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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
DO LIXO DOMÉSTICO: PERSPECTIVAS
FUNDAMENTAIS DE DESTINAÇÃO
Por: MARIA CRISTINA BARRETO CAIADO DE ALENCAR
Orientador
Prof.ª Mônica Melo
Rio de Janeiro
2010
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
DO LIXO DOMÉSTICO: PERSPECTIVAS FUNDAMENTAIS DE
DESTINAÇÃO.
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Educação
Ambiental.
Por: Maria Cristina Barreto Caiado de Alencar
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos os professores do
curso de Educação ambiental da
Unidade Tijuca da Universidade
Cândido Mendes e ao meu orientador
que me deram apoio e incentivo para
desenvolver esta monografia.
Faço um agradecimento especial a
minha família pela tolerância e
compreensão durante o
desenvolvimento da monografia.
Agradeço também as pessoas que se
dispuseram a responder ao
questionário que foi base deste
trabalho.
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao cidadão dos
grandes dos centros urbanos para que
tenham através das prefeituras e
empresas produtoras de lixo doméstico
especial mais esclarecimentos sobre
manusear e recolher e destinar este tipo
de lixo, aumentando a participação e a
consciência ambiental do cidadão urbano.
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RESUMO
Esta monografia aborda a dificuldade em que o cidadão dos grandes
centros urbanos, aqui em especial o município do Rio de Janeiro, em descartar
o lixo domiciliar especial: bateria de celular, lâmpadas fluorescentes, pilhas etc.
O trabalho propõe então uma parceria entre a prefeitura e as empresas
produtoras desse tipo de lixo para criar pontos de coleta desse tipo de lixo,
facilitando sua coleta e posterior reciclagem.
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METODOLOGIA
Neste trabalho de monografia foi utilizado como material de pesquisa
um questionário que se propôs a avaliar como as pessoas descartam lixo
doméstico especial que pode ser perigoso tanto para o cidadão como para
quem recolhe o lixo. O questionário foi aplicado a 18 pessoas moradoras de
condomínios do município do Rio de Janeiro e foi verificada através das
respostas obtidas, a falta de informação das pessoas de como descartar: Essa
constatação foi o instrumento para o desenvolvimento da proposta desse
trabalho, onde foi verificado que uma parceria entre a prefeitura entre as
empresas produtoras de lixo doméstico, com um ponto de coleta em cada
bairro facilitaria sua coleta. A pesquisa para a confecção desta monografia foi
bibliográfica. Os livros de autores foram à base da pesquisa, são eles: Química
e Meio Ambiente, autores: Enilce Vaitsman e Delmo Vaitsman, Educação
Ambiental Urbana, autor: Vilson Sérgio de Carvalho, Lixo Reciclagem e sua
História, autor: Sidney Grippi.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - O LIXO NO BRASIL 10
CAPÍTULO II - A COLETA DO LIXO NO ESTADO
E MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO E
SUA DEPOSIÇÃO FINAL 20
CAPÍTULO III – PROPOSTA DE UMA PARCERIA
ENTRE EMPRESAS E PREFEITURA 28
CAPÍTULO IV – ENTENDENDO UM POUCO
MAIS SOBRE COLETA SELETIVA
E RECICLAGEM 39
CAPÍTULO V – DA RECICLAGEM:
PERSPECTIVAS POSITIVAS 46
CONCLUSÃO 51
ANEXOS 52
BIBLIOGRAFIA 54
ÍNDICE 57
8
INTRODUÇÃO
A despeito das guerras e epidemias, a população mundial aumentou no
século XX em quase cinco bilhões de habitantes. Todo este aumento
populacional implicou no aumento do uso das reservas naturais do planeta, na
produção de bens de consumo e, inevitavelmente, na geração de lixo tanto de
origem fabril quanto de origem domiciliar. Além do mais, as novas tecnologias
trazem consigo novos tipos de lixo, diferentes do gerado em épocas passadas,
que precisam ser tratados convenientemente para não degradarem o bioma
Terra. Será que toda essa quantidade de dejetos será tratada
adequadamente?
Será que existem processos para tratá-los de modo a que não causem
desequilíbrio ao meio ambiente? O foco deste trabalho será o de levantar o
estado atual do processamento de lixo domiciliar na cidade do Rio de Janeiro.
Neste trabalho, consideraremos como lixo domiciliar o conceito
apresentado no livro “Lixo, reciclagem e sua história” de Sidney Grippi (2006) :
como sendo os restos de alimentos, jornais e revistas, embalagens, papel
higiênico e fraldas descartáveis e ainda uma infinidade de itens domésticos. E,
seguiremos o conceito de lixo doméstico especial aquele externado no livro,
Química e Meio Ambiente (2006): pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes,
frascos de aerossóis, embalagens de limpeza e higiene etc. Devido a
dificuldade e a pouca informação do cidadão quanto ao descarte de alguns
itens do lixo domiciliar especial, este trabalho proporá uma parceria entre a
prefeitura, associação de moradores e empresas produtoras deste tipo de lixo,
seriam criados pontos de coleta dentro dos bairros, e a partir daí este lixo
9
especial tenha sua coleta e destinação final. Esta monografia tratará deste
tema em cinco capítulos: No primeiro capítulo será apresentada a situação da
coleta do lixo no Brasil o problema que vem piorando com o aumento da
população das grandes capitais do país. A condição precária do descarte do
lixo que geralmente é feita em lixões e as melhores formas de descarte do lixo
sem agredir o meio ambiente.
No segundo capítulo mostraremos como é feita a coleta nos municípios
do Rio de Janeiro, principalmente na capital do estado. No terceiro capítulo a
partir de um questionário proposto, se identificará as maiores dificuldades do
cidadão em descartar o lixo doméstico especial dando orientação de como
manuseá-lo e propor a centralização da coleta desse tipo de lixo em pontos de
coleta de cada bairro do município do Rio de Janeiro em parceria com as
empresas produtoras desse tipo de lixo e a prefeitura. No quarto capítulo
conheceremos um pouco mais sobre reciclagem dos materiais que podem ser
reciclados como papel, plástico, vidro, metais lixo orgânico, lâmpadas de
mercúrio, pilhas baterias etc. No quinto capítulo iremos conhecer algumas
iniciativas que estão sendo executadas por empresas e grupo de pessoas,
algumas com apoio de prefeituras, com a finalidade de reciclar itens do lixo
doméstico especial, e demonstrar que essas iniciativas podem colaborar o
impacto desse tipo de lixo ao meio ambiente.
Podemos então concluir que esta monografia tem por objetivo, sugerir
uma parceria entre as autoridades municipais do estado do Rio de Janeiro e as
empresas produtoras do lixo especial uma parceria para a destinação final
deste tipo de lixo, parceria esta, que tem como principal alvo o cidadão. Esta
integração entre a prefeitura e as empresas criaria postos de coleta deste tipo
de lixo doméstico o que facilitaria a vida do cidadão e ajudaria este a uma
consciência ambiental.
