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UNIVERSIDADE DO CONTESTADO – UnC CURSO DE PEDAGOGIA
IONARA BENSBERG
A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO PARA OS ALUNOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL E SÉRIES INICIAIS NA VISÃO DA EQUIPE
PEDAGÓGICA DA ESCOLA ABC DO CRESCER, DO MUNICÍPIO DE CAÇADOR - SC
CAÇADOR/SC 2008
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IONARA BENSBERG
A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO PARA OS ALUNOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL E SÉRIES INICIAIS NA VISÃO DA EQUIPE PEDAGÓGICA DA ESCOLA ABC DO CRESCER, DO MUNICÍPIO DE CAÇADOR - SC
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no curso de pedagogia na Universidade do
Contestado, Campus de Caçador, sob a orientação da Prof. Mariluci Auerbach e Prof.
Paulo Roberto Gonçalves.
CAÇADOR/SC 2008
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A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO PARA OS ALUNOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL E SÉRIES INICIAIS NA VISÃO DA EQUIPE PEDAGÓGICA DA ESCOLA ABC DO
CRESCER, DO MUNICÍPIO DE CAÇADOR - SC
IONARA BENSBERG
Este Trabalho de Conclusão de Curso – TCC foi submetido ao processo de
avaliação pela banca examinadora para obtenção do Título (Grau) de:
Licenciado em Pedagogia
E aprovado com a nota ______, na sua versão final em ___ de __________ de
2008, atendendo as normas da Legislação vigente da Universidade do Contestado e
Coordenação do Curso de Pedagogia.
____________________________________________________ Prof. Ms. Aliduino Zanella – Coordenador do Curso
Banca examinadora:
__________________________________________________ Prof. __________________________________________________ Prof. __________________________________________________ Prof.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus pela determinação e coragem de chegarmos ate aqui, iluminando nosso caminho.
A minha mãe Iara, e meu pai Vilson (in memorian) que muito me apoiaram ao longo desses anos, dando me muito amor e coragem.
A minha irmã Willyana pela amizade, carinho e compreensão.
A meu marido Raphael que muito me ajudou nessa fase de minha vida com muito amor e carinho. E especialmente aos meus professores e professoras que durante o curso me apoiaram, me incentivaram e muito mais me cobraram atenção ao desenvolvimento dos estudos.
RESUMO
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O presente trabalho é o resultado de uma pesquisa de campo que conduz ao estudo teórico e prático. O tema aborda a importância do lúdico nas séries iniciais e educação infantil uma vez que os jogos e brincadeiras são excelentes oportunidades de mediação entre o prazer e o conhecimento historicamente constituído, já que o lúdico é eminentemente cultural. Analisa-se de forma crítica o desenvolvimento das aulas, identificando na prática do professor se há o momento de aplicabilidade do lúdico em sua prática pedagógica. Verificou-se que o professor faz uso de brincadeiras e jogos. Independentemente das condições que a escola e o sistema educacional proporcionam à sua prática docente, é da responsabilidade de cada professor motivar suas aulas, tornando-as atrativas e prazerosas, preparando a criança para que esta vá se constituindo um sujeito crítico de suas próprias ações e meio em que vive. Por essa razão, o aprofundamento sobre o lúdico se faz necessário para uma boa reflexão. Palavras-chave: Lúdico, Séries iniciais, Educação infantil.
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ABSTRACT
This work is the result of a field research that leads to the theoretical study and practical. The theme addresses the importance of playfulness in the series and early childhood education since the games and tricks are excellent opportunities for mediation between the pleasure and knowledge historically constituted, as is eminently playful culture. Scans are a critical development of lessons, practice in identifying the teacher if there is time for the use of leisure in their practice teaching. It was found that the teacher makes use of jokes and games. Regardless of the conditions that schools and educational system provide for their teaching practice, it is the responsibility of each teacher motivate their classes, making them attractive and pleasant, preparing the child to go if this constitutes a critical subject for your own actions and a half in which you live. For this reason, the deepening of the entertainment is essential for proper reflection.
Key-words: Playful, Original series, Child Education.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................... 07 I CAPÍTULO 1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................................ 10 1.1 Educação Infantil............................................................................................. 10 1.2 Séries Iniciais.................................................................................................. 11 1.3 Alfabetização e Letramento............................................................................. 12 1.3.1 Letramento................................................................................................... 12 1.3.1.1 Nível de letramento................................................................................... 13 1.4 Ludicidade....................................................................................................... 13 1.4.1 O Lúdico e a Educação Infantil.................................................................... 17 1.4.2 O Lúdico e as Séries Iniciais........................................................................ 18 II CAPÍTULO 2 METODOLOGIA UTILIZADA PARA O DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA...................................................................................................... 20 III CAPÍTULO 3 ANÁLISE E RESULTADO DA PESQUISA....................................................... 22 3.1 Análise dos Dados dos Professores............................................................... 22 3.2 Análise dos Dados da Psicóloga..................................................................... 24 3.3 Análise dos Dados da Gestora........................................................................ 25 CONCLUSÕES..................................................................................................... 27 REFERÊNCIAS..................................................................................................... 28 ANEXO.................................................................................................................. 31
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INTRODUÇÃO
Ao longo dos anos, tempos diferentes, brinquedos diferentes.Antigamente os
brinquedos eram confeccionados pelas crianças - o tempo das bonecas de pano,
dos carrinhos de madeira, dos cavalos de pau, das brincadeiras de amarelinhas, das
cantigas de roda, com o cenário natural da noite, e o mistério das estrelas. Este era
um tempo em que a subjetividade da criança se fazia de uma criança para outra e
da criança com a mãe. Tempo em que se preservava o sonho e os limites se
definiam no aprendizado de uma relação que é essencialmente lúdica - a relação de
uma criança com a outra.
