universidade do sul de santa catarina vinÍcius vieira
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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
VINÍCIUS VIEIRA MAIDANA
POUSADA SUSTENTÁVEL DE OBSERVAÇÃO
DA BALEIA FRANCA
Tubarão
2018
VINÍCIUS VIEIRA MAIDANA
POUSADA SUSTENTÁVEL DE OBSERVAÇÃO
DA BALEIA FRANCA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Arquitetura
e Urbanismo da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial à obtenção
do título de Arquiteto e Urbanista.
ORIENTADOR: PROF. LUÍZ ANTÔNIO TASCA
Tubarão
2018
VINÍCIUS VIEIRA MAIDANA
POUSADA SUSTENTÁVEL DE OBSERVAÇÃO
DA BALEIA FRANCA
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Arquiteto e Urbanista e aprovado em sua forma final pelo Curso
de Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Sul de Santa Catarina.
Tubarão, 5 de abril de 2019.
_________________________________
Prof. Luíz Antônio Tasca
Orientador
Universidade do Sul de Santa Catarina
_________________________________
Fernanda Dozal
_________________________________
Rodrigo Nascimento
AGRADECIMENTOS
Agradeço, primeiramente, a Deus pela oportunidade de concluir mais uma etapa de vida.
Ao orientador, amigo e professor Luíz Antônio Tasca, agradeço pela atenção, disponibilidade e apoio durante este período. Agradeço aos
meus colegas e amigos que, de alguma forma, acrescentaram conhecimento e permitiram troca de experiências que foram de grande valia durante
esta longa caminhada.
Em especial, agradeço a minha esposa, Larissa, minha filha, Manuela, minha mãe, Rosa, e aos demais familiares pelo apoio e acolhimento
durante todas as etapas da graduação e na realização do presente trabalho.
Por fim, agradeço a todos os professores que se empenharam em dividir conhecimento, desenvolver senso crítico e apresentar uma visão
arquitetônica que será fundamental na vida profissional.
RESUMO
A sustentabilidade na atividade turística e hoteleira é determinante para
o turismo atual e futuro, devendo ser estudada e utilizada como fator de
desenvolvimento e proteção ambiental. Este trabalho propõe a
elaboração de uma Pousada Sustentável de Observação da Baleia
Franca no município de Garopaba, Santa Catarina, na praia da
Ferrugem. Para isso, foram incluídos relatos de outros
empreendimentos semelhantes ao proposto, um estudo de caso,
organogramas e fluxogramas e croquis do empreendimento. Conclui-se
que é possível criar um empreendimento de hospedagem que alcance
reconhecimento nacional e internacional e concilie qualidade e boas
práticas de sustentabilidade em sua gestão.
Palavras-chave: 1. Pousada; 2. Sustentabilidade; 3. Baleia Franca.
ABSTRACT
Sustainability in tourism and hotel management is a determining factor
for current and future tourism industry, and should be studied and used
as a driver of development and environmental protection. This work
proposes the creation of a Sustainable Inn for Observation of the Right
Whale in the municipality of Garopaba, Santa Catarina, on Ferrugem
Beach. For this purpose, the study includes reports of other ventures
similar to the one proposed, a case study, organization charts and
flowcharts and sketches of the facility. The conclusion is that creating an
accommodation facility that achieves national and international
recognition and bridges the gap between quality and good management
practices of sustainability is possible.
Keywords: 1. Inn; 2. Sustainability; 3. Right Whale
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................... 8
1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA/PROBLEMÁTICA ........................ 8
1.2 JUSTIFICATIVA ......................................................................... 9
1.3 OBJETIVOS ............................................................................. 10
1.3.1 Objetivo Geral ......................................................................... 10
1.3.2 Objetivos Específicos ............................................................ 10
1.4 METODOLOGIAS .................................................................... 10
2 REFERENCIAIS TEÓRICOS ................................................... 11
2.1 BREVE HISTÓRICO DA OBSERVAÇÃO DA BALEIA FRANCA
NA REGIÃO ............................................................................. 11
2.2 ARMAÇÕES............................................................................. 12
2.3 APA DA BALEIA FRANCA ....................................................... 13
2.4 INSTITUIÇÕES E ONGS LIGADAS AO TEMA NA REGIÃO .... 13
2.4.1 O Museu da Baleia ................................................................. 13
2.4.2 Projeto Baleia Franca ............................................................. 15
2.4.3 Instituto Australis ................................................................... 15
2.4.4 Base Cangu Ligada ao Turismo de Observação .................. 15
2.4.5 IBF Ligado ao Turismo de Observação ................................ 15
2.5 MEIOS DE HOSPEDAGEM ...................................................... 16
2.5.1 A Hotelaria no Mundo e no Brasil .......................................... 16
2.6 CLASSIFICAÇÃO DE POUSADA ............................................. 17
2.7 EMPRENDIMENTO SUSTENTÁVEL........................................ 18
2.7.1 O Que é e Por Que Ser Sustentável ....................................... 18
2.8 COMO TORNAR UMA POUSADA MAIS SUSTENTÁVEL ....... 19
2.8.1 Dispositivos para Economizar Água ..................................... 19
2.8.2 Aproveitamento da Água da Chuva e Reuso ........................ 19
2.8.3 Energia Solar Fotovoltaica ..................................................... 20
2.8.4 Iluminação e Ventilação Natural ............................................ 20
3 REFERENCIAL PROJETUAL .................................................. 21
3.1 POUSADA QUINTA DO BUCANERO (ESTUDO DE CASO) .... 21
3.1.1 O Projeto .................................................................................. 21
3.1.2 Relação com a Proposta ........................................................ 22
3.1.3 Estrutura da Pousada ............................................................. 22
3.1.4 Planta Baixa ............................................................................ 23
3.1.5 Pontos Positivos e Negativos ................................................ 24
3.1.5.1 Pontos Positivos ..................................................................... 24
3.1.5.2 Pontos Negativos ................................................................... 24
3.1.6 Materiais Construtivos ........................................................... 24
3.1.7 Destinação Efluentes ............................................................. 24
3.1.8 Volumetria .............................................................................. 25
3.1.9 Apartamentos ......................................................................... 25
3.2 MAKENNA RESORT / DRUCKER ARQUITETURA ................. 26
3.2.1 O Projeto ................................................................................. 26
3.2.2 Relação com a Proposta ........................................................ 27
3.2.3 Implantação ............................................................................ 27
3.2.4 Materiais Construtivos ........................................................... 29
3.2.5 Pontos Positivos e Negativos ............................................... 29
3.2.5.1 Pontos Positivos .................................................................... 29
3.2.5.2 Pontos Negativos .................................................................. 30
3.2.6 Planta Baixa dos Bangalôs .................................................... 31
3.3 CASA EFICIENTE .................................................................... 33
3.3.1 O Projeto ................................................................................. 33
3.3.2 Relação com a Proposta ........................................................ 34
3.3.3 Planta Baixa ............................................................................ 34
3.3.4 Estratégias Bioclimáticas Utilizadas ..................................... 36
3.3.4.1 Ventilação Natural e Mecânica .............................................. 36
3.3.4.2 Inércia e Isolamento Térmico ................................................. 37
3.3.4.3 Tanque Zona de Raízes ........................................................ 38
3.3.4.4 Aproveitamentos Água Pluvial ................................................ 39
3.3.5 Acessibilidade ......................................................................... 39
3.3.6 Materiais Construtivos ............................................................ 40
4 ANÁLISE DA ÁREA ................................................................. 40
4.1 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DA PROPOSTA E ACESSO ........... 40
4.2 FATO HISTÓRICO QUE MARCOU O INÍCIO DO
POVOAMENTO E ORIGINOU O MUNICÍPIO DE GAROPABA
RELACIONADO COM A BALEIA FRANCA .............................. 41
4.3 INFRAESTRUTURA ................................................................. 43
4.4 ATIVIDADES ECONÔMICAS ................................................... 44
4.5 CARACTERÍSTICAS BIOCLIMÁTICAS .................................... 44
4.5.1 Orientação Solar no Terreno .................................................. 45
4.6 RELEVO E VEGETAÇÃO ......................................................... 45
4.7 LEGISLAÇÃO DE ZONEAMENTO ........................................... 47
4.8 SISTEMA VIÁRIO ..................................................................... 47
4.9 USO DO SOLO, CHEIOS E VAZIOS ........................................ 49
5 PARTIDO ARQUITETÔNICO ................................................... 50
5.1 ZONEAMENTO ........................................................................ 50
5.1.1 Organograma e Fluxograma .................................................. 52
5.1.2 Programa de Necessidade e Pré-dimensionamento ............ 54
5.1.3 Perspectivas de Implantações .............................................. 55
5.2 PLANTAS, CORTES, USOS E ESTRATÉGIAS ....................... 56
5.2.1 Planta do Bloco Administrativo ............................................ 56
5.2.2 Plantas dos Prédios de Serviços .......................................... 58
5.2.3 Planta do Lounge: Bloco Social ............................................ 60
5.2.4 Planta do Centro de Estudos de Observação das Baleias:
Bloco Social ............................................................................ 63
5.2.5 Planta dos Bangalôs: Bloco Privativo .................................. 66
6 CONCLUSÃO .......................................................................... 69
REFERÊNCIAS................................................................................. 70
ANEXO A – PARECERES DA PORTARIA 317 DO INMETRO ........ 74
ANEXO B – CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DO GUIA QUATRO
RODAS ............................................................................................. 76
ANEXO C – DISPOSITIVOS PESQUISADOS E SUAS
CARACTERÍSTICAS ........................................................................ 77
ANEXO D – JARDIM FILTRANTE .................................................... 79
ANEXO E – FUNCIONAMENTO DO SISTEMA DE ENERGIA
FOTOVOLTAICA .............................................................................. 80
ANEXO F – LEI COMPLEMENTAR Nº 1465 DA PREFEITURA
MUNICIPAL DE GAROPABA ........................................................... 82
ANEXO G – TABELA 1 – AMOSTRA DA MATRIZ REFERETE À POUSADA DO SBCLass – INFRAESTRUTURA ............................. 83
ANEXO H – TABELA2 – REGULAMENTO SBCLass ....................... 84
ANEXO I – FIGURA 66 – CISTERNA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA DA
CHUVA E FIGURA 67 – TIPOS DE VENTILAÇÃO ........................... 85
ANEXO J – FIGURA68 – DIAGRAMA SOLAR FLORIANÓPOLIS E
FIGURA69 – MANEIRAS PARA OBTENÇÃO DE ILUMINAÇÃO
NATURAL ......................................................................................... 86
ANEXO L – APARTAMENTOS ......................................................... 87
ANEXO M – PROGRAMA DE NECESSIDADE E PRÉ-
DIMENSIONAMENTO ....................................................................... 88
8
1 INTRODUÇÃO
O estudo a ser desenvolvido neste Trabalho de Conclusão de
Curso 1 (TCC 1) refere-se à elaboração de pesquisa para o
desenvolvimento de anteprojeto de uma Pousada Sustentável de
Observação da Baleia Franca na praia da Ferrugem, localizada no
município de Garopaba, Santa Catarina.
O termo sustentável surgiu do latim sustentare e quer
dizer “conservar, cuidar, favorecer e apoiar”. Para ser considerado
sustentável, um empreendimento deve ser:
Economicamente viável;
Culturalmente aceito;
Socialmente justo.
Os principais benefícios da arquitetura sustentável para o meio
ambiente e a comunidade local são:
Preservação do meio ambiente;
Economia financeira;
Qualidade de vida;
Diferencial no negócio;
Valorização imobiliária;
Maior satisfação dos usuários e produtividade dos
funcionários;
Desenvolvimento da consciência ambiental.
Assim, a presente proposta é atender a demanda do verão e
atrair turistas nas demais estações do ano com uma estrutura de uma
pousada de observação da baleia franca e com ênfase na
sustentabilidade.
1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA/PROBLEMÁTICA
Assim como o restante do litoral catarinense, Garopaba tem
uma grande procura durante o verão, época em que a cidade recebe
aproximadamente 140 mil turistas, a maioria em busca de suas belas
praias. Nos meses mais frios, a demanda diminui significativamente.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em
2018, a população de Garopaba era de 22.568 habitantes, o que
demonstra a sazonalidade do turismo no local.
A quantidade crescente de turistas na alta temporada acaba
causando uma sobrecarga no ecossistema, incluindo um aumento do
lixo gerado, do consumo de energia e do consumo de água do
município. Já na baixa temporada, há uma redução significativa na
ocupação de leitos e uma queda acentuada das receitas da cidade e de
muitos moradores que dependem do turismo como principal fonte de
renda. Portanto, faltam hospedagens com infraestruturas adequadas e
propostas inovadoras para atrair turistas em períodos de baixa
temporada.
9
1.2 JUSTIFICATIVA
Garopaba possui um grande potencial turístico, mas apresenta
algumas deficiências a serem supridas. Entre elas estão as questões
de como comportar a quantidade de turistas que recebe no verão sem
que esse excesso sobrecarregue os sistemas de infraestrutura da
cidade e de como manter o fluxo do turismo durante a baixa temporada.
A pousada proposta irá auxiliar no desenvolvimento
sustentável economicamente e ecologicamente do município e do
bairro, atraindo ainda mais o turismo e gerando aumento de renda e
movimento, escapando da sazonalidade do local. A proposta é viável,
pois no verão há certa dificuldade de hospedagem na região sendo que,
além de gerar renda, vai atrair os turistas para as belezas naturais da
região, despertando a curiosidade e o interesse pela cultura local. Vale
salientar que a escolha da Praia da Ferrugem ocorreu por ser uma praia
afastada do centro da cidade, ideal para quem busca lazer e descanso,
incluindo praia, surfe, pesca, dunas, trilhas (ideal em temporadas
quentes) e uma forte cultura local que pode ser desfrutada nos meses
de baixa temporada.