10
CAPÍTULO I
O LIXO NO BRASIL
“Gerenciar lixo na concepção da palavra significa cuidar dele do berço
ao túmulo”; esta expressão define muito bem como deve ser o
gerenciamento do lixo nos dias de hoje: desde sua geração, a seleção
e finalmente sua disposição final (GRIPPI, 2006, p.21).
Segundo o autor Sidney Grippi (2006), ao verificarmos fatos da história,
nos encontramos hoje em uma situação sem precedentes com relação ao lixo:
nossos espaços estão diminuindo e a Terra parece estar tornando-se pequena
demais para a crescente população mundial. A pressão do homem sobre a
Terra é cada vez maior, causando desequilíbrio em seus ecossistemas,
afetando, inclusive, a biodiversidade de espécies. A falta de avaliação de
impactos ambientais para a instalação de aterros contribui e omite este grave
problema.
Ainda segundo Grippi (2006), no início da era cristã, cerca de 200
milhões de pessoas no mundo. Já em 1750 a população mundial girava em
torno de um bilhão de habitantes, número que praticamente se manteve até o
final do século XIX. Porém, uma série de fatores, entre os quais o avanço da
medicina e da tecnologia na agricultura, criou a partir de então condições para
um crescimento extraordinário da população mundial, que é muito próxima de
seis bilhões de habitantes.
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A despeito das guerras e epidemias, a população mundial aumentou no
século XX em quase cinco bilhões de habitantes. Deste modo, é aceitável a
previsão, para os próximos 30 anos, de um aumento de três bilhões de
habitantes, o que levará a um número total de habitantes na Terra difícil de
gerenciar. Todo este aumento populacional implica no aumento do uso das
reservas naturais do planeta, na produção de bens de consumo e,
inevitavelmente, na geração de lixo.
Nos últimos 30 anos, segundo Grippi (2006), o Brasil mudou o seu tipo
de lixo. O crescimento acelerado das cidades e ao mesmo tempo a mudança
do consumo das pessoas, trouxeram fatores que vêm gerando um lixo muito
diferente daqueles produzidos há 50 anos.
Podemos deduzir que esta mudança no tipo de lixo deve-se
principalmente a produtos industrializados, que são consumidos tanto pela
população rural quanto pela urbana.
Assim define o autor:
A produção e o destino dos resíduos sólidos, particularmente, o lixo
urbano, são problemas de gravidade socioambiental. No início dos
anos 2000, as cidades brasileiras, em geral, produziam mais de 90 mil
toneladas de lixo por dia. No entanto, 27% dos domicílios não
dispunham de qualquer tipo de coleta, e apenas 60% do lixo eram de
fato recolhidos, ficando o restante destinado às ruas, aos rios e aos
lixões clandestinos que geralmente colocavam em risco o solo, os
lençóis subterrâneos de água e os próprios moradores em torno
destes (SÉRGIO, 2006, p.62).
12
Ainda segundo Vilson (2006), o lixo é um produto das atividades
humanas, que varia de acordo com o estilo de vida, o nível de riqueza, o grau
de instrução, o grau de urbanização e a industrialização das sociedades.
Segundo Lima (1992), a média de resíduos produzidos por dia nas cidades
como Rio de Janeiro ou São Paulo a média diária é de 1 kg. De fato, a
humanidade produz uma montanha de 3,5 milhões de toneladas só de lixo
domiciliar. Uma particularidade do lixo brasileiro é que há em sua composição
uma forte presença de restos de alimentos que na verdade, representam mais
de 50% de sua composição. Tal dado reforça sua possibilidade de
reaproveitamento, uma vez que, dos resíduos coletados no país 35% poderiam
ser transformados em adubo orgânico, gás natural e outros produtos
reciclados. (SARIEGO, 1994).
Pela legislação vigente, cabem as Prefeituras a tarefa de gerenciar a
coleta e a destinação dos chamados resíduos sólidos. Os recursos aplicados
nessa área provêm de tarifas públicas, impostos ou taxas e pela arrecadação
de multas aplicadas. Entretanto, mais de 46 milhões de pessoas moram em
locais onde não existe o recolhimento de lixo domiciliar. O financiamento para
o setor é precário, e estima-se que o Brasil perca mais de quatro bilhões de
dólares por ano por não aproveitar material reciclável.
No Brasil, de cada 100 habitantes, 75 moram em cidades e o restante
na zona rural.
Esta migração crescente da zona rural para as grandes cidades
desequilibra o gerenciamento do lixo urbano. Estatisticamente, a deposição
final do lixo urbano, no Brasil está assim representada (ver tabela 1).
13
Tabela 1-Disposição final do lixo.
Fonte: GRIPPI, 2006, p.23.
O problema da destinação final do lixo está associado também a falta de
preparação da maioria das prefeituras brasileiras, que operam com lixões a
céu aberto, faltando recursos e tecnologia para investimento em aterros
sanitários oficias e licenciados pelos órgãos ambientais.
Baseado em dados do IBGE, segundo GRIPPI (2006), 80% da
disposição final do lixo brasileiro é feita a céu aberto, sendo o nordeste o pior
cenário, como mostra o gráfico 1.
Gráfico I
80% Lixão a céu aberto
13% Em aterros controlados
5% Em aterro sanitário
1% Usina de reciclagem*
0,9% Usina de compostagem*
0,1% Usina de incineração
14
Fonte: GRIPPI, 2007, p.6
O resultado entre a desproporção e a deposição correta do lixo faz com
que grande parte dele não seja coletada, e permaneça junto aos logradouros
ou simples sejam descartados em lugares públicos, terrenos baldios, encostas
ou cursos de água. O lixo destinado de forma incorreta é danoso para o meio
ambiente e à saúde pública.
Segundo o autor Vilson Sérgio de Carvalho (2006), a problemática do
lixo pode ser explicada por meio da análise da importância dos vários fatores e
mecanismos que influenciam no processo de produção, manejo tratamento e
destino final dos resíduos.
O que se observa no Brasil, é que não há uma conexão entre os
governos da esfera federal, estadual e municipal, quanto à destinação final do
lixo. Às vezes se observam modelos de coleta seletiva, bem sucedidas em
alguns estados ou municípios que, poderiam servir de exemplo a ser seguido
por outras unidades do estado, o que geralmente não ocorre.
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Para entendermos melhor o problema do lixo, será apresentada aqui a
classificação por tipos de lixo produzidos (fonte: www.ufba.com):
1.1 – Do lixo e suas dimensões.
1.1.1 - Quanto à fonte geradora:
O lixo pode várias classificações de acordo com alguns critérios, por exemplo, o lixo pode ser classificado quanto à fonte geradora, ou seja, do lugar
de onde será recolhido, de um domicílio, de um estabelecimento comercial, de
uma indústria, de um hospital etc.
1.1.1.1 – Domiciliar
1.1.1.2 – Comercial
1.1.1.3 – Público
1.1.1.4 – Industrial
1.1.1.5 – Hospitalar
1.1.1.6 – Agrícola
1.1.1.7 - Lixo especial
1.1.2 - Quanto à composição química
1.1.2.1 - Orgânico ou biodegradável
- Restos de alimentos, cascas.
