universidade candido mendes prÓ-reitoria de …
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E
DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
O PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO EM EDUCAÇÃO:
REVISANDO CONCEITOS PARA MUDAR CONCEPÇÕES E
PRÁTICAS
Por: Márcia Regina Fonseca da Silva
Orientador
Prof. José Carlos Cereja de Barros
Rio de Janeiro
2004
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO VEZ DO MESTRE
O PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO EM EDUCAÇÃO:
REVISANDO CONCEITOS PARA MUDAR CONCEPÇÕES E
PRÁTICAS
Apresentação de monografia ao Conjunto
Universitário Cândido Mendes como condição
prévia para a conclusão do Curso de Pós-
Graduação “Lato Sensu” em Administração
Escolar.
Por: Márcia Regina Fonseca da Silva.
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Dedico este trabalho monográfico à minha
mãe que mesmo ausente estará sempre
presente nas realizações dos meus
sonhos.
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RESUMO
O planejamento relaciona-se com a vida diária do homem. Vive-se
planejando. De uma forma ou de outra, de uma maneira empírica ou científica, o
homem planeja. Sempre que se buscam determinados fins, relacionam-se alguns
meios necessários para atingi-los. Isto de certa forma, é planejamento. O
planejamento passa a ser pensado desta forma, como uma forma de relação
dialética entre 'pensar e fazer'. Este 'pensar e fazer' que depende de ações de
indivíduos, se concretiza numa ação coletiva e compartilhada da comunidade
escolar (interna e externa). Estas dimensões do processo de planejamento é
abordada nesta monografia, portanto, serão discutidas mediante alguns pontos
fundamentais na prática do planejamento educacional numa perspectiva
participativa.
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METODOLOGIA
A metodologia usada para a realização deste trabalho foi a revisão
bibliográfica. Utilizou-se como fonte de consulta livros, artigos e trabalhos publicados
que abordam a assunto analisado.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................. 08 CAPITULO I O PLANEJAMENTO NA ESCOLA.................................................................. 10 CAPÍTULO II O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO......................................................... 18 CAPÍTULO III A AÇÃO PARTICIPATIVA NO PLANEJAMENTO EDUCACIONAL ............... 22 CONCLUSÃO ................................................................................................. 28 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 30 ÍNDICE ............................................................................................................ 32 FOLHA DE AVALIAÇÃO ................................................................................ 33 ANEXOS ......................................................................................................... 34
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INTRODUÇÃO
Atualmente uma das grandes demandas na educação consiste em se
assumir o desafio da elaboração de uma proposta pedagógica orgânica e que
efetivamente sirva como mapa norteador de todas as atividades escolares.
Entretanto, sabe-se que ao assumir esse compromisso na escola, corre-se o perigo
de apenas cumprir uma formalidade legal ou, quando muito, idealizar algo que não
corresponde minimamente a realidade cotidiana do fazer escolar.
Dessa forma, fatalmente a proposta pedagógica acaba engavetada.
Frente a isso, justifica-se uma pesquisa que procura colocar em debate a idéia da
proposta pedagógica como uma ferramenta que tenha funcionalidade e peso político
no estabelecimento de rumos e da missão da instituição.
Para que isso seja uma realidade na escola, torna-se necessário a
adoção de um modelo de trabalho que contribua para este fim: o modelo do
planejamento participativo.
Assim, posturas divergentes sobre os problemas da escola devem ser
discutidos dentro dos limites éticos, prevalecendo o respeito à diferença,
possibilitando um diálogo que viabilize propostas coletivas para a melhoria da
qualidade política, pedagógica e administrativa da escola.
A participação é fundamental por garantir a gestão democrática da
escola, pois é assim que todos os envolvidos no processo educacional da instituição
estarão presentes, tanto nas decisões e construções de propostas (planos,
programas, projetos, ações, eventos) como no processo de implementação,
acompanhamento e avaliação.
A partir dessas considerações questiona-se até que ponto a gestão
participativa pode influenciar no desenvolvimento de um planejamento escolar mais
adequado as reais necessidades da comunidade escolar.
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Com base nesse questionamento, a presente pesquisa tem por objetivo
analisar o planejamento escolar desenvolvido pelas escolas públicas do ensino
fundamental sob uma perspectiva participativa, procurando demonstrar a
importância de se estruturar uma equipe de trabalho composta por professores,
funcionários, representantes dos pais que possam identificar as necessidades da
escola e sugestionar métodos de trabalhos para suprir as deficiências encontradas.
Ou seja, trabalho o planejamento educacional sob uma ótica participativa.
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CAPÍTULO I
O PLANEJAMENTO NA ESCOLA
O ato de planejar faz parte da história do ser humano, pois o desejo de
transformar sonhos em realidade objetiva é uma preocupação marcante de toda
pessoa. Em nosso dia-a-dia, sempre estamos enfrentando situações que necessitam
de planejamento, mas nem sempre as nossas atividades diárias são delineadas em
etapas concretas da ação, uma vez que já pertencem ao contexto de nossa rotina.
