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Publicação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Assessoria de Comunicação Social Ano XXVII – Nº 122 Nov-Dez/2004

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Page 1: Universidade Católica do Rio Grande do Sul Assessoria de ......2 PUCRS Informação em Revista nº 122 - Novembro/Dezembro 2004 Nesta Edição Reitor Norberto Rauch Vice-Reitor Joaquim

Publicação da PontifíciaUniversidade Católicado Rio Grande do SulAssessoria deComunicação SocialAno XXVII – Nº 122Nov-Dez/2004

Page 2: Universidade Católica do Rio Grande do Sul Assessoria de ......2 PUCRS Informação em Revista nº 122 - Novembro/Dezembro 2004 Nesta Edição Reitor Norberto Rauch Vice-Reitor Joaquim

PUCRS Informação em Revista nº 122 - Novembro/Dezembro 20042

Nesta Edição

ReitorNorberto Rauch

Vice-ReitorJoaquim Clotet

Diretor-Editor da PUCRSInformação em Revista

Carlos Alberto Carvalho([email protected])

Editora ExecutivaMagda Achutti

([email protected])Repórteres

Ana Paula Acauan([email protected])

Bianca Garrido([email protected])

Carine Simas([email protected])

Mariana Vicili([email protected])

EstagiáriosCaroline Eidt

Greice BeckenkampMatheus Bonez

FotógrafosGilson Oliveira

([email protected])Marcos Colombo

([email protected])Arquivo Fotográfico

Cléo Belicio([email protected])

RevisãoJosé Renato Schmaedecke

([email protected])Circulação

Mirela Vieira da Cunha Carvalho([email protected])Documentação

Lauro DiasRodrigo Ojeda

([email protected])Relações Públicas

Sandra Becker([email protected])

Conselho EditorialIr. Elvo Clemente,Délcia Enricone e

Solange Medina Ketzer

Projeto Gráfico eEditoração Eletrônica

Pense Design([email protected])

ImpressãoEpecê-Gráfica

PUCRS Informação em Revistaé editada pela Assessoria de

Comunicação Social da PontifíciaUniversidade Católica do Rio Grande

do Sul, Avenida Ipiranga, 6681,Prédio 1, 5º andar, CEP 90619-900

Fone: (51) 3320-3500, r. 4446 e 4338Fax: (51) 3320-3603

E-mail: [email protected]: www.pucrs.br/pucinformacao

Tiragem: 47 mil exemplares

19 Novidades AcadêmicasNovo Centro estuda drogas para combater doenças

Outras seções

6 Capa

13 Pelo Campus – Reformas e construções no Campus Central14 Espaço do Leitor15 Panorama – Salão apresenta quase três mil trabalhos18 Capa – Clotet quer uma Universidade empreendedora10 Capa – Rauch comandou expansão da Universidade12 Pesquisa – Poder e sofrimento na busca por emprego13 Pesquisa – Turismo não cresce com empresa aérea de baixa tarifa14 Pesquisa – Tese analisa cadeias de suprimentos15 Radar – Professor da Química recebe prêmio16 Saúde – Mulheres falam sobre auto-exame das mamas17 Saúde – O humor bipolar é cada vez mais comum18 Novidades Acadêmicas – Esportes de aventura é tema de especialização20 Debates – A atenção humana tem limites21 Ambiente – Estudo mundial de peixes começa no Brasil22 Tecnologia – Tecnopuc escolhido melhor parque tecnológico do País23 Ciência – Dinossauro é nova atração do museu26 Universidade Aberta – PUCRS auxilia micro, pequenas e médias empresas27 Em Foco – Projetos especiais integram funcionários28 Alunos da PUCRS32 Lançamentos da Edipucrs33 Mercado de Trabalho – Nutrição: Nutricionistas ajudam a manter qualidade de vida34 Memória – Universidade já teve residência de estudantes35 Bastidores – ASCOM: elo entre a PUCRS e a comunidade36 Comunicação – UNITV entrega troféus37 Social – Biodiversidade no combate à fome38 Cultura – Estrangeiros aprendem Português na PUCRS39 Cultura – Alunos vão revitalizar o Parque Osorio40 Sinopse44 Perfil – Meio século dedicado à PUCRS46 Ação Comunitária – Universidade faz plano diretor para Rosário47 Opinião – Marisa Magnus Smith – Coordenadora de Língua Portuguesa

do Setor de Vestibulares da PUCRS

PUCRS tem nova Administração Superior

24 EntrevistaTraumas nãodevem seresquecidos –Iván Izquierdo,neurocientista,coordenadordo Centro deMemória daPUCRS

45 Eu Lecionei na PUCRSO cenáriodo professorde 20 milalunos

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Pelo Campus

Reformas e construçõesno Campus Central

Divisão de Obras da PUCRSconclui novas reformas e cons-truções na Universidade. Umadas maiores restaurações é ado prédio 5, onde funcionam

as Faculdades de Filosofia e Ciências Hu-manas e de Teologia. O prédio tem maisde 40 anos e passa pela sua primeiragrande reforma geral, que o deixará cominstalações mais confortáveis.

As secretarias serão modificadas,bem como haverá uma iluminação espe-cial nas salas de aula. Segundo o super-visor da Divisão de Obras, arquiteto Hen-rique Rocha, foram criadas 50 novas sa-las para professores, banheiros, inclusivepara portadores de necessidades especi-ais, e instalada uma nova escada lateralde proteção contra incêndio. A instalaçãoelétrica também será toda renovada e ha-verá ampliações, como a do Laboratório

de Tratamen-to de Imagense Geoproces-samento. OInstituto doMeio Ambien-te, atualmen-te localizadono prédio 30,vai ser transfe-rido para o 3ºandar do pré-dio 5. Numasegunda eta-pa, tambémirá para lá oPrograma dePós-Gradua-ção em Histó-ria, que se en-contra no pré-dio 3.

Estádio universitárioO estádio universitário, localizado ao

lado do prédio poliesportivo, próximo àAv. Cristiano Fischer, está em fase de con-

clusão e chama a atenção de quem pas-sa pelo local. A construção terá 20 mil m2

e ficará em nível elevado da rua, com es-tacionamento na parte inferior. A estru-tura ainda contará com campo de fute-bol, pista de atletismo e de salto, arqui-bancadas com capacidade para 2,6 milpessoas e vestiários.

O Parque Tecnológico, Tecnopuc,considerado recentemente o melhor doPaís pela Associação Nacional de Entida-des Promotoras de Empreendimentos Ino-vadores, também terá novidades. Estásendo construído um centro de convivên-cia para os funcionários das empresas aliinstaladas, com cerca de 300m2 , salapara reuniões e confraternizações, comchurrasqueira e aparatos de cozinha.

Dentro do Tecnopuc está em refor-ma um antigo alojamento de soldados,com 1,7 mil m2 onde, em breve, funcio-nará um condomínio com dez empresasque atuam na área de biotecnologia. Aprimeira companhia a se instalar no localserá a Radiopharmacus, especializada nodesenvolvimento de medicamentos e pes-quisa em medicina nuclear. As demaisempresas deverão estabelecer-se no localao longo do próximo ano.

De acordo com o diretor da Agên-cia de Gestão Tecnológica e PropriedadeIntelectual, professor Jorge Audy, o con-domínio completa o conjunto de empre-sas e organizações dentro do Parque, quecompõem as áreas de Tecnologia da In-formação e Comunicação, Energia e Físi-ca Aplicada e Ciências Biológicas, da Saú-de e Biotecnologia.

Os alunos do curso de Hotelaria, apartir de 2005, contarão com um labora-tório especial para auxiliar a aprendiza-gem. O Laboratório de Hotelaria está sen-do construído junto ao de Nutrição, noprédio 41, e simulará espaços encontra-dos em hotéis, como recepção, quarto pa-drão, banheiro aberto, onde aprenderãonoções de organização e higienização cor-retas do local, e uma sala de aula anexa.

A Faculdade de Engenharia, no pré-dio 30, terá inovações no primeiro semes-tre do próximo ano, com a instalação dedois túneis de vento de 15 metros decomprimento, utilizados em pesquisas naárea de energia eólica. Além disso, serádisponibilizado o espaço da atual marce-naria, localizada no prédio 13, para osLaboratórios Especializados em Eletro-ele-trônica, Calibração e Ensaios, que insta-larão novos equipamentos financiadospelo Programa das Nações Unidas para oDesenvolvimento, em parceria com a Ele-trobrás e o Programa Nacional de Conser-vação de Energia Elétrica. Entre as ativi-dades realizadas estarão o controle deconservação de energia de refrigeradores,balcões de supermercado, congeladorese bebedouros, segurança intrínseca deequipamentos, testes e avaliação de má-quinas de lavar roupa, fios e cabos comalta tensão, e a determinação do índicede proteção de equipamentos.

Prédio 5: novo visual

Tecnopuc: mais empresas

As obras do estádio universitário

Construção da pista de atletismo

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Espaço do Leitor

Revista

Caros amigos, a reportagem Asolidariedade sem fronteiras, muitobem elaborada pela jornalista Maria-na Vicili, está sendo motivo de co-mentários junto às famílias de Gra-mado que hospedam nossos universi-tários do Projeto Rondon/Canadá.Agradeço e parabenizo esta Assesso-ria pelo belo trabalho.

Prof. Edgar ErdmannCoordenador dos Programas de

Ações Comunitárias de Extensão

O Departamento de Prática Jurídi-ca da Faculdade de Direito sentiu-seextremamente gratificado com a publi-cação da reportagem Sajug é um mo-delo de serviço jurídico gratuito. Oconteúdo teve imensa repercussão en-tre professores e alunos e representaum incentivo na busca da concretiza-ção dos lemas que adotamos: “Domí-nio do conhecimento e atualização per-manente” e “Buscar a pertinência entreo que se ensina e o mundo de traba-lho”. Obrigado e parabéns a esse quali-ficado grupo que produz a revista PU-CRS Informação.

Prof. Vilmar FontesCoordenador do Departamento

de Prática Jurídica

Parabenizo pela reportagem sobreos bolsistas de iniciação científica, masfiquei surpresa, por não ter sido conta-tada a bolsista do Serviço Social Simo-ne Barros de Oliveira que recebeu des-taque no último Salão de IniciaçãoCientifica da PUCRS, UFRGS e Unisinoscom a pesquisa Violência nas Escolas esuas Estratégias de Enfrentamento. Se-ria uma oportunidade de divulgar aimportância da pesquisa na sua forma- Escreva para a Redação:

Av. Ipiranga, 6681 – Prédio 15º andar – Porto Alegre – RS

CEP 90619-900E-mail: [email protected]

Fone: (51) 3320-3500ramais 4446 e 4338Fax: (51) 3320-3603

Lógica de Programação despertou meuinteresse por desenvolvimento de sof-tware. Em 2002, meu pai e eu decidi-mos criar a empresa CyberSul e umnovo software ERP, o Solution3, de ges-tão administrativa, financeira, contábil,fiscal e patrimonial. Hoje a empresa temótimos resultados. Convido-os a visitarnosso site: www.cybersulinformatica.com.br.

Michael WallerCyberSul Soluções em Informática

Recebi a última revista PUCRS Infor-mação e li toda a edição. As reporta-gens são muito boas, mas duas mere-cem destaque: Pesquisa aponta causasgenéticas do tabagismo e Problemas so-ciais atraem futuros médicos. Tenho re-comendado aos amigos a leitura da re-vista. Gostaria de dar parabéns a toda aequipe da Assessoria de ComunicaçãoSocial. Fico emocionado quando leio so-bre o Hospital São Lucas. Fiz a cirurgiada epilepsia e a cada ano volto para fa-zer as revisões. Hoje estou muito bem etrabalhando.

Antonio Claudino SantanaErechim – RS

ção, pois ela conclui o curso no finaldo ano e está se candidatando aoMestrado para aprofundar seus conhe-cimentos em pesquisa.

Profª Patrícia Krieger GrossiCoordenadora do Núcleo de

Estudos e Pesquisa em Violência

Tive a oportunidade de ler a últimaedição da revista e achei muito boa e ricaem informações, como o próprio nomejá diz. Quero saber o que precisamos fa-zer para recebê-la.

Batista Jacqueswww.oceanoproducoes.com.br

N.R.: Todo o conteúdo da revis-ta PUCRS Informação está disponívelno site www.pucrs.br/pucinformacao,na íntegra (em formato PDF). Aagenda semanal de eventos da Uni-versidade e outras notícias tambémpodem ser acessadas nos ende-reços www.pucrs.br/boletim ewww.pucrs.br/imprensa.

Quero dar parabéns pela revista PU-CRS Informação. Meu desejo é que, atra-vés do conhecimento, das informações, ohomem se encontre em equilíbrio sem-pre. A publicação é fonte que jorra conhe-cimento.

Liège Peres de OliveiraArte-educadora e aluna de

especialização em Dança

Freqüentemente leio matérias na re-vista PUCRS Informação sobre estudan-tes empreendedores que, muitas vezesencorajados pela aprendizagem acadê-mica, iniciam novos projetos profissio-nais. Escrevo para sugerir uma pauta ecompartilhar minha experiência, quepode ser útil no incentivo a outros estu-dantes. Entrei em Análise de Sistemasna PUCRS em 2000. A disciplina de

A tese de doutorado O processo de obtenção do consentimento informado emsituações de prática endoscópica e em atendimento no clínico no Hospital de Clínicas dePorto Alegre, defendida pelo professor da Faculdade de Medicina Carlos Francesconi, edivulgada na edição 121 da revista, teve a orientação do professor Joaquim Clotet.

ESCLARECIMENTO

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PUCRS Informação em Revista nº 122 - Novembro/Dezembro 2004 5

Panorama

Salão apresenta quasetrês mil trabalhos

ivulgar e avaliar pesquisas noâmbito da comunidade cien-tífica e acadêmica esteve en-tre os objetivos do 5º Salãode Iniciação Científica da

PUCRS, realizado em outubro. No totalforam inscritos 709 trabalhos de 2.943alunos de graduação de todo o País.Somente a Universidade apresentou487 projetos, além dos realizados emconjunto com outras instituições de en-sino. O evento foi promovido pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação.

A proposta do Salão é estimular eavaliar a pesquisa na graduação e emtoda a comunidade científica, assimcomo proporcionar intercâmbio entre

os participantes. Foram apresentadostrabalhos de diversas áreas acadêmicasem forma de pôsteres, palestras e ses-sões de comunicação.

A presidente do 5º Salão, profes-sora Maria Helena Menna BarretoAbrahão, acredita que o engajamentode alunos em programas de iniciaçãocientífica é o primeiro passo no prepa-ro de novas gerações de pesquisadores.“Consciente dessa importância, nossaUniversidade vem, a cada ano, dedican-do-se à maior qualificação dos projetosque incluem bolsistas de iniciação cien-tífica junto aos órgãos de fomento àpesquisa e apoiando com recursos pró-prios esses projetos”, afirma.

Segundo o Pró-Reitor de Pes-quisa e Pós-Graduação, UrbanoZilles, hoje a PUCRS conta com250 grupos de iniciação científica.“O Salão é muito importante paraos novos profissionais. Amanhãou depois, um de vocês pode re-ceber um prêmio Nobel”, disse,durante a sessão de abertura doevento. Destacou que atualmenteum terço do corpo docente daPUCRS tem a titulação de douto-rado e 82% são mestres e/oudoutores, o que significa um sóli-do fundamento para construir apesquisa dentro da Instituição.

Capes divulgaavaliação dapós-graduação

Os cursos de Pós-Graduação da PUCRSem Psicologia, História, Filosofia, Educação,Serviço Social, Comunicação Social, Direito,Medicina e Ciências da Saúde e Pediatria eSaúde da Criança receberam nota 5 na ava-liação trienal (2001-2003) da Coordenação deAperfeiçoamento de Pessoal de Nível Supe-rior (Capes). O curso de Pós-Graduação emLetras da Universidade obteve nota 6.

O resultado foi divulgado em outubro. Anota máxima concedida pela Capes é 7. Fo-ram analisados 1.819 programas de pós-gra-duação no Brasil, compreendendo 2.861 cur-sos. Destes, 1.020 são de doutorado, 1.726 demestrado e 115 de mestrado profissional. Ou-tras informações no www.capes.gov.br.

Significado dasnotas atribuídas

• Notas 6 e 7 – Exclusivas para pro-gramas que ofereçam doutorado comnível de excelência, desempenhoequivalente ao dos mais importantescentros internacionais de ensino epesquisa, alto nível de inserção inter-nacional, grande capacidade de nu-cleação de novos grupos de pesquisae ensino e cujo corpo docente desem-penhe papel de liderança e represen-tatividade na respectiva comunidade.• Nota 5 – Alto nível de desempe-nho, sendo esse o maior conceito ad-mitido para programas que ofereçamapenas mestrado.

Obra homenageia 50 anos da PsicologiaFaculdade de Psicologia e aEditora Universitária daPUCRS (Edipucrs) lançarama publicação Comemoraçãodo Cinqüentenário da Fa-

culdade de Psicologia, obra que deta-lha a história do curso ao longo dosseus 50 anos, transcorridos em 2003,com fotos, curiosidades e ilustrações.

O livro foi organizado por umacomissão formada de professores ealunos, com coordenação do profes-sor Carlos Alberto Veit. Conta com 82páginas que informam sobre as ori-

gens da Psicologia, a his-tória da Faculdade, qua-dro de ex-diretores, cur-sos de graduação, exten-são e programas de pós-graduação, serviços deatendimento à comunida-de como o Serviço deAtendimento Psicológico(SAP) e Centro Psicotécni-co, entre outros.

Há informaçõestambém sobre o Progra-ma Especial de Treina-

mento (PET) da Fa-culdade e o Dire-tório Acadêmico Ir-mão Hermes Pandol-fo (DAIHP). Nas últi-mas páginas encon-tra-se um belo poe-ma sobre os 50 anosescrito pela professo-ra e membro daAcademia LiteráriaFeminina do RioGrande do Sul Bere-nice Sica Lamas.

Fonte: CapesPesquisas apresentadas em pôsteres

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Capa

o dia 9 de dezembro de 2004, oReitor Ir. Norberto Rauch, decanodos reitores das universidades bra-sileiras, deixa o cargo. Depois de26 anos de gestão, transmite a

Reitoria para seu Vice, Ir. Joaquim Clotet,companheiro na administração da Universi-dade nos últimos dez anos. Numa cerimô-nia solene, no Salão de Atos, mais de milconvidados, entre autoridades políticas, edu-cacionais e a comunidade acadêmica, assis-tem a posse dos novos dirigentes da Admi-nistração Superior.

Ir. Joaquim Clotet (leia entrevista naspáginas 8 e 9) assume a Reitoria tendocomo Vice-Reitor, Ir. Evilázio Teixeira. Ambostiveram os nomes aprovados pelo Chance-ler da PUCRS, Dom Dadeus Grings, por in-dicação do presidente da União Brasileira deEducação e Assistência, entidade mantene-dora da Universidade, Ir. Roque Ari Salet.

Rauch deixa o cargo após transformar aPUCRS numa das mais importantes institui-ções de ensino superior do Brasil. Quandoassumiu, em 1978, a Universidade contavacom 18 mil alunos. Hoje tem 33 mil. Nesseperíodo, o Reitor investiu na mudança deperfil da Instituição. Incrementou a gradua-ção, criando 42 novos cursos, mas tambémapostou no desenvolvimento de programasde pesquisa e pós-graduação. O resultado,em 2004, são 25 cursos de mestrado e 16

de doutorado e 2 mil projetos de pesquisadesenvolvidos em 601 laboratórios de ensinoe pesquisa. No último levantamento doCNPq, a PUCRS figura em 1º lugar em núme-ro de grupos de pesquisa entre as institui-ções privadas e em 15º no ranking geral.

A qualificação do quadro docente aolongo das décadas de administração de Nor-berto Rauch (leia reportagem nas páginas 10e 11) é um dos destaques de sua gestão. No

PUCRS tem nova Ad

O Reitor, Joaquim Clotet, e o Vice, Evilázio Teixeira

início da década de 90, lançou o programaMil para o ano 2000. Resultado: mais de80% dos professores têm mestrado e/oudoutorado. A expansão dos Campi é outroaspecto que salta aos olhos e impressionavisitantes. A PUCRS conta hoje com 411 milmetros quadrados de área construída. “Acaminhada foi positiva, aproximando-se doideal que sonhamos para a Universidade”,destaca Rauch.

por MAGDA ACHUTTI

Os Pró-Reitores

PAULO GIRARDELLOFRANCO. Desde 2000 éPró-Reitor de ExtensãoUniversitária. Doutorou-sena University of New Mé-xico (EUA) em Processa-mento Digital de Sinais eTelecomunicações. É gra-duado em Engenharia Elé-trica – Telecomunicações.

Pró-Reitor deAdministração

SOLANGE MEDINA KETZER.Permanece no cargo que as-sumiu em dezembro de2000. É doutora em Educa-ção e graduada em Letras.

JORGE AUDY. Dirigiu a Agência deGestão Tecnológica e Propriedade In-telectual da PUCRS e atuou como pro-fessor titular da Faculdade de Infor-mática e dos Programas de Pós-Gra-duação em Ciência da Computação eAdministração e Negócios. É doutorem Sistemas de Informação e gradua-do em Análise de Sistemas.

Pró-Reitorade Ensino deGraduação

Pró-Reitor de Pesquisae Pós-Graduação

ROBERTO MOSCHETTA. Coordenoua Agência de Gestão Tecnológica ePropriedade Intelectual da PUCRS, in-tegrou, como consultor, o Grupo Téc-nico de Planejamento Estratégico daUniversidade e atuou como profes-sor da Faculdade de Administração,Contabilidade e Economia. É mestree graduado em Administração.

Pró-Reitor de ExtensãoUniversitária

JACQUELINE MOREIRA. Exer-ceu a direção da Faculdadede Psicologia. É mestre emEducação e graduada em Psi-cologia.

Pró-Reitorade AssuntosComunitários

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ministração SuperiorVice-Reitor

incentivará o diálogoIr. Evilázio Teixeira, 38 anos, o novo Vice-Reitor, é um

humanista. Apaixonado pela leitura e pelo convívio com pes-soas, doutorou-se em Teologia na tradicional UniversidadeGregoriana, em Roma e, em breve, defenderá seu doutora-do em Filosofia, também em Roma. Ao assumir o cargo, Vila– como ele é mais conhecido no Campus – diz que seu tra-balho será o de apoiar o Reitor no fortalecimento da iden-tidade da PUCRS investindo na criação de espaços de diálo-go continuado. “O diálogo é uma via de duas mãos. Exigi-rá de todos um maior compromisso.”

Nos últimos dois anos, Ir. Evilázio dirigiu o Centro dePastoral da Universidade, onde se destacou pela dinâmicaatuação. Antes de chegar à PUCRS, em 1992, como alunode Teologia e Filosofia, morou em várias cidades. “Seanalisar minha vida, sempre fui um pouco nômade, ligadoàs questões sociais, à solidariedade, à evangelização, aotrabalho com crianças e jovens, sobretudo os carentes”,conta.

Ir. Evilázio nasceu em Vacaria. Aos nove anos, mudou-se com os pais e os dez irmãos para Flores da Cunha, indoestudar em Caxias do Sul. Aos 17 aceitou o convite do ir-mão mais velho e foi para o Mato Grosso do Sul. Viajavapelo estado como vendedor da pequena empresa de con-fecções familiar. Lá, conheceu os maristas.

— A cidade de Dourados, naquela época, era um pólode grande preocupação com o social. Os irmãos estavam en-gajados nesse trabalho e tive uma empatia com eles. Vi queeram religiosos amáveis, inseridos na realidade do povo. Tra-balhavam na periferia, com as questões ecológicas, commenores de rua e índios. Isso me encantou muito.

De volta ao Sul, como professor, resolveu inovar. For-mou um grupo de teatro com os alunos chamado Zoé. Oscenários eram feitos com material reciclado. “O teatro é umaferramenta atraente para trabalhar o ensino religioso comjovens”, explica. Uma das peças de sucesso, A dinâmica dacriação, foi escrita por ele. O hábito de escrever ainda é cul-tivado. Nos momentos de lazer, gosta de encontrar-se comamigos e dedicar algumas horas para a leitura.

Na Vice-Reitoria, Ir. Evilázio estará empenhado na tare-fa de “ajudar a Universidade, como um todo, a ser aquilo aque ela é chamada a ser”. Na prática, diz que é o trabalhode fazer a PUCRS cumprir sua missão como uma Instituiçãode qualidade, que presta bons serviços, investe em pesqui-sa e é uma referência na construção de uma sociedade me-lhor.

PUCRS Informação em Revista nº 122 - Novembro/Dezembro 2004 7

CAMPUS CENTRAL – DIRETORES

Faculdade deAdministração,Contabilidade e EconomiaJoão Dornelles Júnior

Faculdade de Arquiteturae UrbanismoIvan Gilberto BorgesMizoguchi

Faculdade de BiociênciasEmílio Antônio Jeckel Neto

Faculdade de CiênciasAeronáuticasElones Fernando Ribeiro

Faculdade deComunicação SocialJerônimo Carlos SantosBraga

Faculdade de DireitoJarbas de Melo e Lima

Faculdade de EducaçãoMaria Helena M. BarretoAbrahão

Faculdade de EducaçãoFísica e Ciências doDesportoSônia Beatriz da SilvaGomes

Faculdade deEnfermagem, Fisioterapiae NutriçãoBeatriz Sebben Ojeda

Faculdade de EngenhariaEdgar Bortolini

Faculdade de FarmáciaFlavia Valladão Thiesen

Faculdade de Filosofia eCiências HumanasDraiton Gonzaga de Souza

Faculdade de FísicaMaria Emília Baltar Bernasiuk

Faculdade de InformáticaVera Lúcia Strube de Lima

Faculdade de LetrasMaria Eunice Moreira

Faculdade de MatemáticaAlaydes Sant’Anna Bianchi

Faculdade de MedicinaIvan Carlos Antonello

Faculdade de OdontologiaMarcos Túlio MazziniCarvalho

Faculdade de PsicologiaLilian Milnitsky Stein

Faculdade de QuímicaSandra Mara Oliveira Einloft

Faculdade de ServiçoSocialJussara Maria Rosa Mendes

Faculdade de TeologiaUrbano Zilles

CAMPUS URUGUAIANA

Maria de Lourdes S. Villela

CAMPUS VIAMÃO

Thadeu Weber

CAMPUS ZONA NORTE

Iára Terezinha Pereira Claudio

CHEFE DO GABINETE DA REITORIA

Leonardo Fabbro

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PUCRS Informação em Revista nº 122 - Novembro/Dezembro 20048

Capa

Clotet quer uma Unive

por MAGDA ACHUTTI

uais os principais desafiosda PUCRS nos próximosanos?

Manter o equilíbrio entreuma base sólida e ampla dos

cursos de graduação – que devem ser oalicerce da Instituição –, e uma pós-gra-duação, menor em número, mas com

verdadeiros centros de excelência. Ambas, gra-duação e pós-graduação, devem ser de alta qua-lidade e em constante interação com a socieda-de e a comunidade.

Ao assumir a Reitoria, qual é a sua priorida-de?

A PUCRS toda está hoje comprometidacom o tema da qualidade no ensino e na pesqui-

sa. O compromisso é levar adiante o Planeja-mento Estratégico realizado através da refle-xão e do diálogo de 79 representantes daUniversidade.

Dentro do tema da qualidade, que áreao senhor pretende enfatizar?

Pretendo decidir isso com o Vice-Reitor,Ir. Evilázio Teixeira, e os Pró-Reitores. Juntocom eles vou ver que aspectos vamos esco-lher e dedicar nossos maiores esforços paracontribuir no desenvolvimento da PUCRScomo uma Universidade de qualidade. Quan-do falo em qualidade, estou me referindoaos seus professores, técnicos administrati-vos, colaboradores e seus estudantes, os fu-turos profissionais que vão trabalhar para obem-estar da cidade, do Estado e do País.

Como o senhor avalia a situação do ensi-no superior no Brasil?

Este é um momento de mudança, de ex-pansão, de inserção social e de escassez derecursos. A crise financeira da educação su-perior, especialmente no que se refere à pes-quisa nas universidades é, também, um pro-blema nas instituições de ensino superior doPrimeiro Mundo. Algumas delas, contudo, re-solvem de forma positiva este problema.

O que precisa mudar?Precisamos de maior controle de quali-

dade nas instituições de ensino superior;prudência na aprovação de novas; maioraplicação de recursos nesta área; melhorpreparo dos futuros acadêmicos nos EnsinosFundamental e Médio e maior colaboraçãoentre as universidades e as empresas.

Ele diz que a sala de aula é o seu lugarnatural. “Sinto-me realizado, à vontade,como um peixe dentro d’água”, resume onovo Reitor da PUCRS, Ir. Joaquim Clotet. Aidentidade com o ambiente de ensino oacompanha desde a infância. “Sempre gos-tei muito de livros, de estudar. A vida docolégio me atraía”, lembra. Nascido em Bar-celona (Espanha), há 58 anos, e naturaliza-do brasileiro em 1990, fez toda a sua for-mação em escola marista. Adolescente, pen-sava em ser médico, mas sensível ao ambi-ente religioso aceitou o convite para ingres-sar no Instituto dos Irmãos Maristas. A mãe– um exemplo para o jovem Joaquim naforma de viver com alegria a religiosidade –viu no chamado vocacional do filho “um pre-sente de Deus”, mesmo que seu único va-rão não continuasse os negócios de comér-cio da família.

Ir. Clotet formou-se em Filosofia e Le-tras e doutorou-se em Ética na Universidadede Barcelona, onde lecionou durante noveanos. Em 1983, numa conversa com o en-tão Superior da Ordem Marista, Ir. BasílioRueda, soube da existência da PUCRS. “Eleme disse que eu atuava numa universidadefederal, sem vínculo com os maristas, e fa-lou-me da PUCRS, onde poderia desempe-nhar um papel”, recorda. “Até então, paramim, o Brasil era o país do futebol, do sam-ba e do café”. Convidado pelo Superior daProvíncia do RS, Ir. Arlindo Corrent, desem-barcou em Porto Alegre em agosto daqueleano para ministrar um curso no Pós-Gradua-ção em Filosofia. “Fiquei um mês e recebi oconvite para permanecer”. Seduzido pela“simpatia e amabilidade dos gaúchos”, Ir. Clo-tet voltou definitivamente à PUCRS no se-

gundo semestre de 1984, depois de ter sidopreparado para conhecer uma instituição deensino católica, por cerca de um ano, naUniversidade Gregoriana, em Roma. Come-çou dando aulas no Mestrado em Filosofiae retornou à Gregoriana, onde se aprofun-dou em Bioética, passando depois para oKennedy Institute of Ethics, em Washington.Atendia a um pedido do diretor da Faculda-de de Medicina, Samuel Constant, que que-ria introduzir o tema no currículo dos futu-ros médicos. Clotet foi pioneiro no estudoda Bioética no RS e um dos primeiros doBrasil. Hoje é um dos mais renomados estu-diosos do assunto no País. Professor do Mes-trado e Doutorado em Medicina e Odonto-logia, é autor de várias obras e integra aComissão Nacional sobre Acesso e Uso doGenoma Humano, do Ministério da Saúde.Também foi membro da Comissão Nacionalde Ética em Pesquisa e presidiu a SociedadeRio-grandense de Bioética.

Homem de hábitos simples, apreciadorda literatura e dos musicais ingleses, Ir. Clo-tet é uma pessoa afável, curiosa e discipli-nada. Acorda cedo e conecta-se à internetpara ler a primeira página dos jornais TheNew York Times e The Times. “Gosto deestar sintonizado com o que acontece nomundo”, explica. Depois segue nos afaze-res de seu dia milimetricamente organizadoentre as tarefas da Reitoria e os compromis-sos com a comunidade marista. “Um dossegredos da minha vida é sentir-me amadoe querido por Deus. Sei que Ele cuida demim. Acho que foi pela Sua mão que che-guei até ao Brasil”. Leia, a seguir, como oReitor Joaquim Clotet pretende administrara PUCRS.

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rsidade empreendedoraCom relação à reforma universitária, comoa PUCRS se posiciona ou como ela pode co-laborar?

A PUCRS está interessada, sim, na futuraLei Orgânica da Educação Superior. O ProgramaUniversidade para Todos visa à inclusão social.Não é novidade afirmar que a PUCRS sempreesteve engajada em ajudar as pessoas com difi-culdades financeiras. Ela seguirá fazendo isso. Osistema de bolsas para os nossos alunos temsido, e confio possa continuar sendo, uma ca-racterística altamente positiva da PUCRS. Toda asociedade sabe deste nosso compromisso.

Qual a principal missão de uma universidade?Contribuir para o progresso da sociedade e

das pessoas para que elas se sintam felizes e rea-lizadas. A tecnologia é ciência, e a ciência é pro-duzida nas universidades. A missão de universi-dade é, portanto, irrenunciável em todo o País.

Como a PUCRS pode responder aos novosdesafios da sociedade em relação ao desen-volvimento científico e tecnológico?

Devemos pensar numa maior interaçãoentre a Universidade e a comunidade local. En-fatizar a qualidade e o empreendedorismo nasdiversas áreas é imprescindível. A universidadeempreendedora é o grande desafio para o de-senvolvimento e a sobrevivência das instituiçõesde ensino superior. Não podemos esquecer,contudo, o que a Filosofia, a Teologia e as Ciên-cias Humanas foram historicamente. Elas de-vem continuar sendo a matriz da Universidade.Considero importantes as bolsas de iniciação ci-entífica, o Programa de Ensino Tutorial e o Sa-lão de Iniciação Científica.

Que estilo terá a sua administração?Sou uma pessoa que gosta de dialogar so-

bre as opções, de tratar em equipe quais de-vem ser as prioridades. Gosto muito de ouvir osmeus colegas antes de tomar uma decisão. Issoé uma forma de garantir o sucesso.

Como o senhor se preparou para ser Reitor?Há dez anos fui indicado para ser Vice-Rei-

tor pela entidade mantenedora e nomeadopelo Chanceler. Sempre gostei de colaborar. Avida é um contínuo aprendizado. A pessoa éum ser aberto ao conhecimento. Sempre nosresta muito a aprender. Uma das formas comome preparei foi observando a pessoa e o modode gestão do Reitor Norberto Rauch.

No convívio com o Reitor Norberto Rauch,quais aspectos mais o influenciaram?

O primeiro foi a sua dedicação ao traba-lho. Sempre o vi como uma pessoa eficaz e cla-rividente. Admiro sua retidão, independente-mente de simpatias ou benefícios pessoais. Te-nho ainda muito a aprender, porque o resulta-do do trabalho, da dedicação, da eficiência edo empenho do Reitor Norberto Rauch está naPUCRS de hoje. São valores importantíssimos.Além disso, destaco a influência, na minha pes-soa, do convívio com outros colaboradores, quededicaram sua vida à Universidade, como ossaudosos irmãos Roque Maria, José Pasin, Li-berato, Faustino João, Dionísio Alvarez, HermesPandolfo e Mainar Longhi. Além disso, resultaimpossível esquecer a eficiência dos atuais Pró-Reitores e assessores.

Houve um preparo específico para o novocargo?

Fiz alguns cursos, como o da OrganizaçãoUniversitária Interamericana, que me propiciouuma especialização em administração universi-tária na Unicamp e um estágio em universida-des do Canadá. Outros cursos, voltados a diri-gentes universitários, frequëntei na Universida-de de Harvard (EUA) e nas Universidades deOxford e de Warwick (Inglaterra). Este últi-mo me marcou muito.

Por quê?Em Oxford e Warwick enfatizam

muito o aspecto da universidade empre-endedora. Esse é um desafio para aPUCRS. Hoje, todas as universi-dades, incluindo as do Primei-ro Mundo, vivem uma crisepara financiar a pesquisa.Lá fora, as grandes insti-tuições de ensino supe-rior resolvem issoatravés de convê-

nios com as empresas, com os parques tecnoló-gicos. Considero o Tecnopuc uma realização ex-traordinária. Temos 65 universitários com bol-sas de mestrado pagas por empresas sediadasno Parque Tecnológico. Nossos pesquisadoresestão nas linhas de pesquisa mundiais da Micro-soft, da Dell, da HP, em contato com centros depesquisas do Primeiro Mundo e da Índia.

Como estimular isso ainda mais desde agraduação?

Incentivando o aluno ao empreendedoris-mo. Não apenas os estudantes das áreas deCiências, Administração, Contabilidade e Eco-nomia. Mas também os de Engenharia, Infor-mática, Letras. Na Universidade de Warwick, aFaculdade de Letras, por exemplo, tem umconvênio com a Chevrolet francesa para quetodas as traduções de anúncios e convênios se-jam feitas pela Faculdade. Precisamos incenti-var os alunos para eles serem os seus próprioschefes no trabalho.

Qual a importância de Deus na sua vida?O que me dá coragem para viver e en-

frentar problemas é sentir-me muito amadopor Deus. Sinto Sua presença no estímulo quetenho para a vida. Vejo, olhando para trás, quesou uma pessoa privilegiada pelas oportunida-des. Até agora tudo deu certo e considero issouma graça de Deus. Ajuda-me muito, no silên-cio do amanhecer, quando medito, sentir-meobjeto do amor de Deus.

Qual a sua mensagem para a comunidadeacadêmica?

Acho importante na vida sentir-se bemcom as pessoas que temos ao nosso redor eque, nem sempre, podemos escolher. Acredi-

to ser uma arte tentar conhecerbem os outros, dialogar, olharpara os aspectos positivos, quegeralmente são muitos. As pesso-as sentem-se mal com quem é

mesquinho ao observar demasia-damente aspectos negativos. De-

sejo que todos se sintamfelizes no estudo e napesquisa para contri-buir depois ao desen-volvimento e pro-gresso do nossogrande País.

“ Devemos pensar numa

maior interação entrea Universidade e acomunidade local.

Enfatizar a qualidadee o empreendedorismo

é imprescindível.

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Capa

Rauch comandou expa

por ANA PAULA ACAUAN

o meio século de vivência naPUCRS, o Ir. Norberto Rauch este-ve 26 anos no comando da Reito-ria. Recebeu uma universidadeque já era referência na formação

de profissionais de ensino superior e empre-endeu a expansão de cursos, dedicando-seainda ao fortalecimento da pós-graduação,pesquisa e extensão. Dos cerca de 120 milalunos formados pela PUCRS, 80 mil gradua-ram-se durante a sua gestão. Ao substituiro Ir. Liberato, que completou o exercício doIr. José Otão, Rauch também criou uma boainfra-estrutura nos Campi. “Saio com a ale-gria de ter visto o projeto florescer. A PUCRSapresenta porte não somente nos números,mas vigor em todas as áreas”, enfatiza.

A primeira fase da administração (déca-da de 80) é caracterizada por Rauch como

compl icada,devido ao cli-ma externodesfavorável.A abertura po-lítica, estagna-ção econô-mica, inflaçãoelevada e pa-cotes fracassa-dos se refleti-ram na Univer-

sidade criando ambiente interno de inquie-tudes entre estudantes e quadro de pessoal.Sob o ponto de vista econômico-financeiro,havia defasagens salariais e de mensalidades.

Os melhores resulta-dos foram alcançados nafase que vai dos primeirosanos de 1990 a 2004. OReitor estabeleceu uma po-lítica de pessoal que consi-dera a chave de toda a suagestão. Envolveu a fixaçãode salários adequados adocentes e funcionários,incentivos à qualificaçãodos profissionais, aumentodo número de professoresem regime de tempo integral, ampliação decarga semanal dos docentes horistas e maisoportunidades de participação em congres-sos. Também foram oferecidos planos desaúde e de benefícios previdenciários e hou-ve incentivo com a outorga de distinções. Aadministração econômico-financeira foi cen-tralizada durante todo o período. “Se tivesseque dar uma recomendação para o futuro,penso que deveria continuar assim, embora agestão deva ser agilizada”, afirma Rauch.

No ensino de graduação, além da ex-pansão de cursos e modalidades, houve areforma curricular, estabelecimento de pro-jetos pedagógicos, informatização dos pro-cessos e ênfase à assessoria didático-peda-gógica. A pós-graduação recebeu grandeimpulso. Até 1999, por exemplo, foram de-fendidas na PUCRS 251 teses de doutora-do. Somente em 2003, esse número chegoua perto de 108. Houve avanço na qualifica-ção dos cursos, segundo a avaliação da Co-

ordenação de Aperfeiçoamento de Pessoalde Nível Superior (Capes).

A relação com as empresas foi amplia-da a partir da criação da Agência de Ges-tão Tecnológica e Propriedade Intelectual(AGT), no final de 1999, permitindo o de-senvolvimento de projetos que aliam as ne-cessidades do mercado e o conhecimentoexistente na Universidade. “A AGT possibili-tou o entrosamento com o desenvolvimen-to do País e a redução da dependência dasmensalidades”, avalia Rauch.

Na extensão, a construção do prédio 40deu impulso à realização de cursos e o prédio41 contribui para o maior número de eventos.Quanto ao espaço físico, o Campus Centralfoi ampliado, com a compra do terreno de14,4ha que pertencia ao 18º Batalhão de In-fantaria Motorizada. A PUCRS também se ex-pandiu com a criação do Campus Viamão.Nos últimos 26 anos a área construída au-mentou 263 mil metros quadrados.

Parque Esportivo:grandiosidade

Museu é a concretização de um sonho

Qualificação Ano Total dede docentes docentesGraduação 2004 97

1990 489

Mestrado 2004 8831990 4011987 98

Doutorado 2004 6071990 1131987 62

Treinamento de funcionários*

2004: 839 (até agosto)2003: 3.323

*Alguns funcionários realizaram mais de um

Pós-graduação

1979: 1 doutorado e9 mestrados

2004: 16 doutorados e25 mestrados

Pesquisas registradas

1990: 4162002: 1.703

Grupos de pesquisa*

1993: 552002: 210

*Censo CNPq

Benefícios escolares (2003)Programa de Benefício PUCRS:7.252Bolsas PUCRS: 8.211Bolsas funcionários oudependentes: 872Bolsas professores oudependentes: 1.222Credpuc: 3.202Fies (gov. federal): 607Creduc (gov. federal): 188Procred (gov. estadual): 35Total de benefícios comrecursos da PUCRS: 20.759Total de benefícios comrecursos de convênios: 830

Recursos de projetos cooperadoscom empresas (AGT)Valores contratados2000 .................. R$ 1.507.794,752003 .................. R$ 9.306.206,70

Valores recebidos2000 .................. R$ 1.390.877,692003 .................. R$ 6.746.149,00

Extensão (2003)

450 cursos e 180 eventos

Os números da administração

MESTRADO49%DOUTORADO

33%

ESPECIALIZAÇÃO13%

GRADUAÇÃO5%

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nsão da Universidade

Ir. Norberto Rauch diz que ain-da não definiu o seu futuro, masnão pretende deixar a PUCRS: “Eume sentiria bem em ficar na Univer-sidade”. A dedicação à Reitoria oimpediu de lecionar e desenvolverpesquisas. Conta que muitas vezesviveu situações dilemáticas entre osprojetos pessoal e institucional. “Nocargo, deve-se alimentar a predispo-sição de saber sacrificar projetospessoais. Se dermos mais importân-cia à imagem e ao círculo de amizades,podemos tomar decisões equivocadas.”

Qual foi o grande legado do Ir. Otão?O Ir. Otão e todos os que me prece-

deram cumpriram sua missão na época.O Ir. Otão era um homem de grande vi-são e deu o impulso inicial à Universida-de. Procuramos consolidar o projeto,aumentando a sua qualidade e dando àPUCRS todas as características para setornar uma grande Instituição.

O que o senhor deixa para o Ir. Clotet?O mais importante foi a política

de pessoal e sobretudo a vontade e agarra com que a comunidade univer-sitária correspondeu aos diversos de-safios propostos.

Que desafio tem agora a Universidade?Deve continuar a crescer em qua-

lidade e principalmente consolidar al-gumas áreas. Cada curso tem espaçopara melhorar. Não creio que nos pró-ximos anos haja grande crescimentonumérico, principalmente por causa dototal de cursos e instituições que fo-ram criados. A Universidade deve es-tar atenta a novas formas de educaçãosuperior, como cursos seqüenciais etecnológicos. A formação continuadatem também um espaço muito grandepara se expandir. O Tecnopuc e o Par-que Esportivo são recentes e trazempossibilidades. Ainda a extensão podefortalecer-se muito.

“Eu me sentiria bemem ficar na PUCRS”

Ser Reitor implica renunciar a algunsprojetos pessoais?

Quem exerce uma função adminis-trativa de certa forma é moído. Tem derenunciar a uma porção de coisas. Oque mais sofre é a produção científica.Não há tempo para escrever e pesqui-sar. Deixei de lecionar em 1975 porqueeu havia sido Provincial antes de Reitor.

Qual o seu caminho agora?O futuro a Deus pertence. Eu sou

religioso, não decido sozinho meus ca-minhos. Dependo dos meus superiores.

O seu desejo é continuar na Universidade?Não decidi ainda. É muito provável

que eu exerça alguma função na Uni-versidade. Eu me sentiria bem em ficar.Trabalhei toda a vida na PUCRS. Estouaqui, se contar o tempo de aluno, des-de 1952. Não sou bispo, não sou carde-al, mas também aos 75 anos me apo-sento. Se Deus me der saúde, vou conti-nuar trabalhando. Um dos meus dese-jos também é encontrar mais tempopara leituras, principalmente das gran-des obras da humanidade.

Com que sentimento o senhor sai? Hásensação de vazio?

Afirma Nosso Senhor no Evange-lho de São Lucas: “Quando tiverdes fei-to tudo o que vos mandaram, conside-rai-vos servos e dizei ‘somos servos inú-teis’”. Algo assim. Toda pessoa que con-segue realizar um projeto, que é sobre-tudo construtivo para a humanidadeem geral, sente-se satisfeita.

Aos 75 anos, o Reitor se aposenta

A trajetória de Rauch ficará conhecida pela grandiosi-dade de realizações. Entre os projetos especiais estão aPUCRS Virtual (Unidade de Educação a Distância), Tecno-puc (Parque Tecnológico) e Parque Esportivo, com infra-es-trutura para o ensino de graduação, atendimento à comuni-dade e realização de competições. A inauguração do Mu-seu de Ciências e Tecnologia, em 1998, foi a concretizaçãodo seu sonho desde que estudou Física Experimental naUniversidade de Colônia (Alemanha), em 1961, quando vi-sitou a parte interativa do Deutsches Museum de Munique.

A PUCRS se notabilizou por projetos voltados à comu-nidade. Desde 1980, alunos, funcionários e professores atu-am no Projeto Vila Nossa Senhora de Fátima. São promovi-das iniciativas como Projeto Litoral, Projeto Rondon Jeunes-se Canada Monde, Projeto de Alfabetização em São Tomé ePorto Príncipe e Programa Socioambiental Ecos. Também háa assistência judiciária gratuita e serviço odontológico.

Rauch viu a Universidade nascer (foi aluno do Bacha-relado em Matemática e da Licenciatura em Física, nosanos 50). Quando assumiu o cargo, em dezembro de1978, havia dirigido o Instituto de Física por seis anos epresidido a União Sul Brasileira de Educação e Ensino,mantenedora da PUCRS, de 1975 a 1977. Também con-viveu e colaborou com o Ir. Otão por quase 20 anos.

Na despedida da Reitoria, Rauch é reconhecido pordistinções. Os seus 75 anos foram lembrados com a pu-blicação do livro, pela Edipucrs, Sei em quem confiei: Fes-tschrift em homenagem a Norberto Francisco Rauch, or-ganizado por Reinholdo Ullmann. Recebeu a Medalha doConhecimento, oferecida pelo Ministério do Desenvolvi-mento, Indústria e Comércio Exterior, Confederação Na-cional da Indústria e Serviço Brasileiro de Apoio às Microe Pequenas Empresas. Indicado pela Federasul, foi desta-cado por sua contribuição ao desenvolvimento tecnológi-co da indústria brasileira. Também foi agraciado com aMedalha Negrinho do Pastoreio, uma das comendas maisimportantes do Estado, em homenagem aos serviços pres-tados à comunidade.

Homenagem: Medalha Negrinho do Pastoreio

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PUCRS Informação em Revista nº 122 - Novembro/Dezembro 200412

Pesquisa

Poder e sofrimentona busca por emprego

professora e assessora especi-al do Comitê de Ética em Pes-quisa da PUCRS Rosana Glockrealizou estudos sobre a avalia-ção psicológica para seleção de

candidatos a emprego e o atendimentoem psicoterapia breve como meio de pre-venção de doenças afetivas em desempre-gados. Um dos aspectos avaliados foramas relações de poder e sofrimento nessasituação. Rosana afirma que há duassituações lamentáveis: muitas vezes a ava-liação psicológica não é considerada efica arquivada e em outros casos somen-te esse processo determina a escolha dofuncionário. “Isso também não é positi-

vo, pois presu-me que a ava-liação seja infa-lível.” O sofri-mento apareceporque as pes-soas que pro-curam empre-go vivem a in-segurança dasobrevivência evergonha denão estar colo-cadas no mer-cado. Na horada entrevista,também mui-tas vezes sen-

tem-se invadidas na sua privacidade. Liga-da à Faculdade de Enfermagem, Fisiote-rapia e Nutrição, Rosana é fisioterapeutae também psicóloga, além de consultorade empresas na área das relações inter-pessoais em situações de trabalho.

Outra forma de poder identificadanas pesquisas é o de se unir a movimen-tos. Se a pessoa denomina-se desempre-gada, ela pode assumir essa condição etornar-se “desempregada profissional”.Rosana acredita que há alternativas etica-mente mais adequadas, como buscar aju-da, formar redes, procurar qualificação e

até mesmo trabalhar voluntariamente vi-sando adquirir experiência.

Segundo a professora, a avaliaçãopara um emprego deve ser consideradaparte do treinamento inicial do emprega-do em potencial e uma experiên-cia que pode tornar-se enriquece-dora para quem participa, nãoapenas “sugando” dos candida-tos, mas também acrescentandoalgo a suas vidas. Diferentemen-te da avaliação tradicional, emque os critérios nem sempre sãodivulgados e raramente os candi-datos recebem algo além da res-posta final, Rosana defende a“avaliação acrescentadora”, naqual o perfil desejado pela em-presa é explicitado para os can-didatos e todos os instrumentosclaramente explicados e, depoisda sua aplicação, comentados.Este tipo de análise, formatadapor Rosana, é acompanhada dedinâmicas que, além de permiti-rem conhecer melhor os interes-sados em ingressar no quadrofuncional da empresa, contribu-em para o fortalecimento daauto-estima, valorização pessoale confiança.

A “avaliação acrescentado-ra” demanda mais disponibilida-de de quem a coordena, masnão implica mais custo para aempresa. Depois do encerramen-to do processo seletivo, os can-didatos a emprego, independen-temente de serem os contratadosou não, são convidados a respon-der um questionário de satisfa-ção, por escrito e sem identifica-ção, sendo opcional e desvincu-lado do processo de seleção.Cada empresa atendida tambémresponde a um questionário so-bre satisfação, em dois momen-tos: após cada reunião de fecha-

Durante o decorrer das atividades de avaliaçãovocê se sentiu:

96,30% – Bem70,37% – Disponível para a atividade60,71% – À vontade para ser você mesmo

* Público pesquisado: dois grupos de candidatos a emprego,incluindo 27 homens, entre 28 e 46 anos, graduados há quatroanos ou mais, a maioria com cursos de especialização e mes-trado concluídos ou em andamento, e 540 homens e mulhe-res, entre 32 e 51 anos, com ensino fundamental incompleto.

Se você tivesse oportunidade de escolha, você:(marque quantas alternativas forem adequa-das à sua opinião)

77,78% – Gostaria de uma devolução a respei-to da avaliação55,55% – Gostaria de receber treinamento es-pecífico sobre psicologia para auxiliar em seutrabalho51,85% – Gostaria de participar de encontrosem grupo com a psicóloga, mesmo que umavez por mês, bimensais ou semestrais parainstrumentalizar seu trabalho e resolver situa-ções práticas29,62% – Gostaria de realizar algumas entre-vistas individuais com a psicóloga

Você foi honesto, sincero, durante a avaliação?

65,38% – Sim, muito, o tempo todo34,62% – Sim, quase todo o tempo

Você aproveitou alguma atividade da avaliaçãopara seu desenvolvimento pessoal?

50% – Sim, principalmente as coletivas42,32% – Sim, todas3,84% – Sim, principalmente as individuais

A avaliação trouxe algum outro benefício avocê?

76% – Sim

Alguns dos resultados dosquestionários de satisfaçãorealizados após o modelo daavaliação acrescentadora*

mento da seleção e depois de um ano decada processo seletivo. Os questionáriosdas empresas são respondidos pelo sócio-gerente, proprietário ou responsável pelosetor de recursos humanos.