1.1.2.2 – Inorgânico
- Reciclável
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- Não reciclável
1.1.3 – Quanto à periculosidade (CONAMA – resolução
23/1996)
1.1.3.1 - Classe I (perigosos) – Apresentam risco à saúde e ao meio
ambiente e podem ser: corrosivos, inflamáveis, reativos, tóxicos ou
patológicos.
Exemplos: resíduos hospitalares, industriais e agrícolas, pilhas, baterias,
lâmpadas, fluorescentes, embalagens de produtos químicos etc.
1.1.3.2 - Classe II (não perigosos) – não apresentam perigo ao homem
ou ao meio ambiente.
Exemplos: resíduos domésticos, embalagens de plástico e materiais de
construção, etc.
Como vimos o lixo tem vários critérios de classificação, porém, vamos
nos deter à primeira classificação:
1.1.1.1 - Lixo domiciliar – aquele originado a vida diária das
residências, constituído por restos de alimentos, produtos deteriorados, jornais
e revistas, garrafas e embalagens, papel higiênico e fraldas descartáveis etc.
1.1.1.2 - Lixo comercial – aquele originado nos estabelecimentos
comerciais e de serviços tais como supermercados, bancos, lojas, bares,
restaurantes, etc. O lixo destes estabelecimentos tem um forte componente de
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papel, plástico, embalagens diversas, material de asseio tais como papel
toalha, papel higiênico,etc.
A) Lixo público – aqueles originados dos serviços de limpeza pública
urbana, incluído os resíduos de varrição das vias públicas, limpeza de praias,
de galerias, córregos e terrenos baldios, podas de árvores, etc.
B) Lixo industrial – aquele originado nas atividades industriais, dentro
dos diversos ramos produtivos existentes. O lixo industrial é bastante variado e
pode estar relacionado ou não a um tipo de produto final da atividade
industrial. Está representado por resíduos de cinzas, óleos, lodo, substâncias
alcalinas ou ácidas, escórias, corrosivos etc.
C) Lixo hospitalar – constituem os resíduos sépticos os que contêm ou
potencialmente podem conter germes patogênicos. São produzidos em
serviços de saúde tais como: hospitais, clínicas, laboratórios, farmácias,
clínicas veterinárias, postos de saúde, etc. Este lixo é constituído de agulhas,
seringas, gases, órgãos e tecidos removidos, meios de cultura, etc.
D) Lixo agrícola – resíduos sólidos das atividades agrícolas e de
pecuária como embalagens de adubos, defensivos agrícolas, ração, restos de
colheita etc.
E) Lixo especial – aquele lixo encontrado em portos, aeroportos,
terminais rodoviários ou ferroviários. Constituem os resíduos sépticos, que
podem conter agentes patogênicos oriundos de um quadro de endemia de
outro lugar, cidade, estado ou país. Estes resíduos são constituídos por
material de higiene e asseio pessoal, restos de alimentos e outros.
1.2 - Responsabilidade pelo gerenciamento de cada tipo de lixo
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Tabela 2.
Fonte: GRIPPI, 2006, p.29.
1.2.1 - O gerenciamento integrado do lixo municipal deve começar pelo
conhecimento de todas as características desse lixo, pois vários fatores
influenciam neste aspecto, tais como:
1.2..2 - Número de habitantes do município;
1.2.3 - Poder aquisitivo da população;
1.2.4 - Condições climáticas predominantes;
1.2.5 - Hábitos e costumes da população;
1.2.6 - Nível educacional.
Tipo de lixo Responsável pelo Gerenciamento até a Destinação
Final
Domiciliar
Comercial
Público
Prefeitura Municipal
Hospitalar
Especial
Industrial
Agrícola
Gerador do lixo
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Como foi exposto neste capítulo o lixo no Brasil vem aumentando muito
nos últimos anos principalmente devido à industrialização crescente, ao
aumento da população nas áreas urbanas, a falta de preparação das
prefeituras para o descarte do lixo, que na maioria das regiões é feita em lixões
a céu aberto, principalmente no nordeste. O que esperamos de um quadro
como este é que haja um maior investimento do governo pra que mais aterros
sanitários sejam construídos, mais lixo seja reciclado para que o impacto no
meio ambiente seja menor.
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CAPÍTULO II
A COLETA DO LIXO NO ESTADO E NO MUNICÍPIO DO
RIO DE JANEIRO E SUA DEPOSIÇÃO FINAL
O estado do Rio de Janeiro tem a responsabilidade de dar suporte
técnico, recursos e fiscalizar as prefeituras para que estas tenham condições
de dar ao lixo do município a sua destinação final de preferência em locais
adequados como, por exemplo, aterros sanitários.
2.1 - Para entendermos melhor a destinação final do lixo,
vejamos as formas com que atualmente o lixo é destinado no
Rio de Janeiro: (site www.lixo.com.br, acessado: 30/12/2009).
2.1.1 - Lixão – é uma área de deposição de resíduos sólidos sem
nenhuma preparação anterior do solo. Não tem nenhum sistema de tratamento
de efluentes líquidos – o chorume (líquido preto que escorre do lixo) que
penetra pela terra levando substâncias contaminantes para o solo e para o
lençol freático.
21
Desenho 1 - Fonte www.lixo.com.br, acessado: 30/12/2009.
2.1.2 - Aterro controlado – é uma fase intermediária entre o lixão e o
aterro sanitário. Normalmente é uma célula adjacente ao lixão que foi
remediado, ou seja, que recebeu cobertura de argila, e grama (idealmente
selado com manta impermeável para proteger a pilha da água de chuva) e
captação de chorume e gás.
Desenho 2
Desenho 2 - Fonte: www.lixo.com.br, acessado: 30/12/2009.
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2.1.3 - Aterro Sanitário – o terreno é previamente preparado para
receber o lixo, com nivelamento da terra e selamento de sua base, com argila
e mantas de PVC. Com a impermeabilização do solo, o lençol freático não é
contaminado pelo chorume, que é coletado por drenos e encaminhado para o
poço de acumulação.
Desenho 3 - Fonte: www.lixo.com.br, acessado: 30/12/2009.
O estado do Rio de Janeiro é composto por 92 municípios, que tratam
seus resíduos sólidos da seguinte maneira:
- Quatro aterros sanitários licenciados em: Rio das Ostras, Nova Iguaçu,
Piraí, Macaé;
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- Treze aterros controlados – Angra dos Reis, Caxias, Nova Friburgo,
Resende, Teresópolis, Barra do Piraí, Rio Bonito, Santa Maria Madalena,
Petrópolis, Miracema, Maricá, Porciúncula, Natividade;
- Seis aterros sanitários em licenciamento - Macaé, Rio de Janeiro (
Paciência), Nova Friburgo, Paracambi , São Pedro da Aldeia, Campos;
- Quatro unidades de triagem e compostagem, em fase de implantação;
- Cinqüenta e três unidades de triagem e compostagem implantadas,
desde 1977, sendo vinte e seis unidades operando normalmente; e
- Sessenta e dois vazadouros (lixões), onde encontramos quarenta e
oito com catadores, crianças, animais e vetores. Uma verdadeira degradação
humana.
