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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
O JUDÔ COMO POSSIBILIDADE NO DESENVOLVIMENTO DO
EQUILÍBRIO
Por: Rodrigo Saint-Clair Freitas da Cunha
Orientador
Prof. Ms. Fabiane Muniz
Niterói
2007
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
2
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
O JUDÔ COMO POSSIBILIDADE NO DESENVOLVIMENTO DO
EQUILÍBRIO
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em
psicomotricidade.
Por: Rodrigo Saint-Clair Freitas da Cunha.
3
AGRADECIMENTOS
....primeiramente à minha família que
sempre apoiou minhas escolhas, aos
meus mestres de judô Paulo Menezes
e Wagner Souza e à todas as pessoas
que estiveram ao meu lado. Acima de
tudo à Deus que me dá saúde e alegria
de viver.
4
DEDICATÓRIA
.....dedica-se aos meus pais cujo apoio e
amor me permitiram seguir em frente. À
minha namorada que me incentivou a
persistir no meu objetivo e à todos que
tiveram ao meu lado nos momentos mais
difíceis e não permitiram que eu
desistisse da minha meta.
5
RESUMO
Este estudo surgiu da necessidade da criação de uma atividade
prazerosa, regular e sistemática, porém, não formal, com o objetivo de levar
aos alunos a possibilidade da descoberta de seu próprio potencial e,
conseqüentemente, o desenvolvimento de seu equilibro motor.
Assim, a ação da atividade possui uma multiplicidade de abrangência,
pois utilizando o movimento corporal pela prática do Judô pretende-se propiciar
a interiorização dos saberes.
Para efetivo desenvolvimento da instrumentalização da cultura da
corporeidade, da ética, da saúde física e mental e do conhecimento de si
mesmo faz-se necessário o surgimento de um trabalho libertador que objetive
produzir meios para o despertar de indivíduos empreendedores, criativos, com
capacidade de trabalhar em equipe e detentores de múltiplos conhecimentos e
habilidades corporais.
O projeto promoverá conhecimento cientifico que propiciarão subsídios,
para que os profissionais desenvolvam sentimento de confiança em suas
capacidades e aja com perseverança, na busca do conhecimento e auto-
realização, tornando-se parte efetiva e integrante de uma equipe
multidisciplinar. Espera-se que praticante do judô consiga, através do prazer,
derrubar bloqueios,e através da observação pisicomotora leva-lo ao
desenvolvimento do equilíbrio pisicomotor.
6
METODOLOGIA
A metodologia utilizada destina-se a apoiar o projeto de conteúdo
teórico cientifico,bem como as vivencia adquiridas no decorrer desta
monografia.
O estudo possui um enfoque teórico definido,através de pesquisa
blibliografica, documentos e outras pesquisas. Esta investigação foi iniciada a
partir de um planejamento que surge de uma concepção teórica e
fundamentada em estudos ja publicados .
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I -O judô 09
CAPÍTULO II - A pisicomotricidade 16
CAPÍTULO III – O judô no desenvolvimento do quilíbrio 22
CONCLUSÃO 27
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 28
ÍNDICE 30
FOLHA DE AVALIAÇÃO 32
8
INTRODUÇÃO
O objetivo deste trabalho é a realização de uma alternativa prazerosa
regular e sistemática , porém não formal com a meta de levar aos alunos a
possibilidade da descoberta de seu próprio potencial e consequentemente o
desenvolvimento do equilíbrio motor, assim, a ação da atividade possui uma
multiplicidade de abrangência, pois utilizando o movimento corporal pela
prática do Judô pretende-se propiciar a interiorização dos saberes.
Para efetivo desenvolvimento da instrumentalização da cultura da
corporeidade, da ética, da saúde física e mental, do conhecimento de si
mesmo faz-se necessário o surgimento de um trabalho libertador que objetive
produzir meios para o despertar corporal.
O Judô procura integrar o conhecimento intelectual com a habilidade
criativa, a sensibilidade com a capacidade de movimento. Através do Judô,
podemos desenvolver a curiosidade por saber o que podemos fazer com o
nosso próprio corpo e com a nossa imaginação, adquirindo confiança para um
indivíduo ter habilidade para manter a postura do seu próprio corpo inalterada,
mesmo quando este é colocado em várias posições.
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CAPÍTULO I
O JUDÔ
O Judô foi incorporado à cultura brasileira por intermédio de imigrantes
japoneses que vieram para o Brasil. Seu criador foi Jigoro Kano, estudante,
pesquisador da Universidade de Tóquio, que eliminou os golpes mais violentos
utilizados no jiu-jitsu, desenvolvendo um sistema de luta acompanhado de
filosofia, onde foi acentuado o foco educacional, moral e espiritual,
direcionando a utilização da energia humana.
