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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
INCLUSÃO E ADAPTAÇÃO TÉCNICA DO PROFESSOR AO
ALUNO COM TDAH
Por: Sandra Maria Soares Muniz Cunha
Orientador
Prof.Mary Sue Pereira
Rio de Janeiro
2011
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
INCLUSÃO E ADAPTAÇÃO TÉCNICA DO PROFESSOR AO
ALUNO COM TDAH
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Educação Inclusiva.
Por: . Sandra Maria Soares Muniz Cunha.
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AGRADECIMENTOS
Aos meus filhos e ao meu marido que,
com muito carinho e paciência, não
mediram esforços para que eu
chegasse até o final deste curso.
À minha orientadora Mary Suel, por seu
apoio que me levou a execução e
conclusão desta monografia.
A todos os professores do AVM pelo
carinho, dedicação e entusiasmo
demonstrado ao longo do curso.
E finalmente a Deus, o que seria de
mim sem a fé que eu tenho nele.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos
meus filhos Luiz Carlos e Giulia
e ao meu marido Luiz.
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RESUMO
Nesse trabalho procura-se demonstrar através das mais recentes
pesquisas, como agir ao deparar com as situações inusitadas com referencia
aos indivíduos portadores do TDAH, Transtorno do Déficit de Atenção e
Hiperatividade, doença neurobiológica, de causas genéticas que aparece
normalmente na infância e que acompanhará o indivíduo por toda a sua vida.
Causa desatenção, inquietude, impulsividade e hiperatividade. Neste trabalho
será comentado como os pais e professores são importantes, tanto na
percepção, quanto no trato do déficit, sobre o quanto a Escola é importante na
formação do caráter do indivíduo, é sabido que uma grande parcela da
população, (entre 3% e 7%) é atingida, e como os envolvidos estão
despreparados para lidar com a situação. Será informado de maneira
subjetiva e também impessoal que se não tratado corretamente o indivíduo
portador do TDAH poderá sofrer no desenvolvimento pessoal, familiar e
profissional. Serão os principais atores dessa peça teatral, o indivíduo, seus
pais e principalmente os professores e a escola, eles determinarão o futuro das
crianças portadores do TDAH, ajudando-os a tornarem-se pessoas melhores e
a conviver com uma doença muito séria, mas definitivamente controlável, a
educação inclusiva é o caminho e devemos persistir nela, pois com essas
mentes bem "reguladas" certamente formar-se-ão gênios, como podemos
lembrar: Albert Einstein, Agatha Christie, Leonardo da Vinci, Walt Disney,
Steven Spielberg, Tom Cruise entre outras personalidades da história antiga e
recente.
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METODOLOGIA
O presente estudo, será apresentado na forma de dissertação, foi
preparado através de uma ampla busca bibliográfica. Foram pesquisados
diversos livros, sites especializados em Distúrbios Neurobiológicos e artigos
científicos relacionados ao assunto, onde conseguiu-se transcrever as
melhores formas para proceder com os indivíduos acometidos pelo TDAH.
Após a leitura de todos os dados possíveis sobre o assunto, foi iniciado o
processo de produção da Monografia.
Este tema foi escolhido por tratar-se de um assunto atual e de difícil
abordagem por parte das famílias, das escolas e do corpo docente,
principalmente devido ao preconceito em relação ao transtorno e a própria falta
de informação dos envolvidos no processo.
Para fundamentar a pesquisa será utilizado o referencial teórico de
alguns estudiosos em relação ao assunto, tais como: ROHDE, L. A.; Silva, A.B
MATTOS Paulo Mattos, Edyleine B. P. Benczik, Sam Goldstein e Harold
Kaplan a fim de justificar teoricamente os argumentos propostos neste trabalho.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I - TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E
HIPERATIVIDADE 11
CAPÍTULO II - A FAMÍLIA E TDA-H 21
CAPÍTULO III - CRIANÇAS HIPERATIVAS E O AMBIENTE ESCOLAR. O
TDAH E AS PRÁTICA PEDAGÓGICAS 29
CONCLUSÃO 39
BIBLIOGRAFIA 42
ÍNDICE 43
8
INTRODUÇÃO
Partindo do princípio que não existe um ser humano que seja
considerado totalmente “normal”, começamos uma busca frenética pelo
desconhecido! Tratávamos algumas doenças – até então pouco conhecidas –
como loucura ou sandice, porém devido ao nosso despreparo, simplesmente
isolávamos alguns indivíduos que não se encaixavam nos padrões de nossos
grupos, quer fossem familiares ou escolares ou até mesmo no grupinho do play
ground.
Esses indivíduos agiam de forma desordenada, estabanados,
sempre correndo, gritando, fora dos “padrões” éticos comportamentais
aceitáveis para a “sociedade”, isso para algumas pessoas, bastava alijá-los das
brincadeiras, do processo, ou simplesmente ignorá-los, mas para outros não
era o bastante, alguns pesquisadores começaram um inquietante processo de
busca sobre um assunto que era novidade, o Transtorno do Déficit de
Atenção/Hiperatividade.
De acordo com a Wikipédia (Enciclopédia Livre), uma matéria foi
publicada em 2009, falando sobre a década de 1980 onde foram relatados e
ressaltados alguns aspectos cognitivos da definição desses Transtornos,
principalmente sobre o Déficit da Atenção e a sua impulsividade, ou
conjuntamente a falta de controle sobre suas ações, sendo considerado
também, que a atividade motora em excesso nos indivíduos com o Transtorno,
é tão simplesmente o reflexo do resultado que a criança e o adolescente tem
de sua reduzida capacidade de manter-se atenta, para assuntos que não lhes
interessam de fato, e muito menos quando há muitas mudanças de objetivos e
metas a eles destinados.
A partir desse momento começamos a discutir qual seria o papel dos
Pais, Professores, e principalmente da Escola, para que a propagação das
9
informações fossem efetivamente processadas, e a sua aplicação realmente
aceita e de forma equânime entre os envolvidos no processo.
Alguns estudos mais recentes, apoiados em evidencias basais,
tratam da caracterização e análises atuais sobre muitas descobertas
relacionadas ao Transtorno, diagramando assim um melhor entendimento
sobre esse frágil assunto.
São muito poucos os pesquisadores que discutem ou trabalhem a
família, a criança e o adolescente com TDA-H, para que se tornem agentes de
mudança nos paradigmas envolvendo o Transtorno, ainda mais, coloca-la num
patamar de Educação Especial, sendo tratada de forma mais elaborada e não
como uma anomalia.
Esse trabalho pretende que o TDA-H seja incluído numa situação
analógica de âmbito especial, praticamente exigindo que os educadores,
familiares, profissionais que atuem direta ou indiretamente na formação da
criança acometida do Transtorno, consigam apresentar uma melhoria no
desenvolvimento e aprendizagem, possibilitando a criança e o adolescente
uma oportunidade de aproveitar os benefícios que a sociedade e os órgãos
educacionais venham a promover, visando a sua socialização e
consequentemente o seu aprendizado.
Crianças e adolescentes acometidos do Transtorno, raramente são
classificados como “bons alunos”, na verdade são geniais na essência, pois
somente prestam a atenção quando o assunto lhes interessa diretamente,
quando já não há o que justifique a sua atenção, ela se volta para qualquer
coisa que esteja naquele momento, quer seja uma nova mochila do amiguinho
ou um novo par de tênis da amiga, daí a dispersão tão bem caracterizada a
seguir nos capítulos, onde serão comentados quais as características, suas
particularidades, seus tratamentos e as formas de abordagens por parte dos
10
Professores e Familiares, em conjunto com o mundinho particular no qual a
criança está incluída.
11
CAPÍTULO I
TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E
HIPERATIVIDADE
Síndrome Psiquiátrica, constantemente observada em crianças e
adolescentes. Redescoberta recentemente está presente na sociedade, e em
muitos casos omitida pela ignorância sobre o assunto, necessitando de uma
abordagem mais categórica para que possamos diminuir o sofrimento dos
pacientes e de seus familiares.