Agora nos deteremos mais na coleta de lixo do município do Rio de
Janeiro que é feita pela Prefeitura Municipal cujo órgão executor oficial é a
Companhia de Limpeza Urbana (COMLURB).
Apesar de toda a estrutura, a limpeza urbana neste município,
apresenta muitos problemas como, por exemplo, na coleta do lixo doméstico, o
recolhimento do chamado “lixo especial”: lâmpadas fluorescentes, embalagens
de produtos de limpeza, termômetros quebrados, pilhas, baterias de celular,
celulares antigos, etc.
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O cidadão muitas vezes procura informação de onde possa descartar o
lixo especial, em alguns sites da prefeitura, e em outros sites das empresas
fabricantes dos produtos a serem descartados, porém muitas vezes, não
conseguem este tipo de informação.
O conhecimento da periculosidade de alguns itens encontrados no lixo
domiciliar é de grande importância para que o cidadão saiba como manusear
este item até o seu descarte. De acordo com o artigo publicado por Fernanda
Dalla Costa na Revista Sustentabilidade, “a questão das pilhas e baterias no
Brasil exige um tratamento mais sofisticado do que jogar fora em um lixo
qualquer, de acordo com palavras do professor Júlio Carlos Afonso, professor
da UFRJ”. Logo podemos citar:
Segundo a autora do artigo apesar do “descarte no lixo das pilhas não
ser ilegal, já que as pilhas atendem os limites máximos de metais
pesados- cádmio, zinco, chumbo, manganês e mercúrio, perigo se dá
porque apenas 35% das cerca de 5000 cidades brasileiras tem
aterros sanitários, a maioria dos municípios ainda usam lixões que
carecem de controle de qualidade ambiental”. (COSTA,
www.revistasustentabilidade.com.br/reciclagem/falta-de-coleta-
seletiva-atrapalha-programas-de-reciclagem-de-pilhas-e-
baterias/?searchterm=Com%20prazo%20contando)
Além disso, estima-se que 40% das pilhas vendidas no país são
contrabandeadas e estão fora dos padrões de segurança ambiental. Estas
pilhas são em geral fabricadas na Ásia, especialmente na Ásia e China, e
contêm concentrações de cádmio e chumbo 10 vezes superiores as permitidas
pela resolução do CONAMA 257/1998. Enquanto isso, os teores de zinco e
manganês, que são os elementos ativos das pilhas, têm concentrações mais
25
baixas que o mínimo exigido pela legislação, o que reduz a vida útil do produto,
aumenta o descarte e, conseqüentemente, a poluição do meio ambiente.
Como a maioria das empresas que fabrica ou importa pilhas não coleta
o produto descartado, o índice de coleta é muito baixo cerca de 0,5% de todas
as pilhas comercializadas. Boa parte da coleta ainda depende de ações
voluntárias de empresas privadas, que encontram dificuldade em processá-las,
em função de existirem poucas empresas que fazem a reciclagem.
Tabela 3
Tipos de
Pilhas/Baterias Aplicação mais Comum
Destino Indicado
Comum e alcalina à
base de
zinco/manganês
Brinquedo, lanterna, rádio,
controle remoto, rádio-
relógio, equipamento
fotográfico, pagers e
walkmans.
Lixo doméstico Especial de níquel–
metal-hidreto
Telefone celular, telefone
sem fio, filmadoras e
notebooks.
Especial de íons de
lítio
Telefone celular e
notebooks.
Especial zinco-ar Aparelho auditivo.
26
Especial de lítio
Equipamento de fotografia,
agenda, relógio,
calculadora, computador e
videocassete.
Especial do tipo botão
e miniatura
Equipamento de fotografia,
agenda, calculadora,
sistemas de segurança e
alarmes.
Tabela 3 - Fonte: GRIPPI, 2006, p. 86.
As indústrias de pilhas e baterias e entidades governamentais e não
governamentais regulamentaram uma resolução que diminui a quantidade de
metais pesados que compõe as pilhas.
Assim define o autor:
“As indústrias de pilhas e baterias participaram de diversas reuniões
com órgãos governamentais, entidades civis e organismos não-
governamentais para discutir a questão da reciclagem, reutilização e
disposição final das pilhas e baterias”. O resultado desse amplo
debate com diferentes setores da sociedade gerou a resolução 275 do
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) publicada em 22 de
julho de 1999. Esta regulamentação, complementada em 22 de
dezembro de 1999 pela resolução nº 263, estabeleceu duas
referências que limitam a quantidade de metais potencialmente
perigosos usados na composição de pilhas e baterias. A primeira.
Assim as pilhas comuns e alcalinas, comercializadas Brasileira da
pelas indústrias representadas pela Associação resolução está em
vigor desde janeiro de 2000 e a segunda desde janeiro de 2001.
Indústria Elétrica e Eletrônica (ABINEE), já atendem aos limites
estabelecidos pela resolução do CONAMA (GRIPPI, 2006, p.88).
27
Desde o apagão de 2001, “as chamadas lâmpadas econômicas se
incorporaram à vida brasileira e, por isso, o consumo desse tipo de produto
manteve-se em escala ascendente”. Só nos últimos quatro anos, a média de
crescimento foi da ordem de 20% ao ano.
O aumento no consumo deste tipo de lâmpada trouxe outro tipo de
problema para o cidadão: o descarte delas. No interior dessas lâmpadas há
mercúrio, que é uma substância poluente, daí é de se esperar que o descarte
adequado desse produto pós- consumo seja alvo de total atenção por parte
dos importadores e do poder público.
No Brasil, há apenas dez empresas que oferecem serviço de reciclagem
de lâmpadas, a maior parte delas está situada no estado de São Paulo. O
número é pequeno e, para piorar, a logística de transporte de resíduos
perigosos - o caso em questão – torna-se especialmente complexa, em função
da legislação brasileira sobre o tema.
Podemos observar que o descarte do lixo domiciliar no município do Rio
de Janeiro se torna muito difícil e muitas vezes perigoso para o cidadão e
também para os funcionários responsáveis pela coleta do município, muitas
vezes por falta de acesso aos locais adequados e outras por falta de
informação.
28
CAPÍTULO III
PARCERIA ENTRE PREFEITURA E AS EMPRESAS
Para algumas pessoas o lixo doméstico não representa nenhum perigo
pois na maioria das vezes ele é composta de papel papelão e material
orgânico. Mais algumas vezes pode apresentar um tipo diferente de lixo como:
bateria de celular, pilhas, lâmpadas, etc.
Assim define o autor
O inofensivo lixo doméstico, além de conter materiais orgânicos,
esses detritos domiciliares também “contêm componentes inorgânicos
potencialmente perigosos à saúde humana e ao meio ambiente.