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Pesquisa

Maior valorização do preço, rapidez esegurança da viagem aérea em relação aoconforto a bordo (espaço) e serviço de bordo(refeições quentes e bebidas alcoólicas)

Discordo totalmente 1,9%Discordo parcialmente 3,9%Não concorda nem discorda 3,2%Concorda parcialmente 21,8%Concorda totalmente 69,1%

Motivo da viagem de usuários da Gol

Negócios 42,1%Turismo/lazer 22,3%Visitar amigos e familiares 19,9%Eventos (congressos, seminários e feiras) 8,3%Estudos 5,5%Outros 1,9%

Características da empresa aérea de baixo custo

Compra da passagem direta, pela internetEliminação do bilhete de passagemServiço de bordo sem refeições quentesServiço de bordo sem bebidas alcoólicasMenor espaço entre as poltronas (mais assentos)Frota padronizada de aeronaves novas emodernas que são econômicas no consumode combustível e geram menores custoscom manutenção

Turismo não cresce comaviação de baixa tarifa

professor Júlio Lima, dos cursosde Ciências Aeronáuticas e Tu-rismo da PUCRS, defendeu dis-sertação de mestrado na Uni-versidade de Caxias do Sul so-

bre as contribuições de um novo modelode empresa aérea (de baixo custo e bai-xa tarifa) para o turismo doméstico. Alémda descrição sobre o surgimento dessetipo de companhia, o trabalho inclui umapesquisa com o usuário da primeira em-presa aérea brasileira a operar nessa mo-dalidade, a Gol Transportes Aéreos. Essemodelo surgiu e desenvolveu-se nos EUAa partir da desregulamentação do trans-porte aéreo, em 1978. No Brasil, as me-didas de flexibilização do setor aéreo co-meçaram em 1991.

Pelo estudo, o surgimento da Golnão aumentou o acesso aos usuários quenunca haviam viajado de avião. A análi-se está baseada no fato de apenas 3,2%dos entrevistados estarem voando pelaprimeira vez. Lima pondera que esse bai-xo percentual pode ser explicado pelofato de que, como transcorreram doisanos do início das operações da empre-sa, uma parcela dessa demanda reprimi-da de usuários pode ter sido atendida.Admite que o crescimento do número depassageiros transportados e o aumentona participação de mercado da Gol deu-se mais pela migração de usuários de ou-tras empresas do que por um incremen-to na demanda de novos clientes.

O professor vê indícios de que há re-lação entre o surgimento de uma empre-sa aérea de baixo custo/baixa tarifa e aredução do segmento de usuários queviajam a negócios em comparação àscompanhias tradicionais. Estudos indicamque o perfil da demanda pelo transporteaéreo doméstico está dividido em 70% deroteiros de negócios, enquanto que turis-mo, lazer e outros correspondem a 30%.Na pesquisa de Lima com 623 usuáriosda Gol que embarcaram no AeroportoInternacional Salgado Filho, em Porto Ale-

gre, os negóciosm o t i v a r a m42,1% a viajar,22,3% aponta-ram turismo e la-zer, 19,9% voa-ram para visitaramigos e familia-res e para 8,3%o motivo era par-ticipar de even-tos. Lima diz que há uma pequena mu-dança no perfil, mas ainda atrapalha oacesso ao transporte aéreo para o turis-mo doméstico a má distribuição de ren-da no País. Além disso, persistem proble-mas estruturais, como o preço dos com-bustíveis, custos relacionados aos segurosdas aeronaves e forte dependência dodólar na aquisição de insumos.

Entre os entrevistados, as faixas etári-as com os maiores percentuaissão as de 25 a 34 anos (34,6%) ede 35 a 49 (39,8%). Os usuáriosentre 50 e 64 anos correspon-dem a 15,4%, e os que têm ida-de até 24 anos somam 7,6%. Emrelação à renda familiar mensal,39,7% dos entrevistados supe-ram R$ 5 mil, 25% têm renda deR$ 3,5 mil a R$ 5 mil. O principalmotivo que leva 70,8% dos res-pondentes a escolher uma em-presa aérea de baixo custo e bai-xa tarifa é o valor da passagem.Em segundo lugar, com 12%,está a conveniência de horários e,em terceiro, com 7,1%, o fato deser a escolha feita pela empresaem que o respondente trabalha.

Um elevado percentual(67,7%) concorda totalmenteque comprar a passagem pelainternet contribui para a empre-sa oferecer passagens mais aces-síveis. Quanto à eliminação dobilhete, 69,2% concordam total-mente. Dos entrevistados, 72,8%

concordam integralmente com o serviçode bordo não oferecer refeições quentes.A ausência de bebidas alcoólicas foi apro-vada por 82%. No caso do menor espa-ço entre as poltronas, houve diminuiçãona escolha da alternativa “concorda total-mente” (50,2%) e um aumento da alter-nativa “concorda parcialmente” (23,6%).Viajariam novamente pela empresa98,3%.

Gol Transportes Aéreos foi objeto de estudo

Foto: Divulgação

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Pesquisa

Tese analisa cadeiasde suprimentos

professor da Faculdade de Ad-ministração, Contabilidade eEconomia Sérgio Gusmão tra-tou na sua tese de doutoradoda questão de empresas esta-

rem esgotando a capacidade de ampliarsua performance individual devido à in-tensa competição nos ambientes de ne-gócios. Como alternativa, elas têm bus-cado melhorar essa capacidade no con-texto das relações interfirmas, num arran-jo identificado como cadeias de suprimen-tos. Gusmão propôs um esquema paraidentificar e analisar as restrições que li-mitam o crescimento das cadeias. A tesetambém apresenta estudos de casos dequatro pequenas e médias vinícolas deBento Gonçalves, na Região do Vale dosVinhedos, no Rio Grande do Sul.

Na elaboração do esquema, o pro-fessor relacionou duas teorias (das restri-ções e dos custos de transação). A primei-ra ajuda a identificar restrições (gargalos)que impedem um melhor desempenho.Alguns dos exemplos de restrições sãouma fábrica que tem um equipamentocom menor capacidade de produção ouuma restrição de mercado (quando hácapacidade de produção e venda, masnão ocorre o consumo). Porém, essa teo-ria apresenta lacunas no momento emque a discussão recai sobre a identifica-ção das restrições ao longo da cadeia.Para preencher essa lacuna, procurou-seo apoio da teoria dos custos de transa-ção, facilitando a verificação e análise dosgargalos e, conseqüentemente, permitin-do a ação mais objetiva em busca de no-vos níveis de produção, com o envolvi-mento de todos os agentes integrantesda cadeia de suprimentos.

Gusmão mostrou que nas cadeiasestudadas a empresa com maior poderde influenciar as demais é a vinícola, tam-bém identificada como cantina. São em-presas que têm passado por processos demudança há cerca de uma década, prin-cipalmente para superar as restrições mais

influentes, como no fornecimento de ma-téria-prima, no caso a uva, vital para aprodução de vinhos finos. Atributos rela-cionados a essa restrição são as dificulda-des de relacionamento com os produto-res rurais, o tamanho limitado da área deplantio, as incertezas climáticas e o lon-go tempo de maturação das parreiras.

Uma das tendências verificadas peloprofessor é a de que as vinícolas passema produzir a sua uva, o que se tornaria aforma mais eficiente de garantir o padrãode qualidade. Quando adquirem a frutade produtores, as empresas estão reali-zando ações de coordenação sobre elespara assegurar o cuidado no manejo e nacolheita. Em troca, oferecem assistênciatécnica e preço diferenciado.

Outra possibilidade para essas viní-colas excluírem a restrição é expandir acapacidade comprando terras em outrasregiões do País e do Estado. Dessa for-ma reconfiguram as cadeias de suprimen-tos, buscando novos fornecedores e cli-entes. A atuação integrada com os outroselos da cadeia tornou-se parte do proces-so de profissionalização pelo qual as vi-nícolas, tradicionalmente familiares e depequeno porte, têm passado desde osanos 90, contando com o apoio do go-

Os passosPara analisar as restrições da empresae da cadeia, o professor Sérgio Gusmãosugere os seguintes passos:1 – Identificar, ao longo da cadeia, as

restrições (gargalos) e seus atribu-tos.

2 – Identificar e avaliar como as cadei-as exploram as restrições.

3 – Avaliar o impacto das transforma-ções sobre as estruturas de gover-nança.

4 – Avaliar como subordinam e coorde-nam a atuação e as relações com osdemais elos da cadeia.

5 – Avaliar como promovem a reconfi-guração da cadeia e a busca de mai-or capacidade competitiva.

verno do Estado e o engajamento de uni-versidades e outras instituições. Tambémforam criadas associações que atuam naintegração do setor, promovendo maioracesso ao conhecimento e a novas tecno-logias.

Gusmão pretende agora ampliar suapesquisa para todas as empresas viníco-las da Região do Vale dos Vinhedos e,posteriormente, estender para cadeias desuprimentos de outros setores da ativida-de produtora.

Vinícolas tentam superar restrições no fornecimento de uvas

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PUCRS Informação em Revista nº 122 - Novembro/Dezembro 2004

Radar

Professor da Químicarecebe prêmio

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vencedor do Prêmio AssociaçãoBrasileira de Educação a Distân-cia (Abed)/Universia para Obje-tos e Recursos de Aprendiza-gem foi o professor André Sou-

to, da Faculdade de Química da PUCRS.Ele ganhou um computador portátil con-correndo com o Manual Virtual de Labora-tório. Trata-se de um jogo e simulador on-line que apresenta aos alunos operaçõesbásicas de laboratório de química orgâni-ca. Os dois pontos positivos principais daferramenta apontados pelos organizado-res do prêmio são a figura do tutor (bone-co que indica se os passos seguidos pelousuário estão corretos) e o fato de nãofragmentar o conhecimento, reunindo di-ferentes aspectos de uma só vez (teoria,simulação e processo real). “Hoje é neces-sário mudar a forma de dar aula, o que fi-cou mais fácil com o acesso a recursos dainformática”, defende o professor.

Souto criou o Manual Virtual em fe-vereiro deste ano e aplicou-o nas turmasdo primeiro e segundo semestres. Antes,explicava as operações e depois os alunos

passavam para a prática no labora-tório. “Normalmente essas aulas sãofeitas com alguns minutos de apre-sentação e instruções que ninguémguarda muito bem.” Agora, mostraas operações básicas por meio dojogo on-line, o que vem trazendobons resultados. No semestre passa-do, todos foram aprovados por mé-dia – e aprenderam realmente oconteúdo, garante Souto. Em geral, 25%tinham de fazer exame quando não erautilizada a técnica.

O jogo usa a linguagem HTML (amesma utilizada para construção de pá-ginas para internet) e animação em flash,mostrando as informações de forma rá-pida. O aluno visualiza o processo realpor meio de vídeo (de curta duração) euma simulação do processo com os fun-damentos teóricos. Souto inspirou-se nosite do filme O Último Samurai, em queaparece um trailer de 30 segundos, de-senho animado sobre a produção e diá-logo dos personagens. “Com a necessi-dade atual de currículos mais enxutos,

Livro sobre Egiptomania no BrasilDurante a 50ª Feira do Livro de Porto Alegre, a editora Contexto lançou a obra

Egiptomania – O Egito no Brasil, de autoria da professora do curso de História Mar-garet Bakos, com comentários do Ir. Elvo Clemente e do professor Harry Bellomo.Além de retratar o fenômeno caracterizado pela reinterpretação e reaproveitamentodos traços culturais presentes no antigo Egito atribuindo-lhes novos significados, olivro divulga parte de uma pesquisa em andamento. Trata-se do estudo Egiptomaniano Brasil: o caso do Rio Grande do Sul, financiado pelo CNPq, que investiga a reutili-zação de objetos e elementos do antigo Egito na literatura e em peças decorativas earquitetônicas. O projeto se propõe a buscar e sistematizar essas práticas nas dife-rentes regiões do Brasil, para avaliar sua importância no imaginário social.

Em Dom Pedrito, interior gaúcho, a tendência podeser observada, por exemplo, numa casa em forma de pi-râmide. “Isso demonstra a apropriação dos símbolos da-quela civilização ao longo dos anos”, salienta Margaret.Interessados em contribuir para o levantamento de cons-truções que utilizam símbolos do antigo Egito podementrar em contato pelo e-mail [email protected].

ganha-se mais tempo em aula com essesrecursos”, afirma Souto.

A premiação ocorreu durante o 11ºCongresso Internacional da Abed, em Sal-vador. A iniciativa, promovida por meio deuma parceria entre o portal Universia ea Abed, procurou incentivar o desenvol-vimento de práticas inovadoras em edu-cação, além de difundir esses materiaisdigitais de apoio ao ensino. Mais de 600professores e pesquisadores de 24 uni-versidades brasileiras inscreveram-se.Quem quiser conhecer o Manual Virtualde Laboratório que recebeu o prêmiopode acessar www.pucrs.br/quimica/professores/arigony/lab.html.

MCT capacitaprofissionais

O Museu de Ciências e Tecnologia (MCT) ini-ciou em outubro um programa de estágios e capa-citação profissional de 120 especialistas, técnicos,diretores e coordenadores de centros e museus deciências de todo o Brasil. O treinamento, que iráaté agosto de 2005, é realizado em seis módulos,que se repetem, com grupos de dez pessoas.

Os temas Estrutura e funcionamento de ex-posições; Programas educacionais de Matemática,Biologia, Física e Química; Projeto Museu Itineran-te; Produção e design de equipamentos de Física;Organização Administrativa e Design e Construçãode equipamentos interativos para ciências naturaissão trabalhados pelos professores Jeter Bertoletti,Ana Clair Bertoletti, Roque Moraes e Luiz MarcosScolari. O programa foi aprovado pela FundaçãoVitae, associação civil que apóia projetos nas áreasde cultura, educação e promoção social.

Souto (esq.) criou Manual Virtual

Foto: Divulgação

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PUCRS Informação em Revista nº 122 - Novembro/Dezembro 200416

Saúde

Mulheres falam sobreauto-exame das mamas

grupo de pesquisa Psicologiada Saúde do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clíni-ca, coordenado pela professo-ra Marisa Müller, realizou o es-

tudo Uso do Auto-exame em Diagnósti-co Precoce de Câncer de Mama, comuma amostra de 215 mulheres represen-tando a população da Universidade, sen-do 36% professoras, 11% funcionárias e53% estudantes. A pesquisa tratou douso ou negligência desse método dediagnóstico precoce de câncer de mamae dos estigmas que envolvem a existên-cia da doença. Outro objetivo do estudofoi divulgar a importância da prevenção.

A maioria das mulheres entrevista-das referiu saber o que é o câncer demama (98%), como tratá-lo (87%) equais suas conseqüências (94%). Todasacham necessária a prática do auto-exa-me, mas apenas 25% realizam-no perio-dicamente. Destas, 49% fazem de formaadequada quanto à freqüência, ou seja,uma vez ao mês. As pesquisadoras nota-ram uma certa incongruência entre atitu-de e prática.

As informações sobre como realizaro auto-exame foram obtidas pelas entre-vistadas, em sua maioria, por intermédiodos meios de comunicação (48%). Den-

tre as mulheres que não realizam o auto-exame e as que o realizam com poucafreqüência, a justificativa é o esquecimen-to em 32% dos casos. Essas mulheresacreditam que os aspectos emocionaispodem influenciar no desencadeamentodo câncer de mama (85%), sendo queessa resposta foi estatisticamente maissignificativa para as professoras e mulhe-res na faixa etária acima de 50 anos. Combase nesses resultados, foi constatadoque existem muitas informações acessí-veis, porém, parece haver problemas naassimilação e posterior execução da prá-tica do auto-exame.

O auto-exame das mamas é um mé-todo para diagnóstico precoce de câncerde mama, minimizando os prejuízos quepoderiam surgir devido à descoberta tar-dia. Segundo o presidente da SociedadeBrasileira de Mastologia, Ezio Novaes,70% dos casos podem ser detectadospela apalpação. Além de detectar doen-ças benignas na mama (mas que neces-

sitam de tratamento) também contribuipara as mulheres que não têm acesso aoserviço de saúde.

A pesquisa foi financiada pelo Pro-grama Institucional de Bolsas de IniciaçãoCientífica (Pibic)/CNPq. Participaram agraduanda e bolsista Pibic/CNPq ChanaKieling e as mestrandas Adriana da Mat-ta, Joyce Werres, Fernanda Hoffmann,Débora Farinatti e Patrícia Fleck. As suasdissertações tratam, respectivamente, dostemas Aspectos Psicológicos da Mulhercom Diagnóstico de Endometriose, Cons-telações Arquetípicas e a Dialética entreos Efeitos do Complexo Materno e aEmergência do Feminino, Apoio Social eBem-estar Espiritual em Mulheres: da es-pera pelo diagnóstico ao início do trata-mento para câncer de mama, Estresse,Qualidade de Vida e Estratégias de En-frentamento em Casais Submetidos à Fer-tilização Assistida e A Experiência daMulher Mastectomizada no Processo deReabilitação.

Público pesquisado

36% professoras11% funcionárias53% estudantes

Prática do auto-exame

25% realizam periodicamenteDestas, 49% fazem de forma adequadaquanto à freqüência

Conhecimento sobre a doença

98% dizem saber o que é câncer de mama87% acreditam saber como tratá-lo94% sabem qual é a sua conseqüência

Comoproceder

O auto-exame deveser feito uma vez por mês,na primeira semana após amenstruação. A realizaçãono período pré-menstrualpoderá detectar falsas im-pressões. A descoberta dealterações deve levar àprocura de um especialis-ta, o mais breve possível,para facilitar o tratamentoe, possivelmente, a cura. Oprocedimento do auto-exame é eficaz para pre-venir danos maiores emcasos de câncer de mamae não na prevenção da do-ença em si.

Ilustração: Divulgação

A B

C D

E F

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PUCRS Informação em Revista nº 122 - Novembro/Dezembro 2004 17

O humor bipolar écada vez mais comum

ersonalidades como o poetaFernando Pessoa, Axl Rose (vo-calista do Guns N’ Roses), Ma-rilyn Monroe (uma das mais fa-mosas atrizes do cinema norte-

americano), o pintor Vincent Van Goghe o cantor e compositor Cazuza tinhamalgo em comum além da vida artística: otemperamento forte e a bipolaridade. Es-tudos apontam que a presença dessetranstorno mental, no qual o humor as-sume autonomia, é comum na socieda-de, ocorrendo com freqüência entre osartistas.

Para entender a manifestação dadoença, faz-se necessário compreendertodas as interfaces do humor. Ele nos dizo quanto devemos nos arriscar em deter-minadas situações.No livro Tempera-mento forte e bipola-ridade mostra-se a suaimportância. O autor daobra, psiquiatra e profes-sor da Faculdade de Medi-cina, Diogo Lara, refere quea desregulação desse “esta-do de espírito” em situações co-tidianas acarreta uma visão equi-vocada do mundo, afetando as deci-sões das pessoas.

Quando esse “estado emocional” semodifica de acordo com os acontecimen-tos diários, mantendo as características demaleabilidade e previsibilidade, é conside-rado normal. “No modo sadio, o humorassemelha-se ao leito de um rio. Com oexcesso de chuvas aumenta, mas depoisvolta à regularidade”, compara Lara.

O transtorno se evidencia no mo-mento em que a reação a determinadassituações ocorre de forma exagerada ouquando o humor se altera espontanea-mente. Oscilações depressivas alternadascom eufóricas são particularidades da do-ença, que chega a atingir 10% da popu-lação mundial, incluindo as formas maisleves.

O diagnóstico da enfermidade tem-se modificado nos últimos anos. A bipo-laridade está sendo percebida não ape-nas nos seus extremos, mas também emníveis mais tênues. Por existir um núme-ro expressivo de pessoas que procuramtratamento apenas quando o aspectodepressivo se manifesta, a prescrição demedicamentos para combater tais sinto-mas é comum. No entanto, Lara faz umalerta: “Pelo menos metade dos pacien-tes depressivos tiveram ou terão hipoma-nia”. O uso de antidepressivos piora olado agitado e hiperativo dos pacientes.“De 10% a 15% dos casos mais gravestentam o suicídio em virtude, muitas ve-zes, de diagnósticos errados”, afirma.

Os sintomas de “excesso de humor”são divididos em quatro níveis. O primei-ro e mais grave é denominado mania.Nesse estado, as pessoas tornam-se arro-gantes e irritáveis, tendo suas atitudesgraves conseqüências. Nesses casos indi-ca-se a internação psiquiátrica. A hipoma-nia, segundo tipo, possui os mesmos sin-tomas, porém é mais leve e breve, duran-do de algumas horas a poucos dias. Noterceiro, a elevação do humor somenteocorre quando a pessoa ingere um anti-depressivo e o quarto distingue-se pelotemperamento previamente dinâmico earrojado, tornando-se turbulento em pes-soas acima dos 50 anos.

O desenvolvimento da doença ocor-re em grande parte por fatores gené-ticos, de 60% a 70% dos casos, e am-bientais, como estresse, alterações nodesenvolvimento cerebral e crescimentoem ambientes estimulados de forma ex-cessiva.

Conhecer o próprio temperamento,aliando a isso psicoterapias, bons hábitosde vida e medicações estabilizadoras dohumor fazem parte do tratamento. Utili-zar os estabilizadores de humor não-far-macológicos – como primar pelo meio-ter-mo e ponderação nos momentos difíceis,manter uma alimentação saudável, prati-car esportes, dormir bem, meditar e cul-tivar as relações afetivas – auxiliam namelhora dos pacientes. Harmonizar e pre-

servar o temperamen-to, mantendo o seu“brilho natural” está en-tre os objetivos.

Pelo transtorno ter-se transformado em algo

comum na sociedade, emmarço deste ano foi inaugu-

rado o Ambulatório de Bipo-laridade, localizado na sala 309

do 3º andar do Hospital São Lu-cas da PUCRS. Funciona todas as quin-

tas-feiras, das 8h às 12h. No local há aten-dimento especializado para todos os tiposda doença, sendo a maior procura por pa-cientes com casos leves.

O livro Temperamento forte e bipo-laridade analisa a questão com base notemperamento. A linguagem coloquial, asindicações terapêuticas acessíveis aos lei-gos, a explicação sobre remédios e for-mas de tratamento tornaram a publica-ção um sucesso de vendas no Brasil. “Aspessoas se identificam, conseguem reco-nhecer e aceitar a doença”, observa Lara.O site www.bipolaridade.com.br temcomo base a obra. No portal, pode-seencontrar mais informações sobre a en-fermidade, incluindo testes sobre tempe-ramento.

Estados de depressãoe euforia são alternados

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Novidades Acadêmicas

Esportes de aventura étema de especialização

PUCRS Informação em Revista nº 122 - Novembro/Dezembro 200418

Faculdade de Educação Física eCiências do Desporto oferece,desde novembro, o curso deespecialização em Esportes deAventura, voltado para profis-

sionais graduados de áreas como Educa-ção Física, Pedagogia, Turismo, Psicologiae Administração de Empresas.

A grade curricular prevê aulas teóri-cas e práticas, com atividades de aventu-ra nos meios aéreo, aquático e terrestre,conhecimentos ambientais e ecológicos,

ecoturismo, gestão de eventos e comer-cialização, jogos cooperativos e atividadesde grupos, metodologia da pesquisa emEducação Física, primeiros socorros, téc-nicas de resgate e motivação na ativida-de física.

As aulas ocorrem até outubro de2005, às sextas-feiras à noite e aos sába-dos pela manhã, com encontros previstosaos sábados à tarde e domingos para arealização de aulas práticas. Mais informa-ções pelo telefone (51) 3320-3683. Alunos têm aulas práticas

Direito lançaextensão emPropriedadeIntelectual

O Departamento de Prática Jurídica da Facul-dade de Direito oferece, a partir de março de2005, o curso de extensão em Propriedade Inte-lectual, o primeiro do gênero no Estado. Além deprofissionais e estudantes de Direito, também évoltado a quem atua em diferentes áreas com in-teresse no assunto, como Farmácia, Engenharia,Arquitetura, Informática e Cinema, entre outras.

O curso será dividido em dois módulos: Di-reito Autoral e Propriedade Industrial, abordandotemas como direitos autorais de obras literárias,trabalhos científicos e artísticos em geral, direitosconexos, como de intérpretes e artistas, o trata-mento que está sendo dado ao assunto com achegada da era digital e a importância da proprie-dade industrial.

Segundo a coordenadora, professora Helena-ra Avancini, uma das vantagens do curso, que teráa duração de três meses, é sua estrutura teórico-prática. Os alunos aprenderão a elaborar contra-tos, fazer o registro de marcas, softwares, produ-tos, depositar patentes e cuidar da parte adminis-trativa da propriedade intelectual.

As aulas terão início em março e ocorrerãoduas vezes por semana. Informações e inscrições:sala 201 do prédio 40 do Campus, fone (51)3320-3680 ou e-mail [email protected].

A Faculdade de Comunicação Social (Fa-mecos) oferece, pela primeira vez, o curso deextensão em Moda, Mercado e Comunica-ção. Voltado para estudantes de moda, de-sign e comunicação, também pode ser feitopor interessados em geral.

O curso tem como objetivo relacionarmoda, tempo, cenários do ambiente e opor-tunidades de mercado; conhecer os desejose necessidades do consumidor globalizado

de moda; planejar a comunicação com omercado de moda; pesquisar tendências dedesign, moda e mercado; identificar o pro-fissional da área e suas possibilidades detrabalho.

As aulas são realizadas à noite, duas ve-zes por semana. O curso tem duração de 20horas/aula. Informações: sala 201 do prédio40, telefone (51) 3320-3680 ou [email protected].

Famecos oferece Moda,Mercado e Comunicação

Aprenda culinária italianae mediterrânea na PUCRS

Foto: Divulgação

Os amantes da gastronomia agora po-dem aprender na PUCRS os segredos das cu-linárias italiana e mediterrânea (provençal,espanhola e grega). Os cursos de extensãosão oferecidos pelo Laboratório de Ciência eArte dos Alimentos da Faculdade de Enferma-gem, Nutrição e Fisioterapia.

As aulas são teórico-práticas e a pre-paração dos pratos é realizada em grupos,com mate-rial forne-cido pelaUniversida-de. Depoisvem a me-lhor parte:

a degustação. De acordo com uma das coor-denadoras dos cursos, professora Ana MariaFeoli, qualquer pessoa pode participar. “Quemjá sabe cozinhar poderá conhecer novas re-ceitas, e quem não tem nenhuma noção teráa oportunidade de aprender”, observa.

Os cursos são realizados à noite, duasvezes por semana, com duração de quatro aseis dias. Informações adicionais na Pró-Rei-

toria de ExtensãoUniversitária, sala201 do prédio40, pelo telefone(51)3320-3680ou e-mail [email protected].

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NovoCentroestudadrogaspara combater doenças

esquisadores e alunos da PUCRScontam com um novo e sofistica-do ambiente para realizarem seusexperimentos. O Centro de Pes-quisa em Biologia Molecular e

Funcional (CPBMF), ligado ao Instituto dePesquisas Biomédicas, foi recentemente con-cluído e está em funcionamento.

Localizado no Parque Tecnológico daUniversidade (Tecnopuc), é utilizado por 35pessoas, entre estudantes de mestrado, dou-torado, pós-doutorado e iniciação científica.O grupo destaca-se entre os melhores doPaís pelos trabalhos publicados. Neste ano,publicou 17 artigos em importantes revistas

internacionais e,atualmente, coma infra-estruturadisponibi l izadapelo Centro, podeser consideradoum dos mais bemequipados daárea no País.

O Centropossui laborató-rios, como o deInformática – que

também serve como sala de estudos –, o deBiologia Molecular, o de Espectroscopia – oúnico no Sul do Brasil, com um modernoequipamento do tipo Stopped Flow, que per-mite mensurar reações enzimáticas em mile-segundos, utilizado para a verificação de ci-nética enzimática (estudo da velocidade dasreações de enzimas e os fatores que as influ-enciam) . Também há o laboratório de Lava-gem e Preparo, já que todo o material utiliza-do deve ser extremamente puro para a análi-se, como a água, por exemplo.

Um dos laboratórios maismodernos é o de Biossegurançanível 3, o primeiro no Estado. Nelesão manipulados organismos emque há risco de contaminação,como o bacilo da tuberculose.Para entrar no ambiente, superve-dado, blindado, com um sistema

de filtragem potente e nível de pressão nega-tiva crescente, os pesquisadores precisam uti-lizar roupas especiais, principalmente paranão contaminarem os experimentos e não le-varem resíduos para o ambiente externo.

A equipe também tem à sua disposiçãouma câmara fria com sistema de purificaçãode proteínas e canalização por todo o com-plexo, com saídas de vácuo, gás de cozinha,nitrogênio e gás carbônico. A limpeza doslaboratórios é especial, tão rigorosa como adas salas cirúrgicas. A estrutura do Centrofoi totalmente custeada pela PUCRS e osequipamentos adquiridos por meio de pro-jetos financiados.

De acordo com o diretor do CPBMF,professor Diógenes Santos, o objetivo prin-cipal dos projetos é o desenvolvimento desubstâncias químicas que auxiliem no trata-mento à tuberculose. “Essa doença aindamata cerca de 3 milhões de pessoas por anono mundo e há 30 anos não se desenvolveum medicamento novo”, observa Santos. Nolocal também são pesquisados medicamen-tos para o tratamento de doenças como apsoríase (doença inflamatória da pele), ar-tritereumatóide, linfoma de células, leuce-mias linfoblásticas, diabetes e outras doen-ças crônico-degenerativas, além de substân-cias que reduzam a rejeição nos transplan-tes de órgãos.

O professor acredita que o centro depesquisa representa uma mudança de pa-drão na área: “A novidade é que ele desem-boca diretamente numa empresa parceira, a4G Ltda Pesquisa e Desenvolvimento, o quefacilita a chegada das descobertas no mer-cado”, revela. A parceria com a empresa, ga-nhadora do prêmio Inovar 2003, concedido

Equipamento Stopped Flow

Entenda melhorA biologia molecular é um conjunto de

técnicas que servem para a manipulação deDNA (molécula que contém todas as carac-terísticas de um ser), utilizado na clonagem(forma de reprodução de um organismoexatamente igual), transgenia (inserção docódigo genético de um organismo em ou-tro) e diagnóstico de doenças, entre ou-tros. No Centro de Pesquisa em BiologiaMolecular e Funcional da PUCRS, um dosgenes (partes do DNA) estudados é o dabactéria causadora da tuberculose e as en-zimas (proteínas responsáveis por todas assuas reações químicas) produzidas por eles.Na parte funcional, são pesquisadas as ca-racterísticas dessas enzimas para, assim,pensar-se em substâncias que impeçam asua atividade. Essas substâncias possivel-mente poderão dar origem a um novo me-dicamento para combater a doença.

Análise de substâncias

pela Financiadora de Estudos e Projetos (Fi-nep) do Ministério da Ciência e Tecnologia,prevê o compartilhamento com a PUCRS daspesquisas, com verbas reinvestidas no Cen-tro em equipamentos, cursos e bolsas paraos pesquisadores.

A empresa comercializa enzimas e ex-portou para países como a Alemanha e EUAuma enzima desenvolvida totalmente naUniversidade, chamada fosforilase de nu-cleotídeos de purina, utilizada na descober-ta de doenças crônico-degenerativas. A 4Gagora está em negociação para, em breve,produzir biofármacos.

Laboratório: ambiente vedado e blindado

Novidades Acadêmicas por MARIANA VICILI

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Debates

PUCRS Informação em Revista nº 122 - Novembro/Dezembro 200420

A atenção humanatem limites

professor Juan Botella, catedrá-tico de Metodologia das Ciênci-as do Comportamento na Uni-versidade Autônoma de Madri,ministrou na Faculdade de Psi-

cologia conferência e curso sobre Aten-ção humana: da investigação básica à in-vestigação aplicada. Botella desenvolveuma série de pesquisas sobre esse tema eintegra um grupo da sua universidadeque seleciona candidatos a um curso pre-paratório de controladores de vôo. Anali-sa também os limites da capacidade hu-mana, detectando, por exemplo, que osbandeirinhas de futebol não têm possibili-dade de acertar sempre nos casos de im-pedimento do atacante. Botella falou àreportagem da revista PUCRS Informaçãosobre um trabalho visando à imparcialida-de de árbitros jovens.

A atenção humana se modifica? Coma quantidade enorme de informações,há tendência à desatenção?

Não há estudos que indiquem mu-dança na capacidade cognitiva. Nos 30anos em que isso é estudado não existealteração significativa. No nosso sistemacognitivo, a atenção não ocupava um lu-gar tão central quando estávamos dedi-cados a caçar. A necessidade daquele ho-mem de tratar a informação era menoscrucial, porém, igualmente importante. Aseleção não tinha de ser tão forte porquea quantidade de informações era baixa.

Que fatores afetam a atenção?Quando queremos que o observador

selecione uma informação, devemos apre-sentá-la de forma que facilite essa tare-fa. Por exemplo, é muito freqüente que,quando se precisa de respostas sim ounão, use-se verde e vermelho. Esse códi-go procede das luzes do semáforo. Comoé cultural, ajuda na seleção. O Windowsfoi idealizado por psicólogos que buscama melhor interface entre o sistema cog-nitivo humano e a máquina.

Destaque sua pesquisasobre futebol.

No caso do futebol,preocupa quando os ban-deirinhas têm de determi-nar se o jogador está emposição de impedimento.Precisam prestar atençãoem dois processos de umavez: o jogador que estáatrás da bola e a defesa dotime adversário. Estudamosas limitações do sistemacognitivo para fazer essatarefa. Assim como não so-mos capazes de discriminardois vermelhos, dois verdesou dois tons musicais mui-to parecidos, há uma dife-rença física que o nosso sistema não tempossibilidade de resolver. Quando duascoisas passam quase ao mesmo tempo,pode parecer que a segunda foi antes,mas na verdade ocorreu depois da primei-ra. A tarefa que obrigamos o bandeirinhaa fazer não pode ser realizada por seu sis-tema cognitivo. Há um elenco de errosque tem de assumir. As pessoas preferemque existam erros porque aí fica fortale-cido o debate. Temos observado tambémque, quando o sujeito faz uma simulaçãode uma tarefa e dizemos que está erra-da, muda a sua forma de fazê-la. Come-çaremos a aplicar isso na Espanha aos ár-bitros jovens para que, com feedback,possam adotar um critério imparcial des-de o princípio.

Como é o trabalho com controladoresde vôo?

Esse trabalho é feito há seis anos noDepartamento de Psicologia da Universi-dade de Madri. Desenvolvemos um pro-cedimento de seleção de candidatos paraum curso de formação oferecido pelaempresa estatal responsável por esse ser-viço. Estabelecemos um perfil de caracte-rísticas psicológicas apropriadas, como

sustentação da atenção ao longo do tem-po, tarefa dividida e atenção seletiva. Ostestes são informatizados e incluem pro-cedimentos lógicos. Um dos problemasem avaliações de capacidades psicológi-cas é que há comercialização de algunstestes de lápis e papel e os candidatospreparam-se. Daqui a dois anos teremosde mudar as provas porque as pessoaspodem vir a treiná-las.

O transtorno de déficit de atenção éuma das principais doenças nesse con-texto?

Os transtornos por déficit de aten-ção com ou sem hiperatividade são umdéficit para prestar atenção em algo emanter durante algum tempo. Atingemmais meninos do que meninas. A esti-mativa é de que 7% da população mun-dial de crianças tenha o transtorno. Es-pecialistas acreditam que o número au-menta devido à ingestão de certos ali-mentos pouco saudáveis e contamina-dos com agrotóxicos que têm efeitosno sistema nervoso. Antigamente pen-sava-se que o transtorno desapareciacom os anos, mas muitos adultos conti-nuam hiperativos.

Juan Botella, da Universidade de Madri

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Ambiente

Estudo mundial depeixes começa no Brasil

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rofessores e alunos de pós-gra-duação da PUCRS participamdo projeto All Catfish SpeciesInventory, uma iniciativa multi-nacional e multiinstitucional

para encontrar e descrever a diversidadecompleta dos peixes Siluriformes (bagres,cascudos e pintados). O estudo constitui-se na primeira parte de um grande levan-tamento que, no prazo de dez anos, pre-tende descrever toda a diversidade dospeixes Ostariophysi, grupo que compre-ende cerca de 80% de todos os peixes deágua doce do mundo.

A primeira fase do programa, que sepropõe a descrever, num prazo de cincoanos, toda a diversidade de Siluriformesdo planeta, recebeu um auxílio de US$4,6 milhões da National Science Founda-tion, correspondente norte-americana aoCNPq. Na atualidade se conhece cerca de2.600 espécies de todos os continentes eestima-se que outras 1.000 espécies este-jam ainda por ser descobertas e descritas.

Como parte das estratégias do pro-jeto, as coleções científicas de peixes dosprincipais museus do mundo estão sen-do revisadas pelos pesquisadores, paraencontrar espécies não-descritas já cole-tadas, mas ainda não detectadas comonovas. Também está programada uma sé-rie de grandes expedições de coleta paraa Ásia, África e América do Sul, as regiõesmais ricas em Siluriformes e, ao mesmotempo, menos conhecidas em termos deictiofauna.

Entre as mais recentes realizaçõesestá a Expedição Transcontinental Sul-Americana, organizada em julho. Duasequipes, uma brasileira e outra peruana,saíram respectivamente de Cuiabá e deLima, para se encontrar na cidade perua-na de Iñapari, na fronteira com o Acre.

Durante esse mês, o professor Ro-berto Reis, do Laboratório de Icitiologiado Museu de Ciências e Tecnologia, jun-tamente com cinco alunos de doutoradoem Zoologia da PUCRS, e outros três pes-quisadores brasileiros, viajaram coletandopeixes em Mato Grosso, em Rondônia, noAcre e no Amazonas, cobrindo uma dis-tância de cerca de 4 mil quilômetros. Du-rante o percurso foram visitadas as baci-as hidrográficas dos rios Paraguai, Tapa-jós, Madeira e Purus (veja mapa ao lado).

Durante a expedição, a equipe bra-sileira contou com duas caminhonetes eum caminhão que transportava um bar-co com motor, além de todo o equipa-mento de coleta e acampamento. A cadanoite os integrantes dos três veículos seencontravam para acampar, usando seusrádios de comunicação e GPS (localizaçãoauxiliada por satélite). Durante o dia, aequipe era dividida nas caminhonetes queviajavam e coletavam pei-xes separadamente. Osocupantes do caminhão,por sua vez, viajavam di-retamente até o próximolocal escolhido no mapa,para montar o acampa-mento da noite. Fotogra-fias digitais das espécies edos locais de coleta, bem como amostrasde tecido muscular dos peixes para análi-se de DNA, também foram feitas.

Todo o material coletado em 159estações de amostragem foi trazido parao Laboratório de Ictiologia da PUCRS. Omaterial está sendo estudado e será in-corporado à coleção científica do Museude Ciências e Tecnologia. Até o momen-to, foram identificadas 193 espécies so-

mente de peixes Siluriformes. Destas, 35espécies foram reconhecidas como nãodescritas e começam a ser estudadas porpesquisadores do projeto. A quantidadede espécies novas representa 18% do to-tal, o que é bastante elevado para umgrupo de vertebrados importante comosão os peixes.

Os próximos passos são a publicaçãoda descrição de todas essas espécies no-vas com a disponibilização de seus no-mes. Contribuições como a desta expe-dição são fundamentais para preencheras grandes lacunas do conhecimento dabiodiversidade. A iniciativa também é im-portante numa área que sofre forte im-pacto ambiental, possibilitando conhecer

a diversida-de das espé-cies antesque muitasdelas sejamextintas.

Equipe buscou bagres,cascudos e pintados

Coleta em rios do Norte do País

Fotos: Roberto Reis

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Tecnologia

Tecnopuc escolhidomelhor parquetecnológico do País

Parque Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc) recebeu o PrêmioAnprotec de Parque Tecnológico do Ano, por representarum complexo industrial de base científico-tecnológica plane-jado, além de promover cultura e inovação. A homenagemda Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empre-

endimentos Inovadores (Anprotec), com apoio da Finep e Sebrae,ocorreu durante o 14º Seminário Nacional de Parques Tecnológicos eIncubadoras de Empresas, em Porto de Galinhas (PE), em novembro.

Para o diretor da Anprotec, Paulo Gonzalez, a distinção é o re-conhecimento do trabalho da PUCRS e da Agência de Gestão Tecno-lógica e Propriedade Intelectual (AGT) em atrair empresas de pontapara se instalarem no Tecnopuc. “Este trabalho serve como exemploa todo o País. É um parque tecnológico que abriga, ao mesmo tem-po, multinacionais, empresas nacionais e empresas nascentes traba-lhando em conjunto e oportunizando a participação do aluno na Uni-versidade”, observa.

O Tecnopuc conta atualmente com 31 empresas e entidades deportes distintos instaladas, além de projetos da Universidade, o quefacilita a atuação em conjunto. São mais de 1,2 mil colaboradores

atuantes nas empresas eações do Parque.

O diretor da AGT,professor Jorge Audy, res-salta a importância do prê-mio. “É a valorização dacomunidade acadêmica eda sociedade brasileira aogrande esforço que aPUCRS e seus parceirostêm desenvolvido nestesúltimos anos, no sentidode desenvolver um ambi-ente de inovação e pesqui-sa de classe mundial, vi-

sando a aumentar a competitividade de seus atores e melhorar a qua-lidade de vida de suas comunidades”, enfatiza.

As principais parcerias do Tecnopuc são o Projeto Porto AlegreTecnópole, Sebrae-RS, Ministério da Ciência e Tecnologia, Finep, CNPq,Anprotec, Procempa, Assespro, Softsul, Prefeitura Municipal de Por-to Alegre e Governo do Estado.

Novas ações estão sendo desenvolvidas pelo Tecnopuc para ex-pandir as atividades e abrigar novas empresas. Encontra-se em fasede viabilização o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento, uma novaedificação composta de quatro torres temáticas distribuídas em maisde 15 mil m2. Nesse novo ambiente, serão promovidos espaços mo-dulares destinados a empresas que queiram desenvolver projetos depesquisa com a PUCRS, aumentando para 23 mil m2 a área destina-da à interação universidade-empresa.

Área abriga 31 empresas

Universidade está noedital de TV Digital

O Ministério das Comunicações divulgou os consór-cios de universidades e empresas vencedoras do primei-ro edital de TV digital. A PUCRS, Unisinos, UniversidadeFederal de Santa Catarina, empresa D3 e Ceitec, em con-sórcio, venceram a carta-convite para codificação de ví-deo. O próximo passo será a realização dos convêniosentre as instituições selecionadas e a Financiadora de Es-tudos e Projetos (Finep), agente financeiro dos recursosdo Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Tele-comunicações (Funttel). A PUCRS também participa deconsórcios para a aplicação em outras áreas do proces-so, como projeto de modulação e transmissão/recepção.O Ministério divulgará em breve os resultados dos outroseditais.

Uma parceria entre a PUCRS e o governo do RioGrande do Sul qualificará ainda mais o trabalho da Defe-sa Civil do Estado. A cooperação prevê ações conjuntasde educação a distância para técnicos e voluntários doórgão estadual. Atualmente cinco oficiais da Defesa Civilrealizam capacitação docente na PUCRS Virtual, habilitan-do-se para os cursos que serão promovidos pelo convê-nio a partir de 2005.

As atividades serão subsidiadas por entidades gover-namentais ou pela iniciativa privada para técnicos e vo-luntários interessados. Hoje 280 pessoas da comunidadeatuam voluntariamente na Defesa Civil, além do corpo de40 profissionais. A intenção é que mais tarde os cursossejam oferecidos também para outros estados brasileiros.

Para o governador em exercício, Antônio Hohlfeldt,que participou da solenidade de assinatura, em outubro,a união da tecnologia de ponta da PUCRS Virtual com otrabalho referência da Defesa Civil do Estado terá bonsresultados. Hohlfeldt destacou a importância de atuar pre-ventivamente em casos de eventos adversos, minimizan-do riscos de vítimas humanas e perdas materiais. O Rei-tor Norberto Rauch salientou que a Defesa Civil é umaquestão de interesse público, por isso toda a populaçãodeve saber como agir em situações adversas.

Defesa Civil teráqualificação a distância

Assinatura de convênio na Reitoria

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Dinossauro é novaatração do museu

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uma manhã de sexta-feira, alu-nos, professores, funcionários eoutras pessoas que passavampela PUCRS pararam para veruma criatura horrenda, pesan-

do uma tonelada, com oito metros decomprimento e quatro de altura, dentesafiados e olhos assustadores atravessar oCampus Central. Em vez do pavor, foi acuriosidade que tomou conta de todos.

Tratava-se da nova atração do Mu-seu de Ciências e Tecnologia (MCT), a ré-plica do dinossauro Carnotaurus, construí-do inteiramente na Universidade. Duran-te mais de duas horas, ele teve de ser re-bocado por um pequeno trator da ofici-na onde foi feito até à frente do museu,onde recepcionará os visitantes com mui-to barulho e movimento.

Segundo a pesquisadora e paleontó-loga Maria Cláudia Malabarba, integran-te da equipe de elaboração do projeto,o Carnotaurus foi um dinossauro carnívo-ro, muito feroz, que viveu há cerca de110 milhões de anos, cujo esqueleto foiencontrado no sul da Argentina. O dire-tor do MCT, professor Jeter Bertoletti,lembra que a confecção do dinossauro

está há anos nos planos do museu:“Queríamos fazer uma réplica deum dinossauro grande e ameaçador,que tivesse vivido próximo da nos-sa região. O Carnotaurus foi a me-lhor opção, já que os carnívoros queviviam no Rio Grande do Sul erammuito pequenos”, observa.

Uma equipe de 22 pessoas, en-tre técnicos, artistas, paleontólogos,pesquisadores e membros das ofici-nas especiais do museu, trabalhouno dino hermano durante dois anos.Para sua confecção foram utilizados mate-riais diversos, como válvulas hidráulicas deretroescavadeiras, mangueiras, poliureta-no expansivo, látex e tintas elásticas, alémde ser totalmente computadorizado e terestrutura hidráulico-mecânica. De acordocom o coordenador de Física do museu,Luiz Marcos Scolari, o mais difícil foi fazer ocircuito hidráulico do animal, responsávelpelos seus movimentos mecânicos.

A réplica do Carnotaurus, única dotipo na América Latina, emite grunhidos,abre a boca, faz movimentos verticais ehorizontais e é pré-programada por com-putador. O dinossauro ficará na entrada

do MCT, à esquerda, embaixo da marqui-se, com iluminação especial à noite, efuncionará de períodos em períodos. Aoseu redor, serão colocadas imitações deplantas que compunham a vegetaçãoexistente na época em que viveu, comodo tipo ginkgo biloba (árvore alta com fo-lhas em formato de coração), xaxim, arau-cária, eqüisseto (arbustos baixinhos, pa-recidos com pequenas taquaras), cycas(semelhantes às palmeiras) e dicroidium(arbustos de folhas pequenas). A direçãodo museu pretende fazer o dinossauro co-meçar a funcionar ainda no mês de de-zembro.

Show de Criogenia chama atençãoMCT está sempre inovan-do nas atrações. No se-gundo semestre desteano começou a ser apre-sentado o Show de Crio-

genia, utilizando nitrogênio a -196o

C. O objetivo é mostrar que proprie-dades físicas e mecânicas de algunsmateriais, como folhas de árvores,plástico, alimentos e água podemmodificar-se quando expostos a bai-xas temperaturas. A apresentação duraaproximadamente 15 minutos e é feitapor um funcionário ator do museu, emlinguagem bem teatral, com roupas eóculos especiais que chamam a aten-ção. O público também aprende sobre

as utilizações práticas do nitrogênio lí-quido, como conservação de células-tron-co e esperma. A exibição ocorre deterça a sábado, às 11h e às 15h.

Em breve os visitantes também po-derão assistir ao show de ilusão de ótica

e imagens em 3D, novidade no Brasil,que ocorre no Projeto Museu Itinerante(Promusit). A platéia recebe óculos espe-ciais e assiste a um filme com duraçãode meia hora com temas infantis, masque também pode agradar a muitosadultos curiosos. O filme foi feito inteira-mente no museu com uma técnica espe-cial para dar o efeito necessário. A novi-dade será mostrada na sala de Multiati-vidade com início previsto para 2005.

Essas atrações têm como objetivoilustrar a tecnologia e facilitar o aprendi-zado, principalmente das crianças, méto-do utilizado em países desenvolvidos,como a Alemanha, que tem alcançadoresultados positivos.

Platéia aprende com demonstração

Carnotauros atravessou o Campus

Foto: Divulgação MCT

Ciência

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Entrevista

IVÁN IZQUIERDO

Traumas não deve

por ANA PAULA ACAUAN

ual a sua expectativa de estarna PUCRS?

Vejo a possibilidade de desen-volver estudos inéditos, como maistécnicas avançadas de Bioquímica,pois na PUCRS há o Centro de Pes-

quisa em Biologia Molecular e Funcional. Tam-bém estamos dentro do Hospital São Lucas,o que facilita a interação com a parte clínica.

Que pesquisas o senhor está desenvolven-do no IPB?

Começamos a estudar a memória emhumanos por meio de imagens de ressonân-cia magnética. Há pouca pesquisa no mundosobre isso. Pretendemos analisar a extinção dememória – ao que não se dava muita atençãoaté um tempo atrás, mas é de uma importân-cia enorme. Trata-se do escanteio e reduçãode importância expressando uma determina-da memória principalmente quando envolvealgum componente desagradável. É precisoconservar essa memória porque nunca sabe-mos quando teremos ocasião de usá-la nova-mente. Deve ficar numa gaveta de baixo, nãopendurada em frente aos olhos o tempo todo.Usa-se a extinção, submetendo a pessoa a al-guns componentes da experiência que causoumedo, mas omitindo aqueles que precisamen-te provocaram o sentimento. O psiquiatra ou

A vinda do neurocientista Iván Izquierdo, um dospesquisadores mais destacados do País e da AméricaLatina, para a PUCRS tem como primeira conseqüênciaa criação do Centro de Memória. Tão logo se instalounuma das salas do Instituto de Pesquisas Biomédicas(IPB), no Hospital São Lucas, descobriu enzimas essen-ciais para a formação da memória. No momento se de-dica, com uma equipe de neuropsicólogos, psiquiatrase neurologistas, ao estudo de imagens para descobriráreas do cérebro envolvidas com a extinção da memó-ria, um mecanismo de redução da importância de situa-ções traumáticas. O objetivo da pesquisa é auxiliar pes-soas com estresse pós-traumático ou fobias. Para Izqui-erdo, apagar memórias é desaconselhável, além de im-possível. Diz que é necessário recordar momentos pe-nosos, pois faz parte do instinto do ser humano de sedefender. “Cada vez que atravessamos uma rua deve-mos lembrar que podemos ser atropelados, mas nãoconvivemos com isso o tempo todo a ponto de nos im-pedir de andar pela calçada.”

Doutor em Medicina pela Universidade deBuenos Aires, Izquierdo foi professor na institui-ção e na Universidade Nacional de Córdoba. Nas-ceu na capital argentina há 67 anos e é naturali-zado brasileiro desde 1981. Aposentou-se comoprofessor titular de Bioquímica da UniversidadeFederal do Rio Grande do Sul, onde lecionou apartir de 1973. Somente deixou Porto Alegre de1975 a 1978 para montar instituto de pesquisana Escola Paulista de Medicina. Desde 1995, Iz-quierdo é o investigador mais citado do País eda América Latina, segundo o Instituto para In-formação Científica dos EUA. A revista Veja de3 de novembro destacou os cientistas brasileiros,baseando-se no banco de dados Essential Scien-ce Indicators, o mais respeitado internacional-mente, que indexa revistas científicas. Izquierdoé apontado como o pesquisador brasileiro commais trabalhos em publicações internacionais nasua área de atuação.

psicólogo destaca que o fato não ocorreu ago-ra, associando-o a algo não mais aterrorizan-te, mas à lembrança do que alguma vez ater-rorizou.

Há possibilidade de apagar situações como uso de medicamento?

Eu e 90% dos psiquiatras do mundo nãoacreditamos nisso. O que fazemos na extinçãonão é apagar – isso somente ocorre com amorte ou atrofia de neurônios. O que podehaver é a memória ficar mais ou menos pre-dominante. Podemos deixar essa resposta ori-ginal menos acessível. O estudo com as ima-gens servirá para localizar as regiões do cére-bro que participam nisso.

Qual outro mecanismo o cérebro usa paraesquecer?

Existem o esquecimento real devido àatrofia ou morte de neurônios e falta de gra-vação. Entre os escanteios de memória, alémda extinção, há a repressão, pela qual, consci-ente ou inconscientemente, você decide nãoevocar. Cancela uma pessoa, um namoro ouum dia. Não gravamos como memória de lon-ga duração a maioria do que vemos. Podemosrelatar a tarde de ontem em dez minutos, amenos que tenhamos feito algo importante.Perdemos muito, mas isso talvez ocorra pelo

fato de os mecanismos que fazem ou evocammemórias serem rapidamente saturados. Paraaprender uma memória determinada, o ratoutiliza 40% do hipocampo. Para evocar, de 60a 70%. Se o animal está evocando, dificilmen-te conseguirá aprender algo novo. Há um per-sonagem de Borges que sofre um acidente epassa a ter uma memória perfeita. É capaz delembrar um dia inteiro de sua vida, mas paraisso precisa de outro dia inteiro e não podefazer mais nada. Recordar tudo é impossívele faz mal.