1.1 - Definição
Estudos revelam que as primeiras anotações citando os Transtornos
Hipercinéticos, apareceram de forma bem discreta em meados do século
dezenove, porém no início do século vinte, pesquisadores passaram a dar mais
ênfase ao quadro clínico, de forma mais aprofundada, aplicando-se valores
mais consistentes para a identificação do Transtorno (PETRY, 1999).
Arlete Petry (1999), nos primórdios da década de 40, falava em
Lesão Cerebral, mínima iniciando-se assim um processo pesquisa aplicada
para a busca da caracterização daquele Transtorno. Mais tarde, a partir de
1962, passou-se a utilizar um termo mais rebuscado para a denominação da
patologia, sendo chamado de Disfunção Cerebral Mínima, onde os
pesquisadores reconheceram que as modificações sintomáticas da patologia
estavam mais relacionadas uma disfunção das vias nervosas do que uma lesão
mais agravada das mesmas. Somente na década de 80, após esforços
dedicados dos pesquisadores, surgiu a terceira edição do DSM-II (MANUAL
DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO DE DESORDENS MENTAIS), dando assim a
denominação do termo - Distúrbio do Déficit de Atenção, que poderia ou não
estar associado aos sintomas de Hiperatividade. Os estudos prosseguiram e
com ele os debates no meio acadêmico, e em 1987, o DSM-III foi reorganizado
12
e mais elaborado, surgiu o DSM-IV, onde o ênfase voltou-se para a
Hiperatividade e dessa a patologia passou a ser chamado de Distúrbio da
Hiperatividade com Déficit de Atenção. Uma nova denominação fora aplicada a
patologia em 1994, onde o Pêndulo voltara a pender para o centro, passando a
ser designada de Distúrbio do Déficit da Atenção e Hiperatividade.
A nomenclatura mais recente no Brasil, segundo Nass e Ross
(PETRY 1988), onde o termo utilizado é Transtorno, em vez de Distúrbio,
passando então ao termo utilizado até os dias de hoje, Transtorno do Déficit de
Atenção (TDAH).
O conjunto dos fatores que contribuem para a ocorrência da
doença, não é específico, como é quase explícita nas patologias. Pré-Natais,
decorrentes da utilização do álcool por parte da gestante, quando a criança
nasce prematura. Perinatais, anoxia (hipoxia) que é a ausência ou deficiência
de oxigênio no sangue ou no ar inalado, além de hemorragia intracraniana, e
as Pós-Natais, tais como as sequelas decorrentes de doenças no período
inicial da infância, como meningite, traumatismo cranio-encefálico, encefalite
etc... Acredita-se que fatores dos comportamentos sociais também poderiam
influir na etiologia, os principais são os baixos níveis sócio-economicos,
alimentação inadequada entre outras.
De acordo com estudos relacionados aos pesquisadores,
Bierderman e seus colaboradores (Apud, Arlete Petry), a contribuição genética
hereditária são bastante consideráveis, sobretudo nas crianças do sexo
masculino onde há a verificação de que em até 20% dos pais desses meninos
com o TDAH e 21 % dos seus irmãos, também são acometidos pelo mesmo
Transtorno.
A prevalência do TDAH - Transtorno do Déficit de Atenção e
Hiperatividade, é demonstrado em diversos estudos, tanto nacionais quanto
internacionais, sendo baseados principalmente em crianças em idade escolar
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na grande maioria. Os mesmos estudos relatam que as crianças com esse
Transtorno apresentam um risco muito alto do desenvolvimento de outras
patologias relacionadas a doenças psiquiátricas na infância, adolescência e na
idade adulta. A afirmativa mais correta relacionada a esses estudos é que o
impacto desse Transtorno é muito alto, invariavelmente o custo financeiro
também é muito alto, além do estresse causado no ambiente familiar, aumenta
em muito a baixa auto-estima das crianças e adolescentes e é bastante
prejudicial para aqueles que concorrem para as atividades acadêmicas ou
vocacionais, impactando no seu desenvolvimento profissional.
Caracterizado por Desatenção, Impulsividade e excesso de
Atividade Motora, aparentemente não adequados a etapa pertinente em ao
menos dois ambientes distintos, o Transtorno do Déficit de Atenção TDAH é
um dos Transtornos mentais mais comuns na infância e na adolescência. Tem
um desenvolvimento crônico e está associado a uma gama de complicações,
tanto na infância e adolescência quanto na fase adulta. Fase essa que em
uma grande parte dessas crianças e adolescentes a patologia permanece
sintomática, em muitos casos as conseqüências incidem em um pior
rendimento acadêmico/profissional e um grande risco para transtornos
antissociais, levando os adolescentes em muitos casos para o caminho da
dependência química, normalmente fumo, drogas alucinógenas, álcool entre
outras.
O TDAH é um quadro caracterizado pela presença de um desempenho inapropriado nos mecanismos que regulam a atenção, a reflexibilidade e a atividade motora. Seu início é precoce, sua evolução tende a ser crônica com repercussões significativas no funcionamento do sujeito em diversos contextos de sua vida. (Rohde - 2003)
O problema básico encontrado no TDAH é a total incapacidade de
enquadramento das respostas aos estímulos, mesmo com a Impulsividade e a
Desatenção. Todos os circuitos neuronais associados ao Transtorno incluem o
córtex pré-frontal, os gânglios da base e também o cerebelo. Mediação
baseada em psicoestimulantes, cuja ação é dopaminérgica,e a Imipramina. de
14
ação noradrenérgica, são hoje basicamente os tratamentos mais eficazes para
esse Transtorno.
A maioria dos estudos neuropsicológicos sugere que o TDAH está associado a alterações do córtex pré-frontal e/ou de suas projeções a estruturas subcorticais, embora alterações em córtex parietal posterior direito também pareçam estar envolvidas. Assim, o termo frontosubcortical,o qual denota uma disfunção comportamental ou cognitiva aparentemente frontal mas influenciada por projeções subcorticais, é o que melhor descreve, do ponto de vista neuropsicológico, o TDAH. (Rohde-2003)
1.2 - Sintomas e diagnóstico
É comprovadamente um sucesso os avanços conquistados, pelo
desenvolvimento e entendimento dos processos neuro-químicos, dos estudos
genéticos e também sobre a eficácia dos estudos nos diversos ambientes
sociais, esses processos vem a campo aliar-se ao que hoje conhecemos como
TDAH. Terapias Ocupacionais, Fonoaudiologia, e principalmente a Psicologia,
são fatores preponderantes para a identificação e a associação do Transtorno.
Há uma forte corrente / tendência para que esses processos se alinhem com a
parte da Pedagogia, onde Professores, passam a atuar como pólos indicadores
de sintomas aparentemente expressivos.
Conforme os processos vão se alinhando, surgem diversas
propostas de criação de normas para a abordagem multidisciplinar na
avaliação clínica e também na criação dos diversos modelos que passarão a
fazer parte uma gama de diagnósticos e intervenções para estas crianças e
adolescentes, em geral, esse processo de identificação e diagnóstico se dá na
faixa etária dos primeiros períodos escolares, onde são formalmente
reconhecidos os sintomas de Desatenção Frequente e Hiperatividade, quase
que totalmente impedem que os envolvidos se enquadrem nas condições
ideais para o correto aprendizado, onde mais tarde, aparecerão alguns
15
problemas que antes eram quase imperceptíveis e nem sempre com o valor
devido aquela criança.
Pais e Mães que tem um bom nível socioeconômico e alto nível de
escolaridade, onde se percebe que a família é mais estável, onde não há a
cisão do casamento, enfim uma família realmente estruturada até na sua
fluência verbal, terão a capacidade de identificar, principalmente nas crianças
na fase Pré-escolar, os sintomas e o mais desejado diagnóstico bem
precocemente, facilitando a fase inicial do tratamento. É fato que, embora todos
os dados epidemiológicos venham a sugerir que perto de 2% das crianças na
fase Pré-escolar venham a ser diagnosticados com o TDAH. Parte de um total
de 50% dos pais apresentam preocupações nesse sentido. Muitos deixam de
fazê-lo na fase da alfabetização por diversos motivos, dentre eles o mais
preocupante é a ignorância, o outro é a falta de informação. Não vemos os
órgãos públicos divulgando sobre o assunto, e isso é muito sério, pois o
agravante é o prejuízo na aprendizagem o que sempre está relacionado aos
problemas sociais e acadêmicos na adolescência, pois os indivíduos
acometidos pelo Transtorno são sempre um pouco mais problemáticos no trato
coletivo.