Podem ser citados metais pesados – cádmio, mercúrio, chumbo, zinco
e outros – resultantes do descarte de produtos inutilizados –
termômetros, pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes, frascos de
aerossóis, embalagem de produtos de limpeza e higiene e material
eletrônico. O alumínio utilizado em utensílios domésticos e, até então
considerado inofensivo está presente em alguns cosméticos,
maquiagens e nas latas descartáveis de bebidas que podem ser
recicladas. Atualmente, seu descarte no meio ambiente tem causado
preocupação devido a estudos que procuram associar seu acúmulo
no organismo ao mal de Alzheimer”. (VAITSMAN, 2006, p.40).
Neste capítulo será proposta uma alternativa para facilitar a vida do
cidadão em relação ao descarte do lixo domiciliar. Através de um questionário
e após distribuí-lo a algumas pessoas entre elas donas de casa, professores e
síndicos verificamos que muitas delas guardam em casa lixo como lâmpadas
29
fluorescentes, pilhas, bateria de celulares, termômetros quebrados, sem saber
a destinação final desse tipo de lixo. Alguns descartam principalmente pilhas e
baterias de celulares em caixas coletoras colocadas pela prefeitura para esse
fim.
A proposta deste trabalho seria que a COMLURB, responsável pela
coleta do lixo no município do Rio de Janeiro, centraliza-se a coleta de lixo
doméstico especial em cada bairro, assim o cidadão saberia onde descartar o
lixo doméstico especial da mesma forma como o descarte de lixo feito por
comunidades que também possam entregar no mesmo local.
Após este primeiro passo, as empresas responsáveis, recolheriam as
baterias, as pilhas, lâmpadas e embalagens e encaminhariam para a
reciclagem.
“Reciclagem é o resultado de atividades através das quais materiais
que se tornariam lixo ou estão no lixo, são desviados, sendo
coletados e processados para serem usados como matéria-prima na
manufatura de outros bens, feitos anteriormente apenas com matéria-
prima virgem” (GRIPPI, 2006, p.36).
Gráfico 2 - Distribuição do lixo no Brasil por tipo
60%17%
15%
5% 3%
Domic iliar
Indus trial
E s pec ial
C omerc ial
Outros
Fonte: GRIPPI, 2006, p.35
30
3.1 - Os benefícios da reciclagem são:
3.1.1 - Diminuição da quantidade de lixo a ser desnecessariamente
aterrado;
3.1.2 - Preservação dos recursos naturais;
3.1.3 - Economia proporcional de energia;
3.1.4 - Diminuição da poluição ambiental; e
3.1.5 - Geração de empregos, diretos e indiretos.
A reciclagem , no entanto, não pode ser vista como a principal solução
para o lixo. É uma atividade econômica que deve ser encarada como um
conjunto de soluções ambientais. Por outro lado separar o lixo sem mercado é
enterrar separadamente. A separação de materiais do lixo aumenta a oferta de
materiais do lixo aumenta a oferta, de materiais recicláveis. Entretanto, se não
houver demanda por parte da sociedade, o processo é interrompido e os
materiais podem abarrotar nos depósitos ou serem enterrados em outro lugar.
Os caminhos que devem ser seguidos para a segregação dos materiais
são simples, mas importantes dentro de um programa de reciclagem. A
separação do material deve ser na fonte (gerador) com posterior coleta seletiva
pela prefeitura e envio às usinas ou locais de triagem.
Gráfico 3 - Potencial reciclável presente no lixo
31
39%
19%
16%
16%
2%8%
P apel/P apelão
P lás tic o
V idro
Metais ferros os
Metais não-ferros os
Outros
Fonte: GRIPPI, 2006, p.36
Vamos a partir de agora fazer uma análise gráfica das respostas dadas
pelas pessoas que responderam ao questionário aplicado.
Perguntas do questionário aplicado:
1- Você faz coleta seletiva em casa?
Gráfico – 4
SIM 7
NÃO 11
TOTAL 18
32
SIM39%
NÃO61%
SIM
NÃO
O que foi observado no gráfico acima a maioria das pessoas não faz
coleta seletiva em seus domicílios. Muitas vezes isto pode ocorrer, por falta de
campanhas do governo estadual, incentivando e orientando a população. Pode
ser observado também que nos dias de coleta de lixo pela prefeitura, os
caminhões misturam todos os sacos de lixo, mesmo aqueles com coleta
seletiva.
2 – Você sabe onde entregar a gordura recolhida após utilizá-la?
Gráfico - 5
SIM 3
NÃO 15
TOTAL 18
33
SIM17%
NÃO83%
SIM
NÃO
Como vemos, a maioria das pessoas responderam não saber para onde
destinar o óleo utilizado em seus domicílios. Então virá a pergunta do cidadão:
porque recolher o óleo uma vez não saber para onde destina descartá-lo? Mais
adiante serão discutidas algumas iniciativas que estão sendo tomadas pelos
cidadãos para solucionar este problema.
3 – Quando você troca uma lâmpada de sua residência, onde a
descarta?
Gráfico – 6
NA LIXEIRA 16
EM LUGARES ADEQUADOS 2
TOTAL 18
34
NA LIXEIRA89%
EM LUGARES ADEQUADOS
11%
NA LIXEIRA
EM LUGARESADEQUADOS
Na pergunta acima a maioria das pessoas respondeu que joga as
lâmpadas na lixeira do seu domicílio, o que demonstra a falta de informação da
periculosidade do descarte das lâmpadas no lixo domiciliar, e talvez a falta de
informação de onde descartar em local adequado
4 – Quando você troca seu celular sabe o que fazer com a bateria antiga
sabe onde descartar a bateria?
Gráfico – 7
SIM 9
NÃO 9
TOTAL 18
35
SIM50%
NÃO50%
SIM
NÃO
Nesta pergunta as respostas empataram, metade das pessoas disseram
que não, provavelmente, por não procuram informações nos sites informativos
na internet, ou nas caixas coletoras colocadas nas ruas da cidade. A outra
metade respondeu que sim provavelmente por ter acesso a essas
informações.
5 – Onde você descarta as pilhas velhas?
Gráfico – 8
CAIXA COLETORA 9
LIXO COMUM 9
TOTAL 18
36
CAIXA COLETO
RA50%
LIXO COMUM50%
CAIXA COLETORA
LIXO COMUM
A resposta dessa pergunta se assemelha à anterior tendo em vista que
as respostas também serem 50% não e 50% sim. Considerando que
provavelmente as pessoas que responderam sim têm acesso a caixa coletora
no seu bairro.
6 – Você já entrou alguma vez na internet no site da COMLURB, para se
informar sobre onde descartar algum tipo de lixo?
Gráfico – 9
SIM 5
NÃO 13
TOTAL 18
37
SIM28%
NÃO72%
SIM
NÃO
Como podemos observar a maioria das pessoas, cerca de 70%
responderam que não acessam o site da COMLURB para se informar aonde
descartar lixo doméstico especial, como lâmpadas, pilhas, embalagem de
produtos de limpeza etc. Isto ocorre apesar do site da COMLURB trazer várias
informações úteis. O que sugere que talvez fosse mais fácil para o cidadão ter
estas informações na forma de revistas informativas de mais fácil acesso.