Fundou sua escola em 1822 de nome “KODOKAN”. Esta arte marcial na
forma de trabalho lúdico e vivenciado propõe uma dinâmica de ensino
pedagógico mais amplo através de movimentos diferenciados, cooperando na
aprendizagem do aluno propiciando uma melhor adaptação no convívio desse
praticante com a sociedade favorecendo um aprender mais autêntico e
significativo.
O judô foi a única modalidade que trouxe medalha para o Brasil
nas Seis últimas olimpíadas. E é uma das grandes esperanças de
medalha nas olimpíadas da China. Com milhares de praticantes e federações
espalhados pelo mundo, o judô se tornou um dos esportes mais praticados,
representando um nicho de mercado fiel e bem definido. Não restringindo seus
adeptos a homens com vigor físico; estendendo seus ensinamentos para
mulheres, crianças e idosos o judô teve um aumento significativo no número
de praticantes.Sua técnica utiliza basicamente a força e peso do oponente
contra ele. Palavras ditas por mestre Kano para definir a luta: "arte em que se
usa ao máximo a força física e espiritual". A vitória, ainda segundo seu mestre
fundador, representa um fortalecimento espiritual.
10
1.1 - O nascimento do Judô
Jigoro Kano definiu o judô como a ” máxima eficiência do uso da
mente e do corpo para o benefício e bem-estar mútuos ( kodokan Editorial-
Comittee, 1994, p.25).
Jigoro Kano (1980), os primeiros fatores básicos da motivação humana
são o hedonismo e o idealismo. O primeiro explica que o homem não ama a
dor e o desconforto, mas o prazer e o conforto. Eis aí a razão dos conselhos
acerca de como tornar agradáveis as condições e o ambiente de trabalho, a
fim de que aquele fator seja satisfeito, resultando no aumento da motivação.
tentava dar maior expressão à l enda de origem do estilo Yoshin-Ryu
(Escola do Coração de Salgueiro), esta se baseava no princípio de “ceder para
vencer”, utilizando a não resistência para controlar, desequilibrar e vencer o
adversário com o mínimo de esforço. Em um combate o praticante tinha como
o único objetivo à vitória. No entender de Kano, isso era totalmente errado.
Uma atividade física deveria servir em primeiro lugar, para a educação global
dos praticantes. Os cultores profissionais do ju-jitsu não aceitavam tal
concepção. Para eles o verdadeiro espírito do ju-jutsu era o shin-ken-shobu
(vencer ou morrer, lutar até a morte).(1980), os primeiros fatores básicos da
motivação humana são o Diz a lenda que durante uma caminhada nos
bosques nevados do Japão, o mestre Jigoro Kano parou para observar um
salgueiro que era atingido pela neve. Percebeu que enquanto os galhos mais
grossos acumulavam a neve e depois de um tempo se quebravam, os galhos
mais finos e flexíveis simplesmente se dobravam e deixavam a neve escorrer,
mantendo-se intactos.Por suas idéias, Jigoro Kano era desafiado e desacatado
insistentemente pelos educadores da época, mas não mediu esforços para
idealizar o novo ju-jitsu, diferente, mais completo, mais eficaz, muito mais
objetivo e racional, denominado de judô, e transformando-o num poderoso
veículo de educação física. Chamando o seu novo sistema de judô, ele
pretendeu elevar o termo “jitsu” (arte ou prática) para “do”, ou seja, para
caminho ou via, dando a entender que não se tratava apenas de mudança de
nomes, mas que o seu novo sistema repousava sobre uma fundamentação
11
filosófica.Em fevereiro de 1882, no templo de Eishoji de Kita Inaritcho, bairro
de Shimoya emTóquio, Jigoro Kano inaugura sua primeira escola de judô,
denominada Kodokan (Instituto do Caminho da Fraternidade), já que “Ko”
significa fraternidade, irmandade; “Do” significa caminho, via; e “Kan” instituto.
1.2 – O surgimento do Judô no Brasil
Do ponto de vista da política, o judô “peça ou parte do aparelho
Ideológico de Estado escolar e cultural” (Althusser, 2000).
O judô surgiu no Brasil por volta de 1922, através de Thayan Lauzin . O
conde Koma, como também era conhecido, fez sua primeira apresentação no
país em Porto Alegre. Partiu para as demonstrações pelos Estados do Rio de
Janeiro e São Paulo, transferindo-se depois para o Pará, onde popularizou
seus conhecimentos dessa arte. Outros mestres também faziam exibições e
aceitavam desafios em locais públicos. Mas foi um início difícil para um esporte
que viria a se tornar tão difundido.Um fator decisivo na história do judô foi a
chegada ao país de um grupo de nipônicos em 1938 que tinham como líder o
professor Riuzo Ogawa e fundaram a Academia Ogawa, com o objetivo de
aprimorar a cultura física, moral e espiritual, por meio do “esporte do quimono”.