Na infância, principalmente na idade Pré-escolar, a vigilância e a
atenção sobre o controle das atividades motoras e de relacionamento com os
seus "amiguinhos", encontram-se em total desenvolvimento, determinados
comportamentos precisam ser avaliados na expectativa de uma fase
incompleta de maturação, os pacientes acometidos pelo TDAH, tem o seu
desenvolvimento social agravado, pois em muitos casos o seu
desenvolvimento intelectual está muito acima da média, na maioria dos casos
são considerados quase minigênios, então passam a desconsiderar os colegas
que não acompanham o seu raciocínio.
O fator hereditário do TDAH, que pode chegar a 0.80 e a sua
prevalência que está sempre variando entre 5 e 15% nas crianças em idade
16
escolar, outro fato importante de ser ressaltado é que a incidência nos meninos
é três vezes maior. Muitos dos estudos afirmam que existem famílias com a
pré-disposição para diversas patologias psiquiátricas, não se excluindo o
TDAH, baseado nessas afirmações, podemos concluir que a hereditariedade
do subtipo diagnóstico do Hiperativo / Impulsivo, Desatento ou Combinado está
na faixa dos 60%.
Constantemente observado em crianças, onde os sintomas do
TDAH não retrocedem ou simplesmente desaparecem com o passar dos
tempos, tendem a sobrecarregar o ambiente familiar, afetando-os de forma
indireta em alguns casos e diretamente na sua grande maioria, levando assim
a um quadro familiar com características mais penetrantes, participativas.
Algumas modificações em alguns dos genes transportadores (DAT) e nos
receptores de Dopamina (DRD4) estariam diretamente relacionados à
susceptibilidade ao Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH),
porém os estudos também mostram que existem relatos de resultados
negativos nessa relação, onde percebe-se que há uma forte tendência que os
fatos sugerem que o TDAH seria uma condição heterogênea de etiologia
multifatorial genética e não genética, então, neste quadro, quando
diagnosticado corretamente, a presença do Transtorno de Conduta e a Doença
Bipolar - são comorbidades presentes no TDAH - e a definição dos diversos
sub-grupos em função das mesmas, parecem levar a um consenso de que
todos os estudos até então parecem levar a conclusão de que todos os
pacientes com o TDAH convergem para famílias homogêneas, respeitadas as
características gênicas, porém essas mesmas características podem prever
uma resposta diferente ao tratamento medicamentoso, de acordo com o perfil
genético de cada paciente.
A desatenção, hiperatividade ou impulsividade como sintoma isolado podem resultar em muitos problemas na vida de relação das crianças (com os pais e/ou colegas e amigos),de sistemas educacionais inadequados, ou mesmo estarem associados a outros transtornos comumente encontrados na infância e na adolescência. Portanto para diagnóstico doTDAH
17
é sempre necessário contextualizar os sintomas na história de vida da criança. (Rohde - 2003)
Critérios do "Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders" (DSM) IV1
para Transtorno do Deficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), 1994.
• Desatenção
• Falha para prestar atenção a detalhes
• Dificuldades para manter atenção sustentada nas tarefas
• Freqüentemente parece não escutar quando se fala diretamente com ele (a)
• Freqüentemente não segue instruções ou falha na finalização de tarefas
• Tem dificuldade para organizar tarefas ou atividades
• Freqüentemente perde coisas necessárias para a realização de tarefas
• É facilmente distraído por estímulos externos
• É freqüentemente esquecido em atividades diárias
• Hiperatividade
• Mexe os membros com freqüência ou se move na cadeira
• Levanta-se da cadeira na sala de aula ou em outros locais onde é esperado
que permaneça sentado
• Corre ou sobe excessivamente nas coisas
• Tem dificuldades para brincar calmamente
• Está freqüentemente "a ponto de" " e parece " ligado em um motor"
• Fala excessivamente
• Impulsividade
• Explode em respostas antes das questões serem completadas
• Tem dificuldades em esperar a sua vez
• Freqüentemente interrompe os outros
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1.3 - Tratamento
Das mais variadas formas de tratamento do Transtorno do
Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), a maneira mais utilizada
atualmente, é uma abordagem múltipla, tanto no trato Farmacológico ou
Medicamentoso, e o outro modo e a abordagem Psicossocial.
No campo Psicossocial devemos nos ater a base da
pirâmide, os Pais, que necessariamente precisam de informações
consolidadas, precisas, para que sirva de norteamento para esse ponto em
diante possam dar continuidade aos passos de seu filho acometido pelo TDAH.
Em muitos casos, os Pais têm a necessidade de participar de um programa de
treinamento para um melhor conhecimento sobre o que é o Transtorno e assim
aprendam a controlarem-se e a controlar os sintomas apresentados pelos seus
filhos. Um exemplo prático, seria os Pais aprenderem a planejar estratégias
básicas para auxiliarem os seus filhos, a conseguir organizar e planejar suas
atividades.É sabido que eles necessitam de ambiente favorável para o
aprendizado, ambientes silenciosos e sem muitos estímulos visuais são
indicados para que eles possam estudar por exemplo.
Partindo para o ambiente escolar, seria considerado o
segundo ponto mais importante para o tratamento, sendo as professoras
consideradas, se pudéssemos catalogar um nível de importância, seriam grau
2. O ideal para o aluno seria professores bem orientados, uma sala de aula
bem estruturada, pequena quantidade de alunos por professor, enfim, uma
rotina consistente num ambiente escolar favorável, e que conseguisse manter o
nível de atenção do aluno, focado para manter o controle emocional. É sabido
que o aluno em sala de aula precisa de estratégias de ensino que
invariavelmente misture a atividade física em conjunto com o processo de
aprendizagem, onde as tarefas não devem ser demasiadas longas e bem
esclarecidas. É importante saber que o aluno com o TDAH, tem dificuldade de
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fixação, não deverá sentar-se próximo a saída, junto às janelas,
preferencialmente ficar na primeira fila, próximo ao educando, ficando assim
melhor assistido e com menor chance de distrair-se com assuntos não
pertinentes ao aprendizado.
Determinados alunos necessitam, em muitas das vezes,
um reforço de conteúdo, devido a algumas "falhas" no aprendizado em alguma
fase anterior ao diagnóstico, basicamente devido ao TDAH, em alguns dos
casos um acompanhamento Psicológico se faz necessário, principalmente no
campo da organização e planejamento do tempo, relacionado a equalização
das atividades. Intervenções Psicológicas serão sempre necessárias na criança
e no adolescente, existem aspectos individuais que necessitam de atenção
especial e o profissional precisa determinar regras para o tratamento cognitivo-
comportamental, tais como:
A: Baixa Auto-Estima, Dificuldade do Controle de Impulsos e
Capacidades Sociais Pobres.
B:Tratamento das Comorbidades - Relacionados aos Transtornos
Depressivos e de Ansiedade.
C: Tratamento dos Sintomas Centrais do Transtorno - Imposição de
Desafio, Teimosia e Sentimento de Oposição Frequente.
Estudos afirmam que a melhor forma de tratamento, é a
medicamentosa aliada ao trabalho Psicossocial (Pais, Professores,
Comunidade), porém de forma cautelosa para que se consiga um melhor
manejo do Transtorno. O fármaco mais conhecido e aplicado ao Tratamento é
o Metilfenidato, sendo considerada a dose normal terapêutica entre 20mg e
60mg por dia, (0,3mg por Kg a 1mg por Kg por dia). O Metilfenidato por ter a
sua eficácia (meia-vida) com duração bem curta, é tomado em duas doses
diárias, uma de manhã e a outra após as refeições e podemos concluir que em
até 70% dos pacientes respondem bem a medicação, com boa tolerância aos
estimulantes.
