de fornecedores, proximidade com as
necessidades dos clientes, a qualidade como princípio das ações, a logística
como garantia da eficiência e eficácia nos processos.
O Just-in-Time é a resposta filosófica para as necessidades atuais,
portanto aplicar os princípios do Just-in-Time é o exercício para a sobrevivência
no mercado.
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Capítulo I - DEFINIÇÕES GERAIS DO JUST-IN-TIME
1.1 - O Que é Just-in-Time?
O Just-in-Time é um modelo de gestão da produção, em que os insumos
são fornecidos apenas no momento em que serão processados. Este sistema
veio substituir o Just-in-Case, no qual grandes quantidades de materiais e
produtos ficavam estocados para estarem disponíveis quando fossem
necessários ao processo produtivo. O principal objetivo do Just-in-Time é a
diminuição dos estoques e a consequente redução de custos, pois, com ele,
torna-se necessária menos área disponibilizada e menor capital empatado.
1.2 - A Filosofia e o Objetivo Just-in-Time
A filosofia do Just-in-Time está em produzir somente o necessário. Caso
em um dia possa produzir milhões, mas o necessário são apenas dez mil,
então produza apenas o necessário com tempo de sobra para a perfeição e
sem desperdício.
O objetivo da implementação do sistema Just-in-Time a curto prazo é a
redução do custo de manufatura pela melhoria da produtividade, enquanto que
o objetivo a longo prazo é realçar a flexibilidade pela redução dos leads times.
O processo de implementação do Just-in-Time envolve alguns passos, como a
implementação de outras ferramentas tais como o Kanban para um perfeito
funcionamento.
O Just-in-Time é muito mais do que uma técnica ou um conjunto de
técnicas de administração da produção, sendo considerado como uma
completa "filosofia, a qual inclui aspectos de administração de materiais, gestão
da qualidade, arranjo físico, projeto do produto, organização do trabalho e
gestão de recursos humanos. Embora haja quem diga que o sucesso do
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sistema de administração Just-in-Time esteja calcado nas características
culturais do povo japonês, mais e mais gerentes e acadêmicos têm-se
convencido de que esta filosofia é composta de práticas gerências que podem
ser aplicadas em qualquer parte do mundo.
Algumas expressões são geralmente usadas para traduzir aspectos da
filosofia Just-in-Time:
* Produção em estoque
* Eliminação de desperdícios
* Manufatura de fluxo contínuo
* Esforço contínuo na resolução de problemas
* Melhoria contínua dos processos
1.3 - Identificação de Problemas
O sistema Just-in-Time tem como objetivo fundamental a melhoria
contínua do processo produtivo. A perseguição destes objetivos dá-se, através
de um mecanismo de redução dos estoques, os quais tendem a camuflar
problemas. Os estoques tem sido utilizados para evitar descontinuidades do
processo produtivo, diante de problemas de produção que podem ser
classificados principalmente em três grandes grupos:
Problemas de qualidade => quando alguns estágios do processo de
produção apresentam problemas de qualidade, gerando refugo de forma
incerta, o estoque, colocado entre estágios e os posteriores, permite que estes
últimos possam trabalhar continuamente, sem sofrer com as interrupções que
ocorrem em estágios anteriores. Dessa forma, o estoque gera independência
entre os estágios do processo produtivo.
Problemas de quebra de máquina => quando uma máquina pára por
problemas de manutenção, os estágios posteriores do processo que são
"alimentados" por esta máquina teriam que parar, caso não houvesse estoque
suficiente para que o fluxo de produção continuasse, até que a máquina fosse
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reparada e entrasse em produção normal novamente. Nesta situação o
estoque também gera independência entre os estágios do processo produtivo.
Problemas de preparação de máquina => quando uma máquina processa
operações em mais de um componente ou item, é necessário preparar a
máquina a cada mudança de componente a ser processado. Esta preparação
representa custos referentes ao período inoperante do equipamento , à mão de
obra requerida na operação, entre outros. Quanto maiores estes custos, maior
tenderá a ser o lote executado, para que estes custos sejam rateados por uma
quantidade maior de peças, reduzindo por conseqüência , o custo por unidade
produzida. Lotes grandes de produção geram estoques, pois a produção é
executada antecipadamente à demanda, sendo consumida por esta em
períodos subseqüentes.
1.4 - Aspectos de Diferenciação entre Just-in-Time e a
Abordagem Tradicional de Administrar
O sistema Just-in-Time é mais do que um conjunto de técnicas, sendo
considerado uma filosofia de trabalho. Seus objetivos fundamentais são
qualidade e flexibilidade do processo. Esta filosofia diferencia-se da abordagem
tradicional de administrar a produção nos seguintes aspectos:
Os estoques são considerados nocivos por ocuparem espaço e
representarem altos investimentos de capital mas também e principalmente por
esconderem ineficiências do processo produtivo, com problemas de qualidade,
altos tempos de preparação de máquina para troca de produtos e falta de
confiabilidade de equipamentos;
Coloca ênfase na redução dos lotes de fabricação através da redução
dos tempos de preparação de equipamentos;
Assume a meta de eliminação de erros; não considerando como
inevitáveis;
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Coloca ênfase no fluxo de materiais e não na maximização da utilização
da capacidade;
Transfere a responsabilidade de funções como balanceamento das
linhas, o controle da qualidade e a manutenção preventiva à mão de obra
direta, deixando à mão de obra indireta as funções de apoio e auditoria;
Coloca ênfase na ordem e limpeza da fábrica como pré requisitos
fundamentais para o se atingir os objetivos pretendidos.
1.5 - Fim aos Disperdícios e Melhora Contínua
O sistema Just-in-Time pode ser definido como um sistema de
manufatura cujo objetivo é otimizar os processos e procedimentos através da
redução contínua de desperdícios. Os desperdícios atacados podem ser de
várias formas:
Desperdício de transporte
Desperdício de superprodução
Desperdício de material esperando no processo
Desperdício de processamento
Desperdício de movimento nas operações
Desperdício de produzir produtos defeituosos
Desperdício de estoques
As metas colocadas pelo Just-in-Time em relação aos vários problemas de
produção são:
Zero defeitos;
Tempo zero de preparação (SETUP);
Estoque zero;
Movimentação zero;
Quebra zero;
LEAD TIME zero;
Lote unitário (uma peça).