Daí por diante disseminaram-se a cultura e os ensinamentos do mestre Jigoro
Kano e em 18 de março de 1969 era fundada a Confederação Brasileira de
Judô, sendo reconhecida por decreto em 1972. Hoje em dia o judô é ensinado
em academias e clubes e reconhecido como um esporte saudável que não
está relacionado à violência. Esse processo culminou com a grande oferta de
bons lutadores brasileiros atualmente, tendo conseguido diversos títulos
internacionais.
12
1.3- O judô brasileiro é japonês de origem
O judô significa “caminho suave”, sendo dô = via, caminho, ju= suave,
ceder.
A maior concentração da colônia oriental é em São Paulo. Não é a toa
que esse estado tenha se tornado o mais forte no judô nacional.Não foi à toa
também que a primeira medalha olímpica do judô daqui tenha sobrenome
japonês: Chiaki Ishii, brasileiro naturalizado que conquistou bronze nas
Olimpíadas de Munique.
Foram necessárias décadas de germinação nos guetos japoneses até a
modalidade conquistar espaço na agenda esportiva dos brasileiros.
Hoje, é uma das atividades esportivas mais concorridas.
Praticado em academias, clubes e escolas, o judô é muito respeitado
como esporte disciplinador e ao mesmo tempo como um dos mais competitivos
do mundo. Para comprovar isso estão aí os milhares de atletas inscritos nas
federações estaduais e as medalhas olímpicas que o judô brasileiro já
conquistou: duas de ouro, uma de prata e cinco de bronze.O judô do Brasil
tem em um brasileiro nato o seu maior nome: Aurélio Miguel, medalha de ouro
nas Olimpíadas de Seul (88) e bronze nas de Atlanta (96).
Mas justamente o principal ídolo do esporte por aqui considera-se mais
japonês que muito japonês. Aliás, recomenda o Japão como fonte inspiradora
e local ideal para treinamentos. "Antes de todas as minhas conquistas
importantes sempre houve um estágio no Japão", justificou. Fato comum na
história da esmagadora maioria dos atletas de todos os estados, na formação
do judoca Aurélio Miguel também vai se encontrar um ‘sensei’ tipicamente
japonês. No caso dele, Massao Shinohara.
Jigoro Kano, que era pequeno e fraco por natureza, começou a praticar
o ju-jitsu aos 18 anos pelo propósito de não ser dominado por sua fraqueza
física. Ele aprendeu atemi-waza (técnicas de percussão), e katame-waza
(técnicas de domínio) do estilo ju-jitsu Tenjin-shin-yo Ryu e nague-waza
(técnicas de arremesso) do estilo de ju-jitsu Kito Ryu. Baseado nestas técnicas
ele aprofundou seus conhecimentos tomando como base a força e a
13
racionalidade. Além disso, criou novas técnicas para o treinamento de esportes
competitivos mas também pelo cultivo do caráter.Adicionando novos aspectos
ao seu conhecimento do tradicional ju-jitsu o professor Kano fundou o Instituto
Kodokan,com a educação física, a competição e o treinamento moral como
seus objetivos.
Com o estabelecimento do dojô Kodokan, em 1882, e com 9 alunos, Jigoro
Kano começou seus ensinamentos do judô.
1.4-Os três princípios básicos do Judô
Jigoro Kano (1932) visava, “através do caminho da perseverança, a
educação de um homem para a condição de um mundo melhor”.
Os princípios que inspiraram Jigoro Kano quando da idealização do
judô foram:
* Princípio da máxima eficácia do corpo e do espírito ( Seiryoku Zen`Yo)
É ao mesmo tempo a utilização global, racional e utilitária da energia do
corpo e do espírito. Jigoro Kano(1932) afirmava que este princípio deveria ser
aplicado no aprimoramento do corpo. Servir para torná-lo forte, saudável e útil.
Podendo ainda ser aplicado para melhorar a nutrição, o vestuário, a habitação,
a vida em sociedade, a atividade nos negócios na maneira de viver em geral.
Estando convencido que o estudo desse princípio, em toda a sua grandeza e
generalidade, era muito mais importante e vital do que a simples prática de
uma luta. Realmente, a verdadeira inteligência deste princípio não nos permite
aplicá-lo somente na arte e na técnica de lutar, mas também nos presta
grandes serviços em todos os aspectos da vida. Segundo Jigoro Kano(1932),
não é somente através do judô que podemos alcançar este princípio. Podemos
chegar à mesma conclusão por uma interpretação das operações cotidianas,
através de um raciocínio filosófico.