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Não existem fatos que comprovem alterações entre os
adolescentes com o Transtorno do Déficit de Atenção (TDAH), que foram
tratados com medicamentos (Metilfenidato) e os que não foram tratados com a
medicação, porém ressalta-se que aparentemente não são demonstrados
sequer diferenças na altura, aprendizado, até porque em muitos casos, os
profissionais concordam em promover "feriados terapêuticos", onde por
aconselhamento médico, o paciente deixa de tomar a medicação por todo o
final de semana, ou pela suspensão da medicação durante o período de férias
escolares, com a explicação de não expor em demasia, uma pessoa à
dependência química provável, principalmente naqueles "jovens" onde a família
tem dificuldade para controlar o uso de bebidas alcoólicas ou que esse "jovem"
venha a ser usuário de Drogas Ilícitas, em geral nos finais de semana.
Em alguns estudos, aparecem indicações de utilização de
medicação anti-depressiva, os ADT´s como são chamados. Esses são
indicados em certos casos onde não existe a clara resposta aos estimulantes,
ou quando existem ainda comorbidades de Enurese ou Transtornos de Tique, o
mais conhecido e recomendado é o Imipramina, e sua dosagem recomendada
normalmente fica entre 2 a 5mgpor Kg por dia. Outra medicação bastante
utilizada é a Bupropiona, porém divido ao alto risco de efeitos colaterais
(convulsões, secura, insônia, cefaléia, náuseas, vômitos, constipações e
tremores) limitam em muito a sua indicação terapêutica.
21
CAPÍTULO II – A FAMÍLIA E O TDA-H
“Qual é ? ...o dia mais belo? Hoje ...a coisa mais fácil? Equivocar-se ...o maior obstáculo? Medo ...o maior erro? Abandonar-se ....a raiz de todos os males? O
egoísmo ...a distração mais bela? O trabalho ...a pior derrota? O desalento ...os melhores professores? As
crianças ...a primeira necessidade?
Comunicar-se ...o que nos faz mais felizes? Ser útil
ao próximo ...o maior mistério? A morte ...o pior defeito? O mau humor ...a pessoa mais perigosa? A
mentirosa ...o sentimento pior? O rancor ...o presente mais bonito? O perdão ...o mais imprescindível? A oração ...o caminho mais curto? O correto ...a melhor sensação? A paz interior ...o resguardo mais eficaz? O sorriso ...o melhor remédio? O otimismo ...a maior satisfação? O dever
cumprido ...a força mais necessária? Os Pais ...a coisa mais bela de todas? O
amor” Madre Tereza de Calcutá
Uma informação relevante, é que aos pais são delegadas as
primeiras observações quanto ao comportamento dos pequeninos na fase
inicial do aprendizado, tanto na escola quanto aos primeiros passos na
identificação dos símbolos letras e códigos de conduta na relação familiar.
Na fase pré-escolar, os pais basicamente são, ou deveriam ser, a
única fonte saudável de informação, mas felizmente ou infelizmente a televisão
tornou-se uma babá. Os dramas corriqueiros do dia dia, os compromissos
financeiros, enfim, a maratona diária não deixa muito tempo de sobra para os
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pais converterem tempo suficiente para uma educação coerente, o curto tempo
disponível passam a dedicar ao carinho e a apresentação dos símbolos, letras
imagens, as principais regras de conduta e a maioria dos componentes que
farão parte de sua educação, restando aos meios tecnológicos suprirem a falta
dos pais, ajudando e ilustrando, na medida do possível o que os pais estão
informando a criança naquela fase, quer seja através de programas
educacionais infantis, ou dos desenhos animados, cada vez mais coloridos e
pragmáticos. A observação sistemática das atitudes dos pequenos, deverá ser
fator preponderante para a comparação com o rendimento das crianças ditas
"normais".
A participação de um Psicopedagogo é imprescindível para uma
análise mais complexa e a possível detecção do distúrbio, influem também
nessa decisão, a estrutura familiar, por exemplo: Uma família onde os pais são
separados, onde a desarmonia no lar é constante, brigas, textos e imagens
perniciosos, promiscuidade, discussões, crianças desatendidas, a falta de
valores morais e ou religiosos, drogas, alcoolismo entre outros fatores.
2.1- Família
Não há família que possa ostentar o
cartaz “Aqui não temos problemas”.
Provérbio Chinês
Geralmente representada por um Homem e uma Mulher, unidos
legalmente em matrimônio, a família é a primeira entidade social constituída
que conhecemos até então e este é o modelo que sempre tivemos e temos
como base, referência, ponto de apoio, é o que costumamos chamar de lastro
social.
Passamos a chamar de Família Convencional, onde existe uma
organização social onde existe uma hierarquia (avô, pai, filho, neto, etc...),
onde, em sua maioria, todos possuem um mesmo sobrenome, valores morais,
23
éticos, estrutura material e cultural, e que através dos laços de parentesco vai
se perpetuando e servindo de padrões para futuras famílias a serem geradas a
partir de cada sub-núcleo. A família, é considerada "o núcleo da sociedade", é
na família bem estruturada, com valores éticos e morais que se forma o caráter
de uma pessoa.
Quando falamos de estrutura, dizemos que ela e a base de tudo; e
que sem uma base sólida, nada é consolidado, a relação fica dispersa, não há
harmonia. Numa família onde o casal e seus filhos,quando vivem cercados de
amor, compreensão e harmonia, fica muito ou quase impossível que algum dos
integrantes se percam ou se desnorteiam, mesmo sob as maiores
adversidades.
Ao longo do tempo a família vem passando por diversas mutações,
mudanças em toda a sua estrutura, tanto no que diz respeito aos valores
morais e éticos e até sociais e culturais. Os vínculos estão se perdendo muito
rapidamente em virtude dessas mudanças.
A aceitação da formação de casais por parte da Justiça, a
sociedade discutindo sobre a possibilidade de inseminação artificial, para que
casais Homossexuais possam gerar os seus próprios filhos, geram uma
infinidade de conflitos, tanto na cabeça das crianças, quanto na dos adultos
que cercam aquele "núcleo familiar". Imaginarmos o que pode passar na mente
de uma criança, quando perguntada por seus coleguinhas de classe, qual o
nome de seu pai, ou de sua mãe, e a resposta não seja aquela "convencional" -
Meu pai é João e minha Mãe é Maria. Não que estejamos pregoando a
homofobia, mas devemos estar cientes que esses "problemas" ocorrerão", o
que incitamos é que a nova célula familiar recém constituída e aceita pela
sociedade, esteja preparada, e definitivamente pronta para as respostas, e que
essa criança seja ajudada de forma a estar preparada para os infortúnios, além
disso existe a grande possibilidade de Bullying por parte dos coleguinhas.
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As crianças já percebem desde muito cedo que necessitam se
enquadrar, aprendem que a separação da mãe será rápida, pois ela tem que
voltar ao trabalho, o que antes era considerado o "pátrio poder", nos dias de
hoje já nem mesmo é comentado, na sociedade moderna, o sustento da casa,
deve e será realizado por ambos os envolvidos no processo, e sendo levado a
cabo nas circunstâncias do cotidiano, invariavelmente um dos dois acaba
sendo sacrificado, nesse caso quase sempre a mulher com as suas habilidades
de gerir vários "conflitos" ao mesmo tempo. Aquela máxima onde se dizia que a
responsabilidade de trabalhar e sustentar a família era somente do Pai, nos
dias modernos isso está definitivamente abolido, e hoje, sustentar, educar e
gerir a família é de responsabilidade do casal, isso é fato!
2.2 - A criança hiperativa e a família.
Há influência do uso de treinamento parental em
populações com TDAH. Segundo esse ponto de vista, o fato de
haver uma criança com TDAH coloca a família em maior risco
de perturbações nos relacionamentos familiares, podendo
incluir problemas na aliança entre pai e mãe ou entre irmãos,
que excluem o irmão afetado. Quando isso ocorre, a teoria dos
sistemas familiares prevê que deve haver mudanças na
estrutura familiar para que o funcionamento melhore. Com essa
finalidade, o treinamento parental pode fortalecer a aliança
entre os pais ensinando-os maneiras de criar um filho com
TDAH. (apud BARKLEY, 2008, p. 467).
Diversas correntes discorrem sobre o tema, TDAH, mas o que mais
precisamos ressaltar é a sensibilidade dos familiares e o amor com que os pais
e as pessoas que participam intensamente da vida da criança ou adolescente
acometido do TDAH cuidam deles. Partindo desse princípio, devemos dar uma
enorme importância ao treinamento dessas pessoas que vão interagir com
esses indivíduos, dar a eles a exata dimensão de que efetivamente necessitam
25
de reeducação fundamental, para que consigam ajudar a esses indivíduos no
seu desenvolvimento basal de atenção e foco, principais sintomas do distúrbio.
Conforme foi dito no parágrafo anterior, uma criança ou adolescente
acometido pelo TDAH pode facilmente contaminar o ambiente familiar, caso os
pais ou os familiares não tenham conhecimento da real situação da criança, ela
poderá ser rotulada como, bagunceira, arredia, causando dificuldades até para
conseguir contratar funcionárias, como babás, empregadas domésticas, porque
não "aguentam" aquela criança, "que gênio ruim que ela tem" , se até mesmo
esses profissionais não forem muito bem esclarecidos, também se tornarão
reféns da situação global que envolve o distúrbio. Quando os pais descobrem
que o pequerrucho que criaram, não é exatamente a criança ideal que eles
desejaram, que o indivíduo não é bem aceito no meio social a qual pertence,
(Play Ground, creche, escola) entram em crise, ficam realmente em estado de
choque, esses sintomas irão desaparecer quando se tornarem familiarizados
com os sintomas do TDAH. Dos inúmeros problemas relatados aos portadores
do TDAH, os mais visíveis são relacionados a falta de atenção, a impulsividade
e a hiperatividade, fatos estes que seguramente tornarão a vida diária do
paciente um pouco mais complicada do que os demais, ditos "normais",
resultando assim num desenvolvimento mais tardio e não adequado aos
padrões da sociedade.
O TDAH é um distúrbio bi-psicossocial, claramente percebido por
padrões hereditários, genéticos, biológicos, sociais e principalmente os
vivenciais, padrões esses que irão contribuir de forma bem clara na intensidade
dos problemas experimentados. A informação, o diagnóstico precoce
juntamente com a dedicação dos pais, serão fatores preponderantes para a
redução dos conflitos no âmbito familiar, no escolar e nos conflitos psicológicos
vivenciados por esses indivíduos. Muitas das pesquisas atualmente realizadas,
estão sendo direcionadas para uma melhora no qualidade de vida dessas
pessoas, os portadores do TDAH, avançado na direção do bem estar, da
26
conciliação, sabedores que são de que, todos nós temos o direito a felicidade e
ao amor incondicional.
Quando for necessário o castigo por
desobediência, é necessário que os pais sejam coerentes e
constantes: se disser que irá castigá-lo, realmente o faça. Dizer
e não fazer será interpretado pela criança como sinal de que
nada acontecerá. E faça o que realmente disse que faria. Por
exemplo, uma semana de castigo deve durar uma semana.
Encurtar o período porque a criança está fazendo birra, cara de
choro ou sendo um “anjinho” terá o efeito de mostrar para a
criança que ela pode controlá-lo e manipulá-lo. Então ela irá
aprender a manipular em vez de aprender que há
conseqüências desagradáveis para seu inadequado
comportamento. Após a repreensão, mostre a ela que novas
chances de acertar serão sempre dadas e incentive-a a
aproveitá-las sempre (Silva, A.B.2003, p. 70).
Uma criança com TDAH precisa do
apoio dos pais da mesma maneira que uma pessoa com o pé
quebrado necessita de muleta. A muleta não é permanente. No
entanto, para se sentir confortável na continuação da rotina, é
preciso que o pé quebrado e a muleta trabalhem juntos para
minimizar o desconforto. À medida que a criança com TDAH
amadurece, precisa menos do apoio dos pais e mais da sua
experiência e de seus recursos. Crianças portadoras de TDAH
anseiam por soluções de uma maneira saudável,
principalmente quando se vêem como a fonte do problema
(Kicarr, 2006, s.p.).
Um fato muito interessante acontece nesta relação, quando os pais
começam a entender, a aceitar o comportamento da criança com o TDAH,
paradoxalmente acontece um fenômeno, o comportamento, que por diversas
vezes fora considerado problemático simplesmente diminui a frequência, a
27
intensidade e o tempo de duração dos episódios, não obstante o
comportamento do indivíduo passaria a ser aceito, de fato ele mesmo poderá
ser aceito ou não, pelo que pode fazer ou não, em um determinado momento,
não valendo como regra, onde o fato de ser portador do TDAH, venha a ser
usado como pretexto ou sequer justificativa para atos ou comportamentos que
não sejam condizentes, quiçá desrespeitosos relacionados com determinada
fase de sua vida. Cabem aos pais responsabilizar os filhos pelos atos que
cometem, certos ou não, porém.mantendo uma posição firme e coerente, mas
sempre procurando manter a base sólida do apoio e do amor.
O bom conhecimento das características do transtorno, procurar manter
a calma com a criança portadora do TDAH, procurar sempre a conciliação com
os outros membros da família, estabelecer hábitos eficientes de disciplina e
dessa forma, conduzir o portador com eficiência, fatalmente conseguirá o
resultado desejado, que nesse caso é uma criança que consegue entender,
compreender, bem disciplinado, e que consegue focalizar a sua atenção,
assumindo assim a total responsabilidade pelas suas próprias atitudes e
responder pelos reflexos de seus comportamentos.
Abaixo passamos a informar o que de melhor podemos fazer para que
os pais, responsáveis, colaboradores e demais familiares, possam obter
informações sobre o que fazer quando o distúrbio for detectado:
1. Informem-se sobre o TDAH, procurem ler sobre o assunto, procurem
famílias para que troquem experiências, isso os auxiliarão a conhecer o
TDAH e a controlá-lo.
2. Evitar castigar excessivamente, pois os castigos e repreensões
frequêntes tem um impacto negativo para a auto-estima.
3. Fornecer informações aos que não conhecem o distúrbio, tais como
vizinhos, amigos, procurar a escola, saber se os professores e
funcionários conhecem o problema. Isso facilitará o convívio da criança
28
nos diversos ambientes que ela viverá, evitando também que a criança
perca o interesse inclusive pela escola.
4. Estabelecimento de normas claras e definidas, evitando assim que a
criança fique sem saber do que está sendo cobrada ou exigido dela.
5. Evitar uma forma de educação muito permissiva, estabelecer padrões de
limites e liberdade, e por conseguinte, ajudá-los a cumpri-los,
preparando assim a criança para enfrentar os limites que seguramente
ela encontrará, sem que a sua liberdade seja cerceada.
6. Evite discussões em frente das crianças, mesmo as que não são
portadoras do TDAH, os pais são na realidade o espelho do que eles
pretendem se tornar no futuro.
7. Mantenham um diálogo sempre franco, objetivando sempre a ajudá-los
nas dificuldades que os pequenos encontram, através do diálogo, as
crianças nos fornecem diversas "dicas" para a condução do distúrbio,
facilitando ainda a descoberta de novas soluções para alguns problemas
não detectados anteriormente pelos pais.
8. Explicar com muita clareza qual comportamento deseja daquela criança,
até porque o que nos parece muito óbvio, para eles nem sempre isso é
detectado.
Senhores pais, educadores, colaboradores, tenham em mente que o
distúrbio do TDAH, não é um problema que atinge somente a um dos membros
da família, ou da sociedade, contamina todo o ambiente de quem não detém o
conhecimento e assim corroendo as bases do bom relacionamento, quer no
âmbito do seio familiar, do grupo de amigos do play-ground, da escola e que se
não for detectado e corrigi do, trará muitos problemas para os indivíduos
envolvidos no processo.
