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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS–GRADUAÇÃO “LATO–SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A proposta pedagógica na Construção de Conhecimento Crítico ORIENTADORA PROFª MARIA ESTHER DE ARAÚJO DE OLIVEIRA Robcleia Palhares da Silva Carneiro Junho- 2003 Supervisão Educacional Turma 470

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS–GRADUAÇÃO “LATO–SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A proposta pedagógica na Construção de

Conhecimento Crítico

ORIENTADORA

PROFª MARIA ESTHER DE ARAÚJO DE OLIVEIRA

Robcleia Palhares da Silva Carneiro

Junho- 2003 Supervisão Educacional

Turma 470

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS–GRADUAÇÃO “LATO–SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A proposta pedagógica na Construção de

Conhecimento Crítico

Objetivos:

• Analisar legalmente e na prática,

como as propostas pedagógicas

podem contribuir para a construção

de conhecimento.

• Apresentar uma proposta

pedagógica que atenda aos novos

paradigmas da Educação, para a

formação de cidadãos mais críticos.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, pelo exemplo que me

deram para eu aprender a lutar na vida ao

meu marido por ter segurado muitas

“ondas” e apoiando nossas filhas nesses

momentos de conseqüente ausência. E a

Deus por me dar saúde para tantas

conquistas.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho às minhas filhas

Sarah Maria e Maria Clara, minhas “tietes”,

que são meus grandes motivos para

continuar crescendo.

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“Uma proposta pedagógica é um caminho não é

um lugar... toda proposta contém uma aposta.

Nasce de uma realidade que pergunta e é

também busca de uma resposta. É, pois, um

diálogo. Toda proposta é situada: traz consigo o

lugar de onde fala e a gama de valores que a

constitui; traz também as dificuldades que

enfrenta, os problemas que precisam ser

superados e a direção que a orienta...”

Sônia Kramer

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RESUMO

Na vida de hoje não quer mais pessoas convergentes, quer pessoas

criativas, que saibam pesquisar, buscar.

Com o avanço tecnológico, o acesso às informações é direto e rápido,

logo, as informações se tornam obsoletas e os problemas propostos pela

vida atual são problemas de fim de século e exigem que as pessoas tenham

capacidade de raciocínio rápido e condições de saber lidar com o novo.

Para tanto, é necessário que as escolas e os profissionais que atuam

nela não privilegiem apenas o saber acadêmico mas também valorizar a

inteligência emocional e o desenvolvimento holístico dos educandos.

A brincadeira é uma forma privilegiada de aprendizagem. Na medida

que vão crescendo, as crianças trazem para as suas brincadeiras o que

vêem, escutam, observam e experimentam. As brincadeiras ficam mais

interessantes quando as crianças podem combinar os diversos

conhecimentos a que tiveram acesso. Nessas combinações, muitas vezes

inusitadas aos olhos dos adultos, as crianças revelam suas visões do

mundo, suas descobertas.

As crianças precisam de tempo, espaço, companhia e material para

brincar. Quanto mais as crianças vejam, ouçam ou experimentem, quanto

mais aprendam e assimilem, quanto mais elementos reais disponham em

suas experiências, tanto mais considerável e produtiva será a atividade de

sua imaginação. A escola pode e deve reunir todos esses fatores e o papel

do professor é fundamental, tornando as aulas encontros únicos dos quais

professores e alunos jamais se esquecerão.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

CAPÍTULO I

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A PRÁTICA ESCOLAR 10

1.1 – A Prática Docente 11

1.2 – A Ação Discente 11

CAPÍTULO II 12

NOVOS PARADIGMAS PARA A EDUCAÇÃO 13

2.1 – Os Novos Paradigmas 14

CAPÍTULO III 17

BRINCADEIRA É COISA SÉRIA 18

3.1 – A Importância do Brincar 18

3.2 – Vygotsky – Brincar também é social 22

CAPÍTULO IV 26

TRABALHANDO AS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS 27

4.1 – Tipos de inteligência 27

4.2 – Como trabalhar essas inteligências em sala de aula? 29

4.3 – Outra inteligência relevante: Inteligência Emocional 31

CAPÍTULO V 34

PEDAGOGIA DE PROJETOS 35

5.1 – Estrutura do Projeto 36

5.2 – A Prática da Pedagogia de Projetos 38

CONCLUSÃO 40

BIBLIOGRAFIA 42

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INTRODUÇÃO

Este trabalho surgiu da necessidade de um estudo a cerca de uma

Proposta Pedagógica para a construção do conhecimento crítico e a

importância de desenvolvê-la desde a Educação Infantil.

Sabe-se que a criança se desenvolve através da aprendizagem junto

ao seu meio familiar, ao grupo social a que pertence e ou de forma

sistemática na escola.

Percebe-se que é um aspecto relevante, praticar uma aprendizagem

que parta dos conhecimentos prévios dos alunos, suas relações com o meio

e aplicação dos conteúdos contextualizados e conseqüentemente

significativos para os alunos.

Através de uma abordagem multidisciplinar, em consonância com os

Parâmetros Curriculares Nacionais objetiva-se estabelecer uma relação

entre a arte, a recreação (jogo e brincadeiras) e cognição.

Com base em algumas reflexões, estudo de teorias, levantamento de

dados, pode-se entender que para se trabalhar construção do conhecimento

e atender perspectiva de uma educação integral, a proposta que melhor

desenvolve os pilares da educação estabelecidos pela UNESCO, ou seja, a

Pedagogia de Projetos.

Com vista a atender aos princípios e fim da educação nacional, a Lei

de Diretrizes e Bases da Educação prevê: “A educação, dever da família e

do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de

solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do

educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para

o trabalho”, no título II em seu 2º artigo.

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CAPÍTULO I

A PRÁTICA ESCOLAR

“Uma escola, muitas culturas.”

Moacir Gadoni

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A PRÁTICA ESCOLAR

A prática escolar é diferente de outras práticas educativas, como as

que ocorrem na família, no trabalho, na mídia, lazer e demais formas de

vivências, pois trata-se de uma ação intencional, sistemática, planejada com

continuidade durante extenso espaço de tempo.