7 – Você gostaria que em seu bairro houvesse um local, que recolhesse
lixos especiais?
Gráfico – 10
SIM 17
NÃO 1
TOTAL 18
38
SIM94%
NÃO6%
SIM
NÃO
Como demonstrado através das respostas, 94% das pessoas
responderam que sim, gostariam de ter próximo da sua residência um ponto de
coleta de lixo doméstico especial, o que demonstra a validade da proposta do
trabalho
De acordo com o observado nas respostas o cidadão deixa bem claro,
que muitas vezes não faz a escolha certa por falta de acesso às informações
necessárias pra depositar o lixo doméstico no lugar adequado.
Não podemos deixar de considerar que algumas pessoas não dêem
importância ao descarte correto do lixo, sem consciência do impacto que isso
pode ter sobre o meio ambiente urbano. Por isso se torna tão importante uma
parceria, entre a Prefeitura Municipal do Rio de janeiro e as empresas para
facilitar a coleta do lixo domiciliar especial, através da facilitação da sua coleta
e ao mesmo tempo fazer campanha de conscientização e esclarecimento do
perigo que pode oferecer ao cidadão e ao meio ambiente o seu descarte
inadequado.
39
CAPÍTULO IV
ENTENDENDO UM POUCO MAIS SOBRE COLETA
SELETIVA E RECICLAGEM
Neste capítulo esclareceremos os pontos positivos da coleta seletiva,
quais materiais podem ser reciclados, pois nem todo plástico, por exemplo
pode ser reciclados. Consideraremos também a importância da coleta seletiva
para a qualidade de vida do cdadão.
4.1 - Segundo o autor Sidney Grippi (2006), os aspectos
favoráveis da coleta seletiva participativa são:
4.1.1 - A qualidade dos materiais recuperados pode ser boa, uma vez
que estes menos contaminados pelo outros materiais presentes no lixo.
4.1.2 - Estímulo à cidadania, pois a participação popular reforça o
espírito comunitário e envolve a população na solução do problema.
4.1.3 - Permite maior flexibilidade na execução, uma vez que pode ser
feita em pequena escala e ampliada na medida da necessidade.
4.1.4 - permite parcerias entre catadores, cooperativas, empresas,
associações ecológicas, escolas, sucateiros etc.
40
4.1.5 - Redução do volume do lixo que deve ser disposto no aterro.
4.2 - E o que pode ser reciclado? (www.institutogea.org.br,
acessado: 30/3/2010).
4.2.1 – Papel
Os papéis podem ser classificados da seguinte maneira:
- papéis de escrever- cadernos, papéis de escritório em geral;
- papéis de impressão- jornais e revistas;
- papéis de embalagem- papéis de embrulho em geral, papel de seda,
etc.
- papéis para fins sanitários: papéis higiênicos, papel toalha,
guardanapos, lenços de papel.
- cartões e cartolinas- caixas de papelão e cartolinas em geral; e
41
- papéis especiais- papel filtrante, papel de desenho;
A reciclagem do papel apresenta muitas vantagens, como a preservação
de recursos naturais, economia de água e energia e menor custo da matéria
prima.
4.2.2 – Plásticos
O plástico é um material proveniente de resinas sintéticas e derivados
do petróleo. Ambientalmente o uso do plástico é considerado problemático
pela sua alta durabilidade (estima-se que a degradação natural do plástico
necessita de muitos séculos para ocorrer) e grande volume na composição
total do lixo.
O lixo doméstico é formado por todo tipo de resinas plásticas, uma vez
que as embalagens e artigos descartados são produzidos com a resina que
mais se adéqua às suas necessidades específicas de cada produto. Outro
elemento complicador para a reciclagem do plástico é o fato que é muito difícil
reconhecer os diferentes tipos de resinas plásticas a olho nu, impossibilitando
a separação dos resíduos por leigos. Acrescenta-se a esses fatores o custo
muito baixo da matéria-prima virgem e a carga de impostos e o resultado é o
seguinte: é quase impossível encaminhar para reciclagem os plásticos
separados, pois há pouco interesse econômico da indústria em coletá-los e
adquiri-los.
4.2.3 - Plásticos Recicláveis
42
- todos os tipos de embalagens de xampus, detergentes, refrigerantes e
outros produtos domésticos;
- tampas plásticas de outros materiais;
- embalagens de plástico de ovos, frutas e legumes;
- utensílios plásticos usados, como canetas esferográficas, escova de
dentes, baldes, artigos de cozinha, etc.
4.2.4 – Vidros
O vidro é um material proveniente basicamente de matérias-primas
como areia, barrilha, calcário e feldspato. É utilizado na produção de
embalagens, vasilhames, cristais, panelas, lâmpadas, miolo de garrafas
térmicas, etc.
São recicláveis:
- garrafas de bebida alcoólica e não-alcoólica;
43
- frascos em geral (molhos, condimentos, remédios, perfumes, produtos
de limpeza);
- potes de produtos alimentícios; e
- cacos de qualquer dos produtos acima.
Na prática, a reciclagem do vidro é restrita devido ao pouco interesse
econômico demonstrado pela indústria vidreira em adquirir vidros descartados.
As exigências para coleta de vidro são muitas e o preço de comercialização é
muito baixo.
4.2.5 - Metais
Os metais são classificados em dois grandes grupos: os ferrosos e os
não-ferrosos. Os que mais encontramos no lixo domiciliar são aqueles
utilizados para embalagens de produtos alimentícios e tampas de recipientes
de vidros. Em menor quantidade encontram-se outros produtos de uso
doméstico, como panelas, esquadrias, restos de equipamento de cozinha, etc.
As embalagens metálicas destinadas ao consumo doméstico dividem-se
em dois tipos principais:
- folha de flandres – latas de óleo, sardinha, creme de leite, etc.
44
- alumínio – latas de refrigerantes, cerveja, chás
A reciclagem do metal é ambientalmente interessante, pois evita a
retirada de minérios do solo, minimizando o impacto ambiental originado pela
atividade mineradora, além de reduzir em muito o volume de água e energia
necessária para a produção de novos artigos.
4.2.6 - Lixo Orgânico
A reciclagem tanto pode ser aplicada aos resíduos já citados quanto aos
resíduos orgânicos (restos de frutas, legumes, alimentos em geral, folhas,
gravetos, etc.), desde que esse lixo seja processado, de maneira a serem
transformados em adubo orgânico. Essa transformação chama-se
compostagem.
O resultado final da compostagem pode ser adicionado ao solo para
melhorar suas características, sem oferecer ameaça para meio ambiente,
como acontece com os adubos químicos. A compostagem de resíduos
orgânicos pode vir a ter grande importância da redução do volume do lixo do
país, pois a parte orgânica constitui-se habitualmente na maior parcela na
composição dos resíduos domiciliares municipais.
4.2.7 - Lâmpadas de Mercúrio
45
As lâmpadas que emitem gases, como as lâmpadas de vapor de
mercúrio, de vapor de sódio, de luz mista e as lâmpadas fluorescentes (mais
conhecida como luz fria) contêm substâncias nocivas ao meio ambiente, como
metais pesados, onde se sobressai o mercúrio metálico.