Entretanto, para a realização de atividades que não estão inseridas em nosso
cotidiano, usamos os processos racionais para alcançar o que desejamos.
As idéias que envolvem o planejamento são amplamente discutidas
nos dias atuais, mas um dos complicadores para o exercício da prática de planejar
parece ser a compreensão de conceitos e o uso adequado dos mesmos.
Planejar, em sentido amplo, é um processo que “visa a dar respostas a
um problema, estabelecendo fins e meios que apontem para sua superação, de
modo a atingir objetivos antes previstos, pensando e prevendo necessariamente o
futuro” (Padilha, 2001, p. 63).
De uma forma geral, planejar é uma atividade que está dentro da
educação, visto que esta tem como características básicas: evitar a improvisação,
prever o futuro, estabelecer caminhos que possam nortear mais apropriadamente a
execução da ação educativa, prever o acompanhamento e a avaliação da própria
ação. Planejar e avaliar andam de mãos dadas.
O que se observa, seja nas publicações, no ensino, seja na prática, é
que o planejamento tem sido visto como uma técnica neutra de prever a
administração dos recursos disponíveis da forma mais eficiente possível. Seja no
nível teórico, seja no nível prático, não se tem observado uma preocupação com as
finalidades político-sociais do planejamento. Questionam-se os meios, não os fins.
Contudo, ambos precisam ser questionados.
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Agora, vale perguntar: no âmbito da prática educativa escolar, como
tem sido praticado o planejamento? Para responder a essa questão, torna-se
necessário tomar duas dimensões: os ensinamentos que se encontram nos livros de
Didática e a prática de planejamento do ensino na Escola.
1.1 O planejamento na prática escolar
Tanto no cotidiano escolar como nos livros de Didática, a questão do
planejamento escolar, no geral, possui as características desejadas não só por
nossos ex-ministros do Planejamento, como também por parte de alguns autores
que discutem essa temática; ou seja, as atividades de planejar são tomadas como
neutras.
Planejar, nas escolas em geral, tem sido um modo de operacionalizar o
uso de recursos materiais, financeiros, humanos, didáticos. As denominadas
semanas de planejamento escolar, que ocorrem no início de cada ano letivo, nada
mais têm sido do que um momento de preencher formulários para serem arquivados
na gaveta do diretor ou de um intermediário do processo pedagógico, como o
coordenador ou o supervisor.
Geralmente, essa semana de planejamento redunda no preenchimento
de um formulário em colunas, no qual o professor deve registrar o que vai fazer
durante o ano letivo na disciplina ou área de estudos que trabalha. As colunas do
formulário são: objetivos, conteúdos, atividades, material didático, método de ensino,
avaliação e cronograma. O preenchimento desse formulário geralmente se dá a
partir da segunda coluna - conteúdos. Os conteúdos são transcritos dos índices do
livro didático; a seguir, criam-se objetivos correspondentes aos conteúdos
transcritos; subseqüentemente, seguem as indicações das páginas do livro didático
correspondentes ao conteúdo, algumas atividades que poderão ser utilizadas no
trabalho diário do ensino-aprendizagem etc. Isso, de fato, não é planejar - é
preencher formulário.
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Essa é uma forma de fazer do ato de planejar um ato neutro, como
desejavam nossos ex-ministros e como desejam todos os que defendem uma
perspectiva conservadora para a sociedade.
Por outro lado, os livros de Didática, quando tratam do tema
planejamento, não apresentam uma postura muito diferente desta. Há exceções, é
claro, mas, no geral, o planejamento é apresentado como uma técnica neutra de
eficientização da ação.
Para exemplificar, Clódia Maria Godoy Turra em seu livro Planejamento
do Ensino e Avaliação (1975), fornece definições de planejamento em diversos
níveis que denotam essa perspectiva. Vejamos:
“Definição Geral de Planejamento: - é um conjunto de ações coordenadas entre si, que concorrem para a obtenção de um certo resultado desejado; - é um processo que Consiste em preparar um Conjunto de decisões tendo em vista agir, posteriormente, para atingir determinados objetivos; - é uma tomada de decisões, dentre possíveis alternativas, visando atingir os resultados previstos de forma mais eficiente e econômica.”
Essas definições não são descabidas. De fato, planejamento é isso que
indicam; mas não só isso. Além de delimitar ações eficientes, o planejamento tem de
cuidar das finalidades político-sociais da ação. Caso contrário, poderia, no máximo,
estar modernizando algo que já existe e não tomando uma decisão de base, que
direcione a ação a partir de um ponto de vista crítico.
O mesmo se dá no que se refere às outras definições mais recentes de
planejamento:
"Planejamento Educacional: - é o processo de abordagem racional e científica dos problemas de educação, incluindo definição de prioridades e levando em Conta a relação entre os diversos níveis do contexto educacional (Sant’anna, 1995, p. 13).