Duas pessoas pas-sam pela mesmasituação e rela-tam-na de formadiferente. Porquê?

Falsificamosas memórias, emparte porqueachamos

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em ser esquecidosmais bonito contar as coisas de outra manei-ra. Isso não ocorre somente com o mentiro-so. Se eu falar sobre os meus netos, inventa-rei que são os melhores. Fixamos mal e mu-damos o conteúdo ao longo do tempo. Essesdias eu queria lembrar uma música mexicana.Há uma parte que não consegui recuperar eoutra que inventei. Um amigo mexicano can-tou e a letra é completamente diferente daque eu tinha recordado. Eu falava de amorese eram horrores. Os povos fazem isso. Cons-troem estátuas e santificam pessoas que fo-ram ditadoras. Precisam cultuar figuras.

Qual é a melhor receita para a memória?A leitura exercita muitas memórias ao

mesmo tempo: visual, verbal, das letras emsi, das sílabas e das outras línguas que conhe-cemos. Se lemos a letra “a” isolada, milisse-gundos depois nos lembramos do som, uni-verso masculino/feminino e que é um artigo.Quando lemos “a árvore”, desfilam na cabe-ça todas as árvores que a gente sonhou verna vida ou viu. Passa de um tipo de processa-mento a outros em milissegundos, utilizandotoda a máquina cognitiva somente para ler eentender.

O estresse interfere na memória?O estresse é o grau máximo de uma es-

cala de ansiedade. Quando pequena, pode serchamada de atenção, mas quando extrema oucontinuada, trata-se de estresse. A ansiedadenem sempre é negativa, mas um fenômenoantecipatório. Um certo grau é necessário paraaprender e poder funcionar. O estresse é ter-rível e demolidor. Acaba, por exemplo, com aevocação de memória. A secreção aumenta-da de corticóides pela glândula supra-renal ini-be a memória que o indivíduo queria evocar.Esse é o efeito mais conhecido do estresse.Mas também impede de aprender.

Há novidades no tratamento doAlzheimer?

Não descobrimos muitosobre o mecanismo da doen-ça. Há um componente ge-nético importante, mas ahereditariedade dos genesnão tem papel crucial.

Existem fatores comportamentais ou derivadosdo meio que provocam em algumas pessoasAlzheimer. Esperamos que possa haver a tera-pia celular. Não poderemos recolocar as me-mórias perdidas dos pacientes, mas recuperara função. Deve levar cinco ou dez anos. Aquino IPB também será estudado. Há um anoisso era impensável, mas já foi utilizado emcorações enfartados. A melhor forma de pre-venir o Alzheimer é ler. Existem estudos com-provando que nas pessoas com menor graude instrução a doença ataca antes e de formamais grave. Uma pesquisadora me disse certavez para comparar neurônios a dólares. Se duaspessoas têm uma doença em que perdem US$5 mil por dia, a que tem somente US$ 5 mil,no dia seguinte estará a zero. A outra, queconta com US$ 5 milhões, levará anos paraperdê-los.

Além de a sua esposa ser porto-alegrense,o que pesou na escolha do Brasil?

Vim atrás de algo que acabei encontran-do. O Brasil é um país de gente solidária. A for-ma como me acolheram foi magnífica. Recebimuita ajuda. Aqui vi a prática do ensinamentode São Francisco: “É dando que se recebe”.Não se trata de troca de favores, mas apoio.Isso lamentavelmente com os anos se perdeuum pouco. O País ficou mais individualista.

Que espaço tem o pesquisador no Brasil?A gente se queixa muito porque sempre

queremos mais e realmente temos pouco. Opesquisador é ainda um bicho de outro plane-ta. Mas, se pensamos, vemos o quanto o Bra-sil progrediu em termos científicos. Um exem-plo é o último Congresso da Sociedade Brasi-leira de Farmacologia e Terapêutica Experimen-tal de Águas de Lindóia que contou com 840inscritos. A primeira reunião da entidade foi emSão Paulo em 1968. Convidaram-me e havia 25brasileiros, dois argentinos e um chileno. A Far-macologia brasileira já era boa naquele tempo,com 25 pessoas atuantes. A qualidade melho-rou muito. Quando comecei a trabalhar em me-mória em Porto Alegre tinha apenas um gru-po. Fui para São Paulo e criei outro. Agora há15 trabalhando em memória, quase todos comex-alunos meus. Isso surgiu de uma sementinhae cresceu.

O senhor teve vontade de trabalhar no ex-terior?

Tive muitas ofertas, mas eu sou daqui. Asculturas do Sul do Brasil e da Argentina sãomuito parecidas. A fronteira entre os dois paí-ses é um pouco um simulacro da realidade.Isso começou com os gaúchos nômades. Há-bitos, costumes e maneiras de se comportarsão as mesmas. Quem pensa da mesma for-ma é o cantor e compositor Herbert Vianna.

“ A melhor forma de

prevenir o Alzheimer é ler.Existem estudos comprovando

que nas pessoas com menorgrau de instrução a doençaataca antes e de forma mais

grave.

”Herbert Vianna se recuperou bem do aci-dente com ultraleve, mas não se lembrade tudo.

O momento exato do acidente e os dezminutos anteriores se apagam para sempre.Isso significa que Deus é benevolente conos-co. Lembrar-se disso deve ser horripilante e in-curável. Ele se recupera pelo tratamento, tra-balho e amigos que o ajudaram a completaros detalhes. A música é muito ordenada emarca bem os tempos da memória.

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Universidade Aberta

PUCRS auxilia micro,pequenas e médiasempresas

Pró-Reitoria de Extensão Universitária, com apoio daAgência de Gestão Tecnológica e Propriedade Intelec-tual, mantém convênios com o governo do Estado,por intermédio da Secretaria do Desenvolvimento edos Assuntos Internacionais, que possibilitam às mi-

cro, pequenas e médias empresas aperfeiçoarem o seu desen-volvimento. Os programas de Extensão Empresarial e Redes deCooperação, sediados no Tecnopuc, auxiliam nesta tarefa, ofe-recendo serviços gratuitos à comunidade.

A observação da dificuldade encontrada pela maioria dosempreendedores, a exemplo da falta de conhecimento na ela-boração de planos eficazes de gerência, foi um dos fatores queincentivou o início dos trabalhos.

O índice de empreendimentos que fecham as portas porgestões inadequadas aumenta a cada dia. O Núcleo de Exten-são Empresarial, sob a coordenação do professor Luiz Medei-ros, visa a amenizar o problema. Entre as metas do programaestá auxiliar indústrias e o setor de comércio e serviços, tentan-do garantir-lhes uma vida útil prolongada. Na prática isso signi-fica proporcionar autonomia aos empresários, ajudando-os a so-lucionar os problemas de administração, produtos e processos,de cunho técnico, gerencial ou tecnológico.

Para participar, é necessário inscrever-se no prédio 96C, sala119, no Tecnopuc (Campus Central). Depois é agendada a primei-ra visita do extensionista – pessoa capacitada e especialista nocampo de recursos humanos, financeiro, produtivo e comercial.Ele será o responsável por fazer um diagnóstico da empresa econstatar onde estão as principais dificuldades. De acordo com asobservações, decide-se quais medidas serão adotadas. As necessi-dades das empresas indicarão quanto tempo será a duração doacompanhamento. Interessados em participar podem entrar emcontato pelo (51) 3320-3500, ramal 4831 ou [email protected].

Redes de CooperaçãoNo Programa de Redes de Cooperação, peque-

nas e médias empresas da mesma área de atuação,interesses comuns e porte semelhante unem-senuma associação, sem perder a individualidade. Aentidade jurídica não possui cotas de capital nemfins lucrativos. O atendimento é oferecido para seg-mentos como farmácia, cafeterias, confecções demoda jovem, lojas de móveis, indústria de cosméti-cos, entre outros.

Entre os objetivos do projeto está o de fazer asempresas trabalharem em conjunto, visando a faci-litar a forma de resolver problemas comuns, garan-tindo melhores condições para enfrentar a concor-rência. Valorizar as marcas individuais, reduzir riscosde investimentos, ampliar a escala produtiva e au-mentar os locais de distribuição do produto são al-gumas das vantagens.

A área de atuação compreende os municípios daRegião Metropolitana – Delta do Jacuí e Litoral Nor-te, integrando Porto Alegre, Alvorada, Barra do Ri-beiro, Cachoeirinha, Canoas, Eldorado do Sul, Esteio,Glorinha, Gravataí, Guaíba, Santo Antônio da Patru-lha, Sapucaia do Sul, Triunfo, Viamão e ainda de Tor-res a Quintão.

A importância das redes de cooperação nofuturo pode ser observada em números expressi-vos. Até abril de 2005 mais de 130 redes estarãoformadas no Rio Grande do Sul, sendo mantidos10 mil postos de trabalho. Informações pelo telefo-ne (51) 3320-3500, ramal 4831 ou pelo [email protected].

Para se manter ativo no mercado e não sucumbir às grandes dis-tribuidoras de peças automotivas de São Paulo, a antiga empresa Aces-sórios São Pedro, por meio de seu presidente, José Neubauer, fundoua Rede Autolegal. A iniciativa surgiu com a finalidade de aumentar ovolume dos produtos oferecidos e criar uma marca forte no Estado.“Os pequenos precisam unir-se para somar forças e não se verem comoconcorrentes”, salienta. Hoje a rede possui 28 associados e 33 lojas.

Para Neubauer, o futuro do pequeno e médio empresário está nasredes. “Sozinhos não temos condições de divulgar nossos artigos namídia”, diz. “Se dividirmos o custo entre 30 associados o valor dimi-nui”, destaca. “Todos os segmentos precisarão se unir para sobrevi-verem”.

Alternativa para sobreviverAntes:AcessóriosSão Pedro

Hoje:Rede

Autolegal

Fotos: Divulgação

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Em Foco

Projetos especiaisintegram funcionários

s recursos mais valiosos da PU-CRS não estão escondidos ounos modernos laboratórios. Po-dem ser vistos por todos os la-dos. Roubá-los é praticamente

impossível, e sua presença faz com quea Universidade tenha vida. São os chama-dos recursos humanos, ou seja, os fun-cionários.

Desde a contratação, eles participamde projetos de integração, que priorizamas relações interpessoais e o seu bem-es-tar. No programa Integração, que reúneo grupo de funcionários admitidos nomês, são repassadas informações sobre ohistórico e filosofia da PUCRS, princípiosde bom atendimento, dados trabalhistas,

de saúde,noções depostura e gi-nástica labo-ral. Tambémhá um mo-mento paraque os parti-cipantes seapresenteme exponham

suas expectativas e dúvidas. O gerente deRecursos Humanos, Luiz Anselmo Colling,acredita que a importância dessa ativida-de vai além das informações repassadas.“É um momento no qual o funcionáriotoma consciência de sua importância den-tro da Universidade”, observa.

Todas as terças-feiras, das 11h30minàs 12h20min, um grupo de funcionárias,principalmente da Prefeitura Universitária,

abre mãode algunsminutosdo almo-ço paraparticipardo proje-to Con-versandosobre a

vida, promovido pelo Projeto Vida comQualidade, da Pró-Reitoria de AssuntosComunitários. Segundo a organizadora, aterapeuta ocupacional Eloisa Ferreira, oobjetivo é promover palestras e oficinasligadas à saúde, educação e lazer, estimu-lando a integração, reflexão e troca deidéias. Os temas são escolhidos pelas par-ticipantes e desenvolvidos por profissio-nais convidados.

A servente Maria Teresinha Macha-do participa desde o início e sempre quepode convida outra colega. “No começoéramos três. Hoje, há dias em que somosmais de 30! Adoro participar, poderia atéser mais freqüente. Além de aprender so-bre muitas coisas, também conhecemospessoas com quem não conversaríamos”,observa. Recentemente as participantesrealizaram a primeira Mostra de Pintura,resultado de um curso realizado durantealguns encontros.

No segundo semestre deste ano, foicriada a versão para os homens, Conver-sando com Eles, às sextas-feiras. “Eles pe-diram que fosse na sexta-feira porque vãopara casa mais tranqüilos no fim de se-mana. Fizemos uma pesquisa sobre o quegostariam de falar e achamos que espor-te seria o assunto mais votado, mas fo-ram os mesmos assuntos das mulheres,como saúde, família e qualificação profis-sional”, conta Eloisa.

Apesar do pouco tempo de realiza-ção, os homens estão começando a par-ticipar tanto quanto as mulheres. É o casodo pedreiro Leonel Gonçalves. “Estouachando ótimo. É melhor vir para cá eaprender algumas coisas do que ficar jo-gando conversa fora no estacionamento”,brinca.

A Gerência de Recursos Humanos eo Centro de Pastoral realizam, há poucomais de dois anos, o projeto Cultivando aVida, que todos os meses reúne dois gru-pos entre 15 e 20 funcionários. Enquantoos participantes tomam cafezinho ou chi-marrão, são feitas dinâmicas de grupo e

individuais, trabalhos de integração eabordados temas espirituais, valorizaçãoda boa convivência e identificação com afilosofia da PUCRS. Segundo o agente depastoral Alexandre Goulart, o objetivo éproporcionar ao funcionário uma forma-ção pessoal e estabelecer melhores rela-ções entre os colegas. Mais de 800 pesso-as participaram. “Não imaginei que fossetão legal, me fez refletir muito”, diz a au-xiliar de tesouraria Luciana Couto.

Um dos maiores projetos, coordena-do pelo Ir. Joaquim Clotet, é o Reflexões,realizado há quatro anos para proporcio-nar espaços de diálogo, escuta e interação.Professores e funcionários participam detrês encontros, sendo que o primeiro ocor-re num hotel da Serra gaúcha. Durante trêsdias é feita uma reflexão sobre a PUCRS eo Ensino Superior. No segundo, realizadona Universidade, com duração de um dia,é discutida a identidade da Instituição, e oterceiro, idêntico ao anterior, tem comotema o compromisso com a PUCRS. Entreas atividades complementares estão pa-lestras, reuniões de confraternização e en-contros de final de ano. Ao todo, os oitomódulos realizados reuniram 1.099 par-ticipantes. Encontrar um companheiro co-nhecido em algum desses projetos peloscorredores da Universidade é comum e es-timula o companheirismo, já que, paramuitos, os colegas da PUCRS estão presen-tes na maior parte do seu dia-a-dia.Conversando com Eles

Grupo do Reflexões

Cultivando a vida: confiança

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Alunos da PUCRS

PUCRS Informação em Revista nº 122 - Novembro/Dezembro 200428

Acadêmicos da Letraslançam jornal Fora de Hora

ivulgar poesias, pensamentos eopiniões sobre as diversas for-mas de cultura é uma caracte-rística do jornal semestral Forade Hora. Criado pelos estudan-

tes Bruno Moraes, Christian Fiorin,Luiz Maurício Azevedo e Rodrigo Bi-zarro, da Faculdade de Letras, a publi-cação tem a finalidade de apresentar aabrangência da área. “Queremos mostrarpara quem está fora desse ambiente oque se entende por literatura e a exten-são das Letras”, explica Azevedo. O pro-jeto é uma parceria entre o curso e o Di-retório Acadêmico Manuel Bandeira.

A primeira edição, com tira-gem de mil exemplares, tem 12 pá-ginas e apresenta resenhas de fil-mes, contos, crônicas e artigos dealunos além de textos dos integran-tes da Oficina de Criação Literáriado Pós-Graduação da Faculdade.

A idéia surgiu na época emque os acadêmicos concorriam paraas eleições do Diretório Acadêmico.Exibir a tendência dos alunos de “fa-zer coisas boas” no ambiente uni-versitário está entre os objetivos. Adistribuição do Fora de Hora ocorre noCampus Central e, em breve, atingirá

também a Unisinos e a UFRGS. Contatospelo e-mail [email protected].

Os criadores da publicação

Odontologia realizaações comunitárias

Uma das características da Faculdade de Odontologia são ostrabalhos voltados para a área social. Neste semestre, alunos do 10ºsemestre da disciplina Clínica Integrada Infantil e Adolescente pres-taram atendimento aos estudantes da Escola Lígia Averbuch, porta-dores de necessidades especiais.

Os acadêmicos realizaram teatro, jogos de perguntas e respos-tas e atividades lúdicas relativas à saúde. No total foram beneficia-dos 100 jovens, divididos em grupos por idade. Carina Follmann

acredita que como trabalho pôdeconhecer uma no-va realidade. “Vide perto as carên-cias das crianças. Échocante”, reco-nhece.

Propiciar aosestudantes um tra-balho “extramuro”esteve entre os ob-jetivos. “É uma for-

ma de ensinar como se deve trabalhar com portadores de necessi-dades especiais”, diz a professora Sandra Pagnoncelli, coordenadorada disciplina. “Queremos que o atendimento odontológico não selimite apenas à Faculdade”, salienta o docente Denis Dockhorn, res-ponsável pelas atividades comunitárias do curso.

Atendimento a portadoresde necessidades especiais

Destaques noDesafio de Robôs

Leonardo Gutterres, do curso de Engenharia Elétrica, WagnerMedeiros e Yuri Monti, da Engenharia Mecatrônica, conquistaram o2º lugar no 6º Desafio de Robôs. O evento, realizado durante a Semanade Engenharia, caracteriza-se por ser uma das poucas disputas de má-quinas inteligentes do Brasil. A equipe Maristas de Criciúma ficou com aprimeira colocação.

Robôs em Marte com a missão de coletar material radioativo para im-pedir a explosão de uma bomba de nêutrons. Parece o início de uma histó-ria de ficção, mas esse contexto foi criado pelo professor Rubem Fagundes,coordenador da atividade. “Todo ano inventamos um tema”, diverte-se.

Na prova, os equipamentos feitos com brinquedos Lego precisavamcoletar pequenas caixas de isopor para impedir a explosão de uma bom-ba, que anularia o valor dos objetos. Ao desativar o artefato os gruposganhariam dez pontos e com os cubos apenas um.

O destaque conquistado pelos estudantes na competição deveu-sea análises minuciosas dos desafios anteriores. A escolha de uma estraté-gia diferente foiimportante para avitória: “Optamospor desarmar abomba, pois vi-mos que em ou-tras ocasiões osrobôs ficavam pa-rados nos obstácu-los onde estavamas caixinhas”, con-ta Medeiros. Medeiros, Monti e Gutterres

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Sonhos de alcoólatrassão tema de estudo

Renata Araújo, doutorandaem Psicologia, conquistou o 1º lu-gar entre 154 pôsteres apresenta-dos no 5º Congresso Latino-Ameri-cano de Psicoterapia, realizado emPorto Alegre. A pesquisa, A utiliza-ção dos sonhos de alcoolistas na te-rapia cognitivo–comportamental,orientada pela professora Margare-th Oliveira e co-orientada pela mes-tranda Rosemeri Pedroso, avaliou arelação entre os sonhos e os desejos e o que eles representam durante ostrês primeiros dias de desintoxicação em unidades de internação hospitalar.

A acadêmica interessou-se pelo tema por existirem poucos estudos naárea. Incentivar um melhor aproveitamento dos sonhos pelos profissionaisque atendem a dependentes químicos é um dos objetivos. Segundo Rena-ta, eles podem sinalizar a presença de uma “situação de risco” nas técnicasde prevenção e recaída. “Sonhar com álcool na fase de desintoxicação estárelacionado com o aumento da fissura”, explica.

Com o trabalho, Renata ganhou a inscrição para o próximo CongressoMundial de Psicoterapia, que ocorrerá em 2005, em Buenos Aires.

Festival de Talentosé ampliado

O Festival deTalentos deste anotrouxe novidades.Além das apresen-tações musicais,houve exposiçõesde artes plásticascom a presença de22 convidados.Mariane De Lucae Rafael Fay, daFaculdade de Co-municação Soci-al, realizaram a apresentação do evento. A organização foi daPró-Reitoria de Assuntos Comunitários.

Participaram da atividade diversas unidades acadêmicas, en-tre elas as Faculdades de Comunicação Social, Ciências Aeronáu-ticas, Direito, Educação, Farmácia, Filosofia e Ciências Humanas,Enfermagem, Fisioterapia e Nutrição. O Centro de Processamen-to de Dados e o Labelo também estiveram presentes.

Segundo Jonathan dos Santos, organizador, mostrar que ofestival não se constitui apenas de música esteve entre as finali-dades. “O espaço é destinado para os alunos divulgarem seus tra-balhos”, diz.

Aluno ganha prêmioTop Ser Humano

Otávio Maci-el Cardoso, do10º semestre dePsicologia, rece-beu o prêmio TopSer Humano daAssociação Brasi-leira de RecursosHumanos (ABRH-RS), na categoriaEstudante, pelocase Sempre comdinheiro – uma vi-são psicológica de desenvolvimento financeiro pessoal. A meto-dologia do projeto abrange oficinas teórico-práticas, aconselha-mento individual ou em grupos, e acompanhamento da pessoaem dificuldades por especialistas que a auxiliam a reestruturar avida financeira e elaborar um orçamento doméstico compatívelcom sua renda.

O autor, também operador de Estação de Tratamento deÁgua no Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae),conta que se interessava pelo tema antes de ingressar na Facul-dade. “O projeto reflete minha trajetória pessoal e consiste emmostrar aos funcionários do Dmae a possibilidade de refletir so-bre as implicações psicológicas nos hábitos de consumo e na for-ma como organizamos a nossa vida financeira”, explica.

Estrangeiros vêmestudar na PUCRS

A PUCRS recebeu neste se-mestre, por intermédio da Asses-soria para Assuntos Internacionaise Interinstitucionais, quatro acadê-micos estrangeiros para estudarnas áreas de Artes e Ciência, So-ciologia e Relações Internacionais.A vinda dos estudantes deu-se porconvênios entre a Universidade einstituições de ensino superior deoutros países.

Os motivos que os atraírampara o Brasil foram variados. Darius Amadeus Daubermann, aluno de So-ciologia da Universidade de Eichstätt (Alemanha), tinha em seu currículo aobrigatoriedade de estudar dois semestres em outro país. Ele escolheu o Bra-sil, porque, depois da Índia, é onde há uma das maiores desigualdades sociaisdo mundo. “Não adianta apenas ler livros sobre outras culturas. Conhecê-lasde perto é importante para entender o seu ponto de vista”, explica. Entre asdisciplinas que cursa na PUCRS estão História do Brasil e Pesquisa Social.

Alexander Stanchfield aprende Artes e Ciências na Universidade doNovo México (EUA). Para ele, um de seus objetivos com o intercâmbio estáem aprender mais a Língua Portuguesa, além de conhecer melhor a cultu-ra. “Pude observar outro tipo de vida”, diz. As matérias de Produção, Reda-ção e Expressão Oral o auxiliam nos estudos.

Renata (esq.) e Rosemeri

Convênios auxiliam alunos

Shows atraíram o público

Otávio Cardoso no Dmae

Foto: Divulgação

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Alunos da PUCRS

Xadrez auxiliatomada de decisões

Estudantesconquistamprêmio

O trabalho intitulado MultiNoC:A Multiprocessing System Enabled byNetwork on Chip, desenvolvido pelosalunos Aline Vieira de Mello (bolsis-ta de Desenvolvimento TecnológicoIndustrial da Faculdade de Informáti-ca) e Leandro Möller (estudante demestrado do Programa de Pós-Gra-duação em Ciência da Computação),conquistou o primeiro lugar no pri-meiro concurso Xilinx Student DesignContest, organizado pela empresaXilinx, de San José, Califórnia (EUA).

O concurso julgou 35 projetosde 20 Universidades brasileiras, tendoselecionado cinco finalistas para apre-sentarem o trabalho durante encon-tro. O projeto vencedor, desenvolvidono Grupo de Apoio ao Projeto deHardware da Faculdade de Informáti-ca, permite apreender conceitos deprocessamento paralelo, arquiteturae organização de computadores, pro-gramação de sistemas embarcados edesenvolvimento de redes de comu-nicação. MultiNoC compreende tam-bém duas aplicações que demons-tram a sua funcionalidade, e softwa-re de apoio à sua utilização. O siste-ma está disponível livremente parauso em pesquisa e ensino através dosite www.inf.pucrs.br/~gaph ou peloe-mail [email protected].

Bacharéistornam-sedelegados

O Departamento de Polícia doInterior da Secretaria de Justiça eSegurança terá seu efetivo reforça-do. Tomaram posse, em novembro,52 novos delegados, sendo 12 ex-alunos da Faculdade de Direito daPUCRS. O concurso é consideradoum dos mais difíceis na área. Foramaprovados os ex-alunos Gerson Na-dler, Sander Caial, Patrícia Rodri-gues, Marcos Meirelles, Sônia Pa-tel, Tânia Bortoluzzi, ElizabeteShimomura, Liege Pereira, Gusta-vo Barcellos, Carmem Régio, Kar-la Schultz e Gabriela Funcke. Elesatuarão nas regiões Sul, Serra, Fron-teira Oeste e Centro do Estado.

tilizar o xadrez para ensinar a im-portância da tomada de decisõesaos jovens do Centro Social Maris-ta – local onde crianças da VilaRubem Berta praticam capoeira,

dança e informática – está entre as ativida-des do projeto Primeiro Passo, apoiado peloCentro de Pastoral e pela direção do Cam-pus Zona Norte.

A iniciativa partiu de Glauber Brozo-za, estudante de Administração de Em-presas do Campus Zona Norte. Por ter pas-sado sua infância numa vila, o acadêmicoconheceu as dificuldades encontradas nes-se ambiente. “Não basta apenas dizer paraos adolescentes quais seriam as atitudesmais adequadas. Eles precisam descobrir so-zinhos e o jogo de xadrez é uma atividadeque auxilia nesta tarefa”, explica.

É grande o encantamento dos peque-nos com o jogo. Ao montar o tabuleiro, osolhares voltam-se rapidamente para as pe-ças, analisando os possíveis movimentos.Émerson Oliveira, 11 anos, pretende seguircarreira profissional. Ele aprende o jogo paradepois ensiná-lo a sua irmã, que precisa cui-dar da casa e não pode ir aos encontros.

Para ele, o esporte tornou-se mais que la-zer: “É uma oportunidade de ser alguém navida”, diz.

O xadrez é apresentado de um modoanalítico e não pelo aspecto da competiti-vidade. As aulas são elaboradas relacionan-do as jogadas com a vida real, a exemplodo “xeque pastor”, esclarecido pelo acadê-mico. “Em apenas quatro lances do mesmojogador a partida acaba. Ou seja, tu podesfazer uma escolha simples e, de repente, tuavida se destruir”.