Enquanto estão inteiras, as lâmpadas não oferecem riscos, mas quando
quebradas liberam o mercúrio na atmosfera, podendo causar problemas na
saúde dos seres humanos (quando ingerido ou inalado, o mercúrio ataca o
sistema nervoso, podendo causar lesões leves até vida vegetativa ou a morte).
O mercúrio liberado pelas lâmpadas fluorescentes pode causar graves
problemas ambientais, contaminando o solo e a água.
4.2.8 - Pilhas e Baterias
Como se sabe, atualmente, existem poucos locais que realmente
enviam as pilhas para a reciclagem, precisamos tomar muito cuidado, pois
somente a presença de um coletor ou lixeira especial não quer dizer que as
pilhas estejam sendo recicladas.
A reciclagem das pilhas é cara e não tem retorno financeiro, por isso
são poucas as empresas que pagam por esse serviço.
46
CAPÍTULO V
DA RECICLAGEM: PERSPECTIVAS POSITIVAS
5.1 - Reciclagem e destinação de Pilhas e Baterias
As pilhas comuns e alcalinas, utilizadas em rádios, gravadores,
walkman, brinquedos, lanternas e outros, podem ser jogados no lixo
doméstico, sem qualquer risco ao meio ambiente, conforme determinação da
Resolução CONAMA 257, publicada em 22 de julho de 1999.
Devido a pressões políticas e novas legislações ambientais que
regulamentaram a destinação de pilhas e baterias em diversos países do
mundo alguns processos foram desenvolvidos visando à reciclagem de pilhas,
é necessário inicialmente o conhecimento e de sua composição. Infelizmente,
não há uma correlação entre o tamanho ou formato das pilhas ou formato das
pilhas e a sua composição. Em diferentes laboratórios têm sido realizadas
pesquisas de modo a desenvolver processos para reciclar baterias usadas ou,
em alguns casos, tratá-las para uma disposição segura.
Os processos de reciclagem de pilhas e baterias podem seguir três
linhas distintas; a baseada em operações de tratamento de minérios, a
hidrometalúrgica ou a pirometalúrgicas. Algumas vezes estes processos são
específicos para a reciclagem de pilhas, outras vezes as pilhas são recicladas
juntamente com outros tipos de materiais. Para melhor entendimento dos
47
processos de reciclagem de pilhas, vejamos o que significa hidrometalurgia e
pirometalurgia:
Hidrometalurgia – processo de extração de metais onde a principal
forma de separação envolve a dissolução do mineral em água.
Pirometalurgia – uso de altas temperaturas para extração do metal
Alguns destes processos serão mencionados a seguir:
- SUMITOMO – processo japonês de custo elevado que é utilizado na
reciclagem de todos os tipos de pilha, menos níquel – cádmio.
- RECYTEC – processo utilizado na Suíça é utilizado em reciclagem de
todos os tipos de pilhas e lâmpadas fluorescentes e tubos diversos que
contenham mercúrio. Não é utilizado em pilhas de níquel – cádmio.
- ATECH – basicamente mineralógico e, portanto com custo inferior aos
processos anteriores, utilizado na reciclagem de todas as pilhas.
Algumas iniciativas tomadas por algumas empresas, comunidades,
tornam a reciclagem de lixo doméstico especial possível.
48
A seguir serão enumeradas algumas dessas alternativas de reciclagem
que estão dando certo.
5.2 - A Reciclagem de pilhas e baterias com apoio de
empresa solidária
Com o intuito de colaborar com a sociedade, a Drogaria São Paulo
pesquisou e achou a solução de um problema bastante comum a toda a
comunidade, o que fazer quando a pilha do radio ou a bateria do celular se
esgota. Desde setembro de 2004 todas as pessoas que têm pilhas e baterias
sem carga podem dar solução levando – as a qualquer uma das filiais da
drogaria.
Durante este período mais de dezessete toneladas de pilhas e baterias
já foram enviadas para a Empresa Suzaquim, que recicla materiais químicos.
5.3 – Reciclagem de Lâmpadas Fluorescentes
No Brasil, cem milhões de lâmpadas são descartadas anualmente. A
Tramppo, empresa que trabalha nesse setor desde 2004, “recicla
vinte mil unidades por mês, e conta com a melhor tecnologia para o
serviço ( Engenheira eletrônica Elaine Megenon).
Segundo ela, o processo acontece da seguinte maneira: “separa-se as
extremidades das lâmpadas, se limpa o vidro que depois é triturado, separa-se
49
o mercúrio do pó fosfórico.” Sua principal vantagem é que nesse processo não
há necessidade de aterros. Todos estes componentes serão reutilizados.
Depois de separados e devidamente tratados, todos os elementos
voltarão a ser utilizados como matéria prima, até pelos fabricantes de
lâmpadas.
5.4 - Catadores recolhem óleo usado e ajudam a despoluir
meio ambiente.
No Rio de Janeiro, uma iniciativa simples pode se mostrar
ecologicamente correta, e ao mesmo tempo, gerar renda para quem a executa.
Foi com esse pensamento que um grupo de catadores do Rio de Janeiro
resolveu criar em 2005 a cooperativa Disque Óleo Vegetal. Eles começaram
recolhendo óleo e gordura de todo tipo, utilizado em frituras por bares,
restaurantes e residências e agora já expandiram a coleta para igrejas,
colégios e redes de supermercados, como a rede Economia.
5.5 - Produção de biocombustível a partir do óleo de
cozinha
Exemplo de que a iniciativa pelo ambiente através da reciclagem tem
dado certo, e a premiação de pesquisa sobre a produção de biocombustível
através do óleo de cozinha, da Universidade de São Paulo (USP).
50
Com o projeto biodísel em casa e nas escolas, que envolve
universitários, escolas e empresas, cerca de cem toneladas de óleo de
cozinha, mais uma vez tem destino produtivo, transforma-se em combustível
100% renovável.
A transformação do óleo de cozinha em energia renovável começa pela
filtragem, depois é retirada toda água misturada a esse óleo. Dependendo do
óleo, ele passará por uma purificação química que retirará os últimos resíduos.
Esse “óleo“ recebe a adição de álcool e uma substância catalisadora.
Colocado no reator e agitado a temperaturas específicas, transforma-se
em biocombustível após o refino pode ser usado em motores capacitados para
queimá-lo.
Como fica demonstrado por essas iniciativas citadas se observa então
que a reciclagem do lixo especial doméstico é possível. E o que facilitaria muito
a possibilidade dessa reciclagem seria a concentração desse tipo de lixo em
alguns postos indicados pela prefeitura e em parceria com as empresas que
irão reciclá-los.
51
CONCLUSÃO
A simples dúvida que afetava a minha vida doméstica levou-me a
encontrar o tema desta monografia, e após aplicar o questionário, observei que
muitas pessoas compartilhavam a mesma falta de informação.