A praia possui dois acessos: quem vem do sul chega por
Garopaba, e quem vem do norte entra pela Gamboa. Este segundo
acesso ainda não está 100% pavimentado, porém já com aprovação e
licenciamento para o restante do trabalho. A pavimentação completa irá
facilitar o acesso e melhorar as chegadas e partidas dos turistas no
sentido norte, além de já poder desfrutar das belezas e atrações da
Praia do Siriú.
Diante de todas essas vantagens, surgiu a ideia de projetar
uma pousada para observação da baleia franca com um conceito
sustentável em termos econômicos e ecológicos. Assim, será possível
valorizar a história da região e da comunidade local, o que possibilitará
uma maior integração entre elas e uma conscientização relativa a
preservar o meio ambiente e as baleias.
A pousada busca mostrar que é possível uma ocupação de
forma a não agredir e deteriorar o ambiente natural visando o turista que
vem de diversos lugares do mundo para observar e ver as baleias por
terra (elas aparecem na região nos meses de julho a novembro). Além
disso, será possível promover cursos, encontros e convenções de
organizações não governamentais (ONGs) engajadas neste contexto,
ajudando assim a movimentar a atividade da região na baixa
temporada. Um detalhe importante é que a observação por
embarcações está proibida desde 2013 por questões judiciais e
ambientais.
Outro objetivo da proposta é explorar a observação pelo
ecoturismo. Será possível usufruir de uma caminhada para observação
em cima do morro que divide a Ferrugem da Praia da Barra, com uma
vista privilegiada do alto, para melhor visualização do entorno e
contemplação ao entardecer de um lindo pôr do sol, que reflete na lagoa
que se liga ao mar. Além disso, oficinas líticas são visíveis no costão,
constituídas principalmente por rocha basáltica ou diabásio e granito, e
10
utilizadas geralmente para afiar instrumentos de pesca e caça como
anzóis, flechas, facas, entre outros. No local, ainda há formação de
piscinas naturais que possibilitam um bom banho relaxante.
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 Objetivo Geral
Desenvolver uma pousada no sul da Praia da Ferrugem,
enfatizando a sustentabilidade econômica e ecológica, com
infraestrutura capaz de atrair hóspedes o ano inteiro.
1.3.2 Objetivos Específicos
Explorar a história da hotelaria e hospedagem no Brasil e
no mundo;
Estudar a legislação pelo zoneamento da implantação;
Conhecer as classificações na hotelaria;
Analisar a área e o seu entorno, salientando os pontos
positivos e negativos;
Conciliar atividades realizadas no empreendimento com a
comunidade local, a fim de haver uma integração entre elas;
Identificar que medidas podem ser aplicadas para criação
de um empreendimento sustentável;
Pesquisar as hospedagens já existentes para buscar um
diferencial;
Pesquisar sobre o histórico e a cultura local;
Pesquisar sobre o monitoramento das baleias francas em
Área de Proteção Ambiental e Preservação da Baleia
(APAPB);
Buscar referenciais arquitetônicos com programa similar
para o embasamento na concepção do partido.
1.4 METODOLOGIAS
Foram realizadas pesquisas sobre hospedagens litorâneas e
sobre construção sustentável e suas classificações, meios de
hospedagens e como se desenvolveu no mundo, com consulta a livros,
Internet, trabalhos acadêmicos e referenciais teóricos e conceituais.
Além disso, foram feitas visitas a hospedagens na região e visitas com
levantamentos de dados e fotografias das instalações das hospedagens
e da área escolhida para o projeto.
Ao final, realizou-se a elaboração da proposta a partir dos
dados e informações levantadas durante o estudo para lançamento do
partido geral.
11
2 REFERENCIAIS TEÓRICOS
2.1 BREVE HISTÓRICO DA OBSERVAÇÃO DA BALEIA FRANCA NA
REGIÃO
Segundo o Instituto Australis (2018), foi durante o ano de 1981
que o Vice-Almirante Ibsen de Gusmão Câmara, um dos líderes na luta
contra a caça à baleia no Brasil (praticada até 1985 por japoneses
instalados na Paraíba), por iniciativa própria, principiou a investigar
relatos de pescadores e frequentadores da costa catarinense atestando
que “baleias pretas” estavam aparecendo esporadicamente no litoral sul
do Brasil. Ele organizou então um grupo de voluntários para, com
pouquíssimos recursos obtidos no exterior, realizar uma busca no litoral
do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Conduziu não apenas
observações diretas da costa como entrevistas nas comunidades locais
que pudessem explicar melhor a identidade do animal em questão.
Já em 1981, essas entrevistas indicavam a presença regular
recente de “baleias pretas” com filhotes. Com a continuidade das
buscas, em agosto de 1982, a avistagem de uma fêmea adulta e seu
filhote na praia de Ubatuba, Ilha de São Francisco do Sul, SC, e de
várias outras observações posteriores de pares de mãe e filhote no
mesmo ano vieram a confirmar o status do litoral catarinense como área
ativa de reprodução das baleias francas no Brasil (INSTITUTO
AUSTRALIS, 2018).
Conforme o Instituto Australis (2018), uma análise das
avistagens registradas por mais de 20 anos de atividades contínuas
demonstra a existência de uma área de concentração nitidamente
marcada, situada entre a Ilha de Santa Catarina e o Cabo de Santa
Marta, na costa catarinense.
Os censos aéreos realizados colaboraram com as avistagens
de terra para determinar tal faixa de maior concentração sazonal dos
animais. A partir de 1982, continuaram as atividades do já então
denominado Projeto Baleia Franca, cujo objetivo fundamental, até hoje
inalterado, é garantir a sobrevivência e a recuperação populacional da
baleia franca em águas brasileiras (Figura 1).
Figura 1 – Relatos da Baleia Franca
Fonte: Instituto Australis, 2018.
12
2.2 ARMAÇÕES
Costa (2004) destaca que os veranistas que passeiam pelo
litoral catarinense encontram algumas praias com nomes que trazem
uma palavra em comum, “armação”, mas nem todos pensam no que ela
significa. Essas praias e outras que não carregam mais a palavra foram
sedes de antigas armações de baleias, estabelecimentos
manufatureiros dedicados à caça e ao processamento desses animais.
Foram construídas ainda no período colonial, entre meados do século
XVIII e início do XIX, e constituíram uma das primeiras atividades
industriais na região.
O autor ainda enfatiza que, inicialmente, o objetivo era extrair
o óleo produzido com a gordura das baleias e exportá-lo para a Europa
para uso em iluminação pública. Esse óleo também foi usado para
compor a argamassa de construções mais sólidas, como fortalezas e
igrejas. Mais tarde, outros subprodutos, como a carne, as barbatanas e
os ossos, também foram aproveitados comercialmente. Algumas
armações operaram até meados do século XX e, em um caso, o de
Imbituba, funcionou até 1973.
A Armação de Nossa Senhora da Piedade (1746), atual praia
da Armação da Piedade, em Governador Celso Ramos, foi a primeira e
maior armação baleeira do litoral catarinense. Ainda há vestígios das
instalações coloniais. Já a Armação de Sant'Ana da Lagoinha (1772),
em Florianópolis, corresponde à praia hoje conhecida como Armação
do Pântano do Sul (COSTA, 2004). A Armação de São João Batista de
Itapocoróia (1778) fica na enseada de Itapocoróia, atualmente
município de Penha, no litoral norte, e a Armação de São Joaquim de
Garopaba (1795) corresponde ao atual município de Garopaba, na
praia de mesmo nome (COSTA, 2004).
Segundo Costa (2004), a Armação de Imbituba (1796), a mais
meridional da costa brasileira, era uma fábrica que funcionava como
prolongamento da Armação de Garopaba. Foi instalada na atual praia
do Porto, atualmente pertencente ao município de Imbituba. Foi
também a última a encerrar suas atividades, em 1973. Hoje, Imbituba
abriga instituições de proteção a esses animais, com uma ONG voltada
para pesquisas, a sede da área de proteção ambiental (APA) da Baleia
Franca e o Museu da Baleia. Já a Armação da Ilha da Graça (1807) foi
uma sucursal da armação de Itapocoróia, instalada mais ao norte, na
ilha localizada junto à entrada do canal de São Francisco, no atual
município de São Francisco do Sul (Figura 2).
Figura 2 – Armação
Fonte: Blogger, 2018.
13
2.3 APA DA BALEIA FRANCA
Criada pelo Decreto de 14 de setembro de 2000, a APA da
Baleia Franca visa a proteção da região costeira do estado de Santa
Catarina. Tem como premissa proteger a baleia franca austral
(Eubalaena australis) ordenando e garantindo o uso dos recursos
naturais nas áreas costeiras, assim como controlando a ocupação e a
utilização do solo e das águas e, principalmente, ordenando a
exploração de potencial turístico e recreativo e as pesquisas de áreas
que estão nessa zona delimitada (Figura 3) (ICMBio, 2018).
Figura 3 – APA da Baleia Franca
Fonte: Ambiente do Meio, 2018.
Segundo Ambiente do Meio (2018), a costa centro-sul de Santa
Catarina abrange uma área total de 156.100 hectares. Além de proteger
as enseadas de maior concentração de baleias francas com filhotes, a
APA protege importantes áreas terrestres com costões rochosos,
dunas, banhados e lagoas. Sob a responsabilidade federal do Instituto
Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio, 2018), esse
novo santuário natural deve ainda servir como polo de educação e
interpretação ambiental.
Proteger a baleia franca austral e sua área reprodutiva,
conservar importantes ambientes costeiros e lagunares por meio do
ordenamento e controle de atividades impactantes ao meio ambiente, e
valorizar a participação social e as populações tradicionais são,
resumidamente, os objetivos da criação da APA da Baleia Franca. Essa
unidade de conservação federal de uso sustentável abrange partes de
nove municípios do litoral sul catarinense, sendo que o processo
participativo é essencial para que haja controle social sobre os rumos
da gestão do território das unidades de conservação (UCs) (ICMBio,
2018).
2.4 INSTITUIÇÕES E ONGS LIGADAS AO TEMA NA REGIÃO
2.4.1 O Museu da Baleia
O Museu da Baleia de Imbituba situa-se na Praia do Porto e
suas instalações estão na construção histórica Barracão Manoel Rosa.
Ferrugem
14
O nome do barracão foi criado pela Lei 2.15/2003, de 17 de setembro
de 2003, em homenagem a Manoel Pereira da Rosa, um dos últimos
baleeiros da região.
Em setembro de 1998, pelo Decreto Municipal 039/1998, a
Prefeitura Municipal de Imbituba realizou o tombamento da Estação
Baleeira de Imbituba, onde estava instalado o Barracão da Baleia. A
pesca da baleia foi um dos importantes ciclos econômicos de Imbituba,
iniciado em 1796, proporcionando grande desenvolvimento econômico
à cidade. Com a descoberta do carvão e a instalação do Porto de
Imbituba. Segundo Ambiente do Meio (2018) a pesca deixou de ser uma
atividade lucrativa e encerrou-se em 1973.
Com o tempo, a construção foi sendo degradada, sobretudo
pela chuva de granizo de 1987, que provocou o destelhamento do local.
Do barracão original restaram apenas equipamentos como os tanques
de autoclaves, motores, o guincho e a chaminé que são originais do
período da pesca.
Como proposta de valorização histórica e cultural, foi realizado
pelo Engenheiro Moacir Freitas o projeto de reconstrução da estação
baleeira com base em fotos da época. Em 21 de setembro de 2001, foi
lançada a pedra fundamental do museu e, em setembro de 2003,
ocorreu sua inauguração. A construção do museu foi uma iniciativa do
Projeto Baleia Franca em parceria com a Prefeitura Municipal de
Imbituba e empresários locais.
A reconstrução dessa edificação buscou promover a cultura e
história do município. No local estão equipamentos, artefatos da pesca
baleeira e painéis e ilustrações obtidas em arquivos (Figura 4).
Figura 4 – Museu da Baleia Franca
Fonte: UNISUL, 2016.
15
2.4.2 PBF: Projeto Baleia Franca
O Centro Nacional de Conservação da Baleia Franca foi
inaugurado em setembro de 2003. Localizado na Praia de Itapirubá
Norte, em Imbituba, SC, em frente a uma das enseadas com maior
frequência de avistagens de baleias franca no Brasil, o Centro conta
com um centro de visitantes, deque de observação de baleias, loja com
produtos exclusivos, uma réplica de um filhote de baleia em tamanho
real, laboratório de pesquisa, escritórios administrativos e o Espaço
Australis, um novo espaço de educação ambiental.
2.4.3 Instituto Australis
O Instituto Australis de Pesquisa e Monitoramento Ambiental é
uma entidade civil sem fins lucrativos criada em 2015 para auxiliar na
manutenção das atividades do Programa de Pesquisa e Conservação
da Baleia Franca – Projeto Baleia Franca.
Segundo o site da baleia franca (2018), há retorno econômico
direto às comunidades que apoiam a preservação da Baleia Franca,
uma atividade que gera cerca de dois bilhões de dólares/ano em nível
mundial, o turismo de observação de baleias (ou whale watching) pode
ser praticado na região com grande facilidade.
2.4.4 Base Cangu Ligada ao Turismo de Observação
A Base Cangu fica localizada em Garopaba, na praia do centro,
e oferece a opção de observação de baleias francas por terra para
visitantes. Os avistamentos ocorrem a partir de trilhas costeiras,
mirantes naturais, observatórios, promontórios de dunas ou até mesmo
da faixa de praia.