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1.6 - A Produção Baseada no Just-in-Time
A procura pela melhoria contínua no dia-a-dia é objetivo de toda a
empresa, tanto no processo de manufatura quanto na administração e no
relacionamento com os fornecedores e clientes. Ao se estabelecer este
princípio, a filosofia Just-in-Time está sinalizando para toda a empresa a
necessidade de procurar continuamente reduzir, se possível eliminar, as
ineficiências do sistema produtivo. O fato de buscar a melhoria contínua passa
a ser, nos dias atuais, uma característica estratégica de encarar a competição
e o mercado, não bastando apenas produzir bem o produto, pois como afirma
Lubben (1989):
"...no mundo atual, de intensa competição
internacional, o enfoque somente em cima de "ter o produto
entregue" é uma abordagem não competitiva. A filosofia
corporativa que busca uma vantagem competitiva deve
incluir a contínua melhoria do sistema como um dos seus
sustentáculos. A atitude gerencial deve ser "nossa missão
é melhoria contínua", à medida que desenvolvem as
políticas e processos para reduzir custos de fabricação...".
A exposição dos problemas, dentro da filosofia Just-in-Time, têm
importância fundamental como fonte de informações para o processo de
melhoria contínua, pois através da análise destes, pode-se descobrir porque os
processos apresentam falhas e, com a investigação de cada defeito e suas
causas básicas, melhorar o processo produtivo.
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1.7 - Envolvimento Total das Pessoas
O sucesso da implantação e o desenvolvimento da filosofia Just-in-Time
está diretamente relacionado com o grau de envolvimento das pessoas com a
empresa. Isto é conseguido através do treinamento contínuo, desenvolvendo
atividades em equipes de trabalho. A abordagem de problemas pelas equipes
de trabalho fornecem soluções melhores e mais rápidas, permitindo um
contínuo desenvolvimento, eliminação dos desperdícios e garantia de
qualidade, além do que, com o envolvimento total das pessoas nas decisões
tomadas pela empresa, desenvolve-se o senso de propriedade, onde todos
trabalham no sentido do bem comum e se sentem gratificadas e estimuladas.
A motivação e o envolvimento nas tarefas, suportados por um processo
de treinamento contínuo, são características presentes em todas as
ferramentas que constituem a filosofia Just-in-Time.
A produção baseada no Just-in-Time é puxada (pull system). Isto
significa que um produto só é fabricado quando é feito um pedido de compra
por parte do cliente. É desencadeada, então, uma reação em cadeia para trás
que vai até a requisição dos insumos necessários à produção junto aos
fornecedores. Ao contrário, no sistema de empurrar (push system) os produtos
são fabricados e depois vão para um estoque onde aguardam até serem
vendidos ou entrarem em uma etapa seguinte de processamento.
1.8 - Os Princípios do Just-in-Time
Os princípios visam identificar os problemas da organização
simbolizados em 5 palavras na Língua Japonesa, conhecidos como 5S. São
eles:
1 – SEIRI – Organização – Senso de utilização – Remover do local de trabalho
tudo o que não for necessário no futuro próximo;
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2 – SEITON – Locação – Senso de tudo no seu devido lugar – Tudo deve ser
encontrado com facilidade;
3 – SEIZO – Limpeza – Senso de Limpeza – Um lugar limpo sugere que se
procura trabalhar com qualidade, isso é fundamental para a melhoria;
4 – SEIKETSU – Padronização – Senso de conservação – Conservação dos
padrões para a manutenção dos padrões já alcançados;
5 – SHITSUKE – Disciplina – Senso de responsabilidade – Trabalhar de forma
consistente através de normas definidas de organização e limpeza com os
compromissos assumidos.
1.9 - Metas do Just-in-Time
Para a otimização dos processos de manufatura de forma responsável,
produtiva e competitiva sugerimos observar algumas metas, tais como:
O Projeto
Importante etapa para a fabricação de um produto confiável com
padrões de qualidade e que possibilite justa e boa margem de lucro. Todo
projeto deve ser claro e conciso, conduzido junto com o cliente.
Mínimos Recursos
Fundamental para a confecção de produto de acordo com o projeto a fim
de se evitar erros ou mesmo ajustes após implementação, o que acarretaria
custos adicionais.
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Responsabilidade com o cliente
É primordial ouvi-lo e atendê-lo em suas necessidades quanto à
qualidade do produto. Para isso, é importante a escolha de um bom fornecedor
que consiga trabalhar com parceria e responsabilidade.
Confiança e Transparência
A Verdade Verdadeira perdura! Assim, honestidade e transparência são
básicas e indispensáveis no relacionamento entre empresa e seus clientes e
fornecedores. Estes relacionamentos salutares visam aferir mútuos benefícios
através do comprometimento de longo prazo baseado na confiança e
Profissionalismo.
Comprometimento
Um bom planejamento é imprescindível para o bom desempenho de um
projeto. Assim, o Just-in-Time visa resolver problemas e conduzir os projetos
com sucesso até o seu final. Por exemplo, se no momento da identificação de
um determinado problema ou falha durante um processo produtivo, este deve
ser interrompido de imediato visando estudo e correção.
Podemos, pois, simplificar as metas do Just-in-Time da seguinte forma:
- Integrar e otimizar as etapas dos processos de manufatura;
- Produzir produtos de qualidade;
- Reduzir custos de produção;
- Produzir somente em função da demanda;
- Desenvolver flexibilidade de produção;
- Assumir compromissos entre clientes e fornecedores.
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1.10 - Vantagens do Just-in-Time
As vantagens do sistema de administração da produção Just-in-Time
podem ser mostradas através da análise de sua contribuição aos principais
critérios competitivos:
Custos: Dados os preços já pagos pelos equipamentos, materiais e mão
de obra, o Just-in-Time, busca que os custos de cada um destes fatores seja
reduzido ao essencialmente necessário. As características do sistema Just-in-
Time, o planejamento e a responsabilidade dos encarregados da produção pelo
refinamento do processo produtivo favorecem a redução de desperdícios.
Existe também uma grande redução dos tempos de setup, interno e externo,
além da redução dos tempos de movimentação, dentro e fora da empresa.