Pesquisando vários livros e sites, verifiquei que a situação a situação da
deposição final do lixo no estado e no município do Rio de Janeiro, muitas
vezes é precária. No total o estado apresenta seis aterros sanitários, treze
aterros controlados e sessenta e dois lixões, o que demonstra que a maioria
dos municípios ainda utiliza os lixões foco de doenças, e formação de chorume
que afeta não só a população local como também o meio ambiente.
O lixo a ser descartado pode ser formado de vários tipos de materiais.
Quando nos deparamos com o lixo doméstico, esse geralmente é
composto por materiais como: papel, embalagens plásticas, vidro, material
orgânico, etc.
Mas muitas vezes esse lixo pode apresentar alguns itens que podem
apresentar dificuldades para ser descartado como: lâmpadas fluorescentes,
pilhas gastas, termômetros quebrados bateria de celular, embalagens de
produtos de limpeza, que por muitas vezes por falta de opção descartamos no
lixo comum. Como foi mencionado anteriormente, esta era uma dúvida que
também me ocorria, e em vista disso resolvi montar um questionário, que foi
aplicado a um grupo de pessoas visando saber se essa problemática do
descarte desse tipo de lixo também lhes causava dúvida. Verifiquei então que
a grande maioria delas apresentava a mesma dúvida. Poucas inclusive sabiam
da existência de sites que orientam onde descartar esse tipo de lixo doméstico.
52
A partir da situação exposta acima foi minha proposta tentar facilitar a
vida do cidadão, a partir de uma parceria feita entre a prefeitura do Estado do
Rio de Janeiro e as empresas produtoras desse tipo de lixo, com a intenção de
pólos coletores do lixo doméstico especial facilitando o seu descarte e
facilitando posteriormente a sua reciclagem. Este procedimento também ao
cidadão de como ele pode com pequenas ações colaborar para a melhoria do
ambiente da sua cidade.
53
ANEXOS
Questionário
1 – Você faz coleta seletiva em casa?
( ) Sim
( ) Não
2 – Você sabe onde entregar a gordura recolhida após utilizá-la?
( ) Sim
( ) Não
3 – Quando você troca uma lâmpada de sua residência, onde a descarta?
4 – Quando você troca seu celular sabe o que fazer com a bateria antiga
sabe onde descartar a bateria?
( ) Sim
( ) Não
5 – Onde descarta as pilhas velhas?
54
6 – Você já entrou alguma vez na internet no site da Comlurb, para se
informar sobre onde descartar algum tipo de lixo?
( ) Sim
( ) Não
7 – Você gostaria que em seu bairro houvesse um local, que recolhesse
lixos especiais?
( ) Sim
( ) Não
55
BIBLIOGRAFIA
Grippi, Sidney. Lixo: Reciclagem e sua História. 2ª ed. RJ. Editora
Moderna, 2006.
Vaistman, P. Elenice e Vaitsman, S. Delmo, Química e Meio Ambiente.
Ensino Contextualizado. RJ. Editora Interciência, 2006.
Carvalho, Vilson Sérgio de Educação Ambiental Urbana. RJ. Editora
Wak, 2008.
Reciclagem de pilhas e baterias disponível em www.ecopress.com.br
acessado em 26/03/2010.
Reciclagem de lâmpadas fluorescentes disponível em
www.brasilescola.com/química- ambiental, acessado em 10/04/2010.
Coleta de óleo de cozinha no Rio de Janeiro, Blog Natureza brasileira,
acessado em 4/2/2010.
Reciclagem de lâmpadas fluorescentes no Brasil, disponível em
www.coletasolidária.gov.br, acessado em 10/04/2010.
56
Conhecendo as lâmpadas fluorescentes, disponível em
www.setorreciclagem.com.br, acessado em 20/04/2010.
O que pode ser reciclado, disponível em
www.institutogea.org.br/oquepodeserreciclado, acessado em 30/3/2010.
Costa, D. Fernanda. Com prazo contado, setor de pilhas ainda
organizou sistema de coleta de usadas. Publicado em 26/05/2009, disponível
em www.revistasustentabilidade.com.br, acesso em 30/12/2009.
Lixão x aterro disponível em www.lixo.com.br, acesso em 30/12/2009.
57
WEBGRAFIA
www.ecopress.com.br acessado em 26/03/2010.
www.brasilescola.com/química, acessado em 10/04/2010
Blog Natureza brasileira, acessado em 4/2/2010.
www.coletasolidária.gov.br, acessado em 10/04/2010.
www.setorreciclagem.com.br, acessado em 20/04/2010.
www.institutogea.org.br/oquepodeserreciclado, acessado em 30/3/2010.
www.revistasustentabilidade.com.br, acesso em 30/12/2009.
www.lixo.com.br, acesso em 30/12/2009.
58
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO
AGRADECIMENTO
DEDICATÓRIA
RESUMO
METODOLOGIA
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I - O LIXO NO BRASIL
1.1 – Do lixo as suas dimensões.
1.1.1 – Quanto à fonte geradora
1.1.2 – Quanto à composição química
1.1.3 – Quanto à periculosidade
1.2 - Responsabilidade pelo gerenciamento de cada tipo de lixo
CAPÍTULO II - A COLETA DE LIXO NO ESTADO E NO
MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO E SUA DEPOSIÇÃO FINA
59
2.1 – Para entendermos melhor a destinação final do lixo, vejamos as
formas com que atualmente o lixo é destinado no Rio de Janeiro.
2.1.1 – Lixão
2.1.2 – Aterro Controlado
2.1.3 – Aterro Sanitário
CAPÍTULO III - PARCERIA ENTRE PREFEITURA E AS
EMPRESAS
3.1 – Os benefícios da Reciclagem
3.1.1 – Diminuição da quantidade de lixo
3.1.2 – Preservação dos recursos naturais
3.1.3 – Economia proporcional de energia
3.1.4 – Diminuição da poluição
3.1.5 – Geração de empregos
CAPÍTULO IV - ENTENDENDO UM POUCO MAIS SOBRE
COLRTA SELETIVA
4.1 – Aspectos favoráveis da coleta seletiva
4.1.1 – A qualidade dos materiais recuperados
4.1.2 – Estímulo à cidadania
4.1.3 – Maior flexibilidade na execução
4.1.4 – Parcerias
4.1.5 – Redução do volume de lixo
60
CAPÍTULO V - DA RECICLAGEM: PERSPECTIVAS
POSITIVAS
5.1 – Reciclagem e destinação de pilhas e baterias
5.2 – A reciclagem de pilhas e baterias com apoio de empresa solidária
5.3 - Reciclagem de lâmpadas fluorescentes
5.4 – Catadores recolhem óleo usado e ajudam a despoluir o meio
ambiente
5.5 - Produção de biocombustível a partir do óleo de cozinha
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
WEBGRAFIA
ÍNDICE
61
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes.
Título da Monografia: Do lixo doméstico: Perspectivas fundamentais de
destinação.
Autor: Maria Cristina Barreto Caiado de Alencar.
Data da entrega: 28/06/2010.
Avaliado por: Conceito: