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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS, ADMINISTATIVAS E CONTÁBEIS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO CAMPUS CARAZINHO ESTÁGIO SUPERVISIONADO TIAGO NUNES WILENS IDENTIFICAÇÃO DA PERCEPÇÃO DOS GESTORES RURAIS A RESPEITO DA PROFISSIONALIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO EM PROPRIEDADES MÉDIAS E GRANDES DE TAPERA/RS. CARAZINHO 2016

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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO

FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS, ADMINISTATIVAS E CONTÁBEIS

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

CAMPUS CARAZINHO

ESTÁGIO SUPERVISIONADO

TIAGO NUNES WILENS

IDENTIFICAÇÃO DA PERCEPÇÃO DOS GESTORES RURAIS A RESPEITO DA

PROFISSIONALIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO EM PROPRIEDADES MÉDIAS E

GRANDES DE TAPERA/RS.

CARAZINHO

2016

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TIAGO NUNES WILENS

IDENTIFICAÇÃO DA PERCEPÇÃO DOS GESTORES RURAIS A RESPEITO DA

PROFISSIONALIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO EM PROPRIEDADES MÉDIAS E

GRANDES DE TAPERA/RS.

Estágio Supervisionado apresentado ao Curso de Administração da Universidade de Passo Fundo, campus Carazinho - RS, como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Administração. Orientadora: Prof.ª Mônica Da Pieve Antunes.

PASSO FUNDO

2016

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TIAGO NUNES WILENS

IDENTIFICAÇÃO DA PERCEPÇÃO DOS GESTORES RURAIS A RESPEITO DA

PROFISSIONALIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO EM PROPRIEDADES MÉDIAS E

GRANDES DE TAPERA/RS

Estágio supervisionado aprovado em _____ de ______ de ______ como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração do curso de Administração, da Faculdade de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis, da Universidade de Passo Fundo, campus de Passo Fundo, pela banca examinadora formada pelos professores:

Orientadora: Prof.ª Mônica Da Pieve Antunes. UPF - Orientador

Profª UPF

Profª UPF

PASSO FUNDO

2016

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AGRADECIMENTOS

À Universidade de Passo Fundo;

A Faculdade de Ciências Econômicas,

Administrativas e Contábeis;

A minha família pela motivação nos

momentos difíceis;

A orientadora, Prof.ª Mônica Da Pieve

Antunes, pela dedicação nas orientações;

E a todos que direta ou indiretamente

contribuíram para a realização deste trabalho.

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RESUMO

WILENS, Tiago Nunes. Identificação da percepção dos gestores rurais a respeito da profissionalização da administração em propriedades médias e grandes de Tapera/RS.CARAZINHO, 2016. 58 Fl TCC (Curso de Administração). Faculdade de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis, Universidade de Passo Fundo, CARAZINHO – RS, 2016,

O trabalho apresenta uma análise sobre aspectos que tornam possíveis visualizar e interpretar a percepção dos gestores rurais a respeito da profissionalização da administração em propriedades médias e grandes de Tapera/RS. Quanto aos procedimentos metodológicos, trata-se de uma pesquisa exploratória, qualitativa e quantitativa, do tipo estudo de caso, proposição de planos e que se utilizou de questionários, entrevistas e documentos internos como técnica de coleta de dados. Foram investigados quarenta e um gestores de Propriedades rurais de médio e grande porte no município de Tapera/RS. Os resultados indicam que os proprietários de áreas rurais de Tapera conhecem a importância da profissionalização da Administração e acreditam que um administrador pode proporcionar conhecimento e visão estratégica ao negócio rural. (Wilens 2016).

Palavras-chaves: Gestores Rurais. Percepção. Propriedades.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 – O processo de Administração................................................................................ 16

Figura 02 – Posição dos registrados no sistema CFA/CRAs ................................................... 20

Figura 03 - Média de quatro anos, 2007 a 2010, da produção brasileira de milho por estado. 28

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01 – 5 Faixas de Escolaridade dos Gestores................................................................ 39

Gráfico 02 – 6 Faixas de hectares da propriedade. .................................................................. 40

Gráfico 03 – 7 Grupos Familiar ................................................................................................ 41

Gráfico 04 – 8 Relação de Empregados nas Propriedades. ...................................................... 42

Gráfico 05 – Gestão X Produção .............................................................................................. 43

Gráfico 06 – 10 Administradores Rurais. ................................................................................. 46

Gráfico 07 – 11O Profissional de Administração ..................................................................... 47

Gráfico 09 – 12 Propriedade Rural ........................................................................................... 48

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01- Principais escolas enfoques e autores de administração ....................................... 17

Quadro 02 -Numero de estabelecimento por região. ................................................................ 25

Quadro 03 - Definição do porte dos produtores ....................................................................... 26

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LISTA DE ABREVIATURAS

AP - Agricultura de Precisão.

CFA – Conselho Federal de Administração.

CRA - Conselho Regional de Administração.

EUA – Estados Unidos da América.

GNSS - Global Navigation Satelite System.

HA – Hectares.

INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária.

MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

PF - Pessoa física.

PIB – Produto Interno Bruto.

PJ - Pessoa Jurídica.

SIG - Sistema de Informações Geográficas.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 11

1.1 IDENTIFICAÇÃO E JUSTIFICATIVA DO PROBLEMA. ..................................... 12

1.2 OBJETIVOS ............................................................................................................... 13

1.2.1 Objetivos Gerais ....................................................................................................... 13

1.2.2 Objetivos Específicos ................................................................................................ 13

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................................... 14

2.1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA ADMINISTRAÇÃO .................................... 14

2.2 O PROFISSIONAL ADMINISTRADOR ................................................................. 18

2.2 ADMINISTRAÇÃO RURAL .................................................................................... 21

2.2.1 Conceito de Empresa Rural..................................................................................... 22

2.2.2 Definição do Porte .................................................................................................... 24

2.2.3 As Regiões e seus Principais Cultivos ..................................................................... 26

2.2.4 A Agricultura e suas Tecnologias ........................................................................... 30

2.3 AGRICULTURA FAMILIAR ................................................................................... 31

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .......................................................... 33

3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA.......................................................................... 33

3.2 VARIÁVEIS DE ESTUDO/CATEGORIAS DE ANÁLISE .................................... 34

3.3 UNIDADE DE ANÁLISE, POPULAÇÃO E AMOSTRA. ...................................... 35

3.4. PLANO DE COLETA DE DADOS .......................................................................... 36

3.4.1 Instrumento de coleta de dados ............................................................................... 36

3.4.2 Procedimento de coleta dos dados .......................................................................... 36

3.5. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ...................................................... 37

4 APRESENTAÇÃO E DISCUÇÃO DOS DADOS OBTIDOS ............................. 38

4.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA AGRICULTURA NO MINICIPIO DE TAPERA ... 38

4.2.1 Faixas de Escolaridade do Gestor da Propriedade. .............................................. 38

4.2.2 Faixa médias de hectares por propriedade ............................................................ 39

4.2.3 Grupo Familiar ......................................................................................................... 40

4.2.3 O gestor trabalha diretamente na produção. ......................................................... 42

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4.2.3 Ferramentas de gestão utilizadas nas Propriedades ............................................. 43

4.2.4 Gestão dos funcionários ........................................................................................... 44

4.2.5 Compra de matéria prima ....................................................................................... 44

4.2.6 Dificuldades na gestão .............................................................................................. 44

4.2.7 Você conhece algum administrador capaz de gerir uma propriedade ................ 45

4.2.8 O profissional de administração ............................................................................. 46

4.2.9 Propriedade Rural .................................................................................................... 47

4.3 SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES ..................................................................... 48

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................... 50

APÊNDICE ............................................................................................................................. 54

APÊNDICE A: Questionário ................................................................................................... 55

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1 INTRODUÇÃO

Reconhecendo a relevância do agronegócio para a economia do pais e visando a uma

melhor compreensão de seu conceito, convém analisar, a partir do enfoque estrutural, o contexto

econômico em que se desenvolveu sua estrutura de produção, de modo a poder inferir as

implicações que ela tem sobre o setor rural e sobre a própria economia brasileira.

Cabe lembrar, nesse sentido, que as atividades econômicas mais importantes que

iniciaram a formação econômica do Brasil são de origem rural, tais como as de extração do pau

brasil, produção de açúcar e, no período de 1822 a 1955 a cultura do café para exportação como

fonte geradora de excedente de produção e de divisas. A respeito Villela e Suzigan (1975)

observam que o crescimento da economia brasileira, pelo menos até o final da década de 1920,

dependia basicamente da expansão da produção agrícola, Brumer et al (2001).

Outros fatores também contribuíram para renovar a atenção dispensada ao agronegócio

nacional e ao conceito de cadeia produtiva como seu instrumento de análise. A abertura

comercial patrocinada pelo governo brasileiro, as indecisões nas políticas agrícola e industrial,

as crises financeiras mundiais, a desregulamen- tação de várias cadeias agroindustriais, bem

como outros condicionantes ma- croeconômicos externos e internos ao país, levaram a

desequilíbrios na balança comercial brasileira que evidenciaram de forma indubitável o papel

importante que os produtos agroindustriais representam no equilíbrio das contas externas

brasileiras Batalha(2001 ).

E ao longo dos anos, o agronegócio vem crescendo significativamente a sua importância

na economia Brasileira. Com números crescentes, de investimentos tanto em pesquisas como

em modernização do setor, hoje é possível dizer que o Brasil se tornou referência mundial em

vários segmentos que envolve o agronegócio. O agronegócio movimenta uma grande fatia da

nossa economia. Já que os últimos anos foram marcado por uma verdadeira revolução produtiva

no meio rural Brasileiro, resultado de uma profissionalização e modernização do setor.

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Uma boa gestão é um fator crucial para o sucesso de qualquer negócio, e no agronegócio

não é uma exceção. Para ter sucesso, os gestores de hoje precisam passar mais tempo tomando

decisões e desenvolvendo habilidades do que seus pais e avós precisavam. Isso porque o

agronegócio está evoluindo em escala crescente nas seguintes linhas: mais mecanização,

estabelecimentos maiores, adoção continua de novas tecnologias, aumento do investimento de

capital, mais capital emprestado ou arrendado e possui novas alternativas de comercialização.

Para (KAY D. RONALD et al., 2014) Gestores de sucesso não podem simplesmente

memorizar respostas a problemas, nem podem fazer exatamente o que seus pais faziam. Alguns

gestores tomam decisões por hábito. O que funcionou no ano passado funcionará também neste

ano, e talvez no ano que vem novamente. No entanto, os bons gestores aprendem a estar sempre

repensando suas decisões à medida que as condições econômicas, tecnológicas e ambientais

mudam. Pela expressividade mostrada acima o estudo está voltado para; A investigação acerca

da percepção dos produtores rurais a respeito da profissionalização da gestão, notadamente por

um administrador.

1.1 IDENTIFICAÇÃO E JUSTIFICATIVA DO PROBLEMA.

Após a revolução tecnocientífica, inserida pela globalização e liberalização econômica,

tornou-se irreversível a adoção e expansão da tecnologia nos processos produtivos industriais,

nos serviços, no comércio online e no comportamento do consumidor, agora detentor de

informações detalhadas e precisas sobre produtos e serviços diversos. Tais mudanças atingiram

o setor primário, especificadamente o agronegócio, que evoluiu em escala internacional na

produção e na melhoria dos cultivares, bem como na maior produtividade em áreas menores.

E essa inovação toda veio para ficar, já que o agricultor brasileiro sabe da real

importância que é a incorporação dessa tecnologia no seu negócio e sabe também que deve

acompanhar essa evolução tecnológica que está transformando fazendas em empresas rurais.

O presente estudo demostra a importância do profissional de administração na gestão

das propriedades rurais, pois entende-se que um profissional com a devida formação tem

conhecimento das ferramentas e modelos de gestão para gerar valor aos mais diversificados

recursos da empresa, já que o administrador está preparado para aperfeiçoar o uso dos recursos

e expandir os resultados satisfatório ao investidor. Uma vez sendo profissionalizada a gestão,

os controles permitirão o diagnóstico das possíveis falhas e gargalos na dinâmica organizacional

com uma certa precisão e agilidade.

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Em razão da evolução do agronegócio brasileiro e, tendo em vista o importante suporte

do conhecimento técnico da Administração na gestão dos recursos e da identificação das

potencialidades das propriedades rurais, justifica-se o presente estudo. Além disso, poucos

gestores de propriedades familiares tem algum tipo de formação acadêmica, fato este que pode

representar carência ou deficiência no nível de conhecimento teórico-prático dos modelos de

gestão eficientes e efetivos para o desenvolvimento da organização rural.

Sendo assim, problematiza-se: Qual a percepção dos gestores rurais a respeito da

profissionalização da administração em propriedades médias e grandes de Tapera/RS?

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivos Gerais

Identificar a percepção dos gestores rurais a respeito da profissionalização da

administração nas propriedades rurais de Tapera/RS.

1.2.2 Objetivos Específicos

• Demonstrar a importância da profissionalização dos gestores nas propriedades

rurais

• Ratificar o perfil do administrador rural

• Descrever a propriedade rural como empresa.

• Demonstrar a importância do profissional de administração na gestão das

propriedades rurais.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capitulo são abordados pensamentos de autores referente, a conceitos

fundamentais da administração, administração rural e o profissional de administração com o

objetivo de compreender melhor o assunto no qual será desenvolvida a pesquisa.

2.1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA ADMINISTRAÇÃO

Vivemos em um mundo de organizações, tudo o que a sociedade requer e do qual

necessita e inventado, criado, desenvolvido, produzido e comercializado por organizações. O

sucesso organizacional não é fruto exclusivo da sorte, mas sim de uma serie infindável e

articuladas de decisões, ações, aglutinação de recursos, competência, estratégia e uma busca

permanente de objetivos para alcançar resultados cada vez melhor. O que leva uma organização

rumo a excelência e ao sucesso não são apenas produtos, serviços, competência e recursos. É o

modo como ela arranja tudo isso e é administrada. A administração é o veículo pelo qual as

organizações são alinhadas e conduzidas para alcançar excelência em suas ações e operações

para chegar ao êxito no alcance de resultados, Chiavenato (1929).

Administração, é uma palavra que vem do latim ad (junto de) e ministratio (prestação

de serviços) e significa ação de prestar serviço ou ajudar. Modernamente a administração

representa o governo e a condução de uma empresa ou organização por meio de atividades

relacionada com o planejamento, organizações, direções e controle da ação empresarial.

Para Chiavenato (2006) a tarefa da administração consiste em interpretar os objetivos

proposto pela empresa e traduzi-los em ações empresarial por meio do planejamento,

organização, direção e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e em todos os

níveis da empresa afim de atingir tais objetivos da melhor maneira possível e se possível, até

ultrapassá-los.

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A administração já foi chamada de a “arte de fazer as coisas através de pessoas’’ esta

definição, dada por Mary Parker Follet, chama atenção para o fato de que os administradores

alcançam os objetivos das organizações conseguindo que outros realizem as tarefas necessárias

e não realizando eles próprios. Administração é mais na verdade ela é tantas coisas que

nenhuma definição foi universalmente aceita. Além disso, as definições mudam à medida que

mudam os ambientes das organizações. A administração é o processo de planejar, organizar,

liderar e controlar os esforços realizados pelos membros da organização e o uso de todos os

outros recursos organizacionais para alcançar os objetivos estabelecidos Stoner (1995).

Alguns fatos históricos tem significado importante no surgimento da Administração, é

o que afirma Moraes (2000):

A Revolução industrial teve um significado profundo para o surgimento da Administração. Foi um marco histórico da transformação de uma economia agrária, predominante artesanal na forma de produção, para uma economia industrial com sistemas operacionais mecanizados (MORAES, 2000, p.03).

Com essa grande mudança começa a surgir uma necessidade de um novo perfil de

trabalhador, pois de um lado estava o empregador como fornecedor dos equipamentos e como

supervisor dos mesmos, e do outro o trabalhador como simples operário. Dessa maneira começa

a surgir a Administração cientifica.

Segundo Kwasnicka (1995) a palavra administração abrange vários significados, não

existe uma única definição para o termo, até mesmo o dicionário aponta uma diversidade de

conceitos como: gerar, ministrar, conferir, controlar. Porém quando se fala em empresa ou

organização, deve-se chegar a um consenso. Sendo assim o autor aponta a administração como

sendo um processo integrado, que busca a obtenção de resultados específicos para a empresa.

Maximiano em suas exposições aponta a administração como um “processo de tomar,

realizar e alcançar ações que utilizam recursos para alcançar objetivos” (Maximiano 2000 p.25).

Essas ações compreendem quatro processos principais interligados; planejamento, organização,

execução e controle.

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Figura 01 – O processo de Administração Fonte: adaptado de Maximiano (2011, p 30)

Nesse sentido Chiavenato fala sobre a tarefa da Administração, que consiste na

interpretação e transformação dos objetivos da empresa em ações que envolvem planejamento,

organização, direção e controle com a finalidade de alcançar com êxito os objetivos propostos

(CHIAVENATO, 1994).

O foco da Escola de Administração Clássica é interno e estrutural, ou seja, os principais

teóricos dessa escola focam a sua análise no aperfeiçoamento das regras e estruturas internas

da organização. Para eles, a partir do momento em que a organização tem estruturas adequadas

que funcionam bem e otimizam a produção, todos os outros problemas se resolvem, incluindo

aqueles relacionado ao comportamento humano e à competição com outras organizações.

Hoje o administrador é muito mais do que um mero supervisor de atividades do negócio

ou de pessoas. Na verdade, ele é o condutor e o navegador em um oceano de oportunidades e

ameaças que constituem o entorno do negócio. Na verdade o papel do administrador é

extremamente multivariado e contingencial, se ele é um supervisor de primeira linha situado no

nível operacional da empresa, precisa estar mais voltado para rotinas, normas e procedimentos

regular a atividade dos seus subordinados que executam tarefas ou então lidam com as

tecnologia pela empresa. Para chegar às origens do movimento de Administração Cientifica é

necessário que façamos uma pequena incursão pela história.

No século XVII, descartes negou todo o conhecimento recebido com base apenas em

costumes e tradições. No fim do século XX surgiram os pioneiros da racionalização do trabalho

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e, como em muitos aspectos suas ideias eram semelhantes, ficaram conhecidos como

fundadores da Escola de Administração Cientifica ou Escola Clássica. O pensamento central

dessa escola pode ser resumido na afirmação de que alguém será um bom administrador à

medida que seus passos forem planejados, organizados e coordenados de maneira cuidadosa e

racional.

Quadro 01- Principais escolas enfoques e autores de administração Fonte: adaptado de Maximiano (2011, p 30)

A formação norte-americana de Taylor e suas atividades como consultor técnico

levaram-no a preferir sempre a experiência e a indução ao método dedutivo e,

consequentemente, a interessar-se mais pelos métodos e sistemas de racionalização do trabalho

na linha de produção, enquanto formação francesa de Fayol e suas experiências como

administrador de cúpula conduziram-no a uma análise lógico-dedutiva para estabelecer os

princípios da boa administração, voltada para a definição das tarefas dos gerentes e executivos.

Motta (2006).

Todos os gerentes, nos eventos do dia-a-dia, devem ter a capacidade de reconhecer

problemas e oportunidades relacionados a desempenho, tomar decisões acertadas e agir de

maneira apropriada. Eles o fazem através do processo de administração, planejar, organizar,

liderar e controlar a utilização dos recursos para atingir os objetivos relativos a desempenho.

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Essas quatro funções da administração e suas intererelações. Todos os gerentes,

independentemente do título, do nível, do tipo e da posição organizacional, são responsáveis

por essas quatro funções. Entretanto, é importante saber que muito frequentemente eles não

executam essas funções de maneira linear, passo a passo. Em vez disso, a realidade do trabalho

gerencial está ligada ao fato de que as funções vão se sobrepondo continuamente, à medida que

um gerente se movimenta de tarefa para tarefa e de oportunidade para oportunidade no processo

de mobilização de recursos para atingir objetivos. SCHERMERHORN, (2006).

2.2 O PROFISSIONAL ADMINISTRADOR

Os cursos de Administração no Brasil têm uma história muito curta, principalmente se

comparamos com os EUA, onde os primeiros cursos na área se iniciaram no final do século

XIX, com a criação da Wharton School, em 1881. Em 1952, ano em que se iniciava o ensino

de Administração no Brasil, os EUA já formavam em torno de 50 mil bacharéis, 4 mil mestres

e cem doutores por ano em Administração. Historicamente, o ensino de Administração no

Brasil passou por dois momentos marcados pelo currículos mínimos aprovados em 1966 e 1993,

culminando com a apresentação da proposta de diretrizes curriculares para os cursos de

graduação em Administração elaboradas pelos autores em 1998, quando eram membros da

Comissão de Especialistas de Ensino de Administração da SESu/MEC. (BRASIL 2005)

Administrador profissional, apto para atender ao processo de industrialização. Tal

processo desenvolveu-se de forma gradativa, desde a década de 30, porém, acentuou-se por

ocasião da regulamentação da profissão, ocorrida na metade dos anos sessenta, através da Lei

nº 4.769, de 09 de setembro de 1965. Com essa Lei, o acesso ao mercado profissional seria

privativo dos portadores de títulos expedidos pelo sistema universitário. O Ensino de

Administração veio privilegiar a participação das grandes unidades produtivas, que passaram a

constituir um elemento fundamental na economia do país, principalmente a partir de 1964.

Por sua formação, o Administrador é um profissional de muita flexibilidade, o que

possibilita sua adaptação a qualquer condição de trabalho, seja como profissional de

empresa(empregado) ou como profissional liberal (autônomo. Atividades de consultoria

empresarial, auditoria (independente) e perícia judicial se enquadram nas diversas

especialidades em que se desdobra a Administração e representam um grande mercado no qual

o Administrador pode atuar como profissional liberal, podendo exercer suas atividades em áreas

como: Marketing, Planejamento, Finanças, Recursos Humanos e Pessoal, Análise de Sistemas

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e Informática, Organização e Métodos, Administração Geral, Administração Hospitalar,

atividades exclusivas do Administrador,( BRASIL 2005).

Como perito judicial, o Administrador pode ser nomeado pelo juiz do Trabalho e/ou

juiz de Direito, ou então indicado pelas partes que compõem um processo. Para o exercício

das funções, o Administrador deverá estar registrado no CRA de sua jurisdição e precisa estar

em dia com as obrigações para com o Conselho, que emitirá, mediante solicitação, a Certidão

de Perito Judicial. Para empreender mais este desafio, cabe ao Administrador, com sua

capacidade técnica profissional, ocupar, de fato, este espaço, que, desde 1965, é seu de direito.

É através do registro no CRA que o Bacharel em Administração, título concedido pela

Faculdade após a colação de grau, se habilita legalmente a exercer a profissão de

Administrador, conforme previsto na Lei Federal 4.769/65. (BRASIL 2005)

Como toda a profissão o administrador deve seguir alguns deveres de sua função são

eles:

I - exercer a profissão com zelo, diligência e honestidade, defendendo os direitos, bens

e interesse de clientes, instituições e sociedades sem abdicar de sua dignidade,

prerrogativas e independência profissional, atuando como empregado,

funcionário público ou profissional liberal;

II - manter sigilo sobre tudo o que souber em função de sua atividade profissional;

III - conservar independência na orientação técnica de serviços e em órgãos que lhe

forem confiados;

IV - comunicar ao cliente, sempre com antecedência e por escrito, sobre as

circunstâncias de interesse para seus negócios, sugerindo, tanto quanto possível,

as melhores soluções e apontando alternativas;

V - informar e orientar o cliente a respeito da situação real da empresa a que serve;

VI - renunciar, demitir-se ou ser dispensado do posto, cargo ou emprego, se, por

qualquer forma, tomar conhecimento de que o cliente manifestou desconfiança

para com o seu trabalho, hipótese em que deverá solicitar substituto;

VII - evitar declarações públicas sobre os motivos de seu desligamento, desde que do

silêncio não lhe resultem prejuízo, desprestígio ou interpretação errônea quanto à

sua reputação;

VIII - esclarecer o cliente sobre a função social da organização e a necessidade de

preservação do meio ambiente;

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IX - manifestar, em tempo hábil e por escrito, a existência de seu impedimento ou

incompatibilidade para o exercício da profissão, formulando, em caso de dúvida,

consulta ao CRA no qual esteja registrado;

X - aos profissionais envolvidos no processo de formação dos Profissionais de

Administração, cumpre informar, orientar e esclarecer sobre os princípios e

normas contidas neste Código.

XI - cumprir fiel e integralmente as obrigações e compromissos assumidos, relativos

ao exercício profissional;

XI - manter elevados o prestígio e a dignidade da profissão.

Segundo o último levantamento realizado pelo CFA – Conselho Federal de

Administração, juntamente com os CRAs – Conselhos Regionais de Administração, a situação

dos Administradores registrados em Julho de 2014 era a seguinte:

Figura 02 – Posição dos registrados no sistema CFA/CRAs Fonte: administradores credenciados (2014)

Resumindo, atualmente, o Brasil possui mais de 390 mil Administradores registrados

no Sistema CFA/CRAs, entre pessoas físicas e jurídicas. E este número só aumenta.

Mas é preciso lembrar que a pesquisa só considerou os Administradores registrados. Ou

seja, ela não incluiu os Administradores recém-formados que ainda não realizaram o seu

registro, bem como os profissionais formados que não se registraram por não atuarem como

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Administradores. Ainda segundo a pesquisa, o estado de São Paulo é o que mais possui

Administradores registrados, com 63.463 (PF) e 7.811, seguido pelo Rio de Janeiro, com 46.451

(PF) e 5.201 (PJ). Minas Gerais aparece em terceiro.

Além de evidenciar o amplo crescimento da área de Administração no Brasil, esta

pesquisa liga o alerta para a alta concorrência no mercado, mostrando cada vez mais que a

especialização e desenvolvimento profissional são peças-chave hoje em dia. Segundo dados do

Censo da Educação Superior, realizado em 2012, o curso de Administração teve 833.042

matrículas somente naquele ano. Estes dados consolidam o curso superior em Administração

como o mais procurado do Brasil. Estima-se que, no Brasil, existem mais de 1.500 cursos

superiores de Administração, que formam, por ano, mais de 114 mil Administradores.

2.2 ADMINISTRAÇÃO RURAL

A administração rural é uma ramo da Administração que se utiliza das funções

administrativas (Planejamento, Organização, Direção e Controle) visando ao uso mais racional

e eficiente dos recursos para obter resultados compensadores e contínuos na condução de uma

empresa rural. Ao contrário da ciências técnicas, que tratam basicamente das relações entre

fatores de produção, a Administração Rural preocupa-se primeiramente com o problema de

conseguir a combinação mais lucrativa dos diversos fatores envolvidos na produção.

Resumidamente, a administração Rural, como ciência social, visa adequar os fatores de

produção a fim de otimizar os resultados do empresário rural. Seguindo nesse sentido os

objetivos basicamente são : administrar com mais eficiência os fatores de produção disponíveis

( terra, benfeitorias, maquinários; insumos e mão de obra), empregar tecnologia

adequadamente, em função das condições da propriedades e recursos do produtor; aumentar a

produtividade das atividades exploradas na propriedades; gerenciar os custos de produção da

empresa rural; minimizar os riscos de produção e do mercado; criar um bom ambiente de

trabalho, para que haja harmonia entre patrão e empregados; garantir melhoria na qualidade de

vida de todos aqueles que trabalham na propriedade; conservar e, se possível, aumentar o valor

do patrimônio; proteger o meio ambiente, especialmente os mananciais de água e as matas

ciliares; elevar o prestigio do produtor junto à comunidade onde atua; contribuir para que a

propriedade agrícola se transforme em empresa rural e possa manter o homem no campo,

gerando excedentes para exportação. (Silva 2013).

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Para que possamos desenvolver a Administração Rural, será necessário que se adote o conceito de “unidade de produção”: a área de terra onde se realiza a produção agropecuária. Essa área poderá ser dividida em talhões, glebas ou invernadas, quando a exploração é a pecuária. Convém esclarecer ainda que uma unidade de produção poderá ser uma área destinada ao cultivo de soja, milho, feijão, batata, trigo, fruticultura, reflorestamento etc. (Silva p.30 2013).

A gestão do estabelecimento rural pode ser dividida em duas categorias amplas:

estratégica e tática. A gestão estratégica consiste em traçar o rumo geral de longo prazo do

negócio. A gestão tática consiste em ações de curto prazo que mantêm o negócio se movendo

no rumo escolhido até que o objetivo seja alcançado. Sempre fazer certo as coisas não é sufi-

ciente para garantir o sucesso na agropecuária. Agricultores e pecuaristas precisam também

fazer as coisas certas. A gestão estratégica busca descobrir quais são as coisas certas para um

negócio específico em um dado momento. Simplesmente fazer o que a geração anterior fazia

não manterá o estabelecimento competitivo no longo prazo.

2.2.1 Conceito de Empresa Rural

Empresa é um organismo técnico-econômico que coordena a natureza, o capital, o

trabalho e a tecnologia com o propósito de transformar a riqueza em utilidades ou serviços e de

obter lucro, através da satisfação de necessidades individuais ou coletivas. Empresa rural é uma

unidade de produção que possui elevado nível de capital de exportação e alto grau de

comercialização, tendo como objetivo técnico a sobrevivência, o crescimento e a busca do

lucro.

Uma empresa rural pode ser classificada sob vários aspectos; o que define essa classificação é sua finalidade. Esta pode ser determinada, por exemplo, simplesmente para efeito de tributação (fixação de alíquotas de imposto), ou ainda para efeito de obtenção de linhas especiais de créditos. Além disso, a empresa poderá ser classificada em função dos aspectos jurídicos, medidas de rendimentos e fins administrativos. (Silva p. 34 2013).

Os pesquisadores da Universidade de Harvard, John Davis e Ray Goldberg, já em 1957

enunciaram o conceito de agribusiness como sendo “a soma das operações de produção e

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distribuição de suprimentos agrícolas, das operações de produção nas unidades agrícolas, do

armazenamento, processamento e distribuição dos produtos agrícolas e itens produzidos a partir

deles”.10 Segundo esses autores, a agricultura já não poderia ser abordada de maneira

indissociada dos outros agentes responsáveis por todas as atividades que garantiriam a

produção, transformação, distribuição e consumo de alimentos. Eles consideravam as

atividades agrícolas como fazendo parte de uma extensa rede de agentes econômicos que iam

desde a produção de insumos, transformação industrial até armazenagem e distribuição de

produtos agrícolas e derivados. Batalha (2001).

Para Silva (2013) empresas rurais classificam-se em agrícolas, pecuárias e mistas.

Empresas rurais agrícolas são aquelas que exploram somente atividades relacionada a

agricultura, podendo ser especializadas, quando cultivam apenas uma cultura, anual ou perene

(como soja, café, cacau, ou cana-de-açúcar), ou diversificada, quando exploram várias

atividades agrícolas ao mesmo tempo, ou seja, empresas que cultivam milho, soja, arroz e café.

Já as de ramo pecuárias são aquelas que desenvolvem atividades somente pecuárias.

Estas também podem ser classificas como especializadas, quando exploram somente uma

atividade, a exemplo de uma empresa rural que crie gado de corte e de leite ou frango de corte

e galinhas poedeiras. Elas podem ser diversificadas, quando exploram, ao mesmo tempo, mais

de uma atividade pecuária (gado de leite e granja de suínos).

E por fim, empresas rurais mistas são aquelas que exploram, ao mesmo tempo,

atividades agrícolas e pecuárias, sendo neste caso, consideradas empresas diversificadas por

terem, pelo menos, duas atividades. Como exemplo, há as empresas rurais que exploram

simultaneamente café, gado de leite, milho, suínos, soja e gado de corte.

Para, Batalha (2001) um sistema de commodities engloba todos os atores envolvidos

com a produção, processamento e distribuição de um produto. Tal sistema inclui o mercado de

insumos agrícolas, a produção agrícola, operações de estocagem, processamento, atacado e

varejo, demarcando um fluxo que vai dos insumos até o consumidor final. O conceito engloba

todas as instituições que afetam a coordenação dos estágios sucessivos do fluxo de produtos,

tais como as instituições governamentais, mercados futuros e associações de comércio. O

conceito de sistemas agroindustriais como unidade de análise com base nos produtos de origem

rural.

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Figura 03 - esquema da produção Fonte: Batalha (2001, p. 29)

O setor do agronegócio no Brasil representa aproximadamente 25% do PIB brasileiro,

gerando em torno de 35% do total de empregos (ABAG, 2012). As suas cadeias produtivas são

formadas por uma ampla variedade de organizações, desde grandes corporações multinacionais

das indústrias de agroquímicos, processamento e distribuição de alimentos, energias e fibras,

até empresas ligadas à produção rural, formadas por organizações cooperativas e empresas

familiares de distintos portes.

2.2.2 Definição do Porte

A classificação quanto ao tamanho não se refere apenas a extensão da superfície

territorial (área), mas adota outros parâmetros, tais como a área explorada por cada atividade;

número de cabeças em cada atividades pecuária; capital investido; volume de produção anual,

total de despesas e receitas anuais e quantidade de mão de obra empregada atualmente,

silva(2013).

Quanto a dimensão (área), as empresas rurais podem ser classificadas em grandes,

media e pequenas de acordo com os parâmetros que melhor se adaptem às atividades e aos

padrões encontrados na região. Na realidade, não existe medidas padrões que determinam com

segurança se uma propriedade é pequena, média ou grande. O que existe são alguns conceitos

que normalmente são aplicados nesse caso. Silva (2013).

Exemplo o modulo rural, estipulado pelo Ministério da Agricultura como propriedade

que representa a área mínima em que uma família de agricultores pode sobreviver. Modulo

rural é uma unidade de medida criada pelo Estatuto da Terra, fixada para cada microrregião

homogênea do país, por tipo de exploração, permitindo a comparação das dimensões dos

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imóveis rurais nas diferentes regiões do país. O modulo rural é calculado para cada imóvel, com

os dados constantes no respectivo cadastro, levando-se em consideração os tipos de exploração

existente no mesmo.

Para Silva (2013) Essa área varia de acordo com a região e o município. No caso de

Guarapuava, ela é de 18 há.

Quadro 02 -Numero de estabelecimento por região. Fonte: Sebrae RS

O critério mais antigo, criado por volta dos anos 50 ou 60, por órgãos governamentais, mais precisamente pelo antecessor do instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) o Instituto Nacional de desenvolvimento agrário (INCRA), classificava os proprietários de terra com área entre 80 a 100 há como “pequenos produtores”; e aqueles com áreas entre 100 a 500/600 há eram os “médios produtores” e os proprietários de terras com áreas superior a essa eram classificados como “ grande produtor”. Este critério permanece até hoje, mas continua a não identificar se o produtor e consumidor de insumos ou não. Outra face desse critério implementada pelo Banco do Brasil e hoje utiliza pela maioria dos bancos tem como base de referência o volume de credito tomado pelo produtor para o custeio de sua atividade. (SILVA 2013 p35).

Diante das informações mencionadas acima, cabe realçar a nossa preocupação com a

falta de critérios adequados e que sejam em sintonia com a realidade atual de nossa agricultura.

Assim, seria interessante a criação pela bancada ruralista do Congresso Nacional de um projeto

de classificação das propriedades rurais que contemple os diversos segmentos e interesses.

Nesse sentido, sugiro que, antes da votação desse projeto, haja um seminário nacional para

discuti-lo com a classe ruralista, com os profissionais que atuam na área e com os representantes

de todas as classes que congregam esse importante segmento de nossa economia. Silva(2013).

Essa definição também pode se dar pela receita do produtor rural como o exemplo na

tabela abaixo.

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Quadro 03 - Definição do porte dos produtores Fonte: SEBRAE RS

2.2.3 As Regiões e seus Principais Cultivos

Quando o café chegou ao Brasil era considerado como uma planta ornamental.

Em 1860 o café tornou-se definitivamente importante na economia brasileira, ao chegar à

região de campinas, no estado São Paulo. A partir deste fato, o café encontrou condições

físicas favoráveis para o seu desenvolvimento, tais como: solo fértil, clima tropical de

altitude, planalto ondulado, Rapidamente, o café atingiu lotes a oeste do Estado, e

posteriormente ocupou o Norte do PR, Sul de Minas e MS. O Brasil é considerado o maior

produtor mundial de café. (GLOBO RURAL 2013).

Segundo a revista Globo Rural (2013), cacau é um produto que nasceu no Brasil, sendo

cultivado primeiramente na Amazônia e atingindo o sul da Bahia, onde encontrou condições

favoráveis para o seu desenvolvimento, como clima quente e superunido, solo espesso e fértil.

Atualmente, a Bahia tem o cacau como o seu principal produto agrícola, sendo o maior

produtor de cacau do país. O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de cacau,

exportando principalmente para a Argentina, Estados Unidos, Europa e Japão.

A cana-de-açúcar chegou ao Brasil no século XVI através dos portugueses.

Inicialmente, este produto era cultivado principalmente na Zona da Mata Nordestina e no

Recôncavo Baiano. A cana-de-açúcar representa um importante produto na economia do

Brasil. Em 1930, o cultivo de cana-de-açúcar atingiu o Estado de São Paulo, que logo tornou-

se o maio produtor brasileiro de cana. O Brasil é considerado o maior produtor mundial de

cana-de-açúcar, exportando principalmente para os Estados Unidos, Europa e Rússia. Revista

globo Rural (2013). Hoje, o Brasil é o segundo maior produtor mundial de soja, sendo um

dos principais produtos de exportação do país. Entre os usos da soja estão a alimentação

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animal e óleo na alimentação humana, além de subprodutos como adubos, revestimentos,

papel, tintas e combustível (biodiesel).

• Soja no Brasil (segundo maior produtor mundial do grão)

Produção: 95,070 milhões de toneladas

Área plantada: 31,573 milhões de hectares

Produtividade: 3.011 kg/ha

Fonte: CONAB

• Mato Grosso (maior produtor brasileiro de soja)

Produção: 27,868 milhões de toneladas

Área plantada: 8,805 milhões de hectares

Produtividade: 3.165 kg/há

Fonte: CONAB 2014/2015

• Paraná (segundo produtor brasileiro de soja)

Produção: 17,136 milhões de toneladas

Área plantada: 5,204 milhões de hectares

Produtividade: 3.293 kg/ha (com quebra)

Fonte: CONAB 2014/2015

• Rio Grande do Sul (terceiro produtor brasileiro de soja)

Produção: 14,688 milhões de toneladas

Área plantada: 5,216 milhões de hectares

Produtividade: 2.816 kg/ha (com quebra)

Fonte: CONAB 2014/2015

A produção de milho no Brasil, juntamente com a de soja, contribui com cerca de 80%

da produção de grãos no Brasil. A diferença entre as duas culturas está no fato de que a soja

tem liquidez imediata, dadas as suas característica de commodity no mercado internacional,

enquanto o milho tem sua produção voltada para o abastecimento interno, embora recentemente

a exportação do milho venha sendo realizada em quantidades expressivas e contribuindo para

maior sustentação dos preços internos do milho. Apesar disto, o milho tem evoluído como

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cultura comercial apresentando, nas últimas décadas, taxas de crescimento da produção de 3,0%

ao ano e da área cultivada de 0,4% ao ano. (CONAB 2014/2015)

A figura abaixo apresenta a média de quatro anos, 2007 a 2010, da produção brasileira

de milho por estado. Observa-se que o Estado do Paraná, com mais de 13 milhões de toneladas,

é o maior produtor de milho do país. Nas faixas de 1 a 5 milhões de toneladas e de 5 a 10

milhões de toneladas, com exceção do Rio de Janeiro e Espírito Santo, está a grande parte dos

estados do Centro-Sul do Brasil. Bahia, Ceará, Sergipe, Maranhão e Pará têm se constituído em

nova fronteira para a produção de milho em escala comercial, principalmente, nas áreas de

cerrado, nos três primeiros, e sul do estado no último, aonde essa cultura vem sendo

impulsionada pela expansão da soja. No Ceará, a expansão do cultivo de milho se deve-se ao

aumento da demanda por este produto, que foi impulsionada pelo crescimento da produção de

aves no estado e no vizinho Pernambuco. Nos outros estados, a produção o de milho é marginal,

sendo caracterizada por cultivos familiares para consumo no estabelecimento. (EMBRAPA

2007 A 2010).

Figura 03 - Média de quatro anos, 2007 a 2010, da produção brasileira de milho por estado. Fonte: IBGE

O trigo é uma gramínea de ciclo anual, cultivada durante o inverno, consumido

em forma de farinha ou ração animal. No Brasil, a produção anual oscila próximo a 6 milhões

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de toneladas, com o cultivo do trigo nas regiões Sul (RS, SC e PR), Sudeste (MG e SP) e Centro-

Oeste (MS, GO e DF). O consumo se mantém inalterado nos últimos anos, com a demanda

brasileira em 10 milhões de toneladas. Historicamente, a cultura do trigo foi estabelecida no

Sul do país, onde está 90% da produção, contudo, com a evolução das pesquisas de

melhoramento genético, o trigo começa a avançar no Brasil Central. (EMBRAPA 2010).

A cevada é um cereal de inverno, utilizado na industrialização de bebidas, farinhas,

medicamentos, produtos dietéticos e sucedâneos de café. Ainda, é empregada na alimentação

animal como forragem e na fabricação de rações. No Brasil, a malteação tem sido a principal

aplicação econômica da cevada, com o consumo anual pela indústria cervejeira estimado em

um milhão de toneladas. A produção está concentrada na Região Sul, com registros de cultivo

também nos estados de GO e MG. Os resultados obtidos pela Embrapa consolidaram

a produção nacional e agora orientam a expansão do cultivo para o Cerrado do Brasil Central

sob irrigação, (EMBRAPA 2010).

A aveia é uma das principais culturas de inverno na Região Sul. Somente no Rio Grande

do Sul, a aveia ocupa mais de 2 milhões de hectares, tanto na cobertura do solo, como na

integração-lavoura-pecuária. Como alternativa às populações de aveia preta comum, sem

origem genética ou obtentor, mas ainda utilizadas em larga escala pelos agricultores, a Embrapa

Trigo desenvolve, desde 2012, um programa de melhoramento de aveia, (EMBRAPA 2010).

A canola é uma planta da família das crucíferas (como o repolho e as couves), destinada

a produção de óleos. No Brasil cultiva-se apenas canola de primavera, da espécie Brassica napus

que foi desenvolvida por melhoramento genético convencional de colza. Na Embrapa Trigo, as

pesquisas com canola estão voltada à composição de sistemas de produção, com a avaliação de

genótipos e o desenvolvimento de tecnologias de manejo da cultura e da colheita. A produção

está concentrada na Região Sul, mas conta com experimentos no Centro-Oeste do Brasil,

(EMBRAPA 2010).

O centeio é uma espécie adaptada a solos pobres, com sistema radicular profundo e

agressivo que lhe permite absorver água e nutrientes indisponíveis a outras espécies. Devido a

sua rusticidade e grande capacidade de desenvolvimento no inverno, o centeio pode fornecer

grãos para alimentação humana e animal, indústria de destilados, fornece forragem para feno,

silagem, pastoreio e palhada para cobertura de solo. Com grande capacidade de produzir

forragem verde palatável, o centeio é utilizado no Sul do Brasil em sistemas integrados de

manejo, rotação, preservação e produção agropecuária. (EMBRAPA 2010).

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2.2.4 A Agricultura e suas Tecnologias

Já imaginou máquinas agrícolas trabalhando em grandes lavouras sem nenhum operador

na cabine, mas sim no escritório? Para muitos especialistas essa cena poderá ser comum em um

futuro não muito distante. Enquanto a ciência estuda a viabilidade de veículos autônomos,

controlados à distância, produtores rurais apostam na agricultura de precisão, um pacote

integrado de tecnologias que está ganhado espaço em todo o mundo, inclusive no Brasil. O

sistema tem ajudado o campo a fazer uso racional dos insumos, dando à terra e às plantas doses

precisas de sementes, nutrientes e defensivos. Todo o planejamento é feito por agrônomos e

programadores, que dão ordem para as máquinas executarem as tarefas (wilens 2016).

Para Batalha (2007) Uma estratégia de inovação pode ter repercussão não somente sobre

as atividades da firma, mas também sobre todo o setor. Assim, uma inovação tecnológica em

dado elo da cadeia agroindustrial pode ter repercussão sobre a dinâmica de funcionamento de

todo o sistema. A observação destas repercussões potenciais pode revelar-se uma fonte

importante de informações sobre os ganhos diretos e indiretos advindos da implementação da

inovação.

A Agricultura de Precisão é um tema abrangente, sistêmico e multidisciplinar. Trata-se

de um sistema de manejo integrado de informações e tecnologias, fundamentado nos conceitos

de que as variabilidades de espaço e tempo influenciam nos rendimentos dos cultivos. A

agricultura de precisão visa o gerenciamento mais detalhado do sistema de produção agrícola

como um todo, não somente das aplicações de insumos ou de mapeamentos diversos, mas de

todo os processos envolvidos na produção. Esse conjunto de ferramentas para a agricultura pode

fazer uso do GNSS (Global Navigation Satelite System), do SIG (Sistema de Informações

Geográficas), de instrumentos e de sensores para medidas ou detecção de parâmetros ou de

alvos de interesse no agroecossistema (solo, planta, insetos e doenças), de geoestatística e da

mecatrônica,(GLOBO RURAL 2015).

Mas a AP não está relacionada somente ao uso de ferramentas de alta tecnologia, pois

os seus fundamentos podem ser empregados no dia-a-dia das propriedades pela maior

organização e controle das atividades, dos gastos e produtividade em cada área. O emprego da

diferenciação já ocorre na divisão e localização das lavouras dentro das propriedades, na divisão

dos talhões ou piquetes, ou simplesmente, na identificação de “manchas” que diferem do padrão

geral. A partir dessa divisão, o tratamento diferenciado de cada área é a aplicação do conceito

de AP, (GLOBO RURAL 2015)

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Os primeiros fundamentos teóricos da Agricultura de Precisão surgiram em 1929, nos

Estados Unidos, porém tornou-se mais conhecida na década de 80, devido aos avanços e à

difusão dos sistemas de posicionamento geográfico, sistemas de informações geográficas,

monitoramento de colheita e também à informática. Além de destacar-se nos EUA, ganhou

grande notoriedade em países como Alemanha, Argentina, Austrália, Inglaterra e Brasil. No

país, as primeiras pesquisas na área foram realizadas na década de 90.

Segunda a Revista Globo Rural (2015), no Brasil, o tema vem sendo divulgado em vários

eventos importantes onde pesquisadores, empresas e produtores são reunidos: o SIAP

(Simpósio Internacional de Agricultura de Precisão) e o ConBAP (Congresso Brasileiro de

Agricultura de Precisão). No SIAP de 2007, coordenado pelo Mapa (Ministério da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento) foi instalado o Comitê Brasileiro de Agricultura de Precisão, um

grande avanço para o setor. Nele foram reunidos os principais atores da Agricultura de Precisão

no País, fornecendo importantes subsídios para que as políticas públicas possam ser

contempladas. As ferramentas no mercado também avançaram, surgiram novos sensores e

equipamentos, tornando a prática da AP cada vez mais acessível, com custos mais compatíveis

e integráveis ao dia-a-dia de uma propriedade agrícola,

2.3 AGRICULTURA FAMILIAR

O ponto de partida para se falar em agricultura familiar é o seu conceito que pode ser

compreendido como aquela em que a família, ao mesmo tempo em que é proprietária dos meios

de produção, assume o trabalho nos estabelecimentos produtivos (BRUMER et al 2001).

Falar em agricultura familiar e, como consequência utilizar a noção de uma base familiar

como a principal alternativa de produção, consumo e convívio é algo por demais difícil e

polemico; é adentrar por um terreno movediço, um campo de discussões e análise que manifesta

ambiguidades. A propriedade rural pode fazer parte do novo modelo estabelecido no ambiente

dos agronegócios, reconhecendo a importância da integração dos diversos elos da cadeia

produtiva. A propriedade rural deve ser encarada como uma verdadeira empresa, buscando

obter conhecimentos acerca dos mercados em que opera e aumentando o relacionamento com

os segmentos industriais e canais de distribuição (BATALHA, 2014).

A agricultura familiar não é uma categoria social recente, nem a ela corresponde uma

categoria analítica nova na sociologia rural. No entanto, sua utilização, com o significado e a

abrangência que lhe tem sido atribuídos nos últimos anos, no entanto o Brasil, assume ares de

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novidade e renovação, fala se de uma agricultura familiar como um novo personagem, diferente

do camponês tradicional, que teria assumido suas condições de produtor moderno; propõem-se

políticas para estimulá-los fundadas em tipologias que se baseiam em uma viabilidade

econômica e social diferenciada. Mas afinal, o que vem a ser uma agricultura familiar? A

agricultura familiar é um conceito genérico, que incorpora uma diversidade de situação

especificas e particulares (BRUMER ET AL 2001).

Estudos empíricos demonstram que algumas características das propriedades e dos

produtores rurais facilitaram a adoção de tecnologias sustentáveis (BATALHA, 2014). As

propriedades rurais podem ser classificadas sob vários aspectos, o que define essa classificação

é sua finalidade.

É importante salientar que a definição conceitual de agricultura familiar não determina

limites máximos de área para as propriedades. Na prática, é o nível de desenvolvimento

tecnológico e os sistemas de produção adotados que limitam a extensão da área que pode ser

explorada com base no trabalho familiar, porém, no caso brasileiro, a aplicação desse conceito

poderia falsificar o universo de agricultores familiares, já que latifúndios improdutivos

poderiam ser computados como unidades familiares (SOUZA e BATALHA 2009).

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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Neste capitulo apresentam-se os procedimentos metodológicos utilizados na

investigação. Iniciando com o delineamento da pesquisa logo após apresenta-se a justificativa

quanto aos objetivos, abordagem procedimentos a serem utilizados para que se possa obter os

resultados da forma mais correta possível.

3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA

Pesquisa significa, obter respostas para questões que competem a realidade e prática.

Para gill(1999), a pesquisa tem caráter pragmático, é um “processo formal e sistemático de

desenvolvimento do método cientifico. O objetivo fundamental da pesquisa é descobrir

respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos”. Já Rummel(1999)

a pesquisa possui dois significados, pois num sentido amplo engloba todas as investigações

especializadas e completas e num sentido mais restrito abrange os vários tipos de estudos e

investigações de forma mais aprofundada.

O estudo se caracteriza por uma pesquisa exploratória sendo descobertas de novas

relações (HAIR Jr et al.,2005), com o objetivo de se familiarizar com o problema e aprimorar

ideias.

A pesquisa exploratória abre uma janela para identificarmos as percepções,

comportamentos e necessidades do consumidor (SWADDLING; ZOBEL, 1996) e tem como

objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torna-lo mais explícito

ou a construir hipóteses (GIL, 2007) e também possibilitar a compreensão do problema

enfrentado pelo pesquisador.

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Este trabalho tem por objetivo analisar a percepção dos gestores na profissionalização

da gestão das propriedades, Em relação à abordagem do problema, será uma pesquisa

qualitativa e quantitativa.

Lakatos e Marconi (2008. p. 27) afirmam que a pesquisa qualitativa pode ser

caracterizada como a tentativa de uma compreensão detalhada dos significados e características

situacionais. Quanto ao propósito trata-se de uma proposição de planos que, segundo Diehl e

Tatim (2004, p. 56) tem a finalidade de apresentar propostas de planos ou sistemas para

solucionar problemas organizacionais. Para Gil (2008) o estudo de caso é caracterizado pelo

estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos de maneira a permitir o seu

conhecimento amplo e detalhado, tarefa praticamente impossível mediante os outros tipos de

delineamento considerados. Esse método de pesquisa foi fundamental, pois envolve um estudo

mais profundo e detalhado da organização, demonstrando maior número de informações em

relação aos procedimentos da empresa, que é o objetivo do estudo.

A pesquisa tem o foco no médio e grande produtor rural de Tapera – RS, através de uma

análise exploratória qualitativa e quantitativa, relatando o assunto de forma clara e específica.

3.2 VARIÁVEIS DE ESTUDO/CATEGORIAS DE ANÁLISE

a) Necessidade e importância do administrador na gestão das propriedades rurais

em razão de que as dificuldades e perspectivas apontadas no decorrer da pesquisa,

torna-se claro o gargalo que possui o setor do agricultura, referente a forma que é

realizada a administração dessa potência nacional.

b) A importância da formação em administração para ser gestor da propriedade

rural, Maximiano em suas exposições aponta a administração como um “processo

de tomar, realizar e alcançar ações que utilizam recursos para alcançar objetivos”

(Maximiano 2000 p.25). Essas ações compreendem quatro processos principais

interligados; planejamento, organização, execução e controle.

c) Perfil do profissional de administração, Sobre o perfil do administrador,

considera-se adequado formar um profissional dotado de visão estratégica, com

sólida formação básica em diversas as áreas, capaz de identificar e definir problemas

e desenhar soluções de forma sistêmica. Esse profissional deve ter capacidade

empreendedora e inovadora, abertura a mudanças, e deve ser dotado de iniciativa e

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capacidade de liderança, pois dele partirão decisões que influenciarão o ambiente

onde atua. Precisa ter gosto por aprender continuamente.

3.3 UNIDADE DE ANÁLISE, POPULAÇÃO E AMOSTRA.

Determinamos o tamanho da amostra da pesquisa para os médios e grandes produtores

rurais de Tapera RS, utilizando a fórmula proposta por (BARBETTA 2001) para cálculo do

tamanho da amostra:

Considerando:

N: tamanho da população;

n: tamanho da amostra;

no: uma primeira aproximação do tamanho da amostra; e

Eo: erro amostral tolerável

Se admitirmos numa primeira aproximação um erro amostral tolerável de 8%.

Fonte: Emater – Tapera - RS

De acordo com Diehl e Tatim (2004, p.64) “população ou universo é um conjunto de

elementos passíveis de serem mensurados com respeito às variáveis que se pretende levantar”.

Quanto à amostra, “é uma porção ou parcela da população convenientemente selecionada”.

Na pesquisa, considerou-se a amostragem não probabilística, sendo feita de forma

intencional, dirigindo-se a determinados elementos da população que se desejou estudar. A

amostra da pesquisa, portanto foi formada por gestores da Propriedades rurais de médio e

grande porte na cidade de Tapera-RS, que tem como tarefa, identificar a percepção dos gestores

N = 50

Definindo o erro amostral tolerável em 2% E0 = 0,02

n0 = 1 / (E0)2

n0 = 1 / (0,08)2 n0 = 204,00

n = (N . n0) / (N + n0) n = (50 . 204) / (50 + 204) n =41 produtores de médio e grande porte de tapera- RS

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rurais a respeito da profissionalização da administração em propriedades rurais. No total

participaram 41 gestores de propriedades rurais.

3.4. PLANO DE COLETA DE DADOS

A coleta de informações sobre o tema em questão será através de pesquisas com os,

gestores abordando os dados primários, As técnicas de coleta de dados devem ser escolhidas e

aplicadas pelo pesquisador conforme o contexto da pesquisa, porém deve-se ter em mente que

todas elas possuem qualidade e limitações, uma vez que são meios cuja eficácia depende de sua

adequada utilização. Para coleta de dados primários as principais técnicas são a pesquisa, o

questionário, o formulário, dados colhidos e registrados pelo pesquisador (DIEHL; TATIM,

2004, p. 65).

Segundo Mattar (2001, p. 48), as fontes ou dados primários “são aqueles que não foram

antes coletados, estando ainda em posse dos pesquisadores, e que são coletados com propósito

de atender às necessidades específicas da pesquisa em andamento”.

3.4.1 Instrumento de coleta de dados

Como fonte de coleta de dados primários optou-se por utilizar o questionário. Segundo

Diehl e Tatim (2004, p. 68) o questionário é um dos instrumentos de coleta de dados, cujo

objetivo principal está à descrição das características de determinada população ou fenômeno,

estabelecendo relações entre elas. A entrevista é um encontro entre duas pessoas cujo objetivo

é que uma delas obtenha informações a respeito de determinado assunto mediante uma

conversação de natureza profissional

O questionário foi elaborado a partir de perguntas fechadas e abertas que permitiram

respostas livres e opiniões dos envolvidos.

3.4.2 Procedimento de coleta dos dados

As pesquisa foram aplicadas em gestores de propriedades rurais de médio e grande porte

na cidade de Tapera-RS.

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3.5. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Para a análise e interpretação de dados a técnica mais apropriada é através da utilização

de ferramentas estatísticas descritivas simples

Os questionários foram analisados através do conteúdo das respostas. Os questionários

serão analisados através do conteúdo das respostas. Após os dados devem ser tabulados em

planilhas eletrônicas, utilizando-se o software Excel para aquelas questões que podiam ser

contadas. As respostas quantitativas foram analisadas através da técnica estatística descritiva

simples. E as respostas da entrevista foram analisadas mediante Análise de Conteúdo.

De acordo com Bardin (2000, p. 31) a análise de conteúdo é um conjunto de técnicas de

análise das comunicações, trata se de um instrumento marcado por uma grande disparidade de

formas e adaptável a um grupo de aplicação muito vasto, as comunicações. E foram

interpretadas à luz do referencial teórico adotado.

Para Gil (2008), a análise dos dados tem por finalidade organizar e sumariar os dados

de tal forma que possibilitem respostas ao problema proposto para investigação. Já a

investigação é o sentido mais amplo das respostas, o que é feito mediante relação a outros

conhecimentos obtidos anteriormente.

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4 APRESENTAÇÃO E DISCUÇÃO DOS DADOS OBTIDOS

O capítulo estrutura-se em 7 seções onde apresentam-se os dados obtidos com a aplicação da

pesquisa, bem como discute-os e correlaciona-os às teorias embaçadoras e, por fim, sugestionam-se

medidas.

4.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA AGRICULTURA NO MINICIPIO DE TAPERA

O município caracteriza-se pela predominância do sistema de produção soja/milho (verão) e

trigo/cevada e aveia no inverno. Os solos do municípios classificam-se como “lotossolos Vermelho

Distrófico típico – unidade Passo Fundo”, caracterizando-se como solos profundos, argilosos e argilo-

arenosos, bem estruturados. O relevo é levemente ondulado, com coxilhas suaves e declividades

variáveis entre 5 a 20%. Solos aptos à cultivos anuais, Tipo 3.

Observa-se uma intensificação nos sistemas produtivos dos grãos (soja, milho, trigo e cevada),

com o uso de equipamentos com maior capacidade operacional e rendimento. É perceptível anualmente

a contratação de áreas, devido à aquisição por terceiros. Nos anos favoráveis de clima, as produtividades

tem alcançado índices altos, com alcance de 3.600 a 4.200 kg/há de soja, 9.000 a 10.800 kg/há de milho

e 3.600 kg/há de trigo. Devido aos preços remunerados dos grãos, os produtores tem utilizado um grande

número de produtos nas lavouras, sendo pouco ou quase nada.

Geograficamente Tapera/RS, considerando a média de anos, as condições climáticas são mais

favoráveis à obtenção de rendimentos satisfatório em comparação com anos de frustação. Eventos

climáticos adversos (estiagem, granizo, ou geadas) pontualmente ocorrem, mas não podem ser

considerados eventos pré-determinados, (Emater 2016).

4.2.1 Faixas de Escolaridade do Gestor da Propriedade.

Com o intuito de identificar a percepção dos gestores rurais a respeito da

profissionalização da administração em propriedades médias e grandes de Tapera/RS, foi

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aplicado um questionário com 12 pergunta sendo 8 delas perguntas fechadas e 4 com perguntas

abertas. Quando questionado sobre a faixa de escolaridade do gestor obtivemos a

predominância com 15,37% dos entrevistados na faixa do 5º ao 8º ano do ensino fundamental.

Chama atenção o fato da baixa escolaridades dos gestores, e são eles que tomam as

decisões da propriedades, que por mais que utilizam de toda sua experiência, a figura abaixo

deixa claro que aqui está um grande ponto negativo nesta parte de gestão, já que apenas 3,7%

dos gestores entrevistados possui alguma formação superior.

Gráfico 01 – 5 Faixas de Escolaridade dos Gestores.Fonte: Dados da pesquisa

4.2.2 Faixa médias de hectares por propriedade

Ao ser questionado sobre a faixa de hectares, que a propriedade possui obtivemos um

certo equilíbrio entre os entrevistados onde a predominância se deu na faixa de 50 a 100 hectares

com 10,25% dos respondentes, porem logo atrás obtivemos a faixa 200 a 500 hectares e com o

mesmo índice de 10,24% também está a faixa de 150 a 200 hectares como demonstra a figura

abaixo. Comparando a pesquisa aplicada com os dados obtidos na Emater do município de

Tapera/RS o equilíbrio entre os números das propriedade se dá através das condições do clima

favorável a agricultura e incentivos locais que mantem essas propriedades sempre ativas e

buscando cada vez mais aumentar a produtividade na mesma área de produção.

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Gráfico 02 – 6 Faixas de hectares da propriedade. Fonte: Dados da pesquisa

4.2.3 Grupo Familiar

A questão seguinte teve como objetivo identificar e enquadrar a propriedade como

agricultura familiar ou privada. Na figura abaixo, pode-se identificar o número expressivo de

24,58% dos gestores entrevistados, responderam que no grupo familiar trabalham diretamente

com a agricultura de 3 a 4 pessoas. Através destes dados podemos concluir que as propriedades

rurais são basicamente formada pela família ou seja pode ser considerado como agricultura

familiares. O ponto de partida para se falar em agricultura familiar é o seu conceito que pode

ser compreendido como aquela em que a família, ao mesmo tempo em que é proprietária dos

meios de produção, assume o trabalho nos estabelecimentos produtivos (BRUMER et al 2001).

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Gráfico 03 – 7 Grupos Familiar Fonte: Dados da pesquisa

4.2.3 A propriedade possui empregados.

Com base na pesquisa aplicada, pode-se concluir que a grande parte das propriedades

ainda trabalham somente com o grupo familiar e muitas destas se tornam sucessiva a novas

gerações que permanecem no campo, o gráfico torna o número expressivo com o índice de

30,73% dos gestores entrevistados não possui nenhum tipo de empregado, deixando claro com

o índice de 13,32% que somente, algumas das propriedade de grande porte possui funcionários.

A figura abaixo nos mostra com certa clareza que o gestor está focado diretamente na produção

e conciliando a gestão, o que indica sobrecarga de atividades a qual pode comprometer o

sucesso e o crescimento da propriedade.

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Gráfico 04 – 8 Relação de Empregados nas Propriedades. Fonte: Dados da pesquisa

4.2.3 O gestor trabalha diretamente na produção.

Todos os gestores, nos eventos do dia-a-dia, devem ter a capacidade de reconhecer

problemas e oportunidades relacionados a desempenho, tomar decisões acertadas e agir de

maneira apropriada. Eles o fazem através do processo de administração, planejar, organizar,

liderar e controlar a utilização dos recursos para atingir os objetivos relativos a desempenho.

Como citado anteriormente foi identificado um grande gargalo que é o gestor apenas conciliar

a gestão com a produção deixando de lado a busca por novas estratégias que poderiam alavancar

sua produção. Podemos visualizar na figura abaixo que dos 41 entrevistados apenas 3,7 % não

tralham diretamente na produção.

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Gráfico 05 – Gestão X Produção Fonte: Dados da pesquisa

4.2.3 Ferramentas de gestão utilizadas nas Propriedades

Quais as principais ferramentas de gestão que são utilizadas no dia a dia da Propriedade?

Foi a primeira pergunta aberta do questionário onde foram coletadas informação de como

realmente é realizada a gestão das Propriedades nos quais seus gestores foram entrevistados.

Com cerca de 30% dos entrevistado nota-se o grande comprometimento com o controle

de gastos da propriedade esse controle aparece como a principal ferramenta de gestão. Ele é

realizado de várias maneiras como anotações em cadernos, livros caixas, e planilhas do Excel

onde é registrado compras de insumos, sementes, maquinários etc. Podemos identificar também

que cerca de 5% dos entrevistados utilizam o conhecimento dos filhos que estão cursando algum

tipo de curso com nível superior. E por fim temos outra parte com 5% dos entrevistados que

utilizam indicações da cooperativa através dos agrônomos.

Como tudo podemos identificar a falta de uma boa gestão que pode ser implementada

por um administrador com sua devida formação no qual ele implementaria estratégias de gestão

com uma visão empreendedora do negócio.

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4.2.4 Gestão dos funcionários

A sétima pergunta do questionário, sendo ela aberta com o intuito de identificar como é

realizado o trabalho de gestão, dos funcionários da propriedade rural teve um auto índice

chegando a 30.73% dos respondentes que não possui se quer algum tipo de empregado o

restante dos entrevistado que possuem empregados em suas propriedades realizam este trabalho

de gestão no dia-a-dia, terceirizando a parte burocrática como folhas de pagamentos a

escritórios de contabilidade, porém acertos como aumento de salários, período de férias são

tratados diretamente com o gestor da propriedade.

4.2.5 Compra de matéria prima

Quando perguntado em uma pergunta do tipo aberta, a forma como é dada a compra de

insumos, adubos e sementes obtivemos quase um resultado em massa, pois cerca de 35% dos

gestores entrevistados já realizam o pedido para o próximo ano ou seja, durante o ano agrícola

atual já é realizado uma estimativa para o próximo ano, essa estimativa é realizada pela

cooperativa onde o gestor entrega sua produção. Isso acontece porque o gestor que entrega na

cooperativa ele é associado e tem um benéfico, fidelidade, que eles chamam de retorno ou seja,

ex: a cada R$100,00 gasto ou entregue em produto na cooperativa o associado recebe no final

do ano após a assembleia R$ 1,00. Porém não são todos, temos cerca de 5% dos entrevistados

que realizam pesquisa de preço com no mínimo dois fornecedores, e ainda dentro deste índice

de 5% possui alguns que realizam troca de insumos por semente com cerealistas.

4.2.6 Dificuldades na gestão

Na última questão do tipo aberta do questionário, foi perguntado para os gestores quais

as principais dificuldades na gestão das propriedades rurais, e o índice mais uma vez foi

disparado chegando a 36% dos entrevistados que responderam que a principal dificuldade era

entender o mercado ou seja saber o momento certo tanto para realizar a venda do seu produto

como no momento de realizar a compra de insumos essa dificuldade percebida pelos gestores

está ligada ao momento turbulento que estamos vivendo em nosso pais, como a crise

econômica, política e o caminho para se acertar o momento da venda e compra está no

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conhecimento e nas informações e previsões divulgadas pelo noticiário. O agronegócio é uma

atividade produtiva que apresenta algumas características econômicas e de alto risco econômico

devido a dependência que os fatores climáticos, o elevado tempo em que algumas culturas

permanecem no campo sem apresentar retorno esperado do investimento realizado, a

dificuldade da comercialização devido à elevada perecibilidade dos produtos. Além disso, há

de se considerar a volatibilidade e dúvidas a respeito dos preços que serão recebidos, o que faz

da agropecuária, em certos momentos, um verdadeiro jogo de incertezas de elevado risco

financeiro. E como alternativa para se dar bem neste jogo podemos acompanhar o mercado que

funciona na Bolsa e onde são transacionados contatos de produtos agropecuários, com um preço

determinado para uma data futura. No Brasil, os contratos futuros são negociados na Bolsa de

Mercadorias & Futuros (BM&F), localizada em São Paulo. No mercado futuro da BM&F são

negociados contratos referentes a uma quantidade de produto agropecuário, de acordo com uma

especificação de qualidade, classificação, não existindo necessariamente a intenção de

comercializar produtos físicos diretamente na Bolsa. Isto é, mercado futuro em Bolsa é

um mercado de contratos, de intenções, onde na realidade são negociados “preços” futuros de

uma mercadoria.

E temos o outro índice que chega a 5% que alegam como principal dificuldades a falta

de mão de obra qualificada, já que o setor da agricultura está em grande evolução tecnológica

e dentro do índice de 5% temos um caso específico em que o gestor relata que a principal

dificuldade está na sucessão da sua propriedade.

4.2.7 Você conhece algum administrador capaz de gerir uma propriedade

Este é um ponto muito importante e a ser observado, pois quando perguntado se o gestor

conhecia algum administrador capaz de gerir uma propriedade foi atingido um índice 31,43%

que sim ele conhecia administradores de empresa, porém não tinha o conhecimento que esse

mesmo administrador que hoje está atuando em empresas, industrias, bancos e o mesmo

administrador que pode alavancar ainda mais sua propriedade, depois de saber aa importância

de se ter um bom gestor com sua devida formação em administração, se obteve um índice de

32,44% de aprovação do administrador realizando a gestão da propriedade ou seja foi

identificada uma oportunidade profissional para atuação como administradores rurais.

De acordo com a pesquisa nacional sobre o perfil dos administradores registrados no

Conselho Federal de Administração, 2,24% trabalham no setor do agronegócio.

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Gráfico 06 – 10 Administradores Rurais. Fonte: Dados da pesquisa

4.2.8 O profissional de administração

Quando perguntado na 11º do questionário, se o gestor concorda que um administrador

com a sua devida formação possui uma visão estratégica que pode ser capaz de alavancar ainda

mais o setor agrícola Brasileiro, obtivemos uma grande aceitação por partes dos gestores

ultrapassando a faixa de 28% dos 41 gestores entrevistados e essa aceitação continua pois mais

de 12% não concordaram totalmente porem assinalaram que concordam em partes restando

somente pouco mais de 1% que discordam. No entanto fazendo a interpretação deste gráfico

deixa ainda mais claro o gargalo que possui para futuros administradores se especializar em

administração rural.

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Gráfico 07 – 11O Profissional de Administração Fonte: Dados da pesquisa

4.2.9 Propriedade Rural

Enfim, na última questão do tipo fechada, e última do questionário foi perguntado se o

gestor concorda que sua propriedade é de certa forma uma empresa. Através da interpretação

dos dados obtidos conclui-se que a maioria, chegando ao elevado índice de 33,81% dos

entrevistados, reconhecem que sua propriedade é sim de certa forma uma empresa. Outros

7,17% concordaram em parte com o proposito e obtivemos também 1,2% dos entrevistados que

discordaram em partes com o propósito da questão. Analisando o resultado obtido, chama

atenção que os gestores das propriedade que concordaram, justificaram que é a principal fonte

de renda explorada pelos mesmos, porém não possuem natureza jurídica e nem métodos

administrativos que poderiam ajuda-los nas tomadas de decisões. No entanto a pesquisa deixa

claro o desconhecimento ou até mesmo uma certa discriminação aos profissionais de

administração pelo fato da maiorias, dos proprietários ter uma grande insegurança

principalmente no quesito, tomada de decisão, e ao que se refere ao seus recursos financeiros.

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Gráfico 09 – 12 Propriedade Rural Fonte: Dados da pesquisa

4.3 SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES

O profissional de Administração no âmbito de uma empresa realiza, basicamente, o

gerenciamento dos recursos, bem como do cotidiano das tarefas e da satisfação dos

colaboradores organizacionais além de realizar o planejamento e execução de estratégias que

auxiliem a empresa a alcançar seus objetivos e metas. A importância de um administrador para

o sucesso de uma empresa ganha especial relevo no contexto atravessado pela economia

mundial, intensamente globalizada e que envolve, rotineiramente, operações e diálogos

construtivos e colaborativos. Assim, se considerarmos a amplitude da abrangência das

competências do administrador, torna-se inegável a sua indispensabilidade para o sucesso da

empresa.

Um processo de gestão de uma organização requer que haja alguém que pense

estrategicamente o negócio, que gerencie as finanças e os processos produtivos, que motive e

envolva as pessoas num espírito de equipe fazendo com que todos estejam comprometidos com

a organização, que sua marca, produto ou empresa sejam reconhecidos pelo mercado e que tudo

isto gere resultados positivos. Em organizações formais e melhores estruturadas há um

organograma com seus diversos departamentos passando pela alta direção, gerências diversas

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até chegar aos operacionais, e em cada caixinha do organograma há pelo menos uma pessoa

identificada e responsável por aquele setor ou departamento.

Temos então, um grande e espetacular desafio aos gestores de propriedades rurais que

são simples e orgulhosamente chamados de produtores rurais. Por isso o desafio do produtor

rural, para gerenciar sua propriedade é extremamente elevado e as exigências de formação e

conhecimento são tão grandes que é fácil de entender por que os produtores rurais ainda não

são tratados e reconhecidos como empresários deste tão importante segmento da economia, que

é o da produção rural.

Tendo o real conhecimento da importância do administrador para tornar o negócio mais

assertivo em suas decisões sugere-se: minimizar este gargalo por meio de encontros com os

proprietários das propriedades, buscando informações através de pequenas palestras onde haja

participação de entidades e órgãos vinculados ao profissional administrador.

Sabe-se que frequentemente é realizado o dia de campo, para apresentar novos produtos

e como sugestão pode se utilizar desses encontros para se realizar treinamentos e apresentar aos

gestores das propriedades ferramentas de gestão a serem aplicadas em suas propriedades.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o agronegócio Brasileiro ganhando cada vez mais força e no momento sendo o

setor destaque da economia, o objetivo deste trabalho foi realizar um estudo que investiga a

percepção dos gestores rurais a respeito da profissionalização da Administração em

propriedades médias e grandes de Tapera/RS. Há especificidades na qualificação dos gestores

das propriedades rurais, pois todo gestor que está à frente para tomar decisões, que irão impactar

diretamente no seu sucesso ou fracasso, deveria ter domínio e conhecimento técnico e

estratégico, uma vez que, de acordo com a pesquisa e demonstrado na figura 12, a maioria dos

respondentes concordaram que a propriedade rural é considerada uma empresa.

O estudo revela que atualmente o grau de profissionalização dos gestores ativos nas

propriedades rurais de Tapera/RS está abaixo do nível determinado para cargos de gestão, ou

seja a grau de profissionalização é muito razoável e conhecendo a relevância do agronegócio

Brasileiro, deveríamos ter grandes profissionais de administração na gestão dessas

propriedades, maximizando os lucros e resultados através de uma gestão com excelência

utilizando todos os métodos e ferramentas que o administrador possui.

A pesquisa nos traz dados do baixo índice de escolaridade dos gestores que muitos com

apenas o ensino fundamental estão gerindo suas propriedades apenas com a experiência herdada

mostrando-se insuficiente tendo em vista o atual contexto de competitividade do agrobussines

brasileiro e as inúmeras ferramentas e modelos que possibilitam uma gestão correta e eficaz.

Outro dado que chamou atenção no estudo foi a maneira como é realizada a compra dos

insumos, onde obtivemos um elevado índice de respondentes que realizam a compra

diretamente na cooperativa onde entregam seus produtos sem ao menos realizar uma pesquisa

de mercado comparando preços. Para tanto, sugere-se que os gestores façam cotações e

orçamentos com, pelo menos, três fornecedores, no qual poderia negociar preços e prazos. Além

disso, os produtores rurais podem estabelecer parcerias entre eles próprios e realizar o referido

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levantamento em formato de consórcio de produção, o qual proporcionará maior poder de

barganha na negociação de compra de insumos, sementes e defensivos.

A principal limitação para o andamento da pesquisa ocorreu em relação ao número de

propriedades de médio e grande porte de Tapera/RS, pois alguns órgãos tinham dados

desatualizados e incoerentes. Outra limitação que vale ressaltar refere-se a uma certa

desvalorização do profissional administrador na visão de alguns gestores, os quais após

tomarem um pouco de conhecimento acabaram concordando que o administrador com sua

devida formação pode proporcionar melhorias ao negócio rural.

Tendo o conhecimento deste gargalo que a falta de profissionalização na parte da gestão

das propriedades sugere-se a contratação de consultorias ou até mesmo um profissional de

administração para implementar ferramentas de gestão que integre planejamento, registro

histórico de informações e sistema de controle de custo para auxiliar o gestor nas tomadas de

decisões.

Como percepção vale ressaltar a experiência destes gestores que mesmo, muitos sem

conhecimento acadêmicos ou técnico conseguem manter a propriedade porem uma boa gestão

é um fator crucial para o sucesso de qualquer negócio, e no agronegócio não é uma exceção.

Para ter sucesso, os gestores de hoje precisam passar mais tempo tomando decisões e

desenvolvendo habilidades.

Já como contribuição o estudo proporcionou a contribuição acadêmica no fato de

investigar e difundir a relevância dos administradores no âmbito rural.

O estudo também aponta que agricultura familiar é predominante nas propriedades,

como consequência utilizar a noção de uma base familiar como a principal fonte de renda e

sustentabilidade financeira, mesmo que, a grosso modo, uma empresa familiar possui

peculiaridades específicas sendo comum um ambiente de discussões e ambiguidades. A

propriedade rural pode fazer parte do novo modelo estabelecido no ambiente dos agronegócios,

reconhecendo a importância da integração dos diversos elos da cadeia produtiva, tendo o

conhecimento adquirido nesta parte nota se que tem espaço para se realizar vários estudos, mas

como foi identificado que as propriedades são familiares um estudo de sucessão familiar se

enquadraria perfeitamente.

Por fim, este trabalho foi um período de grande aprendizado, de modo que o

conhecimento adquirido no Curso de Administração da Universidade de Passo Fundo foi

essencial para a compreensão e realização deste estágio supervisionado.

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TINOCO, S.T.J. Conceituação de agricultura familiar: uma revisão bibliográfica. 2008. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2008_4/AgricFamiliar/index.htm>. Acesso em: 15/5/2016

WARD, John. A sabedoria não convencional da empresa familiar. São Paulo, HSM Management nº 56, maio/junho 2006.

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APÊNDICE

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APÊNDICE A: QUESTIONÁRIO

Prezado (a) Senhor (a),

Este questionário faz parte de uma pesquisa para o curso de Administração da UPF -

Campus Carazinho, sob orientação da Prof. Ms. Mônica Da Pieve Antunes. Agradeço a sua

colaboração, salientando que a sua participação é indispensável para a realização deste estudo.

NOME DO PROPRIETARIO_____________________________________.

LOCALIDADE:_________________________________________________.

TELEFONE:_________________________________________.

1- QUAL O GRAU DE ESCOLARIDADE DO GESTOR DA PROPRIEDADE?

( ) 1º AO 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL.

( ) 1º AO 3º ANO DO ENSINO MÉDIO.

( ) 5º AO 8º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL.

( ) SUPERIOR INCOMPLETO.

Curso:________________________________________________

( ) SUPERIOR COMPLETO.

Curso: __________________________________________

2- QUANTOS HECTARES POSSUI A PROPRIEDADE?

( ) DE 50 A 100 ( ) DE 150 A 200

( ) DE 100 A 150 ( ) DE 200 A 500

( ) MAIS DE 500

3- EM RELAÇÃO AO GRUPO FAMILIAR, QUANTAS PESSOAS

TRABALHAM DIRETAMENTE COM A AGRICULTURA?

( ) 1 PESSOAS ( ) DE TRES A QUATRO PESSOAS

( ) 2 PESSOAS ( ) DE CINCO A 7 PESSOAS

( ) MAIS DE 7 PESSOAS

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4 – A PROPRIEDADE POSSUI EMPREGADOS?

( ) SIM 1 EMPREGADO ( ) SIM DE 3 A 5 EMPREGADOS

( ) SIM 2 EMPREGADOS ( ) SIM DE 5 A 10 EMPREGADOS

( ) NÃO POSSUI

5- O GESTOR DA PROPRIEDADE TRABALHA NA PRODUÇÃO AGRICOLA

TAMBÉM?

( ) SIM

( ) NÃO. ATIVIDADE PRINCIPAL______________________________.

6- QUAIS AS PRINCIPAIS ATIVIDADES (FERRAMENTAS) DE GESTÃO SÃO

UTILIZADAS NO DIA A DIA DA PROPRIEDADE?

--------------------------------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------------------------------.

7- COMO É REALIZADO O TRABALHO DE GESTÃO, DOS FUNCIONARIOS

DA PROPRIEDADE RURAL?

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--------------------------------------------------------------------------------------------------------

-------------------------------------------------------------------------------------------------------.

8 – COMO É REALIZADA A COMPRA DE INSUMOS, ADUBOS E

SEMENTES? QUANTOS FORNECEDORES VOCÊ POSSUI?

--------------------------------------------------------------------------------------------------------

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-------------------------------------------------------------------------------------------------------.

9 – QUAIS SÃO SUAS PRINCIPAIS DIFICULDADES NA GESTÃO DA

PROPRIEDADE RURAL?

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-------------------------------------------------------------------------------------------------------.

10 – VOCÊ CONHECE ALGUM ADMINISTRADOR NO QUAL PODERIA SER

CAPAZ DE GERIR UMA PROPRIEDADE RURAL? VOCÊ O

CONTRATARIA?

( ) SIM CONHEÇO

( ) NÃO CONHEÇO

( ) SIM CONTRATARIA

( ) NÃO CONTRATARIA POR QUÊ ______________________________________.

11- VOCÊ CONCORDA QUE UM ADMINISTRADOR, COM SUA DEVIDA

FORMAÇÃO POSSUI UMA VISÃO EXTRATEGICA QUE PODE SER CAPAZ

DE ALAVANCAR AINDA MAIS O SETOR AGRICOLA BRASILEIRO?

( ) CONCORDO TOTALMENTE ( ) DISCORDO TOTALMENTE

( ) CONCORDO EM PARTES ( ) DISCORDO EM PARTES

12- VOCÊS CONCORDA QUE UMA PROPRIEDADE RURAL É DE CERTA

FORMA UMA EMPRESA?

( ) CONCORDO TOTALMENTE ( ) DISCORDO TOTALMENTE

( ) CONCORDO EM PARTES ( ) DISCORDO EM PARTES