29
CAPÍTULO III - CRIANÇAS HIPERATIVAS E O AMBIENTE
ESCOLAR. O TDAH E AS PRÁTICA PEDAGÓGICAS
Nem "Agitado" e nem "Lerdo", muito menos "Briguento" ou "Mau Aluno"
Após várias tentativas de promover a discussão sobre um
tema, que vem afligindo uma grande camada da população, o alemão Heinrich
Hoffman descreve com brilhantismo o que se passa na mente das crianças, ele
relata em seu livro de nome "Pedro despenteado". Nele o autor fala sobre os
personagens "Felipe", aluno irrequieto, nunca para pra prestar a atenção em
sala de aula, sempre desatento, implica com os demais colegas de classe, atira
bolinhas de papel nos alunos concentrados, fala do "João", que está de certa
forma, sempre desatento, esquece de tudo e de todos, fica sempre olhando
para as paredes, nunca está situado, as notas são em geral sempre baixas.
Nos exemplos acima o escritor procura descrever o quanto
são perceptíveis os sintomas do TDAH, Transtorno do Déficit de Atenção e a
Hiperatividade, e o que realmente falta, é a informação, pois desde o século
XIX já era conhecido como distúrbio. O TDAH é tratado como o Distúrbio
Neuro-comportamental mais comum na infância, atingindo de 4% a 6% da
população infantil, segundo a Organização Mundial da Saúde - (OMS), que
quando diagnosticado precocemente, e tendo o seu tratamento iniciado o
quanto antes, traz sensíveis benefícios para os acometidos pelo Transtorno,
ajudando-os nas tarefas mais simples, e trazendo-os do "Mundo da Lua" para o
convívio conosco na "Terra".
De agora em diante, falaremos, orientaremos, discutiremos
procurado informar sobre a melhor forma de posicionar todos os envolvidos no
processo de educação dos indivíduos acometidos pelo TDAH. Procuraremos
tratar o assunto de forma clara e objetiva, em linguagem direta para que haja
compreensão exata de todas as variáveis possíveis, a partir desse momento,
tanto o corpo docente quanto os funcionários da escola, poderão ajudar na
30
identificação e no tratamento das crianças portadoras do TDAH, minimizando
assim os desconfortos trazidos pela ignorância do passado, está na hora de
iluminarmos os caminhos das crianças desafortunadas pela falta de
conhecimento sobre o Transtorno, e os ajudando a buscar novos
conhecimentos, para que tenham um futuro melhor, evitando ainda aqueles
tratamentos medicamentosos que criavam zumbis, e não crianças.
3.1. A melhor postura do Professor e como conseguir ajuda para
enfrentar o problema dos alunos com o TDA-H
Passaremos a descrever o que os cientistas, em recentes
pesquisas, informam o que de melhor pode servir de recomendação ou postura
para que professores possam "atender" os alunos portadores do TDAH,
Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade. O Professor deverá servir
de modelo para os demais colegas da escola, deverá ser dele sempre o
primeiro passo para que a informação sobre o aluno acometido do Transtorno,
seja tratado de forma equalizada, ele deverá deter o conhecimento e sabedor
de técnicas e das informações sobre o Transtorno, deverá saber quais são os
métodos para a aplicação desses conhecimentos.
"O Diagnóstico do TDAH - Transtorno do
Déficit de Atenção e Hiperatividade é dimensional, pois
todo mundo tem alguns sintomas de desatenção e
inquietude. O que determina se existe ou não um
problema é o "quanto" você tem daqueles sintomas, não
existe o grupo dos "completamente desatentos".
Algumas pessoas tem níveis de açúcar que a maioria
da população não tem, e isso acarreta inúmeros
problemas em suas vidas, a isso chamamos de
"Diabetes". Ocorre o mesmo com o TDAH.
Desde a Pré-escola as crianças com TDAH
parecem sonhar acordadas, (Os Professores podem
31
perceber isso antes mesmo dos Pais) e muitas vezes
mais lentas na cópia do quadro e nas tarefas porque
"voam" o tempo todo. Elas cometem muitos erros por
desatenção: Erram por "bobagens", sinais, vírgulas,
pontos entre outras coisas do dia-a-dia, existem casos
que a distração e o esquecimento associado a ele são
inacreditáveis. (P. Mattos, 2010, 01).
A melhor forma de identificação do TDAH é pela observação
comportamental do aluno, de que forma ele se apresenta, seu uniforme, seus
cabelos, sua postura em sala de aula, observando sempre se o aluno está
atento ao que é passado para ele, juntamente com os seus companheiros, se
ele está no "Mundo da Lua", verificando se as tarefas de casa estão sendo
realizadas. Uma vez detectado pelo professor, ele deverá comunicar aos seus
superiores (Direção) para que essa informação circule no ambiente escolar,
para que o aluno acometido pelo Transtorno seja plenamente identificado, isso
não quer dizer, "discriminado", como foi dito anteriormente, esse aluno não é
"Agitado", "Briguento" ou "Bagunceiro" por que ele realmente quer, então não
deverá ser tratado de forma desigual, e sim de forma diferenciada dos demais,
porque ele tem enorme dificuldade de enquadramento nos padrões ditos
normais pela sociedade. Uma vez a informação circulando de forma correta
pelo ambiente escolar, os professores passarão a interagir com a família, serão
parte integrante do processo, deverão ter mais paciência quando na passagem
do conhecimento, a matéria nova deverá vir de forma mais simpática para o
aluno, pois ele só tem a atenção presa aos fatos que lhes interessam.
Abaixo alguns tópicos esclarecedores sobre as abordagens, formas
de detecção do Transtorno:
1. Os portadores do TDAH prestam pouca ou nenhuma atenção
nos detalhes, em conseqüência disso, cometem erros devido
a distração, por pura falta de concentração.
32
2. A falta de concentração ocorre também no lazer, na escola,
em atividades que exijam mais atenção, um exemplo básico,
jogos e brincadeiras.
3. Tem enorme dificuldade de levar tarefas que lhes foram
designadas até o final, sendo taxados as vezes de
desleixados e inconseqüentes,
4. Para a manutenção de um diálogo, será necessário que o
assunto seja de grande interesse por parte do aluno
acometido pelo Transtorno, caso contrário, a conversa em
questão será deixada de lado.
5. Não suportam tarefas que exijam grande esforço mental, um
exemplo disso, não conseguem normalmente adquirir o hábito
da leitura, principalmente os grandes livros.
6. Estão sempre em movimento, subindo, descendo, agitando
pés e mãos, distraindo-se até com o movimento de um lápis
caindo ao chão.
7. Muita dificuldade de manterem-se sentados durante um
discurso ou palestra, durante as refeições (não param nem
pra comer), o que parece é que sempre estão ligados a
tomada, e em 220volts.
8. Estão sempre a frente em matéria de discussão, intrometem-
se em conversas alheias, interrompem as conversas dos
outros colegas para expor suas próprias idéias, nunca, mais
nunca conseguem aguardar a sua vez nas brincadeiras.
9. Quando detém o conhecimento de uma matéria em
específico, antecipam-se nas respostas, mesmo antes do
término da leitura por parte do professor ou outro colega.
A vida para o portador do TDAH, nunca é fácil, a frustração, a
sensação do fracasso de nem sempre conseguir atingir os anseios de Pais e
Professores, em muitos casos os portadores se tornam agressivos, arredios,
intolerantes, alguns porém, tornam-se portadores de frustrações, de medos ou
33
inseguranças sem que os mais próximos possam perceber o quanto ela está se
sentindo mal com essas dificuldades.
3.2. Adaptação dos funcionários da escola para lidar com alunos
acometidos pelo TDAH.
O ideal para um portador do TDAH seria que cada escola tivesse em
seus quadros de funcionários um especialista denominado de
PSICOPEDAGOGO, profissional que detém os conhecimentos nas áreas de
Psicologia, Psicanálise e Pedagogia, esse funcionário, trabalhando em
conjunto com a Diretoria da escola.