Qualidade: O projeto do sistema evita que os defeitos fluam ao longo do
fluxo de produção; o único nível aceitável de defeitos é zero. A pena pela
produção de itens defeituosos é alta. Isto motiva a busca das causas dos
problemas e das soluções que eliminem as causas fundamentais destes
problemas. Os trabalhadores são treinados em todas as tarefas de suas
respectivas áreas, incluindo a verificação da qualidade. Sabem, portanto, o que
é uma peça com qualidade e como produzi-la. Se um lote inteiro for gerado de
peças defeituosas, o tamanho reduzido dos lotes minimizará o número de
peças afetadas. O aprimoramento de qualidade faz parte da responsabilidade
dos trabalhadores da produção, estando incluída na descrição de seus cargos.
Flexibilidade: O sistema just in time aumenta a flexibilidade de resposta do
sistema pela redução dos tempos envolvidos no processo. Embora o sistema
não seja flexível com relação à faixa de produtos oferecidos ao mercado, a
flexibilidade dos trabalhadores contribui para que o sistema produtivo seja mais
flexível em relação às variações do mix de produtos. Através da manutenção
de estoques baixos, um modelo de produto pode ser mudado sem que haja
muitos componentes obsoletos. Como o projeto de componentes comprados é
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geralmente feito pelos próprios fornecedores a partir de especificações
funcionais, ao invés de especificações detalhadas e rígidas de projeto, estes
podem ser desenvolvidos de maneira consistente com o processo produtivo do
fornecedor.
Velocidade: A flexibilidade, o baixo nível de estoques e a redução dos
tempos permitem que o ciclo de produção seja curto e o fluxo veloz. A prática
de diferenciar os produtos na montagem final, a partir de componentes
padronizados, de acordo com as técnicas de projeto adequado de manufatura
e projeto adequado à montagem, permite entregar os produtos em vários
prazos mais curtos.
Confiabilidade: A confiabilidade das entregas também é aumentada
através da ênfase na manutenção preventiva e da flexibilidade dos
trabalhadores, o que torna o processo mais robusto. As regras do KANBAN e o
princípio da visibilidade permitem identificar rapidamente os problemas que
poderiam comprometer a confiabilidade, permitindo sua imediata resolução.
1.11 - Limitações do Just-in-Time
As principais limitações do Just-in-Time estão ligadas à flexibilidade de
faixa do sistema produtivo, no que se refere à variedade de produtos oferecidos
ao mercado e a variação de demanda de curto prazo. O sistema Just-in-Time
requer que a demanda seja estável para que se consiga um balanceamento
adequado dos recursos, possibilitando um fluxo de materiais suave e contínuo.
Caso a demanda seja muito instável, há a necessidade de manutenção de
estoques de produtos acabados em um nível tal, que permita que a demanda
efetivamente sentida pelo sistema produtivo tenha certa estabilidade. Como o
sistema KANBAN prevê a manutenção de certo estoque de componentes entre
os centros de produção, conforme foi descrito, se houver uma variedade muito
grande de produtos e componentes, o fluxo de cada um não será contínuo e
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sim intermitente, gerando altos estoques em processo para cada item,
principalmente considerando-se a demanda de cada um. Isto contrariaria uma
série de princípios da filosofia Just-in-Time, comprometendo sua aplicação.
Outro problema resultante de grande variedade de produtos seria a
conseqüente complexidade dos roteiros de produção. O princípio geral de
transformação de processo produtivo numa linha contínua de fabricação e
montagem de produtos fica prejudicado se um conjunto de roteiros
preferenciais não pode ser estabelecido. A redução do estoque do sistema
pode aumentar o risco de interrupção da produção em função de problemas de
administração da mão de obra, como greves, por exemplo, tanto na própria
fábrica como na de fornecedores. Da mesma forma, o risco de paralisação por
quebras de máquinas também é aumentado.
1.12 - Tendências do Mercado
Na atualidade, os empresários tornam-se cada vez mais responsáveis,
ética e socialmente, em relação à produtividade e lucratividade das empresas
que as geram. O próprio mercado analisa o desempenho dos executivos, pois,
em curto prazo de tempo o sucesso dos negócios é percebido com o
cumprimento de compromissos assumidos, confiabilidade e geração de
recursos. Falamos aqui sobre as decisões de curto prazo e por isso não
podemos deixar de reiterar que as decisões de longo prazo são mais
importantes e necessitam da aplicação de mais ferramentas do Just-in-Time.
Medidas de longo prazo possibilitam a melhoria do desempenho,
eliminando deficiências do processo produtivo, otimizando a produção,
reduzindo custos e, por isso, estas implementações exigem cautela e
sucessivas observações , objetivando perpetuar uma boa relação com
fornecedores garantindo a qualidade e preço.
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Existem, atualmente, diversas empresas que adotam a estratégia de ter
um número excessivo de fornecedores em função de preço de matérias-
primas, o que contraria por completo o próprio Just-in-Time, o qual procura
sustentar o estabelecimento de parceria entre empresa e fornecedor de boa
qualidade e que a atenda em prazos confiáveis. Manter diversos fornecedores
possibilitará a geração de maior custo bruto, passando, conseqüentemente, os
materiais a representar um custo maior de manufatura com resultados
negativos para a empresa. Melhorar a produção requer a disponibilização de
menor quantidade de materiais, menos mão-de-obra e redução de tarefas para
a obtenção dos melhores resultados e qualidade dos produtos.
As aquisições de materiais deverão ser realizadas com sincronismo
direto com a necessidade da tecnologia do produto e recursos financeiros os
quais deverão ser disponibilizados para que possamos manter o bom
desempenho de produção, competitividade e valor do produto. Podemos desta
forma afirmar que o Just-in-Time resume-se em um programa com o qual todos
ganham, clientes, fornecedores e empresas, pois esta dentro do objetivo de
cumplicidade operacional e com confiança. Tudo isso visa tão somente à
economia de custos, evitar o re-trabalho, e inspeções sistemáticas baseadas
no profissionalismo e confiabilidade e, todas essas economias são
proporcionalmente repassadas ao cliente que torna-se um fiel parceiro por
intermédio da aplicação das estratégias do Just-in-Time. De todo modo, podemos concluir que o Just-in-Time objetiva agregar
valores a tudo o que é manufaturado ou produzido, considerando as pessoas
que participam deste processo produtivo, essenciais para o sucesso de uma
organização.