Com o objetivo de formar cidadãos capazes de atuar com

competência é necessário trabalhar com conteúdos que estejam de acordo

com as questões sociais, que envolvem a vida do aluno. Desenvolvendo

competências básicas tais como: domínio da leitura, da escrita e diversas

linguagens utilizadas pelo homem; fazer cálculos e resolver problemas.

(PCNs /MEC, 1997)

No firme propósito de construir conhecimento, a escola precisa

valorizar a cultura de sua própria comunidade, buscando ultrapassar limites

permitindo que crianças dos diversos grupos sociais tenham acesso ao

saber.

Neste novo cenário da educação será preciso reconstruir o saber da

escola e a formação do educador. Não haverá um papel cristalizado tanto

para a escola quanto para o educador. Em vez de arrogância de quem se

julga dono do saber, o professor deverá ser mais criativo e aprender com o

aluno e com o mundo. Numa época de violência, de agressividade, o

professor deverá promover o entendimento com os diferentes e a escola

deverá ser um espaço de convivência onde os conflitos são trabalhados.

A formação escolar deve propiciar o desenvolvimento de

capacidades, de modo a favorecer a compreensão e a intervenção nos

fenômenos sociais e culturais, assim como possibilitar aos alunos usufruir

das manifestações culturais nacionais e universais.

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1.1- A Prática Docente

O professor é visto como facilitador no processo de busca de

conhecimento, cabendo-lhe organizar e coordenar as situações de

aprendizagem, adaptando suas ações das características individuais dos

alunos, para desenvolver mais capacidades e habilidades intelectuais.

O professor deve ter propostas claras sobre o que, quando e como

ensinar, e avaliar para possibilitar o planejamento de atividade de ensino de

maneira adequada e coerente com seus objetivos. Em vez de despejar

conteúdos em frente à classe, ele agora pauta seu trabalho no jeito de fazer

a garotada desenvolver formas de aplicar esse conhecimento no dia-a-dia.

Desta forma, conforme a visão de Antonio Nóvoa: o desafio do

profissional da área escolar é manter-se atualizado sobre as novas

metodologias de ensino e desenvolver práticas pedagógicas eficientes,

quebrando a idéia de que para ensinar bem é preciso ter vocação

sacerdotal.

1.2- A Ação Discente

O centro da atividade escolar não é o professor nem os conteúdos

trabalhados, mas o aluno, participando de forma ativa e curiosa.

Sabendo-se que os alunos não contam exclusivamente com o

contexto escolar para a construção de conhecimento, é importante que a

escola considere e integre as influências sociais ao trabalho.

“O docente abandona o papel de transmissor de conteúdos para se

transformar num pesquisador. O aluno por sua vez, passa de receptor

passivo a sujeito do processo.” (Fernando Hernández – Nova Escola,

agosto/2002)

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CAPÍTULO II

NOVOS PARADIGMAS PARA A

EDUCAÇÃO

“Se quisermos alunos competentes, teremos de ir além

do ensino para memorização de conceitos abstratos.”

Guiomar Namo de Mello

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NOVOS PARADIGMAS PARA A EDUCAÇÃO

O mundo mudou ... e a educação também!

É tudo muito rápido! Novas tecnologias surgem a cada dia, antes

mesmo da anterior ser dominada.

As informações estão disponíveis a qualquer um, basta digitar uma

senha e entrar na internet!

O mercado quer profissionais ágeis e inteligentes, aptos a dar

soluções rápidas aos problemas, capazes de se adaptar às novas

tecnologias que diariamente estão a disposição das empresas. O ensino não

pode mais se basear somente na memorização de datas, fatos e fórmulas.

Os PCN’S incluíram uma nova palavra de ordem na educação

nacional: desenvolver saberes e habilidades para resolver que forma

satisfatória as situações que surgirem em seu dia-a-dia.

As instituições buscam montar o currículo partindo do conhecimento

da realidade do aluno e de suas necessidades de aprendizagem, adequando

e selecionando os conteúdos das disciplinas. Atendendo as competências

básicas e que, uma vez desenvolvidas, o indivíduo estará com mais

possibilidade de enfrentar qualquer problema que apareça.

Estas competências são: o domínio da leitura, a escrita, e as diversas

linguagens utilizadas pelo homem, fazer cálculos e resolver problemas,

analisar, sintetizar e interpretar dados, fatos e situações, compreender o seu

entorno social e atuar sobre ele, receber criticamente os meios de

comunicação, localizar, acessar e usar melhor a informação acumulada,

planejar, trabalhar e decidir em grupo.

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2.1- Os Novos Paradigmas

A professora Guiomar Namo de Mello, Diretora Executiva da

Fundação Victor Civita e membro do Conselho Nacional de Educação,

apresentou os novos paradigmas da educação em palestra no 3º Seminário

Internacional de Educação – São Paulo (2003):

A-) Princípios Filosóficos:

- Direito de Aprender.

- A Estética da Sensibilidade, a Política da Igualdade e a Ética da

Identidade estarão presentes em todos os trabalhos.

B-) Conteúdos:

- Um meio para desenvolver competências.

Que são de acordo com as idéias de Philippe Perrenoud (2002)

“conjunto de saberes para solucionar com eficácia uma série de

situações.”

C-) Conhecimento:

- Integrado pelo trabalho interdisciplinar e pela contextualização.

- Privilegia a construção de conceitos e o entendimento.

- Teoria e prática aplicadas ao cotidiano do aluno.

- Ênfase na produção e sistematização do sentido.

Contrapondo com o ensino fragmentado tão criticado por Edgar Morin

(2002).

D-) Currículo:

- Integrado, vivo e em rede, proporcionando a oportunidade de

conhecer, fazer, relacionar, aplicar e transformar.

Sendo organizado por projetos de trabalho com atuação conjunta de

alunos e professores de acordo com a visão de Fernando Hermández

(2002).

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E-) Organização Curricular:

- Por áreas do conhecimento.

- Por eixo organizador.

- Por tema gerador.

- Por conjunto de competências.

“O melhor jeito de organizar o currículo escolar é por projetos

didáticos”. (Fernando Hernández – Nova Escola, agosto/2002)

F-) Sala de Aula:

- Espaço privilegiado de reflexão, de situações de aprendizagem

vivas e enriquecedoras.

G-) Atividades:

- Centrada em projetos de trabalho e na resolução de problemas

para desenvolver competências.

- Pesquisa – busca de informações em várias fontes para a

resolução de uma determinada situação – problema com

espontaneidade e criatividade. Sabendo-se o que importa é o que

o aluno efetivamente aprende, não o conteúdo transmitido pelo

professor, baseando-se no pensamento de César Coll sobre a

aprendizagem.

H-) Professor:

- Facilitador da aprendizagem do aluno.

- Facilitador da construção de sentidos.

- Gerenciador da informação.

- Reflexivo.

- Avalia e ressignifica sua prática pedagógica.

- Incentivador da estética, da sensibilidade, zela pela política da

igualdade e pela ética da entidade; bem como ser responsável por

sua formação, uma característica tão defendida por Antônio

Nóvoa.

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I-) Aluno:

- Ativo e participativo na construção do seu conhecimento.

J-) Avaliação:

- Formativa e diagnóstica do ensino e aprendizagem.

- Aponta dificuldades e possibilita a intervenção pedagógica.

- Gera dados que possibilitam avaliar o desenvolvimento das

competências.

“Avaliação escolar, hoje, só faz sentido se tiver o intuito de buscar

caminhos para a melhor aprendizagem.” (Jussara Hoffmann,

agosto/2002)

K-) Livro Didático:

- Um entre vários recursos didáticos (jornais, revistas, vídeos,

computador, CD – roons, objetos do cotidiano).

Acabou-se o tempo em que só um ensinava e vários aprendiam,

sempre a mesma coisa do mesmo jeito. É hora de formar pessoas

completas, capazes de viver a própria vida por inteiro. O desafio está

lançado.

Sai a “linha de montagem” (educação tinha o livro didático como

verdade absoluta), entra em cena uma rede de relações (baseada no

conceito de competências).

Em vez de especialista em conteúdos, precisamos de pessoas

compromissadas com as idéias de que todos aprendemos sem parar.

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CAPÍTULO III

BRINCADEIRA É COISA SÉRIA

“Aprender tem de ser divertido”

Moema Rezende Pereira Prof. Nota 10. Prêmio Victor Civita

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BRINCADEIRA É COISA SÉRIA

É muito importante perceber o significado do brincar para a criança.

Na atual sociedade, os brinquedos estão cada vez mais sofisticados e visam

mais a satisfação do mundo adulto do que das necessidades infantis. É

necessário que se conheçam as necessidades do desenvolvimento infantil

para proporcionar as oportunidades de que nossas crianças tanto precisam.

Através da brincadeira, a criança cria uma ponte do imaginário para o

real e manipula a realidade. É brincando de casinha que ela consegue

entender as emoções que vivencia na realidade. Ao brincar, ela explora

suas emoções, cria as hipóteses necessárias para o entendimento do que

antes lhe parecia tão difícil.

O brinquedo é parte integrante da vida da criança. Ao brincar organiza

seu pensamento, faz uso da linguagem e da sua criatividade.

3.1- A Importância do Brincar

Analisar a importância do brincar, do brinquedo, do jogo, nesse

processo, vai nos auxiliar a entender o quanto é importante usarmos esses

recursos em nossas atividades pedagógicas.

3.1.1 Piaget – O jogo na hora certa

O brinquedo estimula a representação da realidade; ao representá-la

a criança estará vivendo algo ou alguma situação remota e irreal naquele

momento. Um exemplo é o fato de que, ao brincar de casinha, ao

representar o papai, a mamãe, a filhinha e, ao conversar com o seu

coleguinha e com a sua boneca, vai reproduzir diálogos que presenciou. Vai

repetir o modo pelo qual os adultos ali representados a tratam e como

conversam com ela.

De acordo com Piaget (1999), o desenvolvimento da inteligência está

voltado para o equilíbrio; a inteligência é adaptação. O homem estaria

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sempre buscando uma melhor adaptação ao ambiente. Dessa forma

podemos entender a importância do brincar para o desenvolvimento da

criança.

Através da brincadeira a criança se apropria de conhecimentos que

enriquecerão sua ação sobre o meio em que se encontra. Desta forma pode-

se entender a importância do brincar para o desenvolvimento da criança.

“Para Piaget (1971), quando brinca, a criança assimila o mundo à sua maneira, sem compromisso com a realidade, pois sua interação com o objeto não depende da natureza do objeto, mas da função que a criança lhe atribue.” [Kishimoto, org. (1999, p.59)]

3.1.2 Até dois anos – Brincando e interagindo com o mundo

O corpo é o primeiro brinquedo utilizado pela criança; desde os

primeiros meses de vida ela explora seu corpo e a partir dele começa a

conhecer os estímulos externos. A partir dos seis meses a criança começa a

perceber objetos ao seu redor como os móbiles, os sons que produzem ao

serem sacudidos, desviando o foco de atenção do próprio corpo.

3.1.3 De dois a sete anos – Brincando e entendendo o mundo

Em princípio a relação da criança com o mundo permanece a mesma,

somente com o início da linguagem é que a criança vai redimencionar seus

esquemas.

Ela irá reproduzir seu meio. Inicialmente a criança imita o que vê, e

mais adiante, consegue fazer cópia do que não vê, ou melhor, representa o

que já viu. Essa representação é o início do pensamento.

A fase de faz-de-conta é extremamente importante pois possibilita o

entendimento do mundo que a cerca.

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A imitação dá origem à imagem mental que segundo Piaget, são os

primeiros elementos de articulação entre ação e pensamento.

Será através de brincadeiras e jogos que a criança desenvolverá a

capacidade de trabalhar com símbolos – função semiótica.

Outra função do brincar no desenvolvimento mental está relacionada

com a reversibilidade. É muito difícil para a criança pensar do final para o

começo, como retornarão ao início de uma tarefa.

Precisa-se entender a forma de pensamento da criança para poder-se

proporcionar a ela os momentos lúdicos necessários, as brincadeiras que as

ajudarão a crescer, e nos auxiliarão a compreendê-las melhor.

Neste momento inicia-se normalmente a Educação Infantil e é preciso

que se dê a devida importância a esta fase, pois não podemos aceitar que

em função de qualquer outro aspecto se retire da criança o Direito de

Brincar. Através da brincadeira ela irá crescer, aceitar e conhecer o mundo.

Realizar atividades que proporcionem bases para a linguagem e

ensinar conceitos é extremamente importante nesta fase. Passear com a

criança, levá-la ao zoológico, jardins, teatros e concertos. Presenteá-la com

oportunidades para que possa provar diferentes gostos, sentir diferentes

odores. Tudo tem jeito de novo e, brincando, ela irá adquirindo condições de

ver o mundo do ponto de vista de outras pessoas. As brincadeiras

aparentemente simples são verdadeiras fontes de estímulos para o cérebro

das crianças.

Na fase dos quatro aos sete anos, aproximadamente, os jogos

assumem um papel definitivo; passam a ter mais seriedade, ficando muito

importantes na vida das crianças. Elas passam a gostar de participar de

brincadeiras com o próprio corpo, movimentando-se. Dessa forma, elas

desenvolvem cada vez mais os músculos, correndo, brincando, pulando. Os

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músculos responsáveis pela coordenação motora fina, aquela responsável

pelos movimentos da escrita, serão desenvolvidos através das brincadeiras,

onde se faça necessário rasgar, picar papel, costurar, amassar etc.

A educação infantil tem demonstrado ser uma excelente fonte de

desenvolvimento cognitivo para nossas crianças. E neste espaço é

importante oferecer todas as oportunidades e materiais para o brincar, os

momentos e recursos materiais para o fazer-de-conta e incentivo aos jogos

corporais, materiais diversificados de jogos de regra e jogos didáticos, onde

as crianças elaboram suas emoções, conhecimentos e regras sociais.

3.1.4 De sete a onze anos – O corpo ganha espaço na

brincadeira

As brincadeiras, nesta fase, devem ter sempre o objetivo da interação

social; os jogos com regras devem ter prioridade. Com os jogos ela vai

aprender a relacionar-se e a aceitar as regras para a convivência. Com a

ajuda dos jogos a criança aprende a respeitar os outros colegas. A

aprendizagem dessas regras são realizadas de forma concreta.

3.1.5 De 11 anos em diante – Estou crescendo; do quê

brincar?

Os jogos, nesta fase, tornam-se ainda mais atraentes aos jovens. Eles

gostam de realizar atividades que exijam equilíbrio físico e, de trabalhar

seus músculos, através de exercícios adequados. Discutir, pesquisar, estar

em contato com o grupo, arriscar-se em aventuras e os desafios dos jogos

eletrônicos, são o seu forte, nessa fase.

A pesquisa vem saciar a curiosidade própria da idade. O trabalho

científico é o grande desafio e através dele o jovem consegue descobrir o

mundo. A expressão artística também é outra atividade que atrai sua

atenção, pois assim como o trabalho científico, fará com que sua criatividade

seja estimulada.

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3.2 Vygotsky – Brincar também é social

Vygotsky (1991) entende a brincadeira como uma atividade social da

criança e através desta a criança adquire elementos imprescindíveis para a

construção de sua personalidade e para compreender a realidade da qual

faz parte. Ela apresenta a concepção da brincadeira como sendo um

processo e uma atividade social infantil.

3.2.1 Brincadeira – A porta do mundo adulto

Por meio da brincadeira a criança vai se desenvolver socialmente,

conhecerá as atitudes e as habilidades necessárias para viver em seu grupo

social. A imaginação vai ajudá-la a expandir as suas habilidades conceituais.

Na sua função imitativa, a criança aprende a conviver com as atividades

culturais; usando a brincadeira ela estará estimulando o seu

desenvolvimento, aprendendo as regras dos mais velhos.

3.2.2 Aprendizagem e desenvolvimento

As pesquisas realizadas por Vygotsky apontam para o fato de que a

linguagem e a percepção estão intimamente ligadas desde os estágios

iniciais do desenvolvimento humano.

Uma questão muito importante a ser estudada, segundo a visão

vygotskyana, é a da relação entre a aprendizagem e o desenvolvimento.

Levando-se em consideração de que o aprendizado da criança começa

muito antes dela iniciar o período de escolarização, podemos dizer que as

situações de aprendizado teriam sempre uma história anterior.

“A aprendizagem e o desenvolvimento estão inter-relacionados desde o primeiro dia de vida da criança.” [Vigotsky (1991, p.95)]

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Segundo o pensador, precisamos ter certeza de que o

desenvolvimento da criança não precisa ou não tem de coincidir com a sua

aprendizagem ou com o seu potencial de aprender.

Cada assunto ou conceito ensinado na escola relaciona-se com o

desenvolvimento da criança e essa relação é variável. Vygotsky explica bem

a situação quando fala sobre o conceito de Zona de Desenvolvimento

Proximal.

3.2.3 As regras do brincar

Vigotsky ensina sobre a brincadeira, no desenvolvimento da criança,

dizendo que brincar nem sempre é algo prazeroso. Segundo ele, existem

outras coisas que dão mais satisfação à criança. O ato de ganhar ou perder

no final, podem ser extremamente desagradáveis para elas.

A criança satisfaz algumas de suas necessidades usando o

brinquedo. As ações que realiza estão diretamente relacionadas com suas

necessidades, com suas motivações e também de acordo com o

desenvolvimento. Na inocência do mundo com suas motivações e também

de acordo com o seu desenvolvimento. Na inocência do mundo infantil, a

criança quer saciar seus desejos e não possue ainda o sentido da

temporalidade e por isso desconhece a noção de futuro. Posteriormente,

quando já está recebendo na escola a educação infantil, ela descobre que

existem muitas necessidades a serem satisfeitas e se não fossem os

brinquedos, isso não seria possível. Ela se envolve com o mundo da ilusão,

do imaginário. Esse mundo é o do brinquedo. Entretanto em todos os

desejos e necessidades da criança podem ser totalmente atingidos usando

os brinquedos, ou o imaginário.

O jogar com normas, o brincar com regras são mais praticados na

idade em que a criança ingressa no pré-escolar e continua daí em diante, no

seu dia-a-dia.

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É interessante a situação descrita por Vygotsky:

“Pode-se propor que não existe brinquedo sem regras. A situação imaginária de qualquer forma de brinquedo já contém regras de comportamento, embora possa não ser um jogo com regras formais estabelecidas a priori. A criança imagina-se como mãe e a boneca como criança e, dessa forma, deve obedecer as regras do comportamento maternal... o que na vida real passa despercebido pela criança torna-se uma regra de comportamento no brinquedo.” (1991, p. 108)

Pelo uso do brinquedo, a criança aprende a agir de forma cognitiva;

os objetos têm um aspecto motivador para as ações da criança, desde a

mais tenra idade. A percepção é um motivo para a criança agir. Mais tarde, a

ação começa a se desvincular da percepção: o pensamento começa a se

separar do que a criança imagina ser o objeto e do que o objeto é,

realmente; a criança vai fantasiando o que ela gostaria de que determinado

objeto fosse. Essa transição é gradual no desenvolvimento de cada uma. É

importante notar também que, no brinquedo, a criança transforma as regras

em desejos seus.

3.2.4 Brincar, nem sempre é só prazer

Segundo Vygotsky,

“o brinquedo não é o aspecto predominante da infância, mas é um fato muito importante do desenvolvimento... No brinquedo a ação está subordinada ao significado: já na vida real, obviamente, a ação domina o significado. Portanto, é absolutamente incorreto considerar o brinquedo como um protótipo e forma predominante da atividade do dia-a-dia da criança.” (1991, p. 116)

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É com a brincadeira que a criança reproduz a realidade; ao brincar de

papai e mamãe, por exemplo, imita o seu cotidiano. Podemos dizer que o

brinquedo é uma recordação concreta de situações já vividas, mais até do

que a imaginação. De acordo com a maneira de brincar ela percebe qual é a

forma para conseguir alcançar seus objetivo; daí, brincar pode não ser mais

tão prazeroso. Pode-se verificar isso quando uma criança entra em uma

disputa e não consegue vencer: a derrota é um processo doloroso. O

esforço realizado pode também fazer com que ela experimente sensações

que não lhe trazem o prazer. Quando as regras assumem papel

preponderante no jogo, vemos então que a tensão aumenta sensivelmente

na brincadeira. O brincar pode ser visto, de um lado como uma ação livre,

imaginária, de de outro, pode ser visto como uma maneira de desenvolver a

sua capacidade de abstração, quando cria uma situação imaginária.

Através do brinquedo, a criança estabelece suas relações com a vida

real. Ela vai experimentar sensações que já conhece e vai desenvolvendo

regras de comportamento que imagina serem corretas. Um exemplo disso é

quando ela brinca de irmã ou de mãe e filha e se comporta como ela acha

que seus irmãos devam se comportar; ou como acha que a filha tem de agir

com sua mãe, independente dela estar vivendo realmente, o papel da irmã.

Ela nem percebe que na brincadeira se comportou como deveria agir na vida

real. O mesmo acontece quando ela, na vida real, é filha e não age como

demonstra saber ser o certo de uma filha agir, mas, através da brincadeira

ela incorpora as regras de comportamento e então vai analisá-las ao

compará-las com sua conduta.

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CAPÍTULO IV

TRABALHANDO AS INTELIGÊNCIAS

MÚLTIPLAS

“O maior desafio é conhecer cada criança como ela

realmente é.”

(Howard Gardner)

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TRABALHANDO AS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS

O psicólogo norte-americano Howard Gardner criou a Teoria das

Inteligências Múltiplas propondo oito tipos de inteligência, a inteligência

musical, a inteligência corporal-cinestésica, a inteligência lógico-matemática,

a inteligência lingüística, a inteligência espacial, a inteligência intrapessoal

(autoconhecimento) e a inteligência interpessoal (habilidade de reconhecer

distinções e estados de ânimo entre as pessoas) e mais recentemente a

inteligência naturalista.

Estas são capacidades universais na espécie humana, as quais todos

possuímos potencialmente, mas acabamos desenvolvendo mais uma ou

outra de acordo com as heranças genéticas e com os estímulos familiares e

culturais que o ser humano recebe.

A partir desses conceitos, Gardner propõe que cada criança seja

conhecida em particular, de modo a ser estimulada a desenvolver os

diversos tipos de inteligência, aproveitando aquelas que se encontram

originalmente mais desenvolvidas, inclusive para compensar áreas

cognitivas de menor capacidade.

4.1 Tipos de inteligência

4.1.1 Musical

Habilidade para compor, apreciar e interpretar músicas, discernir

sons, habilidade para perceber sons musicais.

4.1.2 Corporal – Cinestésica

Habilidade para usar a coordenação motora grossa e fina em

esportes, artes cênicas ou plásticas; controle dos movimentos do corpo e da

manipulação de objetos com destreza.

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4.1.3 Lógico – Matemática

Sensibilidade para padrões, ordem, sistematização; habilidade para

explorar relações, categorias; habilidade para lidar com séries de raciocínios.

4.1.4 Lingüística

Sensibilidade para sons, significados de palavras, especial percepção

das diferentes funções da linguagem. Consiste na capacidade de pensar

com palavras e de usar a linguagem para expressar e avaliar significados

complexos.

4.1.5 Espacial

Capacidade para perceber o mundo visual e espacial de forma

precisa; habilidade para manipular formas e objetos mentalmente e, a partir

de percepções, criar tensão, equilíbrio e composição.

4.1.6 Intrapessoal

Habilidade de lidar com suas próprias necessidades, emoções,

motivações e desejos. Capacidade de saber lidar consigo mesmo.

4.1.7 Interpessoal

Habilidade para entender e responder adequadamente a humores e

temperamentos, motivações e desejos de outras pessoas.

4.1.8 Naturalista

Consiste em observar padrões na natureza, identificando e

classificando objetos e compreendendo os sistemas naturais e aqueles

criados pelo homem. Com esta visão multifacetada da inteligência leva os

educadores a repensar os paradigmas que nortearam a Educação deste

século:

• A inteligência humana não é testável através de instrumentos

baseados exclusivamente nos potenciais verbais e

matemáticos.

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• O potencial em uma área, não pode ser considerado como

padrão para todas as áreas.

4.2 Como trabalhar essas inteligências em sala de aula?

Para educar de forma lúdica temos de entender o universo da criança

e compreender o mecanismo do conhecimento. Tratar das inteligências

múltiplas é de real importância para aplicarmos o jogo certo à criança certa.

A atividade lúdica deve contribuir no processo de aprendizagem e não ser,

simplesmente, um ato para passar o tempo, sem finalidade pedagógica.

Trabalhando em sala de aula com as inteligências múltiplas o

profissional de educação:

• Transforma a tradição exaustiva do discurso pela ação

conjunta de exploração de outros meios de informação,

desenhando, projetando slaides, exibindo vídeo, usando

fundos musicais específicos, recomendando filmes;

• Proporciona experiências práticas, fazendo com que seus

alunos se movimentem pela sala e desenvolvam com sua

expressão corporal sínteses de temas trabalhados, passem

adiante artefatos trazidos e contextualizados ao tema

trabalhado, sejam convidados para ler trechos curtos

especialmente selecionados, desenhem gráficos diversos e os

interpretem, construam mapas conceituais da apresentação

exposta;

• Estabelece múltiplas interações entre os alunos, criando,

conforme o tema que trabalha, reflexões ou discussões em

duplas, trios ou pequenos grupos, desenvolvam seminários,

provocando dúvidas, sugerindo caminhos, trazendo da vida

real um sem-número de estudos de caso;

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• Permite momentos de silêncio para auto-reflexão individual e

para que os alunos busquem vínculos entre o assunto que

estudam e fatos de sua vida cotidiana e de suas emoções.

Anima comparações, instiga curiosidade, propõe que

construam metáforas e outras conexões entre o que se

aprende e o que se vive;

• Instiga os alunos a promoverem entrevistas com pessoas da

comunidade, a escreverem cartas para entidades ou pessoas

ligadas ao tema, trazerem para sala de aula convidados para

responder questões ligadas ao que se ensina. Nessas

atividades anima o espírito crítico dos alunos, mostrando-lhes

o “sim” e o “não” que cada opinião oculta;

• Grava trechos de suas próprias palavras e de depoimento dos

alunos para estabelecer sobre esses trechos análises críticas,

debates, propostas e sugestões.

• Anima apresentações teatrais com curtas intervenções,

recordando fatos colhidos em uma linguagem, com a

linguagem corporal dos alunos. Estimula, em todas as

oportunidades, a transferência do aprendido para a vida

pessoal de cada um e para a coletividade da turma.

Finalmente, vive em todos os instantes a maravilhosa explosão de

idéias e a agitação da criatividade, inovando sempre, mas inovando com a

consciência de que as metas de aprendizagem constituem inabalável

prioridade.

Howard Gardner (1999) comenta com propriedade que o sentido

essencial do currículo e, por extensão, do ensino é construir no aluno a

compreensão da verdade, e isto se fará pelos caminhos da Ciência; a

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percepção e sensibilidade para a beleza e para esta ação se fará melhor

pela Arte, não apenas em aulas específicas, mas a arte presente em todas

as ações curriculares de outras disciplinas e, finalmente, acordar para a

reflexão e para sua consciência de empatia, solidariedade e

interpessoalidade, se fará através da Filosofia, ainda uma vez presente em

todos os pensamentos de todas as disciplinas.

Pensamos de maneira igual. Sonhamos que os professores do país,

independente do nível etário com que trabalham e dos conteúdos que

ministram, necessitam professar e construir a verdade, a beleza e a

bondade.

4.3 Outra inteligência relevante: Inteligência Emocional

A vida emocional é um campo com o qual se pode lidar, certamente

como a matemática ou leitura, com maior ou menor habilidade, e exige um

conjunto especial de aptidões; e a qualidade dessas aptidões numa pessoa

é decisiva para compreender por que uma prospera na vida, enquanto outra,

de igual nível intelectual, envereda por caminhos sem saída. A aptidão

emocional é uma metacapacidade que determina até onde podemos usar

bem quaisquer outras habilidades que tenhamos, incluindo o intelecto bruto.

De acordo com Daniel Goleman (1995) estudioso do assunto: “o

grande problema é: a inteligência acadêmica não oferece praticamente

nenhum preparo para a oportunidade que ocorre na vida”. Nossas escolas e

nossa cultura privilegiam a aptidão no nível acadêmico, ignorando a

inteligência emocional.

Há muitos caminhos para o sucesso na vida e muitos campos em que

determinadas aptidões são recompensadas. Numa sociedade cada vez mais

baseada no conhecimento, a aptidão técnica é, sem dúvida, uma delas; mas

há muitos indícios, os quais atestam que as pessoas emocionalmente

competentes, que conhecem e lidam bem com os próprios sentimentos,

entendem e consideram o sentimento dos outros, levam vantagem em

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qualquer setor da vida, seja nas relações amorosas e íntimas, seja

assimilando as regras tácitas que governam o sucesso na política

organizacional.

Qualquer indivíduo com prática emocional bem desenvolvida tem

mais probabilidade de sentir-se satisfeito e de ser eficiente em sua vida,

dominando os hábitos mentais que fomentam sua produtividade; os que não

conseguem exercer nenhum controle sobre sua vida emocional, travam

batalhas internas que sabotam a capacidade de concentração no trabalho e

de lucidez do pensamento.

Percebe-se então, que a inteligência emocional está embasada pelas

inteligências que Gardner chama de “inteligências pessoais”: a inteligência

intrapessoal e a inteligência interpessoal.

É muito importante que os educadores tenham consciência da

importância de se criar “ambientes inteligentes”.

É preciso que se dedique um tempo para refletir sobre estes

ambientes educativos, que precisam ser estimuladores, agradáveis,

inteligentes.

Apresentar situações desafiadoras, onde cada um possa se utilizar de

sua inteligência, da sua capacidade de resolver estas situações,

proporcionando oportunidade de desenvolvimento e principalmente

favorecendo a aprendizagem.

Atualmente nota-se que em salas de aulas tradicionais, as crianças

parecem ter perdido a alegria que existe nelas fora da sala de aula. Elas

continuam, a gostar de estar na escola, mas pela convivência com outras

crianças, mas não demonstram alegria por estarem na sala de aula.

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O ambiente de uma sala de aula voltada para o desenvolvimento das

múltiplas inteligências, para o lúdico, é um ambiente saudável e alegre. A

sala de aula é um lugar atrativo, adequada aos interesses das crianças e

dos adolescentes, onde eles encontram lugares próprios para registrarem

suas informações, para expor seus trabalhos.

O educador preocupado em desenvolver todas as possibilidades de

seus alunos se utiliza de todas as formas possíveis para oportunizar

situações onde seus alunos aproveitem e sintam vontade de buscar,

tornando a sala de aula em um laboratório permanente.

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CAPÍTULO V

PEDAGOGIA DE PROJETOS

“Percebe que ao pensar na vida, outra coisa sua

imaginação não buscou senão seus projetos.”

Celso Antunes

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PEDAGOGIA DE PROJETOS

Projeto não é experiência; tampouco missão assistencialista na qual

os alunos fazem um trabalho e depois voltam para a escola como se nada

tivesse acontecido.

Projeto é sonho ...

O projeto passa ser um pouco do que o realizou e vice-versa. Através

de metodologia adequada, que discuta as metas a serem alcançadas

através do mesmo.

A investigadora educacional Josette de Jolibert, e equipe de

professores, pedagogos e psicólogos, desenvolveram uma investigação

didática sobre o aprender a ler/produzir textos com crianças de educação

básica e de educação infantil. Dentro deste trabalho a equipe construiu uma

proposta denominada Pedagogia de Projetos e Vida Cooperativa, que tem

como pressuposto básico a ação do aluno sobre seu processo de

aprendizagem.

A Pedagogia de Projetos e Vida Cooperativa dá sentido a presença

das crianças na escola; às atividades que ali se realizam e aos

conhecimentos que ali tem lugar, possibilitando a construção de novos

conceitos.

Os alunos passam a detectar e controlar o que precisam saber e

porque precisam saber, o que já estão sabendo e o que ainda não sabem.

Ao interessar-se por determinado assunto as crianças são

encorajadas a dizerem o que sabem sobre ele e o que desejam saber e ao

final do estudo levam os conceitos ou conhecimentos adquiridos

respondendo à pergunta: O QUE APRENDEMOS?

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A Pedagogia de Projetos e Vida Cooperativa não pode ser entendida

como uma técnica, sujeita a regras pré-determinadas. Os Projetos são

processos contínuos que não podem ser reduzidos a uma lista de objetivos e

etapas. É uma postura que reflete uma concepção de conhecimento como

produção coletiva, onde a experiência vivida e a produção cultural

sistematizada se entrelaçam dando significado às aprendizagens

construídas.

Aprendizagens estas que servem não só à resolução dos problemas

postos para aquele projeto específico, mas que são utilizadas em outras

situações, mostrando assim, que os educandos são capazes de estabelecer

relações e utilizar-se do conhecimento aprendido sempre que necessário.

5.1 Estrutura do Projeto

A) Perfil do grupo: Descreve-se o grupo com quem se trabalha.

No início do ano o registro é feito observando as fichas de entrevistas

com os responsáveis, no decorrer do ano, situações em que estão vivendo.

B) Detonador: É o instrumento usado para lançar o Projeto. Qualquer

recurso motivador pode ser utilizado.

Na pré-escola, todo assunto que não for lançado com um material

concreto, torna-se subjetivo para as crianças.

C)Problematização: Após detonar um Projeto, é lançado num quadro

duas perguntas essenciais para o total envolvimento e interesse das

crianças pelo assunto: O QUE SABEMOS? (sobre o tema). O QUE

QUEREMOS APRENDER? (sobre o tema).

Isso possibilita ao professor trabalhar dentro das curiosidades e

interesse dos alunos, que a medida em que vão avançando, registram no

blocão para que nada se perca.

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37

D) Justificativa: Explicação resumida do motivo que levou o grupo à

desenvolver o Projeto.

E) Objetivos: Os objetivos estão ligados, tanto as áreas do

conhecimento: português, matemática, estudos sociais, ciências ou qualquer

outra área que promova aprendizagem, a estes chamamos COMPETÊNCIA;

quanto à vida de uma coletividade: regras de convivência, organização do

trabalho, distribuição de tarefas, etc, denominamos VIDA COTIDIANA.

F) Etapas: São atividades que serão realizadas pelo grupo dentro do

tempo planejado.

G) Empreendimento: É o produto final do projeto. Nem todo Projeto

tem empreendimento, pois este varia de acordo com o que se pretende,

como nos tipos de Projeto.

A discussão sobre Pedagogia de Projetos não é nova. Surgiu no início

do século, com John Dewey e outros representantes da chamada Pedagogia

Ativa. Já nessa época, a discessão fundamentava-se numa concepção de

que “educação é um processo de vida e não uma preparação para a vida

futura e a escola deve representar a vida presente tão real e vital para o

aluno como o que ele vive em casa, no bairro ou no pátio”. (Dewey, 1987)

Na educação infantil, recomenda-se o empreendimento regularmente,

pois torna-se a motivação máxima no desenvolvimento do Projeto.

Avaliação: Abaixo das duas perguntas da problematização, registra-

se ao final do Projeto a pergunta: O QUE APRENDEMOS?

O professor promove uma conversação, que pode ser motivada pelos

recursos que foram utilizados durante o Projeto, para que os alunos relatem-

nos.

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5.2 A Prática da Pedagogia de Projetos

No processo de construção de um projeto dá-se ênfase a temas

estimulantes, ricos em propostas de atividades e vivências que interagem os

conhecimentos das áreas trabalhadas na educação infantil.

Partindo do pressuposto que a compreensão do desenvolvimento do

ser humano implica na sua relação e interação com o outro, num ambiente

social e cultural, historicamente estruturado, torna-se importante o estudo,

desde a pré-escola, de temas relevantes à sua vida.

Desta forma, através de suas experiências e vivências da inter-

relação com o outro nas atividades planejadas e nas que surgem a partir do

grupo, as crianças vão se tornando capazes de construir sua compreensão

sobre o mundo que a cerca.

Através da interação e da intervenção no processo ensino-

aprendizagem, acreditamos que qualquer tema pode ser trabalhado com as

crianças na pré-escola, planejados de acordo com o nível do

desenvolvimento do grupo, com objetivo de fazer com que as crianças

avancem em suas aprendizagens, impulsionando seu desenvolvimento sem

subestimá-las.

Provocar a criança a fazer observações diretas, levantar hipóteses,

construir e reconstruir conclusões, buscar respostas, levantar

questionamentos num processo interativo com o grupo é desenvolver seu

pensamento científico e criador, onde o conhecimento é produzido

coletivamente.

Assim, quando propô-se ousar e desafiar na educação infantil através

de temas com objetivos propostos relacionados à realidade das crianças,

estamos cumprindo nosso papel enquanto professores e escola de promover

o desenvolvimento de seres ativos, pensantes, críticos e interativos no seu

processo de construção do conhecimento.

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A função do projeto é a de tornar a aprendizagem ativa, interessante,

significativa, real e atrativa para o aluno englobando a educação em um

plano de trabalho agradável, sem impor os conteúdos de forma autoritária.

Assim, o aluno busca e consegue informações, lê, conversa, faz

investigações, formula hipóteses, anota dados, calcula , reune o necessário

para a solução dos conflitos cognitivos e, por fim, converte tudo isso em

ponto de partida para a construção e aplicação de novas estruturas de

pensamento.

No processo de inovação curricular, do qual o trabalho por projeto é

apenas uma parte, há que se romper com a concepção de neutralidade dos

conteúdos escolares, que passam a ganhar significados diversos, a partir

das experiências sociais dos alunos.

O resultado de um trabalho como este, é muitas vezes surpreendente

e sempre gratificante: “como um astrônomo que mira a luneta num ponto

indeterminado do céu, espera encontrar uma só estrela, mas acaba por

descobrir uma galáxia.”

A Pedagogia de Projetos apresenta-se, como concepção de posturas

pedagógicas, e não meramente como técnica de ensino mais atrativa.

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CONCLUSÃO

A escola, a exemplo da sociedade, se fragmentou em busca da

especificação, dividindo os saberes em áreas e priorizando os conteúdos.

Tendo em vista esta organização, a proposta pedagógica que

desenvolve projetos didáticos, desfaz a hierarquia que existe entre as

matérias mostrando que nenhum é mais importante que as demais, mas que

na verdade estão interligadas e são dependentes entre si, com o objetivo

comum de encontrar respostas às hipóteses levantadas na ocasião da

formulação do projeto.

Nesta proposta o docente abandona o papel de “transmissor de

conteúdos” para se transformar num pesquisador, e o aluno passa de

receptor passivo a sujeito do processo.

Propiciando uma dinâmica de trabalho mais interativa aos alunos, o

projeto também consegue possibilitar oportunidades para que os alunos

experienciem situações nas diferentes áreas do conhecimento, favorecendo

ações que possam auxiliar no desenvolvimento das Múltiplas Inteligências.

“...um projeto fornece uma oportunidade para os estudantes

disporem de conceitos e habilidades previamente dominadas a serviço

de uma nova meta ou empreendimento”.

Howard Gardner

Tempos Modernos

Lulu Santos

Eu vejo a vida melhor no futuro,

eu vejo isso por cima do muro

de hipocrisia que insiste em nos rodear

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Eu vejo a vida mais clara e farta

repleta de toda satisfação

que se tem direito do firmamento ao chão

Eu quero crer no amor numa boa

que isso valha pra qualquer pessoa

que realizar a força que tem uma paixão

Hoje o tempo voa amor, escorre pelas mãos

mesmo sem se sentir que não há tempo que volte amor

vamos viver tudo que há pra viver

vamos nos permitir.

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BIBLIOGRAFIA

ANTUNES Celso. Como identificar em você e em seus alunos as

inteligências múltiplas. Ed. Vozes, Petrópolis, 2001.

Caderno AMAE – Pedagogia de Projetos.

MARANHÃO Diva. Ensinar Brincando. Ed Wak, Rio de Janeiro, 2001.

Nova Escola – A Revista do Professor. Agosto, 2002.

Pedagogia de Projetos – Uma Nova Proposta de Renovação

Pedagógica. SESI, Julho 1997.

Parâmetros Curriculares Nacionais. Ministério da Educação e do

Desporto. Brasília, 1997.

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO

CAPÍTULO I

8

9

A PRÁTICA ESCOLAR 10

1.1 – A Prática Docente 11

1.2 – A Ação Discente 11

CAPÍTULO II 12

NOVOS PARADIGMAS PARA A EDUCAÇÃO 13

2.1 – Os Novos Paradigmas 14

CAPÍTULO III 17

BRINCADEIRA É COISA SÉRIA 18

3.1 – A Importância do Brincar

3.1.1 – Piaget – jogo na hora certa

3.1.2 – Até dois anos – Brincando e interagindo com o

mundo

3.1.3 – De dois a sete anos – Brincando e entendendo o

mundo

3.1.4 – De sete a onze anos – O corpo ganha espaço na

brincadeira

3.1.5 – De onze anos em diante – Estou crescendo; do que

brincar?

18

18

19

19

21

21

3.2 – Vygotsky – Brincar também é social

3.2.1 – Brincadeira – a porta do mundo adulto

3.2.2 – Aprendizagem e desenvolvimento

3.2.3 – As regras do brincar

3.2.4 – Brincar, nem sempre é só prazer

22

22

22

23

24

CAPÍTULO IV 26

TRABALHANDO AS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS 27

4.1 – Tipos de inteligência

4.1.1 – Musical

4.1.2 – Corporal – Cinestésica

27

27

27

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4.1.3 – Lógico – Matemática

4.1.4 – Lingüística

4.1.5 – Espacial

4.1.6 – Intrapessoal

4.1.7 – Interpessoal

4.1.8 – Naturalista

28

28

28

28

28

28

4.2 – Como trabalhar essas inteligências em sala de aula? 29

4.3 – Outra inteligência relevante: Inteligência Emocional 31

CAPÍTULO V 34

PEDAGOGIA DE PROJETOS 35

5.1 – Estrutura do Projeto 36

5.2 – A Prática da Pedagogia de Projetos 38

CONCLUSÃO 40

BIBLIOGRAFIA 42

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS–GRADUAÇÃO “LATO–SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Título do livro:

Data da entrega:

Auto Avaliação:

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Avaliado por:__________________________________Grau_______.

___________________, _____ de _____________ de ______.