2.4.5 O IBF Ligado ao Turismo de Observação
O Instituto Baleia Franca (IBF) é uma entidade não
governamental, sem fins lucrativos, sediada na Praia do Rosa, no
município de Imbituba, Santa Catarina. Desenvolve e promove ações e
projetos de proteção ambiental, desenvolvimento sustentável e
inserção social das comunidades regionais. O IBF também promove
intercâmbios e atividades com a comunidade científica internacional,
participando dos principais fóruns de proteção a estes cetáceos. Além
disso, trabalha em atividade de turismo por terra e ainda desenvolve
oficinas ecopedagógicas em conjunto com as escolas de Imbituba e
Garopaba, onde também possui uma sede, localizada na Praia do
Centro.
16
2.5 MEIOS DE HOSPEDAGEM
2.5.1 A Hotelaria no Mundo e no Brasil
A necessidade do homem por hospedagem existe desde a
antiguidade e surgiu pelos mais diversos motivos, impulsionada
principalmente pelos deslocamentos e viagens ao longo da história.
Com a Revolução Industrial iniciada no século XVIII, aumentou a
necessidade por hospedagem e, com isso, foram inaugurados os
primeiros hotéis.
O comércio é um dos grandes responsáveis pelo surgimento
dos primeiros espaços hoteleiros, mas foi a partir da Revolução
Industrial que a atividade passou a ser mais fortemente explorada. O
formato mais conhecido atualmente, com recepcionistas e gerentes,
surgiu no início do século XIX (BADARÒ, 2015).
Com a grande expansão da economia mundial a partir da
Segunda Guerra Mundial, houve a melhoria dos sistemas de transporte
e comunicação, além do aumento da renda de uma grande faixa da
população. Principalmente nos países desenvolvidos, o turismo sofreu
uma grande transformação e passou a ser o grande impulsionador do
crescimento do setor hoteleiro. O conceito do que hoje chamamos de
apartamento, concebido por quarto mais banheiro (Figura 5), surgiu em
1870, criado pelo suíço César Ritz, no primeiro estabelecimento
hoteleiro planejado em Paris. Esse conceito chegou aos Estados
Unidos através da Statler Hotel Company.
Figura 5 – Planta da Unidade Habitacional do Sonesta Bayfront (PI) em
Miami (EUA)
Fonte: Sonesta, 2011.
No Brasil, no período colonial, além das casas grandes de
engenhos e fazendas, surgiram ranchos e pousadas à beira das
estradas, locais onde acabavam se formando povoados e,
posteriormente, cidades (PAIXÃO, 2003). No século XVIII, foram
abertas estalagens inicialmente no Rio de Janeiro e, com a chegada da
corte portuguesa em 1808, cresceu o número de estrangeiros e a
demanda por alojamentos. Em 1907, o governo criou um decreto que
isentou de impostos municipais os cinco primeiros grandes hotéis que
se instalassem no Rio de Janeiro. O Hotel Avenida foi um deles (Figura
6).
17
Figura 6 – Hotel Avenida no Rio de Janeiro
Fonte: Paixão, 2003.
Em 1966, foi criada a Empresa Brasileira de Turismo
(EMBRATUR), que tinha como uma de suas funções organizar e
classificar a hotelaria no Brasil. Nas décadas de 1960 e 70,
desembarcaram redes hoteleiras internacionais trazendo outros
padrões de qualidade e preço (EMBRATUR, 2009).
Para Badaró (2015), houve um grande investimento em hotéis
de padrão cinco estreIas, mas nas últimas décadas, com a estabilização
da economia, a classe média passou a viajar mais e a demanda por
empreendimentos mais econômicos, como pequenos hotéis e
pousadas, cresceu.
2.6 CLASSIFICAÇÃO DE POUSADA
Pousada é um meio de hospedagem com muitas
características de um hotel, mas em escala menor, tanto no número de
apartamentos como na diversidade de serviços. As instalações para
prática de esportes são resumidas a poucos itens, normalmente
relacionadas à localização. As áreas de reuniões, quando existentes,
são de pequeno porte. A administração, na maioria das vezes, é familiar
e o tratamento é mais pessoal.
O Sistema Brasileiro de Classificação de Meios de
Hospedagem do Ministério do Turismo (SBClass, 2012) foi criado em
busca de padronizar e organizar os meios de hospedagens por: hotel,
resort, hotel fazenda, cama e café, hotel histórico, pousada e flat/apart-
hotel. Para ser considerado pousada, o empreendimento deve
apresentar característica horizontal, composto de no máximo 30
unidades habitacionais e 90 leitos, com serviços de recepção,
alimentação e alojamento temporário, podendo ser em um prédio único
com até três pavimentos ou contar com chalés ou bangalôs. As
pousadas são classificadas de uma a cinco estrelas, de acordo com as
instalações e os serviços oferecidos. Na portaria ministerial MTur nº
100/2011, encontramos as “Matrizes de Classificação de Meios de
Hospedagens”. Essas matrizes foram criadas para estabelecer alguns
critérios para classificação de empreendimentos de hospedagens,
sendo elas diferentes para hotéis, resorts e pousadas. A matriz que
classifica as pousadas está dividida em três itens: infraestrutura,
serviços e sustentabilidade (Tabela 1, no Anexo G).
18
2.7. EMPRENDIMENTO SUSTENTÁVEL
2.7.1 O Que é e Por Que Ser Sustentável
Segundo Mikhailova (2004), o primeiro grande passo global no
âmbito do desenvolvimento sustentável foi a realização da Conferência
de Estocolmo em 1972 (Conference on the Human Environment), na
qual se percebeu uma necessidade de reaprender a conviver com o
planeta. Porém, o desenvolvimento sustentável passou a ser a questão
principal de política ambiental somente a partir da Conferência das
Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (RIO, 1992).
A Organização das Nações Unidas, por meio do relatório
Nosso Futuro Comum, publicado pela Comissão Mundial para o Meio
Ambiente e o Desenvolvimento em 1987, elaborou o seguinte conceito:
“Desenvolvimento sustentável é aquele que busca as necessidades
presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras de
atender suas próprias necessidades” (ONU, 2018).
Segundo Gonçalves (2013), o meio ambiente tornou-se um dos
agentes de interesse dos consumidores. Além de qualidade total, seria
necessário e fundamental desenvolver produtos corretos. Gonçalves
diz que desde as décadas de 1980 e 90, a preocupação ambiental vem
afetando uma grande variedade de segmentos. Se no início as
preocupações estavam focadas nos seguimentos que causavam danos
diretos ao meio ambiente por meio das diversas formas de poluição,
hoje o problema é mais abrangente, e não está somente ligado à
poluição gerada na saída do processo, mas na operação por completo.
Atualmente, o Brasil (2015) conta com diversos tipos de
classificações e certificações para os meios de hospedagem que
ajudam na diferenciação entre eles. O Sistema Brasileiro de
Classificação de Meios de Hospedagens, ao classificar os meios de
hospedagens, também estipula uma série de medidas de
sustentabilidade para que um empreendimento possa receber o selo de
classificação. Ações como o gerenciamento de resíduos sólidos, com
redução, reuso e reciclagem, e a sensibilização dos hóspedes com
relação à sustentabilidade são algumas das medidas exigidas (Tabela
2 no Anexo H). Como visto no item 2, o regulamento do SBCLass
relaciona três itens a serem observados para a classificação das
pousadas: infraestrutura, serviços e sustentabilidade. Na Tabela 2, no
Anexo H, são descritos os requisitos de sustentabilidade. Buscando
contemplar esses princípios e os requisitos contidos no Regulamento
SBCLass, tanto no que diz respeito a arquitetura como aos itens de
gestão, a presente pousada foi planejada para incluir os principais
benefícios da arquitetura sustentável para o meio ambiente e a
comunidade local. Seus objetivos são preservação do meio ambiente,
economia financeira, qualidade de vida, diferencial no negócio,
valorização imobiliária, maior satisfação dos usuários e produtividade
dos funcionários, desenvolvimento da consciência ambiental e
preservação da baleia franca. No Anexo A, estão apresentados os
pareceres da Portaria 317 do INMETRO.
19
No Anexo B, constam os Critérios de Avaliação do Guia Quatro
Rodas utilizados para auxiliar em como tornar o empreendimento mais
sustentável.
2.8 COMO TORNAR UMA POUSADA MAIS SUSTENTÁVEL
A arquitetura, desde sua origem, estuda como obter conforto
para os seres humanos, adaptando as construções às características
do ambiente onde são implantadas. Muito disso pode ser verificado na
arquitetura vernacular, que pode ser conceituada como uma arquitetura
que é passada de geração para geração, feita com materiais regionais
e soluções arquitetônicas que buscam proporcionar conforto térmico e
acústico condizentes com as condições climáticas de determinada
região. Algumas dessas arquiteturas são milenares e estudadas por
muitos arquitetos contemporâneos, pois possibilitam economia no uso
de energia, por exemplo.
Como a população no planeta cresce de maneira exponencial
e os recursos naturais são finitos, a preservação desses recursos vem
se tornando cada vez mais necessária. Com essa necessidade, surge
a busca por novas tecnologias e o resgate de algumas já antigas, mas
esquecidas por uma sociedade que acreditava poder explorar a Terra
infinitamente sem ter que se preocupar em preservar para as gerações
futuras.
Entre as diversas possibilidades de reduzir o impacto da
pousada, e com a intenção de ajudar a preservar o ambiente e os
recursos naturais, algumas alternativas foram estudadas para aplicação
na proposta.
2.8.1 Dispositivos para Economizar Água
A água potável é um bem fundamental para a vida humana.
Apesar de a superfície da terra ser composta de 70% de água, menos
de 1% é água doce disponível e, com a poluição dos rios e o
desperdício, a água potável está ficando cada vez mais rara. Por isso,
tudo o que puder ser feito para economizar é cada vez mais necessário.
Dispositivos como arejadores, redutores de pressão para
torneiras, torneiras de fechamento automático para uso em locais com
maior concentração de público e vasos sanitários com dois volumes de
vazão são exemplos que podem ser utilizados para reduzir o consumo
de água. No Anexo C, são apresentados alguns desses dispositivos
pesquisados e suas características.
2.8.2 Aproveitamento da Água da Chuva e Reuso
Como visto anteriormente, a água é um recurso precioso e que
deve ser preservado. Aproveitar a água da chuva e reaproveitar a água
que já teve algum uso dentro do empreendimento são alternativas
viáveis e recomendadas para diminuir o consumo de água potável,
como o uso de cisterna (Figura 66 no Anexo I) e de jardim filtrante
(Anexo D).
20
No Código de Águas, o artigo 103 do Decreto nº 24.643/1934
diz que as águas pluviais pertencem ao dono do prédio onde caírem
diretamente, e ele pode dispor delas à vontade, salvo exista direito em
contrário. As águas da chuva provenientes de superfícies impermeáveis
podem ser coletadas e utilizadas para fins não potáveis, como uso em
descargas sanitárias, limpeza de pisos e regas de jardins (BRASIL,
1934).
2.8.3 Energia Solar Fotovoltaica
Um dos grandes desafios da sociedade contemporânea é
como produzir energia sem causar danos ao meio ambiente e sem
consumir combustíveis não renováveis. A produção de energia elétrica
através de células fotovoltaicas a partir da radiação do sol é uma
alternativa que está cada vez mais viável. Com o aumento da demanda
e, consequentemente, da escala de produção dos equipamentos, os
preços estão reduzindo ano após ano e hoje já são parte importante da
matriz energética de muitos países.
Com as medidas adotadas pela Agência Nacional de Energia
Elétrica (ANEEL) na resolução 482/2012, ficou mais interessante o uso
desse sistema de geração de energia, pois agora é possível produzir
energia solar durante o dia, lançar na rede o que não for consumido e
ficar com créditos para consumir à noite ou em outro momento. No
Anexo E, é possível verificar o funcionamento de um sistema de energia
fotovoltaica (AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA, 2017).
2.8.4 Iluminação e Ventilação Natural
Uma boa arquitetura sempre busca oferecer uma boa
iluminação e ventilação natural, pois são pilares básicos tanto para o
conforto como para a saúde dos usuários da edificação. Atualmente,
existem muitos equipamentos capazes de artificialmente corrigir
problemas de ventilação e iluminação, ou mesmo possibilitar formas
que não priorizem essas funcionalidades de maneira natural. Como a
presente proposta busca a sustentabilidade, nada mais coerente do que
utilizar ao máximo a iluminação e ventilação natural, reduzindo assim o
uso de equipamentos que, além de consumirem energia, muitas vezes
podem criar um ambiente não tão saudável (COSTA, 2002).
Jourda (2009, p.21) diz que “ambientes ensolarados são
reconhecidamente antidepressivos”. De fato, é necessário possibilitar o
contato com o sol, mas também é preciso proporcionar uma habitação
que forneça sol quando desejado e sombra e conforto quando
necessário. Ao fazer o planejamento das áreas de iluminação natural e
de sombreamento, deve-se levar em consideração a orientação solar.
A carta solar da região (Figura 68 no Anexo J) permite saber o
comportamento do sol no local de implantação da proposta e assim
projetar corretamente essas áreas. Há muitas maneiras de obter uma
boa iluminação natural; como a pousada proposta é constituída por
diversos bangalós separados uns dos outros, há mais liberdade na
busca de soluções (Figura 69 no Anexo J). O importante é captar uma
luz confortável e em quantidade suficiente, ao mesmo tempo em que se
21
protege determinadas áreas dos raios solares diretos e de
ofuscamentos indesejáveis. As aberturas também devem ser pensadas
segundo aspectos térmicos e visuais. O aspecto visual é muito
importante em um empreendimento desse tipo e é um dos grandes
atrativos da área de implantação da proposta de observação da baleia.