Segundo Willian Edward Deming, reconhecido através do mundo como
um "guru do gerenciamento da qualidade:
“Uma organização não precisa apenas de gente boa; precisa de gente que vai
se aprimorando sempre através de formação adequada”.
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Capítulo II - VARIAÇÕES DO JUST-IN-TIME NA
INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA BRASILEIRA
A implantação de um sistema de produção JIT requer uma grande
flexibilidade na programação da linha de produção e, acima de tudo, uma ótima
sincronia de trabalho entre cliente e fornecedores.
Embora o just-in-time tivesse nascido dentro de um contexto de
ressuprimento contínuo, o Brasil já opera o just-in-time seqüenciado pela
indústria de automóvel há muitos anos, há mais de 20 anos.
E hoje nós podemos falar muito mais em DELIVERY ON TIME
praticamente do que de JUST-IN-TIME, pois estamos muito mais aplicando o
tempo de ressuprimento na distribuição do que propriamente no suprimento.
Isso tem sido uma constante, acredito que é possível sim praticar o JUST-IN-
TIME ou DELIVERY ON TIME em condições dessa natureza.
A indústria automobilística brasileira nunca se caracterizou por empregar
métodos de produção de vanguarda, se comparada com empresas do mesmo
setor em outras partes do mundo. Entretanto, nos últimos anos, com a chegada
de novas montadoras ao país e o aumento da concorrência no mercado
mundial, ela tem sido obrigada a repensar o seu modo de operação para se
manter competitiva. Diante disto, todas as montadoras têm adotado o Just-in-
Time, levando a profundas modificações na sua relação com seus
fornecedores.
Uma das principais dificuldades que surgem na adoção do Just-in-Time
consiste no tempo de transporte do produto entre fornecedor e cliente. Uma
grande distância entre os dois pode inviabilizar totalmente o fornecimento do
produto dentro do tempo necessário para que ele seja utilizado na linha de
montagem.
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Este fato tem levado muitas empresas de autopeças a se transferirem
para perto das montadoras. Muitas delas chegam até a se instalar dentro da
área ocupada pela indústria automobilística.
2.1 - Uma das Ferramentas Fundamentais para o
Sucesso do Just-in-Time: O KANBAN
Kanban é uma palavra japonesa que significa literalmente registro ou
placa visível.
Em Administração da produção significa um cartão de sinalização que
controla os fluxos de produção em uma indústria. O cartão pode ser substituído
por outro sistema de sinalização, como luzes, caixas vazias e até locais vazios
demarcados.
Coloca-se um Kanban em peças ou partes específicas de uma linha de
produção, para indicar a entrega de uma determinada quantidade. Quando se
esgotarem todas as peças, o mesmo aviso é levado ao seu ponto de partida,
onde se converte num novo pedido para mais peças. Quando for recebido o
cartão ou quando não há nenhuma peça na caixa ou no local definido, então
deve-se movimentar, produzir ou solicitar a produção da peça.
O Kanban permite agilizar a entrega e a produção de peças. Pode ser
empregado em indústrias montadoras, desde que o nível de produção não
oscile em demasia.
Os Kanbans físicos (cartões ou caixas) podem ser Kanbans de
Produção ou Kanbans de Movimentação e transitam entre os locais de
armazenagem e produção substituindo formulários e outras formas de solicitar
peças, permitindo enfim que a produção se realize Just-in-time - metodologia
desenvolvida e aperfeiçoada por Taiichi Ohno e Toyota Sakichi conhecida
como Sistema Toyota de Produção.
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O sistema Kanban é uma das variantes mais conhecidas do Just-in-Time
(Lopes dos Reis, 2008, p.191)
2.1.2 - Variações da Ferramenta Kanban
e-Kanban - Kanban Eletrônico
Embora o sistema de Kanban físico seja mais conhecido, muitas
empresas têm implementado sistemas de Kanban Eletrônico (e-Kanban) em
substituição ao sistema tradicional. Vários sistemas ERP (Enterprise Resource
Planning) oferecem a possibilidade de utilização integrada do Kanban
Eletrônico, permitindo sinalização imediata da demanda real do cliente em toda
a Cadeia de fornecimento. O sistema eletrônico tem como um de seus
principais objetivos eliminar problemas comuns à utilização do sistema físico de
Kanban como a perda de cartões e a atualização dos quadros.
Kanban de Produção
Kanban de Produção é o sinal (usualmente cartão ou caixa) que autoriza
a produção de determinada quantidade de um item. Os cartões (ou caixas)
circulam entre o processo fornecedor e o supermercado, sendo afixados junto
às peças imediatamente após a produção e retirados após o consumo pelo
cliente, retornando ao processo para autorizar a produção e reposição dos
itens consumidos.
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Kanban de Movimentação
Kanban de Movimentação, também chamado de Kanban de Transporte,
é o sinal (usualmente um cartão, diferente do Kanban de Produção) que
autoriza a movimentação física de peças entre o supermercado do processo
fornecedor e o supermercado do processo cliente (se houver). Os cartões são
afixados nos produtos (em geral, o cartão de movimentação é afixado em
substituição ao cartão de produção) e levados a outro processo ou local, sendo
retirados após o consumo e estando liberados para realizar novas compras no
supermercado do processo fornecedor.
2.2 - Just-in-Time Tradicional
Monden (1984) define Just-in-Time como “produzir as unidades
necessárias em quantidades necessárias no tempo necessário”. Este conceito,
juntamente com a Autonomação (controle autônomo de defeitos), são os
suportes do Sistema de Produção da Toyota. Ele afirma que o principal
propósito do sistema é reduzir os custos, mas também ajuda a aumentar o giro
de capital e melhora a produtividade total da companhia.
Segundo Correa (1993), o principal objetivo do sistema JIT é a melhoria
contínua. Os estoques têm sido usados para evitar descontinuidades no
processo produtivo, as quais são causadas por três tipos de problema: de
qualidade, de quebra de máquina e de preparação de máquina. Reduzindo os
estoques intermediários, estes problemas tornam-se cada vez mais visíveis.
Desta forma, o JIT contribui para a identificação dos problemas, tornando mais
fácil eliminá-los. O autor coloca como elementos mais importantes no FCAV -
EPUSP JIT tradicional linha de montagem, estoque e fornecimento JIT os lotes
de fornecimento reduzidos, recebimentos frequentes e confiáveis, lead time de
fornecimentos reduzidos e altos níveis de qualidade.
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Para viabilizar o fornecimento nestes moldes, é necessário desenvolver
uma relação de parceria e ajuda mútua com os fornecedores. O primeiro passo
neste sentido consiste em reduzir o número de fornecedores, estabelecendo
compromissos de mais longo prazo com eles. A montadora só pode trabalhar
com fornecedores que apresentem uma estrutura capaz de garantir o
cumprimento dos contratos acordados. Uma vez selecionados os fornecedores
com os quais vai se trabalhar, é necessário que a montadora desenvolva um
trabalho conjunto com eles, compartilhando informações comerciais e de
projeto. Outro ponto importante para o suprimento Just-in-Time refere-se à
localização geográfica dos fornecedores em relação à montadora. Muitas
vezes, o fornecedor chega a construir sua fábrica no próprio terreno da
montadora, anexo a esta, como está acontecendo na planta de automóveis que
a Mercedes-Benz está construindo em Juiz de Fora (MG), por exemplo. Em
outras situações, como na planta da Volkswagen em Resende, o fornecedor
fica localizado dentro do galpão da montadora, sendo até difícil distinguir qual é
o pessoal próprio da fabricante de veículos e qual é o pessoal terceirizado.
Correa (1993) mostra as principais vantagens do Just-in-Time através da
análise dos principais critérios competitivos das organizações. O Just-in-Time
proporciona a redução de custos pela eliminação de estoques. Em relação à
qualidade, o “... sistema evita que os defeitos fluam ao longo do fluxo de
produção”. O Just-in-Time aumenta, ainda, a flexibilidade de resposta e a
velocidade do fluxo de produção. Por fim, “a confiabilidade das entregas
também é aumentada através da ênfase na manutenção preventiva e da
flexibilidade dos trabalhadores”.
Por outro lado, as principais limitações do Just-in-Time referem-se à
necessidade de que a demanda seja razoavelmente estável, para que se
consiga balancear os recursos, e à complexidade dos roteiros de produção,
caso haja grande variedade de produtos. Por fim, aumenta o risco de
interrupção da produção em função de problemas com a mão-de-obra (greves,
27
por exemplo) ou com os equipamentos, tanto na montadora quanto nos
fornecedores.
Diversas ferramentas e métodos podem ser utilizados para a redução de
perdas no processo produtivo e consequente melhoria da produtividade:
kanban, troca rápida de ferramenta, célula de manufatura, mapeamento do
fluxo de valor, operário polivalente, andon, majime, poka yoke, one piece flow,
jidoka, heijunka, além de outras.
2.3 - Just-in-Time Sequenciado
Uma evolução do Just-in-Time tradicional é o chamado Just-in-Time
Sequenciado. Neste tipo de Just-in-Time, as peças são entregues pelo
fornecedor diretamente na linha de montagem da montadora, já na sequência
em que serão colocadas nos automóveis. Este tipo de fornecimento é
considerado como o de melhor relação custo-benefício de implantação. Com o
Just-in-Time Sequenciado as entregas tornam-se mais frequentes ainda, em
lotes cada vez menores (geralmente o suficiente para cerca de duas horas de
produção).
A introdução do Just-in-Time Sequenciado exige um aprofundamento na
parceria entre a montadora e o fornecedor. O compromisso entre as partes
torna-se, também, maior. Uma das principais causas de sucesso do Just-in-
Time na Toyota é o bom entendimento que ela possui com seus fornecedores.
A montadora chega a ter participação acionária em muitos deles, dentro de um
modelo empresarial característico da economia japonesa.
No Brasil, a implantação do Just-in-Time Sequenciado tem exigido dos
fornecedores um grande investimento financeiro e de capacitação de suas
instalações e de seu pessoal. Diante disto, é necessário que a montadora
ofereça boas garantias, através de contratos de compra mais duradouros e,
também, colabore no desenvolvimento do fornecedor. Muitas vezes, a
montadora oferece pessoal capacitado seu para trabalhar durante algum tempo
28
neste processo. Um fator crítico para o sucesso do Just-in-Time Sequenciado é
a localização geográfica do fornecedor em relação à montadora. Para que seja
viável realizar várias entregas em um único dia, é necessário que o fornecedor
esteja cada vez mais próximo fisicamente da montadora.
Muitas fábricas de autopeças estão construindo novas unidades,
próximas aos seus clientes. É cada vez mais comum a existência de plantas
dedicadas que produzem apenas para um cliente. Este é o caso de uma
grande produtora de bancos, que fornece para a Ford e a GM. A empresa
possui uma fábrica em São Bernardo do Campo, que abastece exclusivamente
a planta da Ford, e outras duas em São José dos Campos e Santo André, que
atendem à GM. (Tecnologística, 1998) A grande vantagem do Just-in-Time
Sequenciado está na economia conseguida com a eliminação de estoques e,
neste caso, também, com a eliminação das embalagens das peças. Por outro
lado, a montadora fica muito mais vulnerável, pois qualquer fator que afete sua
perfeita sincronia com o fornecedor pode paralisar a produção. Apesar disto, as
montadoras estão caminhando cada vez mais nesta direção. Como disse um
engenheiro que trabalha no planejamento de logística de uma grande
montadora, “a economia compensa o risco”. (Exame, 1993)
2.4 – Just-in-Time por kits
Outra variação do Just-in-Time encontrado nas indústrias
automobilísticas brasileiras é o Just-in-Time por kits. Este modelo foi
desenvolvido com o objetivo de eliminar os estoques junto à linha de
montagem. Uma empresa que tem adotado este tipo de Just-in-Time no Brasil
com grande sucesso é a Mercedes Benz, na sua fábrica de ônibus e
caminhões em São Bernardo do Campo (SP).
Em um sistema de produção tradicional, existem nas empresas dois
tipos de estoque de peças e matérias-primas: um localizado no depósito ou
29
armazenagem e outro, junto à linha de produção. Evidentemente, neste caso,
os custos com materiais estocados, que já são altos, ficam maiores ainda.
Neste sistema, as peças são preparadas no armazém em pequenos kits que
somente são transportados para a linha de montagem poucos instantes antes
de serem processados. Os kits são constituídos de poucas peças (entre duas
e dez) e servem para suprir, no máximo, dez minutos de produção.