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Planejamento Curricular: - é uma tarefa multidisciplinar que tem por objeto a organização de um sistema de relações lógicas e psicológicas dentro de um ou vários campos de conhecimento, de tal modo que se favoreça ao máximo o processo ensino-aprendizagem; - é a previsão de todas as atividades que o educando realiza sob a orientação da escola para atingir os fins da educação (Libâneo, 2001, p. 225). Planejamento do Ensino: - é a previsão inteligente e bem articulada de todas as etapas do trabalho escolar que envolvem as atividades docentes e discentes, de modo a tornar o ensino seguro, econômico e eficiente; - é a previsão das situações específicas do professor com a classe; - é o processo de tomada de decisões bem informadas que visam á racionalização das atividades do professor e do aluno, na situação ensino-aprendizagem, possibilitando melhores resultados e, em conseqüência, maior produtividade. (Veiga, 1998, p. 18)".
Desde a definição mais genérica de planejamento como "um conjunto
de ações coordenadas", visando "atingir os resultados previstos de forma mais
eficiente e econômica", passando pela de planejamento educacional como
"abordagem racional e científica dos problemas de educação", pela de planejamento
curricular como "previsão de todas as atividades do educando para atingir os fins da
educação", até a mais específica de planejamento de ensino como "previsão
inteligente e calculada de todas as etapas de trabalho na escola, possibilitando
melhores resultados e, em conseqüência, maior produtividade", não se encontra
nenhuma referência à necessidade de uma discussão política da ação que se vai
realizar.
Com esse entendimento da prática de planejar, estamos assumindo a
vida e a prática educativa, em específico, como uma coisa estática, definitiva, como
se bastasse tão-somente operacionalizá-la sem necessidade de redimensioná-la.
Ora, a vida e os processos sociais variam a cada momento e, em
conseqüência, a atividade de planejar necessita estar atenta a esse processo, visto
que ela é a atividade pela qual os seres humanos dimensionam o seu futuro. Os
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seres humanos modificam a natureza para atender a suas necessidades; por isso,
sua ação não poderá ser qualquer ação, mas sim aquela que esteja comprometida
com a vida em mudança, com o atendimento das suas necessidades.
1.2 O planejamento escolar
A função primordial da educação já não pode ser adaptar a criança a uma
ordem existente, fazendo com que assimile os conhecimentos e o saber destinados
a inseri-la em tal ordem, como procederam gerações anteriores, mas, ao contrário,
ajudá-la a viver num mundo que se transforma em ritmo sem precedente histórico,
tornando-a, assim, capaz de criar o futuro e de inventar possibilidades inéditas.
O problema em questão não pode mais ser resolvido simplesmente por
uma 'reforma do ensino, isto é, por uma modificação dos meios que permita atingir
melhor os fins até aqui visados, mas por uma verdadeira 'revolução cultural; que
ponha novamente em questão esses fins, e se oriente para a pesquisa e a
descoberta de um novo projeto de civilização.
Já não basta - e nunca bastou - pensar nos meios, nas técnicas e na
sofisticação dos recursos tecnológicos. Eles são necessários, mas como meios.
Toma-se premente aprender a meditar sobre os fins e os valores que devem orientar
a Educação. E, então, os meios serão selecionados tendo em vista os fins.
Necessita-se de eficiência; não eficiência para qualquer finalidade, mas eficiência
que auxilie a dar conta das perspectivas de uma vida sadia para os seres humanos.
Importa que a prática de planejar em todos os níveis - educacional,
curricular e de ensino -ganhe a dimensão de uma decisão política, científica e
técnica. É preciso que ultrapasse a dimensão técnica, integrando-a numa dimensão
político-social.
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O ato de planejar, assim assumido, deixará de ser um simples estruturar
de meios e recursos, para tornar-se o momento de decidir sobre a construção de um
futuro. Será o momento de direcionar metas de trabalho e de vida.
Para tanto, importa estar de olhos voltados para o futuro e não para o
passado. O passado serve para o reconhecimento de como foi a vida e para
fundamentar as decisões de mudança de rota. Contudo, a construção está para o
futuro. Há que se estar aberto para ele.
Nesse sentido, reconhecer o mundo contemporâneo, suas necessidades e
suas aberturas para o futuro é importante. A compreensão e a assunção do presente
em função do futuro é que darão a dimensão político-social do ato de planejar.
1.3 A Atividade escolar de planejar
Planejamento é processo de busca de equilíbrio entre meios e fins, entre
recursos e objetivos, visando ao melhor funcionamento de empresas, instituições,
setores de trabalho, organizações grupais e outras atividades humanas.
O ato de planejar é sempre processo de reflexão, de tomada de decisão sobre a ação; processo de previsão de necessidades e racionalização de emprego de meios (materiais) e recursos (humanos) disponíveis, visando à concretização de objetivos, em prazos determinados e etapas definidas, a partir dos resultados das avaliações (Padilha, 2001, p. 30).
Planejamento Educacional é
processo contínuo que se preocupa com o 'para onde ir' e 'quais as maneiras adequadas para chegar lá', tendo em vista a situação presente e possibilidades futuras, para que o desenvolvimento da educação atenda tanto as necessidades da sociedade, quanto as do indivíduo (Para apud Sant'anna et al, 1995, p. 14).
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Para Vasconcellos (1995, p. 53), "o planejamento do Sistema de
Educação é o de maior abrangência (entre os níveis do planejamento na educação
escolar), correspondendo ao planejamento que é feito em nível nacional, estadual e
municipal", incorporando as políticas educacionais.
Planejamento Curricular é o processo de tomada de decisões sobre a
dinâmica da ação escolar. Para Vasconcellos (1995):
É previsão sistemática e ordenada de toda a vida escolar do aluno. Portanto, essa modalidade de planejar constitui um instrumento que orienta a ação educativa na escola, pois a preocupação é com a proposta geral das experiências de aprendizagem que a escola deve oferecer ao estudante, através dos diversos componentes curriculares (p. 56).
Planejamento de Ensino é o “processo de decisão sobre atuação
concreta dos professores, no cotidiano de seu trabalho pedagógico, envolvendo as
ações e situações, em constante interações entre professor e alunos e entre os
próprios alunos” (Padilha, 2001, p. 33).
Na opinião de Sant'Anna et al (1995, p. 19), esse nível de planejamento
trata do "processo de tomada de decisões bem informadas que visem à
racionalização das atividades do professor e do aluno, na situação de ensino-
aprendizagem".
Assim, a atividade de planejar, como um modo de dimensionar política,
científica e tecnicamente a atividade escolar, deve ser resultado da contribuição de
todos aqueles que compõem o corpo da Escola. É preciso que todos decidam,
conjuntamente, o que fazer e como fazer. Na medida em que é o conjunto que
constitui o seu corpo de trabalho, o planejamento das atividades também deve ser
um ato coletivo. Decisões individuais e isoladas não são suficientes para construir
resultados de uma atividade que é coletiva. As atividades individuais e isoladas não
são inócuas, mas são insuficientes para produzir resultados significativos no coletivo.
Tornam-se necessárias ações individuais e coletivas, ao mesmo
tempo. Assim, o papel do diretor de um estabelecimento de ensino é coordenar a
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construção de diretrizes da instituição como um todo e atuar para prover as
condições básicas para que tais diretrizes possam efetivamente sair do papel e
transformar-se em realidade. Não será o diretor que planejará e imporá seu
planejamento sobre os outros; ele será, sim, o coordenador de uma decisão coletiva
para a Escola, que também deverá ser gerenciada coletivamente. Só um projeto
coletivo poderá ser realizado de forma comum.
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CAPÍTULO II
O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
Considerando a concepção de planejamento exposta no capítulo
anterior, faz-se necessário que se pense também num modelo de gestão que facilite
a participação irrestrita de todos os segmentos da comunidade interna e externa da
escola. Para tanto, a organização e o funcionamento da escola, bem como as
relações pessoais e a organização das atividades educativas, não podem prescindir
da competente participação de todos, quando da elaboração e execução do projeto
político-pedagógico.
Nesse sentido, parece estar implícita a importância de uma gestão
facilitadora de um trabalho coletivo e compartilhado, centrado no administrativo e no
pedagógico, ou seja, que não fique restrito a área administrativa, mas que esta seja
mediadora de uma prática pedagógica e política que leve à construção da escola de
qualidade almejada pela comunidade interna e externa.
Colocada nestes termos, este tipo de gestão pode contribuir
decisivamente para conquistarmos um direito público, que é educação de qualidade
numa escola pública. Portanto, qualquer unidade escolar que se utilize desse tipo de
gestão, como facilitadora da emancipação do cidadão e da universalização do
conhecimento, terá que elaborar ou rever seu "projeto político-pedagógico" para que
o mesmo contribua para tal desiderato político-social.
Embora saibamos que a escola não é o único espaço para se provocar
a efetiva mudança social que permita avançar para a modernidade e realização
humana, mesmo assim, entendemos que ela se constitui num espaço fundamental
para o acesso ao conhecimento, o qual permitirá a emancipação e a formação do
cidadão crítico e participativo.
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Para tanto, faz-se necessário repensá-la em conjunto com os
segmentos da sociedade, com o intuito de uma luta coletiva em prol de uma escola
de qualidade.
Nessa perspectiva, é de fundamental importância que a escola se
organize de forma a proporcionar condições para uma ampla participação de
professores, alunos, especialistas, funcionários, pais, representantes dos diferentes
segmentos sociais da comunidade, todos trabalhando em função de um objetivo
comum, onde num esforço coletivo se decidam as linhas mestras norteadoras da
ação educativa.
Nesse sentido, o projeto político-pedagógico deve fundamentar-se em
pressupostos filosóficos e metodológicos que objetivem a qualidade de vida e a
realização humana. Portanto, cabe enunciar um determinado conceito de mundo,
sociedade, homem e educação.
Corrobora com isso Cardoso (1997), quando diz que
"Entendemos que na medida em que as Unidades Escolares produzirem um Plano de Trabalho onde estejam claras as concepções de mundo, sociedade, homem e escola enquanto totalidade, o trabalho educacional e o ato educativo que ocorre em cada sala de aula terão um novo curso, uma trajetória fundamentada em condições filosóficas e metodológicas que darão substância à concretização das necessidades objetivas do processo educacional" (p.10).
Nesta perspectiva, o projeto político-pedagógico vai além de um
simples agrupamento de planos de ensino e de atividades diversas. Ele deve
garantir a unidade de ação na escola, ou seja, nortear as ações de seus agentes.
Portanto, isto exige a definição clara dos objetivos e metas a serem atingidas pela
comunidade interna e externa daquela unidade escolar.
Este projeto que representa uma ação intencional de mudança, que
será expressa num projeto político e pedagógico. Intenção, esta, expressa num
compromisso sócio-político-educacional daquela população envolvida no processo
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de planejamento. É político no sentido de compromisso com a formação do cidadão
para um tipo de sociedade. Segundo Saviani (1993), "[...] a dimensão política se
cumpre na medida em que ela se realiza enquanto prática pedagógica" (p. 93).
É pedagógico no sentido de definir as ações educativas e as
características necessárias para que a unidade escolar cumpra seus propósitos e
sua intencionalidade. Para que isso se concretize, cabe à administração da
educação na escola, cumprir com uma das suas funções, qual seja, de articular a
construção, implementação e avaliação do projeto político-pedagógico, para que os
agentes envolvidos no processo se organizem e efetivamente possam coletivamente
e compartilhadamente envolverem-se na discussão de um projeto que contribua
para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Com isso, o papel da escola torna-se ainda mais amplo, ultrapassando
a figura de apenas complementadora da família, ou de socializadora de normas e
valores, para assumir a condição de formadora de um tipo essencial de competência
frente à formação da cidadania e frente a contribuir para as mudanças na sociedade.
A escola tenderá a tornar-se a instância estratégica em termos de
eqüalização de oportunidades e de qualificação de indivíduos para as mudanças
estruturais. Tem de ser qualitativa e universal, para assegurar a todos a mesma
oportunidade de desenvolvimento.
Para tanto, terá seu processo ensino-aprendizagem voltado para as
necessidades do seu aluno, com conteúdos atualizados à realidade de hoje,
agregando valores, objetivando qualidade de vida. Por isso, se justifica a
necessidade de construir um projeto político pedagógico de forma compartilhada,
para possibilitar um trabalho efetivo e que sirva de motivador e de elo de união entre
os segmentos internos e externos do estabelecimento escolar.
Por isso, á possível aplicar e aperfeiçoar uma metodologia que permite
ao longo do processo de planejamento (tanto na etapa de elaboração como na de
execução) a participação de todos os envolvidos no processo.
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Desse modo , o projeto político-pedagógico tem a ver com a
organização do trabalho pedagógico em dois níveis: como organização da escola
como um todo; como organização da sala de aula, incluindo sua relação com o
contexto social imediato, procurando preservar a visão de totalidade.
Nesta caminhada será importante ressaltar que o projeto político-
pedagógico busca a organização do trabalho pedagógico da escola na sua
globalidade. Cabe dizer que, tanto a elaboração como a execução do projeto não
podem ser vistas como "uma atividade a mais" na escola, mas sim, devem ser
encaradas como partes integrantes de um processo de planejamento.
Estas etapas são a espinha dorsal da escola, portanto, necessárias,
sem as quais o processo educativo caminha sem saber para onde. De forma que, se
aceito como facilitador da construção coletiva e compartilhada do projeto político-
pedagógico, parece não restar dúvidas de que planejar significa
transformar,revolucionar. Por isso, só consegue seus objetivos quem realmente
assume-o como um processo de planejamento tanto em nível de unidade escolar
como em nível de sociedade.
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CAPÍTULO III
A AÇÃO PARTICIPATIVA NO PLANEJAMENTO
EDUCACIONAL
3.1 Projeto Político Pedagógico e a necessidade de um trabalho
coletivo na organização do currículo da escola
A construção de um Projeto Político Pedagógico (P.P.P.) necessita ser
em conjunto, entre professores, alunos, pais, funcionários e direção, com base na
realidade escolar e da comunidade que a cerca. Essa produção deve ser fruto de um
trabalho coletivo, que vivendo num contexto em transformação, decide unir forças no
sentido de organizar o Projeto da escola, a qual os sujeitos estão envolvidos. Essa
diversidade de valores é diagnosticada nas práticas desenvolvidas no interior da
escola, permitindo assim a reflexão deste movimento cotidiano, o resgate destas
experiências e a identificação da identidade de uma proposta pedagógica,
administrativa e financeira para a escola.
É a partir do diálogo coletivo de interrogação da prática e do
diagnóstico destas experiências significativas no cotidiano escolar, que se consegue
iluminar as relações pedagógicas estabelecidas neste ambiente. A necessidade de
construir uma direção, um eixo norteador na escola.
A escola é muito mais do que um mero processo de ensino. “A escola é
o espaço privilegiado de totalidade do desenvolvimento humano, ela é espaço de
socialização, de cultura de saídas pedagógicas, de rituais e celebração”. (Gadotti,
1993, p. 43).
O diálogo sobre a prática desenvolvida permitiu uma reflexão no
sentido de questionar o seguinte: O atual currículo das Escolas atende, consegue
dar conta do pleno desenvolvimento humano? E a partir deste pensamento que se
destaca aqui, um movimento coletivo de ação – reflexão sobre os currículos
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escolares, entendidos como um movimento que tem faces diversas, encontra-se vivo
e é expresso cotidianamente na prática, nas relações dos sujeitos neste espaço.
Neste processo de construção coletiva, “o currículo menos como um programa oficial
pronto e acabado, e mais como criação, dinâmica, movimento, conflito, contradição,
um território contestado”. (Silva, 1990, p. 23).
A escola tem muito a refletir sobre sua organização curricular, a
começar pela compreensão de que a sua ação passa a ser uma intervenção singular
no processo de formação do homem na sociedade atual.
Vivemos um novo período na história da humanidade. O mundo
mudou. As pessoas mudaram. A simples constatação da velocidade com que
ocorrem transformações em nossa vida cotidiana, já nos mostra que estamos diante
de uma nova sociedade, uma outra realidade que nos envolve e nos desafia.
A forma linear e progressiva com que compreendíamos a vida e tudo
que acontecia, já não parece ser o que prevalece em nosso meio. Estamos vivendo
uma nova era, onde o conhecimento que tínhamos como entendimento de se estar
no mundo (algo pronto e acabado), não é mais aceito e absorvido pela maioria da
humanidade.
Isto significa que a sociedade está a exigir uma prática pedagógica que
garanta a construção da cidadania, possibilitando a criatividade e criticidade. Estas
reais exigências cognitivas e atitudinais requeridas nos levam a interrogar o que tem
a educação a refletir sobre as relações sobre estas transformações em curso e a
formação do homem.
A educação e a escola, por sua importância política, merecem um
papel de destaque e uma proposta de reforma. Neste esforço de reorganização da
vida social e política, velhas instituições e antigos conceitos são redefinidos de
acordo com essa lógica e com interesses e novos conceitos são introduzidos.
Portanto, “o que está em jogo não é apenas uma reestruturação das esferas
econômicas, sociais e políticas, mas uma reelaboração e redefinição das próprias
formas de representação e significação social” (Silva, 1990, p. 56).
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Neste sentido, a reflexão que se coloca em termos de educação
escolar é a seguinte: Como a escola tem se posicionado, reagido frente às
mudanças ocorridas na sociedade? Quais as iniciativas pensadas e executadas em
busca da construção de um novo cidadão? Qual está sendo a intervenção educativa
no sentido de repensar este novo homem, com novos saberes, novas habilidades,
novas aptidões cognitivas?
A educação neste meio passa a ser questionada: Qual é a verdadeira
ou específica função da escola hoje? Formar a quem? Para quem? E para quê?
Dentro desta perspectiva, em meio a conflitos pedagógicos, resgatando uma filosofia
de trabalho na escola, resignificando-a mediante a leitura crítica do atual contexto,
surge a necessidade de sistematizar o P.P.P. por meio de um trabalho coletivo,
tornando-se assim, o desafio de toda comunidade escolar.
3.2 Refletindo as práticas do cotidiano escolar na construção do
P.P.P.
Este movimento de mobilização na escola, buscando uma organização
coletiva, no sentido de fazer uma leitura crítica sobre a realidade social, o currículo
da escola e as mudanças que se fazem necessárias na organização da escola como
um todo, possibilita a conquista e garantia de um espaço, o Encontro Pedagógico.
Esse momento que aos poucos pode ser evidenciado como um momento de
avaliação e reflexão das práticas desenvolvidas no cotidiano escolar, sinalizando a
necessidade de um repensar sobre a realidade.
Os encontros pedagógicos na escola podem retratar a diversidade e a
complexidade da escola, tornando-se uns dos momentos necessários, permitindo
aos professores, alunos, pais, funcionários e direção, uma reflexão sobre a
necessidade de uma organização maior no que diz respeito à busca de alternativas
frente às dificuldades encontradas na educação no mundo de hoje, em busca da
formação da cidadania, do sujeito crítico e atuante na sociedade.
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O encontro pedagógico pode possibilitar aos poucos umas interações
maiores deste coletivo, que em sua interação vai construindo suas alternativas. Este
espaço de conquista no cotidiano escolar proporciona a concretização de uma
relação dialógica no grupo de trabalho, levando a uma troca significativa de
experiências, bem como, um movimento em direção a reflexão de nossas práticas.
“O diálogo é em si, criativo e recreativo. O diálogo sela o ato de aprender, que nunca
é individual, embora tenha uma dimensão individual”. (Freire, 1996, p. 13).
Nestes momentos de reflexão em conjunto, busca-se evidenciar a
percepção de todos os envolvidos na escola, como sujeitos de suas práticas,
identificar-se na coletividade da escola um grupo que não está ali apenas para
executar ações, mas, que todos eram responsáveis pelas práticas desenvolvidas e
que a reflexão, o pensar sobre suas ações faziam parte da organização pedagógica.
O P.P.P. significa este movimento de rupturas, de opção, o pensar
reflexivo sobre a práxis. Em vez de controles, o encontro significativo dos sujeitos,
pais, professores, alunos, por meio de relações que se estabeleçam no respeito
democrático entre estes sujeitos, onde todos possam ser ouvidos, percebidos.
3.3 Contribuições de Ilma Veiga na construção coletiva do P.P.P.
Em seus escritos, Veiga (1998), traz reflexões acerca da construção do
projeto político - pedagógico nas escolas. Destaca-se a construção de um projeto em
busca da real qualidade de ensino, em acordo com as especificidades presentes em
cada comunidade escolar.
Para isso, precisamos envolver todos os que contribuem com o
ambiente da escola: pais, alunos, educadores, funcionários, direção e comunidade
social, os quais, num processo de coletividade, encontrem os fundamentos e as
necessidades que nortearão o P.P.P. Temos a escola como um ambiente de
construção de conceitos, transmissão dos conhecimentos historicamente
acumulados e de formação da cidadania de maneira crítica e atuante na sociedade.
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Além desse aspecto, a escola é também uma instituição burocrática, a
qual, possui profissionais de cunho administrativo, prestam contas de seus
investimentos e manutenção do prédio escolar.
Todo esse conjunto que forma a escola busca, através do projeto
político -pedagógico, além de qualidade e organização do trabalho pedagógico, uma
autonomia que a fortaleça enquanto o sistema de ensino pela comunidade que a
cerca e pela assistência que lhe atende as instancias superiores.
A construção coletiva do P.P.P. é algo evidente neste processo:
“(...) busca um rumo, uma direção. É uma ação intencional, com um sentido explicito, com um compromisso definido coletivamente. (...) o projeto político – pedagógico como um processo permanente de reflexão e discussão dos problemas da escola, na busca de alternativas viáveis à efetivação de sua intencionalidade, que não é descritiva ou constatativa, mas é constitutiva.” (Veiga, 1998, p. 23).
Conscientizar-se de que a escola é um local de desenvolvimento crítico
e real, onde se almeja acontecerem esses ideais fora do papel, abrangê-lo nas
ações da escola como um todo, juntamente com suas finalidades de: cultura,
política, sociedade humana, profissional e de formação. Todo esse conjunto que
compõe este ambiente faz-se identificar e detalhar seus objetivos a um significado,
atingindo de forma eficiente suas determinações enquanto instituição de ensino.
Permeiam assim todas as questões que circundam os ambientes
escolares, presentes no P.P.P, desde sua estrutura, planejamento, interação e
currículo, efetivando uma ação ideológica presente no contexto social existente,
comprometendo-se com o desenvolvimento do indivíduo e sua autonomia,
preocupando-se também, com um calendário escolar bem estruturado para
organizar toda essa construção.
Necessita determinar, em questões temporais, reflexões entre grupo
escolar, formação e oportunizar aos alunos outros espaços, para fazer a escola
acontecer dentro de seus interesses pressupostos em seu trabalho de ensino.
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Esses momentos reflexivos devem considerar uma autocrítica de todo
esse envolvimento, sua construção enquanto projeto, confronto de interesses pela
escola e o encontro de solucionar as necessidades presentes.
Ao se conhecer a realidade escolar, nos acionamos em destacar uma
avaliação dentro de uma visão crítica, percebendo os resultados de toda a ordem do
trabalho pedagógico, pois, ao se ter conhecimento dos problemas que existem em
todo o ambiente escolar, compreender e coletivamente diagnosticar tais situações
enquanto aluno, educador, sociedade, busca-se o desenvolvimento das capacidades
dos alunos, ser consciente das mudanças necessárias a comunidade escolar e do
ser cidadão.
O P.P.P implica de maneira significativa na organização do trabalho
pedagógico e sua reflexão acerca do cotidiano da escola por ser um processo de
construção coletiva, permitindo assim, que se amplie o encontro entre todos os
envolvidos com a escola e as mudanças que urgentemente são necessárias em todo
o meio que cerca a escola por contextualizar a ação envolvente.
O P.P.P não deve cumprir uma burocracia e nem ficar registrado num
monte de papel escrito estacado numa gaveta, é um instrumento essencial na
construção da sociedade.
28
CONCLUSÃO
Por trabalho coletivo entende-se aquele realizado por um grupo de
pessoas - diretores, coordenadores, professores, funcionários, alunos, membros do
Conselho de Escola e demais representantes da comunidade - que têm um
compromisso com a causa da democratização da Educação Escolar no País, no
Estado, no Município, e que atuam com o objetivo de contribuir para assegurar o
acesso do aluno à Escola, sua permanência nela e a melhoria da qualidade de
ensino.
Esse trabalho é caracterizado pela articulação da equipe escolar em
torno da função social da Escola, sintetizada na tentativa de "democratizar os
conhecimentos acumulados historicamente pela humanidade e construir o novo
conhecimento".
A realização do trabalho coletivo não supõe apenas a existência de
profissionais que atuem lado a lado numa mesma Escola, mas exige educadores
que tenham pontos de partida (princípios) e pontos de chegada (objetivos) comuns.
É necessário, assim, que os educadores de uma Escola discutam e
reflitam sobre alguns elementos curriculares básicos: educador, professor, aluno,
Escola, sociedade, objetivos, conteúdos, métodos de ensino e avaliação. É preciso
também haver um certo consenso entre os docentes, pois estes elementos podem
estar sendo percebidos por óticas teórico-práticas vinculadas a diferentes correntes,
tais como o tradicionalismo, o escolanovismo, o tecnicismo e as tendências
progressistas, que também apresentam divergências entre si.
A prática atual dos educadores escolares brasileiros é marcada por um
certo "ecletismo pedagógico", no qual estão presentes, de maneira contraditória,
elementos das diferentes tendências da Educação Escolar. Por exemplo: é possível
identificar num professor cujo discurso é marcadamente progressista
comportamentos bastante conservadores no trato com os conteúdos do ensino e na
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própria interação com os alunos. Não há, assim, uma correspondência necessária
entre discurso e prática pedagógica.
Desta forma, construir um trabalho coletivo coerente, articulado e
posicionado na Escola é tarefa desafiante, que exige empenho, persistência,
paciência e crença naquilo que se quer. Esta construção é permeada por valores
que extrapolam os muros da Escola e envolvem a realidade social como um todo; e
o que está em jogo, nesta concepção de trabalho coletivo, é o próprio fortalecimento
da sociedade civil em torno de alguns ideais democráticos, pela ótica dos interesses
e necessidades das camadas majoritárias da população.
Fala-se em construção do trabalho coletivo no planejamento escolar
porque se trata não de algo dado ou tutelado pelo Estado, mas de algo que passa,
necessariamente, pela cidadania dos educadores escolares. Assim, o "coletivo" no
interior da Unidade Escolar deve reforçar o "coletivo" no contexto social mais amplo
e vice-versa.
O trabalho coletivo na Escola deve estar voltado para a construção de
um perfil de cidadão, na ótica da Educação Escolar, que difere mas interage com o
processo educativo que ocorre na sociedade como um todo.
30
BIBLIOGRAFIA
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democrática de gerir a escola e seu projeto pedagógico. Revista AMAE educando,
ano XXX, nº 268, jun. , 1997.
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Alegre: PUC, 1975.
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Educativo. São Paulo: Libertat, 1995.
31
VEIGA, I.P.A . Projeto Político – Pedagógico da Escola: uma construção possível.
São Paulo: Papirus, 1998.
_________ . Escola: espaço do projeto político-pedagógico. 4. ed. Campinas:
Papirus, 1998.
32
ÍNDICE
AGRADECIMENTOS.................................................................................. 03 DEDICATÒRIA............................................................................................ 04 RESUMO..................................................................................................... 05 METODOLOGIA ......................................................................................... 06 SUMÁRIO................................................................................................... 07 INTRODUÇÃO........................................................................................... 08 CAPITULO I O PLANEJAMENTO NA ESCOLA.............................................................. 10
1.1 O planejamento na prática escolar................................................... 11 1.2 O planejamento escolar.................................................................... 14 1.3 A Atividade escolar de planejar........................................................ 15
CAPÍTULO II O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO.................................................... 18 CAPÍTULO III A AÇÃO PARTICIPATIVA NO PLANEJAMENTO EDUCACIONAL .......... 22
3.1 Projeto Político Pedagógico e a necessidade de um trabalho coletivo na organização do currículo da escola .....................................
22
3.2 Refletindo as práticas do cotidiano escolar na construção do P.P.P. ....................................................................................................
24
3.3 Contribuições de Ilma Veiga na construção coletiva do P.P.P. ....... 25 CONCLUSÃO ............................................................................................ 28 BIBLIOGRAFIA .......................................................................................... 30 ÍNDICE ....................................................................................................... 32
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FOLHA DE AVALIAÇÃO
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
Projeto A Vez do Mestre
Pós-Graduação “Lato Sensu”
Título da Monografia:
“O planejamento participativo em educação: revisando conceitos para mudar
concepções e práticas”
Data da entrega: _______________________________________
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Avaliado por:_______________________________Grau______________.
Rio de Janeiro_____de_______________de 2004.