Hoje novos tempos, a marca da industrialização, belíssimos na forma, iguais
entre si e impostos à criança pelos meios de comunicação de massa. Tempos de
globalização, quebra da singularidade do sujeito. Assim, a subjetivação da criança
se faz num outro cenário. As brincadeiras de fundo de quintal foram substituídas e
reduzidas a um quarto e a uma tela de televisão ou computador. A relação da
criança não é mais com outra criança, mas com a imagem virtual. Com isso, as
emoções se perdem nesses circuitos eletrônicos e a criança passa a ter como
melhor companhia, a máquina e as imagens virtuais.
A sala de aula tem entre outras características, o fato de se apresentar como
coisa séria, não permitindo espaço para o divertimento; o rigor e a disciplina são
mantidos em nome dos padrões institucionais, o que torna o ambiente infantil
artificial, longe dos gostos das crianças. O brincar se resume em ouvir histórias ou
cantar algumas músicas. A hora do recreio e a hora da saída se tornam os únicos
momentos em que as crianças desnudam da responsabilidade da escola para
permitir-se brincar e ser criança.
Diante disto, a escola precisa se dar conta que através do lúdico as crianças
têm chances de crescerem e se adaptarem ao mundo coletivo. O lúdico deve ser
considerado como parte integrante da vida do homem não só no aspecto de
divertimento ou como forma de descarregar tensões, mas também como uma forma
de penetrar no âmbito da realidade, inclusive na realidade social.
Por acreditarmos no valor pedagógico do trabalho com o lúdico, é que nos
propomos a realizar uma pesquisa sobre sua importância no cotidiano da escola.
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Neste trabalho apresentamos:
O tema a ser estudado: A importância do lúdico para os alunos da educação
infantil e séries iniciais na visão da equipe pedagógica da escola ABC do Crescer,
do município de Caçador- SC.
A contextualização do problema: Jogar é uma atividade natural do ser
humano. Ao brincar e jogar a criança fica tão envolvida com o que esta fazendo que
coloca na ação seus sentimentos e emoções. Por isso partimos de pressupostos de
que é brincando e jogando que a criança ordena o mundo a sua volta, assimilando
experiências, informações e sobre tudo, incorporando atividades e valores.
Diante do exposto, apresentamos como questão a ser investigada:
Qual a importância do lúdico para os alunos da educação infantil e séries
iniciais na visão da equipe pedagógica da escola ABC do Crescer, do município de
Caçador - SC.
A justificativa para desenvolvermos esse tema: A utilização dos jogos e
brincadeiras no processo de aprendizagem tem se tornado nos últimos anos, uma
temática debatida, em função da excelente contribuição que proporciona para a
construção do conhecimento. Desta forma o presente trabalho justifica-se pelas
razões:Necessidade de investigar como a escola ABC do Crescer tem trabalhado
com o lúdico e sua importância para o aprendizado dos alunos; Possibilidade de
buscar em autores que escrevem sobre o tema “Ludicidade na Educação”, suporte
teórico para a elaboração do presente projeto; Poder posteriormente, através dos
resultados da pesquisa, contribuir com a escola, alvo da pesquisa e com as demais
escolas no sentido de poder fornecer-lhes subsídios sobre o como trabalhar com o
lúdico no cotidiano escolar através de atividades e brincadeiras lúdicas.
Nossos objetivos:
Objetivo geral
Investigar junto à escola particular, ABC do Crescer do município de Caçador-
SC, a importância do lúdico para os alunos da educação infantil e séries iniciais.
Objetivos Específicos:
Buscar nas fontes bibliográficas, suporte teórico para embasamento do
trabalho; Elaborar o os instrumentos de coleta de dados para a pesquisa; Aplicar os
instrumentos de pesquisa nas instituições selecionadas para tal; Analisar e
apresentar os resultados da pesquisa; Apresentar as considerações finais e as
sugestões advindas a partir da realização do presente trabalho.
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Concluída a pesquisa, apresentamos um relatório em formato de TCC -
Trabalho de Conclusão de Curso, onde abordamos as questões teóricas do tema,
apresentamos a metodologia usada no desenvolvimento da pesquisa e fazemos à
análise dos dados da pesquisa, dissertando sobre a nossa aprendizagem durante o
curso de Pedagogia.
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I CAPÍTULO
1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O brincar é algo de extrema importância no desenvolvimento do ser humano.
Por meio do brincar há uma socialização entre as crianças e também a apropriação
de objetos e representações de sua cultura. Pois o brincar, além de ser algo natural
dos pequenos, também é cultural. As crianças brincam cada qual de acordo com a
sua cultura, pois na brincadeira é quando elas iniciam seu relacionamento com o
mundo em que vivem se apropriam de elementos culturais, começam a ver sentido
nas coisas que as cercam.
1.1 Educação Infantil
Quatrocentos anos antes de Cristo, em Roma, Platão, ao escrever A
República, já propunha que a educação iniciada no lar teria como objetivo o preparo
para o exercício da cidadania e que deveria ser realizada num clima de liberdade.
No século XV, Comenius reconhecia o período pré-escolar como o do
desenvolvimento. O brinquedo, as experiências com material concreto, a afetividade,
o sono, a alimentação e a vida em contato com a natureza foram preconizadas como
indispensáveis ao crescimento e desenvolvimento da criança pré-escolar. Comenius
defendia ainda o método de ensino da leitura baseada no uso da palavra inteira, o
que mais tarde foi corroborado por Dewey, que propôs o ensino por meio de
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métodos globais de alfabetização. As idéias de Comenius não foram aceitas na
época.
A educação iniciava-se na família e seguia os padrões determinados pela
Igreja que considerava a alegria como insanidade e indispensável a punição dos
erros e da indisciplina (ZACHARIAS, 2008).
Na impossibilidade de reunir se em uma só obra todos os pensadores do
movimento de renovação educacional em especial os voltados para o pré-escolar,
apenas alguns foram citados, sem, no entanto, desmerecer a importância dos
demais.
1.2 Séries Iniciais
O ensino fundamental possui uma organização convencional que acaba
caracterizando-o em dois ciclos. O primeiro que corresponde aos primeiros cinco
anos - chamados anos iniciais do ensino fundamental - é desenvolvido, usualmente,
em classes com um único professor regente. O segundo ciclo corresponde aos anos
finais, nos quais o trabalho pedagógico é desenvolvido por uma equipe de
professores especialistas em diferentes disciplinas. Essa forma de organização do
ensino fundamental remonta à antiga divisão do ensino primário em relação ao
primeiro ciclo do ensino secundário - ginasial.
Nos primeiros anos, as crianças e adolescentes são estimulados através de
atividades lúdicas, jogos, leituras, imagens e sons, principalmente no primeiro nível
(LIMA 2008). Através dos vários processos pedagógicos, busca-se conduzir a
criança ao conhecimento do mundo pessoal, familiar e social.
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1.3 Alfabetização e Letramento
A alfabetização consiste no aprendizado do alfabeto e de sua utilização como
código de comunicação. De um modo mais abrangente, a alfabetização é definida
como um processo no qual o indivíduo constrói a gramática e em suas variações.
Esse processo não se resume apenas na aquisição dessas habilidades mecânicas
codificação e decodificação - do ato de ler, mas na capacidade de interpretar,
compreender, criticar, re-significar e produzir conhecimento. A alfabetização envolve
também o desenvolvimento de novas formas de compreensão e uso da linguagem
de uma maneira geral. A alfabetização de um indivíduo promove sua socialização, já
que possibilita o estabelecimento de novos tipos de trocas simbólicas com outros
indivíduos, acesso a bens culturais e a facilidades oferecidas pelas instituições
sociais. A alfabetização é um fator propulsor do exercício consciente da cidadania e
do desenvolvimento da sociedade como um todo.
1.3.1 Letramento
Letramento é o resultado da ação de ensinar a ler e escrever. É o estado ou a
condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como conseqüência de ter-se
apropriado da escrita.
Surge, então, um novo sentido para o adjetivo letrado, que significava apenas
o que é versado em letras ou literatura; literato, e que agora passa a caracterizar o
indivíduo que domina a leitura, ou seja, que não só sabe ler e escrever - atributo
daquele que é alfabetizado - mas também faz uso competente e freqüente da leitura
e da escrita. Fala-se no letramento como ampliação do sentido de alfabetização.
Foi no contexto das grandes transformações culturais, sociais, políticas,
econômicas e tecnológicas que o termo letramento surgiu, ampliando o sentido de
que tradicionalmente se conhecia por alfabetização (SOARES, 2003).
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1.3.1.1 Nível de letramento
O nível de letramento é determinado pela variedade de gêneros de textos
escritos que a criança ou adulto reconhece. Segundo essa corrente, a criança que
vive em um ambiente em que se lêem livros, jornais, revistas, bulas de remédios,
receitas culinárias e outros tipos de literatura - ou em que se conversa sobre o que
se leu, em que uns lêem para os outros em voz alta, lêem para a criança
enriquecendo com gestos e ilustrações - o nível de letramento será superior ao de
uma criança cujos pais não são alfabetizados, nem outras pessoas de seu convívio
cotidiano lhe favoreçam este contato com o mundo letrado.
Estudiosos afirmam que são muitos os fatores que interferem na
aprendizagem da língua escrita, porém estudos recentes incluem entre estes fatores
o nível de letramento.
Paulo Freire (1990) afirma que:
Na verdade, o domínio sobre os signos lingüísticos escritos, mesmo pela criança que se alfabetiza, pressupõe uma experiência social que o precede – a da 'leitura' do mundo, que aqui chamamos de letramento.
1.4 Ludicidade
O lúdico tem sua origem na palavra latina ludus que quer dizer jogo. Se, se
achasse confinado a sua origem, o termo lúdico estaria se referindo apenas ao
jogar, ao brincar, ao movimento espontâneo.
A evolução semântica da palavra lúdico, entretanto, não parou apenas nas
suas origens e acompanhou as pesquisas de Psicomotricidade. O lúdico passou a
ser reconhecido como traço essencial de psicofisiologia do comportamento humano.
De modo que a definição deixou de ser o simples sinônimo de jogo. As implicações
da necessidade lúdica extrapolaram as demarcações do brincar espontâneo.
Passando a necessidade básica da personalidade, do corpo e da mente. O
lúdico faz parte das atividades essenciais da dinâmica humana. Caracterizando-se
por ser espontâneo funcional e satisfatório (ALMEIDA,2002).
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Sendo funcional ele não deve ser confundido com o mero repetitivo, com a
monotonia do comportamento cíclico, aparentemente sem alvo ou objetivo. Nem
desperdiça movimento: ele visa produzir o máximo, com o mínimo de dispêndio de
energia.
Na atividade lúdica, o que importa não é apenas o produto da atividade, o que
dela resulta, mas a própria ação, o momento vivido. Possibilita a quem a vivencia,
momentos de encontro consigo e com o outro, momentos de fantasia e de realidade,
de re-significação e percepção, momentos de autoconhecimento e conhecimento do
outro, de cuidar de si e olhar para o outro, momentos de vida.
Para Montessori (1989) :
A primeira fase da criança deveria ser quase inteiramente baseada em jogos.”Ame a infância, estimule seus jogos, seus prazeres, seus encantos instintos”. A natureza deseja que as crianças sejam crianças antes de serem homens e se tentarmos inverter a ordem, produziremos frutos precoces que não teriam nem sabor e, logo estarão estragados.
Uma aula com características lúdicas não precisa ter jogos ou brinquedos. O
que traz ludicidade para a sala de aula é muito mais uma atitude lúdica do educador
e dos educandos. Assumir essa postura implica sensibilidade, envolvimento, uma
mudança interna, e não apenas externa, implica não somente uma mudança
cognitiva, mas, principalmente, uma mudança afetiva. A ludicidade exige uma
predisposição interna, o que não se adquire apenas com a aquisição de conceitos,
de conhecimentos, embora estes sejam muito importantes. Uma fundamentação
teórica consistente dá o suporte necessário ao professor para o entendimento dos
porquês de seu trabalho. Trata-se de formar novas atitudes, daí a necessidade de
que os professores estejam envolvidos com o processo de formação de seus
educandos. Isso não é tão fácil, pois, implica romper com um modelo, com um
padrão já instituído, já internalizado.
A escola tradicional, centrada na transmissão de conteúdos, não comporta um
modelo lúdico. Por isso é tão freqüente ouvirmos falas que apóiam e enaltecem a
importância do lúdico estar presente na sala de aula, e queixas dos futuros
educadores, como também daqueles que já se encontram exercendo o magistério,
de que se fala da importância da ludicidade, se discutem conceitos de ludicidade,
mas não se vivenciam atividades lúdicas. Fala-se, mas não se faz. De fato não é tão
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simples uma transformação mais radical pelas próprias experiências que o professor
tem ao longo de sua formação acadêmica.
São lúdicas as atividades que propiciem a vivência plena do aqui e agora,
integrando a ação, o pensamento e o sentimento. Tais atividades podem ser uma
brincadeira, um jogo ou qualquer outra atividade que possibilite instaurar um estado
de inteireza: uma dinâmica de integração grupal ou de sensibilização, um trabalho
de recorte e colagem, uma das muitas expressões dos jogos dramáticos, exercícios
de relaxamento e respiração, uma ciranda, movimentos expressivos, atividades
rítmicas, entre outras tantas possibilidades. Mais importante, porém, do que o tipo de
atividade é a forma como é orientada e como é experienciada, e o porquê de estar
sendo realizada.
O jogo e a brincadeira estão presentes em todos as fases da vida dos seres
humanos, tornando especial a sua existência. De alguma forma o lúdico se faz
presente e acrescenta um ingrediente indispensável no relacionamento entre as
pessoas, possibilitando que a criatividade aflore.
Por meio da brincadeira a criança envolve-se no jogo e sente a necessidade
de partilhar com o outro. Ainda que em postura de adversário, a parceria é um
estabelecimento de relação. Esta relação expõe as potencialidades dos
participantes, afeta as emoções e põe à prova as aptidões testando limites.
Brincando e jogando a criança terá oportunidade de desenvolver capacidades
indispensáveis a sua futura atuação profissional, tais como atenção, afetividade, o
hábito de permanecer concentrado e outras habilidades perceptuais psicomotoras.
Brincando a criança torna-se operativa.
Observamos que quando existe representação de uma determinada situação
especialmente se houver verbalizado - a imaginação é desafiada pela busca de
solução para problemas criados pela vivência dos papéis assumidos. As situações
imaginárias estimulam a inteligência e desenvolvem a criatividade.
O ato de criar permite uma Pedagogia do afeto na escola. Permite um ato de
amor, de afetividade cujo território é o dos sentimentos, das paixões, das emoções,
por onde transitam medos, sofrimentos, interesses e alegrias. Uma relação
educativa que pressupõem o conhecimento de sentimentos próprios e alheios que
requerem do educador a disponibilidade corporal e o envolvimento afetivo, como
também, cognitivo de todo o processo de criatividade que envolve o sujeito-ser-
criança.
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Entender o papel do jogo nessa relação afetiva, emocional e também de
aprendizagem requer que percebamos estudos de caráter psicológico, como
mecanismos mais complexos, típicos do ser humano, como a memória, a linguagem,
a atenção, a percepção e aprendizagem.
Vygotsky (1984) afirma:
A zona de desenvolvimento proximal é o encontro do individual com o social, sendo a concepção de desenvolvimento abordada não como processo interno da criança, mas como resultante da sua inserção em atividades socialmente compartilhadas com outros.
Atividades interdisciplinares que permitem a troca e a parceria. Ser parceiro é
sê-lo por inteiro. Nesse sentido, o conhecimento é construído pelas relações
interpessoais e as trocas recíprocas que se estabelecem durante toda a vida
formativa do indivíduo.
Machado (1966) salienta que, “a interação social implica transformação e
contatos com instrumentos físicos e/ou simbólicos mediadores do processo de
ação”. A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não
pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a
aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa
saúde mental, prepara para um estado interior fértil, facilita os processos de
socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento.
A formação do sujeito não é um quebra-cabeça com recortes definidos,
depende da concepção que cada profissional tem sobre a criança, homem,
sociedade, educação, escola, conteúdo, currículo. Neste contexto as peças do
quebra-cabeça se diferenciam, possibilitando diversos encaixes.
A formação lúdica interdisciplinar se assenta em propostas que valorizam a
criatividade, o cultivo da sensibilidade, a busca da afetividade, a nutrição da alma,
proporcionando aos futuros educadores vivências lúdicas, experiências corporais
que se utilizam à ação do pensamento e da linguagem, tendo no jogo sua fonte de
dinamismo.
Quanto mais o adulto vivenciar sua ludicidade, maior será a chance deste
profissional trabalhar com a criança de forma prazerosa, enquanto atitude de
abertura às práticas inovadoras. Tal formação permite ao educador saber de suas
possibilidades e limitações, desbloquear resistências e ter uma visão clara sobre a
importância do jogo e do brinquedo para a vida da criança.
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Poder vivenciar o processo do aprender colocando-se no lugar da criança,
permitindo que a criatividade e a imaginação aflorem através da interdisciplinaridade
enquanto atitude. A intersubjetividade se mostre por meio do afeto e da alegria de
poder liberar o que cada sujeito -professor- trás consigo mesmo e quanto pode
contribuir com o outro.
Segundo Snyders (1988):
O despertar para o valor dos conteúdos das temáticas trabalhadas é que fazem com que o sujeito aprendiz tenha prazer em aprender. Conteúdos estes despertados pelo prazer de querer saber e conhecer. Devemos despertá-los para, com sabedoria, podermos exteriorizá-los na nossa vida diária. A alegria, a fé, a paz, a beleza e o prazer das coisas estão dentro de nós.
A formação lúdica possibilita ao educador conhecer-se como pessoa, saber
de suas possibilidades, desbloquear resistências e ter uma visão clara sobre a
importância do jogo e do brinquedo para a vida da criança, do jovem e do adulto
(KISHIMOTO, 1999).
Sala de aula é um lugar de brincar se o professor consegue conciliar o
objetivo pedagógico com os desejos do aluno. Para isso é necessário encontrar
equilíbrio sempre móvel entre o cumprimento de suas funções pedagógicas e
contribuir para o desenvolvimento da subjetividade, para a construção do ser
humano autônomo e criativo. Credita ao aluno, isto é, à sua ação, à parte de
responsabilidade no desenvolvimento.
1.4.1 O Lúdico e a Educação Infantil
Com relação ao jogo, Piaget (1998) acredita que ele é essencial na vida da
criança. De início tem-se o jogo de exercício que é aquele em que a criança repete
uma determinada situação por puro prazer, por ter apreciado seus efeitos.
Em torno dos 2 aos 6 anos nota-se a ocorrência dos jogos simbólicos, que
satisfazem a necessidade da criança de não somente relembrar o mentalmente o
acontecido, mas de executar a representação.
Já Vygotsky (1998), diferentemente de Piaget, considera que o
desenvolvimento ocorre ao longo da vida e que as funções psicológicas superiores
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são construídas ao longo dela. Ele não estabelece fases para explicar o
desenvolvimento como Piaget e para ele o sujeito não é ativo nem passivo: é
interativo.
Segundo ele, a criança usa as interações sociais como formas privilegiadas
de acesso a informações: aprendem a regra do jogo, por exemplo, através dos
outros e não como o resultado de um engajamento individual na solução de
problemas. Desta maneira, aprende a regular seu comportamento pelas reações,
querem elas pareçam agradáveis ou não.
Desta forma, Vygotsky (1998) enfatiza que as maiores aquisições de uma
criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu
nível básico de ação real e moralidade.
Na visão sócio-histórica de Vygotsky, a brincadeira, o jogo, é uma atividade
específica da infância, em que a criança recria a realidade usando sistemas
simbólicos. Essa é uma atividade social, com contexto cultural e social. É uma
atividade humana criadora, na qual imaginação, a fantasia e realidade interagem na
produção de novas possibilidades de interpretação, de expressão e de ação pelas
crianças, assim como de novas formas de construir relações sociais com outros
sujeitos, crianças e adultos.
No processo da educação infantil o papel do professor é de suma
importância, pois é ele quem cria os espaços, disponibiliza materiais, participa das
brincadeiras, ou seja, faz a mediação da construção do conhecimento (CEDES,
1995).
O jogo, compreendido sob a ótica do brinquedo e da criatividade, deverá
encontrar maior espaço para ser entendido como educação, na medida em que os
professores compreenderem melhor toda sua capacidade potencial de contribuir
para com o desenvolvimento da criança.
1.4.2 O Lúdico e as Séries Iniciais
O lúdico é uma atividade mediadora na aquisição da linguagem oral e escrita,
que leva a oportunizar a reflexão sobre a prática pedagógica que é utilizada pelo
educador na escola. Pode levar a constituírem uma concepção de linguagem que
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resulte em uma prática dinâmica, onde o lúdico, a imagem e a atividade física
tornaram - se mediadores do processo de letramento das séries iniciais, na
habilidade de ouvir, falar, ler e escrever.
O lúdico, a imagem, os jogos e as brincadeiras dentro do universo escolar não
possuem apenas o objetivo de proporcionar aos educandos nas aulas alguns
momentos de recreação, mas sim uma prática pedagógica interdisciplinar
considerando o aluno como sujeito de suas ações, criando e vivenciando momentos.
Quando o educando vê um professor que suas aulas sejam trabalho e jogo,
sabem manter um relacionamento mais profundo e sincero e aproveita cada,
momento cada situação para debater, discutir e proporcionar a aprendizagem,
sabemos que quando o aluno gosta do professor gosta daquilo que ele ensina e se
esforça cada vez mais para aprender e não decepcionar. Quando uma criança sente
que é amada e respeitada pelo professor e pela escola, sua permanência na escola
se fortalece, é só uma causa muito forte o faz abandoná-la.
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II CAPÍTULO
2 METODOLOGIA UTILIZADA PARA O DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA
A pesquisa proposta é de natureza aplicada e de abordagem quantitativa e
qualitativa. A pesquisa foi realizada na escola da rede particular de ensino ABC do
Crescer, situada na Rua Tupinambá, número 30 Bairro Bom Sucesso II, no
município de Caçador – SC.
A escola atende cerca de 120 alunos entre educação infantil e séries iniciais.
Funcionando nos períodos matutino e vespertino totalizando 8 salas de aula sendo;
matutino: uma sala de segunda série, uma sala de terceira e outra sala de quarta
série . E no período vespertino: uma sala de maternal, uma sala de jardim I, uma
sala de jardim II, uma sala de jardim III, uma sala de primeiro ano, uma sala de
segunda série, uma sala de terceira série e uma sala de quarta série.
Seu quadro de funcionários é composto por: uma gestora, uma secretária, 8
professoras, 4 auxiliares de professoras, uma professora de dança, um professor de
educação física e uma servente.
A escola dispõe de sala de informática, biblioteca, parquinho, sala de dança,
cozinha, lavanderia e quadra de esportes ao ar livre.
O universo da pesquisa foi composto por oito professores, uma gestora e uma
psicóloga, totalizando dez pessoas.
O instrumento de coleta de dados dos professores foi um questionário
composto por oito perguntas (Anexo I), de respostas fechadas facilitando assim o
entendimento das pessoas entrevistadas, seguindo de uma entrevista pessoal para
saber o que mais os professores pensam sobre o assunto. Para a gestora e a
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psicóloga uma entrevista respondendo a seguinte pergunta: Qual a importância do
lúdico para crianças de educação infantil e séries iniciais?
Pretendia-se com essas perguntas e respostas provar a eficácia do lúdico
trabalhado dentro da sala de aula.
Após a coleta de dados, os resultados foram apresentados através de análise
descritiva, onde os dados foram confrontados com os estudos teóricos e serão
apresentadas sugestões e contribuições para o tema estudado.
Por fim, foi elaborada a redação final do trabalho para apresentação em
banca.
29
III CAPÍTULO
3 ANÁLISE E RESULTADO DA PESQUISA
A análise dos resultados após a realização dos questionários nos permitirá
avaliar e verificar a visão dos professores da escola a cerca da ludicidade em suas
atividades com os alunos nas aulas.
3.1 Análise dos Dados dos Professores
Para a professora “A”, que leciona a 3 anos no jardim II:
As atividades lúdicas são de grande importância. Ela sempre utiliza a ludicidade despertando as crianças fazendo com que elas participem das atividades. As atividades que mais utiliza são os jogos e as brincadeiras dirigidas. Após realizar uma atividade lúdica ela faz reflexão oral em grupo e na sua opinião os resultados com a utilização da ludicidade são
sempre positivos.
A professora “B”, que leciona a 3 anos no maternal, respondeu:
Que as atividades lúdicas são importantes em suas atividades. Ela enfatiza que com o uso da ludicidade ocorre a maior participação das crianças. Respondeu também que para que isso ocorra, ela se utiliza atividades como jogos, brincadeiras livres e dirigidas, sempre realizando uma reflexão oral em grupo após as atividades aplicadas. Fala que com o uso da ludicidade ela sempre atinge bons resultados tanto para ela com para as crianças.
30
A avaliação da professora “C” que leciona a 6 anos e atualmente leciona no
jardim III da escola, é:
A atividade lúdica é um importante instrumento do aprendizado das crianças em seu desenvolvimento. Ela se utiliza basicamente de jogos em suas atividades, ocorrendo espontaneamente à participação de todos às crianças, havendo após uma a avaliação que se dá na forma oral e também na escrita. A sua avaliação pessoal é de que as os resultados com a utilização da ludicidade é boa para ambas às partes.
A professora “D” que leciona a 3 anos e atualmente leciona no primeiro ano,
afirma que:
A ludicidade é um excelente método a ser usado com crianças em fase de alfabetização.Sempre utilizando joguinhos e brincadeiras dirigidas a concentração das crianças é bem maior do que somente com a teoria. A maioria dos alunos aceitam bem as atividades lúdicas e participam também das reflexões oral e às vezes escrita feitas depois das brincadeiras. Os resultados com a utilização do lúdico são muito satisfatórios,favorecendo assim a aprendizagem.
Para a professora “E” que leciona da pré-escola a quarta série há dois anos:
As atividades lúdicas são classificadas como importantes em todas as etapas do desenvolvimento do aprendizado de uma criança. Por isso ela sempre utiliza jogos, brincadeiras dirigidas e também de brincadeiras livres em suas aulas, obtendo assim uma expressiva participação das crianças, atingindo assim sempre os resultados esperados com o uso da ludicidade, que é muito boa, completa. Ela também utiliza fazer uma reflexão oral com o grupo após as atividades para a sua própria avaliação.
A professora entrevistada “F” do segundo ano do ensino fundamental, que
leciona a 24 anos e possui uma vasta experiência, fala que:
As atividades lúdicas importantes no processo de ensino e facilita em muito o aprendizado. Ela sempre utiliza jogos, brincadeiras dirigidas e brincadeiras livres no seu processo de lecionar. As crianças participam mais ativamente nesses tipos de atividades de que em atividades de outra natureza e elas também fazem uma reflexão oral em grupo ou uma reflexão escrita individual após a atividade. E ela ainda salienta de que os resultados obtidos nas suas atividades são sempre muito bons e positivos.
A opinião da professora “G”, da segunda série há seis anos é de que:
O lúdico é importante. Utilizando vez em quando, jogos e brincadeiras dirigidas às crianças participam. As ações metodológicas que sucedem as atividades lúdicas são a reflexão oral em grupo ou escrita individual. A professora
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afirma que os resultados com a utilização da ludicidade são bons.
Afirma a professora “H” da terceira série há 13 anos:
A ludicidade é importante,de vez em quando ela utiliza alguns recursos lúdicos; como por exemplo brincadeiras dirigidas. Depois da atividade os alunos fazem uma reflexão escrita individual e os resultados são bons.
Observa-se que a maioria das professoras respondeu que o lúdico é
importante para o desenvolvimento das crianças.
Segundo LOBO (1985):
A brincadeira infantil não é uma ação que possa ser separada ou isolada do desenvolvimento. Para o crescimento e desenvolvimento cognitivo, é preciso que a criança se adapte e se organize (assimilação e acomodação) “Quanto maiores as oportunidades para a criança brincar livremente, maior serão suas possibilidades de assimilar e, portanto, de acomodar”.
Além de auxiliar na aprendizagem, a ludicidade estimula a criatividade e a
socialização. A escola é um lugar de socialização e construção de cidadania e
conhecimento.O educador precisa estar atento a cada aluno, e ensinar a
cooperação com o colega proporcionando um ambiente com oportunidade para
todos.
O brincar promove também uma estimulação motora que é necessária para o
desenvolvimento da criança.No processo de alfabetização, deve-se, além das
técnicas, utilizar meios para trazer a vivência da criança para a escola, gerando
interesses pessoais sobre aquilo que estará ensinando.
“O ato de escrever deve ser visto como instrumento de integração da criança e seu ambiente, por que a escrita, assim como a fala, é uma forma de representação, portanto é necessário que a criança tenha desejo de representar suas experiências e de compreender as que os outros escrevem” (VALLE, 2005).
3.2 Análise dos Dados da Psicóloga
Segundo a psicóloga, o brincar e o desenhar são atividades fundamentais
para o desenvolvimento da identidade e da autonomia das crianças em idade de
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desenvolvimento. Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas
capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória e a
imaginação. Pra que as crianças possam exercer sua capacidade de criar é
imprescindível que haja diversidade nas experiências que lhe são oferecidas.
Salienta ainda que a introdução do lúdico na vida escolar é uma maneira
eficaz de repassar para as crianças nossos conhecimentos e a forma como
interagimos. O desenvolvimento do lúdico facilita a aprendizagem, o
desenvolvimento pessoal, social e cultural. Facilita a socialização, a comunicação e
a construção do conhecimento. Estimula a crítica e a criatividade.
Educar não deve se limitar ao repasse de conhecimentos e informações, mas
sim ajudar a criança a tomar conhecimento de si mesma, dos outros e da sociedade.
É oferecer ferramentas para que se possa escolher o caminho que for compatível
com seus valores e sua visão de mundo.
As brincadeiras e os jogos são indispensáveis para que haja prazer e
divertimento no ato de aprender.
Para Melanie Klein (IN ARFOUILLOUX 1975):
“As atividades lúdicas da criança, ajudam-na a vencer o medo dos perigos exteriores e interiores, fazendo a imaginação comunicar se com a realidade... Em sua luta contra a angústia o ego explora com esse objetivo cada um dos mecanismos ligados a realização dos desejos. Assim graças a um processo complicado e que mobiliza todas as energias do ego, os brinquedos das crianças transformam a angustia em prazer”.
3.3 Análise dos Dados da Gestora
Segundo a gestora da escola, jogos, brinquedos, brincadeiras e o faz de
conta fazem parte do mundo da criança, pois estão presentes na humanidade desde
o seu início. As atividades lúdicas são indispensáveis para o desenvolvimento sadio
e para a apreensão dos conhecimentos na criança, uma vez que possibilitam o
desenvolvimento da percepção, imaginação, fantasia e dos próprios sentimentos.
Por meio das atividades lúdicas a criança comunica-se consigo mesma e com o
mundo, aceita a existência dos outros, estabelece relações, constrói conhecimentos,
desenvolve-se integralmente.
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É muito importante aprender com alegria, interesse e vontade. Por meio de
descobertas e da criatividade, a criança pode expressar, analisar, criticar e
transformar a realidade. É no brincar que está um dos maiores espaços para a
formação de conceitos.
Sobre o aspecto lúdico e sociedade, Kischimoto (1993) nos diz que:
"brincando (...) as crianças aprendem (...) a cooperar com os companheiros (...), a obedecer às regras do jogo (...), a respeitar os direitos dos outros (...), a acatar a autoridade (...), a assumir responsabilidades, a aceitar penalidades que lhe são impostas (...), a dar oportunidades aos demais (...), enfim, a viver em sociedade"
A questão fica sobre o fato das escolas afastarem o lúdico da vivência dos
alunos em sala de aula ao invés de aproveitarem como instrumento que a
criatividade aflore, o que demonstra uma postura que nega a cultura infantil.
.
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CONCLUSÕES
Considera-se que o lúdico é uma excelente ferramenta pedagógica, servindo
de estímulo na aprendizagem, tornando-a divertida, prazerosa e sem dúvida
significativa para o educando e educadores.
Na atividade lúdica, o que importa não é apenas o produto da atividade, mas
sim o que dela resulta, a própria ação, o momento vivido. Com o jogo ela aprende a
aceitar regras, esperar sua vez, aceitar o resultado, lidar com frustrações e elevar o
nível de motivação.
O lúdico deve ser trabalhado como um problema a ser resolvido, como um
desafio, ou seja, a busca constante de raciocínio rápido e aprimorado
constantemente.
O jogo lúdico mantém profundas relações entre crianças e as faz aprender a
viver e crescer socializando a criança. Desta forma contribui para seu
desenvolvimento intelectual, social e insere o estudante em uma sociedade
globalizada.
O educador deve estar profissionalmente capacitado para saber interpretar e
estimular a criatividade da criança, como também ser um educador especialista na
modalidade em educação infantil, conforme frisa a LDB, de nº 9394/96, no Art. 62.
A vivência da ludicidade como fazer pedagógico durante o processo de
formação do professor instiga o ato criador e re-criador, crítico, aguça a
sensibilidade, o espírito de liberdade e a alegria de viver.
Por isso é importante uma educação mais abrangente que faça com que nós
professores procuremos caminhos outros para suprir as carências encontradas
nessas instituições de ensino de professores.
Temos consciência de que o curso de pedagogia nos estimula a despertar
no educando amor, pelos estudos ela mesma se compromete de se aprofundar,
buscar novos conhecimentos, ir atrás do difícil, gostar do desafio, de buscar solução,
isso não acontece só nos níveis pré-escolar, primeiro e segundo graus, mas também
no nível superior. Quando ele descobre que a melhor escola está dentro de si
mesmo, isso porque ele está conscientizado, confiante e sentiu-se um despertar que
a escola por meio de seus educadores possa ser o ponto de partida.
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REFERÊNCIAS
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36
NEGRINE, Airton. Terapias Corporais: a formação pessoal do adulto. Porto Alegre, Editora Edita, 1998. OLIVEIRA, Paulo de S. Que é brinquedo. São Paulo, Editora Brasiliense, 1984. PEREZ, Adriana. O que é ludicidade? Disponível em: <http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20060830073015AAMhjkH> Acesso em 03 julho 2008. PIAGET, Jean. Sobre Pedagogia. São Paulo, Editora Casa do Psicólogo, 1998. SAVIANI, Dermeval. A universidade e o desenvolvimento regional. Editora Edições Ufc, 1980. SNYDERS, Georges. Escola, classe e luta de classes. Lisboa- Portugal, Editora Moraes, 1981. SOARES, Magda Becker.Letramento:um tema em três gêneros. Disponível em: <www.anped.org.com.br/rbe> . Acessado em 30 de setembro de 2008. VALLE, Luiza Elena L.Ribeiro do. Alfabetização: O prazer de aprender. Revista Psicologia Brasil. Ano 3, nº 26. 2005. ISBN: 9788588081345. VYGOTSKY, Lev Semeravich. Pensamento e linguagem. São Paulo – SP. Martins Fontes, 1987. ZACHARIAS, Vera Lúcia C. F. Educação Infantil. Disponível em: <www.centrorefeducacional.pro.br/ludico>. Acessado em 30 de setembro de 2008.
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ANEXO
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Anexo I - Questionário aplicado aos professores.
Escola ABC do Crescer Professora :_____________________________________________ Série :_________________________________________________ Leciona a quanto tempo?__________________________________
1)Você considera as atividades lúdicas: ( ) importantes
( ) sem importância 2)Você utiliza as atividades lúdicas em sala de aula?
( )sim ( )não 3)Se não, porque? R:_______________________________________________________________________________________________________________________________
4)Com que freqüência? ( )Sempre
( )De vez em quando 5)Como as crianças reagem ao lúdico? ( ) participam
( )não participam
6)Que tipo de atividades lúdicas você desenvolve com os alunos? ( )jogos ( )brincadeiras dirigidas ( )brincadeiras livres ( )outros.Quais?___________________________________________________
7)Que ações metodológicas você aplica após realizar alguma atividade lúdica? ( )nenhuma ( )reflexão oral com o grupo ( )reflexão escrita individual ( )outras.Quais?___________________________________________________
8)Como são os resultados com a utilização da ludicidade?
( )bons ( )ruins