Nas linhas de montagem, existe um espaço demarcado no chão, onde
só há espaço para o kit que está sendo montado. Quando um kit se esvazia,
isto por si só já constitui uma requisição para que um novo kit seja trazido para
aquele posto. Desta forma, temos um kanban “visual”, que dispensa o uso de
cartões. Funcionários conhecidos como homens-aranhas são os responsáveis
por receber as requisições e transportar os kits do armazém até a linha em
pequenos carrinhos. Cabe a eles, também, montar os kits, enquanto que a
desmontagem é feita pelos próprios operadores de linha, à medida em que vão
montando as peças. É importante destacar que os kits são padronizados, com
posições adequadas para se colocar as peças, facilitando em muito a sua
montagem. Este tipo de fornecimento é adequado para peças de tamanho
médio e de valor agregado, também, intermediário, como é o caso de semi-
eixos, por exemplo. Componentes de maior valor, em geral, são fornecidos por
empresas de maior porte, o que viabiliza a implantação do Just-in-Time
Sequenciado, com os produtos entregues diretamente na linha. Por outro lado,
peças muito pequenas não justificam o custo de preparação dos kits, sendo
recomendado, então, o Just-in-Time tradicional.
30
2.5 – Tratamento de Produtos C
A técnica ABC é uma aplicação da teoria desenvolvida pelo economista
italiano Vilfredo Pareto. Estudando a distribuição de renda, ele percebeu que
uma grande parcela da renda total está concentrada em um pequeno grupo de
pessoas. Ampliando a abrangência deste princípio, Juran, considerado um dos
“Gurus da Qualidade”, percebeu que uma pequena variedade de defeitos é
responsável por uma grande porcentagem dos problemas em relação à
qualidade dos produtos. É a própria aplicação, em Controle da Qualidade, do
princípio de Pareto: “poucos vitais e muitos triviais”.
FCAV – EPUSP JIT por Kits
Linha de Montagem, estoque de Kits, montagem dos Kits
Na curva ABC, os componentes de um produto, no caso o automóvel,
são classificados segundo a sua importância na constituição do mesmo em
insumos A, B ou C. Os produtos C são, portanto, aqueles de menor importância
na montagem do produto final. Em geral, estes produtos são de pequeno porte,
pouco valor agregado e sua produção só se torna viável se realizada em larga
escala. Diante disto, o sistema de fornecimento destes produtos não pode ser
igual ao dos produtos A e B.
Um típico exemplo de componentes de automóveis que podem ser
enquadrados na categoria C são os elementos de fixação (parafusos, porcas,
etc.). Apesar de cada automóvel conter de 300 a 400 parafusos, o custo destes
componentes na composição do carro é mínimo, se comparado ao de outras
peças. Além disto, devido ao alto custo de setup e preparação das máquinas, a
produção só é viável se for realizada em grandes lotes.
Mesmo uma grande empresa que fabrique elementos de fixação não
tem condições de produzir e entregar Just-in-Time, conforme chegam as
requisições dos clientes. Para poder garantir a disponibilidade de todos os
31
produtos sempre que forem requisitados, a única alternativa encontrada é
trabalhar com grandes volumes de estoques. Desta forma, uma empresa líder
do setor estudada divide sua estratégia de produção em duas grandes áreas
que ela chama de “produtividade” e “flexibilidade”. Na primeira, são fabricados
produtos de grande volume e pouca variabilidade, seguindo uma programação
de produção pré-determinada. Por outro lado, os produtos de pequeno volume
e alta variabilidade são produzidos na área de “flexibilidade”, conforme são
requisitados pelos clientes.
Outra estratégia que tem sido adotada pela empresa é gerenciar o
estoque no próprio cliente. Assim, o fornecedor já possui depósitos localizados
dentro das fábricas da FORD e da FIAT, totalmente controlados por ela, que
armazenam os seus produtos. À medida que a montadora necessita de um
determinado componente, ela simplesmente vai ao armazém e o retira. Estes
estoques funcionam como um grande supermercado de peças no qual as
faturas são emitidas diariamente. Além de garantir uma entrega mais rápida do
produto, este sistema torna a demanda mais previsível, pois o fornecedor tem
como monitorá-la pelo acompanhamento do nível de seu estoque na planta do
cliente. Entretanto, na maioria dos casos, o estoque ainda fica no próprio
fornecedor o qual tem que transportar o seu produto para a montadora, sempre
que requisitado. Isto traz, muitas vezes, elevados custos de transporte, pois os
caminhões podem trabalhar com capacidade ociosa, transportando apenas um
pequeno lote de produto.
Uma alternativa a este problema, que tem sido adotada pela GM, é a
própria montadora se encarregar do transporte entre o fornecedor e a sua
planta. A montadora possui uma frota de “caminhões janela”, os quais possuem
pallets e caixas padronizados. Diariamente, o caminhão passa por vários
fornecedores diferentes, recolhendo os lotes que já devem estar previamente
preparados. O caminhão espera em cada fornecedor por, no máximo, uma
hora. Se o fornecedor não entregar o lote neste prazo, ele fica obrigado a
entregá-lo na montadora, arcando com todos os custos de transporte.
32
2.6 - Sistemas de Informação para Just-in-Time
Uma condição essencial para o bom funcionamento do Just-in-Time é
um eficiente sistema de informação entre a montadora e seus fornecedores. As
tecnologias utilizadas nesta área têm sido objeto de constante evolução.
Primeiramente, utilizava-se o sistema de cartões colocados em um painel,
conhecido como “kanban”. Periodicamente, o fornecedor ia até a montadora e
verificava os cartões colocados no seu respectivo quadro, indicando os
produtos que o cliente estava necessitando. Este sistema apresentava o
grande inconveniente de o fornecedor ter que ir constantemente à montadora
para receber os pedidos de compra.
As indústrias automobilísticas passaram, então, a transmitir para os
fornecedores os pedidos de compra por fax. Atualmente, contudo, este sistema
já está em desuso, sendo substituído pelo uso do computador. Neste, as
requisições são transmitidas através de protocolos EDI ou, mais recentemente,
pelo correio eletrônico da Internet. Entretanto, o uso de um sistema não
dispensa os demais. No fornecedor de bancos previamente citado, as
requisições chegam do cliente por EDI e são impressas diretamente no início
da linha de montagem dos bancos. Entretanto, como a precisão desta
informação é de vital importância, ela precisa de alternativas para o caso deste
sistema vir a falhar. Se há falta de energia elétrica, por exemplo, a
programação é enviada por fax. Caso ocorra algum problema nas linhas
telefônicas também, a empresa dispõe de um funcionário dentro da planta do
cliente que a informa através de um telefone celular.