Os encontros ocorrem às quartas-feiras,das 18h40min às 19h30min. Interessadospodem entrar em contato com Sílvio, doCentro de Pastoral, pelo telefone (51) 3320-3576 ou pelo e-mail [email protected].

Brozoza e os pequenos alunos

Time de Futebolvence Copa Unisinos

equipe de futebol de campo mas-culino conquistou o primeiro lu-gar na 17ª Copa Unisinos, umadas mais tradicionais do esporteuniversitário. O torneio contou

com a participação de equipes de institui-ções de ensino superior do Mercosul. Na fi-nal, a PUCRS venceu o IPA, por 2 a 1.

Segundo o técnico Carlos Eurico San-tos, o diferencial do grupo é a dedicação.“Muitos desistiram das férias em julho paratreinar cinco dias por semana. Nosso obje-tivo do ano eravencer a Copa”,destaca. O pre-parador físico

Marcello Copini Filho teve importante papelna conquista. O acadêmico Fabio Pogo-relsky, do 4º semestre de Medicina, sa-grou-se artilheiro com oito golos.

A Universidade também participou dasmodalidades de atletismo, voleibol, futsale basquetebol masculino e feminino, tendonesta última obtido a 4ª colocação. San-tos, Filho e o acadêmico Sandro Sutil, doDCE, realizaram o acompanhamento técni-co dos atletas. Santos e Sutil integram acomissão que organiza o esporte na Uni-

versidade, coorde-nada pela Pró-Rei-toria de AssuntosComunitários.

Foto: Divulgação

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A receita de sucessodos empreendedores

O 7º Simpósiode Administraçãode Empresas, orga-nizado pelos alunosdo curso com a su-pervisão do profes-sor David Johnston,apresentou as ex-periências e desafi-os de empreendedores de su-cesso formados pela Faculda-de de Administração, Conta-bilidade e Economia e o per-fil profissional desejado hojepelas organizações nos dife-rentes ramos. “Oferecemosaos acadêmicos uma idéia cla-ra dos caminhos que poderãoseguir ao se formarem”, des-taca Johnston.

Guilherme Benchimol, da XP Investi-mentos, formou-se em Economia em 1998.Depois de trabalhar dez anos em empresasdecidiu, junto com o ex-colega Marcelo Oli-veira, investir num negócio próprio. A con-quista dos clientes começou com uma idéia

inovadora. Os empreen-dedores criaram um cur-so no qual ensinam oque é investir na Bolsade Valores. “Muitos dizi-am que éramos loucos,mas o negócio deu cer-to”, conta Benchimol.

Gustavo Conill ,da Telão Tecnologias – Serviços In-teligentes, entrou no mercado aos17 anos, depois de perder a mãe.Como não tinha recursos paracontinuar a Faculdade, viu-se obri-gado a conseguir o próprio dinhei-ro. “O empreendedorismo nascedo sonho aliado à necessidade”,afirma Conill. Para ele, o empreen-dedor pode ser comparado a um

gladiador. “Quem escolhe esse caminho precisaser teimoso, insistente, responsável e saber bus-car seus objetivos”, diz. “Entender o produto ofe-recido é fundamental no mercado de trabalho”,acrescenta Benchimol. “É preciso ter o foco bemdefinido, cercar-se de pessoas competentes e,acima de tudo, acreditar no sonho”.

Oliveira e Benchimol, da XP

Gustavo Conill

Fisioterapiaatende noLar SantoAntônio

Crianças e adolescentes portadoresde deficiência do Lar Santo Antônio dosExcepcionais encontraram nos estudan-tes de Fisioterapia da PUCRS uma novafamília. Muitas vezes abandonados eprovenientes das vilas populares de Por-to Alegre, costumam apegar-se aos alu-nos. “Criamos afetividade de mãe comeles”, diz Marja Nedel, do 8º semestre.

O trabalho fisioterápico, coordena-do pela professora Carla Almeida, ocor-re há um ano e ajuda a prevenir defor-

midades relacionadas com a falta demovimentação. “Trabalhar bastante comos mais novos pode prevenir a atrofiados membros”, explica. Entre os exercí-cios também está o auxílio nas ativida-des motoras, como brincar, pegar obje-tos e dançar. “Eles passam o dia inteirodeitados nas macas. Incentivamos ou-tras posições”, ressalta Carla.

Uma das pacientes com maior evo-lução é Filomena. Aos 31 anos, “Filó”faz exercícios regulares com o auxíliodos alunos. “Quando começamos elanão caminhava”, conta Paula Marian-te, do 9º semestre. “Ver a evolução de-les é um dos aspectos de maior gratifi-cação”.

Na terceira edição do Troféu Cons-truindo Esperança, oferecido pelo LarSanto Antônio dos Excepcionais, o cur-so de Fisioterapia da PUCRS foi um dosagraciados. O prêmio homenageia pes-soas e empresas que ajudam a propor-cionar uma vida digna às crianças.

Quem tiver interesse sobre as ati-vidades do Lar Santo Antônio podeentrar em contato pelo telefone(51) 33396-2422, no site www.larsantoantonio.com.br ou pelo [email protected].

Acadêmicos investemna Bolsa de Valores

O professor Fernando Rodrigues com osalunos de Administração de Empresascom Ênfase em Empreendedorismo e Su-cessão criaram um clube de investimentospara aplicar na Bolsa de Valores. A iniciativapartiu do estudante Pedro Almeida que, nofinal de 2003, conseguiu dobrar o capital in-vestido aplicando num fundo de ações.

O Clube de Investimentos Timming tor-nou-se realidadequando amigosdo acadêmicojunto com Ro-drigues, minis-trante da discipli-na Mercado deCapitais, compro-

meteram-se com a idéia. O docente presta auxí-lio sobre os procedimentos mais seguros emcada situação.

Entre as características do grupo está a dedirecionar os negócios para empresas conside-radas boas pagadoras de dividendos. “Até omomento adquirimos apenas ações da Petro-bras”, ressalta Almeida. “No futuro queremosinvestir na Gerdau e no Bradesco”, diz. Partici-

pam do projeto Da-niella Riesgo, Edu-ardo Braga, FrancoMarsillac, JaquelineOliveira, Pedro Al-meida, Rafael Spola-vori, Rodolfo Schutze Tomás Freitag.

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PUCRS Informação em Revista nº 122 - Novembro/Dezembro 2004

Lançamentos da Edipucrs

Cinco novostítulos

A AVENTURA(AUTO)BIOGRÁFICA –

TEORIA E EMPIRIAMaria Helena Menna Barreto

Abrahão (org.) – 599p.A obra traz a mais recente reflexão sobrepesquisa (auto)biográfica, reunindo a pro-dução de autores do Brasil, do Canadá, daDinamarca, da Espanha, dos Estados Uni-dos, da Inglaterra, de Israel, da Itália e dePortugal. Trata-se de campo muito fecundode trabalho, atravessado por discussõessobre questões teóricas, metodológicas,éticas, políticas e culturais.FILOSOFIA E LITERATURA

Ricardo Timm de SouzaRodrigo Duarte (orgs.)

189p. Coleção Filosofia 183O livro reúne trabalhos apresentados noEncontro Nacional de Filosofia e Literatura,realizado na PUCRS, em junho de 2002.Nos textos, filósofos abordam de formasdiversas a aproximação entre a Filosofia e aLiteratura, com enfoques que variam daanálise filosófica de grandes obras literáriasaté a abordagem, desde o ponto de vistade modelos estéticos específicos da própriarelação entre a Filosofia e a Literatura.

RESPONSABILIDADESOCIAL DASEMPRESASNO BRASIL:

REPRODUÇÃODE POSTURA OUNOVOS RUMOS?

Rosemeri Alessio151p.

Ao tratar do tema na perspectivade reprodução de posturas ou no-vos rumos, a autora propõe umareflexão sobre como a Responsabi-lidade Social das Empresas real-mente contribui para maior quali-dade e melhores condições de vidaem sociedade e desenvolvimentohumano e social.

VIOLÊNCIA, GÊNERO EPOLÍTICAS PÚBLICAS

Marlene N. StreyMariana P. Ruwer de AzambujaFernanda Pires Jaeger (orgs.)

320p. – Coleção Gênero eContemporaneidade, 2

A temática de gênero sob múltiplos enfo-ques e sua relação com as discussões sobrea violência na contemporaneidade numaabordagem interdisciplinar é o assunto dotrabalho. Os leitores encontrarão textos depsicólogos, assistentes sociais, advogadas ejornalistas que se dedicam a estudar e dis-cutir a violência de gênero numa perspecti-va não-reducionista ou unicausal.

ÉTICA: CRISE EPERSPECTIVAS

Pergentino S. Pivatto (org.)264p. – Coleção Filosofia 182

Fruto das conferências e comunicaçõesapresentadas em setembro de 2003, du-rante a Semana Filosófica, realizada peloCurso de Filosofia da FAFIMC, hoje PUCRS– Campus Viamão, o livro busca oferecerao público interessado um precioso subsí-dio que visa à tomada de consciência dostatus contemporâneo de crise por quepassa a ética individual e social e, também,ao aprofundamento de algumas questõesmais urgentes que esse debate suscita.32

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PUCRS Informação em Revista nº 122 - Novembro/Dezembro 2004 33

Mercado de Trabalho

NUTRIÇÃO

Nutricionistas ajudam amanterqualidadedevida

número de pessoas adeptasaos exercícios físicos e a umaalimentação equilibrada au-menta todos os dias. Para aten-der a esta crescente demanda,

os nutricionistas são cada vez mais solici-tados. O profissional ensina o modo cor-reto de manusear, conservar e consumiros alimentos. Avaliar quais os mais ade-quados para cada pessoa, além de reali-zar ações de prevenção e sugerir dietassão algumas de suas atividades.

O campo de atuação é vasto. Inte-grar equipes de saúde das prefeituras éuma das possibilidades. Aliar o esporte àalimentação saudável abre a oportunida-de de contratação por academias de gi-nástica, clubes e times. De acordo comAna Maria Feoli, professora do curso deNutrição da PUCRS, as concessionáriasalimentícias comportam a maioria dos re-cém-formados. No entanto, as três maio-res áreas de trabalho são a nutrição so-cial, a clínica e a coletiva.

A primeira relaciona-se com o as-pecto assistencial, cujo objetivo é edu-car e orientar, estimulando uma alimen-tação equilibrada e o incentivo ao alei-tamento materno em postos de saúde.A nutrição clínica supervisiona e avaliadietas para diversos tipos de enfermida-des. É utilizada, por exemplo, no trata-mento da obesidade, diabetes, hiper-tensão e colesterol elevado. A escolhade uma alimentação balanceada pararestaurantes e refeitórios caracteriza anutrição coletiva.

Desenvolver pesquisas e analisar aqualidade na produção de alimentos econgelados e das condições nas quais es-tes serão transportados está entre outraspossibilidades de atuação. Assim como omercado de home care, caracterizadopelo acompanhamento do paciente emcasa, quando este necessita de cuidadosespeciais.

Onde cursarFaculdade de Enfermagem, Fisioterapiae Nutrição – Campus Central – Av. Ipi-ranga, 6681, prédio 12A, 8º andar. In-formações: (51) 3320-3646, [email protected] e www.pucrs.br/faenfi.

As indústrias de alimentos, crechese instituições de ensino são algumas áre-as de trabalho em expansão. A finalida-de é educar as crianças desde cedo emrelação ao que ingerem unindo este as-pecto à reeducação dos pais.

A remuneração é variável e levaem consideração a área em que a pes-soa atua. Segundo o Sindicato dos Nu-tricionistas no Estado do Rio Grande doSul, o piso para 44 horas semanais emhospitais é de R$ 900, nas refeiçõescoletivas, R$ 862,40 e em restaurantes,R$ 803. Trabalhos em creche são remu-nerados por hora técnica de R$ 20 para,no mínimo, 6 horas semanais. Para mi-nistrar palestras, os valores variam deR$ 80 a R$ 100.

O curso de Nutrição da PUCRS carac-teriza-se pela preocupação com a respon-sabilidade social. Desde o 2º semestre,acadêmicos visitam escolas públicas e par-ticulares, realizando ações que visam abeneficiar a comunidade. Analisam as di-ferenças sociais e econômicas, constatan-do a sua influência nos hábitos alimenta-res e a relação com doenças.

Os alunos também têm à sua dispo-sição os laboratórios das Faculdades deQuímica e de Biociências, além dos deAvaliação Nutricional e Ciências e Artedos Alimentos, onde trabalham com to-dos os grupos alimentares, fazendo pe-sagens e colocando em prática a higienecorreta dos alimentos e manipuladores.

O estágio obrigatório do 6º semes-tre, relativo à alimentação coletiva, ocor-re no Hospital São Lucas da PUCRS, noRestaurante Panorama (prédio 41), naCantina (prédio 19), no Restaurante Uni-versitário (prédio 3) e em concessionáriasde alimentos, além de outros lugares con-veniados com o curso.

A Faculdade de Enfermagem, Fisio-terapia e Nutrição lançou, no início des-te ano, sua primeira especialização em

Terapia Nutricional Parenteral e Enteral.A duração é de um ano e meio. O cursovale 45 pontos para quem prestar a pro-va de especialista pela Sociedade Brasi-leira de Nutrição Parenteral e Enteral.

Neste semestre teve início o primei-ro curso de extensão em Gastronomia,dividido em duas especialidades: a Ita-liana e a Mediterrânea, nas categoriasProvençal, Grega e Espanhola. As aulaspráticas e degustações ocorrem no La-boratório de Ciências e Arte dos Ali-mentos. Inscrições na Pró-Reitoria de Ex-tensão Universitária, no prédio 1, sala201. Informações pelo telefone (51)3320-3646.

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PUCRS Informação em Revista nº 122 - Novembro/Dezembro 2004

Memória

Universidade já teveresidência de estudantes

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s residências para estudantessurgiram junto às universida-des, na Europa, durante a Ida-de Média. Alunos de diferentesorigens reuniam-se em casas,

conhecidas como collegia, ou colégios.Nesses locais também ocorriam as aulas,pois no início as instituições não dispu-nham de prédios próprios. Estudar, mo-rar e organizar atividades de lazer dentrodo Campus também fez parte do coti-diano de alguns alunos da PUCRS no fi-nal da década de 60.

De 1964 a1967 funcio-nou no prédio3 do CampusCentral, alémdo RestauranteUnivers itár io(RU) – no localaté hoje –, umaresidência paraestudantes. Nosegundo e ter-

ceiro pavimentos havia quartos individuaiscom lavatório para 50 alunos, um conjun-to de banheiros com chuveiro elétrico emcada andar e quartos para os irmãos maris-tas que administravam a casa e o restau-rante. Ao lado do RU, onde atualmente háuma lanchonete, funcionava uma sala dejogos, onde podiam jogar xadrez e tênisde mesa, entre outros passatempos.

Os alunos eram todos rapazes, vin-dos do interior do Rio Grande do Sul oude outras regiões do País, que não tinhamlugar para ficar e pagavam uma quantiasimbólica para morar no Campus. Os pri-meiros moradores eram acadêmicos dasFaculdades de Engenharia e Odontologia.Depois foram chegando os estudantes deJornalismo, muitos, inclusive, de países daAmérica Latina, como Bolívia, Paraguai eUruguai.

O Ir. Jacob Ignácio Kuhn, primeiro di-retor do RU e logo depois nomeado di-retor da residência, lembra com saudade

aqueles tempos. “O trabalho nacasa era muito gratificante. Eucuidava principalmente para queo descanso deles fosse sempregarantido e orientava os alunos anão dormirem até tarde. Quemcuidava do restaurante era o SeuOli, com a Dona Vicentina, queeram como pais para os alunos.Na época o restaurante ofereciaaqueles bandejões de inox, ondeeram servidos o almoço e o jan-tar”, conta Jacob.

Aos domingos o estabelecimentonão funcionava, então seguidamenteeram organizados churrascos no localonde atualmente está o prédio 50, da Fa-culdade de Administração, Contabilidadee Economia. Ir. Jacob lembra que um es-tudante de Bagé era quem mais gostavade organizar a confraternização. “Na épo-ca o curso de História Natural era o quemais contava com moças, sempre convi-dadas especiais dos churrascos”, recorda.

A residência tinha até uma associa-ção de moradores, com eleições muitodisputadas para presidente da casa, comdireito a campanhas acirradas. Um dospresidentes foi o jornalista José Barrionue-vo, renomado profissional especialista emPolítica e que, atualmente, dedica-se àconsultoria em gestão de imagem e mar-keting político. Natural do município deGaurama, no norte do Estado, moravacom a família em Erechim quando veio aPorto Alegre para fazer o curso de Jorna-lismo na PUCRS, onde também lembra terparticipado de muitas partidas de futebol.

“Bons temposaqueles”, diz Barrio-nuevo. “No final datarde, como não ha-via aula, jogávamosfutebol num grama-do onde foi construí-da mais tarde a cape-la. Também atravessá-vamos o riacho da Ipi-

ranga sobre um cano para chegarmos aum campo de futebol onde hoje está oHospital São Lucas. Em tempos bicudosda ditadura militar, atirávamos rojões jun-to às guaritas do 18º Regimento de In-fantaria, provocando o furor dos milita-res”, relembra o jornalista.

José Barrionuevo ainda destaca ocompanheirismo dos colegas: “Pagáva-mos pela hospedagem quando podía-mos. Pendurar a conta no RU era comume sempre um ajudava o outro, ninguémera rico ali. Foi uma época muito agradá-vel, de descoberta profissional e de gran-des amizades. Devo muito à PUCRS pe-los anos que passei ali”, observa.

Muitos motivos contribuíram para ofechamento da casa. Entre eles, a falta deseleção dos moradores, que se instalavamna residência sem um período determina-do de permanência, e não davam chan-ces para que outros alunos pudessem re-sidir no local. “O espaço se tornou peque-no com o crescimento da Universidade eda demanda. Na época era inviável uma

ampliação, até por-que as Faculdadesque estavam surgin-do também precisa-vam de espaço”, con-ta Ir. Jacob. As dificul-dades de garantir orespeito às regras daresidência tambémpesaram muito.

Prédio 3 abrigava os alunos

Ir. Jacob: primeiro diretor

Barrionuevo destacacompanheirismo

Foto: João Fiorin/Preview.com

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PUCRS Informação em Revista nº 122 - Novembro/Dezembro 2004 35

Bastidores

Ascom: elo entre aPUCRS e a comunidade

telefone toca sem cessar. Dooutro lado da linha está um jor-nalista à procura de especialis-tas numa área do conhecimen-to ou um professor que preten-

de divulgar pesquisas e eventos da suaFaculdade. Como ponte entre a academiae a imprensa, a Assessoria de Comunica-ção Social (Ascom) possibilita o acesso dacomunidade às informações produzidasna PUCRS. O objetivo é contribuir para ofortalecimento da imagem da Instituição,mostrando suas realizações. “A comuni-cação é fundamental para a vida de umainstituição. A compreensão dos objetivosorganizacionais pelos integrantes da equi-pe é o marco inicial da motivação que fa-cilita o relacionamento com a sociedade”,destaca o coordenador da Ascom, profes-sor Carlos Alberto Carvalho.

Situada no 5º andar da Reitoria, aAscom se estrutura em Núcleo Editorial,Atendimento à Imprensa, Internet, Secre-taria e Circulação, Clipagem e RelaçõesPúblicas. A redação e a edição da revistaPUCRS Informação e do boletim PUCRSNotícias são de responsabilidade do Nú-cleo Editorial. Os profissionais começamos trabalhos com a definição da pauta deassuntos mais importantes do bimestre,no caso da revista, ou da semana, quan-do se trata do boletim. Entre os critériosestão o interesse dos leitores, atualidadee relevância para a PUCRS.

Para todas as reportagens são feitasentrevistas e fotografias, tornando a leitu-ra mais atraente. Na época de fechamen-to da PUCRS Informação, o clima é agita-do. As repórteres fazem os últimos conta-tos, conferem dados e correm atrás demais ilustrações. Assim que é escrito, otexto passa pela editora e pelo revisorantes de ir para a finalização gráfica naempresa Pense Design. A revista entãoestá pronta para ser impressa na GráficaEpecê.

Quanto ao boletim, a preocupaçãoé que nenhuma informação importante

da semana fique de fora.Há o desafio de contem-plar várias programaçõesao mesmo tempo paraque o leitor possa partici-par das atividades. Até ofinal de 2004, com trêsanos e meio de existência,a circulação do PUCRS No-tícias deve alcançar 1,66milhão de exemplares nosCampi de Porto Alegre(Central e Zona Norte) eViamão, totalizando a vei-culação de mais de 6 milnotícias.

O setor de Secretaria e Circulaçãoenvolve-se com a distribuição da PUCRSInformação. Também cabe à Assessoria aproposição, coordenação da produção edistribuição do material de divulgação daPUCRS (folders, cartazes e anúncios). Aarte final é feita pela Agência Experimen-tal de Publicidade e Propaganda da Facul-dade de Comunicação, sob supervisão daAscom.

Na área de Atendimento à Impren-sa, são redigidas e enviadas diariamentenotícias para veículos de comunicação. Aequipe divulga iniciativas da PUCRS e su-gere pautas para motivar a realização dereportagens. Também ocorrem a orienta-ção e o fornecimento de dados aos jor-nalistas que procuram a Ascom para mar-car entrevistas sobre a Universidade ouassuntos que integrantes da PUCRS do-minam. Segundo controle da Assessoria,nos meses de julho e agosto 849 profes-sores e pesquisadores participaram de en-trevistas em meios de comunicação inter-nos e externos. Um dos instrumentos usa-dos é o Banco de Fontes, onde constamnomes, áreas de conhecimento e telefo-nes dos professores.

No Vestibular, o trabalho não ocor-re apenas nos dias de provas. A Ascomcredencia profissionais e providencia paraque suas necessidades sejam atendidas.

É elaborado material de apoio, com da-dos comparativos dos Vestibulares, cursosoferecidos e especificidades do concurso.O trabalho se completa com a clipageme arquivo de notícias publicadas em jor-nais de Porto Alegre e nos principais doPaís. O site Sala de Imprensa também for-nece, em caráter permanente, fotos enotícias atualizadas da Universidade, su-gestões de pauta, clipagem digital e asversões on-line da revista e do boletim.

A área de Relações Públicas tem amissão de organizar as solenidades ofici-ais da PUCRS, assegurando a observânciado cerimonial e protocolo nos eventos.Atua na atualização do mailing, confec-ção e expedição de convites para eventospromovidos pelo Gabinete do Reitor ououtros setores. A elaboração do roteirode visitas e recepção a autoridades tam-bém faz parte das atividades.

A Gerência de Web integra a As-com, responsabilizando-se pela criação egerenciamento da programação visual eeletrônica do Portal da PUCRS. De dezem-bro de 2002 a julho de 2004, recebeu13.624.475 acessos. Entre suas criaçõesde maior êxito está o site “Provas Intera-tivas”, aplicação web voltada para estu-dantes de nível médio e candidatos aoConcurso Vestibular. A PUCRS protegeua autoria por meio do registro de paten-te junto aos órgãos competentes.

Equipe atua em várias áreas

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PUCRS Informação em Revista nº 122 - Novembro/Dezembro 2004

Comunicação

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UNITV, o canal universitáriode Porto Alegre, comemorouo seu sexto aniversário comum jantar realizado no Res-taurante Panorama da PUCRS,

no dia 30 de setembro. Presentes ao

UNITV entrega troféusOs premiadosCategoria DESTAQUE SOCIAL• Projeto JHOUSE

Centro Universitário Ritter dosReis (UniRitter)

• Projeto LINHA EDITORIAL –ETNICIDADE, IDENTIDADE ETERRITORIALIDADEUniversidade Federal do RioGrande do Sul (UFRGS)

• Projeto SINERGIA DIGITALPontifícia Universidade Católicado Rio Grande do Sul (PUCRS)

Categoria DESTAQUE CULTURAL• MATURINO SALVADOR DA LUZ

Centro Universitário Ritter dosReis (UniRitter)

• MOACYR SCLIARFundação Faculdade Federal deCiências Médicas de PortoAlegre (FFFCMPA)

• MUSEU DA UFRGSUniversidade Federal do RioGrande do Sul (UFRGS)

• PROJETO MÃOS DADASPontifícia Universidade Católicado Rio Grande do Sul (PUCRS)

Categoria DESTAQUE CIENTÍFICO• ANTONIO NOCCHI KALIL

Fundação Faculdade Federal deCiências Médicas de PortoAlegre (FFFCMPA)

• MARIA INÊS SCHMIDTUniversidade Federal do RioGrande do Sul (UFRGS)

• JADERSON COSTA DA COSTAPontifícia Universidade Católicado Rio Grande do Sul (PUCRS)

Categoria DESTAQUE ESPECIAL• O SUL E OS LIVROS (Rede Pampa)• OFICINA DE JORNALISMO

CORREIO DO POVO (EmpresaCaldas Jr.)

• O AMOR É A MELHOR HERANÇA(RBS)

• FLÁVIO REIS (Reitor do UniRitter)

evento, entre outras autoridades econvidados, o Vice-Governador doEstado, Antônio Hohlfeldt, o Reitorda UFRGS, José Carlos Ferraz Hen-nemann, o Vice-Reitor da PUCRS,Joaquim Clotet, e o Reitor do Uni-

Ritter, Flávio D’Almeida Reis.O presidente do Conse-

lho Gestor da UNITV, jornalis-ta Carlos Alberto Carvalho, re-cordou, na ocasião, alguns de-safios da televisão universitá-ria, segmento que, emboramuito novo, procura consoli-dar-se como uma alternativaviável e oportuna dentro dopanorama audiovisual brasilei-ro. Reafirmou o compromissosocial da UNITV que, valori-zando programações com altaqualidade editorial e técnica,busca contribuir para a apro-ximação entre as instituiçõesde ensino superior e a comu-nidade.

O Troféu DestaqueUNITV – 2004, entregue du-rante o jantar, premiou ex-pressivos projetos nas áreassocial, cultural e científica,distinguindo também mem-bros da sociedade e institui-ções públicas ou privadas, emdecorrência de ações de real-ce realizadas. A programa-ção contou com o apoio cul-tural do Banrisul.

A atividade de pessoasque, mesmo sem compromis-so formal com a emissora,têm prestado, com dedicaçãoe entusiasmo, uma colabora-ção espontânea ao canal, foireconhecida pela direção daUNITV. Iron Muller, Jane Bes-tetti, Fabiano Colatto, Mar-cus Zanetello, Mágda Rodri-gues da Cunha e Luiz Osval-do Leite receberam, na opor-tunidade, o diploma de Hon-ra ao Mérito.

Reis (esq.) e Hohlfeldt

Jaderson Costa (esq.) e Joaquim Clotet

Carvalho (esq.) e Hennemann

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Social

Biodiversidade nocombate à fome

ais de 800 milhões de pessoaspassam fome no mundo. A Se-mana da Alimentação 2004proporcionou espaço para re-fletir sobre o problema incen-

tivando ações concretas para amenizá-lo. Com o tema Biodiversidade a serviçoda segurança alimentar, cursos, feiras,palestras, oficinas e seminários foramabertos ao público mediante a entregade 1kg de alimento. Arrecadou-se 537kg,entregues para a comunidade indígenaMbyá Guarani, que expôs seu artesana-to na Feira de Agroecologia, realizadano prédio 9 do Campus.

A PUCRS, por intermédio do ProjetoSolidariedade, Centro de Pastoral e Pró-Rei-toria de Assuntos Comunitários, promoveuo evento em conjunto com o Conselho deSegurança Alimentar e Nutricional Susten-tável e Ação da Cidadania RS – ComitêGaúcho. Entidades governamentais e não-governamentais apoiaram a iniciativa.

As primeiras atividades ocorreram noParque Farroupilha, em Porto Alegre, noDia Mundial da Alimentação, em 16 deoutubro. Representantes de diferentescrenças realizaram rituais de bênção aospães. Na ocasião, o Coral da Universidadeapresentou-se com músicas que lembra-ram a importância dos alimentos e daágua. A Feira de Saúde e Nutrição desta-cou-se na Praça de Segurança Alimentar eNutricional Sustentável. Alunos da PUCRSparticiparam orientando a população so-

bre fatores de risco para doenças cardio-vasculares, como obesidade e hipertensão.

Um projeto da Faculdade de Enge-nharia Química com o Museu de Ciênciase Tecnologia também chamou atenção.Uma miniestação de tratamento de águafoi montada para mostrar ao público asetapas de limpeza do líquido, desde suaretirada do manancial até poder ser inge-rido. “É importante conhecer o processo.Quando há um índice elevado de polui-ção, o custo do tratamento é maior”, ex-plica a professora Adriene Pereira.

Na abertura da Semana da Alimenta-ção foi assinado um convênio entre a ongmarista Associação do Voluntariado e daSolidariedade (Avesol) e a Universidade. Oprograma Colmeia Voluntária será extinto,entrando em vigor o Núcleo Avesol, com afinalidade de selecionar e capacitar volun-tários na comunidade acadêmicapara atuar em projetos solidários.“Esperamos que nenhum estudantese forme na PUCRS sem ter realiza-do ao menos uma ação social”, des-tacou o Reitor Norberto Rauch.

O presidente do Conselho Na-cional de Segurança Alimentar e Nu-tricional Sustentável, Francisco Me-nezes, ministrou a palestra Biodiver-sidade a serviço da segurança ali-mentar. Para ele, uma das grandesquestões a ser pensada é a da diver-sidade e qualidade dos alimentos,proporcionando refeições balancea-das aos brasileiros. “A agriculturaestá calcada na monocultura, o querestringe o cardápio”, frisou. Segun-do ele, o Brasil tem condições deoferecer variedade de produtos, jáque possui uma das maiores biodi-versidades do planeta. Porém, lem-brou das precárias condições finan-ceiras da população que impedem oacesso tanto aos alimentos quantoà terra para produzi-los.

Incluir nos currículos, desde oEnsino Fundamental, a cultura da

alimentação saudável foi uma das propos-tas apresentadas. Para tanto, debateu-seao longo da Semana a qualidade da me-renda escolar e a possibilidade de uma in-tegração dos produtores rurais com as ins-tituições de ensino, oportunizando umamelhor qualidade de vida aos envolvidoscom o plantio familiar nas cidades. “Que-remos que as refeições sejam benéficaspara a saúde”, afirmou Menezes.

Torneio esportivoanimou evento

Um torneio esportivo integrou as ativi-dades da Semana da Alimentação. O ingres-so era 1kg de alimento. Foram arrecadados30kg, distribuídos para comunidade indígenaMbyá Guarani. Nas modalidades coletivas, ofutsal masculino destacou-se com a equipeRH e Cia, conquistando o 1º lugar. Em 2º fi-cou a Pró-Reitoria de Assuntos Comunitáriose, em 3º, o Serra, da Divisão de Obras. No fe-minino, as Superpoderosas, da Matemática,venceram as Vitaminadas, da Nutrição. Como bronze ficou o Timão da Nutrição. No fu-tebol de campo, o time do DCE venceu aAFPUC, obtendo o terceiro lugar os Acadêmi-cos do DAM, da Matemática.

Na modalidade individual, o estudanteSandro Sutil, do DCE, conquistou o 1º lugarno tênis de mesa. Em 2º, ficou Denis Pires,também do DCE, e por último Anderson Pi-res, da Engenharia Elétrica. No tênis, FelipeMedeiros, da Informática, venceu Felipe daLuz, da Administração. Pablo Pinheiro, do Di-reito, recebeu o bronze.

Feira de Saúde e Nutrição

Bênção dos alimentos no Parque

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Cultura

Estrangeiros aprendemportuguês na PUCRS

á mais de 40 anos, estrangei-ros residentes em Porto Alegreprocuram a PUCRS para apren-der a Língua Portuguesa e umpouco mais sobre a cultura bra-

sileira. Atualmente, 23 alunos vindos depaíses como Japão, Suíça, Alemanha,Cuba, México, Inglaterra e EUA fazemparte dessa turma multiétnica. À primei-ra vista, a aula pode parecer uma confu-são babilônica de línguas e culturas mui-to diferentes, mas que acabam se unin-do, comemorando cada nova expressãoaprendida em português e criando ami-zades.

A maioria dos estudantes faz partede projetos de intercâmbio que a Univer-sidade tem com instituições internacio-nais, mas alguns já são novos habitantesda cidade em busca de maior adaptação.Entre eles está a cubana Yoslandis AbreuLuque, que se mudou com a família parao Brasil no início do ano, e confessa sen-tir-se um pouco atrapalhada para enten-der os variados sotaques do País: “Emcada lugar, na rua, na TV, nas músicas,ouvimos sotaques diferentes, bem anasa-lados, com muitas gírias. Fica um poucodifícil entender algumas coisas. Às vezestenho que pedir para a pessoa repetir”,conta.

Nas aulas são trabalhadas a compre-ensão e produção de textos, gramática econversação. Os estudantes também fa-zem uma visita ao Museu de Ciências eTecnologia, e aprendem muito ouvindo

música brasileira. O hit de verãoSorte Grande, da cantora IveteSangalo, também faz sucessoentre os estrangeiros. Quandose atrapalham um pouco paraentender a professora, mímica eàs vezes algumas palavras eminglês ajudam.

De acordo com a professo-ra da turma, Anamaria Kurtz deSouza, o erro mais comum ob-servado em sala de aula é a tro-ca do gênero das palavras,como “o mesa”, por exemplo.“Normalmente os alunos quetêm mais dificuldade são os quefalam inglês, principalmente os norte-americanos, com algumas exceções”, re-vela a professora. A inglesa Angela Rylan-ds, que em maio trocou Manchester porPorto Alegre, confirma. “Aqui as pessoasfalam muito rápido e nem sempre as pa-lavras são ditas da mesma maneira quesão escritas, mas eu estou adorandoaprender português. É mais fácil que ja-ponês, pelo menos”, brinca.

Histórias de situações embaraçosas eproblemas para se comunicarem são co-muns entre os alunos. A francesa Sandri-ne Langlade, há um ano em Porto Alegre,dá aulas de francês e já fala muito bem oportuguês. Mas conta que logo que veiopara o Brasil teve dificuldades: “Um dia,conversando com um amigo brasileiro,percebi que ele falava ‘tonta’ várias vezes,e eu não entendia porque ele estava di-zendo aquilo. Não sabia se estava me xin-gando ou se eu parecia tonta. Até queresolvi perguntar, e na verdade ele estavadizendo ‘então tá’!”, conta.

Nem mesmo os que falam espanhol,língua muito semelhante à portuguesa,escapam de alguma confusão, como aque fez a aluna mexicana Alma Juarez:“No primeiro dia aqui, fui a uma lancho-nete e me perguntaram se eu queria co-mer um cachorro! Me assustei, porqueachei que era o bicho cachorro, e resolvi

pedir outra coisa. Só depois fiquei saben-do o que era. No México chamamos ca-chorro-quente de hot dog”, conta a es-tudante, que diz também ter estranhadoo horário do almoço. No México costu-ma-se almoçar às 15h, hábito herdadodos espanhóis.

O curso, realizado pela Pró-Reitoriade Extensão Universitária, em parceriacom a Faculdade de Letras, tem umanova turma a cada semestre. Alguns alu-nos conveniados, como os da Universi-dade de Sofia, do Japão, costumam fa-zer o curso por mais tempo. As aulasocorrem nas segundas e quartas-feiras àtarde. A próxima turma começa em mar-ço. Informações pelo telefone (51)3320-3680 ou e-mail [email protected].

As alunas Alma e Yoslandis

No Campus: comunicação fácil

Anamaria (esq.) é a professora

por MARIANA VICILI

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Alunos vão revitalizar oParque Osorio

PUCRS e a Fundação ParqueHistórico Marechal Manoel LuisOsorio firmaram um importan-te convênio durante a cerimô-nia que marcou os 125 anos

da morte do Marechal, em outubro. Pormeio desse acordo, alunos de cursos degraduação e pós-graduação da Universi-dade realizarão estágios curriculares naFundação, sendo eles obrigatórios ou fa-cultativos, dependendo da Faculdade. Oobjetivo principal é revitalizar o ParqueOsorio, localizado no município de Tra-mandaí, no Litoral Norte gaúcho.

A Pró-Reitora de Assuntos Comuni-tários da PUCRS, professora Helena Wil-lhelm de Oliveira, acredita

que os estudantes poderão colabo-rar com muitas propostas criativas. “To-dos ganham com esse convênio. Ganhao nosso aluno um espaço para apren-der e ajudar na reformulação de um

parque histórico, ganha o parque, eganha a sociedade”, observa.

A parceria prevê a participação deacadêmicos das Faculdades de Engenha-ria, Arquitetura, Comunicação Social, Bioci-ências e do curso de História, entre outros.Eles irão desenvolver projetos – inclusivetrabalhos de conclusão –, como o estabele-cimento de um calendário de eventos quepossa atrair turistas durante o ano todo aoparque, confecção da página da instituiçãona internet, trabalhos na área de relaçõespúblicas, bem como pesquisa histórica eorganização do Museu da Cavalaria.

Estão previstas para o local exposi-ções fixas e itinerantes, que contarão ahistória da cavalaria do Exército, principal-mente dos cavalarianos gaúchos, além derestaurante, loja e sanitários. O projetoainda deve ser aprovado pelo Ministérioda Cultura e Secretaria Estadual da Cul-tura. Os recursos para a construção do

Museu da Cavalaria serão captados pormeio dos incentivos da Lei Rouanet e Leide Incentivo à Cultura.

O presidente da Fundação ParqueHistórico Marechal Manoel Luis Osorio,tenente-coronel Valério Stumpf Trindade,considera importante a integração com aPUCRS. “A Universidade é muito dinâmicae pode contribuir para o sucesso do nossoprojeto. Confiamos no talento desses futu-ros profissionais que estarão trabalhandoconosco”, afirma. Alunos de História e deRelações Públicas estão atuando no proje-to, que deve ter maior número de partici-pantes a partir do próximo ano.

O Parque Osorio é umponto de referência cultural noLitoral Norte do Rio Grande doSul. Recebe cerca de 20 mil vi-sitantes ao ano. Além de umapaisagem verde, possui umconjunto de lagos ao longo deseus 178,5 hectares. Criado em9 de maio de 1970, encontra-se no local da fazenda ondenasceu Marechal Osorio, tam-bém conhecido como Marquêsdo Herval. O Parque conta comatrações turísticas na área dacultura, lazer e do campismo.

Conheça o Parque Osorio

• Casa de Osorio – Local onde nasceu o Marechal Manoel LuisOsorio. Restaurada com a mesma estrutura da época, abrigaum museu onde são exibidas peças originais de mobiliário evestuários usados pelo militar.• Memorial de Osorio – Mausoléu onde estão os restos mor-tais do Marechal, transferidos para o Parque em 1993.• Museu de Armas – Exposição de 469 armas de grande va-lor cultural e histórico, da época dos bandeirantes, da Revo-lução Farroupilha e da Guerra do Paraguai. O acervo é tom-bado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacio-nal.• Praça dos Estados – Amostra de material bélico desativadodo Exército Brasileiro.• Atafona – Prédio rústico de pedra de arenito que se desti-nava à moagem de cereais, utilizando-se de tração animal.

Atrações oferecidas

• Escola de equitação• Quiosques com churrasqueira e parquinho de diversões• Camping para trailer e barracas, com toda a infra-estrutura, inclusivelanchonete• Campos de futebol, futsal, pólo, pista de hipismo, quadra de tênis elagos artificiais para o uso de banhistas• Pousada Ana Joaquina, com alojamentos coletivos e suítes

InformaçõesLocal: RS-030, km 101, próximo aTramandaíHorário: Aberto diariamentedas 8h às 17hFone: (51) 661-1573Ingresso: R$ 2 por pessoa a pé, R$ 10 porcarro ou R$ 80 por ônibus de excursão.

Cerimônia de convênio

Fotos: Divulgação

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Sinopse

SET UNIVERSITÁRIOO 17º Set Universitário, Festival de

Laboratórios da Faculdade de Comunica-ção Social, apresentou modificações esteano. Realizou-se em um único dia, nãoconstando na programação a tradicionalMostra Competitiva de Trabalhos. Coma alteração, o tema da campanha foi Maisrápido, mas com o mesmo gostinho. Omelhor expresso da comunicação. Napróxima edição, os eventuais trabalhosque poderiam ter sido inscritos este anoterão a sua validade prorrogada para2005.

QUÍMICAO ex-aluno da PUCRS Gabriel Rüben-

sam, com os acadêmicos Eduardo Golda-ni, Luis De Boni e Rodrigo Brambilla, daFaculdade de Química, criaram o Periódi-co Tchê Química, com o objetivo de pu-blicar, gratuitamente, entrevistas e artigosde pesquisa científica que abordem assun-tos relativos à área e ciências afins. A re-vista é semestral com distribuição nasprincipais bibliotecas do País. Na primei-ra edição foi publicado artigo, em inglês,de Frank Wilczek - vencedor do PrêmioNobel de Física 2004 pela Acadêmia Sue-ca de Ciências. O destaque correspondeuà exploração do núcleo atômico e à cor-relação de forças nos quarks (menorespartículas da matéria).

ENGENHARIAO professor

da Faculdade deEngenharia MarcosTelló lançou o livroO Uso da CorrenteElétrica para o Tra-tamento do Cân-cer, organizadocom base nos resul-tados obtidos nu-ma pesquisa queidealizou. O traba-lho realizado emcães com câncer de mama utilizando cor-rente elétrica contínua recebeu o prêmioDestaque da Medicina Veterinária/2004,concedido pelo Conselho Regional de Me-dicina Veterinária do Rio Grande do Sul.

BIBLIOTECAEm dezembro, a Biblioteca Central da PUCRS passa

a disponibilizar o software Metalib, caracterizado por serum recurso avançado de pesquisa. O programa, pioneirona América do Sul e no segmento universitário, gera umportal integrado e padronizado de acesso às coleçõesimpressas e eletrônicas das bibliotecas da Universidade.O Metalib realiza fusão de resultados evitando duplica-ções e também apresenta, em uma única interface, da-dos que provêm das mais diversas fontes de informação.O aplicativo, apresentado ao Reitor Norberto Rauch(foto), foi produzido pela empresa israelense Ex Libris.

DESTAQUE ACADÊMICOEstudantes que obtiveram as melhores notas em seus cursos foram agraciados

com o Prêmio Acadêmico DCE 2004. Foram considerados três aspectos: coeficientede rendimento, percentual de disciplinas concluídas e número de disciplinas reprova-das. Receberam o destaque Alessandra Vaccari (Enfermagem), Alzemiro Lucas(Engenharia de Computação), Amanda Alves (Secretariado Executivo), Ana LuízaWolf (História), Ana Paula Alcover (Arquitetura e Urbanismo), Andrea Foresti (Servi-ço Social), Andressa Paladini (Ciências Biológicas), Anelise Borcelli (Física), AneteMorales (Fisioterapia), Antônio Manfrin (Filosofia), Carolina Silveira (Medicina), Caro-line Dias (Educação Física), César Leonhardt (Direito), Cristiano Scherer (Cinema),Dayanne Silva (Odontologia), Debora Ardais (Letras), Deise Schenkel (EngenhariaMecânica), Diego Carvalho (Economia), Eliana Sandri (Pegadogia com ênfase emOrientação Educacional), Eliana Silva (Pedagogia: Educação Especial), Elisa Viali(Jornalismo), Evelise Hauck (Pedagogia: Educação Infantil), Everton Sarmento (Siste-mas de Informação), Fernanda Viegas (Administração de Empresas), Gilberto Lupi(Ciências Contábeis), Guibson Zaffari (Administração de Empresas com ênfase emEmpreendedorismo e Sucessão), Guido Carim Junior (Ciências Aeronáuticas), JulianaCastan (Psicologia), Juliane Lumertz (Turismo), Laura Malcon (Psicopedagogia),Leonardo Pereira (Teologia), Luciana Mieres (Geografia), Luciane Martins (Pedago-gia: Séries Iniciais do Ensino Fundamental), Luciano Fiterman (Administração deEmpresas com ênfase em Análise de Sistemas), Luiz Espath (Engenharia Civil),Marcio Castro (Ciência da Computação), Marilia Silva (Engenharia de Produção),Márcia Sastre (Administração de Empresas com ênfase em Comércio Internacional),Mateus Gonçalves (Engenharia Elétrica), Milton Júnior (Ciências Sociais), PatríciaRossi (Relações Públicas), Pedro Boeira (Hotelaria), Raquel Marques (Nutrição),Rochele Fernandes (Química), Silvia Tedesco (Pedagogia: Multimeios e InformáticaEducativa), Tarso Beck (Engenharia Química), Thaisa Müller (Matemática), ThatianaPandolfo (Publicidade e Propaganda), Thiago Benetti (Engenharia de Controle eAutomação) e Viviane Linck (Farmácia Industrial).

UNESCOCom a finalidade de divulgar e promover as ações da Década Internacional da

Educação e Sustentabilidade no Mundo (2005-2014), promovida pela ONU, a PUCRSassinou uma carta de intenções com a Organização das Nações Unidas para a Educa-ção, a Ciência e a Cultura (Unesco). As instituições envolvidas no projeto deverão apoiariniciativas junto às comunidades universitárias que estimulem o equilíbrio entre umdesenvolvimento economicamente responsável, socialmente justo e ecologicamentesustentável. Cursos e capacitações no tema Educação para o Desenvolvimento Sus-tentável são algumas das atividades previstas pela parceria. Participam da carta deintenções mais oito instituições de ensino superior gaúchas.

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INSETOSO 20º Congresso Brasileiro de Ento-

mologia, realizado em Gramado, home-nageou o professor Elio Corseuil, da Fa-culdade de Biociências, por sua contribui-ção à entomologia brasileira. A Socieda-de Entomológica do Brasil fez a distinção.O destaque foi entregue para oito profis-sionais que contribuíram nos estudos re-ferentes a insetos no País. Pesquisas vin-culadas à PUCRS estiveram expostas em25 pôsteres.

PSICOLINGÜÍSTICAO professor José Marcelino Poersch,

da Faculdade de Letras, foi eleito tesou-reiro da Sociedade Internacional de Psico-lingüística Aplicada (Isalp, sigla em inglês)para o período 2004-2007. A decisãoocorreu durante o 7º Isalp, na Polônia. Naocasião, Poersch apresentou o trabalhoDesafios da Psicolingüística no Novo Sé-culo, destacando o conexionismo comoum novo paradigma que revoluciona a ci-ência da linguagem. O docente é um dospioneiros na aplicação do conexionismoà linguagem no Brasil.

DIVULGAÇÃOCIENTÍFICA

O Conselho Nacional de Desenvolvi-mento Científico e Tecnológico, escolheuo professor Jeter Bertoletti, diretor doMuseu de Ciências e Tecnologia, paracompor o Comitê Temático de DivulgaçãoCientífica do CNPq. A escolha deveu-se àlonga trajetória de Bertoletti na luta pelapopularização da ciência. O mandato cor-responde ao período de 2004 a 2006.

SISTEMA DEINFORMAÇÃO

A PUCRS sediou o 1º Simpósio Brasi-leiro de Sistemas de Informação, promovi-do pela Faculdade de Informática. Na pro-gramação constaram apresentações detrabalhos científicos e minicursos, comoPlanejamento de TI usando cenários pros-pectivos e Utilizando a engenharia de re-quisitos para obter sistemas de informa-ção de qualidade. Também foram apre-sentados painéis relacionados ao ensino,pesquisa e mercado de trabalho na área.

CENTENÁRIOS

Não abusar de bebidas alcoólicas,comer normalmente e de tudo, exercitara mente lendo, sentir-se feliz, convivercom a juventude e manter-se informadasobre o mundo são alguns dos conselhosde Marina Alt Bortowski (foto), 101 anos,que participou do 2º Encontro de Cente-nários promovido pela Universidade daTotalIdade da PUCRS. Nascida em 1903no município de Rio Grande, na região Suldo Estado, Marina encantou os 70 parti-cipantes do 1º Encontro de Longevidadecom sua força e saúde. Declamou poesi-as, contou sobre sua infância, adolescên-cia e casamento e ressaltou a importân-cia da leitura para garantir a lucidez. OEncontro reuniu 70 integrantes dos pro-jetos Trocando Idéias, Matinê das Duas eMuita Prosa Muito Verso, todos com ida-des entre 50 e 80 anos.

INTERCÂMBIOA Faculdade de Letras, por intermé-

dio dos acadêmicos da disciplina de Prá-tica de Ensino do curso de Licenciaturaem Língua Espanhola e Literatura de Lín-gua Espanhola, participou de intercâmbiocom estudantes do Instituto Superior Lo-mas, Buenos Aires. Eles trocaram experi-ências sobre o ensino do Espanhol emcomunidades carentes e conheceram es-colas argentinas e técnicas didático-peda-gógicas empregadas pelos alunos do Ins-tituto. Os alunos apresentaram o traba-lho Aprender y enseñar español en unacomunidad carente: primeros desafíos dela práctica académica, no 1º SeminarioInternacional de Inglés, Español y Portu-gués: las lenguas más allá de las fronte-ras. A coordenação foi da professora Jus-sara Binz.

GERIATRIA EGERONTOLOGIA

No Reuniram-se na PUCRS 12 médi-cos de diferentes países latino-america-nos, do Caribe e da África de Língua Por-tuguesa para a 10ª edição do Curso In-ternacional de Geriatria e Gerontologia.No programa, palestras e oficinas sobregeriatria preventiva e clínica e gerontolo-gia social. O curso, financiado pela JapanInternacional Cooperation Agency eAgência Brasileira de Cooperação, comapoio do Instituto de Geriatria e Geron-tologia, teve a coordenação do médicoNewton Terra.

GSMIniciou em outubro o curso de exten-

são em GSM – Comunicação Global. Pelaprimeira vez, os mais modernos e avan-çados conhecimentos tecnológicos naárea de telecomunicações estão disponí-veis em curso realizado numa universida-de gaúcha. A iniciativa é fruto de umaparceria entre a PUCRS e a Siemens, queassinaram convênio de cooperação cien-tífica e tecnológica. Ministraram a ativida-de professores da PUCRS e da WernerVon Siemens Academy, de Curitiba. ATIM é uma das apoiadoras. A Faculdadede Engenharia e a Pró-Reitoria de Exten-são Universitária foram as promotoras.

DIA DA CRIANÇAA cam-

panha doDia das Cri-anças, como tema Nes-te Dia da Cri-ança, triste-za nem pen-sar, arreca-dou 3.500brinquedosentregues para jovens internos no Hospi-tal São Lucas e moradores da Vila São Ju-das Tadeu e das Ilhas do Pavão, Marinhei-ros e das Flores. A iniciativa foi do Grupodos Representantes, Projeto Solidarieda-de e Centro de Pastoral. Todas as unida-des acadêmicas do Campus Central par-ticiparam.

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Sinopse

SEMANAFARROUPILHA

Integrando as comemorações da Se-mana Farroupilha foi montado, em frenteao Centro de Pastoral, no Campus Cen-tral, um piquete com música, suco, chi-marrão, pipoca e rapadura. O objetivo foiproporcionar um momento para o cultivoda tradição do Estado relembrando asgrandes lutas do povo gaúcho por liber-dade, igualdade e fraternidade. Houve ohasteamento da bandeira, torneios detruco e palestras, a exemplo do Conversarcom eles, promovido pela Pró-Reitoria deAssuntos Comunitários. O Campus ZonaNorte também lembrou a data promoven-do a confraternização entre alunos, pro-fessores e funcionários. A realização dasatividades foi do Centro de Pastoral.

COMUNICAÇÃOO curso de Jornalismo da Faculdade

de Comunicação Social obteve reconhe-cimento internacional ao ser credencia-do pelo Conselho Latino-Americano deCredenciamento de Educação em Jorna-lismo. O Conselho é administrado pelaSociedade Interamericana de Imprensa.O credenciamento vale por seis anos. Ocurso da PUCRS foi o primeiro credencia-do no Brasil.

DIREITOA Ordem dos Advogados do Brasil

jubilou o professor João Carlos Krahe, daFaculdade de Direito, por seus 45 anos deexercício profissional da advocacia. O do-cente leciona há 28 anos a disciplina deDireito Empresarial na Universidade.

BIOCIÊNCIASO Laboratório de Pesquisa Bioquí-

mica da Faculdade de Biociências, pormeio do estudo Analgesia induzida porcafeína: diferenças entre ratos jovens eadultos, recebeu menção honrosa na 19ªReunião Anual da Federação das Socie-dades Brasileiras de Biologia Experimen-tal, em Águas de Lindóia (SP). A bolsistade iniciação científica da Fapergs ElisaTonial, apresentou o trabalho. A orienta-ção foi das professoras Rosane Silva eCarla Bonan.

PRÊMIOO 38º Congresso Brasileiro de Pato-

logia Clínica/Medicina Laboratorial, reali-zado em Florianópolis, contou com a pre-sença de integrantes do Laboratório dePatologia Clínica, do Hospital São Lucas.A chefe da Unidade de Hematologia doLaboratório de Patologia Clínica, profes-sora da Faculdade de Farmácia, TerezinhaMunhoz, conquistou o 2º lugar no Prê-mio Evaldo Melo com o trabalho Fator Vde Leiden e mutação da protrombina empacientes com eventos trombóticos. Elaapresentou dois temas livres escolhidospara apresentação oral.

BALLET COPPÉLIA

Integrando a série Concertos Comu-nitários Zaffari – Ano 17, apresentou-sena PUCRS o Ballet Coppélia, de Léo Deli-bes. O espetáculo homenageou os 100anos do Colégio Marista Rosário. Umadas mais importantes bailarinas brasilei-ras, Priscilla Yokoi, e Marcelo Adams, atorque teve grande êxito em sua interpreta-ção na opereta A Viúva Alegre, foramdestaques. A regência foi do maestro Fre-derico Gerling Junior, com a produção doInstituto de Cultura Musical, direção ar-tística de Victória Milanez e cenários deAdalberto Almeida.

VESTIBULAR

O Festival Internacional de Publicida-de, de Gramado – Edição Paris, premiou,na categoria Jornal, a campanha publici-tária Aonde você quer chegar, desenvol-vida para o Vestibular de Inverno de 2002da PUCRS pela agência DCS Comunica-ções. A campanha estimulava a reflexãosobre a escolha profissional dos vestibu-landos, fazendo comparações com perso-nalidades, a exemplo de Rui Barbosa, Leo-nardo Da Vinci e Luís de Camões. O even-to foi promovido pela Associação Latino-Americana de Agências de Publicidade.

AVALIAÇÃOInformar e sensibilizar a comunida-

de universitária sobre o Sistema Nacionalde Avaliação do Ensino Superior, o Exa-me Nacional do Desempenho dos Estu-dantes e a Avaliação de Cursos foram ob-jetivos do Seminário Avaliação Institucio-nal realizado na PUCRS. Esteve presenteao evento Iara de Moraes Xavier, coorde-nadora-geral da avaliação institucional edas condições de oferta do Instituto Na-cional de Estudos e Pesquisas Educacio-nais Anísio Teixeira.

UNIVERSITÁRIOSCRISTÃOS

Em busca de sentido foi o tema do6º Encontro de Universitários Cristãos,promovido pelo Centro de Pastoral. Entreos assuntos debatidos, valores existenci-ais, desafios e as contribuições de umauniversidade de ensino confessional naformação para a vida. O evento contoucom palestras dos professores PedrinhoGuareschi (Faculdade de Psicologia) e Lu-ciano Marques de Jesus (Faculdade de Fi-losofia e Ciências Humanas). Tambémhouve apresentação da musicista Ziza Fer-nandes.

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EXPOSITORES

A PUCRS, por intermédio da Asses-soria de Comunicação Social, instalou 50caixas expositoras no Campus Centralpara colocação da Revista PUCRS Informa-ção e do Boletim PUCRS Notícias. Facilitaro acesso aos informativos da Universida-de para melhor atender a comunidadeacadêmica é a finalidade. A Reitoria, asPró-Reitorias, o Banco do Brasil, Banrisul eSantander, além dos prédios 11, 12, 50,40 (entre os elevadores), 41, a BibliotecaCentral, o Bar da Famecos, o Bar 30 – aolado do mural de recados, e o 15 – próxi-mo ao caixa – já contam com a novidade.

DIREITOJuarez Freitas, coordenador do Pro-

grama de Pós-Graduação em Direito, foieleito presidente do Instituto Brasileiro deDireito Administrativo. A escolha ocorreudurante congresso realizado em Salvador.Na ocasião, Freitas proferiu palestra sobreparcerias público-privadas.

AMBIENTEO coordenador do Departamento de

Engenharia Química, Claúdio Franken-berg, é o novo representante das univer-sidades particulares de Porto Alegre noConselho Municipal do Meio Ambientepara o biênio 2005/2006. Durante o pe-ríodo terá como suplente a professora daFaculdade de Biociências Betina Blochtein.Frankenberg também foi eleito presiden-te da Câmara Técnica Permanente de Re-síduos Sólidos do Rio Grande do Sul, doConselho Estadual do Meio Ambiente. Asuplente é a professora Maria Teresa Ro-driguez, do Departamento de Engenha-ria Química.

ODONTOLOGIANa 21ª Reunião Anual da Sociedade

Brasileira de Pesquisa Odontológica, a Fa-culdade de Odontologia participou comnúmero recorde de trabalhos de pesqui-sa. Foram apresentados mais de 50 pôs-teres e projetos de alunos de iniciação ci-entífica, de mestrado e de doutorado. Odoutorando Marcos Michelon Naconecyfoi premiado com o trabalho Distribuiçãode estresse em próteses implantossupor-tadas retiradas por parafusos em funçãoda seqüência de torque.

HOMENAGEMA PUCRS recebeu a homenagem Ia-

este Awards. A distinção é oferecida pelaCentral de Intercâmbio (CI) pela partici-pação da Universidade no programa deestágio remunerado no exterior. O está-gio é promovido pela Iaeste (The Interna-tional Association for the Exchange ofStudents for Technical Experience), repre-sentada pela CI. Através desse programa,universitários aprimoram na prática o queaprendem na Faculdade, além de conhe-cerem outros idiomas e culturas.

MONOGRAFIAS

O 9º Concurso de Monografias daPUCRS, promovido pelo Projeto Solidarie-dade, Centro de Pastoral e Pró-Reitoria deAssuntos Comunitários, divulgou os ga-nhadores. O tema deste ano foi Água,fonte de vida. Na graduação, o 1º lugarfoi de Rodrigo de Souza (Faculdade deTeologia). Em 2º lugar, Letícia Bujes Pa-checo (Faculdade de Direito) e, em 3º,Ezequiel Dal Pozzo (Faculdade de Teolo-gia). No Ensino Médio, destacaram-se Ta-tiana Spalding Perez (Colégio Champag-nat), Stanley De Albernaz (Colégio Cham-pagnat) e Fernanda Hugentobler (ColégioPio XII). As melhores monografias rece-beram prêmios entre R$ 2 mil e R$ 500.

OBITUÁRIOEm 15 de outubro faleceu o professor Os-

car Balarine, da Faculdade de Administração,Contabilidade e Economia e do Mestrado em Ad-ministração e Negócios. Sua trajetória caracteri-zou-se pela dedicação e boa convivência com co-legas, alunos e funcionários. Participou da elabo-ração de projetos relevantes da PUCRS e de suaunidade. Fez parte da formação inicial do GTPEe teve participação ativa nas fases de formulaçãoe implantação do Planejamento Estratégico.

Faleceu, em 25 de outubro, o professor emé-rito da PUCRS José Gomes de Campos, aos 91anos. Ele lecionou nas Faculdades de Educação eAdministração, Contabilidade e Economia. Em1985 recebeu o título que homenageia docentesaposentados da Universidade por terem presta-do relevantes serviços ao magistério e à adminis-tração.

EDIPUCRSA obra, Psicooncologia e Interdisci-

plinaridade: Uma experiência na Educa-ção a Distância, organizado pelas pro-fessoras Deleuse Azevedo, Maria Cristi-na de Barros e Marisa Campio Müller, foio título nº 900 publicado pela EditoraUniversitária da PUCRS. A Edipucrs com-pletou 16 anos e participou pela 10ª vezda Feira do Livro de Porto Alegre.

LIDERANÇAUNIVERSITÁRIA

Sete reitores e dirigentes de univer-sidades do exterior e do Brasil participa-ram, na PUCRS, da etapa de Estágio doCurso de Especialização em Gestão eLiderança Universitária. A promoção éda Organização Universitária Interameri-cana, Conselho de Reitores das Universi-dades Brasileiras, Instituto de Gestão eLiderança Universitária e PUCRS. Alémde palestras sobre setores da Universi-dade, também foram programadas visi-tas à AGT, Biblioteca Central, Tecnopuc,EAD, Museu de Ciências e Tecnologia,UFRGS, UniRitter, entre outros. O curso,criado em 1983, capacitou cerca de 350dirigentes de instituições de ensino su-perior.

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Perfil

Meio século dedicadoà PUCRS

la viu a Faculdade de Odonto-logia formar seus primeiros pro-fissionais nos porões do Colé-gio Marista Rosário. Acompa-nhou e partilhou da expectati-

va de novas possibilidades com a trans-ferência do curso para o primeiro e soli-tário prédio do Campus Central, em1960. Auxiliou alunos, muitos deles, hoje,professores. Certamente a Faculdade nãoseria a mesma sem o trabalho dedicadode Emilse Sarmanho, a funcionária maisantiga em atividade na PUCRS que, há49 anos, cuida do almoxarifado, organi-zando e controlando os materiaisnecessários para a realização das aulaspráticas.

Emilse nasceu em São Borja, naFronteira Oeste do Rio Grande do Sul,em 23 de janeiro de 1928. Em 1955veio a Porto Alegre visitar uma prima,estudante de Odontologia da Universi-dade e, por meio dela, ficou sabendoque precisavam de um funcionário parao almoxarifado. Desde então trabalha nosetor, onde agora tem uma auxiliar. “Nocomeço eu sentia vergonha de dizer quetrabalhava no almoxarifado, achava queera emprego de homem, mas com o tem-po me acostumei”, revela Emilse. A al-moxarife lembra que aprendeu rápidosuas funções, graças à ajuda do profes-sor Elias Cirne Lima, fundador e entãodiretor da Faculdade, que lhe ensinoutudo com muita paciência.

Quando a PUCRS transferiu-se parao Campus Central, Emilse pensou em de-sistir do trabalho. “Era muito longe, naépoca não existia ainda a Av. Ipiranga.Tínhamos que voltar tarde para casa,tudo aqui em volta era mato e banhado,achava muito perigoso. Quem me con-venceu a ficar foi o Reitor Ir. José Otãoque estava sempre conversando com agente”, recorda. Além de ter de atraves-sar o terreno da Universidade, passandopor taquaras, cobras e lagartos, tambémera preciso tomar cuidado para não ser

perseguida poruma mula queficava amarrada,mas com umacorda muitocomprida. Omedo aos pou-cos foi sumindo,já que o Ir. Faci-na costumavaacompanhar ànoite um grupode funcionáriosaté a porteira daAv. Bento Gon-çalves, onde fi-cava a paradade ônibus. Al-guns anos de-pois foi cons-truída a Av. Ipi-ranga, facilitan-do o acesso.

Emilse lembra com saudade dos pri-meiros anos no Campus Central, ondegostava de comer caquis e bergamotasdas árvores próximas ao prédio da Odon-tologia. “Os alunos e professores organi-zavam festas juninas muito divertidas, fa-ziam até fogueira”, recorda a funcionáriaque, durante 30 dias, trabalhou na Facul-dade de Química, por causa de um mal-entendido. “Uma vez pulei o balcão aquina Faculdade para falar com o diretor,José Paulo Etzberger. Ele considerouaquela atitude falta de decoro e quis medemitir, mas apenas me transferiram deFaculdade. Um mês depois eu estava devolta”, conta rindo.

Fazer um curso superior não esteveentre seus planos, mesmo com a insis-tência de alguns professores. “Termineio Ensino Médio, mas não quis fazerFaculdade, até porque não tinha tem-po. Mas posso dizer que sei muito deOdontologia somente pelas coisas quevi e pelo que alguns professores mefalaram”, observa.

Por causa das responsabilidades queassumiu, tendo que trabalhar o dia intei-ro e tomar conta da sobrinha e da mãeque necessitava de cuidados, Emilse nãoteve namorados. “Não havia tempo paraisso, mas considero os filhos de minha so-brinha, Ângelo e Pietro, como sendomeus netos”, confessa com orgulho.

Quando está de folga, gosta deficar em casa, descansar e costurar.“Aprendi a costurar com minha mãe,que era costureira, mas queria fazer umcurso de corte e costura, porque nuncaconsigo fazer as golas direito, é muitodifícil”, conta Emilse. Nas férias, sentefalta da PUCRS e, às vezes, passa pelaFaculdade para ver como anda o traba-lho e rever os colegas. “Gosto muito domeu trabalho, a PUCRS é como minhacasa”, admite.

Emilse foi homenageada em agostono Projeto Reflexões, realizado com fun-cionários da Universidade, pelos serviçosprestados à PUCRS durante as últimasdécadas.

Emilse Sarmanho: a funcionária mais antiga

por MARIANA VICILI

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Eu Lecionei na PUCRS

O cenário do professorde 20 mil alunos

ogo que se entra na casa deFernando Gay da Fonseca, 81,percebe-se a importância daPUCRS na sua vida. A placa re-cebida pela dedicação de 41

anos à Universidade está no hall de entra-da. Na residência os objetos parecem fa-lar. Um passeio pela sala, varanda e bi-blioteca é suficiente para definir o perfilde um homem estudioso, amante dos li-vros, preocupado com a justiça social e deconvicções firmes. Rodeado por 170 cons-tituições, livros raros, um exemplar até de1709, e edições originais da literatura por-tuguesa com mais de cem anos, dedica-sea escrever artigos e contos. Ex-professor de 20 mil alunos naUniversidade, Gay da Fonsecaseguiu uma trajetória ligadaao Direito, política e educação,reconhecida pelas inúmerascondecorações que recebeuno País e no exterior.

Bacharel em Ciências Ju-rídicas e Sociais pela UFRGS,em 1947, realizou cursos deFilosofia Social, AdministraçãoPública e Sociologia na Uni-versidade de Columbia (EUA)nos dois anos seguintes. Noretorno, foi convidado a leci-onar na PUCRS pelo Ir. Faustino. Foiprofessor de Direito, Serviço Social eFilosofia. Muitas vezes licenciou-se paraexercer funções públicas, mas “minharaiz estava enterrada na Universidade”.Sobre os primeiros tempos, quando oCampus localizava-se no Colégio Maris-ta Rosário, um tesoureiro anotava à mãoo salário a ser pago, o professor recebiaos valores e rubricava. Os nomes servi-am numa folha de papel almaço. “Agente trabalhava por amor à Universida-de, queria que se concretizasse o sonhodo Ir. Afonso, Ir. Faustino e Ir. Otão,entre outros.”

Começou a lecionar aos 15 anos,convidado pelo padre Inácio Valle, num

curso de alfabetização de adultos do Cír-culo Operário Porto-Alegrense. Foi atraí-do pelo pagamento de 5 mil réis mensais,mas em seguida descobriu a satisfaçãomaior em cada sílaba descoberta ou pa-lavra aprendida pelos alunos.

Foi dentro da Universidade que nas-ceu o Partido Democrata Cristão (PDC).Gay da Fonseca falava nas aulas em re-forma de estruturas e justiça social, masse sentia angustiado por não agir. Ele eo colega da PUCRS José Sanseverino, hojeprovedor da Irmandade Santa Casa deMisericórdia, concluíram que o melhorcaminho era ingressar na política, mas

rejeitaram os partidos da época. Funda-ram no Rio Grande do Sul o PDC, queexistia em São Paulo. Juntaram-se a elesCid Furtado, Julio De Rose e Jorge Casa-do de Azevedo. Foram benzidos pelo pa-dre jesuíta Leopoldo Brentano, criadordos Círculos Operários no Brasil. A liga-ção foi tão profunda, conta Gay da Fon-seca, que se manteve mesmo com o fimdo partido, em 1964, devido ao regimemilitar. “André Franco Montoro não faziamovimento nenhum de âmbito nacionalsem me chamar; ele no MDB, e eu na Ali-ança Renovadora Nacional (Arena).”

Gay da Fonseca integrou o diretórioda Arena desde o seu início. Foi senadorem 1966 como suplente de Mem de Sá

e vice-líder do partido. Atribui a sua indi-cação ao fato de ter-se posicionado con-tra uma reforma no regimento à noite, àsescondidas, para reeleger a mesa direto-ra, sem precisar retornar a Brasília na ou-tra semana. Considerou na época atitu-de desonesta e antiética que devia seradotada na frente da imprensa. Hoje dis-corda de quem fala que não há consci-ência. Diz que é preciso motivá-la. “Eunão me desencantei com a política, masem todo partido há pessoas que desen-cantam.” Acredita que a democracia bra-sileira fragilizou-se. Para Gay da Fonseca,o movimento de 1964 perpetuou-se de-

mais. “Existem dois momentosno ciclo: 31 de março de 1964,visando a dar um basta à criseque se institucionalizava no País,e 10 de abril, voltado à conquis-ta de poder e cargos.”

Também foi secretário esta-dual dos Negócios do Interior eda Justiça, em 1963 e 1964, nosegundo governo de Ildo Mene-ghetti. No campo da educação,atuou como membro do Conse-lho Federal de Educação de 1978a 1991, tendo sido presidente de1978 a 1991. Em 2003, tomouposse na Academia Brasileira de

Educação. Continua dando aulas na Facul-dade São Judas Tadeu de Porto Alegre.Outra de suas atividades atuais é compa-recer a reuniões no Tribunal de Contas doEstado, pelo qual aposentou-se comoconselheiro substituto. Dedica-se duashoras por dia ao estudo. “Se não façomais é porque os olhos não me ajudamtanto. À medida que perco a visão adqui-ro mais nitidez da presença de Deus.”

Foi casado com Denize durante qua-se 60 anos e está viúvo há três. Tem trêsfilhos, uma falecida. Dos seis netos, Ma-ria Elisa Allgayer é professora da Faculda-de de Direito da PUCRS, e outros dois es-tudam na Universidade, um na Biologiae outra na Pedagogia.

por ANA PAULA ACAUAN

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Ação Comunitária

Universidade faz planodiretor para Rosário

reparar Rosário do Sul – lo-calizada a 392 km de PortoAlegre, na Região da Campa-nha –, para o futuro, planejan-do seu desenvolvimento urba-

no e buscando torná-la uma cidade idealpara os seus 41 mil habitantes é a pro-posta do Plano Diretor desenvolvido pelaFaculdade de Engenharia da PUCRS. Re-gular o crescimento do município, apre-sentando soluções para o sistema de es-goto, saúde, ensino, assim como especi-ficar dimensões das futuras edificações eos lugares onde serão estabelecidas, sãoalgumas das sugestões apresentadas.

O professor Felipe Viegas, do cursode Engenharia Civil, coordena a ati-vidade encomendada pela Prefeiturade Rosário do Sul. Participam tambémos docentes Rosana Solano (Arquitetura),

Raul Petersene José LuizCogo (Enge-nharia Civil), eos estagiá-rios MarceloSchuck (Enge-nharia Civil) eFausto Isolan(Arquitetura),além de ou-tros profissio-nais chama-dos para atuarem áreas es-pecíficas.

A esco-lha pela Uni-versidade de-veu-se ao rela-c ionamentopróximo deRosário com a

Instituição, em especial a Faculdade deOdontologia. Há quatro anos, estudantesdo final do curso, coordenados pelo pro-fessor Edgar Erdmann, atendem em áre-as carentes do município. O trabalho con-

quistou admiração en-tre os moradores. Asequipes do ProjetoRondon – intercâmbioBrasil/Canadá no qualsão realizadas açõescomunitárias nos doispaíses –, também es-tiveram na cidade. Osucesso da iniciativafoi tanto que o prefei-to, Glei Menezes, bus-cou a parceria daPUCRS para a realização de outros proje-tos. “É uma relação muito rica para nos-sa cidade, proporcionando oportunidadesde crescimento”, afirma. Segundo Mene-zes, o prefeito eleito, Nei Padilha, darácontinuidade aos projetos.

Esse é o segundo Plano Diretor deRosário do Sul. O primeiro foi elaboradoem meados da década de 60, mas nãoentrou em vigor e as definições foram es-quecidas no papel. No entanto, a nova le-gislação federal do Estatuto das Cidadesexige que, em locais com mais de 20 milhabitantes, seja obrigatória a elaboraçãode um Plano Diretor. Com essas medidas,o município poderá ser incluído nas ver-bas dos programas federais e estaduaispara áreas como a da saúde e do sanea-mento básico.

Entre as potencialidades identifica-das pela PUCRS está a ampliação do se-tor turístico. Rosário do Sul é banhadapor dois rios, Santa Maria e Ibicuí da Ar-mada, cuja junção forma uma das maisbelas praias fluviais do Rio Grande do Sul,a Praia das Areias Brancas. “Hoje não hálei impedindo a instalação de edifícios al-tos na costa”, lembra Viegas. “Nosso ob-jetivo é tentar evitar prejuízos à comuni-dade e ao futuro do município”, diz.

A fruticultura é outro campo a serexplorado. Durante anos a região produ-ziu quase que exclusivamente ervilhas. Se-gundo diagnóstico da equipe da Univer-sidade, o cultivo de laranjas pode receber

incentivo nos próximos anos. Criar umcentro especializado na manutenção demáquinas rurais está entre outra das po-tencialidades encontradas.

Na cidade há diversos pontos a se-rem melhorados. O sistema de coleta deesgoto é um deles. Atualmente há trata-mento do esgoto gerado somente por 25mil moradores. O restante não conectasuas residências na rede pública. “A car-ga alta de esgoto sanitário contamina len-çóis subterrâneos e águas próximas aosperímetros urbanos”, salienta Viegas. “OPlano Diretor precisa estimular e criar me-didas que forcem as pessoas a utilizaremo sistema instalado, preservando o inte-resse coletivo”.

Delimitar a área onde serão instala-dos hospitais e postos de saúde tambémestá entre as finalidades. Hoje o númerode leitos existentes é 96, quando o idealseria 160 para atender apenas a popula-ção do município.

Todas as propostas feitas pela Uni-versidade, desenvolvidas com a comissãode trabalho da Prefeitura, serão submeti-das a audiências públicas, nas quais ha-verá discussão com a comunidade dosproblemas e as melhores medidas paracada situação. Como resultado, surgiráum projeto onde constará um conjuntode leis, encaminhado pelo prefeito à apro-vação da Câmara de Vereadores. No pe-ríodo de cinco anos as decisões poderãosofrer alterações e adequações.

Cidade tem 41 mil habitantes

A equipe da PUCRS

Praia das Areias Brancas

Foto: Renato Moraes

Fotos: Divulgação

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Opinião

Escrita: desejoe necessidade

screver é um processo altamen-te complexo, que muitos, emparticular os jovens, realizamcom esforço e insegurança, oque não deixa de constituir um

paradoxo, numa cultura em que a escri-ta se constituiu historicamente como sím-bolo de status. De toda sorte, a produ-ção escrita permite aferir competências ehabilidades cognitivas e comunicativas,razão pela qual integra o processo de se-leção aos cursos de graduação de nossaUniversidade, a partir de propostas queconciliam princípios lingüísticos e pedagó-gicos.

Todo texto autêntico resulta, em es-sência, de uma atitude pró-ativa, coman-dada por um desejo ou por uma necessi-dade – prosaica, como registrar o quedeve ser feito pela diarista; dramática,como emitir um julgamento que irá alte-rar um destino; emocional ou artística,como criar uma página de diário ou umpoema. Escrevemos porque a função, oprofessor, o sentimento, a reflexão deter-minam, esperando um bom desfechopara uma negociação, a admiração dopúblico, aprovação no concurso, alíviopara o coração.

Nesse processo, além de acionarcompetências textuais (capacidade deidentificar, receber e produzir textos bemformados), temáticas (conhecimento com-partilhado entre escritor e leitor), pragmá-ticas (familiaridade com práticas e normasaceitas em situações específicas) e lingüís-ticas (domínio de estruturas frasais e devocabulário), elegemos estratégias parabem atingir nosso interlocutor e lidamoscom a frustração decorrente do fato deque a escrita jamais logra expressar porinteiro nossos sentimentos e pensamen-tos.

Tal complexidade explica os percal-ços que muitos estudantes enfrentam aoredigir. Em geral, falta-lhes uma necessi-dade e um desejo que transcendam o ob-jetivo “aprovação”, e sobra-lhes impaciên-

“ Formar umser humano

significa, também,domar a pressa,administrar osinstintos, lidar

com asfrustrações,

desenvolver umolhar maduro

sobre a existência– e o professor,

especialmente delíngua materna, é,

antes de tudo,para além de tudo

e sempre, umformador. ”

MARISA

MAGNUS SMITHCoordenadora de Língua Portuguesado Setor de Vestibulares da PUCRS

cia: as urgências da idade contrariam aintrospecção necessária à produção deum bom texto e impedem uma visãoprospectiva que lhes permita entenderque o desenvolvimento da escrita jamaisse dá aos saltos, sendo os progressos per-ceptíveis tão-somente a longo prazo. Re-sultado: no mais das vezes, o que o alu-no consegue produzir é um texto proto-colar, sem autoria ou comprometimento.

Mas formar um ser humano signifi-ca, também, domar a pressa, administraros instintos, lidar com as frustrações, de-senvolver um olhar maduro sobre a exis-tência – e o professor, especialmente delíngua materna, é, antes de tudo, paraalém de tudo e sempre, um formador. Daípor que são muitos os exemplos bem-su-cedidos de práticas pedagógicas de pro-fessores e professoras que admitem eaceitam como desejáveis, porque da na-tureza humana, essas contingências, ediscutem-nas com seus alunos, sem auto-ritarismo nem concessões excessivas, es-timulando-os a escrever não “porque ovestibular está aí”, e sim porque é dese-jável e necessário – e freqüentementeemocionante e prazeroso – tomar a pa-lavra para influenciar o outro, projetar-sena política estudantil, colaborar com idéi-as e entretenimento no jornal da escola,derramar seu sentimento, expressar-seartisticamente... Ou seja: instaurando ne-cessidades e desejos reais.

Nessa perspectiva, as situações deescrita passam a constituir um exercíciolegítimo de construção da cidadania, e atarefa de escrever a “dissertação do ves-tibular” torna-se mais um desses momen-tos privilegiados de manifestação de umavisão de mundo particular e intransferível.

O Setor de Vestibulares, com suaspropostas de redação, estimula essa prá-tica, oferecendo ao ser humano que seesconde sob a genérica denominação de“vestibulando” oportunidades concretasde reflexão e, dentro dos limites possíveis,orientação, conforto e confiança. Os re-

sultados têm-se mostrado altamente sa-tisfatórios: ao invés das falsas “pérolas”que infestam nosso correio eletrônico ecertos programas de televisão, temos vo-zes que falam com pertinência e profun-didade sobre os mais diversos temas –conforme se pode constatar em nossoprojeto Provas Interativas, no sitewww.pucrs.br/provas, link “redação”.Vale a pena conferir.

Page 48: Universidade Católica do Rio Grande do Sul Assessoria de ......2 PUCRS Informação em Revista nº 122 - Novembro/Dezembro 2004 Nesta Edição Reitor Norberto Rauch Vice-Reitor Joaquim