"A Psicopedagogia passa para uma nova
fase, em que "seu objeto passa a ser o
processo de aprendizagem, e o seu principal,
objetivo remediar ou refazer esse processo
em todos os seus aspectos." (Silva, 2010).
Nessa nova fase do conhecimento, o Psicopedagogo desempenhará
papel fundamental na aquiescência de aprendizagem do aluno acometido pelo
TDAH, ele saberá a melhor forma de ajudá-los nas tarefas que até então eram
entendidas de maneira errada pela escola, terá a tarefa de repassar
conhecimento para os demais funcionários, tais como fiscais de pátio,
inspetores, até mesmo os próprios professores, quando detectada a deficiência
que vão se apresentar no convívio diário na ambiente escola, há de
salientarmos que é na escola que o indivíduo nessa fase passa a maior parte
do tempo.
"A intervenção psicopedagógica vem sendo
cada vez mais requisitada nas instituições de
ensino, considerando que a escola é a
responsável em grande parte pela formação
dos indivíduos. Uma vez que as escolas estão
34
cada vez mais preocupadas com os alunos
que apresentam dificuldades de
aprendizagem, estas vêem-se de mãos
atadas porque não sabem mais o que fazer
com as crianças que não aprendem dentro
dos padrões ditos normais. É comum
encontrarmos escolas que não possuem uma
política de intervenção capaz de contribuir
para a superação dos problemas de
aprendizagem, levando ao fracasso escolar
dos alunos. (Oliveira, 2006)"
Quanto ao pessoal de "Apoio", uma vez informados sobre aquele
determinado aluno, os Inspetores deverão colher informações precisas sobre o
que fazer, qual a melhor estratégia para lidar com os "problemas" causados por
aquele aluno, dirimir conflitos que não exijam medidas enérgicas, facilitar o
acesso as mais variadas formas para promover o bem-estar, enquanto ele
estiver fora da sala de aula, nos momentos de lazer e nas tarefas extra-classe.
As merendeiras, ou as pessoas responsáveis pela alimentação dos
alunos durante o período escolar, deverão preocupar-se com alimentos que
não promovam ainda mais excitação, alimentos que contém salicilatos devem
ser bastante restringidos, são eles: Frutas secas, morango, framboesa,
amoras, laranja, tangerina, damasco, pepino, picles, molho de tomate, e todos
os tipos de chás. Como sugestão para a alimentação, ou dieta, durante o
período escolar, o que pode e deve ser seguido pela família:
ü Café da manhã: Mais proteínas, menos carboidratos, eliminando
cereais com açúcar, sucrilhos e achocolatados, opte por ovos ou frios
com pão integral, verificar com a família se o aluno tem alergia ao leite.
ü Almoço: Evitar alimentação "pesada" baseada em alimentos muito
gordurosos, evitar sobremesas doces, sugerir sempre frutas e gelatinas.
O aluno portador do TDAH tem a tendência a sentir muito sono após as
35
refeições. É recomendável que o aluno tenha bastante oferta de água,
além de fornecer substancial ajuda aos rins, ela é pura, sem
conservantes ou cafeína incluídas em sua fórmula.
ü Jantar: Alimentação "leve", sempre baseada em mais proteínas e
menos carboidratos, servir sucos de frutas evitando as sobremesas
doces, achocolatados, ou produtos que tenham cafeína, facilitando o
sono da criança ou adolescentes.
Aos professores, acompanhar o desenvolvimento do aluno,
repassando aos interessados no processo, informações relevantes, que possa
ser o agente de mudança na formação pessoal e profissional do indivíduo,
deverá saber a melhor forma de repassar os conhecimentos para o aluno,
motivá-lo para que o mesmo mantenha-se atento ao conteúdo pragmático de
sua matéria, evitando que esses artifícios venham a prejudicar o "andamento"
do aprendizado da turma que o aluno com TDAH pertence. Sugerimos como
padrões comportamentais dos professores, passos simples, porém objetivos
para, inclusive a formação do caráter do aluno:
ü Identificar um possível talento - Sabemos que grandes talento do
presente e também do passado, eram portadores de patologias
associadas a Hiperatividade, dentre eles destacamos: Alexander
Grahan Bell, Albert Einstein, Beethoven, Bill Cosby, Leonardo da
Vinci, Thomas Edison, Walt Disney, Tom Cruise, Whoopi Goldberg,
Magic Johnson, Jim Carey entre tantos outros que necessitaríamos
de milhares de páginas para relatarmos.
ü Desenvolver a política do ELOGIO - O Elogio é a parte da
recompensa para que o aluno com TDAH possa se sentir
identificado com uma tarefa bem realizada, uma conquista
alcançada, evitar as "broncas", o que é antagônico ao elogio, fato
que por si só já esclarece a necessidade dessa política.
ü Desenvolver um processo de estímulo à criatividade, procurando
sempre relacionar/trabalhar a importância das regras e dos limites,
mantendo-o informado sobre as devidas consequências dos atos
36
ditos "impensados", levando sempre a necessidade de "reflexão",
importando-se com os demais.
ü Procurar sempre avaliá-los, diariamente, desta forma o indivíduo
se sentirá útil, necessário, melhorando de forma sensível a sua auto-
estima, evitando-se se assim os não desejados estigmas,
característicos dos grupos que tem um indivíduo portador do
Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade.
ü Desenvolver no próprio aluno, uma forma simples onde ele
mesmo consiga definir estratégias mais funcionais, tornando-se mais
"útil" e valioso para si mesmo.
Desta forma, entendemos que a escola, na forma de "apoio" ao
aluno, estaria "enquadrada" para minimizar os efeitos do Transtorno do Déficit
de Atenção de Hiperatividade, restando somente para o próximo capítulo a
Adequação Curricular.
3.3. Adequação curricular para a criança portadora do TDAH
Entendemos como Adequação Curricular, o espectro de fatores que
irão contribuir para o desejo de todos os envolvidos no processo de educação
da criança e do adolescente com o TDAH, entendemos que a tarefa é árdua,
sabemos da necessidade da busca incessante do conhecimento, da pesquisa,
a troca de informações constante entre os interessados, sejam Pais,
Professores, Psicopedagogos, Diretores, enfim, todos os que realmente se
dedicam a nobre arte da Educação Especial / Inclusiva. Abaixo sugerimos
algumas idéias práticas para a Adequação Curricular, não queremos ser
ditadores de regras, apenas sugestionamos situações lógicas e de fácil
entendimento, tanto para leigos quanto para os experts:
ü Fator primordial para a manutenção da atenção - Elogio.
Ressaltar tarefas cumpridas no prazo, comprometê-lo nas
37
regras de comportamento iguais aos outros alunos "normais",
mantendo o seu nível de auto-estima elevado.
ü Substituir aulas pragmáticas - Tornar a difícil tarefa de
transmissão do conhecimento, por aulas mais simpáticas, de
criação, mais atraentes, "brincando com o saber", tarefas
baseadas em pesquisas, maquetes, fazendo-os participar de
atividades desafiadoras, especialmente ligadas a informática
ligadas aos personagens de histórias em quadrinhos.
ü Desenvolver o hábito da leitura em grupo, sabemos que o
aluno com o TDAH tem enorme dificuldade em se concentra
para ler um livro, mas em grupo, com estímulos externos, é
sabidamente um grande negócio.
ü Aproximação da escola com a família, trazer os pais para
participarem do processo de educação escolar do seu filhote,
diminuir a distância que hoje existe, criar uma agenda para
que a comunicação não se baseie somente em datas de
reuniões, quando sabemos é praticamente impossível a troca
de informações mais preciosas.
ü Roteiros de atividades pré-definidas - Aplicar de forma bem
sucinta, quais serão, e de que forma deverão se cumpridas as
tarefas dos quais os alunos, incluindo o portador do
Transtorno, deverão executar, exaltando a importância dele
no grupo, e quais serão as regras para o não cumprimento.