14
*Princípios da prosperidade e benefícios mútuos (Jita Kyoie)
Diz respeito à importância da solidariedade humana para o melhor bem
individual e universal. Achava ainda que a idéia do progresso pessoal devia
ligar-se a ajuda ao próximo, pois acreditava que a eficiência e o auxílio aos
outros criariam não só um atleta melhor como um ser humano mais completo.
*Princípio da suavidade (Ju)
Ju ou suavidade, é o mais diretamente físico, mas que no entender de
Jigoro Kano deveria ser levado ao plano intelectual. Ele mesmo nos explica
este terceiro princípio durante um discurso proferido na University of Southern
Califórnia, por ocasião das Olimpíadas de 1932: "Deixem-me agora explicar o
que significa, realmente esta suavidade ou cedência. Supondo que a força do
homem se poderia avaliar em unidades, digamos que a força de um homem
que está na minha frente é representada por dez unidades, enquanto que a
minha força, menor que a dele, se apresenta por sete unidades. Então se ele
me empurrar com toda a sua energia, eu serei certamente impulsionado para
trás ou atirado ao chão, ainda que empregue toda minha força contra ele. Isso
aconteceria porque eu tinha usado toda a minha força contra ele, opondo força
contra força. Mas, se em vez de o enfrentar, eu cedesse a força recuando o
meu corpo tanto quanto ele o havia empurrado mantendo, no entanto, o
equilíbrio então ele inclinar-se-ia naturalmente para frente perdendo assim o
seu próprio equilíbrio. Nesta posição ele poderia ter ficado tão fraco, não em
capacidade física real, mas por causa da sua difícil posição, a ponto de a sua
força ser representada, de momento, por digamos apenas três unidades, em
vez das dez unidades normais. Entretanto eu, mantendo o meu equilíbrio
conservo toda a minha força tal como de início, representada por sete
unidades. Contudo, agora estou momentaneamente numa posição vantajosa e
posso derrotar o meu adversário utilizando apenas metade da minha energia,
isto é, metade das minhas sete unidades ou três unidades e meia da minha
energia contra as três dele. Isso deixa uma metade da minha energia
15
disponível para qualquer outra finalidade. No caso de ter mais força do que o
meu adversário poderia sem dúvida empurrá-lo também. Mas mesmo neste
caso, ou seja, se eu tivesse desejado empurrá-lo igualmente e pudesse fazê-
lo, seria melhor para eu ter cedido primeiro, pois procedendo assim teria
economizado minha energia." ( retirado do site www.judobrasil.com.br em
15/06/2007).
16
CAPÍTULO II
A PSICOMOTRICIDADE
2.1- Conceitos
“La psychomotricité est lê désir de faire, du vouloir faire; le savoir faire
et lê pouvoir faire” ( Defontaine, Apud Campos, 1997).
O termo psicomotricidade apareceu pela primeira vez com Dupré em 1920
significando um entrelaçamento da ação motora e o pensamento, com isso devemos
levar significativa consideração que desde 1909 Dupré chamava a atenção de seus
alunos sobre o desequilíbrio motor e a estreita relação entre as anomalias psicológicas
e as anomalias motrizes.
Segundo Fátima Alves(2006), a psicomotricidade “ desenvolve o aspecto
comunicativo do corpo, o que equivale a dar ao indivíduo a possibilidade de dominar o
seu corpo, de economizar sua energia, de pensar sobre seus gestos afim de aumentar-
lhes a eficácia e a estética, de completar e aperfeiçoar seu equilíbrio”, portanto, a
psicomotricidade é uma técnica que se dirige, pelo exercício do corpo e do movimento
considerando o ser humano de uma maneira holística.
Marleau-Ponty ( 1971,p. 113), em sua visão própria ultrapassa a divisão dualista
entre corpo e mente. Para ele o ser é uma realidade corporal, ele é o seu corpo, é uma
“ subjetividade encarnada”, portanto, no momento de ação que o corpo atinge sua
expansão completa, a análise da ação dos movimentos nos permite compreendê-lo
melhor.
Wallon afirma que é “ sempre a ação motriz que regula o aparecimento e o
desenvolvimento das formações mentais” ( op.cit.-p.17). Porém, concordamos
com a autora Campos(1997) que recorre a uma citação de Ajuriaguerra que diz
(...) exclusivamente ao estudo de um “ homem motor”. Isto conduziria a
considerar a motricidade como uma simples função instrumental de valor
puramente efetuador e dependente da mobilização de sistemas por uma força
17
estranha a eles, quer seja exterior ou interior ao indivíduo, despersonalizando,
assim, completamente a função motora (1980,p.211).
2.1.1-Conceito funcional
“As condutas funcionais referem-se àquelas cuja ação, qualidade e
mensuração são possíveis de ser percebidas e que conjuntamente formam a
integralização motora do ser humano num espaço e num tempo enquadrado”
( Apud Campos, 1997).
2.2- O equilíbrio do corpo
O equilíbrio do corpo humano é o equilíbrio de vários componentes entre
si: equilíbrio entre osso, gravidade e músculos, e equilíbrio entre flexores e
extensores (Beziérs, 2000).
O equilíbrio é a base de toda coordenação dinâmica global. É a noção
de distribuição do peso em relação ao espaço e a um tempo em relação ao
eixo de gravidade.
O equilíbrio depende essencialmente do sistema labiríntico e do sistema
plantar, este envolve a integração complexa das forças musculares, das
informações sensoriais neurológicas recebidas dos mecanorreceptores e das
informações biomecânicas.
A capacidade de equilibrar e manter a estabilidade postural é essencial
para adquirir ou readquirir as habilidades motoras complexas, embora a
manutenção do equilíbrio na posição em pé possa parecer uma habilidade
motora bastante simples, essa façanha não pode ser menosprezada. Fraqueza
muscular, alterações na acuidade proprioceptiva podem desafiar a capacidade
de um indivíduo em manter seu centro de gravidade dentro da base de
sustentação corporal.
O equilíbrio é o componente mais importante para a seleção de
estratégias de movimento em cadeia cinética fechada, embora o equilíbrio seja
freqüentemente considerado um processo estático, é, na verdade um processo
dinâmico que envolve vias neurológicas múltiplas.
18
2.3- O equilíbrio e sua relação com a cadeia cinética
fechada
O equilíbrio é o processo de manutenção do centro de gravidade dentro
da base de suporte corporal ( Prentice, 2001).
O centro de gravidade do corpo humano é bastante elevado localizando-
se logo acima da pelve. Muitos fatores estão envolvidos na manutenção do
equilíbrio e um dos componentes freqüentemente esquecidos, é o papel do
equilíbrio na cadeia cinética.
A compreensão do sistema de controle postural e da teoria de cadeia
cinética ajuda a determinar o seu papel na manutenção do equilíbrio.
O ato de manter o equilíbrio está associado a cadeia cinética fechada,
uma vez que o pé se encontra fixado na base de suporte.
A coordenação dos movimentos posturais automáticos durante o ato de
equilibrar-se não é determinada unicamente pela atuação dos músculos
próximos da articulação.
2.4- A avaliação do equilíbrio
Vários métodos de avaliação clínica do equilíbrio foram propostos
(Prentice, 2001).
Muitas técnicas foram criticadas por oferecerem apenas uma
mensuração subjetiva do equilíbrio, em lugar da mensuração objetiva.
A avaliação do equilíbrio semidinâmico e dinâmico pode ser realizada
com os testes funcionais de alcance, muitos deles são criticados por não
quantificarem o equilíbrio de maneira adequada, já que simplesmente relatam
a quantidade de tempo em que uma determinada postura é mantida.
Para uma avaliação objetiva, existem sistemas e métodos práticos e
econômicos por meios da análise da estabilidade postura, portanto, existe a
possibilidade de avaliar e identificar anormalidades, isolar vários sistemas,
19
desenvolver curvas de recuperação baseadas nas medidas objetivas deste
teste .
2.5-As áreas psicomotoras
As áreas psicomotoras são compostas pelas seguintes definições:
coordenação dinâmica global, coordenação motora fina, equilíbrio, percepção,
comunicação e expressão, orientação espacial, lateralidade. Sendo que alguns
autores diferenciam os tópicos e até acrescentam outras nomenclaturas para
subdividir estes conceitos.
Neste estudo, definiremos por motivos de objetividade as áreas a seguir:
equilíbrio- “o equilíbrio do corpo humano é um equilíbrio de vários
componentes que interferem entre si: equilíbrio entre osso-gravidade e
músculos, e equilíbrio entre flexores e extensores” ( Béziers M.M-2000, p.123).
Pode ser considerado como uma boa noção de distribuição do peso em
relação ao espaço e ainda subdividido em estático e dinâmico, sendo o
estático “o mais abstrato e que exige muita concentração, contudo, seu
controle é importantíssimo para uma futura e adequada aprendizagem“
( Apud Campos, 1997) e o dinâmico “estando em estreita relação com a
constituição estato-ponderal, com as funções tônico motoras, com os membros
e os órgãos, tanto os sensoriais como os motores” ( Apud Campos, 1997).
Coordenação dinâmica global (Apud Campos, 1997) considera como “a
possibilidade de controle dos movimentos amplos do nosso corpo”. É o
envolvimento amplo com todo o corpo.
Coordenação motora fina é considerada como a capacidade de
controlar os pequenos músculos para exercícios refinados , engloba
movimentos dos pequenos músculos em harmonia.
20
2.6- Problemas de aprendizagem
Crianças com dificuldade de aprendizagem segundo ( Mendes, Nelson-
p.283,1982) “ apresentam normalmente o seguinte perfil de comportamento:
problemas psicomotores, emocionais, perceptivos, de simbolização, atenção,
memória” e ainda cita neste mesmo estudo que os problemas psicomotores
são decorrentes ou relacionados com problemas de hiper-atividade ou hipo-
atividade, tonicidade. Problemas de lateralização, equilíbrio, dissociações e
coordenação de movimentos, alterações da sua imagem corporal e deficiente
estruturação do espaço e do ritmo.
Pode muitas vezes apresentar um comportamento de perseverança,
caracterizado por dificuldade de inibição e excessiva repetição de problemas
comportamentais psicomotores.
2.7- Observação psicomotora
A observação psicomotora ( OPM) procura captar a personalidade
psicomotora da criança, relacionando o produto final do ato motor com os
aspectos objetivos e subjetivos a ele inerentes ( Ajuriaguerra, 1962).
Nesse aspecto o ato motor não é apenas encarado no seu componente
eferente, mas sim como resultado final de funções psíquicas superiores. Onde
os aspectos objetivos e os subjetivos se interpenetram ( Fonseca,1976). Sendo
assim, concordamos e consideramos significativamente a introdução de uma
observação psicomotora (OPM) em todos os níveis do aprendizado esportivo
ou educacional “ na OPM, motricidade e psicomotricidade não se opõem, nem
se reduzem mutuamente, porque na primeira está em causa o equipamento
neurológico e na segunda o seu funcionamento “ (Fonsecap.263,1987).
No entanto, deve-se tomar cuidado pois sinais psicomotores que
parecem ser óbvios podem ser fatores de engano até mesmo para
observadores experientes.
21
Com a adoção dessas estratégias podemos atingir um processo
sistemático de diagnóstico. Cuja reavaliação no tempo nos conduz a um
acompanhamento longitudinal da criança, podendo ao mesmo tempo, medir,
contínua e dialeticamente, se os objetivos terapêuticos formulados estão ou
não a ser conquistados ( Fonseca p.271,1987). Seguindo este manual de
significativo valor a perspectiva de crescimento e desenvolvimento que surge a
partir da OPM nos permite a potencializar todas as condições envolvidas com o
objetivo a ser seguido e as necessidades específicas de cada um
possibilitando assim uma modificação intrínseca e psicomotora.
22
CAPÍTULO III
O JUDÔ NO DESENVOLVIMENTO DO EQUILÍBRIO
3.1- Capacidades motoras no Judô
Segundo Franquini (2001,pág.139), algumas capacidades motoras
propostas por Fleishman parecem ser bastante importantes para o
desempenho do Judô, como coordenação multimembros; integração de
respostas e equilíbrio dinâmico. Porém, será considerado apenas a avaliação
do equilíbrio em um praticante de Judô, com isso, constatamos que o mesmo é
uma capacidade motora essencial para a prática do esporte, e pressupõe-se
que o praticante do Judô poderá desenvolver o equilíbrio com a prática
regular, pois (Franquini -2001) considera que como o objetivo principal no
Judô é arremessar o adiversário, torna-se evidente que o equilíbrio é um
aspecto fundamental dessa modalidade. Os objetivos atuais das lutas foram
ampliados, portanto deve-se observar o quanto é importante o trabalho de
base. WEINECK (1999) observa que a “criança não é um adulto em miniatura;
seu crescimento tem proporções diferentes referentes ao adulto. Portanto seu
treinamento deve ocorrer de forma diferenciada respeitando seu processo de
amadurecimento.As aulas de lutas possuem um enfoque direcionado, ao
tecnicismo, ou seja, o movimento motor específico das lutas ou a robotização
dos mesmos.Acredita-se que as lutas possam ser um meio disciplinador, como
os pais tanto desejam, mas deve ser desenvolvida não apenas com intuito
disciplinar. Porém, o que se defende e propõe, é que seja desenvolvido numa
visão holística.No entanto, podemos afirmar que a introdução da recreação e
do trabalho lúdico encontramos maneiras diferentes de trabalhar, mesmo
observando casos ou sintomas iguais, a integração das áreas pedagógicas é
uma característica marcante do trabalho recreativo.O trabalho lúdico em uma