Em conjunto com a iluminação natural, deve-se pensar
também na ventilação natural, já que ambas são estudadas para a
definição de onde e como serão as aberturas e quais suas dimensões.
É importante que o projeto contemple bem a ventilação natural, pois o
vento é um recurso sem custo e renovável, ou seja, exatamente o que
se busca para a proposta.
No verão principalmente, uma boa ventilação natural é muito
importante, pois ajuda a diminuir em muito o uso do aparelho de ar
condicionado. Segundo Montenegro (1984), em temperaturas elevadas,
a sensação de conforto é bem maior em local ventilado do que em local
confinado, pois a temperatura alta provoca a transpiração e o
movimento do ar facilita a evaporação.
Além de economizar energia, uma boa circulação de ar
proporciona renovação do ar de forma constante nos ambientes, o que
os torna mais saudáveis.
Existem algumas maneiras de tornar a ventilação natural mais
eficiente. Como o ar mais quente tende a subir e o ar mais frio a descer,
o interessante é que as saídas de ar estejam mais próximas do teto,
levando para fora o ar mais quente. A ventilação cruzada e a torre de
vento são os exemplos mais comuns de ventilação natural (Figura 67
no Anexo I).
3 REFERENCIAL PROJETUAL
3.1 POUSADA QUINTA DO BUCANERO (ESTUDO DE CASO)
3.1.1 O Projeto
A Praia do Rosa, localizada no município de Imbituba, Santa
Catarina, foi eleita, segundo o jornal britânico The Guardian, uma das
10 praias “desconhecidas” mais belas do mundo (DESTINO
FLORIANÓPOLIS, 2018). O local recebe muitos turistas, em grande
parte na alta temporada de verão e feriados do ano. Inaugurada nessa
praia em 1995, a Pousada Quinta do Bucanero apresenta uma estrutura
que encanta com seu charme, romance, luxo e ênfase na
sustentabilidade. O projeto teve como principal objetivo adaptar a
construção ao terreno, por apresentar um grande desnível natural do
morro do Rosa. A pousada recebeu um prêmio em 2014/2015 como um
dos melhores hotéis para casais em todo o Brasil e o melhor da região,
além do Selo Sustentável por práticas ambientais e projetos sociais. A
pousada apresenta 17.000 m² de área verde no terreno, com uma
estrutura de 10 apartamentos com vista panorâmica para a praia, um
clube com diversas atividades de lazer, piscinas, restaurante, mirante,
estacionamento, entre outros. Sua proposta valoriza a exclusividade do
22
que é artesanal, com peças utilizadas na decoração dos ambientes
criadas especialmente para a pousada, como almofadas, quadros,
abajures e sachês bordados à mão por moradores da região. Isso
valoriza seus trabalhos e gera um bom convívio entre todos.
A Pousada Quinta do Bucanero participa de diversas ações
sustentáveis, tais como: recolhimento de óleos utilizados na cozinha;
acomodações com duchas que injetam ar na água e reduzem o
consumo em até 40%; eletrodomésticos com selo Procel de economia
de energia; corte de energia nos apartamentos através do sistema de
cartão magnético nas portas; todos os ambientes equipados com
lâmpadas frias; e separação integral do lixo produzido no local, além de
participação voluntária em mutirões de recolhimento do microlixo na
praia.
3.1.2 Relação com a Proposta
A pousada foi escolhida como referencial com o intuito de
seguir seus diversos tipos de ações sustentáveis. Além disso, tem como
atividade de recreação o whale watching, o turismo de observação das
baleias francas de julho a novembro.
O estilo rústico da pousada se camufla em meio à natureza ao
redor. A construção utiliza como principais materiais a estrutura de
madeira, com grandes aberturas de vidros que integram o interior com
o exterior, obtendo um visual panorâmico da praia e da natureza
particular do local.
3.1.3 Estrutura da Pousada
1. Dez apartamentos;
2. Restaurante bistrô na varanda;
3. Bar;
4. Sala de jogos e estar;
5. Mirante;
6. Piscina e jacuzzi de frente para o mar;
7. Clube Bucanero: fitness, sauna, massagem, bar e
jacuzzis;
8. Estacionamento.
Recreação:
• Whale watching: turismo de observação das baleias
francas de julho a novembro;
• Aulas de surfe;
• Aulas de kitesurf;
• Personal trainer;
• Cavalgadas com guias.
23
3.1.4 Planta Baixa
O projeto procurou respeitar as características geográficas e físicas do terreno, que apresenta muitos desníveis sinuosos. Também se
aproveitou das vegetações e pedras existentes no terreno, tornando parte da estrutura com menos intervenção possível.
As plantas dos apartamentos apresentam um desenho retilíneo, e todos os cômodos estão localizados em um patamar diferente, divididos
em unidades interligadas pelo terreno por escadas. Os apartamentos na imagem abaixo foram construídos há poucos anos, possuindo o mesmo
desenho dos já existentes. Ao lado está a planta de uso comum (Figura 12).
Figura 7 – Planta baixa da Pousada
Fonte: o autor, 2018.
24
3.1.5 Pontos Positivos e Negativos
3.1.5.1 Pontos Positivos
- Pratica ações sustentáveis pensando no futuro da
humanidade e valorizam a história da região e da comunidade local;
- Aproveita as pedras do local como estrutura e decoração,
com menor intervenção possível;
- Utiliza transparência através de vidros que contribuem para
a entrada de luz natural.
3.1.5.2 Pontos Negativos
- Por possuir muitos desníveis com seus acessos apenas
por escadas, não fornece acessibilidade;
- Para chegar à beira da praia, o hóspede precisa descer
uma trilha que leva aproximadamente 10 minutos de caminhada.
3.1.6 Materiais Construtivos
Os materiais que mais se destacam na pousada são, sem
dúvida, a madeira e o vidro, que estão presentes na maior parte da
estrutura, principalmente na recepção, no restaurante e no clube. Já os
bangalôs foram construídos em alvenaria, com o uso de tijolo maciço
moldurado em madeira no piso. A pousada tem como estrutura de
sustentação as pedras naturais do terreno.
3.1.7 Destinação de Efluentes
O descarte de resíduos de esgoto é feito por meio de fossas
ecológicas, uma boa medida a ser tomada quando as construções são
próximas a córregos ou lagos, pois não utiliza produtos químicos e
potencializa a ação de bactérias (Figura 8).
25
Figura 8 – Destinação de efluentes
1 = Válvula de retenção; 2 = Chaminé de alívio; 3 = Curva de 90º; 4 = “T” de inspeção; 5 = Caixas de 1.000 ml; 6 = Registro. Fonte: o autor, 2018.
3.1.8 Volumetria
A pousada possui uma volumetria simétrica, apesar de seus
diversos telhados darem movimento à construção. Cada ambiente foi
dividido por níveis, e escadas são necessários para transitar entre eles,
predominando a verticalidade da circulação (Figura 9).
Figura 9 – Volumetria
Fonte: o autor, 2018.
3.1.9 Apartamentos
São dez apartamentos divididos nas categorias Classe
Luxo, Classe Master, Classe Premium e Classe Casa Mar/Casa Terra.
Elas são melhor detalhadas no Anexo L.
26
3.2 MAKENNA RESORT / DRUCKER ARQUITETURA
3.2.1 O Projeto
O empreendimento está localizado em uma área de Reserva
Ambiental de Mata Atlântica nativa protegida pela Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e
pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (IBAMA). Esse foi um grande desafio para o escritório em
termos de como implantar um resort ecológico e sustentável em meio à
paisagem.
Ao visitarem o local e sentirem a força da natureza e o clima
quente, úmido e com muito vento, os arquitetos do escritório criaram o
conceito a partir da ideia de que o local pedia sombra. Segundo Drucker
Arquitetura (SAYEGH, 2010), “pedia um guarda-sol, e foi simplesmente
isso que fizeram. Todas as formas de vedação e fechamento são para
atender as condições necessárias para dormir, ter sombra e ter
escuridão”.
O partido buscou explorar ao máximo a horizontalidade,
abrindo o campo visual e interagindo com o entorno, e optou por elevar
a edificações do solo para preservar o meio ambiente. As construções
foram distribuídas ao invés de formarem um único bloco. O resultado
são edificações distintas: um clube com restaurante e salas de lazer,
um spa, 16 bangalôs e um setor de serviços. A área total construída é
de 6,7 mil m². Na Figura 14, temos a localização da Pousada.
Figura 14 – Localização da Pousada
Fonte: o autor, 2018.
27
3.2.2 Relação com a Proposta
O Makenna Resort foi escolhido como referencial pelo local em
que está inserido, junto à beira-mar em uma área de preservação
ambiental (APA). Todas as edificações são elevadas para preservar o
solo e evitar a umidade. O clima e a orientação solar são os mesmos
do terreno escolhido para o partido. A distribuição dos usos no lugar de
um grande bloco também é importante. A horizontalidade integra o
interior com o exterior com muita transparência e bangalôs de diferentes
áreas, além do uso de estratégias sustentáveis condizente com o
partido.
3.2.3 Implantação
A seguir, serão apresentados os acessos no projeto da
implantação.
Figura 15 – Acessos demarcados no projeto da implantação
Fonte: Archdaily, 2018
A implantação buscou a horizontalidade, que contrasta com
a verticalidade das palmeiras. Setorizou o uso por: privativo, social e
serviço. O privativo e o social estão voltados de frente para o mar, em
busca de uma visão privilegiada da praia e com a preocupação de não
obstruir a visão de cada um. Com afastamentos entre eles e com o
aproveitamento dos desníveis do terreno, buscou-se também uma
28
melhor ventilação e insolação, centralizando o clube como ponto de
contemplação e proteção solar, com uma grande amplitude visual do
entorno. A circulação até hoje não apresenta marcações, para interferir
o menos possível no solo natural e buscar a liberdade dos hóspedes de
seguir o seu caminho (Figura 16).
Figura 16 – Acessos atuais da implantação
Fonte: o autor, 2018.
29
3.2.4. Materiais Construtivos
Foram utilizadas pedras para o revestimento em parte das paredes dos bangalôs. Trata-se do arenito do norte, pedra típica da região.
Madeira, concreto e fibras de carbono estruturam a construção. A madeira está presente nos caixilhos com venezianas reguláveis. Além do poliestireno
expandido (EPS), o concreto recebeu fibras de carbono na superfície, um material de última geração, resistente ao desgaste da maresia (Figuras 17
a 20).
3.2.5 Pontos Positivos e Negativos
3.2.5.1 Positivos
- Implanta as unidades elevadas do solo para evitar a umidade, esconder dutos e manter o solo impermeável, o que agregou a leveza
visual;
- Separa as unidades por setores e usos;
- Busca a horizontalidade e um melhor visual da paisagem;
- Valoriza a arte local expondo no hall de entrada do clube;
- Aplica a sustentabilidade com a arquitetura bioclimática.
Figura 17 – Bangalô
Fonte: Archdaily, 2018.
Figura 18 – Hall do Club barco
Fonte: Archdaily, 2018.
30
Figura 19 – Entrada principal.
Fonte: Archdaily, 2018.
Figura 20 – Planta do Bangalô.
Fonte: Archdaily, 2018
3.2.5.2 Negativos
- Não há acessibilidade em todos os bangalôs, apenas no tipo 1, já
que estão elevados do solo conforme a imagem;
- Não possui traçado nem acesso definidos e não utiliza materiais
para melhor acessibilidade;
- Acesso principal sem pórtico, apenas com uma guarita simples,
pequena e com placa voltada apenas para um sentido da rodovia.
31
3.2.6. Planta Baixa dos Bangalôs
Todos os bangalôs têm diversas semelhanças nas suas tipologias, que seguem os princípios do modernismo, com lajes aparentes de
concreto e linhas bem marcadas retangulares e na mesma materialidade. Nos bangalôs duplos, a unidade da esquerda tem aberturas voltadas para
o sul; as demais são bem protegidas ao sul e com aberturas ao leste para vista do mar, oeste e norte, tendo uma melhor ventilação cruzada. O que
diferencia os bangalôs é a metragem, que varia de 80 m² a 150 m², e os banheiros, que podem ter banheira ou ofurô ou ter formato comum. Algumas
unidades são completamente abertas, com portas de correr que separam e integram a sala e o quarto (Figuras 21a e 21b).
Figura 21a – Planta dos bangalôs
Fonte: Archdaily, 2018.
32
Figura 21b – Planta Club
Fonte: Archdaily, 2018.
Linhas de Eixos estrutural.
33
3.3 CASA EFICIENTE
3.3.1 O Projeto
A Casa Eficiente foi construída no pátio da sede da
ELETROSUL, na cidade de Florianópolis, em SC (Figuras 22 e 23).
Figura 22 – Localização
Figura 23 – Mapa de localização da Casa Eficiente
em Florianópolis, SC
Fonte: o autor, 2018.
A casa eficiente foi construída com a ideia de mostrar às
pessoas que não conhecem esse tipo de construção e os mecanismos
ecologicamente corretos que há meios de minimizar os impactos
ambientais na construção civil e, consequentemente, diminuir os gastos
em relação à energia elétrica, além do consumo correto e reuso da água
(LAMBERTS, 2018). Os principais fundadores da casa, mais conhecida
e utilizada como centro de demonstrações, são a Universidade Federal
de Santa Catarina (UFSC), a Eletrosul e a Eletrobrás. Já foi utilizada
como local de pesquisas de doutorado e hoje está aberta ao público
para mostrar como funciona o uso eficiente da energia. Tem como
principal objetivo criar soluções inovadoras no mercado da construção
civil para o uso da energia a partir de recursos naturais, assim
diminuindo o impacto ambiental.