33
Capítulo III - ESTUDO DE CASO: O SISTEMA P-ZERO
SW – UMA FÁBRICA DE MOTORES
A empresa estudada é considerada a pioneira na implantação do
sistema just in time/Kanban no Brasil. É filial de uma matriz japonesa, instalada
desde a década de 50. Fabrica motores diesel de pequena potência, motores
marítimos e microtratores.
A implantação do sistema P-Zero de produção, baseado nos princípios
do just in time/Kanban, ocorreu por ordem expressa do presidente da matriz,
quando de sua visita ao Brasil em l976. Em abril de 1977 teve início a
implantação, sem que houvesse aquisição de equipamento, que é em boa
parte japonês, da época de constituição da empresa.
Numa segunda-feira, quando os trabalhadores entraram na fábrica, tudo
estava mudado. O estoque intermediário, que chegava a quatro meses, foi
“escondido” por uma equipe no fim de semana. Isto, aliado às novas exigências
sobre os trabalhadores, gerou uma série de problemas.
A taxa histórica de defeitos elevou-se de 0,6% para 9% após três meses;
muitos trabalhadores que antes operavam uma só máquina dirigiram-se ao
setor de relações industriais (RI) pleiteando um salário tantas vezes maior
quanto o número de máquinas que seriam obrigados a tocar dali para a frente.
Muitos abandonaram a empresa.
Após cinco meses, a situação foi “normalizada” e a resistência dos
operários foi quebrada pela sua substituição, declarada fácil, pois o novo
sistema de produção quase não exige trabalhadores especializados. Em março
de 1980, o sistema como um todo foi considerado implantado, atingindo um
desempenho-padrão daí por diante.
No início da implantação não havia programa de CCQ na empresa.
Algum tempo depois foi implantado, e procurou-se fazer com que os círculos
efetuassem trabalhos para ajustar pequenos problemas do sistema P-Zero.
34
3.1 - Reflexos do P-Zero para a empresa
Ao lado de uma redução global de custos, a flexibilidade, ou seja, uma
maior facilidade em termos de tempo e custo para mudar o produto em
produção, foi um dos principais benefícios trazidos pelo P-Zero.
A produção pode agorar aceitar sem prévio aviso uma variação de 15 a
20% na composição do mix de produtos. Para tanto não é preciso alterar o
plano de produção, o próprio sistema Kanban administra as alterações.
Essa flexibilidade é particularmente importante num momento de
retração de mercado. Quando o marketing identificou-um pouco tardiamente
em relação a outras empresas do subsetor-o mercado ascendente de Serra
Pelada, a produção estava em condições de alterar imediatamente a
composição do seu mix de produtos.
É importante salientar que todo o esforço de racionalização simplificou o
trabalho, rotinizando-o. Nas ilhas de fabricação puderam ser admitidos
trabalhadores sem experiência (ou, em outras palavras, não qualificados)que
em alguns dias já estavam no ritmo exigido , pois o serviço a ser executado nas
ilhas era simples e padronizado. O nível de pessoal pôde, então, ser
rapidamente adequado às flutuações na demanda, uma vez que a demissão /
admissão não encontra maiores obstáculos quer legais, quer legais, quer
organizativos.
Os trabalhadores na produção considerados pela administração como
mais qualificados são os da montagem, pois precisam conhecer todos os
produtos, dispositivos e o funcionamento de outros setores para detectarem os
problemas.
A redução de estoque em processo foi brutal – de dois a quatro meses
para um a três dias. Com isso, o giro do capital é bem mais rápido. Uma peça
que começa a ser trabalhada deve sair o mais rapidamente da fábrica. Com
estoques intermediários, o giro torna-se mais lento; demora-se mais para
35
ocorrer o faturamento sobre o investimento em capital circulante representados
pelos estoques. Conseqüência do sistema foi a economia de espaço. Antes da
implantação estava planejada a ampliação das instalações. O prédio não foi
ampliado e nele hoje sobram áreas livres. O fluxo de informações na produção
foi extremamente simplificado. Não há papéis e a contabilidade do produto em
processo é feita em 15/20 minutos.
O sistema propicia um aprofundamento da racionalização da produção.
A redução do estoque em processo traz à tona gargalos (estrangulamentos) na
produção, processos com problemas, acelerando a percepção dos defeitos,
pois nada fica mascarado pelo estoque. Ou seja, além da redução do capital
circulante, ocorre uma vantagem adicional, pois os problemas ficam mais
evidentes, exigindo pronta solução. A taxa de refugo cai a 0,3%, identificam-se
os processos e máquinas prioritárias para análise do tempo de preparação; há
a possibilidade de um balanceamento mais apurado.
Sendo a coordenação da produção incorporada ao sistema – os
trabalhadores, devido à organização produtiva integrada, são forçados a auto
controlarem a produção e a se controlarem mutuamente –, não chegam à
administração problemas que podem ser efetivamente resolvidos a nível de
fábrica. Isso possibilita empregar o tempo disponível para analisar e
racionalizar o processo produtivo (estudo de tempos e métodos, programação
e controle da produção, redução do tempo de preparação de máquinas, etc.),
ao invés de ficar somente resolvendo probleminhas cotidianos.
O mais significativo é que todo esse esforço racionalizador foi feito sem
investimento em equipamentos. Não há máquinas acopladas a computadores,
robôs ou coisas do gênero. Apenas foram alteradas a organização do processo
de produção e a organização do trabalho.
36
3.2 - Reflexos do P-Zero sobre os trabalhadores
Como é comum a todo esforço racionalizador, o sistema P-Zero leva à
intensificação do trabalho. É evidente que, havendo queda de volume de
produção devido à retração do mercado, torna-se mais difícil visualizar esse
efeito. Mas um dos princípios perseguidos na reorganização do trabalho foi
eliminar o tempo dito ocioso (porosidade), o que se configura numa
intensificação do trabalho. A polivalência persegue o mesmo objetivo:
flexibilização, isto é, possibilidade de sempre estar ocupando produtivamente a
mão-de-obra.
Outro aspecto a ser considerado diz respeito à forma de realização do
trabalho. O seu conteúdo só foi alterado no sentido de rotinizá-lo e padronizá-lo
a tecnologia de grupos é uma arma neste sentido. Portanto, qualquer noção de
trabalho menos monótono, participativo, em grupo, não encontra sustentação:
o operário faz durante sua jornada uma seqüência limitada de operações
padronizadas e repetitivas; a polivalência significa a capacidade de alimentar
mais de um tipo de máquina, antes de ser operário especializado em cada uma
delas; o grupismo se refere a um grupo de máquinas e não a um grupo de
trabalhadores.
O fato de o sistema se autocontrolar, isto é, acusar onde e quem
apresenta desempenho fora do padrão, é mais uma forma de pressão. Se o
montador tem autonomia para parar a linha por causa de uma peça defeituosa,
isto retorna como pressão ao(s) operário(s) que a confeccionou. Com relação à
iniciativa, as própria máquinas incorporam dispositivos que as desligam quando
procedimentos não padronizados são verificados. Apesar de não contar com
maquinário eletronicamente controlado, a administração tem um controle muito
estreito da produção e dos trabalhadores. O próprio Just-in-time, aliado ao
sistema de informações e ao “autocontrole”, encarrega-se disto.A participação
dos trabalhadores com sugestões, afora CCQ, é praticamente obrigatória. Todo
37
o operário possui um quadro de trabalho, onde constam informações sobre sua
tarefa (fluxograma, tempo de ciclo e quantidade do lote). O quadro é datado de
acordo com a última modificação introduzida no processo por sugestão
operária. A data do quadro, então, é um critério de avaliação do funcionário:
quanto mais recente, melhor. A participação com sugestões, assim, não é só
obrigatória, como também determinante da carreira do operário. Recuperando
os acontecimentos da implantação do sistema, observa-se que houve
inicialmente uma resistência à sua introdução, e vários trabalhadores deixaram
a empresa. Quando se instala mais fortemente a crise de emprego no país, a
resistência operária a esses problemas parece amainar. Uma outra empresa,
por exemplo, só conseguiu fazer os trabalhadores operarem três máquinas
simultaneamente, quando do advento da recessão e do aumento do
desemprego. A questão que se coloca, com o aval de um executivo da última
empresa, é; estariam os trabalhadores aceitando este tipo de sistema somente
em função da crise no mercado de trabalho?
38
CONCLUSÃO
Com o Just-in-Time observou-se uma necessidade de reduzir os custos
com armazenagem de materiais e peças e de tornar a produção mais ágil e
flexível, levando as indústrias automobilísticas a buscarem este sistema.
Desenvolvido primeiramente na japonesa Toyota, como vimos, ele
espalhou-se rapidamente por todo o mundo, chegando até o Brasil. Hoje em
dia, pode-se dizer que todas as montadoras instaladas no nosso país utilizam
algum tipo de Just-in-Time na sua produção. Neste trabalho, procurou-se expor
as principais formas de Just-in-Time encontradas atualmente na indústria
automobilística do Brasil. É importante destacar que cada um se encaixa mais
a alguns determinados tipos de fornecedores e produtos. O Just-in-Time
Sequenciado exige um grande investimento do fornecedor, que precisa
desenvolver um sistema de produção flexível e pronto a responder rapidamente
à requisição do cliente. Além disso, são necessários sofisticados meios de
transporte, capazes de descarregar diretamente na linha de montagem da
montadora.
Enquanto o Just-in-Time por kits, como foi dito anteriormente, é
adequado para aqueles fornecedores que ainda não têm condições de
implantar um sistema como o Just-in-Time, mas cujos produtos possuem
razoável valor agregado, justificando procurar-se minimizar os estoques dos
mesmos. Segundo dados extra-oficiais, a economia alcançada com a redução
dos estoques em uma montadora, a partir da introdução do Just-in-Time por
kits, pode chegar a cerca de quarenta milhões de reais. Por outro lado, alguns
produtos não justificam, ainda, os investimentos para a implantação destes
modelos e, por isto, recomenda-se para eles o uso do Just-in-Time tradicional.
Por fim, existem os produtos C, para os quais a melhor política, em
muitos casos, continua sendo manter elevados níveis de estoque.
É importante ressaltar que a introdução do Just-in-Time pode trazer
alguns problemas. Segundo Cusomano (1994), congestionamentos no trânsito,
39
distâncias geográficas entre as montadoras e os fornecedores, baixa oferta de
mão-de-obra para trabalhar no chão de fábrica, excessiva variação de produtos
e o “stress” causado nos fornecedores têm levado até mesmo a Toyota a
repensar sua filosofia de busca do estoque zero.
40
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43
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO 1:
DEFINIÇÕES GERAIS DO JUST-IN-TIME 10
1.1- O Que é Just-in-Time? 10
1.2- A Filosofia e o Objetivo Just-in-Time 10
1.3- Identificação de Problemas 11
1.4- Aspectos de Diferenciação entre Just-in-Time e a Abordagem
Tradicional de Administrar 12
1.5- Fim aos Disperdícios e Melhora Contínua 13
1.6- A Produção Baseada no Just-in-Time 14
1.7- Envolvimento Total das Pessoas 15
1.8- Os Princípios do Just-in-Time 15
1.9-Metas do Just-in-Time 16
1.10- Vantagens do Just-in-Time 18
1.11- Limitações do Just-in-Time 19
1.12- Tendências do Mercado 20
CAPÍTULO 2:
VARIAÇÕES DO JUST-IN-TIME NA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA
BRASILEIRA 22
2.1- Uma das Ferramentas Fundamentais para o Sucesso do Just-in-
Time: O KANBAN 23
2.1.2- Variações da Ferramenta KANBAN 24
44
2.2- Just-in-Time Tradicional 25
2.3- Just-in-Time Sequenciado 27
2.4- Just-in-Time por kits 28
2.5- Tratamento de Produtos C 30
2.6- Sistemas de Informação para Just-in-Time 32
CAPÍTULO 3:
ESTUDO DE CASO: O SISTEMA P-ZERO SW – UMA FÁBRICA DE
MOTORES 33
3.1- Reflexos do P-Zero para a Empresa 34
3.2- Reflexos do P-Zero sobre os Trabalhadores 36
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA 40
ÍNDICE 43
FOLHA DE AVALIAÇÃO 45
45