ü Manter esses alunos mais próximos da "mesa" do professor,
assim será possível um acompanhamento bem "próximo" do
quanto o aluno está se desenvolvendo, ou porque ele não
está acompanhando a classe.
ü A cromoterapia também deverá fazer parte desse processo,
não devemos aplicar cores vivas nas paredes das salas de
aula, tão pouco nos uniformes escolares, podemos utilizar
cores mais suaves para que possamos harmonizar os
38
diversos ambientes. No restante da escola, ok, cores vivas
sim, afinal tratamos de crianças não é mesmo.
ü Finalmente a Atividade Física - É sabido que a atividade física
alivia o stress da criança que já é estressada por natureza,
após correr, brincar, participar de uma aula de Educação
Física, são liberados os principais fluídos
(neurotransmissores) para a "felicidade" aparente desses
alunos, a Endorfina e a Serotonina, que objetiva o
relaxamento aliada a sensação de bem estar.
"A Endorfina e a Serotonina são
neurotransmissores. A Endorfina é produzido
em resposta às atividades físicas e tem por
objetivos básicos o relaxamento, a sensação
de prazer, de euforia, de bem estar. Além
disso a Endorfina está associada a melhora
da memória, do bom humor, ao aumento da
resistência e disposição física e mental.
Também fornece ajuda ao sistema
imunológico, diminui as dores, e retarda o
envelhecimento. A Serotonina é um
neurotransmissor que participa intensamente
do controle do humor, comportamentos
emocionais e do ciclo do sono-vigília, tem
efeito analgésico e também está relacionada
com a termoregulação, fome, controle da
respiração, pressão sanguínea e da liberação
de hormônios hipofisiários." (Guyton A.C.:
Hall. J. E.: Tratado de Fisiologia Médica,
1997)
39
CONCLUSÃO
A despeito do que parece, esse trabalho foi especificamente
baseado em pesquisas sobre matérias publicadas por autores consagrados,
personagens da nossa história contemporânea, heróis do passado, ou de
médicos que durante várias décadas debruçaram sobre a matéria, procurando
causas e fatores que pudessem colaborar com outras pessoas que não tinham
condições de pesquisar, assim como nós, pobres ignorantes, desconhecemos
quase tudo o que se sabe sobre os Transtornos, Demências, temos um caso
familiar onde nós mesmos sofremos pela ignorância, sofremos pela falta de
educação médica, temos um filho com o TDAH, Transtorno do Déficit de
Atenção e Hiperatividade, pudemos fazer todas as comparações que se dava
entre as trevas da ignorância e da luz da sabedoria.
Somente quando iniciamos as pesquisas sobre a situação do nosso
filho, pudemos tomar conhecimento desse mal moderno, tomamos parte de
associações, participamos de palestras, buscamos Psicólogos,
Psicopedagogos, partimos para todos os destinos que pudessem indicar qual o
caminho certo para ser tomado, já que das nossas decisões o futuro de nosso
filho seria selado, sofremos em demasia quando o médico considerou tratar-se
de TDAH, os medicamentos que o nosso filho tomava o deixava "robotizado",
num estado de letargia que, mais nos fazia chorar do que quaisquer tristezas
imediatas pudessem nos assolar, dessa forma me senti muito a vontade para
falar sobre o assunto, pude me capacitar ainda mais sobre matérias que
pesquisei, o quanto fui rude ao tratar de algumas mazelas que ele cometia,
puxa, quanta falta de sensibilidade.
Quando vemos uma família tendo problemas comportamentais e
podemos dar a nossa colaboração, nem pense, de imediato tomamos a
liberdade de colocarmos à disposição os nossos conhecimentos para que essa
família "ignorante" possa tomar tento do que os espera pela frente, mas
sabendo que, nem todos as pessoas tem a capacidade, a humildade de
40
reconhecer que estão passando por um problema, até então, como descrito no
trabalho, eles pensam que esse criança é "POBREMÁTICA", é "BIRRENTO",
tem "POBREMA DE NERVOS", ele não pára nunca. Até que você possa
adquirir a confiança dos familiares e tocá-los no coração, é um trabalho um
tanto quanto difícil, mas o que importa hoje, é detenho o conhecimento e que
eu nunca me omitirei a passá-lo, não importando o quanto poderá ser difícil,
mas ele será feito.
Esperamos que através das informações contidas no trabalho,
possamos levar um pouco do que aprendemos na execução da tarefa, filtrar os
assuntos que consideramos mais relevantes e procuramos demonstrar de
forma absolutamente clara, sem muitos rodeios para que a maior parte da
população possa beber dessa fonte de conhecimentos, que possamos irradiar
benevolência e enfim, deixar claro que nenhuma guerra estará perdida até que
o último soldado se renda.
Para demonstrar o quanto o trabalho vale a pena, hoje o nosso filho
está com 19 anos de idade, cursa a Universidade Federal do Estado do Rio de
Janeiro, é brilhante como todos os acometidos pelo TDAH, e é um ser humano
maravilhoso, companheiro, amoroso, tem tudo de bom que qualquer ser
humano deveria ter. É com imenso orgulho que concluo o meu trabalho de
monografia, em primeiro lugar agradecendo a Deus pela oportunidade, e em
segundo lugar agradecer pela oportunidade de viver para contar o que passou
pelas nossas vidas e que esperamos muito mais pela frente. Obrigado!
41
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ANTONY, Sheila. A Criança Hiperativa: Uma Visão da Abordagem Gestáltica.
Enciclopédia Livre. Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade.
BARKLEY, Russel A. (org.). Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade:
manual para diagnóstico e tratamento - 3 ed.- Porto Alegre: Artmed, 2008.
BENCZICK, E.B.P (2000).Transtorno de Déficit de
Atenção/Hiperatividade:atualização diagnóstica e terapêutica. São Paulo: Casa
do Psicólogo.
GOLDSTEIN, S. e GOLDSTEIN, M. (1994). Hiperatividade: como desenvolver
a capacidade de atenção da criança. Campinas, SP: Papirus
GUYTON A.C.: Hall. J. E.: Tratado de Fisiologia Médica, 1997)
JONES,C.J. (1998). Sourcebook for Children with Attention Deficit Disorder: a
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TX: Communication Skill Builders
KOCH, Alice Sibile; Ros Dayane Diomário da. Transtorno do Déficit de
Atenção e Hiperatividade.
OLIVEIRA, L. C. Por enquanto canto. Franca: Ribeirão Gráfica e Editora, 2006.
Diálogos Pertinentes
PARTEL, Cleide Heloisa. Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade.
RIEF, S. (1998). The ADD/ADHD Checklist: an easy reference for parents and
teachers. Paramus, NJ: Prentice Hall
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RIEF, S. (1993). How to Reach and Teach ADD/ADHD Children: practical
techniques, strategies, and interventions for helping children with attention
problems and hyperactivity. West Nyack, NY: The Center for Applied Research
in Education
ROHDE, Luis A.; HALPERN, Ricardo. Transtorno de déficit de atenção/
hiperatividade: atualização.
SANTOS, Lucy. Compreensão, avaliação e atuação: uma visão geral sobre
TDAH.
SILVA, A. B. (2003). Mentes Inquietas. São Paulo: Editora Gente.
43
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE 11
1.1 - Definição 11
1.2 - Sintomas e diagnóstico 14
1.3 – Tratamento 18
CAPÍTULO II
A FAMÍLIA E O TDA-H 21
2.1- Família 22
2.2 - A criança hiperativa e a família 24
CAPÍTULO III
CRIANÇAS HIPERATIVAS E O AMBIENTE ESCOLAR. O
TDAH E AS PRÁTICA PEDAGÓGICAS 29
3.1. A melhor postura do Professor e como conseguir ajuda
para enfrentar o problema dos alunos com o TDA-H 30
3.2. Adaptação dos funcionários da escola para lidar com
alunos acometidos pelo TDAH. 33
3.3. Adequação curricular para a criança portadora do TDAH 36
CONCLUSÃO 40
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 42
ÍNDICE 44