aula de Judô ajuda no desenvolvimento da motricidade da criança, além de
estimular e motivar a participação nas aulas, estabelece um vínculo afetivo
entre aluno e professor e auxilia de maneira eficaz na introdução nos
23
movimentos básicos necessários para a execução de movimentos primordiais
para a manutenção de uma vida menos dependente.O Judô é mais que um
esporte do físico, ele pretende ser também uma filosofia, que valoriza a
inteligência e o culto à verdade. Assim o desenvolvimento espiritual desta arte
deverá ser tão ou mais importante que o objetivo de vencer as lutas. Da
mesma forma que se exercitam os músculos menos desenvolvidos ou mais
importantes para a execução de um determinado golpe, também se estuda e
se determinam quais os pontos fracos da personalidade, seja ele o medo, a
falta de confiança, a falta de vontade, a angústia, a ansiedade, a falta de
controle ou nervosismo e, então, com o mesmo esmero, que se dedica o
desenvolvimento e aprimoramento da personalidade e do espírito. Só assim,
pratica-se o verdadeiro conceito do Judô em toda sua extensão. Podemos
assim, considerar o Judô aliado a uma situação cooperativa e uma visão
holística como uma ferramenta de precisão cirúrgica no processo de
crescimento e desenvolvimento da criança.
3.2- Benefícios do Judô para crianças
Os objetivos atuais das lutas foram ampliados, portanto deve-se
observar o quanto é importante o trabalho de base. WEINECK (1999) observa
que a “criança não é um adulto em miniatura; seu crescimento tem proporções
diferentes referentes ao adulto. Portanto seu treinamento deve ocorrer de
forma diferenciada respeitando seu processo de amadurecimento.
As aulas de lutas possuem um enfoque direcionado, ao tecnicismo, ou
seja, o movimento motor específico das lutas ou a robotização dos mesmos.
Acredita-se que as lutas possam ser um meio disciplinador, como os
pais tanto desejam, mas deve ser desenvolvida não apenas com intuito
disciplinar. Porém, o que se defende e propõe, é que seja desenvolvido numa
visão holística. No entanto, podemos afirmar que a introdução da recreação e
do trabalho lúdico encontramos maneiras diferentes de trabalhar, mesmo
observando casos ou sintomas iguais, a integração das áreas pedagógicas é
uma característica marcante do trabalho recreativo.
24
O trabalho lúdico em uma aula de Judô ajuda no desenvolvimento da
motricidade da criança, além de estimular e motivar a participação nas aulas,
estabelece um vínculo afetivo entre aluno e professor e auxilia de maneira
eficaz na introdução nos movimentos básicos necessários para a execução de
movimentos primordiais para a manutenção de uma vida menos dependente.
O Judô é mais que um esporte do físico, ele pretende ser também uma
filosofia, que valoriza a inteligência e o culto à verdade. Assim o
desenvolvimento espiritual desta arte deverá ser tão ou mais importante que o
objetivo de vencer as lutas.
Da mesma forma que se exercitam os músculos menos desenvolvidos
ou mais importantes para a execução de um determinado golpe, também se
estuda e se determinam quais os pontos fracos da personalidade, seja ele o
medo, a falta de confiança, a falta de vontade, a angústia, a ansiedade, a falta
de controle ou nervosismo e, então, com o mesmo esmero, que se dedica o
desenvolvimento e aprimoramento da personalidade e do espírito. Só assim,
pratica-se o verdadeiro conceito do Judô em toda sua extensão.
Podemos assim, considerar o Judô aliado a uma situação cooperativa e
uma visão holística como uma ferramenta de precisão cirúrgica no processo de
crescimento e desenvolvimento da criança.
3.3- Sistema de controle postural
Para falar do equilíbrio é indispensável a avaliação deste sistema que
segundo Prentice ( 2001), este sistema utiliza processos complexos, que
incluem componentes sensoriais e motores.
Na execução da maioria dos movimentos da vida requer a estabilização
do pé e a transferência de peso controladas e ainda assim verificamos a
posição do corpo em relação a gravidade e ao ambiente. É percebida pela
combinação das informações visuais, vestibulares e somatosenssoriais.
25
3.4- Controle do equilíbrio
Prentice ( 2001) afirma que o corpo humano é uma estrutura muito
grande equilibrada sobre uma base pequena, e seu centro de gravidade está
em um nínel bastante elevado, logo acima da pelve.
Verificamos que o controle deste equilíbrio envolve uma complexa rede
de conexões e centros neurais que se relacionam por intermédio dos
mecanismos de feedback periféricos e centrais.