Com esses estudos, o projeto viabilizou as condições
necessárias para a obtenção de um bom desempenho ambiental e
energético que fosse confortável aos moradores, uso racional da água
e seu reaproveitamento, energia elétrica, conforto térmico, com a
utilização de materiais ecologicamente corretos, além do controle de
emissão de poluentes e do uso de novas tecnologias com fontes de
energia alternativas.
A Eletrobrás acredita que a energia eficiente usada
corretamente se torna mais em conta e que a sociedade deve adquirir
essa prática como um novo conceito, valorizando o uso correto da
energia limpa que traz a sustentabilidade para as vidas das pessoas.
EDIFÍCIO
SEDE.
34
3.3.2 Relação com a Proposta
A Casa Eficiente foi escolhida como referencial pelo uso de
estratégias sustentáveis condizentes com o partido. O uso de matérias
e técnicas que visam à eficiência energética juntamente ao conforto
ambiental é um dos destaques, além do aproveitamento dos
condicionantes climáticos que estarão em evidência no projeto a ser
elaborado. Cabe ressaltar ainda o uso de matérias da região,
tratamento de esgoto com zona de raízes, aproveitamento das águas
pluviais, sistemas alternativos de aquecimento e resfriamento,
acessibilidade, entre outras soluções.
3.3.3 Planta Baixa
O projeto apresenta uma planta simples e bem resolvida,
com um eixo divisor de setores. O social está centralizado, com sala de
estar e jantar, com ventilação ao norte e ao sul, e o privativo conta com
dois dormitórios voltados ao leste e serviços com cozinha e banheiro ao
oeste, ambos ambientes com ventilação cruzada.
A circulação interna se dá pela horizontalidade e,
verticalmente, por uma escada interna em caracol, localizada na sala.
A escada leva ao mezanino, que dá acesso a um terraço jardim. Este
também pode ser acessado por uma rampa externa que segue a
ABNT 9050 de acessibilidade, distribuída em 230 m² e posicionada na
melhor orientação solar e de ventilação da região. Na figura 24, está a
planta baixa da Pousada.
35
Figura 24 – Planta baixa
Fonte: o autor, 2018.
Planta Baixa Térrea. Planta Baixa Superior.
Área de serviço. Área de social. Área de intima.
36
3.3.4 Estratégias Bioclimáticas Utilizadas
3.3.4.1 Ventilação Natural e Mecânica
Para maior eficiência na ventilação cruzada nos ambientes,
foram feitas aberturas em paredes opostas, ou no mínimo duas por
ambientes para que tenham aberturas em no mínimo duas de suas
faces, visando ao aproveitamento dos ventos e tornando o ambiente
mais agradável e arejado. Pode-se manipular de modo diferente
conforme a necessidade do ano.
Equipamentos como insufladores de ar no período noturno
foram instalados nos dormitórios para garantir o resfriamento interno no
verão. Já no inverno, dispositivos redutores de vento com elementos
vazados foram utilizados na fachada sul (Figuras 25 e 26).
Figura 25 – Ventilação natural
Fonte: Lamberts, 2010.
37
Figura 26 – Insufladores
Fonte: Lamberts, 2010.
3.3.4.2 Inércia e Isolamento Térmico
O isolamento térmico e o uso de inércia térmica reduzem os
ganhos térmicos nos períodos de desconforto por calor e por frio. Todas
as paredes da casa são dupladas, com espessura de 25 cm, em tijolo
cerâmico maciço, com manta de lã de rocha para isolamento térmico.
Foram instaladas esquadrias de vidro duplo, isolamento térmico das
vedações e persianas externas de PVC, permitindo sombreamento e
ventilação.
As coberturas inclinadas possuem telhas cerâmicas com
manta de lã de rocha e camada de isolamento refletivo, garantindo a
redução dos ganhos térmicos diurnos e das perdas noturnas. Tetos-
jardim também são utilizados a fim de garantir temperaturas agradáveis
no interior da edificação (Figura 27).
38
Figura 27 – Isolamento térmico
Fonte: Lamberts, 2010.
3.3.4.3 Tanque Zona de Raízes
O tanque zona de raízes é um sistema de tratamento de esgoto
que evita a poluição das águas, possibilitando o reuso. Trata-se de um
leito cultivado com raízes de plantas que reduzem a carga orgânica dos
efluentes. Foram construídos dois tanques independentes, um para os
efluentes de vaso sanitário e pia de cozinha, que após passarem polo
tanque são despejados na rede coletora, e outro para os efluentes dos
demais pontos de utilização, que servem para a irrigação do jardim
(Figura 28).
39
Figura 28 – Tanque de raízes
Fonte: Lamberts, 2010.
3.3.4.4 Aproveitamentos Água Pluvial
O sistema se baseia na captação com calhas e coletores,
dispositivos de descarte de sólidos, dispositivos de desvio de água das
primeiras chuvas e reservatórios. A água coletada nos telhados é
armazenada em uma cisterna, sendo bombeada para um reservatório
superior, onde recebe uma dosagem de cloro. Essa água é destinada
ao abastecimento de descarga do vaso sanitário, tanque, máquina de
lavar roupa e torneira externa (Figura 29).
Figura 29 – Esquema de cisterna
Fonte: Lamberts, 2010.
3.3.5 Acessibilidade
Os ambientes foram projetados para permitir uma boa
acessibilidade a todos, incluindo pessoas com necessidades especiais,
como nos banheiros, além de rampas e alturas de bancadas e peitoris
de acordo com a norma de acessibilidade NBR 9050 (ABNT, 2015).
40
3.3.6 Materiais Construtivos
Priorizou-se a escolha de materiais locais de menor impacto
ambiental para diminuir gastos energéticos com o transporte, como
madeira de reflorestamento de eucalipto tratado com autoclave, tijolos
e telhas cerâmicas de produção cerâmica local e peças de concreto de
reaproveitamento de entulho existente no local.
4 ANÁLISE DA ÁREA
4.1 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DA PROPOSTA E ACESSO
A seguir será apresentada a localização do Empreendimento,
com a foto do seu acesso, e também o zoneamento da área.
Figura 30 – Localização do Empreendimento e do zoneamento da
área
Fonte: Prefeitura de Garopaba, 2018.
Terreno
41
Figura 31 – Acesso ao Empreendimento
1.1.1 Google Earth
Fonte: Google, 2018.
O terreno da proposta está localizado no município de
Garopaba, no sul da Praia da Ferrugem, às margens da Rodovia GRP-
030, com frente para o mar a oeste e a leste. Tem uma área total de
73.490 m², sendo que ZM2 = 52.470 m² e ZPA2 = 21.020 m², ou seja,
um tamanho consideravelmente grande e ideal para implantação do
projeto, segundo Prefeitura de Garopaba (2018).
O entorno é composto, em grande parte, por residencial
unifamiliar e alguns comércios, como pousadas, mercados,
restaurantes, lojas e bares com maior concentração ao norte. Fica
próximo ao morro que divide a Praia da Ferrugem da Praia da Barra,
servindo como um anfiteatro natural para observação das baleias,
contato com a natureza e contemplação. Também está perto da Lagoa
da Garopaba, que se liga ao rio e deságua no mar. A proposta busca
estimular o comércio local, valorizar a cultura e preservar o meio
ambiente, além de estimular o turismo na baixa temporada e gerar mais
renda ao local.
4.2. FATO HISTÓRICO QUE MARCOU O INÍCIO DO POVOAMENTO
E ORIGINOU O MUNICÍPIO DE GAROPABA RELACIONADO À
BALEIA FRANCA
Segundo Pacheco (2015), a Armação de São Joaquim de
Garopaba foi criada em 1793 e se tornou importante indústria de
processamento de derivados da baleia. A armação desempenhou
importantes funções na ocupação e no desenvolvimento
socioeconômico e originou o povoamento na região.
BR101. Acesso a Rod. SC 434 Rod. SC 434. Acesso a Rod. GRP 030 GRP. 030 Acesso a Praia da Ferrugem que leva ao TERRENO
Distâncias Florianópolis, SC - 91,2 km Aeroporto de Florianópolis, SC - 99 km Aeroporto de Navegantes, SC - 185 km Joinville, SC - 255 km Lages, SC - 277 km Porto Alegre, RS - 397 km Curitiba, PR - 380 km São Paulo, SP - 777 km Brasília, DF - 1 742 km Montevidéu, Ur - 1.195 km Buenos Aires, Arg - 1.432 km
42
As Armações requeriam recursos de grande monta para a sua
instalação e funcionamento, além de elevado número de pessoas e
ocupações para tornar possíveis as atividades necessárias para caça,
desmanche, processamento do óleo e demais derivados, depósito,
transporte e comercialização em mar e em terra. Necessitavam ainda
de um lugar amplo que fornecesse madeira e condições para criação
de animais e plantio, atendendo assim as diversas necessidades da
população baleeira, para sobrevivência e manutenção das atividades
(Figura 32).
Figura 32 – Praia da Armação
Fonte: Pacheco, 2015.
Os inúmeros produtos derivados da baleia tinham uma variada
aplicação, entre os quais se destacam o óleo utilizado na iluminação de
forma geral, sabão, velas, curtume, borra, mobília, cosméticos usados
nas construções em geral e na calafetagem das embarcações, além da
carne utilizada na alimentação dos segmentos mais carentes da
população, entre outros. Portanto, a indústria baleeira proporcionava
uma ampla rede de relações sociais, econômicas e políticas que se
entrelaçavam na vida das cidades e vilas, promovendo uma significativa
movimentação de recursos e ocupações e, assim, ocupando lugar de
destaque.
As armações constituíam ainda um espaço de convívio social,
de práticas religiosas, de produção e comercialização, algo avançado
para a época. Também cumpriam relevantes atribuições no Brasil
Colônia e em várias regiões do mundo. A armação baleeira de
Garopaba funcionou onde hoje é o centro histórico e fez parte de uma
rede muito particular de armações que existiram nos séculos XVI a XIX.
Garopaba ainda guarda a Igreja São Joaquim, que foi a capela
da armação e a casa do administrador da armação. Hoje, o casarão
ainda está em bom estado de conservação, com vários vestígios da
época antiga, representando aspectos de um passado que se faz
presente nos dias atuais e constituem símbolos importantes da história
de Garopaba (Figuras 33 e 34).
43
Figura 33 – Município de Garopaba, em 19 de Dezembro de 1961
Fonte: Garopaba Mídia, 2018.
Figura 34 – Garopaba/SC
Fonte: Garopaba Mídia, 2018.
4.3 INFRAESTRUTURA
A distribuição de energia é responsabilidade da Celesc, tanto
para o município quanto para as regiões vizinhas, e o abastecimento de
água da região é feita e regulada pela Casan – Companhia de
Saneamento Básico do Estado de Santa Catarina. Já a coleta de lixo é
feita pela empresa Resamb – Reciclagem e Limpeza Ambiental Ltda.;
no bairro onde o terreno se insere, é realizada segundas, quartas e
sextas-feiras. A coleta seletiva é feita somente no centro da cidade.
A empresa de ônibus que atende os bairros da cidade é a
Expresso Garopaba. No bairro onde será instalado o projeto, não há
paradas de ônibus construídas nas proximidades. Todas as ruas dessa
área são iluminadas, porém nem todas as ruas são pavimentadas.
Recentemente foi feita a pavimentação para acesso à pousada no
trecho da Rodovia GRP-030 (Figura 35).
População estimada - 22.568
habitantes [2018]
Densidade populacional - 157,17
hab/km² [2010]
Área do município - 115,405 km²
[2017]
Renda per capita - R$ 20.627,72
[2015]
44
Figura 35 – Rodovia GRP-030
Fonte: o autor, 2018.
4.4 ATIVIDADES ECONÔMICAS
As principais atividades econômicas do município estão
relacionadas ao turismo de temporada, à construção civil, à pesca
artesanal, aos serviços públicos e à agricultura de subsistência.
Evidenciam-se, também, a pecuária e o comércio, além de
indústrias de confecções (GAROPABA, 2018). De acordo com dados
do IBGE, o produto interno bruto (PIB) de Garopaba foi de R$
197.514.000,00 em 2009, com um PIB per capita de R$ 11.820,09.
Cerca de 65% desse montante representa o setor terciário, o que reflete
uma economia voltada aos serviços urbanos. A indústria contribuiu com
21%, a agropecuária com 6%, e os 8% restantes se referem a impostos.
O turismo sazonal é o grande propulsor da economia local, aquecendo
o comércio e a prestação de serviços de forma a gerar empregos, tanto
formais quanto informais. Entre os três setores da economia de
Garopaba, o terciário é o que mais se destaca, principalmente no que
se refere a hotéis, pousadas, bares, restaurantes, lojas,
supermercados, entre outros.
4.5 CARACTERÍSTICAS BIOCLIMÁTICAS
Garopaba apresenta uma quantidade de chuva considerável
em todos os meses do ano. Mesmo nos meses mais secos há uma
quantidade de chuva significativa, pois a região possui um clima quente
e temperado.
Segundo a classificação climática de Köeppen, Garopaba é
identificada como Cfa (clima subtropical mesotérmico úmido, com verão
quente). A temperatura média anual situa-se na faixa entre 19 e 20ºC,
sendo janeiro o mês mais quente, com uma média de 24,2°C, e julho o
mês mais frio, com uma média de 16ºC. As temperaturas médias,
durante o ano, variam 8,2°C (CLIMATE DATA, 2018).
45
4.5.1 Orientação Solar no Terreno
Em Garopaba, o sol apresenta uma inclinação de 85º durante
o verão e de 35º no inverno. Devido à grande extensão do terreno, não
há problemas com insolação, pois há luz direta em toda a área. Outro
fator que ajuda na boa insolação é o baixo gabarito das edificações
vizinhas, que não criam grandes sombras sobre o terreno.
Os ventos predominantes na região são vindos dos quadrantes
nordeste e sul. O vento nordeste, representado pela seta vermelha, é o
vento que sopra na maior parte do ano. Já o vento sul, representado
pela seta azul, é o que traz as características de inverno (Figura 36).
Figura 36 – Inclinação do Sol
Fonte: Google, 2018.
4.6 RELEVO E VEGETAÇÃO
O relevo do município de Garopaba é constituído
preponderantemente de planícies. O ponto mais alto localiza-se no
morro do Siriú, com 400 m de altura. A vegetação é tropical atlântica e
litorânea.
Em estudo de reconhecimento do local, foi possível conferir
que o terreno é em grande parte plano, segundo a topografia. A
vegetação é principalmente rasteira, com uma área de vegetação
arbórea composta por bosques ao sul do terreno. Estes não serão
removidos, pois se enquadram na ZM2, na qual será implantada a
pousada, e na ZPA2, que se classifica em uma APP por se tratar de
restinga herbácea/subarbustiva em cima de dunas de areia elevada a
aproximadamente 3 metros de altura. Elas bloqueiam a visualização da
ZM2 da vista direta do mar, barreira que, por outro lado, acaba
protegendo do vento leste (Figuras 37 e 38).
Terreno
46
Figura 37 – Relevo de Garopaba
Fonte: Topographic-Map, 2018.
Figura 38 – Relevo e vegetação do terreno
Fonte: o autor, 2018.
Ferrugem
47
4.7 LEGISLAÇÃO DE ZONEAMENTO
Na Figura 39, é apresentado o zoneamento, uso do solo,
reuso do solo referente ao Plano Diretor Municipal.
Figura 39 – Zoneamento Municipal
Fonte: Prefeitura de Garopaba, 2018.
No Anexo F, é apresentada a Lei Complementar nº 1.465 da
Prefeitura Municipal de Garopaba para seguir e elaborar e estudo do
projeto dentro das normas vigentes apresentado pela Prefeitura do
Município.
4.8 SISTEMA VIÁRIO
Garopaba tem acesso via Rodovia SC-434, uma rodovia
estadual que corta o município e se liga à BR-101. A Rodovia SC-434,
que liga os bairros e acessos às praias, abriga, em suas margens,
grande parte do comércio do município. Ela se liga à Rodovia GRP-030,
que dá acesso à Praia da Ferrugem, onde também se concentra grande
parte do comércio. Trata-se do único acesso por veículo. No verão,
acaba havendo uma sobrecarga no sistema viário, que, por sua vez, se
adapta invertendo os sentidos das ruas, para melhorar o fluxo de
veículos (Figura 40).
Figura 40 – Fluxo de veículos no verão
48
Figura 41 – Sistemas de Acesso Viário
As caixas de rua variam de 10, 8 e 6 metros, nem todas são
pavimentadas, ilustrado conforme a figura 42.
Figura 42 – Sistema viário do entorno
Fonte: o autor, 2018.
ROD. GRP030
49
4.9 USO DO SOLO, CHEIOS E VAZIOS
Após uma breve análise de dados e levantamentos do bairro,
foi possível observar que há uma maior concentração de comércio e de
usos mistos ao longo da Rodovia GRP030, único acesso a Ferrugem
por veículo e ônibus. Há uma maior concentração de comércios e de
usos mistos do norte até o centro, que se tornam escassos ao sul da
praia.
Na ocupação de comércio e usos mistos, há bares,
restaurantes, pequenos mercados, farmácias, imobiliárias, lojas e
pousadas. O térreo costuma abrigar o comércio, e o andar superior
residencial costuma ser ocupado pelo próprio dono do estabelecimento.
No uso residencial unifamiliar, as edificações apresentam um gabarito
baixo, de um ou dois pavimentos, seguindo o Plano Diretor do
município, que determina a altura máxima de 8,5 m. Trata-se de uma
grande vantagem para a localização do terreno, por não interferir na
ventilação e iluminação natural (Figura 43).
Figura 43 – Uso do solo e cheios e vazios
Fonte: o autor, 2018. Preto com imóvel e Branco é o vazio.
50
5 PARTIDO ARQUITETÔNICO
5.1 ZONEAMENTO
Devido a suas características naturais e zoneamentos
municipais, o terreno foi dividido em zonas distribuídas por níveis de
altura, o que contribui para a proposta de brincar com as sensações do
observador. Ele apresenta uma APP localizada ao leste das dunas que
fica 3 metros acima do nível zero do relevo, onde a pousada será
instalada.
Essa diferença de níveis, por um lado, é negativa, pois impede
a plena visualização. Por outro lado, é positiva, pois garante a proteção
contra o vento leste vindo do mar. Diante dessa situação, o terreno foi
zoneado por usos e níveis, e os bangalôs de uso privativo e o espaço
lounge de uso comum social foram elevados. Eles foram interligados
por uma passarela com uma curva na parte oeste posterior para
aumentar a privacidade e não prejudicar a vista do mar. Os acessos
foram distribuídos em oito torres verticais verdes ao longo da circulação
que ligam o térreo ao nível das dunas. Assim, são preservadas a
privacidade e a visualização do mar (e, consequentemente, das
baleias).
Além disso, obtêm-se melhor ventilação, mais iluminação,
isolamento reforçado de ruídos (carros, recreação e jardinagem) e
impermeabilização do solo natural. Isso garante a menor interferência
possível no ecossistema e proporciona um espaço amplo sombreado
no térreo. O jardim grande é usado como uma praça de contemplação
e área de integração e convívio para os usuários, onde podem ser
realizadas atividades de recreação e lazer.
Recreação: quadras poliesportivas, quadras de bocha,
equipamentos de ginástica para todas as idades e para PNE, percurso
de caminhadas, arvorismo no bosque natural do terreno e espaços de
aluguel de equipamentos relacionados a esportes aquáticos.
Área de lazer: sombras do andar superior, redário, bancos,
piquenique, quiosques para churrasco e lago artificial para ajudar na
drenagem do terreno, área de pomar, horta e um jardim sensorial
próximo ao centro de estudos, conforme a Figura 44 a seguir.
51
Figura 44 – Zoneamento de implantação
Fonte: o autor, 2018.
Rodovia GRP030
52
O térreo conta com três blocos distintos: a área administrativa e a recepção da pousada, a área de serviços e um centro de estudos. O
estacionamento é localizado paralelamente à rodovia GRP030, com acesso por uma portaria de controle pavimentada com paver impermeável e área
coberta com placas fotovoltaicas. Os usos são detalhados no organograma da figura 45.
5.1.1 Organograma e Fluxograma
Figura 45 – Organograma geral
Fonte: o autor, 2018.
Legenda:
Legenda de unidades:
Serviço da Cozinha
Administrativa
Serviço da Pousada
Lounge da Pousada
Centro de Estudos
53
Figura 46a – Fluxograma do Restaurante
Fonte: o autor, 2018.
Restaurante: funcionalidade no térreo e no superior. Área = 100 m² Hall — conferente........................6,5 m² Administração..............................6,5 m² Copa de funcionários..................6,5 m² Vestiários masc. e fem...................6 m² Depósito de caixas....................1,40 m² Depósito de limpeza..................1,40 m² Depósito de bebidas..................2,90 m² Câmera fria................................2,90 m² Deposito seco............................2,90 m² Cozinha........................................28 m² Lava-pratos – saída do lixo.........6,5 m² Depósito de louças.....................6,5 m² No andar superior: Bar/balcão...................................10 m²
Serviço em atividade
Serviço aberto ao salão
Fluxo de material
Entrada e saída de equipamentos limpos. Entrada e saída de equipamentos sujos, já direcionado para o processo de reciclagem e compostagem para adubo a ser utilizado nos jardins.
Separação Circulação do alimento e retorno
Carga e descarga
Conferente
Hall
Adm.
Vestiários masc. e fem.
Dep. caixas
Dep. limpeza
Copa
Dep. bebidas
Dep. secos
Câmera fria
Cozinha
Dep. louças
Lava-pratos
Bar, balcão
Saída
lixo
.
Localizada no térreo, a parte funcional e operacional fica embaixo do espaço
lounge. Já o bar fica no andar superior para atender o salão.
O bar conta com uma circulação vertical de duas plataformas para entrada e
saída de alimentos e louças.
O objetivo foi não perder o espaço social destinado a lazer, contemplação e vista
para o mar. Também se buscou facilitar a carga e a descarga diretas na cozinha,
deixando somente o bar para servir as bebidas e os pratos nas mesas.
A cozinha busca utilizar alimentos orgânicos produzidos na própria pousada:
temperos, verduras, legumes, frutas, entre outros. Além disso, trabalha com
frutos do mar, valorizando os pescadores e produtores da região e oferecendo
um produto fresco e de ótima qualidade.
54
A seguir, um breve estudo de zoneamento e fluxo da cozinha.
Figura 46b – Croqui de estudo da planta baixa da cozinha
Fonte: o autor, 2018.
5.1.2 Programa de Necessidade e Pré-dimensionamento.
Estão separados por usos, em três prédios distintos, mais 21 Bangalôs. Total: 2315m2. Esta divisão pode ser visualizada, de uma melhor
maneira, no Anexo M.
55
5.1.3 Perspectivas de Implantações Na Figura 47, busca-se demostrar melhor, em escala adequada, os usos e funções da Pousada e centro de eventos com seu acessos e fluxograma. Figura 47 - Perspectivas de implantações
Fonte: o autor, 2018.
56
5.2 PLANTAS, CORTES, USOS E ESTRATÉGIAS
5.2.1 Planta do Bloco Administrativo
O bloco administrativo da pousada é localizado em frente ao
eixo da entrada principal para pedestres e é dividido por duas vias
paralelas de acesso de veículos. Ao norte, fica o acesso que leva até o
bloco da recepção, com uma área coberta para facilitar o desembarque
de pessoas e bagagens em dias de chuva. Ao sul, fica o acesso de
serviço de cargas e descargas, próximo à administração, ao
almoxarifado e à cozinha do restaurante. Ambas as vias têm um retorno
no final com um raio de 7,5 metros e uma caixa de rua de 6 metros.
A recepção conta com um café, Wi-Fi e um espaço kids e fica
voltada para o norte, com uma boa orientação solar. Ela é protegida por
um pergolado e tem vista para a área de recreação.
Após a reserva, o hóspede segue até um átrio central, que
divide os dois serviços, acessa o lounge pela escada ou pelo elevador
e segue para o bangalô. Ele também pode acessá-lo diretamente pelas
oito torres distribuídas ao longo da circulação coberta (Figuras 48a, 48b
e 49).
Figura 48a – Planta do prédio 1 Administrativo e recepção
Legenda: 1 – Hall; 2 – Recepção; 3 – Café; 4 – Cozinha; 5 – Espaço Kids; 6 – Banheiro Masculino; 7 – Enfermaria; 8 – Administração; 9 – Copa; 10 – Almoxarifado; 11 – B.W.C. Funcional Masculino e Feminino P.N.E.; 12 – Circulação Serviço. Fonte: o autor, 2018.
Acessos setas: Serviço, Público
57
Figura 48b – Planta do Bloco Administrativo
Fonte: o autor, 2018.
O bloco administrativo da pousada é localizado em frente ao
eixo da entrada principal para pedestres e é dividido por duas vias
paralelas de acesso de veículos. Ao norte, fica o acesso que leva até o
bloco da recepção, com uma área coberta para facilitar o desembarque
de pessoas e bagagens em dias de chuva. Ao sul, fica o acesso de
serviço de cargas e descargas, próximo à administração, ao
almoxarifado e à cozinha do restaurante. Ambas as vias têm um retorno
no final com um raio de 7,5 metros e uma caixa de rua de 6 metros.
A recepção conta com um café, Wi-Fi e um espaço kids e fica
voltada para o norte, com uma boa orientação solar. Ela é protegida por
um pergolado e tem vista para a área de recreação.
Após a reserva, o hóspede segue até um átrio central, que
divide os dois serviços, (serviço da cozinha e serviço da pousada)
acessa o lounge pela escada ou pelo elevador e segue para o bangalô.
Ele também pode acessá-lo diretamente pelas oito torres distribuídas
ao longo da circulação coberta.
Figura 49 –Perspectiva dos acessos do Bloco Administrativo
Fonte: o autor, 2018.
58
5.2.2 Plantas dos Prédios de Serviços
Figura 50a – Planta do prédio 2 de Serviço da Cozinha
Legenda: 1 – Hall/Conference; 2 – Administração; 3 – Copa de funcionários; 4 – Vestiários Masculino e Feminino; 5 – Depósito de caixas; 6 – Depósito de limpeza; 7 – Depósito de bebidas; 8 - Câmera fria; 9 – Depósito seco; 10 – Cozinha; 11 – Lava pratos – saída do lixo; 12 – Depósito de louças; 13 – Circulação. Fonte: o autor, 2018.
Figura 50b – Planta do prédio 3 de Serviço
Legenda: 1 – Hall; 2 – Aluguel/Recreação; 3 – Rouparia; 4 – Lavanderia; 5 – Depósito; 6 – Sala de máquinas; 7 - Triagem do lixo; 8 – Copa; 9 - Vestiário Funcional Masculino e Feminino P.N.E.; 10 – Circulação Serviço. Fonte: o autor, 2018.
13
Acessos setas: Serviço
Acessos setas: Serviço, Público
59
Na Figura 51, abaixo, são apresentados blocos independentes com usos diferentes de serviços. Os blocos ficam próximos à recepção e são
separados entre a circulação dos hóspedes, com entradas do lado oposto à circulação. Um dos blocos é destinado ao restaurante, e o outro serve
para os serviços da pousada, contando com um espaço de aluguel de recreação com caiaque, pranchas de surfe, equipamentos de pesca, boias para
crianças, roupas de borracha e bicicletas. Os blocos estão recuados 2,5 m das laterais do lounge para passarem despercebidos e 0,5 m a menos no
piso para melhor ventilação e sombreamento, além de utilizar o mesmo material de revestimento das paredes da recepção, de pedras da região (Figura
51).
Figura 51 – Corte longitudinal do prédio de Serviço, no térreo, e Social no superior
Fonte: o autor, 2018.
5
4 3 7 12
2
11
1
4
13
60
5.2.3 Planta do Lounge: Bloco Social
O espaço lounge está localizado no andar superior, e o acesso a ele está centralizado no eixo do volume. Há uma escada em espiral e um
elevador no centro de um átrio, que contribuem para a entrada de luz natural e ventilação cruzada e forçada. Ele fica no nível das dunas, longitudinal
e paralelo à beira da praia, é centralizado entre a distribuição dos bangalôs e é destinado à área social de convívio, contemplação, descontração,
cuidados da saúde e observação das baleias.
No volume, foram buscados os níveis máximos de leveza e a transparência, ligando o interior com o exterior e a natureza. Ele conta com uma
ampla área externa interligada por uma passarela que chega a um deque com uma piscina com borda infinita, revestida de pedra e transparência de
vidro, e de água salinizada sem o uso de cloro (Figura 52).
Figura 52 – Planta do lounge: bloco social Todos os Vidros insulado (duplo termo - acústico) da linha Ekoglass
LOUNGE
1 — Hall
2 — Espaço de estar, lareira e TV
3 — Academia
4 — Sala de massagem
5 — Sauna seca
6 — Sala de hidromassagem
7 — Espaço kids e de jogos
8 — Área de mesas
9 — Banheiro masculino e
feminino para PNE
10 — Bar
2
1
5
8
9 3 7
4 10
Acessos setas: Serviço, Público
61
Na próxima imagem, é possível verificar o desenho do corte transversal do Espaço lounge e Deck com piscina (Figura 53).
Figura 53 – Corte Transversal esquemático do Espaço lounge e Deck com piscina
Fonte: o autor, 2018.
62
Na próxima imagem, é possível verificar o desenho do Espaço lounge e Deck com piscina (Figura 54).
Figura 54 – Espaço lounge e Deck com piscina
Fonte: o autor, 2018.
63
5.2.4 Planta do Centro de Estudos de Observação das Baleias: Bloco Social
Na próxima imagem, é possível verificar a planta do Centro de Estudos de Observação das Baleiras: Bloco Social (Figura 55).
Figura 55 – Planta do Centro de Estudos de Observação das Baleias: Bloco Social
Fonte: o autor, 2018.
CENTRO DE ESTUDOS 1 — Hall 2 — Recepção 3 — Banheiro masculino e feminino p/ PNE 4 — Expedição temporária/expedição permanente 5 — Sala de estudos 6 — Biblioteca/arquivos 7 — Café 8 — Cozinha 9 — Auditório 10 — Palco 11 — Circulação de serviço 12 — Administração 13 — Copa 14 — Banheiro funcional masculino e feminino p/ PNE 15 — Átrio de circulação vertical
Acessos setas: Serviço, Público
64
O bloco do centro de estudos e observação da baleia franca
está localizado ao norte da implantação da pousada, próximo ao mar.
O centro pode ser visitado pelo público externo, mas está vinculado à
pousada, tem sua própria administração e apresenta uma área de
circulação de veículos e pedestres independente da portaria da
pousada. O espaço destinado à cultura, à ciência e à história promove
e contribui para a sustentabilidade e estudos de pesquisa sobre a baleia
franca. Nele, são realizados cursos, palestras e convenções e há um
laboratório de estudos, um anfiteatro, uma biblioteca de arquivos e uma
área de exposições permanentes e temporárias. Além disso, ele conta
com uma cobertura que serve como uma grande arquibancada para a
visualização total do mar e que oferece todo o conforto de um ambiente
aberto e sombreado por uma pérgola. Há também uma parte plana sem
cobertura.
O espaço busca promover campanhas de voluntariado
dedicadas ao cuidado da natureza e da conscientização ambiental. Elas
focam a limpeza da praia e do entorno, o plantio em áreas degradadas,
os cuidados e a manutenção de passarelas de acesso à beira da praia
(que ajudam a preservar a restinga das dunas e estão ligadas à
pousada), os cuidados da compostagem e da reciclagem, a horta e o
jardim sensorial (Figura 56).
Figura 56 – Corte transversal do Centro de Estudos de Observação das
Baleias
Legenda: setas de representação de ventilação cruzada e ventilação superior para o ar quente sair. Fonte: o autor, 2018.
65
Na próxima imagem, é possível verificar o desenho do corte transversal do Centro de Estudos de Observação das Baleias (Figura 57).
Figura 57 – Corte transversal esquemático do Centro de Estudos de Observação das Baleias
Fonte: o autor, 2018.
66
5.2.5 Planta dos Bangalôs: Bloco Privativo
Bangalôs destinados a uso privativo comportam de duas a três
pessoas e estão localizados de frente para o mar (orientação solar
leste). No total, há 21 unidades, com uma distância de 6,5 m entre elas.
Elas ficam no nível das dunas, a 3 metros do solo, o que oferece melhor
visualização do mar e das baleias e mais privacidade. São ideais para
quem busca conforto junto à natureza. O acesso se dá por uma das oito
torres, que se ligam a uma passarela coberta, ou pelo espaço lounge,
que conta com uma circulação de elevador adequada para PNE (há
quatro unidades totalmente adaptadas para PNE) (Figuras 58 e 59).
Figura 58 – Planta dos Bangalôs: Bloco Privativo
Legenda: 1 – Hall; 2 – Banheiro; 3 – Copa; 4 – Estar; 5 – Deck.
Fonte: o autor, 2018.
Figura 59 – Perspectiva do conjunto dos Bangalôs
Fonte: o autor, 2018.
Acesso do hóspede
67
Na próxima imagem, é possível verificar o desenho do corte longitudinal de uma unidade dos Bangalôs aplicando a Bio Arquitetura.
Figura 60 – Corte longitudinal de uma unidade dos Bangalôs
Fonte: o autor, 2018.
68
Figura 61 – Volumetria do Bangalô e fachadas
Pré- reciclagem, do lixo.
Fonte: o autor, 2018.
Fachada: Oeste Fachada: Sul
Fachada: Leste
Fachada: Norte
69
6 CONCLUSÃO
Ao término deste trabalho, foi possível constatar que a contribuição da arquitetura para o desenvolvimento sustentável é viável, podendo
minimizar os impactos gerados pela construção ao meio ambiente, de acordo com as decisões de projeto tomadas. As questões dos custos econômicos
não devem ser as únicas a serem consideradas, pois existem também custos sociais e ambientais, que têm consequências e precisam ser analisados.
Assim, é importante que os empreendimentos, não somente do setor hoteleiro, passem a adotar medidas de sustentabilidade para continuar
havendo geração de renda e empregos e inserção de mais pessoas na melhoria da qualidade de vida. Além disso, os recursos utilizados no ambiente
devem seguir sendo explorados de forma saudável e consciente para que não se esgotem, sem contar outros diversos benefícios que um
desenvolvimento sustentável pode trazer para as pessoas que estão envolvidas nas atividades comerciais.
Por essas razões, faz-se importante a conscientização, mesmo que lentamente, da ideia e dos benefícios dessa mudança, mantendo o debate
e o esforço em propagar as informações dentro da comunidade, passando pela iniciativa privada e pelo governo.
70
REFERÊNCIAS
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VIAGEM E TURISMO. Saiba como o Guia Quatro Rodas avalia as
hospedagens do Brasil. 2016. Disponível em:
<https://viagemeturismo.abril.com.br/materias/saiba-como-o-guia-
quatro-rodas-avalia-as-hospedagens-do-brasil/>. Acesso em: 22 set.
2018.
74
ANEXO A – PARECERES DA PORTARIA 317 DO INMETRO
Já na portaria n° 317, de 19 de junho de 2012 do INMETRO,
podemos ver que é de caráter orientai-vos e de adoção voluntária, tem
por objetivo oferecer uma plataforma contemplando princípios, critérios
e indicadores de sustentabilidade, visando estimular a melhoria do
desempenho de processos produtivos quanto aos aspectos ambientais,
sociais e econômicos.
Princípios
Princípio 1 – Cumprimento da legislação. A organização
deve, em suas decisões e atividades, atender à legislação federal,
estadual e municipal em vigor e aos acordos internacionais ratificados
pelo Brasil.
Critério 1.1 – A organização deve atender à legislação e outros
regulamentos ambientais, sanitários, trabalhistas, previdenciários,
tributários, fiscais e de defesa do consumidor aplicáveis. (Indicador
1.1.c) conformidade ambiental, de acordo com a legislação vigente.
Princípio 2 – Gestão sustentável dos recursos naturais. A
organização deve promover a gestão sustentável dos recursos naturais
renováveis e não renováveis, inclusive na cadeia de valor.
Critério 2.1 – A organização deve considerar a identificação
de aspectos e a avaliação dos impactos ambientais, sociais e
econômicos ao adotar estratégias relacionadas ao desenvolvimento de
produtos e à seleção e ao uso das matérias-primas e insumos, inclusive
na cadeia de valor. (Indicadores 2.1.f) minimização de desperdícios em
todas as atividades da organização.
Critério 2.2 – redução do consumo de energia pelos sistemas
de iluminação, ventilação, refrigeração e aquecimento, assegurando o
conforto ambiental.
Princípio 3 – Preservação, conservação e recuperação da
biodiversidade. A organização deve realizar suas atividades de modo
a minimizar os impactos negativos e potencializar os impactos positivos
sobre a flora e a fauna, preservando, conservando e recuperando
ecossistemas locais.
Critério 3.1 – As atividades do processo produtivo devem ser
conduzidas considerando a preservação, a conservação e a
recuperação dos ecossistemas.
Princípio 4 – Melhoria e Manutenção da Qualidade
Ambiental. As atividades da organização devem promover a
conservação dos recursos hídricos, edáficos e atmosféricos.
Critério 4.1 – A utilização da área pelas atividades da
organização deve ser precedida de planejamento ambiental.
Critério 4.3 – A organização deve adotar plano de gestão de
resíduos sólidos, efluentes líquidos e emissões atmosféricas.
Princípio 5 – Valorização e bem estar dos trabalhadores. A
organização deve desenvolver e estabelecer ações de forma a propiciar
a valorização e bem-estar dos trabalhadores, promovendo a integração
e a qualidade de vida.
75
Princípio 6 – Desenvolvimento ambiental, econômico e
social das regiões em que se inserem as atividades da
organização.
Critério 6.1 – As organizações devem incentivar e
implementar programas para a melhoria das condições da
comunidade local.
Princípio 7 – Promoção da inovação tecnológica.
O atendimento a um princípio confirma-se quando os
respectivos critérios são cumpridos. O cumprimento de cada critério é
verificado mediante o atendimento dos respectivos indicadores
(INMETRO, 2012).
76
ANEXO B – CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DO GUIA QUATRO RODAS
Critérios de Avaliação do Guia Quatro Rodas
Utiliza lâmpadas fluorescentes, em vez de incandescentes, para economizar energia.
Os chuveiros e vasos sanitários funcionam com baixo fluxo de água, para evitar o desperdício.
Em substituição a embalagens descartáveis, há recipientes fixos para xampu, condicionador e sabonete nos banheiros.
Usa equipamentos eletroeletrônicos com baixo consumo de energia.
Os objetos que decoram os ambientes, entre eles carpetes, cortinas e luminárias, são feitos com material reciclado.
A construção tem madeira de origem certificada (de reflorestamento), azulejos ou pisos reciclados.
Adota o sistema de energia solar ou eólica, mesmo que seja para alimentar apenas parte das tomadas.
Reaproveita o lixo orgânico como adubo – em alguns casos, há até uma estação de tratamento e compostagem no terreno.
Promove o tratamento de esgoto.
Reaproveita a água da chuva na lavanderia, na piscina e na irrigação dos jardins.
Tem sistema de reciclagem de lixo, mesmo que seja terceirizado.
O sistema para abertura das portas dos quartos funciona com um cartão-chave que ativa o controle de luz e regula a temperatura do
ambiente. Em alguns casos, há sensores liga-desliga.
O projeto arquitetônico aproveita a iluminação natural, com paredes envidraçadas e ambientes abertos e bem-ventilados, dispensando
(quando possível) a luz artificial e o ar-condicionado.
Os funcionários são treinados para praticar as medidas sustentáveis – desde o gerente até as camareiras. Eles também têm a função de
explicar ao hóspede por que o hotel adotou tais normas.
Investe na comunidade local: contrata e treina os moradores das redondezas, aplica parte do lucro na capacitação dos empregados,
patrocina projetos sociais do entorno e incentiva os hóspedes a colaborar com tais iniciativas.
O hóspede escolhe se prefere não ter as toalhas e os lençóis trocados diariamente – e, assim, ajudar na economia de água e também de
produtos químicos.
Utiliza alimentos produzidos na região – muitas vezes, orgânicos – para compor o cardápio de seu restaurante.
Fonte: Viagem e Turismo, 2016.
77
ANEXO C – DISPOSITIVOS PESQUISADOS E SUAS CARACTERÍSTICAS
Arejadores
São componentes que são instalados na saída da
água na torneira, fazendo com que a água saia aerada
ou mesmo em forma de chuveirinho (spray) trazendo
uma grande economia sem a perca de conforto de
uso. Tendo em vários tamanhos e vazões para
diferentes tipos de torneiras e marcas.
Figura 62 – Modelos de arejadores
Fonte: Illuminus, 2015.
Descarga com duplo comando
Esses sistemas utilizam uma descarga de
acionamento duplo sendo possível economizar até 75% do
consumo de água. Vale salientar que antigamente os
vasos sanitários consumiam até 18 litros de água por
descarga sendo que com o passar do tempo foi diminuindo
para 14 litros e hoje em dia já encontramos as descargas
de acionamento duplo que uma grande economia sem a
perca de conforto de uso.
Torneira de fechamento automático
Em áreas de uso com público como, é
interessante a adotar esses modelos de torneira com
fechamento automático para evitar o desperdício. Dois
modelos usados atualmente são o que possui um
mecanismo simples à base de molas, onde a água é cortada
automaticamente após 7 segundos, e a elétrica, que possui
um sensor direcionado para a saída de agua, quando o
usuário coloca a mão próxima a esse local a torneira abre
automaticamente, fechando da mesma maneira quando as
mãos são afastadas.
78
Cisterna de uso externo com acabamento.
A coleta da água da chuva deve ser acompanhada de medidas que permitam o armazenamento em cisternas ou outro tipo de tanque. O
processo ocorre da seguinte maneira: A água da chuva é levada pelas calhas a um filtro, que eliminara mecanicamente impurezas, como folhas ou
pedaços de galhos. Um freio d’água ou redutor de turbulência impede que a entrada de água na cisterna agite seu conteúdo e suspenda partículas
sólidas depositadas no fundo.
É importante saber dimensionar a quantidade de água que provavelmente cai sobre o telhado para poder prever a tubulação que vai
transportar essa água e o tamanho da cisterna em que ela ficará armazenada, além de um sistema para filtrar essa água e uma maneira de deixar
essa água disponível.
A NBR 5626/1998 sobre instalação predial de água fria, diz que a instalação de água não potável, deve ser independente e ser usada nas
bacias sanitárias (ABNT, 1998) (Figura 63).
Figura 63 – Cisternas externas
Fonte: Higitec, 2017.
79
ANEXO D – JARDIM FILTRANTE
Figura 64 – Jardim Filtrante
Fonte: EMBRAPA, 2013.
80
ANEXO E – FUNCIONAMENTO DO SISTEMA DE ENERGIA FOTOVOLTAICA
1 - O Painel Solar gera a energia solar fotovoltaica
O Painel Solar reage com a luz do sol e produz energia elétrica (energia fotovoltaica). Os painéis solares instalados sobre o telhado são conectados
uns aos outros e então conectados no Inversor Solar:
2 - O Inversor Solar converte a energia solar para o empreendimento
Um inversor solar converte a energia solar dos painéis fotovoltaicos (Corrente Continua - CC) em energia elétrica que pode
ser usada para qualquer equipamento elétrico (Corrente Alternada -AC):
3 - A Energia Solar é distribuída para o empreendimento
A energia que sai do inversor solar vai para o "quadro de luz” e é distribuída para sua residência para consumo interno, e assim reduz a quantidade
de energia comprada da distribuidora.
4 - A Energia Solar é usada por equipamentos elétricos
A energia solar pode ser usada para TVs, Aparelhos de Som, Computadores Lâmpadas, Motores Elétricos, ou seja, tudo aquilo que usa energia
elétrica e estiver conectado na tomada.
5 - O excesso de energia vai para a rede da distribuidora gerando créditos
O excesso de eletricidade volta para a rede elétrica através do relógio de luz (relógio de luz bidirecional). Esse relógio de luz mede a energia da rua
que é consumida quando não tem sol e, a energia solar gerada em excesso quando tem muito sol e é injetada na rede da distribuidora. A energia solar
que vai para a rede vira “créditos de energias para serem utilizados à noite ou nos próximos meses (ECYCLE, 2012).
81
Figura 65 – Energia solar
Fonte: Portal Solar, 2018.
82
ANEXO F – LEI COMPLEMENTAR Nº 1.465 DA PREFEITURA MUNICIPAL DE GAROPABA
Art. 19 - Zona de Média Densidade 2 - ZM2: aquela correspondente às áreas com cota altimétrica menor ou igual a 30,00 m (trinta metros)
da Localidade do Capão.
Art. 31 - Zona de Proteção Ambiental de Dunas - ZPA2: correspondem às Dunas da Gamboa, Macacu, Capão e Ouvidor.
§ l. A implantação desta zona visa definir áreas de preservação permanente que necessitam de proteção ambiental no município e que sofrem
pressão por ocupação urbana.
§ 2. Paro estas áreas, são previstos apenas usos coerentes com a preservação ambiental e amparados por legislações específicas nas
esferas superiores.
Art. 37 - Setor Comercial do Capão - SETOR 5: corresponde aos lotes confrontantes à Estrada Geral do Capão.
§ 1. A implantação desta zona visa definir área para atração e concentração de atividades comerciais e de serviço, a fim de que se consolide
o eixo comercial, evitando a proliferação de atividades impactantes no restante da localidade.
HABITAÇÃO TRANSITÓRIA: edificação com unidades habitacionais destinadas ao uso transitório onde se recebem hóspedes mediante
remuneração (LEIS MUNICIPAIS, 2010).
83
ANEXO G – TABELA 1
Tabela 1 – Amostra da matriz referente à pousada do SBCLass – Infraestrutura
* ** *** **** *****
Área de Estacionamento M M M M M
Piscina - - - - -
Instalações para recreação de crianças EL EL EL EL EL
a) Área útil de UH, exceto banheiro, com 15.m2 (100% das UH) - - - - -
b) Área útil da UH, exceto banheiro, com 13.00 m3 (em mínima 90% das UH) - - - M -
c) Área útil da UH, exceto banheiro, com 11.00 m2 (em no mínimo 80% das UH - - M - -
d) Área útil da UH, exceto banheiro, com 9.00 m2 (em no mínimo 70% das UH - M - - -
e) Área útil da UH, exceto banheiro, com 9.00 m2 (em no mínimo 65% das UH M - - - -
Lâmpada de leitura junto as cabeceiras em 100% das UH EL EL M M M
Controle de Temperatura de climatização pelo hóspede na UH - - EL M M
M – Requisito mandatório; EL – Requisito eletivo. Fonte: Brasil, 2011.
84
ANEXO H – TABELA 2
Tabela 2 – Regulamento SBCLass
Matriz de Classificação de Meios de Hospedagem - Pousada Sustentabilidade
Requisitos Categoria
Número Descrição * ** *** **** ***** OBS
1 Medidas permanentes para redução do consumo de energia elétrica M M M M M 1
2 Medidas permanentes para redução do consumo de água M M M M M 1
3 Medidas permanentes para o gerenciamento dos resíduos sólidos, com foco na redução, reuso e reciclagem M M M M M 2
4 Monitoramento das expectativas e expressões do hóspede em relação ao serviço oferecido, incluindo meios para pesquisar opiniões, reclamações e solucioná-las EL EL M M M -
5 Programa de treinamento para empregados M M M M M 3
6 Medidas permanentes de seleção de fornecedores (critérios ambientais, sócio-culturais e econômicos) para promover a sustentabilidade EL EL EL EL EL -
7 Medidas permanentes de sensibilização para os hóspedes em relação a sustentabilidade EL EL EL M M -
8 Medidas permanentes para valorizar a cultura local EL EL EL M M 4
9 Medidas permanentes para geração de trabalho e renda para a comunidade local M M M M M -
10 Medidas permanentes para promover produção associada ao turismo EL EL EL EL M 5
11
Medidas permanentes para minimizar a emissão de ruídos das instalações, maquinários e equipamentos das atividades de lazer e entretenimento de modo a não perturbar o ambiente natural e o conforto dos hóspedes e a comunidade local EL EL EL EL EL -
12 Medidas permanentes para tratamento de efluentes EL EL EL EL EL -
13 Medidas permanentes para minimizar a emissão de gases e odores provenientes de veículos, instalações e equipamentos EL EL EL EL EL EL
Observações
1 As ações devem incluir monitoramento do consumo, utilização de fontes alternativas, coleta e aproveitamento da água da chuva, etc.
2
As boas práticas de gestão de resíduos preconizam os chamados "3R", que são: reduzir, reutilizar e reciclar. Nem sempre há a disponibilidade de facilitar para reciclagem. O empreendimento deve evitar a implementação da abordagem dos "3R" no gerenciamento dos seus resíduos sólidos, de acordo com as boas práticas consagram (por exemplo, coleta seletiva)
3 Deve incluir os temas da redução do consumo de energia elétrica, de água e da produção de resíduos sólidos
4 Por exemplo: itens de entretenimento, gastronomia, decoração, etc
5
Considera-se produção associada ao turismo a produção artesanal, agropecuária ou industrial que detenha atributos naturais ou culturais de uma determinada localidade ou região capazes de agregar valor ao produto turístico.
Fonte: Brasil, 2011.
85
ANEXO I – FIGURAS 66 E 67
Figura 66 – Cisterna de captação de água da chuva
Fonte: Techfilter, 2018.
Figura 67 – Tipos de ventilação
Fonte: SustentArqui, 2014.
86
ANEXO J – FIGURAS 68 E 69
Figura 68 – Diagrama solar Florianópolis
Fonte: Lamberts, 2015.
Figura 69 – Maneiras para obtenção de iluminação natural
Fonte: Pinterest, 2018.
87
ANEXO L - APARTAMENTOS
Classe Luxo
São seis apartamentos, apesar do nome são os mais simples, contendo apenas uma cama de casal, frigobar, banheiro e sacada.
Classe Master
Dois apartamentos que dispõe de uma parede toda de vidro de 11 m², cama de casal, banheiro e adega.
Classe Premium
Dois apartamentos que também dispõe de uma parede toda em vidro de 14 m² que integra o interior com o exterior, hidromassagem privativa,
cama de casal e banheiro.
Classe Casa Mar/Casa Terra
Duas suítes com 100 m², um estilo contemporâneo rustico, varanda em balanço de 25 m² com banheira de hidromassagem, sala de estar e
tv com lareira e banheiro amplo com duas duchas.
Classe Luxo Classe Master Classe Premium Classe Casa Mar/Casa Terra
Fonte: Quinta do Bucanero, 2018.
88
ANEXO M – PROGRAMA DE NECESSIDADE E PRÉ-DIMENSIONAMENTO
Estão separados por usos, em três blocos distintos, mais 21 Bangalôs: Total: 2315 m²
Prédio térreo de uso comum e serviço: 1- Recepção e administração. Área = 150 m² Hall...........................................35,35 m² Recepção..................................7,40 m² Café.........................................18,25 m² Espaço kids..............................3,50 m² Banheiro masc. e fem. p/ PNE...........15 m² Enfermaria................................8,65 m² Administração.........................24,25 m² Almoxarifado..............................5,5 m² Copa.........................................7,40 m² Banheiro func. masc. e fem. p/ PNE...5,5 m² Mais 2 prédios de uso de serviços embaixo do lounge, separados por um átrio e a circulação, um ao sul e outro ao norte. Função: cozinha do restaurante. e serviços da pousada Área = 200 m² 2- Sul: cozinha.(área apresentada anteriormente na p. 54)........................100 m² 3- Norte: total ......................100 m² Usos: rouparia.......................6,30 m² Lavanderia.............................10,55 m² Depósito.....................................3,5 m² Sala de máquinas........................5 m² Triagem do lixo............................5 m² Vestiários................................. .10 m² Copa............................................5 m² Aluguel para recreação .......22,20 m² Circulação de funcionários.............20 m²
Superior lounge: 600 m² Menos vão do átrio: 100 m² Hall...... .....................................50 m² Banheiro masc. e fem. p/ PNE ...20 m² Espaço de estar, lareira e TV...155 m² Espaço de jogos/brinquedoteca..................45 m² Academia...................................27 m² Sala de massagem.....................14 m² Sauna seca.................................12 m² Salda de hidromassagem......20,50 m² Área das mesas........................145 m² Bar .............................................10 m² Área externa: 310 m² Deck..................................245 m² Piscina................................65 m² Bangalôs para duas a três pessoas. 40 m² fechados. Copa. Banheiro. Lareira. Cama de casal e sofá cama. Deck. Total de unidades. 21 unidades x 40 m² = 840 m²
Bloco de uso comum: centro de estudos, convenções e observatório: Total: 525 m² Térreo: 525 m² Hall.................................................................20 m² Recepção.......................................................10 m² Banheiro Masc. Fem. PNE............................22 m² Exp. temporária/exp. permanente ............200 m² Biblioteca/arquivos/conservação................13 m² Laboratório/cetáceos/biologia/botânica Sala de estudos........................................32,50 m² Auditório.......................................................110 m² Café................................................................22 m² Átrio, circulação vertical..................................17 m² Administração................................................24 m² Copa dos funcionários......................................15 m² Circulação de funcionários.............................7,5 m² Banheiro func. masc. e fem. p/ PNE ...............5,5 m²
Área externa: Deck no térreo de contemplação...........100 m² Mirante na cobertura para observação das baleias.................................................500 m²
Fonte: o autor, 2018.