3.5- A somatossensação e sua relação com o equilíbrio
Prentice ( 2001) define somatossensação como uma variação
especializada do tato.
Portanto observamos que a somatossensação e o equilíbrio trabalham
juntos e o sistema de controle postural utiliza informações sensoriais ligadas ao
movimento e a postura.
3.6- A alteração do equilíbrio
Este pode ser considerado um grande objetivo de uma luta de judô, com
isso, consideramos esta definição de suma importância para que este objetivo
possa ser alcançado.
Para evitar uma queda, o corpo deve se corrigir levando o centro de
gravidade para dentro de limites seguros e estáveis.
3.7- Estratégias de movimento
Quando ocorre um desequilíbrio o corpo coordena ações de articulações
da extremidade para a volta do centro de gravidade a uma posição estável, no
geral, a eficácia dessas estratégias para a reestabilização depende da
26
configuração da base e outros componentes como a velocidade do movimento
postural e do alinhamento do centro de gravidade.
3.8- Treinamento de equilíbrio
O desenvolvimento de um programa para treinamento do equilíbrio é
vital para uma manutenção da vida diária, prática esportivae uma vida
saudável.
Prentice (2001) sugere exercícios seguros e desafiadores, a
incorporação de uma abordagem multissensorial e a progressão para
exercícios específicos do esporte e os protocolos utilizados são baseados no
tempo de duração.
27
CONCLUSÃO
A partir deste estudo pude analisar a prática do judô como
possibilidade no desenvolvimento do equilíbrio e sua relevância no
desenvolvimento humano.
Avalio que o equilíbrio é o componente mais importante para a seleção
de estratégias de movimento e a manutenção através da prática do judô é vital
para um desenvolvimento psicomotor.
No entanto, não tenho a intenção de fechar o assunto, mas sim
incentivar a pesquisa para que novas informações possam ser acrescentadas.
28
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ALTHUSSER, L. Ideologia e aparelho ideológico do Estado. Lisboa: Presença,
s/d.
Fonseca, Vítor da e Mendes, N. Escola, escola, quem és tu?, Perspectivas
psicomotoras do desenvolvimento humano, Porto Alegre: Editora Artes
Médicas, 1987.
Franquini, Emerson, Judô- Desempenho Competitivo, SP; Manole, Editora,
2001.
Gallahue, David L., Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês,
crianças, adolescentes e adultos / David L. Gallahue, John C. Ozmun, SP:
Phorte Editora, 2001.
Merleau- Ponty. Phénoménologie de la perception. Paris. Gallimard.2002
[1945]
Oliveira, Gislene de Campos, Psicomotricidade: edução e reeducação num
enfoque psicopedagógico/ Gislene de Campos Oliveira- Petrópolis, RJ: Vozes,
1997.
S. Piret- M.M. Béziers, A Coordenação Motora ( Aspecto Mecãnico da
organização psicomotora do homem) Syemus, Editora, 2ª edição.
Willian. E. Prentice, PHD.,P.T., A.T.C, Técnicas de reabilitação em Medicina
desportiva, Editora: Manole.
29
www.judobrasil.com.br ( Educação através da prática esportiva: missão
impossível?, Ana Maria Capitanio).
30
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I 9
O JUDO
1.1 – O nascimento do Judô 10
1.2 – O surgimento do Judô no Brasil 11
1.3− O judô brasileiro é japonês de origem 12
1.4−Os três princípios básicos do judô 13
CAPÍTULOII 16
A PSICOMOTRICIDADE
2.1− Conceitos 16
2.1.1− Conceito funcional 17
2.2− O equilíbrio do corpo 17
2.3− O equilíbrio e sua relação com a cadeia cinética fechada 18
2.4− A avaliação do equilíbrio 18
2.6− Problemas de aprendizagem 20
CAPÍTULO III 22
O JUDO NO DESENVOLVIMENTO DO EQUILÍBRIO
3.1− Capacidades motoras no judô 22
3.2− Benefícios do judô para crianças 23
3.3− Sistema de controle postural 24
3.4− Controle do equilíbrio 25
31
3.5− A somatossensação e sua relação com o equilíbrio 25
3.6− A alteração do equilíbrio 25
3.7− Estratégias de movimento 25
3.8− Treinamento de equilíbrio 26
CONCLUSÃO 27
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 28
ÍNDICE 30
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FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes.
Título da Monografia: O judô como possibilidade no desenvolvimento do
equilíbrio.
Autor: Rodrigo Saint- Clair Freitas da Cunha.
Data da entrega: 28/07/2007
Avaliado por: Prof. Ms. Fabiane Muniz.
Conceito: