universidade do vale do itajaÍ luciana valeska …siaibib01.univali.br/pdf/luciana valeska...

98
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÀTICAS DE RH A REALIDADE DE MERCADO PARA EMPRESA LUIZ DE AQUINO VIEIRA E CIA LTDA., CONSIDERANDO AS TÉCNICAS DE ARH. Balneário Camboriú 2008

Upload: others

Post on 04-Jul-2020

7 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

LUCIANA VALESKA GONÇALVES

REALINHAMENTO DAS PRÀTICAS DE RH A REALIDADE DE MERCADO PARA EMPRESA LUIZ DE AQUINO VIEIRA E CIA LTDA.,

CONSIDERANDO AS TÉCNICAS DE ARH.

Balneário Camboriú

2008

Page 2: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

1

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

LUCIANA VALESKA GONÇALVES

REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE MERCADO PARA EMPRESA LUIZ DE AQUINO VIEIRA E CIA LTDA.,

CONSIDERANDO AS TÉCNICAS DE ARH.

Balneário Camboriú

2008

Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração – com ênfase em Recursos Humanos, na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação Balneário Camboriú. Orientadora: Msc. Luzia Fröhlich

Page 3: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

2

LUCIANA VALESKA GONÇALVES

REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE MERCADO PARA EMPRESA LUIZ DE AQUINO VIEIRA E CIA LTDA.,

CONSIDERANDO AS TÉCNICAS DE ARH.

Esta Monografia foi julgada adequada para a obtenção do título de Bacharel em

Administração e aprovada pelo Curso de Administração – Recursos Humanos da

Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação de Balneário Camboriú.

Área de Concentração: Recursos Humanos

Balneário Camboriú, 20 de Junho de 2008.

_________________________________

Msc. Luzia Fröhlich

Orientadora

___________________________________

Msc. Fábio Bittencourt Garcia

Avaliador

___________________________________

Msc. Laércio A. Braggio

Avaliador

Page 4: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

3

EQUIPE TÉCNICA

Estagiário (a): Luciana Valeska Gonçalves

Área de Estágio: Recursos Humanos

Professor Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder

Supervisor da Empresa: Marcelo Luis Vieira

Professor (a) orientador (a): Luzia Fröhlich

Page 5: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

4

DADOS DA EMPRESA

Razão Social: Luiz de Aquino Vieira e Cia Ltda

Endereço: Avenida Central nº 800 – Centro – Balneário Camboriú – SC

Setor de Desenvolvimento do Estágio: Recursos Humanos

Duração do Estágio: 240 horas

Nome e Cargo do Supervisor da Empresa: Marcelo Luis Vieira – Diretor

Carimbo do CNPJ da Empresa: 83821356/0001-79

Page 6: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

5

AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

Balneário Camboriú, 20 de Junho de 2008.

A Empresa Luiz de Aquino Vieira e Cia Ltda., pelo presente instrumento,

autoriza a Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a divulgar os dados do

Relatório de Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Curricular

Obrigatório, pela acadêmica Luciana Valeska Gonçalves.

___________________________________

Marcelo Luis Vieira

Page 7: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

6

“As grandes histórias de sucesso foram criadas por

pessoas que reconheceram um problema e o

transformaram em uma oportunidade.”

Joseph Sugarman

Page 8: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

7

AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus pelas oportunidades concedidas.

A Professora Luzia Fröhlich pela sua orientação e a cordialidade com que sempre

me recebeu para elaboração desta pesquisa.

Aos professores pela forma como lecionaram durante o período da minha graduação

transmitindo seus conhecimentos.

São também dignos de uma nota de apreço os amigos que fiz durante este período.

A minha querida mãe, que com sua perseverança, determinação, caráter e fibra

nutrem minhas raízes. In memoriam ao meu querido pai e as suas lições de vida.

Ao meu interativo filho que cedeu seu tempo de alegre convivência para eu

completar meus estudos.

As minhas irmãs Fernanda e Cris, pelo apoio nas minhas decisões, transmitindo

sempre a coragem para continuar, e nunca desistir.

Aos meus amigos de trabalho Marcio Feler e Marcelo Luis Vieira, que durante este

período de graduação sempre me proporcionaram apoio e dedicação.

Em especial aos fundadores da empresa (Luiz de Aquino Vieira e Cia Ltda), Ivete

Fonseca Vieira e Luiz de Aquino Vieira, pela grande oportunidade de crescimento

que obtive na organização, pelo carinho e consideração.

Page 9: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

8

RESUMO

Para trabalhar efetivamente com pessoas, temos que entender o comportamento humano, conhecer os vários sistemas e práticas, para de tal modo, construir uma força de trabalho qualificada, motivada e produtiva. Com tudo tem se observado que a ARH depende diretamente da maneira como a organização planeja, controla e avalia suas políticas de relacionamento com o público interno. Desta forma o objetivo da presente pesquisa é estudar a área de RH, especificamente o realinhamento dos processos e subsistemas de RH da empresa Luiz de Aquino Vieira e Cia Ltda., visando à formação de um ambiente organizacional favorável e motivador. Para o seguinte trabalho, foi utilizada pesquisa qualitativa, onde foram realizadas entrevistas semi-estruturadas, observações e análise de documentos existentes na empresa. Por meio deste estudo, conclui-se que a empresa Luiz de Aquino Vieira e Cia Ltda, precisa acompanhar a realidade do mercado, principalmente a gestão de pessoas, proporcionando a construção de um ambiente de trabalho agradável, cooperativo, inovador, aumentando a participação e a produtividade dos colaboradores, para o sucesso da organização.

Palavras – Chaves: Pessoas, Organização, Recursos Humanos.

Page 10: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

9

RESUMO

To work with people effectively, we have to understand human behaviour, to know the several practice systems, in order to build a qualified, motivated and productive work force. However we have observed that Human Resources Administration depends on the way the company plans, controls and evaluates its relationship policies with the inside public. This research objective is to study human resources area, specifically process realignment and subsystems of the Luiz de Aquino Vieira & CIA LTDA, viewing an appropriate and motivating organizational environment formation. For the following work we have used qualifying research, in which we have performed semi- structured interviews, observation and analysis of existent documents in the company. Through this study we can conclude that Luiz de Aquino Vieira & CIA LTDA needs to follow up market reality, mainly people management, facilitating a pleasant, innovative and cooperative work environment, increasing workers’ participation and productivity, to have a successful organization.

Key Words: People, Organization, Human Resources.

Page 11: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

10

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Indicadores da Cultura Organizacional....................................... 30

Quadro 2 Técnicas Utilizadas no Ambiente Interno e Externo das

Organizações.................................................................................

38

Quadro 3 Mudanças Organizacionais e Transformações da Função de

Recursos Humanos.......................................................................

40

Quadro 4 Os Seis Processos Básicos na Gestão de Pessoas..................... 44

Quadro 5 Os Principais Processos de Gestão de Pessoas.......................... 45

Quadro 6 Recrutamento Interno e Externo................................................... 54

Quadro 7 Período de Contratações............................................................... 70

Quadro 8 Quadro de Pessoal........................................................................ 71

Quadro 9 Tabela de Treinamento................................................................. 73

Quadro 10 Tabela de Comissão do Setor de Vendas..................................... 73

Quadro 11 Quadro de Pessoal Proposto....................................................... 76

Quadro 12 Modelo Proposto de Descrição de Cargo de um Consultor de

Vendas...........................................................................................

78

Quadro 13 Modelo Proposto de Formulário de Requisição de Pessoal.......... 80

Quadro 14 Formulário de Avaliação de Candidato para o Cargo de

Consultor de Vendas.....................................................................

84

Quadro 15 Formulário de Documentação para Admissão.............................. 85

Quadro 15 Ficha de Avaliação do Colaborador no Período de Experiência... 86

Quadro 16 Tabela de Treinamento................................................................. 87

Page 12: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

11

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................ 13

1.1 Tema de Estágio....................................................................................... 14

1.2 Problema de Pesquisa............................................................................. 14

1.3 Objetivos da Pesquisa.............................................................................. 14

1.4 Justificativa da Pesquisa.......................................................................... 15

1.5 Contextualização do ambiente de estágio............................................... 15

1.6 Organização do trabalho.......................................................................... 18

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................. 19

2.1 As Organizações.................................................................................... 19

2.1.1 As Diferentes eras das Organizações..................................................... 23

2.1.2 As Pessoas e as Organizações............................................................... 25

2.1.3 Cultura Organizacional............................................................................. 27

2.2 Administração........................................................................................... 31

2.2.1 A Era da Administração............................................................................ 32

2.2.2 Administração de Recursos Humanos..................................................... 35

2.2.3 Histórico de Recursos Humanos.............................................................. 39

2.2.4 Objetivos da Administração de Recursos Humanos................................ 41

2.2.5 Subsistemas de Recursos Humanos........................................................ 43

2.2.5.1 Análise e Descrição de Cargos................................................................ 47

2.2.5.2 Avaliação de Cargo.................................................................................. 49

2.2.5.3 Recrutamento e Seleção.......................................................................... 52

2.2.5.4 Avaliação de Desempenho....................................................................... 56

2.2.5.5 Remuneração........................................................................................... 58

2.2.5.6 Treinamento e Desenvolvimento.............................................................. 60

2.2.6 Sistemas de Informação de Recursos Humanos..................................... 62

3 METODOLOGIA CIENTIFICA................................................................ 64

3.1 Tipologia de Pesquisa.............................................................................. 64

3.2 Instrumento de Pesquisa.......................................................................... 65

3.3 Análise e Apresentação dos Dados......................................................... 66

Page 13: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

12

3.4 Limitação da Pesquisa........................................................................... 67

4 DESCREVENDO A CULTURA DA EMPRESA LUIZ DE AQUINO VIEIRA E CIA LTDA.................................................................................

68

4.1 Processos de ARH da Empresa............................................................... 69

4.1.1 Descrição dos Processos de Recrutamento e Seleção............................ 70

4.1.2 Descrição dos Processos de Integração, Treinamento e

Desenvolvimento......................................................................................

72

4.1.3 Descrição dos Processos de Remuneração, Incentivo e Beneficio......... 73

4.1.4 Descrição dos Processos de Departamento Pessoal............................... 74

5 PROPOSTA DE REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RECURSOS HUMANOS PARA EMPRESA LUIZ DE AQUINO VIEIRA E CIA LTDA

75

5.1 Planejamento do quadro de pessoas....................................................... 76

5.2 Elaboração da descrição de cargo........................................................... 77

5.3 Avaliação do cargo................................................................................... 79

5.4 Requisição de pessoal............................................................................. 80

5.5 Recrutamento........................................................................................... 81

5.5.1 Recrutamento Interno............................................................................... 81

5.5.2 Recrutamento Externo.............................................................................. 82

5.6 Seleção..................................................................................................... 83

5.7 Admissão.................................................................................................. 84

5.8 Integração................................................................................................. 87

5.9 Treinamento e desenvolvimento............................................................... 88

5.10 Avaliação de desempenho....................................................................... 89

5.11 Administração de salários........................................................................ 90

5.12 Desligamento de colaborador................................................................... 90

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................... 92

7 REFERÊNCIAS........................................................................................ 95

Page 14: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

13

1. INTRODUÇÃO

Neste novo cenário da era da informação e da tecnologia, as organizações

atravessam um período de grandes mudanças. Cada vez mais as pessoas e as

organizações precisam estar se modernizando, devido às necessidades de

sobrevivência no ambiente em que atuam. Para vencer neste mundo complexo é

preciso buscar o conhecimento, a criatividade e a inovação.

Para Lacombe (2005, p.10) “as organizações estão sempre mudando, pois

são sistemas abertos e sofrem a influência do ambiente no qual estão inseridas. Da

mesma forma, elas interferem no ambiente, influenciando-o”.

Para podermos vencer o mercado e a concorrência precisamos estar na

frente. Afirma Chiavenato (1996, p. 10) “se temos que viver em um mundo em

constante mudança, em vez de resistir a ela, a alternativa mais indicada é aceitá-la e

nos adaptarmos a ela”.

O mundo mudou e continua mudando, e a velocidade de fato, não parece dar

sinais de redução. Em conseqüência disso às organizações precisam rever

continuamente formas de gestão e de trabalho. Para Wood, Picarelli (2004 p. 23)

“algumas chegam ao extremo de se viciar em mudanças, movidas pelo ambiente

competitivo”.

Nesta era de economia digital, da Internet e do comércio eletrônico, o

relacionamento entre organização e suas empresas fornecedoras e clientes, o

comportamento das pessoas, a gestão do capital intelectual, a gestão de

competências e a gestão do conhecimento representam novos conceitos que vieram

transformar a tradicional administração de recursos humanos. Na competição

econômica global da sociedade da informação, a capacidade de inovar a política de

gestão das pessoas continuará o diferencial competitivo das organizações e dos

paises. O modelo de gestão da organização tenderá a pautar-se por valores, e não

por regras e papéis, enfatizando-se o aprendizado e o aperfeiçoamento contínuo

(TACHIZAWA, FERREIRA, FORTUNA, 2004).

Compreender as principais tendências que estão se delineando para os

próximos anos é tão vital para a gestão de pessoas quanto administrar o problema

do dia-a-dia. Uma gestão de pessoas desatualizada da realidade presente pode

tropeçar em obstáculos mais imediatos e comprometer a sobrevivência da

Page 15: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

14

organização. Em contrapartida, a gestão de pessoas que não buscar entender o

amanhã pode ser apanhada de surpresa, impedindo assim as organizações de

reagir de forma eficaz (TACHIZAWA, FERREIRA, FORTUNA, 2004).

Diante desta nova lógica as pessoas deixam de ser meros fornecedores de

mão-de-obra, tornando-se fornecedores de conhecimentos, precisam ser mais

valorizadas no ambiente organizacional, pois é através delas que se atingem os

resultados das organizações. Afirma Lacombe (2005, p.15) “o que faz o diferencial

em uma organização são as pessoas que compõem, independentemente de outros

recursos que podem ser usados da mesma forma por outras empresas”.

As organizações já se deram conta da importância das pessoas e da forma

como são administradas, portanto, ao contrário do que se pensava no passado, que

um dia as máquinas tomariam conta e substituiriam o trabalho humano é preciso

considerar que, embora as pessoas precisem ser administradas pelas organizações

como seres humanos, têm direitos dignos de escolhas e qualidade de vida.

As organizações precisam moldar os relacionamentos com seus clientes

internos, através da transparência do dialogo e no respeito ao ser humano para

assim encontrarem os objetivos em comum.

1.1 Tema

Realinhamento das práticas de RH a realidade de mercado para empresa Luiz de

Aquino Vieira e Cia Ltda., considerando as técnicas de ARH, visando à formação de

um ambiente organizacional favorável e motivador.

1.2 Problema

Como as práticas de RH podem auxiliar na gestão da empresa e na tomada de

decisão?

1.3 Objetivo

O objetivo geral deste trabalho é propor um realinhamento das praticas de

Recursos Humanos para empresa Luiz de Aquino Vieira e Cia Ltda.

Page 16: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

15

Como objetivos específicos podem-se citar:

1. Diagnosticar a gestão de RH da empresa.

2. Analisar os processos existentes.

3. Descrever a cultura organizacional.

4. Descrever a Estrutura da Empresa.

1.4 Justificativa

As organizações procuram encontrar várias maneiras de obter vantagens

competitivas em relação aos seus concorrentes, e acabam esquecendo do seu bem

mais importante, seus colaboradores. Pela análise da situação da organização é

possível chegar a uma atuação que se espera através da gestão de pessoas. Este

trabalho tem por objetivo, mostrar que apesar da organização já obter uma estrutura

de Recursos Humanos, ela precisa acompanhar a inovação do mercado analisar as

influências do meio ambiente sobre as organizações e, finalmente, formular um

modelo, entre outros possíveis, para a gestão de pessoas e as devidas mudanças

no contexto geral.

1.5 A Empresa Luiz de Aquino Vieira e Cia Ltda.

O grupo iniciou suas atividades em 1967, quando os fundadores Luiz de

Aquino Vieira e sua esposa Ivete Fonseca Vieira decidem abrir uma loja de calçados

na cidade. No início passaram por algumas dificuldades, mas nada destas

adversidades fizeram com que detivessem a idéia de prosseguir com os seus

empreendimentos.

A loja Luciene Calçados e Confecções conservar-se ainda no mesmo

endereço desde sua abertura a 40 anos, sendo esta uma das pioneiras do ramo de

calçados na cidade de Balneário Camboriú.

O Sr. Aquino, acreditando em seus conhecimentos de comerciante, verificou

a ausência de lojas no ramo esportivo e fundou em 1979 a Marcelo Sports.

Com o passar dos anos a empresa conquistou mercado e clientes fiéis.

Assim, o Sr. Aquino percebeu que a Marcelo Sports já estava pequena para tantos

clientes, e revolveu construir sua sede na Terceira Avenida. Após alguns anos seus

filhos Luciene, Marcelo e Marlu passam a administrar as lojas junto com seus pais.

Page 17: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

16

Em 1997, a Marcelo Sports abre a sua primeira filial na movimentada Avenida

Brasil, e já no ano de 2000, veio à expansão de mais uma filial para a vizinha cidade

de Itajaí.Com o crescimento da Marcelo Sports já com três lojas estabelecidas na

região, a Sra. Ivete Fonseca Vieira teve a idéia de expandir em 2003 sua filial da loja

Luciene Calçados na Avenida Brasil.

Buscando ser uma das maiores redes de loja voltada a artigos esportivos em

Santa Catarina, a empresa inicia em 2004, um estudo de franquias procurando

estabelecer suas redes em diversas cidades do estado. O primeiro estudo foi na

cidade de Rio do Sul, onde culminou na abertura da 1º Loja Franqueada do Grupo.

Com a grande expansão de Shopping-Centers, o Sr. Marcelo Luiz Vieira com

suas habilidades mercadológicas teve a iniciativa de implantar uma nova filial na

cidade de Blumenau, no Shopping Neumarkt, saindo dos padrões das demais lojas e

buscando novos mercados.

Em 2007 mais um estudo de franquia, agora na cidade de Brusque, onde

culminou na abertura da 2º Loja Franqueada do Grupo.

Buscando ainda mais personalizar seu atendimento junto aos nossos

consumidores e também com o objetivo de ampliar seu mercado de atuação a

empresa lançou o seu E-Commerce permitindo que o cliente possa efetuar suas

compras via Internet, pelo endereço eletrônico, “www.marcelosports.com.br”.

Atualmente com o mais novo empreendimento de sofisticação a Marcelo

Sports inaugura sua mais recente loja, exclusiva, moderna com design arrojado,

situada na cidade de Balneário Camboriú.

As lojas Marcelo Sports são conhecidas na região como referência na

comercialização de artigos esportivos. O nome Marcelo Sports está intimamente

ligado ao esporte da região, atuando como patrocinadora e realizadora de eventos

nas cidades onde se estabelece. Ela patrocina atletas, clubes, campeonatos e

demais atividades esportivas.

A Marcelo Sports é considerada uma das principais redes de lojas de artigos

esportivos do Sul do País. Por ser uma empresa familiar, o sucesso profissional está

fortemente ligado aos valores pessoais, com soluções rápidas e eficientes. A

empresa é uma família. Nela cultivam-se relações de qualidade, visualizando o

cliente não só como consumidor, mas como comunidade.

Page 18: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

17

No total são nove lojas estruturais e uma virtual do grupo no estado de Santa

Catarina, sendo duas lojas Luciene Calçados e sete lojas Marcelo Sports. Abaixo um

breve relato sobre a localização das lojas.

LUCIENE CALÇADOS

• Luciene Calçados 1 - Matriz

Avenida Central, 800 – Centro.

Balneário Camboriú – SC

• Luciene Calçados 2 -

Avenida Brasil, 1564 – Centro.

Balneário Camboriú - SC

MARCELO SPORTS

• Marcelo Sports 1 - Filial

Terceira Avenida, 555 – Centro.

Balneário Camboriú – SC

• Marcelo Sports 2 - Filial

Avenida Brasil, 1562 – Centro.

Balneário Camboriú – SC

• Marcelo Sports 3 - Filial

Rua: Gil Stein Ferreira, 357 – Centro.

Itajaí - SC

• Marcelo Sports 4 - Franquia

Calçadão Osny Jose Gonçalves, 51 sala 04 – Centro.

Rio do Sul - SC

• Marcelo Sports 5 - Filial

Rua Sete de Setembro, 1213 sala 123 – Centro.

Blumenau – SC

• Marcelo Sports 6 - Franquia

Rua Rui Barbosa, 11 A – Centro.

Brusque – SC

• Marcelo Sports 7- Filial

Avenida Brasil, 1730- Centro.

Balneário Camboriú - SC

E-Commerce: www.marcelosports.com.br

Page 19: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

18

1.6 Organização do trabalho.

Este trabalho está dividido em sete partes e em cada uma, há subdivisões. O

trabalho inicia com a introdução, onde constam o tema, problema, objetivo,

justificativa e um breve histórico da empresa onde foi realizado o estágio.

Na segunda parte consta à fundamentação teórica, esta foi dividida em

definições e conceitos referente à organização e as pessoas, Administração,

Administração de Recursos Humanos, Histórico de Recursos Humanos,

Subsistemas de Recursos Humanos, no subtítulo de administração de Recursos

Humanos, há toda à parte do histórico, gestão de Recursos Humanos, e a descrição

de todos os processos de Recursos Humanos (agregar, aplicar, manter, desenvolver

e monitorar pessoas).

No capítulo três trata sobre a metodologia aplicada no trabalho, a tipologia, os

instrumentos de pesquisa, a forma de análise e apresentação dos resultados do

trabalho e as limitações da pesquisa.

O capítulo quatro é focado a descrição da empresa, onde consta um

levantamento de todos os processos de ARH existentes na empresa, são eles:

recrutamento e seleção, integração, treinamento e desenvolvimento, remuneração,

incentivos e benefícios, avaliação de desempenho existente.

O capítulo cinco apresenta à proposta de realinhamento dos novos processos

de ARH para a empresa.

No capítulo oito constam as considerações finais, resultados atingidos com a

pesquisa e as conclusões.

Por fim temos as referências utilizadas para desenvolver toda a parte teórica

do trabalho e o anexo, onde constam informações complementares da pesquisa.

Page 20: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

19

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Abordam-se neste capítulo os estudos teóricos da organização e as pessoas,

da administração em geral e da administração de recursos humanos, para se ter um

entendimento mais aprofundado buscando a compreensão através dos principais

aspectos citados pelos autores.

2.1 As Organizações

As organizações são constituídas de pessoas, onde a combinação de

esforços individuais tem por finalidade realizar propósito coletivo. As pessoas

passam a maior parte de seu tempo vivendo ou trabalhando dentro de organizações

é através dela que a maioria dos indivíduos alcança seus objetivos, onde nos quais

não poderiam ser alcançados apenas por meio do esforço individual, pois seriam

inatingíveis. Vivemos em um mundo de organizações, porque é nelas que o homem

moderno busca a satisfação de quase todas as suas necessidades pessoais:

trabalho, divertimento, comida, compras, instrução e capacidade pessoal, roupas,

dinheiro, saúde, religião, informação, gasolina etc. (CHIAVENATO, 1999).

Segundo Robbins e Decenzo (2004, p.06) “uma organização é definida como

um arranjo sistemático de pessoas, reunidas para alcançar um propósito específico”.

Para Motta (2002), as organizações são minissociedades compostas por

diversos grupos sociais com diferentes princípios valores e comportamentos. Assim

uma organização é feita de regras, cada organização tem diversos grupos de

indivíduos com cultura padrões e comportamentos diferentes.

Corrobora com o conceito Maximiano (2000, p.28) que “o principal motivo

para a existência das organizações é o fato de que certos objetivos só podem ser

alcançados por meio da ação coordenada de grupos e pessoas”.

Organização é um conjunto de pessoas que trabalham juntas com divisões de

trabalhos, porém com um objetivo em comum. Incluem-se nesta definição clubes,

organizações religiosas, entidades como escolas, hospitais, entre outros. O

propósito de uma organização é contribuir com algo de valor para a sociedade, isto é

produzir bens e serviços, já às organizações sem fins lucrativos fornecem benefícios,

Page 21: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

20

tais como assistência médica, educação, entre outras (SCHERMERHORN, HUNT e

OSBORN, 1999).

Afirma Silva (2004, p.44) que, “uma organização é definida como duas ou

mais pessoas trabalhando juntas cooperativamente dentro de limites identificáveis,

para alcançar um objetivo ou meta comum”.

Segundo Maximiano (1995 p.25):

Nem sempre as organizações tiveram essa presença tão importante na vida das pessoas. Houve épocas em que certas atividades produtivas, como a fabricação de pão e roupas, ou serviços, como a educação infantil, eram problemas que se resolviam por meios domésticos ou não-institucionais. Com o tempo, essas atividades e serviços foram passando das pessoas e dos lares para organização de todos os tipos, que atendem a uma grande variedade necessidades. A sociedade tornou-se um aglomerado muito mais de organizações do que de grupos, a ponto de torna-se uma sociedade organizacional, em contraste com a sociedade comunitária do passado.

Uma organização é um instrumento de satisfação das necessidades de

pessoas que estão no ambiente. Sua existência e seu grau de sucesso só podem

ser medidos em função de sua capacidade de bem entender as exigências que lhe

são feitas. Para se entender uma organização é necessário que se tenha uma

compreensão mais clara a respeito do comportamento e da motivação humana

(RONCHETTI, 1998).

A organização é uma minissociedade composta por diversos grupos, com

diferentes regras, valores e visões do mundo, onde existem culturas e padrões de

comportamentos diferenciados (MOTTA, VASCONCELOS, 2002).

A organização tem o propósito de identificar e agrupar as atividades da

empresa, de delinear as autoridades e responsabilidades, estabelecendo as

relações de trabalho que devem vigorar entre os indivíduos ou grupos que

constituem a empresa, de modo que os recursos disponíveis, sejam aplicados

eficiente e eficazmente, a fim de que empresa e seus funcionários realizem seus

objetivos mútuos (LACOMBE, HEILBORN, 2006).

De acordo com Robbins, Decenzo (2004, p.04) a citação atende “há três

características comuns que todas as organizações compartilham”:

• O propósito de uma organização é geralmente expresso em termos de uma

meta ou de um conjunto de metas.

Page 22: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

21

• Nenhum propósito ou meta pode ser alcançado sem pessoas tomando

decisões para estabelecer o propósito e desempenhar varias atividades a fim

de transformar a meta em realidade.

• Todas as organizações desenvolvem uma estrutura sistemática que define e

limita o comportamento de seus membros”.

Não se podem alcançar objetivos numa empresa sem uma estrutura de

organização, pois é a condição necessária para que todo o processo de

racionalização do trabalho tenha bons resultados (MOTTA, 1998).

Segundo Autor Lakatos (1997, p.32) “há um objetivo geral e vário específicos

dentro de uma mesma organização”.

As grandes transformações sociais da história têm sido essencialmente

baseadas em organizações, o crescimento e o desenvolvimento e as mudanças do

capitalismo e do socialismo foram realizadas por meio de organizações, todos os

temas com os quais se depara à sociedade contemporânea são impossíveis de

serem compreendidas sem se considerar e abranger seu contexto organizacional.

As organizações produzem impactos, elas não são objetivos benignos, elas podem

disseminar o ódio, mas também salvar vidas e talvez, almas, pode provocar a

guerra, mas também trazer a paz. Esses conflitos podem ser intencionais ou não

intencionais, reconhecidos ou não (HALL, 2004).

Corrobora Lacombe (2006, p.23) “a maioria das organizações tem como

objetivo produzir um bem ou prestar um serviço à sociedade, embora para isso

precisem ter lucro”.

Para Chiavenato (1999) toda organização precisa de alguma finalidade, de

alguma noção sobre as sua existência e do que ela deseja realizar. Precisa ter

definido suas metas seus objetivos e qual a condição de ambiente interno que quer

para seus participantes, do qual depende da consecução de seus fins.

Afirma Oliveira (2002, p.81) que:

O principal desafio das organizações reside não apenas em diminuir o conflito entre objetivos individuais e objetivos organizacionais, mas também, na compatibilidade entre os objetivos da organização, os objetivos da sociedade onde a organização se encontra inserida e os objetivos dos indivíduos que integram a organização.

Page 23: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

22

Uma organização para desenvolver-se e sobreviver, precisa solucionar dois

problemas, adaptar-se ao meio ambiente e manter a sua coerência interna (MOTTA,

VASCONCELOS, 2002).

Para se ter uma boa organização é preciso uma base sustentável e uma boa

filosofia, pois é a força motriz da organização. É muito importante que as pessoas

saibam por que estão no negócio e onde querem chegar independentemente do

tamanho da organização, uma filosofia organizacional é absolutamente necessária

para a sobrevivência e o sucesso, as pessoas se tornam motivadas por que sabem a

razão de estarem lá (RINKE, 1998).

O processo de organizar é basicamente o mesmo para todos os tipos de

atividades. Uma vez estabelecidos os planos e os objetivos, a administração deve

desenvolver um modo sistemático de reunir os recursos físicos e humanos

essenciais à realização das metas da empresa (MONTANA, CHARNOV, 2003).

As organizações também podem ser vistas como organismos de acordo com

Morgan (1996, p.43) ”são concebidas como sistemas vivos, que existem em um

ambiente mais amplo do qual dependem em termos da satisfação das suas várias

necessidades”.

Quando se reconhece que os indivíduos, grupos e organizações têm

necessidades que devem ser satisfeitas é preciso então a atenção voltada ao fato,

pois esse depende de um ambiente mais amplo a fim de garantir varias formas de

sobrevivência. O enfoque de sistemas fundamenta-se no principio de que as

organizações, como os organismos são abertos ao seu meio ambiente. No inicio os

teóricos da administração trataram a organização como um sistema mecânico

“fechado”, pois se preocupavam muito com os princípios de planejamento interno. A

visão do sistema aberto transformou tudo, dando como sugestão principal ao

processo de organização tendo em mente o ambiente (MORGAN, 1996).

Muita atenção foi dada à compreensão da atividade ambiental, pois tem como

definição as interações organizacionais diretas como cliente, concorrentes

fornecedores para tanto isso influencia as implicações fundamentais para a prática

organizacional (MORGAN, 1996).

Page 24: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

23

2.1.1 As Diferentes eras das Organizações

Embora as relações humanas tenham existido desde o início dos tempos,

lidar com elas em organizações era muito complexo, pois no começo as pessoas

trabalhavam sozinhas ou em grupos pequenos que suas relações com trabalho eram

facilmente resolvidas. Mas admitiu-se que sob essas condições as pessoas

trabalhariam muito mais felizes, só que as condições reais eram brutais e dolorosas,

muito pouco esforço foi devotado no sentido da satisfação no trabalho para as

pessoas (CHIAVENATO, 1999). “Ao longo da história as organizações têm sido

associadas a processos de dominação social nos quais indivíduos ou grupos

encontram formas de impor a respectiva vontade sobre os outros” (MORGAN, 1996,

p. 281).

Tornou-se muito evidente a evolução histórica, desde suas raízes na

antiguidade até seu papel no mundo real. Para se ter uma idéia considere a proeza

do planejamento e controle exigido para a construção da grande pirâmide em Gisé.

Sua estética e organização chamaram muita atenção. Entretanto sobre outro ponto

de vista, a pirâmide é uma metáfora da exploração humana, simbolizando como a

vida e o trabalho pesado de milhares de pessoas foram usados para servir e

glorificar uns poucos privilegiados (MORGAN, 1996).

Demorou muito para o fim da exploração, no inicio da Revolução Industrial na

Europa, as pessoas eram tiradas legal e ilegalmente de suas terras e do modo

tradicional de vida, sendo transformadas em classe operária que lutavam pela

subsistência em verdadeiro regime de exploração, onde trabalhavam muito e

ganhava-se muito pouco (MORGAN, 1996).

Neste período as organizações passam por mudanças e transformações, na

introdução de novas e diferentes tecnologias, seja modificando os seus produtos e

serviços, no comportamento das pessoas, nos processos internos, a sempre uma

nova estrutura nos processos de organização. Com estas mudanças a sociedade

sofre vários impactos, acelerando cada vez mais as mudanças ambientais, no

contexto do mundo corporativo (CHIAVENATO, 1999).

O período da industrialização clássica ocorreu de 1900 e 1950 representa a

intensificação do fenômeno da industrialização que se iniciou com a Revolução

Industrial. Para (TACHIZAWA; SCAICO, 1997, p.27) “A empresa moderna é uma

Page 25: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

24

evolução da organização que surgiu com a revolução industrial e que representou

um salto quântico, um paradigma na história da humanidade”.

Neste período, a estrutura organizacional caracteriza-se pelo formato

piramidal e centralizador, suas decisões eram centralizadas no topo, o

comportamento era padronizado e as regras eram estabelecidas no regulamento

interno (CHIAVENATO, 1999), o autor (RODRIGUEZ, 2002, p.26) descreve que

“com o tempo foram identificados alguns problemas que causavam perdas de

produtividade e conseqüentemente resultados aquém do esperado” como:

• Perdas de comunicação entre o topo e a base da organização.

• Níveis hierárquicos operacionais com pouca ou nenhuma autonomia.

• Gerência intermediaria atuando como filtros de novas idéias.

Toda cultura organizacional era voltada para o passado e para as tradições

ao longo tempo. As pessoas eram consideradas como recursos de produção, o

mundo estava em estado de mudanças, embora de forma lentas ao mesmo tempo

previsíveis (CHIAVENATO, 1999).

Período da industrialização Neoclássica deu inicio ao final da segunda Guerra

Mundial de 1950 a 1990, num período que o mundo se modificou mais

intensamente. As transações comerciais passaram de locais para internacionais

tornando-se mais intensas. O velho modelo burocrático para formatar as estruturas

organizacionais tornou-se inflexível para acompanhar as mudanças que estavam

ocorrendo no ambiente. Teve o inicio da estrutura matricial, uma forma de reavivar a

velha e tradicional organização funcional. A cultura organizacional deixou de

privilegiar as tradições passadas e passou a concentrar-se no presente, enquanto o

conservadorismo cedeu lugar à inovação. As pessoas começaram a ser vistas como

recursos vivos e não como fatores inertes de produção (CHIAVETATO, 1999).

A organização baseada na informação passa a ser organização baseada no

conhecimento, onde as empresas serão administradas por especialistas que dirigem

e disciplinam seu próprio desempenho através do retorno organizado fornecido por

colegas, clientes e a sede central. Em outras palavras, as organizações baseadas na

informação exigem objetivos claros, simples e comuns que se revelam em ações

particulares (DRUCKER, 2002).

Teve inicio a partir de 1990, as mudanças tornaram-se rápidas, imprevistas,

inesperadas. A informação passou a cruzar o planeta em milésimos de segundo, a

competitividade tornou-se mais intensa entre as organizações, e mais exposta às

Page 26: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

25

mudanças ambientais. A organização do futuro funciona sem limite de tempo,

espaço ou distância. O trabalho manual foi substituído pelo trabalho mental,

tornando assim a principal base da nova organização, as pessoas deixaram de ser

simples recursos (humanos) organizacionais para serem abordadas como seres

dotados de inteligência, conhecimentos, habilidades, personalidades. A cultura

organizacional apresentou grandes mudanças e inovações, passando a serem mais

rápidas, velozes, sem continuidade com o passado (CHIAVENATO, 1999).

Para Drucker (1997) As organizações do futuro não terão mais do que a

metade dos níveis administrativos em suas estruturas, passando do trabalho manual

para os trabalhos intelectuais.

2.1.2 As Pessoas e as Organizações

As organizações são sistemas sociais que combinam ciência, pessoas,

tecnologia e humanismo. No entanto, a sociedade deve compreender as

organizações para poder atingir os objetivos da civilização. O desenvolvimento de

nossa sociedade depende de organizações eficazes. O comportamento humano nas

organizações é bastante imprevisível, pois ele nasce de necessidades humanas e

dos sistemas de valores. Não existe uma fórmula simples para trabalhar com as

pessoas, como não existe uma solução perfeita aos problemas organizacionais

(DAVIS, NEWSTROM, 2001).

Para Chiavenato (1999, p.82) “a moderna gestão de pessoas procura tratar as

pessoas como pessoas (...), como importantes recursos organizacionais, mas

rompendo a maneira tradicional de tratá-las meramente como meio de produção”.

O comportamento organizacional tem como foco principal à aplicação do

conhecimento sobre como as pessoas agem dentro das organizações, pois elas

representam o sistema social interno da organização. Elas consistem de indivíduos e

grupos, os grupos são dinâmicos, eles formam, mudam e se dissolvem (DAVIS,

NEWSTROM, 2001).

De acordo com Nonaka, Takeuchi (1997 p.14), pode se dizer que “a

organização não pode criar conhecimento por si mesma, sem a iniciativa do

indivíduo e a interação que ocorre dentro do grupo”.

Page 27: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

26

Para Chiavenato (1999, p. 147), “as pessoas precisam ser aplicadas em seus

cargos e funções, treinadas, guiadas e motivadas para alcançar os resultados que

delas se esperam”.

A organização humana vive em constante mudança, as pessoas são seres

que estão vivendo, pensando e sentindo. As organizações existem para servir às

pessoas, em lugar das pessoas existirem para servir às organizações (DAVIS,

NEWSTROM, 2001). Para Soto (2002, p.255) “uma boa família baseia-se nas

relações harmoniosas entre os seus membros. Uma boa organização está composta

pela qualidade de suas relações interpessoais”.

Segundo (ROBBINS; DECENZO, 2004, p.39), “organizações que não se

preocupam em ajudar seu pessoal a atingir o equilíbrio trabalho/vida descobrirão

que está cada vez mais difícil atrair e reter os funcionários mais capazes e mais

motivados”.

Para Chiavenato (1999), a gestão de pessoas procura lidar com o indivíduo

trabalhando em conjunto nas organizações em plena era da informação, não mais

como um recurso organizacional que precisa se passivamente administrado, mas

como seres inteligentes e proativos, capazes de iniciativas e responsabilidades

dotados de habilidade e de conhecimentos. As organizações são propositadas,

planejadas, construídas e elaboradas para atingir determinados objetivos, são

reestruturadas e redefinidas, à medida que os objetivos são atingidos ou à medida

que se descobrem meios melhores para atingi-los com menor custo e menor

esforço.

As pessoas são os elementos centrais na mudança da estrutura

organizacional, sem o apoio delas, não se tem à eficácia esperada nos resultados.

Soto (2002). Para Hall (2004, p.04), “as organizações de trabalho ocupam uma parte

muito importante da vida das pessoas”.

Segundo Montana e Charnov (2003, p.171) “Se não tivermos um plano, não

poderemos realmente estabelecer objetivos; se não tivermos objetivos, não teremos

motivos para organizar”.

De acordo com Soto (2002), o aspecto humano inclui diferentes capacidades,

maneiras e formas de relacionar-se com si próprio e com o exterior. Cada pessoa

tem seu projeto de vida, esses projetos pessoais são resultantes dos desejos,

interesses, necessidades, atitudes que todo serviço manifesta.

Page 28: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

27

Muitas vezes atitudes inadequadas prejudicam os resultados esperados de

uma organização. A resistência às mudanças, o medo, são problemas cotidianos

nas organizações. Para certas mudanças é um procedimento de relutância, pois

meche com pensamentos e a área de conforto. Pessoas que tem a facilidade da

mudança são conhecidas como agentes de mudança, estão convencidas da

necessidade da modificação e podem transmitir ao resto da organização o seu

convencimento e entusiasmo (SOTO, 2002).

Muitos trabalhadores não só se preocupam com o emprego, mas também

com a necessidade de desenvolvimento individual através das oportunidades de

crescimento pessoal e profissional (MONTANA, CHARNOV, 2003)

As pessoas atuam como seres humanos totais através de suas tarefas

desempenhadas, quando atingem a satisfação nas organizações (Soto, 2002).

Para Soto (2002 p.14):

O estudo do comportamento organizacional proporciona importantes conhecimentos que ajudam a entender melhor o mundo do trabalho em mudança contínua, a superar a resistência à mudança e a melhorar para criar uma cultura organizacional que prospere com a mudança.

Nenhuma organização pode funcionar sem um certo nível de

comprometimento e de esforços por parte de seus membros, um dos caminhos que

provocam, canalizam e sustentam o comportamento de um individuo é a motivação

(STONER, FREEMAN, 1999).

2.1.3 Cultura Organizacional

A cultura organizacional pode ser definida como o conjunto de valores,

crenças e padrões de comportamento que formam o centro da identidade de uma

organização. A eficácia da organização é muito influenciada pela cultura, que por

sua vez afeta a maneira de desempenhar as funções de administração. A liderança

administrativa é influenciada pela cultura, mas também ajuda a estabelecê-la através

das diretrizes (MEGGINSON, MOSLEY E PIETRI, 1998).

A causa ou efeito do comportamento das pessoas que convivem em uma

mesma organização é chamado de cultura organizacional (SCHIRATO, 2000).

Para Maximiano (2000, p. 259) “satisfação, insatisfação e indiferença são

manifestações do clima organizacional”. O objetivo essencial é vivenciar valores,

Page 29: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

28

costumes e regras, que fazem a reprodução das relações de poder hierarquicamente

estabelecidas, uma relação que acaba proporcionando uma zona de conforto

aceitável para cada um dos trabalhadores (SCHIRATO, 2000).

Afirma os autores Megginson, Mosley e Pietry (1998, p.428) que “a cultura

organizacional pode ser definida como o conjunto de valores, crenças e padrões de

comportamento que forma o núcleo de identidades de uma organização”.

Por isso, o valor fundamental na cultura organizacional é a noção do grupo, a

solidariedade, do espaço e dos interesses compartilhados. Isto é o preço da

sobrevivência da empresa e, conseqüentemente, da permanência de cada um no

interior dela. Os vínculos são estreitados entre as pessoas, que a convivência, na

maior parte das vezes, ultrapassa o nível do profissional e imita relações de

afetividade própria das relações de família, formando assim um grupo especial, um

time, uma equipe (SCHIRATO, 2000).

Cultura organizacional para Robbins, Decenzo (2004) é um sistema de

significados compartilhados que evoluem com o passar do tempo, esses valores

compartilhados determinam fortemente o que os funcionários vêem e como eles

respondem aos seus mundos. Geralmente a cultura de uma organização reflete a

visão ou missão dos seus fundadores, estabelecendo a cultura inicial, projetando

uma imagem de como a organização tem que ser.

Para Soto (2002, p.270) “o calor humano, o interesse pelo outro, a

amabilidade das pessoas são fatores muito importantes que devem ser conservados

em uma empresa”.

A cultura organizacional se conforta através de um sistema de crenças e

valores, tradições e hábitos, uma forma aceitável de relacionamento social típico de

cada organização. A cultura de uma organização não é estática, pois sofre

alterações dependendo das condições internas e externas. Algumas organizações

conseguem renovar suas culturas mantendo a integridade e personalidade,

enquanto outras permanecem ligadas aos seus costumes e padrões antigos e

ultrapassados (CHIAVENATO, 1999).

Segundo Freitas (1991) a cultura organizacional é vista como um importante

mecanismo que visa moldar condutas, unificar maneiras de pensar e de viver a

organização, atribuir uma imagem positiva da mesma, onde todos são iguais.

Page 30: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

29

De acordo com Maximiano (2000, p. 260) “o clima é formado pelos

sentimentos que as pessoas partilham a respeito da organização e que afetam de

maneira positiva ou negativa sua satisfação e motivação para o trabalho”.

Para Luz (2003) cultura organizacional influencia o comportamento dos

indivíduos e do grupo dentro da organização, através de suas decisões, as

atribuições dos seus funcionários, as formas de recompensas e punições, no

relacionamento, na forma como os funcionários se vestem e se portam no ambiente

de trabalho. A cultura na organização tem o intuito de reforçar o comportamento de

seus membros, determinando o que deve ser seguido, exerce um sentido político e

de controle, representam o conjunto de crenças, valores, estilos de trabalho e

relacionamento.

“É fato amplamente conhecido que as prioridades dos valores variam de uma

empresa para outra. Isto dá origem à cultura empresarial ou organizacional”

(LACOMBE, HEILBORN, p.354).

Não é fácil mudar os padrões culturais e as práticas estabelecidas há anos

em uma organização, pois há uma imagem formada e consolidada no sistema

organizacional. As mudanças culturais implicam rupturas em valores e formas de

comportamento, os indivíduos e as organizações só podem evoluir a partir do que

são (MOTTA, VASCONCELOS, 2002).

Para Lucena (1999, p. 73) “sem dúvida, a análise da cultura organizacional

deverá sempre representar o ponto de partida para o equacionamento das

estratégias a serem utilizadas no processo de mudança e inovação”.

Não se consegue mudar tão facilmente a cultura de uma organização, uma

das dificuldades é identificar a atual, já que ela decorre dos atos dos membros da

organização e dos relacionamentos que eles estabelecem com decorrer dos tempos

(STONER, FREEMAN, 1999).

Segundo Soto (2002, p.270) “a cultura tem um papel crucial na gestão da

mudança. A sensibilidade humana é fundamental para poder afetar de maneira

apropriada o ambiente”.

A cultura pode ser variável, muda com o tempo, de acordo com essa visão,

considera-se que a organização é um sistema, composto de subsistemas (um

conjunto que tem partes diferentes porem funcionam de forma integrada). A

organização, tal qual um organismo, luta para fugir da morte. Para organização

Page 31: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

30

desenvolver e sobreviver tem dois grandes problemas a solucionar: adaptar-se ao

meio ambiente e manter a sua coerência interna (MOTTA, VASCONCELOS, 2002).

Para Megginson, Mosley e Pietry (1998 p. 430) “um dos maiores problemas

com os administradores que dão muita ênfase à cultura organizacional é o risco de

não fazer o que dizem que vão fazer”.

Afirma Bohlander, Snell e Sherman (2003, p.18) que:

As atitudes, valores e costumes das pessoas em uma sociedade fazem parte integral de sua cultura. Naturalmente, essa cultura afeta seu comportamento no emprego e no ambiente interno da organização. Influenciando suas reações às atribuições de trabalho, estilo de liderança e sistema de recompensa. Como os ambientes externos e internos do qual faz parte, a cultura está passando por uma mudança contínua. As políticas e procedimentos de RH, portanto, devem ser ajustados para lidar com essas mudanças.

Cultura organizacional é conceito que abrangem outros componentes além

das normas e condutas. A cultura pode ser identificada e analisada por diversos

indicadores (MAXIMANO, 2000, p. 256), dos quais estão conforme quadro.

Indicador Significado

Identidade Grau de identificação das pessoas com a organização como um todo, mais do que com seu grupo imediato ou colegas de profissão.

Tolerância ao risco e à inovação.

Medida da capacidade de organização de adaptar-se a situações novas, em contraposição a seu interesse em permanecer mantendo as tradições e as estruturas vigentes.

Individualismo Crença em que o indivíduo deve cuidar de si próprio e de sua família; crença em que o indivíduo é dono de seu próprio destino.

Coletivismo Crença em que os membros do grupo (parentes, organização, sociedade) preocupam-se com o bem-estar comum.

Participação Nível de participação das pessoas no processo de administrar a organização.

Adaptação Nível de preocupação da administração com os clientes, acionistas e empregados, em contraposição à preocupação consigo mesma.

Quadro 01: Indicadores da Cultura organizacional Fonte: Maximiano (2000 p. 256).

A cultura organizacional ou cultura corporativa é o conjunto de hábitos e

crenças, estabelecidos por normas, valores, atitudes e expectativas, compartilhando

por todos os membros da organização. A cultura representa o universo peculiar da

organização e proporciona um referencial de padrões de desempenho entre os

funcionários, influenciando a pontualidade, produtividade e a preocupação com

qualidade e serviços ao cliente. A cultura demonstra a analogia da organização, ela

é construída ao longo do tempo e passa a impregnar todas as práticas, constituindo

um complexo de representações mentais e um sistema coerente de significados que

Page 32: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

31

une todos os membros em torno dos mesmos objetivos e do mesmo modo de agir.

Ela serve de ligação entre o atual e o passado e contribui para a permanência e a

coesão da organização, assim ela é aprendida, transmitida e partilhada entre os

componentes da organização (CHIAVENATO, 2004).

2.2 ADMINISTRAÇÃO

As pessoas vêm sendo administradas em grupos e organizações desde a pré-

história, já naquela época reconheciam e obedeciam a um líder ou a um grupo que

tomava as decisões, responsável pelo bem estar das demais. À medida que a

sociedade cresce torna-se mais visível, levando os estudiosos a pensar de modo

intuito sobre a natureza da administração (STONER, FREEMAN, 1999).

A palavra administração vem do latim ad (direção, tendência para) e minister

(subordinação ou obediência), têm como significado aquele que tem uma função

abaixo do comando de outrem, isto é prestar algum serviço para o outro. A tarefa é

decifrar os objetivos propostos pela organização e transformá-lo em ação

organizacional, através do planejamento, da organização, da direção e do controle

(CHIAVENATO, 1999).

Conforme os autores (ROBBINS; DECENZO, 2004, p. 06) “administração é o

processo de fazer com que as coisas sejam executadas, com eficácia e eficiência,

por meio de outras pessoas e com elas”.

Para compreender a administração é preciso interpretar o significado da

palavra, pois a sua abrangência influencia as organizações e a sociedade. Uma das

palavras chaves no significado do conceito de administração é objetivo, decisão e

recursos, pois esclarece e amplia definições (MAXIMIANO, 2000).

Afirma Kwasnicka (1995), que a administração tem vários significados como,

gerir, ministrar, conferir. É vista como um processo integrativo fundamental,

buscando a obtenção de resultados específicos. Administrar é, portanto, um

processo pelo qual o administrador cria, dirige, mantém e controla uma organização.

Para Chiavenato (1999, p. 33), a administração constitui uma combinação de:

Ciência, em lugar de empirismo. Harmonia, em vez de discórdia. Cooperação, não individualismo. Rendimento máximo, em lugar de produção reduzida. Desenvolvimento de cada homem no sentido de alcançar maior eficiência e prosperidade.

Page 33: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

32

Segundo Stoner, Freeman (1999, p.5) definem, “administração como um

processo porque todos os administradores, independentemente de suas aptidões ou

habilidades particulares, participam (...) visando a alcançar seus objetivos”.

Para Maximiano (2000, p.25) a administração é:

Processo ou atividade dinâmica, que consiste em tomar decisões sobre objetivos e recursos. O processo de administrar (ou processo administrativo) é inerente a qualquer situação em que haja pessoas utilizando recursos para atingir algum tipo de objetivo. A finalidade última do processo de administrar é garantir a realização de objetivos por meio de aplicações de recursos.

2.2.1 A Era da Administração

A revolução industrial constituiu-se numa profunda transformação na cultura

material do Ocidente. Seu surgimento foi em torno de 1700, com os preconceitos às

aplicações das ciências na Antiguidade e com o tradicionalismo da Idade Média. No

século XVIII o mundo se encontrou utilizando, com raras exceções, as mesmas

técnicas, formas de comunicação da era dos primórdios. O estado guardava as

características do feudalismo, no seu estado praticamente independente, onde a

principal economia era a agricultura. Nesta época não existia a divisão do trabalho e

a produção era artesanal, sendo poucas as máquinas utilizadas (KWASNICKA,

1995).

Uma dramática revolução no último século conseguiu afetar não só o que

produzimos, mas também na forma pela qual produzimos. A revolução industrial

conseguiu atingir a tecnologia, e também as relações humanas. Como aumentou

mais e mais a complexidade da tecnologia, as pessoas conseguiram se tornar mais

dependentes umas das outras e os problemas de trabalharem juntas mais difíceis. A

Revolução Industrial trouxe modificações fundamentais ao significado de ser um

empregado. A especialização, um dos pontos importantes da Revolução Industrial

economicamente trouxe suas desvantagens: o tédio e a perda do sentido da

importância individual, da realização do orgulho pelo trabalho. Tarefas e trabalhos

especializados requerem a determinação de cada detalhe do trabalho e, deste

modo, privam o individuo da oportunidade de mostrar iniciativa ou originalidade

(KWASNICKA, 1995).

Outro efeito da Revolução Industrial foi o crescimento do tamanho das

organizações. Pois pelo ponto de vista das relações humanas, a maior desvantagem

Page 34: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

33

do crescimento é o crescimento da burocratização. Restringindo o entendimento

individual, levando os problemas de comunicação (KWASNICKA, 1995).

Para Kwasnicka (1995, p.25) “essas condições, a chamada Revolução

Industrial nasceu na Inglaterra e posteriormente espalhou-se para o mundo. Teve

como conseqüência profundas mudanças econômicas, sociais, e políticas tais

como”:

Uma rápida e intensa urbanização;

• Durante o século XIX duplica-se a população da Europa

• O desenvolvimento industrial se inicia;

• Aperfeiçoam-se os meios de transporte;

• Incremente-se o comercio interno e ou internacional;

No século XIX, as condições de trabalho e de vida eram muito ruins para a

maioria dos trabalhadores, homens, mulheres e crianças trabalhavam até 14 horas

por dia, seis dias por semana, com péssimas condições de habitação. Melhores

condições dos empregados inevitavelmente levaria ao aumento da produção e dos

lucros. Enquanto outros administradores concentravam seus investimentos em

melhorias técnicas, Roberto Owen acreditava que o melhor investimento estava nos

trabalhadores, maquinas vitais (STONER, FREEMAN, 1999).

A história da administração cientifica teve seu início por Frederic Winslow

Taylor em 1895, a indício de que o enfoque cientifico de controlar as indústrias

teriam origens anteriores. Ele reconhecia que apesar da maneira superior e muitas

vezes arrogante da administração em relação aos trabalhadores, quem moviam as

fábricas eram os trabalhadores e por isso seu objetivo principal era resolver o

problema de salário, pois se administração tivesse o conhecimento de quanto tempo

um homem levaria para completar o seu trabalho, conseqüentemente as

informações eliminariam as necessidades de corte. Para isto utilizou dois métodos,

um estudo do tempo – base e a introdução de padrões diferenciais (KWASNICKA,

1995).

Outro grande nome de importância na administração foi Henri Fayol (1841-

1925), foi considerado um dos maiores contribuintes para o campo da gerência e da

administração, buscou definições das responsabilidades em todos os níveis

organizacionais, provou a aplicabilidade de seus princípios (KWASNICKA, 1995).

Segundo Stoner, Freeman (1999, p.27) antes de Fayol, acreditava-se que:

Page 35: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

34

Os administradores nascem prontos, não são feitos. Fayol insistia, entretanto, que a administração era uma habilidade como qualquer outra – uma habilidade que poderia ser ensinada, uma vez que se compreendesse seus princípios básicos.

Para Stoner, Freeman (1999, p.27) Fayol acreditava que “com previsão

cientifica e métodos adequados de administração, os resultados satisfatórios eram

inevitáveis”.

Henri Fayol define o ato de administrar como sendo:

• Prever: visualizar o futuro e traçar o programa de ação.

• Organizar: constituir o duplo organismo material e social da empresa.

• Comandar: dirigir e orientar o pessoal.

• Coordenar: ligar, unir, harmonizar todos os atos e todos os esforços

coletivos.

• Controlar: verificar que tudo ocorra conforme as regras estabelecidas e as

ordens dadas.

Estes elementos da organização que constituem o chamado processo

administrativo são localizáveis em qualquer trabalho do administrador

(CHIAVENATO, 1999).

As organizações estavam crescendo em tamanho e complexidade na primeira

metade do século XX e havia uma necessidade maior de entender como a

organização, como um todo, poderia operar com mais eficácia (MONTANA,

CHARNOV, 2003).

Administração é necessária em todos os tipos de atividades organizadas e em

todos os tipos de organização. De fato, existe uma organização todas as vezes que

duas ou mais pessoas interagem para alcançar certos objetivos. Toda organização

necessita ser administrada sendo ela pequena ou grande; pública ou privada; que

visem ou não visem lucros, a administração é necessária nas organizações por três

razões principais (MEGGINSON, MOSLEY e PIETRY, 1998).

• Para alcançar objetivo.

• Para equilibrar objetivos conflitantes.

• Para conseguir eficiência e eficácia.

Chiavenato (1996, 67) aborda que:

Page 36: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

35

Nas empresas, a hierarquia administrativa passa a ser gradativamente substituída pelas redes internas interligando estreitamente grupos de pessoas; os departamentos funcionais e de produtos/ serviços do esquema matricial cedem lugar ás equipes de trabalho; o foco nos controles torna-se cada vez mais flexível e solto; a burocracia cede lugar à inovação e a criação do conhecimento.

Há grandes diferenças significativas entre gerencia e administração, em

particular, o nível administrativo se preocupa primeiro com o estabelecimento de

objetivos e depois com as atividades de planejamento, organização e controle de

forma coordenada, para atingir os objetivos da organização. Já o operacional se

preocupa com a liderança, incluído supervisão, motivação e comunicação com os

empregados para levá-los a atingir resultados eficazes (MEGGINSON, MOSLEY e

PIETRY, 1998).

Umas das primeiras funções do administrador foram feitas por Fayol (1841-

1925), que sugeriu como principais o planejamento, a organização, a coordenação,

o comando e o controle. Qualquer que seja o nível organizacional ou atividade

envolvida, pelo menos quatro devem ser desempenhadas por um administrador:

planejamento, organização, liderança e controle das atividades organizacionais

(MEGGINSON, MOSLEY e PIETRY, 1998).

O administrador é um agente de mudanças e de transformações das

empresas, sempre levando a novos rumos, objetivos, estratégias e tecnologias, com

sua orientação e direção, tem a finalidade de modificar comportamentos e atitudes

das pessoas, com seu estilo de administrar deixa grandes marcas na vida do

indivíduo. Tem a intenção de fazer com que as coisas sejam realizadas da melhor

forma possível, com menor custo e com a maior eficiência e eficácia (CHIAVENATO,

1999).

O papel do administrador na definição operacional dentro de uma organização

é planejar, organizar, liderar e controlar. Para se ter objetivos específicos o

administrador assume uma variedade de papéis em uma organização, num sentido

amplo, um “papel” consiste a um padrão de comportamento que se pode esperar do

individuo dentro de uma única sociedade (STONER, FREEMAN, 1999).

2.2.2 Administração de Recursos Humanos

Muito se temia que um dia as máquinas eliminassem o trabalho humano. Mas

na realidade está acontecendo o oposto, pois nunca as pessoas foram tão

Page 37: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

36

importantes nas empresas como hoje. Uma expressão para descrever a importância

das pessoas na organização é “Recursos Humanos”, pois tem a mesma capacidade

de impulsionar o desempenho empresarial, juntamente com outros recursos como

dinheiro, materiais e informações. Outro termo como “capital humano” e “ativo

intelectual” tem em comum a idéia de que quem faz a diferença no desempenho das

empresas são as pessoas (BOHLANDER, SNELL e SHERMAN, 2003).

Dentro das organizações, a área Administração de Recursos Humanos (ARH)

tem como responsabilidades primordiais cuidar da qualidade de vida dos

empregados, melhorando o resultado organizacional, por meio de programas que

implantem e mantenham a qualidade e a produtividade (MARRAS, 2000).

Para os autores Carvalho, Nascimento (2004, p.08) “a área de ARH sempre

marcou presença mais como uma função voltada para as pessoas do que para os

negócios”.

Segundo Milkovich, Boudeau (2000, p. 19) afirma que:

Administração de Recursos Humanos entende-se uma série de decisões integradas que formam as relações de trabalho; sua qualidade influencia diretamente a capacidade da organização e de seus empregados em atingir seus objetivos.

A ARH lida com recursos vivos, extremamente complexos, diversificado e

variável, que são as pessoas. Cada pessoa tem sua própria característica individual

de personalidade, sua aptidão, seu conhecimento, sua própria história e suas

capacidades. As pessoas se diferenciam com o passar do tempo e com a absorção

de novos conhecimentos, experiências e posturas, apresentam um elevado potencial

de desenvolvimento e de mudança comportamental. O grande desafio da ARH é

abordar as pessoas como seres humanos e não simplesmente como recursos

organizacionais. As pessoas constituem os únicos recursos vivos e inteligentes

dentro da organização, em algumas vezes se delimitam em seu comportamento, o

desperdício de talento constituí hoje a maior perda das organizações

(CHIAVENATO, 1996).

As pessoas têm um papel muito importante nas organizações. Embora

precisem ser administradas pelas organizações como seus recursos humanos, não

se pode esquecer que elas são seres com sentimentos e querem ser felizes e terem

qualidade de vida (LACOMBE, 2005).

De acordo com Bohlander, Snell e Sherman (2003 p.02):

Page 38: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

37

Para trabalhar efetivamente com pessoas, temos de entender o comportamento humano, e precisamos conhecer os vários sistemas e práticas disponíveis para nos ajudar a construir uma força de trabalho qualificada e motivada. Ao mesmo tempo, para atingir as metas da empresa, temos de estar cientes das questões econômicas, tecnológicas, sociais e jurídicas que facilitam ou restringem nossas iniciativas.

Lidar com pessoas nas organizações é uma responsabilidade, o objetivo do

profissional de recursos humanos é administrar as relações da organização com as

pessoas que a compõe. O profissional de recursos humanos deve possuir o poder

de diferenciar as pessoas com as quais lida em seu dia-a dia, pois os seres

humanos são dotados de personalidades próprias, profundamente diferentes entre si

(RIBEIRO, 2006).

Para Chiavenato (1997) os assuntos tratados pela ARH referem-se tanto a

aspectos internos da organização (abordagem introversiva da ARH), como a

aspectos externos ou ambientais (aborgadem extroversiva da ARH).

A ARH é contingencial, ou seja, depende da situação organizacional: do

ambiente, da tecnologia empregada pela organização, das políticas e diretrizes,

sobretudo, da qualidade e quantidade dos recursos humanos disponíveis. A ARH,

não são técnicas rígidas e imutáveis, mas altamente flexíveis e adaptáveis sujeita a

um dinâmico desenvolvimento, as necessidades sofrem alterações, as mudanças

constantes ocorrem nas organizações e em seus ambientes. A ARH busca alcançar

eficácia e a eficiência das organizações através das pessoas, permitindo assim

condições favoráveis para que estas alcancem seus objetivos pessoais

(CHIAVETANO, 1997).

O RH é um componente fundamental da organização, o principal desígnio da

ARH é ajudar a organização a atingir suas metas, objetivos e a realizar sua missão,

tornando as pessoas mais produtivas para beneficiar clientes, parceiros e

empregados. O propósito da ARH é edificar e proteger o mais valioso patrimônio da

empresa – as pessoas, um dos primeiros passos é preparar e capacitar

continuamente (CHIAVENATO, 2004).

Para que as pessoas sejam produtivas precisam estar felizes, sentir que o

trabalho é adequado às suas capacidades, pois o trabalho é a maior fonte de

identidade pessoal, já que as pessoas despendem a maior parte de suas vidas no

trabalho. A felicidade na organização e a satisfação no trabalho são fortes

determinantes do sucesso organizacional (CHIAVENATO, 2004).

Page 39: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

38

Para as empresas terem um progresso e sobreviverem no mercado, precisam

ter capacidade de atrair, selecionar, treinar e posicionar corretamente as pessoas

nas organizações (LACOMBE, 2005).

O Administrador de pessoas desempenha um papel fundamental na

organização, pois orienta e auxilia, é responsável pela administração de programas

de ação positiva para conseguir oportunidades iguais de emprego para todos,

através de recrutamento, treinamento e desenvolvimento, administração salarial e

manutenção de saúde e segurança (MEGGINSON, MOSLEY E PIETRI, 1998).

A figura abaixo dá uma idéia das técnicas utilizadas nos ambientes internos e

externos da organização.

Técnicas Utilizadas no Ambiente Externo Técnicas Utilizadas no Ambiente Interno

• Pesquisa de mercado de trabalho • Recrutamento e seleção. • Pesquisa de salário e beneficio • Relações com sindicatos. • Relações com entidades de formação

profissional. • Legislação Trabalhista. • Etc.

• Análise e descrição de cargos. • Avaliação de cargos. • Treinamento • Avaliação de desempenho • Plano de carreiras • Plano de benefícios sociais • Política salarial • Higiene e segurança • Etc.

Quadro 2: Técnicas utilizadas no ambiente interno e externo das organizações. Fonte: CHIAVENATO, 1997, p. 154.

As forças competitivas que os gerentes enfrentam hoje em dia continuaram a

enfrentar no futuro, através da excelência organizacional. Os esforços para chegar a

tal excelência como aprendizado, qualidade, no trabalho em equipe e reengenharia

são tarefas da ARH (ULRICH, 2000).

Afirma Lacombe (2005, p. 15) “a existência de pessoas com bom nível, bem

selecionadas, treinadas e integradas e que trabalham como equipe tem um valor

inestimável”.

Os recursos humanos são importantes para a organização, pois são as

chaves para o sucesso, tem a técnica essencial usada para construir e aperfeiçoar o

capital humano da empresa, como qualquer unidade organizacional. A função do RH

é contribuir para os objetivos de eficiência. É muito importante que o profissional de

RH tenha estrutura e competências necessárias para defender a equidade e

assegurar a justiça e o cumprimento das leis. Os profissionais de RH são

administradores competentes, voltados ao cumprimento de regras à administração

eficiente das políticas da empresa (MILKOVICH, BOUDREAU, 2000).

Page 40: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

39

2.2.3 Histórico de Recursos Humanos

No início não se falava muito em ARH, pois não se tinha uma base industrial

sólida, e não se levava em consideração à representatividade do proletariado

industrial no contexto da população brasileira. Cerca de 80% da população brasileira

habitava o campo, o fraco poder de pressão do proletariado ficou evidente quando

se considerou o pequeno peso das atividades econômicas urbanas numa economia

essencialmente agrícola. Com a pouca representatividade de proletariado na vida

nacional, pode-se dizer que esse período conheceu momentos de notável

efervescência trabalhista (GIL, 1994).

Com demonstração da força do movimento sindical nas três primeiras

décadas do século, aconteceram muitos movimentos grevistas. Uma das últimas

mais importantes naquele período serviu de alerta para os patrões e os poderes

públicos para a urgência da aplicação de medidas adequadas de proteção do

trabalhador. Uma legislação trabalhista, no entanto, só viria a se concretizar na

década de trinta. Por razão, as atividades de recursos humanos neste período

restringiam-se às tarefas correspondentes aos cálculos da retribuição a que os

trabalhadores faziam jus em decorrência do trabalho prestado (GIL, 2004).

A partir de 1930, observam-se alterações significativas nas relações de

trabalho no Brasil. O governo de Getúlio Vargas promove ampla intervenção nas

questões trabalhistas, se referindo as medidas de proteção social ao trabalhador. É

criado o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, com a finalidade de se ocupar

dos problemas trabalhistas. No ano seguinte foi criado o Departamento Nacional do

Trabalho, com o objetivo de promover medidas de previdência social e melhora das

condições de trabalho (GIL, 2004).

Para entender as crescentes exigências trabalhistas, as empresas tiveram

que se preparar. Para isso, passaram a abranger em sua estrutura o departamento

de pessoas. Para dirigi-las, surge à figura do chefe pessoal, contratado para cuidar

das rotinas trabalhistas, das obrigações dos direitos e deveres dos trabalhadores e,

sobretudo da parte disciplinar. O administrador de pessoas não se preocupava com

os aspectos de integração, produtividade e bem – estar da mão-de-obra, mas sim

com a papelada e os procedimentos legais, administrava papeis e não pessoas

(AQUINO, 1979 apud GIL, 1994).

Page 41: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

40

As empresas cresceram e se modernizaram como conseqüência, um valor

cada vez maior passou a ser atribuído ao planejamento, à tecnologia e aos

profissionais especializados, valorizando assim o profissional de Recursos Humanos

o administrador de empresas, ele teve sua profissão regulamentada pela lei nº

4.760, de 8-9-65, tornou-se, ao lado da economia, o profissional mais requerido para

conferir racionalidade ao sistema econômico (GIL, 1994).

Valem à pena analisar o estado de evolução da função recursos humanos

(WOOD, FILHO, 2004, p.72).

Período. Fase. Característica

Antes da década de 30 Pré-jurídico - trabalhista

-Inexistência de legislação trabalhista e de uma área especifica. -Funções descentralizadas.

Décadas de 30 a 50 Burocrática -Surgimento da legislação trabalhista. -Surgimento do “departamento de pessoal” para atendimento das exigências legais.

Década de 50 e 60 Tecnicista - Implantação da indústria automobilística. - Implementação dos subsistemas de recursos humanos. - Preocupação crescente com desempenho e eficiência.

Meados da década de 60 e década de 70

Sistêmica - Surgimento das “gerencias de recursos humanos” e dos responsáveis por “relações industriais” - Integração dos enfoques comportamental, administrativo e estrutural.

Década de 80 e 90 Estratégica - Mudanças profundas - Descentralização de funções - Surgimento do movimento da qualidade. - Diversidade de enfoque

Quadro 3 Fonte: Adaptado de WOOD JR., T. Mudança organizacional e transformação da função recursos humanos. In: WOOD JR., T. (Coord.). Mudança Organizacional: aprofundando temas atuais em administração de empresas. São Paulo: Atlas, 1995. p. 233.

A par dessas mudanças no campo político, às inovações tecnológicas

passaram a contribuir decisivamente para alterações na forma de gerenciamento de

pessoas. As novas tecnologias de produção passaram a exigir habilidades mais

especificas dos trabalhadores, que passaram a contar também com um novo colega:

o robô. Com o avanço da informática e dos meios de comunicação empresarial,

muitas de suas tradicionais funções passaram a ser desenvolvidas por máquinas,

com maior eficiência e economia. O profissional de recursos humanos passou a ser

mais desafiado, requerendo-se deles novas habilidades (GIL, 1994).

Com conseqüência elevou-se o desemprego e os trabalhadores passaram a

ganhar proporcionalmente menos, as atividades de recursos humanos foram

seriamente afetadas, muitas empresas chegaram mesmo a desativar setores de

Page 42: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

41

recursos humanos, sobretudo o de treinamento e desenvolvimento, as empresas

passaram a adotar novas estratégias, dispensando o pessoal enxugando seus

organogramas e diminuído a quantidade de níveis hierárquicos (GIL, 1994).

Muitas empresas ainda matem os padrões autoritários no trato com os

empregados, e o único direito de quem recebe o salário é de obedecer, não se pode

negar, entretanto, que a inovação vem se tornando um imperativo para o

desenvolvimento e mesmo para a sobrevivência das empresas (GIL, 1994).

2.2.4 Objetivos da Administração de Recursos Humanos

A ARH é representada pelo esforço da organização, no sentido de atrair

profissionais do mercado de trabalho, prepará-los, adaptá-los, desenvolvê-los e

incorporá-los de forma permanente ao esforço produtivo e utilizar adequadamente o

profissional que uma organização necessita (KWASNICKA, 1995).

Para Ribeiro (2006, p.06) “a área de Recursos Humanos está voltada,

permanentemente, para ajudar a organizar a alcançar objetivos e a realizar suas

missões, tornando-a competitiva”.

A ARH tem-se esforçado muito para acompanhar a evolução da teoria

administrativa. Houve uma pesada carga retórica humanística, buscando modelos

alternativos para a forma como as pessoas são devidamente administradas

(KWASNICKA, 1995).

Uma organização não pode esperar para só encontrar as pessoas

competentes no momento em que elas sejam necessárias para o preenchimento da

vaga especifica è preciso fazer um planejamento das futuras necessidades, para

isso exige planejamento de recursos humanos que inclui todas as atividades

adequadas (MEGGINSON, MOSLEY E PIETRI, 1998).

Afirma (KWASNICKA, 1995, p.140) “a ARH tem sido descrita como a função

de planejar, coordenar e controlar a obtenção da mão-de-obra necessária à

organização”.

A necessidade de planejamento de recursos humanos pode não ser

facilmente percebida, uma organização que não planeja seus recursos humanos

freqüentemente descobrirá que não está alcançando com eficácia nem suas

necessidades de pessoas e nem seus objetivos gerais (STONER, FREEMAN, 1999).

Page 43: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

42

Os Recursos Humanos são importantes para atingir os objetivos da

organização, é a chave para o sucesso, podemos observar que os administradores

podem diagnosticar os aspectos críticos dos recursos Humanos, as técnicas

essenciais usadas para construir e aperfeiçoar o capital humano da empresa é a

evidencia de que o investimento nas pessoas tem um impacto sobre a equidade e a

eficiência (MILKOVICH, BOUDREAU, 2000).

Quase sempre, as pessoas constituem para as empresas o desafio crucial no

alcance e na manutenção de padrões elevados de qualidade, produtividade e

competitividade. As pessoas são incrivelmente diferentes em suas características

individuais e dotadas de um formidável elenco de potencialidade. São as pessoas

que fazem à diferença e personalizam a empresa e a fazem distinguir-se de todas as

demais. Mas para que isto aconteça, é imprescindível que as pessoas sejam

selecionadas, integradas socialmente, treinadas, desenvolvidas, lideradas,

motivadas, comunicadas, avaliadas, remuneradas, participem nas decisões que as

afetem direta ou indiretamente e possam externar seu ponto de vista, contudo, o

objetivo do ARH é demasiado complexo e grande demais para ficar apenas em

algumas poucas mãos e poucos cérebros (CHIAVENATO, 1996).

Para Ribeiro (2006, p.6) “a missão de Recursos Humanos, entre outras coisas

deve:

• Dimensionar e planejar as necessidades de pessoas, no longo, médio e

curto prazo, para atender às exigências do negocio e aos objetivos da

empresa.

• Criar, atualizar e manter uma estrutura organizacional adequada aos

objetivos empresariais e às suas relações com o ambiente.

• Atender às necessidades de recursos humanos da organização, no longo,

médio e curto prazo, além de manter todos os cargos e funções

adequadamente preenchidas;

• Prover a qualidade profissional dos recursos humanos da empresa;

Remunerar o pessoal, competitividade e equivalente, considerando as

características e as peculiaridades do negócio empresarial que impactam

a relação do profissional com seu cargo e a contribuições para o

desenvolvimento da empresa;

Page 44: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

43

• Assegurar o bom relacionamento da empresa com o empregado, em todos

os níveis da organização”.

Uma das características mais importantes da administração sistêmica reside

no fato de serem as organizações vistas como sistemas dentro de sistemas. Assim

uma empresa pode ser vista como um sistema, envolvida, porém, por um

macrossistema, que é o sistema social. Essas empresas, por outro lado pode ser

entendida com um conjunto de microssistemas: sistema de produção, sistema de

recursos humanos e outros. Qualquer um desses sistemas, por sua vez, pode ser

visto como um conjunto de sistemas menores. O de recursos humanos, por

exemplo, envolvem os sistemas de seleção, desenvolvimento, manutenção de

pessoal e outros (Gil, 1994).

2.2.5 Subsistemas de Recursos Humanos

Os processos de ARH estão relacionados entre si, de tal maneira que se

interpretam e se influenciam reciprocamente, o equilíbrio na condução de todos

esses processos é fundamental. A gestão de pessoas é um conjunto integrado de

processos dinâmicos e interativos (CHIAVENATO, 2004).

Assim, os principais processos da ARH são:

• Processo de Agregar Pessoas. São os processos utilizados para incluir

novas pessoas na empresa. Podem ser denominados processos de

provisão ou de suprimento de pessoas. Incluem recrutamento e seleção

de pessoas.

• Processo de Aplicar Pessoas. São os processos utilizados para desenhar

as atividades que as pessoas irão realizar na empresa, orientar e

acompanhar seu desempenho. Incluem desenho organizacional e

desenho de cargo, análise e descrição de cargos, orientação das pessoas

e avaliação do desempenho.

• Processos de Recompensar Pessoas. São os processos utilizados para

incentivar as pessoas e satisfazer suas necessidades individuais mais

elevadas. Incluem recompensas, remuneração e benefícios e serviços

sociais.

Page 45: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

44

• Processo de Desenvolver Pessoas. São os processos utilizados para

capacitar e incrementar o desenvolvimento profissional e pessoal das

pessoas. Incluem seu treinamento e desenvolvimento, gestão do

conhecimento e a gestão de competências, programas de mudanças e

desenvolvimento de carreiras e programas de comunicação e

consonância.

• Processo de Manter Pessoas. São os processos utilizados para criar

condições ambientais e psicológicas satisfatória para as atividades das

pessoas. Incluem administração da cultura organizacional, clima,

disciplina, higiene, segurança e qualidade de vida e manutenção de

relações sindicais.

• Processo de Monitorar Pessoas. São os processos utilizados para

acompanhar e controlar as atividades das pessoas e verificar resultados.

Incluem banco de dados e sistemas de informação gerenciais.

Recrutamento Modelagem Remuneração Treinamento Higiene, e Banco de dados

Seleção do trabalho Benefício Desenvolvimento segurança Sistemas de

Avaliação do Incentivo Aprendizagem Qualidade informações

Desempenho de vida gerenciais

Quadro 4: Os seis Processos de Gestão de Pessoas. Fonte: Chiavenato (2004)

Cada um desses processos tem seus objetivos e constituem de atividades

que têm um início e um fim. O inicio é decorrente da entrada (input) de outro

Gestão de

Pessoas

Processo de

monitorar pessoas

Processo de

manter pessoas

Processo de desenvolver

pessoas

Processo de recompensar

pessoas

Processo de

aplicar pessoas

Processo de

agregar pessoas

Page 46: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

45

processo anterior e o fim constitui o produto ou resultado (output) para o cliente ou

usuário que utilizará como entrada para o processo a seguir (CHIAVENATO, 1996).

Processo: Objetivo: Atividades Envolvidas:

Agregando pessoas Quem deve trabalhar na organização:

Recrutamento de pessoal Seleção de Pessoal

Aplicando Pessoas O que as pessoas deverão fazer:

Desenhos de cargos Avaliação do desempenho

Recompensando pessoas

Como recompensar as pessoas:

Recompensas e remuneração Benefícios e serviços

Desenvolvendo pessoas

Como desenvolver as pessoas:

Treinamento e desenvolvimento Programa de mudanças Programa de comunicações

Mantendo pessoas Como manter as pessoas no trabalho:

Benefícios Descrição e análise de cargos

Monitorando as pessoas

Como saber o que fazem e o que são:

Registros e controles de pessoas Banco de Dados, Sistemas de Informações Gerenciais, Auditoria de RH.

Quadro 5: Os Principais Processos de Gestão de Pessoas. Fonte: Chiavenato (2004)

Para Chiavenato (2004), o que acorre na prática em algumas organizações é

que executivos da área privilegiam alguns subsistemas em detrimento de outros,

provocando desníveis entre eles e até a perda dos efeitos de sinergia.

As Políticas de RH são regras estabelecidas para administrar funções e

assegurar que elas sejam desempenhadas de acordo com os objetivos desejados,

servindo de guia para prover respostas às questões ou aos problemas que podem

ocorrer e também a maneira pela qual a organização pretende lidar com seus

membros e por intermédio deles atingir os objetivos organizacionais (CHIAVENATO,

1997).

Para Carvalho, Nascimento (2004) dependente da filosofia empresarial, a

política de RH precisa ser dotada da necessária flexibilidade, sempre se adaptando

aos objetivos organizacionais. Enquanto a filosofia da empresa é mais duradoura e

estável, a política de RH é mutável e depende de alguns fatores como:

• Reação do mercado

• A influência do estado (conquistas sociais da nova Constituição, por

exemplo);

• A estabilidade política, econômica e social do país.

Cada organização desenvolve a política de recursos humanos mais adequada

à sua filosofia às suas necessidades. A rigor, uma política de recursos

Page 47: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

46

humanos deve abranger o que a organização pretende nos seguintes

aspectos.

1 - Política de Suprimento de Recursos Humanos:

a) Onde recrutar (fonte de recrutamento dentro ou fora da organização), em

que condições e como recrutar (técnicas de recrutamento preferidas pela

organização para abordar o mercado de recursos humanos) os recursos

humanos necessários à organização;

b) Critérios de seleção de recursos humanos e padrões de qualidade para

admissão, quanto às aptidões físicas e intelectuais, experiência e potencial

de desenvolvimento, tendo-se em vista o universo de cargos dentro da

organização; e

c) Como integrar os novos participantes ao ambiente interno da organização,

com rapidez e eficácia.

2 - Políticas de Aplicação de Recursos Humanos:

a) Como determinar os requisitos básicos da força de trabalho (requisitos

intelectuais, físicos etc.), para o desempenho das tarefas e atribuições do

universo de cargos da organização.

b) Critérios de planejamento, alocação e movimentação interna de recursos

humanos, considerando-se o posicionamento inicial e o plano de carreira ,

definindo as alternativas de oportunidades futuras possíveis dentro da

organização; e

c) Critérios de avaliação da quantidade e da adequação dos recursos

humanos através da avaliação do desempenho.

3 - Políticas de Manutenção de Recursos Humanos:

a) Critérios de remuneração direta dos participantes, tendo-se em vista a

avaliação do cargo e os salários no mercado de trabalho, e posição da

organização frente a essas duas variáveis;

b) Critérios de remuneração indireta dos participantes, tendo-se em vista os

programas de benefícios sociais mais adequados à diversidade de

necessidades existentes no universo de cargos da organização, e

considerando a posição da organização frente às práticas do mercado de

trabalho;

c) Como manter uma força de trabalho motivada, de moral elevado,

participativa e produtiva dentro de um clima organizacional adequado;

Page 48: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

47

d) Critérios relativos às condições físicas ambientais e higiene e segurança

que envolve o desempenho das tarefas e atribuições do universo de

cargos da organização;

e) Relacionamento de bom nível com sindicatos e representações do

pessoal.

4 - Políticas de Desenvolvimento de Recursos Humanos:

a) Critérios de diagnóstico e programação de preparação e reciclagem

constantes da força de trabalho para o desempenho de suas tarefas e

atribuições dentro da organização;

b) Critérios de desenvolvimento de recursos humanos a médio e longo

prazos, visando à contínua realização do potencial humano em posições

gradativamente elevadas na organização; e

c) Criação e desenvolvimento de condições capazes de garantir a saúde e

excelência organizacional, através da mudança do comportamento dos

participantes.

5 - Políticas de Monitoração de Recursos Humanos:

a) Como manter um banco de dados capaz de fornecer as informações

necessárias para as análises quantitativas e qualitativas da força de

trabalho disponíveis na organização; e

b) Critérios para auditoria permanente da aplicação e adequação das

políticas e dos procedimentos relacionados com os recursos humanos da

organização.

2.2.5.1 Análise e Descrição de Cargos.

Para se ter um bom recrutamento de pessoas é necessário saber o perfil

desejado, isto é as características pessoais e profissionais do candidato. Através do

perfil definido se estabelece a descrição das funções o que ele vai fazer na

organização. É preciso conhecer a cultura da empresa, pois se o candidato for

excelente, mas não tiver um perfil condizente com os valores, as expectativas e a

estratégia da empresa, não conseguirá se adequar na organização (LACOMBE,

2005).

Descrever um cargo significa relacionar o que o ocupante faz, sob quais

condições faz e por que faz. A descrição de cargo é um desenho simplificado do

Page 49: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

48

conteúdo e das principais responsabilidades do cargo. O formato comum da

descrição de cargo inclui o título do cargo, o sumário das atividades a serem

desempenhadas e as principais responsabilidades do cargo (CHIAVENATO, 2004).

A forma mais usual de reunir às informações necessárias sobre o cargo é

através da descrição do cargo, onde se podem identificar as tarefas, as

responsabilidades, requisitos, as condições de trabalho e outros detalhes da

ocupação existentes na organização (PASCHOAL, 2007).

Para Chiavenato (1998, p.62) “O ocupante do cargo deve ter características

pessoais compatíveis com as especificações do cargo, enquanto o papel a

desempenhar será o conteúdo do cargo registrado na descrição”.

O conceito de cargo se baseia em algumas noções fundamentais, a saber:

• Tarefa: são as atividades individualizadas e executadas por um ocupante

de cargo. Geralmente, refere-se a cargos simples e repetitivos, como os

cargos de horistas ou operários.

• Atribuições: são as atividades individualizadas, executadas por um

ocupante de cargo. Geralmente, refere-se a cargos que envolvem

atividades mais diferenciadas, como os cargos de mensalista ou

funcionários.

• Função: é o conjunto de tarefas (cargos horistas) ou atribuições (cargos

mensalistas) exercido de maneira sistemática reiterada por um ocupante

de cargo, ou por um indivíduo que, sem ocupar um cargo, desempenhe

provisória ou definitivamente uma função. Para que um conjunto de tarefas

ou atribuições constitua uma função, é necessário que haja reiteração em

seu desempenho.

Todas as atividades da organização que se envolvem direta ou indiretamente

com as ocupações (avaliação de cargo, pesquisa salarial, plano de carreira,

avaliação de desempenho, recrutamento e seleção, treinamentos e relações

trabalhistas), podem se beneficiar da existência dessa valiosa fonte de informação

(PASCHOAL, 2007).

Uma boa descrição é a base para uma correta avaliação do cargo, portanto

vale a pena enfatizar (PASCHOAL, 2007).

1. Procurar descrever de maneira simples, sem formalismo exagerado e,

sobretudo, sem enfeitar.

Page 50: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

49

2. Usar terminologia apropriada ao nível do cargo. Palavras pomposas em

cargos simples podem levar a uma visão distorcida do cargo.

3. Suprir toda expressão vaga; ela só ocupa espaço e não contribui para

nada.

4. Dizer o necessário e não mais que o necessário. Tudo que puder ser

eliminado sem prejudicar a clareza deve ser retirado sem hesitação.

5. A descrição deve dar a impressão de algo completo e concluído. Tudo que

é importante para o cargo deve constar.

6. A descrição deve ser especifica e circunstanciada para ser entendida por

pessoas não familiarizadas com o cargo.

7. Siglas, termos técnicos e termos estrangeiros devem ser evitados a menos

que sejam de domínio público.

8. A especificação dos contatos, complexidade, condições de trabalho e

outros aspectos considerados na avaliação do cargo não devem repetir

enunciados usados no Manual de Avaliação, sob pena de não esclarecer

e ainda induzir os avaliadores.

9. Finalmente, o cargo deve ser visto como um fato organizacional,

independente das pessoas.

2.2.5.2 Avaliação de Cargo

Cada cargo tem sua importância em relação aos outros, para poder atribuir

salários adequadamente aos empregados, é necessário que a organização tenha

uma idéia da importância relativa dos cargos (PASCHOAL, 2007).

Todas as empresas fazem administração de cargos e salários tendo ou não

uma estrutura organizacional, em virtude de vários fatores, surgem à discordância

entre as necessidades da empresa, a realidade do mercado e a capacidade de

resolução do problema. O planejamento de cargos e salários precisa acompanhar o

avanço tecnológico as mudanças de mercado, a política econômica, como também

participar das decisões maiores da organização (CARVALHO, NASCIMENTO,

2002).

O valor de cada cargo deve ser avaliado cuidadosamente, pois o empregado

deve ser recompensado com justiça por suas contribuições, o ideal seria que essa

avaliação fizesse os índices salariais refletirem o valor relativo do cargo. Sempre que

Page 51: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

50

sejam pagos diferentes índices para duas ou mais posições, deve-se usar alguma

forma de avaliação para determinar o valor relativo dos diferentes cargos.

(MEGGINSON, MOSLEY E PIETRI, 1998).

Para Silva (2005, p. 41) “todos os métodos são baseados, principalmente, no

valor e na importância dos cargos de acordo com responsabilidades, atribuições e

realizações de tarefas”.

Os objetivos a serem atendidos pela avaliação do cargo são:

• Estabelecer uma estrutura de valores relativos para os cargos;

• Disciplinar as relações entre valores, recompensando-se financeiramente

de maneira eqüitativa;

• Minimizar o efeito de decisão arbitrária para a determinação de salários;

• Proporcionar um quadro claro de estrutura, das qualidades requeridas e

das oportunidades que podem ser oferecidas;

• Descobrir e eliminar distorções;

• Propiciar controle eficiente.

A avaliação de cargos é constituída de diferentes métodos, uns mais simples

e menos precisos, mas adequados para pequenas organizações, e outros mais

complexos e precisos, necessários para organizações médias e grandes. Os

métodos se dividem em globais, analíticos e sistêmicos (PASCHOAL, 2007).

• Globais: Focam de forma total e não em cada aspecto isoladamente.

• Analíticos: Avaliam os cargos sob diferentes aspectos chamados fatores

(escolaridade, experiência, responsabilidade etc.), para depois apurar seu

valor global. Faz, portanto, uma avaliação analítica.

• Sistêmicos: Utilizam fatores de entrada (requisitos), de aplicação

(responsabilidade, complexidade) e de saída (resultados produzidos pelo

cargo), dentro do conceito de sistema.

Existem dois métodos de avaliação de cargos que são divididos em não

quantitativos e quantitativos (SILVA, 2005).

1 - Métodos não-quantitativos: Caracterizam-se pela simplicidade, baixo custo de

implantação e rápida elaboração.

a) Escalonamento ou comparação aos pares, trata-se de um método simples de

avaliação que ordena os cargos pela sua importância, segundo suas exigências

Page 52: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

51

quanto à escolaridade, experiência, responsabilidade, complexidade etc. É um

método não – quantitativo em virtude de os cargos não serem pontuados.

b) Grau predeterminado trata-se de uma variação do método de escalonamento.

Este método consiste em agrupar/classificar os cargos de acordo com a importância

entre eles, comparando diretamente uma descrição prévia de graus crescentes de

dificuldades quanto à atribuição e requisitos. Com base nos cargos-chaves

selecionados, define-se tantos graus quantos forem necessários para cobrir as

especificações dos cargos.

2 - Método quantitativo: Transforma o cargo em um valor numérico, resultante da

soma dos valores que ponderam os valores tomados por padrão.

a) Comparação de fatores utiliza o recurso de avaliar o cargo com base em fatores,

classificados em quatro grandes grupos:

• Requisitos mentais, que podem ser substituídos em instrução,

experiência, iniciativa etc.;

• Requisitos físicos, subdivididos em esforço mental, físico e visual.

• Responsabilidades, subdivididas por supervisão, contatos, valores etc.

• Condições de trabalho, subdivididos em higiene, desconforto,

periculosidade etc.

b) Método de pontos procura aplicar fatores capazes de estabelecer e mensurar as

diferenças de requisitos entre os cargos e avaliar, de forma analítica e quantitativa.

Os fatores são divididos em graus, que são ponderados, recebendo determinado

número de pontos de acordo com a sua importância relativa. Sua Aplicação é

demorada, porem sua avaliação é confiável, os seguintes passos são:

• Identificação dos requisitos, exigência e inconveniência que

diferenciam o cargo;

• Montagem do manual de avaliação;

• Avaliação quantitativa dos cargos-chaves;

c) Método hay foi organizado para reorganizar e avaliar os cargos e carreiras das

Forças Armadas dos Estados Unidos obedece aos princípios do método de pontos.

Neste método são utilizados quadros-guias fundamentados nas três dimensões.

• Know-how: É a dimensão em que são avaliados todas as habilidades,

conhecimentos e experiências requeridos pelo cargo para execução das

funções.

Page 53: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

52

• Soluções de problemas: Avalia a complexidade e os desafios

requeridos pelo cargo ao identificar e solucionar problemas.

• Responsabilidade por valores: Avalia a responsabilidade de decisões e

ações do cargo e sua influência nos números finais da organização.

2.2.5.3 Recrutamento e Seleção

O recrutamento determina a composição dos recursos humanos em uma

organização, é através dele que podemos saber quantas pessoas devemos

empregar, quais habilidades, capacidades e experiência devem possuir, quando e

como as pessoas devem ser recrutadas, transferidas ou demitidas. Esse movimento

de pessoas é uma das atividades mais importantes e influentes da administração de

recursos humanos. Uma organização com a mais perfeita definição de função,

estrutura organizacional e sistemas de recompensas não funciona direito, a menos

que contrate um número de funcionários para desenvolver as funções e colocá-los

em posições adequadas para poder mantê-lo na organização (MILKOVICH,

BOUDREAU, 2000).

Segundo Chiavenato (1997, p.205) “recrutamento é um conjunto de técnicas e

procedimentos que visa a atrair candidatos potencialmente qualificados e capazes

de ocupar cargos dentro da organização”.

De acordo Megginson, Mosley e Pietri (1998, p.293) “recrutamento se refere à

procura de um grupo de empregados em potencial, dos quais você escolhe os que

são precisos para satisfazer as necessidades da empresa”.

Antes a focalização do processo seletivo desejava candidatos com

habilidades e impulso competitivo. Agora os candidatos estão sendo escolhidos

pelas suas habilidades, pela sua personalidade, caráter, valores sociais e facilidade

nos relacionamentos interpessoais e grupal. Antes o foco era buscar os melhores

talentos para a organização, agora o objetivo magno é tornar a empresa a melhor

possível (CHIAVENATO, 1996).

Para Stoner e Freeman (1999, p.278) “recrutamento é conseguir um grupo de

candidatos suficientemente grande para que a organização possa selecionar os

empregados qualificados de que precisa”.

Page 54: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

53

Afirma Ribeiro que (2006, p.52) “recrutamento é o sistema de informações,

que visa atrair candidatos potencialmente qualificados, dos quais serão selecionados

futuros funcionários da organização”.

A capacidade de uma organização de recrutarem empregados costuma

depender tanto da sua reputação e da atratividade da sua localização quanta

atratividade da oferta de trabalho específica. Se pessoas com habilidades

apropriadas não estão disponíveis dentro da própria organização é preciso procurar

no mercado local ou até mesmo em lugares mais distantes, Stoner, Freeman (1999).

Para Carvalho, Nascimento (2002, p.114) “recrutamento é o procedimento

sistêmico de RH que objetiva atrair o maior número possível de candidatos ao

preenchimento de determinado cargo oferecido pela empresa”.

Há várias fontes externas de recrutamento para preencher vagas em

diferentes níveis de administração, para a maioria das empresas as universidades e

as escolas de pós-graduação são uma fonte importante de funcionários do nível

inicial e de novos participantes da gerência Stoner, Freeman (1999).

O recrutamento externo é quando, havendo determinada vaga, a organização

procura preenchê-la com candidatos externos, através de métodos dos quais a

organização aborda e divulga a existência de uma oportunidade de trabalho

(CHIAVENATO, 2004).

Já no recrutamento interno, é feita a política de recrutamento internamente, os

candidatos já são familiarizados com a organização e seus membros, e esse

conhecimento aumenta a probabilidade de sucesso. Estimula a lealdade e inspira

maior esforço por parte dos membros da organização (STONER, FREEMAN, 1999).

O recrutamento é interno quando, havendo determinada vaga, a empresa

procura preenchê-la por meio de remanejamento de seus empregados, que podem

ser promovidos ou transferidos (Chiavenato, 2004, p. 68).

Afirmam Bohlander, Snell e Sherman (2003, p.76) que:

O recrutamento interno é o processo de localizar e incentivar candidatos potenciais a disputar vagas existentes ou previstas. Durante esse processo, tenta-se informar plenamente os candidatos sobre as qualificações exigidas para o desempenho do cargo e as oportunidades de carreira que a empresa pode oferecer ao funcionário.

Page 55: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

54

Afirmam (MILKOVICH, BOUDREAU, 2000, p. 158) que ”recrutamento e

seleção interno referem-se à movimentação dos empregados entre diferentes

posições dentro da organização”.

Para (MILKOVICH, BOUDREAU, 2000, p.158) afirmam que:

Recrutamento, seleção e demissão formam o processo de movimentação dos empregados para dentro, para fora e no interior das organizações, de forma a produzir um quadro de pessoal do tamanho e especificidade desejados.

O recrutamento corresponde ao processo pelo qual a organização atrai

candidatos, é divulgada a oportunidade de emprego, a aplicação pode ser

internamente ou externamente. O recrutamento interno atua sobre candidatos que

estão trabalhando dentro da organização e o recrutamento externo atua sobre

candidatos que estão fora da organização (CHIAVENATO, 2004).

Quadro 6: Recrutamento interno e recrutamento externo: Fonte: Chiavenato (2004).

Para Bohlander, Snell e Sherman (2003, p.103) “na maioria das

organizações, a seleção é um processo contínuo. A rotatividade ocorre

inevitavelmente, deixando vagas a serem preenchidas por candidatos de dentro e de

fora da organização”.

Recrutamento

Externo

Interno

• O preenchimento das vagas e oportunidades é feito pelos próprios funcionários atuais.

• Os funcionários internos são os candidatos preferidos

• Isto exige que sejam promovidos ou transferidos para as novas oportunidades.

• A organização oferece uma carreira de oportunidades ao funcionário.

• O preenchimento das vagas e oportunidades é feito pela admissão de candidatos externos.

• Os candidatos externos são os candidatos preferidos.

• Isto exige que sejam recrutados externamente e selecionados para preencher as oportunidades.

• A organização oferece oportunidades aos candidatos externos.

Page 56: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

55

Afirma Ribeiro que (2006, p.52) “seleção de recursos humanos é a escolha de

pessoa certa para o cargo certo, ou seja, a escolha, entre os candidatos recrutados,

dos mais adequados aos cargos existentes”.

Para (MILKOVICH, BOUDREAU, 2000, 208) seleção externa é considerada

como:

Processo de coletar e utilizar informações sobre os candidatos recrutados externamente para escolher quais deles receberão propostas de emprego. Freqüentemente, é antecedido por uma triagem, que identifica aqueles candidatos obviamente sem qualificação, antes de colocar qualquer informação adicional.

Para Stoner, Freeman (1999, p. 282) a seleção é “o processo mútuo através

do qual a organização decide se vai ou não fazer uma oferta de trabalho e o

candidato decide se aceita ou não”.

A seleção de pessoas constitui um processo de várias etapas ou fases pelas

quais passam os candidatos, na medida em que é bem sucedido vão ultrapassando

essas etapas, o processo seletivo utiliza várias técnicas de seleção e procedimentos

que variam de acordo com o perfil e complexidade do cargo a ser preenchido. Cada

técnica de seleção proporciona certas informações a respeito dos candidatos, ha

várias técnicas de seleção para obter as informações necessárias a respeito dos

candidatos (CHIAVENATO, 2004).

Existe uma variedade de procedimentos de seleção, podem ser combinados

de várias maneiras, cada organização determina a forma mais adequada de

procedimento. O processo seletivo precisa ser eficiente, fazer corretamente as

coisas: saber entrevistar bem, aplicar testes de conhecimento que sejam válidos,

precisos e rapidez e agilidade na seleção. Eficácia pra alcançar resultados e atingir

objetivos, saber trazer os melhores talentos para a empresa e tornar a empresa cada

vez melhor com as novas aquisições de pessoal (CHIAVENATO, 2004).

Corrobora com o assunto Carvalho e Nascimento (2002, p. 114) “seleção de

RH tem a finalidade central de escolher, entre os candidatos recrutados, aqueles

que se revelarem mais qualificados na triagem inicial do recrutamento”.

Segundo Megginson, Mosley e Pietri (1998, p.294) “seleção é a escolha,

dentre um grupo de empregados em potencial, da pessoa especifica para

determinado cargo”.

As pessoas e organizações não nascem juntas. As organizações escolhem as

pessoas que desejam como funcionários e as pessoas escolhem as organizações

Page 57: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

56

onde pretendem trabalhar e aplicar seus esforços. O recrutamento faz parte dos

processos de agregar pessoas à organização, e a seleção é o processo de escolher

os melhores candidatos para a organização (CHIAVENATO, 2004).

2.2.5.4 Avaliação de Desempenho

Conhecer as variáveis que determinam as diferenças entre as pessoas, bem

como suas interdependências, para produzir uma dinâmica comportamental

especifica, é o que possibilita entender e até mesmo prognosticar o comportamento

humano. A organização pode ser entendida como uma realidade social, integrada

por diferentes pessoas, que se comportam realizando atividades, isto é, trabalham,

no sentido de produzir um resultado final comum, ou seja, atingir os objetivos do

empreendimento. É importante considerar que o trabalho, ou a realização de alguma

atividade, a que a maioria das pessoas se dedica, se constitui na forma mais

produtiva de o individuo empregar seus recursos e energias pessoais, é a forma que

se tem para sentir o potencial utilizado, obtendo um feedback, pela comparação do

resultado alcançado com o esforço despendido numa relação que conduz, cada

pessoa, à avaliação do quanto se sente realiza, completa e feliz (BERGAMINI,

BERALDO, 1988)

A avaliação de desempenho reflete-se no processo da própria organização, o

desempenho do empregado é fundamental para outras atividades de RH, tais como

quem contratar, promover, despedir ou recompensar. A avaliação de desempenho

procura fornecer aos empregados, informações sobre suas próprias atuações, assim

poderá ser aperfeiçoada sem diminuir sua independência e motivação para

realização de um bom trabalho (MILKOVICH, BOUDREAU, 2000).

Avaliação de desempenho (também chamada de avaliação de mérito,

avaliação de eficiência e avaliação do empregado) é o processo que o empregador

usa para determinar grau de eficácia na realização do trabalho (MEGGINSON,

MOSLEY E PIETRI, 1998, p.301).

Avaliação de desempenho é considerada uma das tarefas mais importantes

do administrador, só que a maioria admite que causa muitas dificuldades, pois nem

sempre é fácil julgar o desempenho do subordinado de modo construtivo e indolor

(Stoner, Freeman, 1999).

De acordo com Lucena (1999, p.130) o desempenho é:

Page 58: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

57

A manifestação concreta, objetiva do que um individuo é capaz de fazer. È algo que pode ser observado, controlado e mensurado. Por esta razão é, também a principal fonte de informação que possibilitará projetar o que o individuo será capaz de fazer no futuro, pois o seu potencial revela-se através do seu desempenho.

Para (MILKOVICH, BOUDREAU, 2000, p. 98) “a avaliação de desempenho é

o processo que mede o desempenho do empregado. O desempenho do empregado

é o grau de realização das exigências de seu trabalho”.

O objetivo da avaliação do desempenho é identificar o grau de satisfação dos

funcionários, são ferramentas versáteis de que o gerente dispõe, com vários

propósitos que beneficiam tanto a empresa como o funcionário, cujo desempenho

está sendo avaliado (BOHLANDER, SNELL e SHERMAN, 2003).

Para Chiavenato (2004, p.115) “as avaliações de desempenho geralmente

acontecem uma vez por ano, freqüentemente para todo mundo ao mesmo tempo, ou

nas datas de admissão do funcionário”.

Alguns exemplos de possíveis objetivos (BOHLANDER, SNELL e SHERMAN, 2003):

• Dar aos funcionários a oportunidade de discutir regulamente, com seu

supervisor, o desempenho e os padrões de desempenho.

• Fornecer ao supervisor um meio de identificar os pontos fortes e fracos

do desempenho de um funcionário.

• Fornecer um formato que permita ao supervisor recomendar um

programa especifico para ajudar um funcionário a aprimorar o desempenho.

• Fornecer uma base para recomendação de salário.

Para Stoner, Freeman (1999, p. 288) “avaliação informal de desempenho é o

processo de retornar continuamente aos subordinados informações sobre seu

desempenho no trabalho”.

Avaliação forma ou sistemática para Stoner, Freeman (1999, p. 288)

corresponde:

O processo formalizado de avaliação, destinado a classificar o desempenho atual do subordinado, identificar subordinados que mereçam aumentos ou promoções e identificar subordinados que necessitem de mais treinamento.

Não existe a fórmula ideal, cada situação de avaliação de desempenho é

diferente, e as organizações precisam decidir quanto tempo e esforço deve ser gasto

com o assunto. Os profissionais de recursos humanos contribuem com o

Page 59: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

58

planejamento, a administração e o julgamento do sistema de avaliação

(CHIAVENATO, 2004).

2.2.5.5 Remuneração

A remuneração é a principal arma para atrair, manter e motivar os

empregados, bem como o principal custo empresarial. A remuneração pode ser

influenciada por condições externas, organizacionais e dos próprios empregados

(MILKOVICH, BOUDREAU, 2000).

Para Megginson, Mosley e Pietry (1998, p.302) “remuneração é dar aos

empregados um pagamento financeiro como recompensa pelo trabalho realizado e

como motivador de desempenho futuro”. Afirma (CHIAVENATO, 2004, p.257) que

“cada funcionário está interessado em investir com o trabalho, dedicação e esforço

pessoal, com seus conhecimentos e habilidades desde que receba uma retribuição

adequada”.

Embora tenha havido trabalhadores assalariados em outros períodos da

história, foi com o advento do capitalismo que o salário se tornou forma dominante

de pagamento da chamada mão-de-obra. Na maioria das organizações, o principal

componente da remuneração total é a remuneração básica, que é o pagamento fixo

que o funcionário recebe de maneira regular. O segundo componente da

remuneração total são os incentivos salariais, que são programas desenhados para

recompensar funcionários com bons desempenhos, através de bônus e participação

dos resultados alcançados (CHIAVENATO, 1999).

A remuneração é muito importante para os empregados porque é a medida

de seu valor para si mesmo, para seus colegas, familiares e a sociedade. Assim o

nível de renda do empregado determina seu prestígio, status e valor. (MEGGINSON,

MOSLEY E PIETRI, 1998, p.301).

As decisões sobre remuneração podem ser afetadas pelas diversas

condições econômicas enfrentadas pelas empresas, pelas práticas e políticas

organizacionais, relacionamento sindical e o tipo de pessoa empregada, a economia

e as regulamentações governamentais também são influencias externas

significativas (MILKOVICH, BOUDREAU, 2000).

Page 60: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

59

Afirma Chiavenato (2004, p.257) “as organizações estão interessadas em

investir em recompensas para as pessoas desde que elas possam receber

contribuições ao alcance de seus objetivos”.

Para Wood e Picarelli (2004) o sistema de remuneração, considerado um dos

principais sistemas de apoios, parece não estar acompanhando o ritmo das

mudanças, pois a maioria das empresas, entre elas as mais inovadoras,

permanecem utilizando sistemas tradicionais de remuneração, baseado em cargos e

funções.

Chiavenato (2004) concorda que o sistema de remuneração deve ser

desenhado para atingir vários objetivos:

1. Atrair e reter talentos na organização.

2. Motivação e comprometimento do pessoal.

3. Aumento da produtividade e qualidade no trabalho.

4. Controle de custos laborais.

5. Tratamento justo e eqüitativo às pessoas.

6. Cumprimento da legislação trabalhista.

A remuneração fixa é predominante na maioria das organizações, ela

privilegia a padronização dos salários, facilita a obtenção de equilíbrio interno e

externo dos ordenados. Mas por outro lado à remuneração fixa é estável e não

motiva as pessoas. Enquanto a remuneração variável recompensa as pessoas pelos

resultados alcançados, o funcionário ganha mais se a organização ganha

(CHIAVENATO, 2004).

Em relação ao sistema de remuneração funcional Lacombe (2005, p.152)

ressalta:

Sistema de remuneração funcional, também conhecido como sistema de avaliação por fatores e pontos, é o mais antigo e ainda o mais usado. A base desse sistema é o salário pago, que é função principalmente do trabalho exercido. Argumenta-se contra esse sistema que ele favorece a burocracia e a antiguidade, o que nem sempre incentiva o esforço pela obtenção dos resultados.

O sistema de remuneração baseado no cargo, infelizmente deixa de

recompensar os funcionários por suas habilidades, podem não reforçar uma cultura

organizacional que ressalte a participação ou que forneça mais flexibilidade ao

funcionário para que ele atenda aos requisitos de serviços ou de produção geral.

Entretanto, o pagamento baseado apenas na medida pode deixar de motivar os

Page 61: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

60

funcionários a aplicarem toda sua capacidade no desempenho de suas atividades

(BOHLANDER, SNELL e SHERMAN, 2003).

Já as remunerações variáveis, baseadas no incentivo, têm por finalidade

estabelecer desempenho ao funcionário para alcançar suas qualificações. Os planos

de incentivo criam um ambiente operacional que defende uma filosofia de

comprometimento, acreditando-se que todo individuo contribui para o desempenho e

para o sucesso da organização (BOHLANDER, SNELL, SHERMAN, 2003).

Um dos fatos que mais desmotiva um profissional é considera-se injustiçado

em sua remuneração, pois ele afeta não só o nível material, mas também o bem-

estar psicológico das pessoas, por isso é indispensável haver coerência interna

entre a remuneração concedida ao pessoal da mesma empresa. Outro objetivo é a

coesão com o mercado, isso é, a igualdade entre os salários pagos pelas empresas

e os praticados pelo mercado de trabalho (LACOMBE, 2005).

2.2.5.6 Treinamento e Desenvolvimento

Treinamento e desenvolvimento são importantes para o indivíduo e para a

organização. Uma organização que deseja crescer e se desenvolver deve ter

pessoas que cresçam e se desenvolvam. Em geral, os empregados hoje precisam

de níveis mais altos de treinamento e educação para desempenhar cargos com

maior exigências tecnológicas, pois na medida que as pessoas se tornam mais

treinadas, com melhor nível de escolaridade e de desenvolvimento, têm um

sentimento de maior valor, dignidade e bem estar. Tornando mais valiosas para os

empregadores e para a sociedade (MEGGINSON, MOSLEY E PIETRI, 1998).

Para Milkovich, Boudreau (2000, p.338) treinamento é:

O processo sistemático para promover a aquisição de habilidades, regras conceitos ou atitudes que resultem em uma melhoria da adequação entre as características dos empregados e as exigências dos papéis funcionais.

Antigamente as empresas recrutavam e selecionavam as pessoas procurando

introduzi-las já com os conhecimentos e habilidades adquiridas em suas

experiências anteriores. Não se preocupavam em investir nas pessoas com

treinamento, pois a princípios tinham a obrigação de estarem preparadas por sua

própria conta. Essa cultura exploradora não é mais reconhecida. Agora a

Page 62: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

61

preocupação fundamental das empresas bem sucedidas é acrescentar valor as

pessoas, assim as empresas enriquecem seu próprio patrimônio, melhorando seus

processos internos (CHIAVENATO, 1996).

Para Stoner, Freeman (1999 p. 286) é abordado que:

Os programas de treinamento são destinados a manter e a melhorar o desempenho no trabalho atual, enquanto os programas de desenvolvimento buscam desenvolver habilidades para os trabalhos futuros.

O termo treinamento é usado muitas vezes de forma eventual para descrever

praticamente qualquer esforço da empresa, para estimular o aprendizado de seus

membros. Muitos especialistas distinguem treinamento, mas focalizado e orientado

para questões referente a desempenho a curto-prazo e o desenvolvimento, mais

orientado para ampliar as habilidades dos indivíduos para as futuras

responsabilidades. A razão das empresas treinarem novos funcionários é levar seus

CHAS (conhecimentos, habilidades e aptidões) ao nível exigido para um

desempenho satisfatório (BOHLANDER, SNELL e SHERMAN, 2003).

As atividades de desenvolvimento são meios importantes para aumentar a

eficiência e a justiça interna da organização, especialmente quando agrega outras

atividades do RH. O programa de desenvolvimento das pessoas assegura que o

aprendizado necessário para a execução da tarefa seja realizado (MILKOVICH,

BOUDREAU, 2000).

Treinamento é um componente dos processos de desenvolvimento, por incluir

todas as experiências que fortalecem e consolidam as características do empregado,

é tratado como um investimento para a organização. As empresas integram o

treinamento dentro de um conjunto sistemático de atividades de RH (MILKOVICH,

BOUDREAU, 2000).

O treinamento enriquece o patrimônio humano da organização, é um

processo ordenado de melhoria do comportamento das pessoas no alcance dos

objetivos organizacionais. O treinamento e o desenvolvimento constituem métodos

de aprendizagem, isto é de alteração comportamental das pessoas por meio de

quatro tipos de mudanças: transmissão de informação, desenvolvimento de

habilidade, de atitude e de conceito. (CHIAVENATO, 2004).

Page 63: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

62

2.2.6 Sistema de informação de Recursos Humanos

Em plena era da informação, cada vez mais as organizações necessitam de

sistemas de conhecimentos adequados para lidar com a complexidade ambiental e

para transformar seus funcionários em parceiros e agentes ativos da mudança e da

inovação. Como as necessidades de RH da organização mudam conforme o

ambiente externo, ele depende das tecnologias da informação para tomar suas

decisões (CHIAVENATO, 2004).

Ainda que as instalações físicas, os equipamentos e os recursos financeiros

sejam necessários para as organizações, às pessoas também chamadas de

(recursos humanos) são particularmente importantes, pois elas controlam a

qualidade, estabelecem estratégias e objetivos para a organização. Sem pessoas

eficazes é impossível para qualquer empresa atingir seus objetivos (MILKOVICH,

BOUDREAU, 2000).

Para Bohlander, Snell e Sherman (2003, p.470) “os sistemas de trabalho de

elevado desempenho são compostos de muitas partes inter-relacionadas, que se

completam para atingir as metas de uma empresa, grande ou pequena”.

Quanto mais informações, menor as incertezas a respeito das decisões a

serem tomadas. Inicialmente as informações sobre as pessoas eram privativas da

área de RH, com o passar do tempo estas informações foram descentralizadas para

também os gerentes de linha tomarem suas decisões a respeito dos subordinados.

Mas recentemente, os sistemas de informação estão se abrindo também para os

funcionários, a fim de que eles recebam informações e retroações a respeito de seu

próprio desempenho e situação na organização (CHIAVENATO, 2004).

Para Bohlander, Snell e Sherman (2003) as organizações buscam equilibrar o

ambiente de trabalho através de algumas preocupações em relação às

necessidades de seus colaboradores para assim reconhecer os direitos dos

funcionários e entender as suas obrigação.

As tecnologias estão sempre se modificando, mas os princípios fornecem

uma orientação constante, um sistema de informações é um procedimento ordenado

para coletar, armazenar, manter, recuperar e validar dados necessários para uma

organização sobre seus recursos humanos. O sistema de informação de recursos

humanos não precisa ser complexo nem informatizado, ele pode ser informal como o

livro ponto ou formal como centro de processamentos de dados de grandes

Page 64: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

63

indústrias. Em qualquer um dos processos, seu propósito é proporcionar

informações que são determinadas pelos interessados nos recursos humanos

(MILKOVICH, BOUDREAU, 2000).

Diversos são os resultados que as empresas atingem com os sistemas de

trabalho e a gestão de recursos humanos, As organizações buscam melhores

resultados em termos das preocupações dos funcionários com questões como a

qualidade de vida no trabalho e a estabilidade de emprego ou com os desafios

competitivos como desempenho, produtividade e lucratividade, observa-se que as

organizações buscam o equilíbrio entre os resultados procurando manter a

qualidade para ambos (BOHLANDER, SNELL, SHERMAN, 2003).

Page 65: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

64

3. METODOLOGIA

3.1 Tipologia de Pesquisa

A abordagem deste capítulo tem por objetivo definir a metodologia a ser

utilizada no desenvolvimento do projeto, identificando suas dificuldades e através da

análise buscar as soluções adequadas para a organização.

Pelo método obtém-se o caminho para chegar a determinados resultados,

através dos procedimentos e do processo de investigação.

Para Oliveira (2002, p.56) a metodologia:

Estuda os meios ou métodos de investigação do pensamento correto e do pensamento verdadeiro que visa delimitar um determinado problema, analisar e desenvolver observações criticá-los e interpretá-los a partir das relações de causa e efeito.

A metodologia é um instrumento do conhecimento que proporciona aos

pesquisadores uma orientação para facilitar o planejamento de uma pesquisa,

desenvolvendo adequadamente um estudo. De acordo com (FACHIN, 1993, p.37) “a

natureza específica de cada problema investigado, estabelece-se a escolha dos

métodos apropriados para atingir um fim, que é o saber”.

Para se ter um resultado satisfatório, será utilizado o método qualitativo de

pesquisa, para assim se obter dados apropriados para a fase exploratória da

pesquisa. Para Roesch (2005, p.154) “a pesquisa qualitativa é apropriada para

avaliação formativa, quando se trata de melhorar a efetividade de um programa, ou

plano” (...).

A abordagem qualitativa de um problema além de ser uma opção do

investigador, justifica-se, sobretudo, por ser uma forma adequada para entender a

natureza de um fenômeno social. O estudo que aplica uma metodologia qualitativa

pode descrever a complexidade de determinado problema, compreender e classificar

processos dinâmicos vividos por grupos sociais e entender o comportamento do

individuo.

Para Oliveira (2002, p. 117) as pesquisas que se utilizam abordagem

qualitativa possuem:

Page 66: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

65

A facilidade de poder descrever a complexidade de uma determinada hipótese ou problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos experimentados por grupos sociais, apresentar contribuições no processo de mudança, criação ou formação de opinião de determinado grupo e permitir, em maior grau de profundidade, a interpretação das particularidades dos comportamentos ou atitudes dos indivíduos.

A pesquisa qualitativa consiste em um conjunto de práticas materiais e

interpretativas que dão visibilidade ao mundo. Estudam-se as coisas na forma

natural, tentando entender ou interpretar os fenômenos e seus significados,

envolvendo o estudo e a coleta de materiais empíricos, como estudo de caso,

experiências pessoais, história de vida, entrevistas, que descrevem momentos e

significados rotineiros e problemáticos na vida do individuo, utilizando várias práticas

interpretativas, dando a cada uma a visibilidade diferente do mundo (DENZIN,

LINCOLN, 2006).

O estudo de caso, é uma pesquisa que pode ser utilizada de modo

exploratório, descritivo e mesmo explanatório, busca examinar um fenômeno em

estudo no seu contexto. (ROESCH, 1999).

3.2 Instrumento de Pesquisa

Os dados para realização deste trabalho foram coletados através da pesquisa

ação, entrevista semi-estruturada, observação do local de estágio, procedimentos e

documentos utilizados na área de Recursos Humanos da empresa Luiz de Aquino

Vieira e Cia Ltda.

O método pesquisa-ação permite obter conhecimentos de primeira mão sobre

a realidade social empírica. Segundo Roesch (2005, p.156) “permite o pesquisador

chegar perto dos dados e, portanto, desenvolver os componentes analíticos,

conceituais e categóricos de explicação”.

A pesquisa-ação demanda o envolvimento do pesquisador na tentativa de

mudar a organização, pois cabe a ele a responsabilidade de esclarecer exatamente

aos demais membros da organização o que, efetivamente se espera dela.

Para Lima (2004) a pesquisa-ação retribui para o método que tem por

característica principal proferir, simultaneamente, o exercício da pesquisa à ação

participante sobre a realidade objeto da investigação. Tem o propósito de explicar

alguns aspectos da realidade para, assim, ser possível atuar e interferir sobre ela,

Page 67: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

66

identificando problemas e aperfeiçoando alternativas de solução, em situação real,

com intenção de contribuir para o aperfeiçoamento contínuo dessa realidade.

Considera que a pesquisa-ação é importante para quem deseja, através da

análise organizacional, atingir o desenvolvimento da organização, trabalhando com

as pessoas a maneira como elas vivenciam e lidam com questões problemáticas

específicas (JONES, 1987. apud ROESCH, 2005).

Na pesquisa-ação, o pesquisador não permanece só levantando problemas,

mas procura desencadear ações e avaliá-las em conjunto com a população

envolvida, a participação do pesquisador é explícita dentro da situação da

investigação, com os cuidados necessários para que a ação seja conjunta com os

grupos implicados nessa situação (BARROS, LEHFELD, 2007).

Já a técnica a ser utilizada é observação participante, pois o entrevistador tem

a permissão para observar, entrevistar com perguntas semi estruturadas.

Segundo Roesch (2005) a finalidade de formular tais questões, permite o

pesquisador entender as expectativas dos respondentes, por isso não se tem uma

classificação prévia de alternativas para respostas. A qualidade das respostas

depende, sobretudo da habilidade de redação da pessoa em responder ao

questionário.

3.3 Análise e Apresentação dos Dados

Para a análise dessa pesquisa, foram utilizadas análises descritivas dos

processos de Recursos Humanos da empresa, observação de como ocorre os

procedimentos, foi aplicada entrevista semi-estruturada com o responsável da área

de Recursos Humanos.

A entrevista é uma técnica fundamental, dentro da pesquisa qualitativa. Ela é

um pouco mais demorada e requer certa habilidade do entrevistador. (ROESCH,

1999). Para Barros e Lehfeld (2007, p.108) “entrevista é uma técnica que permite o

relacionamento estreito entre entrevistado e entrevistador”.

Na entrevista não estruturada, o pesquisador busca conseguir, por meio da

conversação, dados que possam ser utilizados em análise qualitativa, ou seja os

aspectos considerados mais relevantes de um problema de pesquisa (BARROS,

LEHFELD, 2007).

Page 68: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

67

A proposta foi descrita, depois da análise dos processos, com base nos

conhecimentos adquiridos na graduação e na fundamentação deste trabalho.

A coleta da pesquisa foi feita dos depoimentos, que se materializam na forma

de texto onde serão organizados para serem interpretados. Desta forma a

interpretação dos dados procura identificar relações entre os fenômenos, sendo que

esta técnica costuma ser denominada como análise de conteúdo (ROESCH, 2005).

3.4 Limitação da pesquisa

O principal fator limitante da pesquisa foi à falta de um RH estruturado, onde a

política e o planejamento da gestão de pessoas da empresa não conseguem atingir

objetivos específicos, por falta de apoio dos diretores da organização.

Page 69: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

68

4. CULTURA ORGANIZACIONAL DA LUIZ DE AQUINO VIEIRA E CIA LTDA.

O grupo iniciou suas atividades em 1967, quando os fundadores Luiz de

Aquino Vieira e sua esposa Ivete Fonseca Vieira decidem abrir uma loja de calçados

na cidade. No início passaram por algumas dificuldades, mas nada destas

adversidades fizeram com que detivessem a idéia de prosseguir com os seus

empreendimentos.

Com o passar dos anos a empresa consolidou seu nome no mercado, e seus

fundadores confiando nos conhecimentos de comércio varejista, decidem ampliar os

negócios, em 1979 inauguram a sua segunda loja, agora de artigos esportivos.

A história da empresa se encontra ligada a determinadas pessoas que não só

deram início como também atuam constantemente na sua evolução e consolidação,

um sonho realizado, elemento constante das empresas familiares.

Muitos anos de dedicação à frente dos negócios os fundadores da empresa

reconheciam os empregados como parceiros, pois sabiam que as pessoas com

quem trabalhavam apresentavam o melhor e isso estabelecia uma relação agradável

proporcionando satisfação emocional no dia-a-dia.

Essas crenças faziam o trabalho excepcional de refletir o caráter único da

empresa através das definições utilizadas para alguns valores relativamente comuns

da organização: integridade, excelência, crescimento, trabalho em equipe, visão de

longo prazo e disposição de competir.

Toda gestão dos negócios era realizada pelos sócios fundadores, pois eram

centralizadores, às contratações de funcionários no início se davam através de uma

conversa rápida, muitas vezes os próprios funcionários da empresa indicavam

parentes e amigos para trabalhar, e por apresentarem uma referência a sua

contratação era de imediato.

A estrutura de origem familiar era mantida na empresa, sendo que os filhos

passaram a ocupar funções importantes e aos poucos a delegar o comando dos

negócios. Neste período, foi feito uma pequena divisão de atividades gerenciais

entre seus filhos.

Em função do crescimento houve a necessidade de uma nova estrutura

funcional, onde foram contratados os primeiros gerenciadores externos à família,

para cuidar da gestão dos negócios.

Page 70: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

69

Marcelo Luis Vieira, um dos filhos agora responsável pela loja Marcelo Sports

busca ampliar a rede na cidade e a expandir para cidades vizinhas, a determinação

pelo trabalho, orientada por um forte espírito empreendedor, fez com que a empresa

começa-se a se desenvolver gradativamente.

Atualmente a empresa vem buscando modificações tanto de natureza

ambiental quanto organizacional, como a evolução da comunicação,

desenvolvimentos tecnológicos e competitividade, fatores estes determinantes, nos

processos das pessoas envolvidas.

A organização busca o comprometimento das pessoas, visando criar

condições que possam ser planejadas e coordenadas, através do crescimento da

satisfação e da colaboração dos funcionários da empresa.

Com o passar dos anos e o crescimento das lojas, houve a necessidade de

ter funcionários mais qualificados e preparados para atender ao público, pois com o

seu crescimento aumenta a procura pelos seus produtos, e faltam pessoas

preparadas. O aprimoramento da gestão da empresa passa a ser de primordial

importância para a sua padronização. O processo de gestão de pessoas neste

sentido é fundamental para a adequação dos melhores profissionais para dar

continuidade à empresa.

A organização espera os valores básicos de seus funcionários como

honestidade, integridade, comportamento ético e respeito às leis. Além dessas

qualidades, a empresa procura resultados, através do aprendizado da colaboração

da competência e da disciplina, tentando passar para os funcionários um

compromisso com os objetivos da organização.

4.1 Processos de ARH da Empresa

A estrutura da ARH está relacionada da seguinte maneira: na sede

administrativa, possui um responsável da área de RH voltado para a gestão e os

processos de departamento de pessoal de 95 colaboradores registrados na

organização.

Atualmente os processos de ARH são descritos da seguinte forma:

Page 71: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

70

4.1.1 Descrição dos Processos de Recrutamento e Seleção:

O responsável pela coordenação geral das atividades de recrutamento e

seleção, visa assegurar a manutenção de um quadro de profissionais qualificados

que atendam as necessidades de crescimento e desenvolvimento da empresa.

Na parte administrativa e de níveis de liderança operacional se utiliza o

recrutamento interno, para o setor operacional é utilizado o recrutamento externo.

O processo de recrutamento e seleção interno é realizado pela diretoria sem

a divulgação para os colaboradores da empresa, a política é indicar alguém para o

cargo em aberto, este processo é realizado sem critérios definidos.

O processo de recrutamento externo ocorre através da triagem dos currículos

que são deixados nas lojas, esses currículos são encaminhados para o setor de RH,

o recrutamento externo também é realizado por indicação dos colaboradores da

organização.

Através do processo de análise dos currículos é verificado se o candidato

apresenta as condições estabelecidas para o cargo.

Para o recrutamento da área de vendas são exigidos os seguintes requisitos,

além da idade mínima de 18 anos e residir na cidade onde a vaga será aberta.

• Experiência registrada em carteira de seis meses na área de vendas.

• 2º Grau completo ou estar concluindo.

• Apresentar disposição e interesse no trabalho que irá desempenhar.

Baseado no volume de vendas, tamanho de loja, e sazonalidade de vendas

nas lojas, a empresa montou um cronograma com os possíveis períodos de

contratações e a quantidade ideal de colaboradores para atender a demanda.

Mês Motivo da contratação

1º Fevereiro Início do ano letivo

2º Julho Retorno das férias do ano letivo e liquidação de produtos pela promoção Pé desconto

que é realizada todo ano no mês de Setembro.

3º Outubro Natal e Temporada de Verão.

Quadro 7: Período de Contratações Fonte de dados empresa.

Através do quadro de períodos de contratações é possível verificar as

ocasiões que necessitam de novas contratações para o setor de vendas.

Page 72: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

71

Os principais períodos de contratações são: fevereiro início do ano letivo,

julho no retorno das férias do ano letivo e da promoção realizada todo ano pela

empresa para liquidação de produtos, outubro mês que antecede a temporada de

verão, e aumenta o fluxo de turistas na região.

No quadro de pessoal é possível observar os cargos existentes na

organização, e a quantidade ideal de colaboradores para cada função.

Quadro de Pessoal

Funções Luc- 1 Luc-2 Mar-1 Mar-2 Mar-3 Mar-5 Mar-7

Caixa 1 1 1 1 1 1 1

Analista de Crédito 2 1 1

Gerente de Estoque 1

Conferente de Estoque 4

Gerente Financeiro 1

Auxiliar Financeiro 1

Gerente de Loja 1 1 1 1 1 1 1

Marketing 1

Recursos Humanos 1

Setor cobrança 3

Sistemas 2

Supervisor e Vendas 1 1 1 1 1 1

Consultor de Vendas 9 3 9 7 7 9 10

Web (Vendas Internet) 2 Quadro 8: Quadro de Pessoal

Fonte de dados da empresa.

O quadro auxilia nas novas contratações, por já estar aprovado pela diretoria,

se torna uma ferramenta indispensável por conter informações importantes como o

número ideal de colaboradores para cada loja.

Após o recrutamento o processo de seleção de pessoas tem por finalidade

escolher os candidatos que apresentarem o melhor nível de atuação, através do

processo de entrevistas, se podem analisar o modo de expressão, a rapidez de

reação nas respostas, dote de persuasão, a qualidade da expressão verbal e as

reações às perguntas inesperadas.

Feita a escolha dos candidatos, o RH buscar informações dos selecionados

em empregos anteriores para saber o comportamento e os motivos da saída.

Após esse processo os selecionados terão que apresentar os devidos

documentos para a contratação.

• Carteira Profissional.

• Cartão PIS (se houver)

Page 73: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

72

• 1 Foto 3x4

• 1 Cópia comprovante de residência

• 1 Cópia da carteira de identidade

• 1 Cópia do CPF

• 1 Cópia do Titulo de Eleitor

• Atestado de Saúde (Atestado Admissional)

• Declaração de Boa Conduta (Certidão de Antecedentes Criminais)

Após a entrega dos documentos o candidato é encaminhado para o gerente

da loja requisitante, para ser instruído sobre os processos do departamento.

Toda admissão da empresa é feita em caráter de experiência de 90 (noventa)

dias, dividido em dois períodos: o primeiro de 30 (trinta) dias e o segundo de 60

(sessenta) dias.

Ao final de 30 dias o setor de RH recebe do gerente um feedback sobre o

acompanhamento do novo colaborador, onde são apresentados o seu

desenvolvimento nas vendas, a assiduidade, a relação interpessoal e espírito de

equipe. Após o análise as informações são repassada ao colaborador, a respeito de

suas atitudes, elogiando seus pontos fortes, recordando os objetivos da empresa e

como ele poderá melhorar seus pontos fracos.

4.1.2 Descrição do Processo de Integração, Treinamento e Desenvolvimento.

Para uma melhor adaptação é realizada a integração do novo colaborador,

para possibilitar uma visão ampla da empresa e de suas atividades.

É apresentada a cultura da empresa, por meio de uma apostila de introdução

ao novos colaboradores, suas políticas e normas são esclarecidas, para assim se ter

um melhor entendimento em relação aos processos existentes da organização, é

realizada também a socialização do colaborador ao seu grupo de trabalho.

Após a integração são oferecidos treinamentos onde serão aprimoradas as

técnicas de atendimento e as tecnologias dos produtos.

Para se ter colaboradores com desempenho, são oferecidas oportunidades de

crescimento através do aperfeiçoamento na área, por meio de cursos e

treinamentos, obtendo assim maiores resultados.

Page 74: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

73

Admissão ReciclagemCalçados 3 hr 1 hr Março/Agosto/Novembro

Confecções 2 hr 1 hr Março/Agosto/NovembroAcessórios 2 hr 1 hr Março/Agosto/Novembro

Técnica Vendas / Atendimento 3 hr 2 hr Março/Agosto/NovembroMotivacional 2 hr 2 hr Abril / Dezembro

Tecnologia de Produtos

Carga HoráriaCurso Assunto Data

Quadro 9: Tabela de Treinamento Fonte de dados da empresa

Além dos treinamentos para os iniciantes, há também os cursos de

reciclagem para os colaboradores da organização, visto que a empresa trabalha com

tendências que mudam a cada estação, os produtos chegam ao mercado com novas

tecnologias e para esclarecer aos consumidores é preciso se aperfeiçoar nas

técnicas.

Por entender que os colaboradores são peças fundamentais ao crescimento

da organização, a empresa investe em cursos de desenvolvimento e de educação

continuada oferecidos pelas instituições como o SENAC, CDL, SOCIESC para assim

serem aprimoradas e desenvolvidas as técnicas de gestão.

4.1.3 Descrição dos Processos de Remuneração, Incentivo e Benefícios.

O processo de remuneração é muito importante pelo seu significado para as

relações entre os funcionários e a empresa, as mudanças e melhorias dos métodos

de gestão do talento constituem uma evolução constante, à medida que a empresa

continua a aplicá-los e aperfeiçoá-los.

A empresa além de buscar uma coerência interna na remuneração do

pessoal, ela busca estar coerente com os padrões do mercado externo.

A forma de remuneração para o setor de vendas é através de resultados,

onde consistem em pagar aos colaboradores em função de padrões, metas e

objetivos a serem atingidos. As metas e objetivos tem um valor diferenciado para

cada unidade, e são compatíveis com as da unidade maior na qual estão inseridas.

SALÁRIO + COMISSÃO Tempo Até o 6 mês 7 a 12 meses 13 em diante

Sem Meta Meta Super Sem Meta Meta Super Sem Meta Meta Super

0,80% 1,20% 1,50% 1,00% 1,40% 1,70% 1,20% 1,60% 1,90%

Base 562,00 562,00 562,00 562,00 562,00 562,00 562,00 562,00 562,00

Quadro 10: Tabela de Comissão do Setor de Vendas. Fonte de dados da empresa.

Page 75: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

74

Os incentivos têm por finalidade identificar e valorizar o colaborador, na área

de vendas, o destaque do mês em vendas de cada filial tem sua foto divulgada na

empresa. Há também incentivo para os destaques em organização de cada unidade,

sendo remunerado com uma porcentagem de 5% no valor total do salário.

Os benefícios são formas de gratificar os colaboradores, a empresa tem

convênios com plano de saúde, plano odontológico e farmácia.

A organização oferece também plano de carreira para os colaboradores que

se destacarem na organização, estimulando-os a oportunidades de crescimento.

4.1.4 Descrição do Processo do Departamento de Pessoal.

Para área de departamento de pessoas a empresa possui uma acessória

contábil, onde auxilia nos processos de registro de empregados, cadastro de PIS,

cálculos e preenchimento de guias como: GPS, FGTS, IR, etc., cálculo de

contribuições confederativas / assistenciais.

Os demais processos como elaboração da folha de pagamento, férias,

décimo terceiro salário, rescisões, são realizados pelo ARH da empresa.

Page 76: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

75

5. PROPOSTA DE REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RECURSOS

HUMANOS PARA EMPRESA LUIZ DE AQUINO VIEIRA E CIA LTDA.

Após analise dos métodos atuais da ARH da empresa, percebeu-se que

embora a organização tenha se modernizado e acompanhado as tendências e

tecnologias do mercado, a gestão que administra o bem mais precioso da

organização que são as pessoas, apresenta dificuldades em estabelecer políticas e

diretrizes dos processos de recursos humanos, ocasionando a falta de comunicação,

atraso nos processos gerando perda de produtividade e de custos para a

organização.

Apresentando um RH motivado, consciente e envolvido com os objetivos e

resultados da empresa, a organização estará apta a vencer os desafios da

competitividade.

Considerando que as organizações são pessoas reunidas em torno de um

objetivo comum e que são essas pessoas as condutoras do negócio, utilizando-se

para isso das informações disponíveis e aplicando suas habilidades e

conhecimentos, podemos concluir que são elas que tomam as decisões necessárias

para que se obtenham os resultados desejados (GIL, 2002).

O que se propõe para a área de ARH da empresa, tendo como base a

fundamentação teórica deste trabalho e os conhecimentos acadêmicos adquiridos

na graduação, é um realinhamento das práticas de Recursos Humanos, mantendo

transparência, agilidade para a execução e administração das atividades, auxiliando

a organização a alcançar o objetivo e a sua missão.

A seguir serão apresentadas as propostas para ARH da organização,

sugerindo melhorias nos atuais processos.

Page 77: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

76

5.1 Planejamento do Quadro de Pessoal.

O objetivo é buscar no mercado de trabalho, pessoas que tenham

qualificações e habilidades pessoais e profissionais compatíveis com a vaga a ser

preenchida, por isso é necessário o planejamento do quadro de pessoas.

O primeiro processo indicado para o realinhamento de ARH da empresa é

elaborar o planejamento do quadro de pessoas, onde serão feitos os levantamentos

das atividades já existentes na empresa.

Um planejamento do quadro de pessoas é fundamental para a gestão da

organização, pois se tem clareza das necessidades ao longo do tempo, tanto em

termos quantitativos quanto qualitativos (CHIAVENATO, 2007).

O quadro de pessoal tem por finalidade verificar as necessidades da

organização nos períodos de oscilação, sugerindo para empresa a possibilidade de

novas contratações.

Quadro de Pessoas

Funções Luc- 1 Luc-2 Mar-1 Mar-2 Mar-3 Mar-5 Mar-7

Caixa 1 1 1 1 1 1 1

Analista de Crédito 2 1 1

Gerente de Estoque 1

Conferente de Estoque 4

Gerente Financeiro 1

Auxiliar Financeiro 1

Gerente de Loja 1 1 1 1 1 1 1

Marketing 1

Recursos Humanos 1

Setor Cobrança 3

Suporte de Sistemas 2

Supervisor e Vendas 1 1 1 1 1 1

Consultor de Vendas 9 3 9 7 7 9 10

Consultor de Vendas Temporário 3 2 2 2 2 2 4

Web (Vendas Internet) 2 Quadro 11: Quadro de Pessoal Proposto Fonte Adaptado pela Autora 2008.

A empresa já adotava o quadro de pessoas para as contratações, o que foi

sugerido ao novo processo é a inclusão do consultor de vendas temporário no

quadro, onde poderão ser identificadas as ocasiões que necessitam de novas

contratações, que são: fevereiro inicio do ano letivo, julho no retorno das férias do

ano letivo e da promoção realizada todo ano pela empresa para liquidação de

Page 78: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

77

produtos e outubro mês que antecede a temporada de verão e aumenta o fluxo de

turistas na região.

Por já apresentar a aprovação da diretoria, se torna uma ferramenta

indispensável para o processo de recrutamento e seleção.

5.2 Elaboração das Descrições de Cargo

Após o planejamento do quadro de pessoal, sugere-se a elaboração da

descrição de cargo, onde se podem determinar os requisitos para a contratação do

ocupante do cargo.

O objetivo da descrição de cargo é auxiliar a ARH no processo de

recrutamento e seleção de pessoas, descrevendo as tarefas e requisitos básicos dos

cargos, determinando as responsabilidades e identificando os aspectos

fundamentais do candidato a ser recrutado.

A descrição de cargo é recomendada para todos os cargos da organização e

além de auxiliar no Recrutamento e Seleção da organização pode servir de subsídio

na administração de Cargos e Salários, Higiene/Medicina/Segurança do Trabalho,

Treinamento e Desenvolvimento, Relações Trabalhistas e Avaliação de

Desempenho e Potencial, Planos de Carreiras.

O objetivo da descrição de cargo é extrair as informações relevantes para

padronizar e nomear todos os cargos da organização. É sugerido para a empresa

montar uma estrutura contendo todas as descrições de cargos da organização.

A descrição de cargo aprimora a eficiência da empresa e a satisfação dos

colaboradores no trabalho, resultando um melhor desempenho, através da

motivação interna, reduzindo rotatividade. O colaborador produtivo, motivado,

satisfeito é aquele que percebe o significado do trabalho, sente responsabilidade

pelos resultados e tem o conhecimento do trabalho realizado.

O levantamento cuidadoso das ocupações é fundamental para se elaborar

uma boa descrição. O processo de descrição de cargo poderá ser conduzido por

meio de observação, questionário e entrevista, sugerem-se como auxiliador do

processo o comitê.

O comitê poderá ser composto pelo responsável de RH, gerentes da área

requisitante e supervisores de cada loja. Assim, a descrição de cargo passa a ser

Page 79: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

78

um documento de RH que todas as áreas poderão empregar conforme suas

necessidades.

DESCRIÇÃO E ANÁLISE DO CARGO

Cargo Consultor de Vendas Descrição Vendas

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES Atender o cliente fornecendo todas as informações necessárias. Manter-se informado quanto às condições de vendas da empresa, negociações para fechamento de vendas. Prestar esclarecimentos técnicos e ajudar os clientes nas soluções de problemas, visando ao atendimento de suas necessidades. Verificar a falta de produtos na área de vendas, fazendo reposição do estoque, e quando este faltar, solicitar a sua reposição. Negociar com o cliente, visando à obtenção do pedido dentro de condições mutuamente satisfatórias.

ANÁLISE DO CARGO

Grau de Instrução Segundo grau completo ou estar cursando.

Experiência Necessária Experiência na área de vendas de no mínimo seis meses

comprovada em carteira.

Requisitos

Ter idade mínima de 18 anos. Caráter discreto e responsável, Fluência oral, Memória associativa de nomes, Capacidade de desenvolvimento, Adaptar-se a novas situações. Raciocínio verbal e/ou numérico. Capacidade para solucionar problemas

Fatores de Personalidade

Espírito de colaboração Equilíbrio emocional Responsabilidade Maturidade

Quadro 12: Modelo Proposto de Descrição de Cargo de Consultor de Vendas. Fonte: Chiavenato (2004), adaptado pela autora.

Os tópicos que podem ser incluídos na descrição são: denominação do cargo,

objetivo/sumário do cargo, escopo da área, funções principais, requisitos

(escolaridade, formação complementar, conhecimentos especiais, experiência,

idiomas), responsabilidades (máquinas, produtos, ferramentas, materiais, erros,

dinheiro, dados sigilosos), complexidade, liberdade de ação, condições de trabalho

(esforço físico, riscos de acidente, condições ambientais). Algumas informações

aplicam-se em cargos operacionais, enquanto que outras são relacionadas apenas a

cargos de chefias.

Page 80: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

79

5.3 Avaliação do Cargo

Para diferenciar, comparar e hierarquizar os cargos da organização sugere-se

a colocação por ordem de importância visando determinar o seu valor quando

comparado com os demais cargos.

Como proposta de implantação, recomenda-se a avaliação das funções

desempenhadas dentro da empresa e a diferenciação entre elas. Isso deve ser feito

pela análise de aspectos como requisitos mentais, físicos, responsabilidades

envolvidas e condições de trabalho. A avaliação da importância do cargo, no

contexto geral da organização, estabelece remunerações condizentes o equilíbrio

interno e externo da estrutura de cargos e salários e sistemas que recompensam o

ocupante do cargo pelo seu desempenho na participação e no alcance dos

resultados.

Os principais objetivos a serem atendidos pela avaliação do cargo são:

1. Estabelecer estruturas de valores relativas para o cargo;

2. Disciplinar as relações entre esses valores, compensando-se

financeiramente de maneira aquitativa;

3. Minimizar o efeito de decisão arbitraria para a determinação de

salários;

4. Proporcionar um quadro claro de estruturas, das qualidades requeridas

e das oportunidades que podem ser oferecidas;

5. Descobrir e eliminar distorções;

6. Propiciar controle eficiente.

Como proposta sugere-se adotar métodos de avaliação, onde são seguidas

as etapas de descrição e especificação dos cargos redigidos.

O método sugerido é o não-quantitativo em virtude da simplicidade, baixo

custo de implantação e rápida elaboração, ideal para a estrutura desta organização

por conter um número pequeno de cargos. Escalonamento por ser um método

simples de avaliação que ordena os cargos pela sua importância, segundo suas

exigências quanto escolaridade, experiência, responsabilidade e complexidade,

sendo um método não quantitativo em virtude de os cargos não serem pontuados.

Para Silva (2005, p.47) “Os fatores de avaliação são utilizados para

determinar os requisitos mínimos que um profissional precisa ter para ocupar um

cargo específico na organização”.

Page 81: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

80

Após todos os cargos terem sido avaliados, colocam-se os mesmos em

ordem crescente de fator, facilitando, posteriormente, a avaliação dos demais

estabelecendo uma base de comparação, é recomendada a criação de um comitê

de avaliação e a seleção dos cargos chaves.

5.4 Requisição de Pessoal

A requisição de pessoal tem por finalidade criar um padrão nos procedimento

de recrutamento e seleção da organização. Recomenda-se a sua implantação para

oferecer melhor agilidade nos processos. A requisição de pessoas inicia com o

surgimento de uma necessidade de aumento de quadro ou abertura de uma vaga

por realocação de pessoal.

Ao surgir à vaga no quadro de colaboradores, encontram-se duas alternativas

para suprir essas necessidades, através do recrutamento interno e externo de

pessoas.

Para uma contratação eficiente é imprescindível que se tenha uma idéia muito

precisa a respeito do perfil adequado para a função.

RECURSOS HUMANOS

REQUISIÇÃO DE PESSOAL

Loja Requisitante:

Cargo Requisitante:

Motivo da Requisição: Aumento de Quadro Substituição

Horário de Trabalho:

Nome: Data da Saída____/____/____ Data de início para o novo contratado:____/____/____ Requisitos Exigidos para o Exercício do Cargo:

Data ____/____/_____ Requisitante______________________

Quadro 13: Modelo Proposto de Formulário de Requisição de Pessoal Fonte: Mota (1998) adaptado pela autora 2008.

Page 82: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

81

Para o processo de validação da requisição é sugerido que:

1. Inicia com a abertura da vaga com base no quadro pessoal.

2. A área requisitante emite o formulário para o setor de RH, informando a

saída e requisição de um novo candidato.

3. É feita a busca de candidatos no banco de currículos com base no

perfil desejado.

4. O setor de RH analisa as informações dos requisitos e currículos.

5. Com os currículos pré-selecionados inicia-se o processo de seleção.

6. Aprova o melhor candidato.

7. Solicita a documentação para admissão.

8. O funcionário é contratado.

5.5 Recrutamento

O recrutamento é feito com base nos dados que se referem às necessidades

presentes e futuras de recursos humanos da organização e tem como finalidade

fornecer um número suficiente de pessoas para serem selecionadas.

O processo de recrutamento acontece quando o RH recebe a requisição de

pessoal ou quando são sugeridas novas contratações nos meses de presumíveis

oscilações.

O recrutamento pode ser interno, onde havendo determinada vaga, a

organização procura preenchê-la através de transferência de ou recrutamento

externo quando a organização procura preencher a vaga com candidatos de fora da

organização, atraídos pelas técnicas de recrutamento.

“Só é possível recrutar a pessoa certa se soubermos antecipadamente o perfil

desejado, isto é, as características pessoais e profissionais” Lacombe (2005, p.66).

5.5.1 Recrutamento Interno

Apesar de atualmente a empresa já realizar o processo de recrutamento

interno para algumas funções, sugere-se melhorias no processo, visando um melhor

aproveitamento dos profissionais que estão na empresa.

O recrutamento interno possui intuito de estimular os colaboradores da

organização a possíveis ascensões. O método sugerido é divulgar a vaga do cargo

Page 83: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

82

para todos os colaboradores, após a requisição de pessoal aprovada o processo de

recrutamento e seleção interna, terá início.

Para a divulgação da vaga em aberta utilizam-se os murais e a intranet,

(canais de comunicação interna das lojas onde todos os colaboradores têm acesso,

contendo várias informações).

Após a divulgação da vaga, os candidatos deverão comunicar o RH sobre o

possível interesse, os colaboradores interessados serão encaminhados para uma

entrevista realizada pelo comitê, onde serão avaliados.

As principais vantagens do recrutamento interno para a organização são:

1. O processo será mais rápido que o processo utilizado.

2. Os acertos serão maiores, pois já se tem um breve histórico dos

colaboradores que se candidatam às vagas em aberto.

3. Os colaboradores saberão de todas as vagas em aberto, e poderão

buscar competência para se candidatar à vaga.

4. O índice de rotatividade poderá reduzir, pois os colaboradores saberão

das oportunidades de crescimento dentro da organização.

O principal objetivo deste processo é dar oportunidade de desenvolvimento

aos colaboradores da organização.

5.5.2 Recrutamento externo

O processo inicia com a requisição de pessoal, emitida pelo gerente ou

supervisor do setor para o RH, após a aprovação é iniciado o recrutamento externo.

Recomenda-se manter um banco de candidatos, onde poderão ser feitas

consultas caso necessite de eventualidades futuras.

Sugere-se para a divulgação das vagas externamente a página de internet da

empresa, onde poderão ser encaminhados os currículos dos candidatos, anúncios

colocados em murais de universidades, jornais qualificados da região, agência de

recrutamento, onde já se tem bancos de candidatos com o perfil desejado,

compensando o processo no tempo e na agilidade e também através de currículos

de candidatos que se apresentam espontaneamente na empresa.

As vantagens do recrutamento externo são:

1. Traz sangue novo, e experiências novas para a organização.

Page 84: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

83

2. Renova e enriquece os recursos humanos da organização,

principalmente quando a política é a de admitir pessoas com

qualidades iguais, ou melhor, do que já existe na empresa.

5.6 Seleção

Após realizada a comparação das características exigidas pelo cargo e as

oferecidas pelo candidato sugere-se a escolha das pessoas mais próximas ao perfil

desejado, para então serem indicadas para o próximo processo.

“A tarefa da seleção é a de escolher, entre os candidatos recrutados, aquele

que tenha maiores probabilidades de ajustar-se ao cargo” (CHIAVENATO, 2004,

p.84).

O processo de seleção deve ter alguns atributos, como rapidez e

confiabilidade e para que seja eficiente, é necessário escolher as técnicas de

seleção mais adequadas à situação e indicadas para o processo:

Testes de conhecimento ou capacidade: Tem por finalidade avaliar

objetivamente os conhecimentos e habilidades adquiridas por meio do estudo, da

prática e do exercício, sempre procurando medir o grau de conhecimento

profissional ou técnico exigido pelo cargo, como também o grau de capacidade ou

habilidade para certas tarefas.

Testes Psicológicos: Serve de base para melhor conhecer as pessoas nas

decisões de emprego, de orientação profissional de avaliação e diagnóstico de

personalidade, demonstrando o comportamento das pessoas.

Após efetuar os testes de conhecimento ou capacidade e psicológicos,

sugere-se a escolha dos três melhores candidatos que se empenharam nos testes,

para serem entrevistados pela área de RH e o setor responsável da contratação.

Com a entrevista se obtém as informações necessárias e imprescindíveis dos

candidatos. Como sugestão elaborar um plano de entrevista a partir das análises de

cargos e de atividades.

No final, certas decisões devem ser tomadas em relação ao candidato: se ele

foi rejeitado ou aceito ao final da entrevista e qual sua colocação frente aos demais

candidatos que disputam à mesma vaga.

As vantagens desse processo são:

• Contato face a face com o candidato.

Page 85: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

84

• Interação direta com o candidato.

• O candidato é focalizado como pessoa.

• É avaliado seu comportamento e suas reações.

Vaga:

Coordenador: Observador: Data:

Participantes Fatores Avaliados

Apresentação Pessoal Maturidade Raciocínio Maturidade Espírito de

Equipe Expressão

Verbal TOTAL

Candidato – 1 Candidato – 2 Candidato – 3 Candidato – 4 Candidato – 5 Candidato – 6 Candidato – 7 Candidato - 8

Quadro14: Formulário de Avaliação de Candidato para o Cargo de Consultor de Vendas . Fonte: Chiavenato (2004), adaptado pela autora.

O formulário de avaliação é sugerido para se ter o máximo de informações

relevantes possíveis sobre os candidatos para uma tomada de decisão segura.

É importante, que o setor responsável da contratação, gerente e supervisores,

entendam os objetivos, as políticas e as práticas usadas para a seleção, podendo

envolver-se extremamente no processo desde o início,

5.7 Admissão

Com os candidatos já definidos através dos procedimentos de recrutamento e

seleção, se dá início ao processo de contratação, onde serão de responsabilidade

do RH passar as informações e os detalhes do cargo, as condições de trabalho, o

salário e os benefícios.

O candidato selecionado deverá providenciar os documentos exigidos pela

empresa para a sua contratação na organização.

Após a entrega dos documentos solicitados, o candidato é encaminhado para

a loja requisitante, onde toda parte de adaptação ao ambiente de trabalho do novo

candidato será acompanhada pelo gerente e supervisor.

Page 86: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

85

Departamento de Recursos Humanos

Documentos para Admissão

Empresa: CGC:

Nome:

Endereço: nº.

Cidade:

Cargo: Data de Admissão:

Vale Transporte: Empresa:

• Certidão de nascimento ou certidão de casamento (xérox)

• CPF (xérox)

• Carteira de identidade (xérox)

• Comprovante de residência (xérox)

• Atestado de Escolaridade (xérox)

• Titulo de eleitor (xérox)

• Carteira profissional

• Pis

• Foto 3x4

• Atestado médico

• Atestado de boa conduta (Fórum)

Quadro 15: Formulário de Documentação para Admissão. Fonte: (MOTA, 1998), adaptado pela autora.

Após o período de 90 dias de experiência (30 trinta dias mais 60 sessenta

dias), o contrato passa a ser vigorado por prazo indeterminado. Neste período de

experiência já se pode observar se o novo contratado apresenta as expectativas

esperadas.

Como proposta é indicada uma avaliação do novo colaborador aos 20 dias de

experiência, para pode obter informações sobre o seu desempenho e se está

executando as tarefas exigidas pelo cargo com responsabilidade. Esse processo é

avaliado pelo gerente e supervisor de cada filial e repassado para o departamento

de RH.

O comitê se reúne e examina as informações, conforme os resultados da

avaliação serão repassados para o colaborador se ele continua a desempenhar a

função na organização ou se ele será dispensado.

Page 87: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

86

Nome: Data:

Cargo: Admissão

Gerente: Final da Experiência:

Função:

Avaliação: Consultor de Vendas

Fator Conceito Não

atende

Atende Supera

Responsabilidade Noção do dever no cumprimento das funções

Iniciativa Capacidade de Improvisar

Interesse Motivação para adquirir novos conhecimentos

Relacionamento Habilidade em se relacionar com colegas e chefia

Participação Capacidade de participar e cooperar

Competência Capacidade de exercer suas atividades

Pontualidade Cumprimento do horário de trabalho

Assiduidade Freqüência ao local de trabalho

Mediante os conceitos acima, consideramos o colaborador habilitado a exercer suas funções,

após o término do período de experiência: Sim Não

________________ _____________ Gerente Supervisor

Quadro 16: Ficha de Avaliação do Colaborador no Período de Experiência: Fonte: Chiavetano (2004), adaptado pela autora.

Se não atende = Deverá ser dispensado.

Atende = Ver aspectos que podem ser melhorados.

Supera = Será admitido.

Nesta avaliação feita é possível se ter as informações do candidato

contratado, se a avaliação der resultados de, não atende as expectativas da

empresa, o colaborador é dispensado, atende, serão verificados através da análise

quais os aspectos a serem melhorados, e se superar, o colaborador irá cumprir o

restante dos dias de experiência e após os 90 dias será admitido pela organização.

Page 88: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

87

5.8 Integração

O processo de integração visa à criação de um ambiente de trabalho

receptível e favorável durante o período inicial do colaborador, facilitando seu

relacionamento com várias áreas da organização. O entendimento dos processos da

organização e os serviços oferecidos é o motivo para o desempenho e o sucesso

pessoal, da equipe e da empresa. A integração deve mostrar claramente o papel de

cada um dentro da organização e as perspectivas e condições de evolução

profissional e financeira.

Como proposta o setor de RH será o responsável inicial pela integração do

novo colaborador na organização, através da aplicação de informações como a

cultura da organização, a missão, a visão e treinamentos intensivos, visando ajusta-

lo ao ambiente e ás tarefas que serão exigidas do cargo.

Sugere-se que o novo colaborador receba o regulamento interno da

organização, constando o que se espera dele (tolerâncias à faltas, atrasos e etc.) e

quais são os benefícios que terá (convênios e planos). Esse regulamento é

apresentado pelo setor de RH, sendo personalizado para apresentação, destacando

os principais pontos. Tais normas de preferência devem estar escritas, o colaborador

assina um recibo que comprove que recebeu e leu tais normas. Assim não poderá

alegar, no futuro, desconhecer as políticas de RH da empresa.

Em seguida o novo colaborador será encaminhado para o setor requisitante, o

responsável pela sua integração será o supervisor que representará o ponto de

ligação com a organização e a imagem da empresa. O supervisor deverá cuidar do

novo colaborador como um tutor, onde irá acompanhá-lo e orientá-lo no período

inicial na organização.

As funções básicas a serem realizadas pelo supervisor tutor serão:

1. Transmitir ao novo colaborador uma descrição clara das tarefas a serem

realizadas.

2. Proporcionar todas as informações técnicas sobre como executar as tarefas.

3. Negociar com o novo colaborador as metas e resultados a alcançar.

4. Proporcionar ao novo colaborador a retroação adequada sobre o seu

desempenho.

Page 89: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

88

5.9 Treinamento e Desenvolvimento

O programa de treinamento deve estar associado às necessidades

estratégicas da organização.

Ao iniciar na organização a empresa oferece aos colaboradores treinamentos

e informações relacionadas ao cargo.

Para a cargo de vendas são oferecidos treinamentos onde serão aprimoradas

as técnicas de atendimento e de produtos.

Admissão ReciclagemCalçados 3 hr 1 hr Março/Agosto/Novembro

Confecções 2 hr 1 hr Março/Agosto/NovembroAcessórios 2 hr 1 hr Março/Agosto/Novembro

Técnica Vendas / Atendimento 3 hr 2 hr Março/Agosto/NovembroMotivacional 2 hr 2 hr Abril / Dezembro

Tecnologia de Produtos

Carga HoráriaCurso Assunto Data

Quadro 17: Tabela de Treinamento Fonte de dados da empresa.

Além dos treinamentos para os iniciantes, há também os cursos de

reciclagem para os colaboradores da organização, visto que a empresa trabalha com

tendências que mudam a cada estação, os produtos chegam ao mercado com novas

tecnologias e para esclarecer aos consumidores é preciso se aperfeiçoar nas

técnicas.

Por entender que os colaboradores são peças fundamentais ao crescimento

da organização, a empresa investe em cursos de desenvolvimento e de educação

continuada oferecidos pelas instituições como o SENAC, CDL, SOCIESC para assim

serem aprimoradas e desenvolvidas as técnicas de gestão.

Como a organização já dispõe para seus colaboradores cursos e

treinamentos especializados para todas as áreas de atuação, é necessário que se

faça uma avaliação nas necessidades de treinamento de cada colaborador

relacionando as exigências da função que o mesmo ocupa.

Após a análise das necessidades de treinamento deve ser proposto programa

de desenvolvimento individual ou coletivo à medida que tiver mais colaboradores

com as mesmas necessidades.

As vantagens para a organização com os programas de treinamento são:

1. Aumento da eficácia organizacional

2. Melhoria da imagem da empresa

3. Melhoria do clima organizacional

Page 90: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

89

4. Melhor relacionamento entre empresa e colaborador.

5. Melhor atendimento ao cliente.

6. Facilidade de mudança e inovação.

7. Aumento da eficiência e da produtividade.

8. Elevação dos conhecimentos dos colaboradores.

9. Mudança de atitudes e comportamentos das pessoas.

10. Aumento da competência.

11. Adequação das pessoas aos requisitos exigidos pelos cargos.

12. Melhoria da imagem da organização.

5.10 Avaliação de Desempenho

A Avaliação de desempenho é uma ferramenta de gestão de pessoas que

corresponde a uma análise sistemática do desempenho do profissional em função

das atividades que realiza. O objetivo da avaliação é contribuir com o

desenvolvimento das pessoas na organização.

A organização já utiliza a avaliação de desempenho nos processos de

seleção de pessoas e no período de experiência, fazendo uma inferência ou uma

estimativa por antecipação do desempenho futuro.

A avaliação de desempenho tem por finalidade acompanhar e avaliar o

colaborador, com objetivo de estimulá-lo ao atingimento das metas organizacionais e

promovendo o seu desempenho pessoal.

Sugere-se para a organização executar avaliações de desempenho

trimestrais com seus colaboradores, essas avaliações deverão ser executadas pelo

superior imediato com o apoio do setor de RH, por meio de entrevistas, onde é

possível a troca de opiniões nos dois sentidos, por meio de discussões construtivas

identificando pontos fortes e ressaltando as áreas nas quais possa ser oportuna

alguma ajuda.

Através da avaliação podem se observar os pontos positivos, bem como

atentar para áreas mais fracas, com vista a uma ajuda suplementar ou um programa

de treinamento que possa ser dado a fim de elevar o desempenho dos

colaboradores.

Como proposta de avaliação de desempenho sugere-se também um

acompanhamento dos colaboradores pelos seus gerentes, onde a cada 30 dias

Page 91: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

90

serão repassadas as informações para o setor de RH, informando o desempenho e

suas atitudes em relação à organização.

5.11 Administração de Salários

Optou-se continuar com as mesmas formas de remuneração, na organização

por determinar os valores relativos dos cargos e estabelecer um equilíbrio interno

sem distorções salariais, de acordo com as referencias de mercado.

5.12 Desligamento de Colaborador

Como proposta de desligamento de colaborador, a forma mais propicia é a

entrevista de desligamento, por também ser uma ferramenta valiosa para a empresa

dando um excelente feedback.

A finalidade da entrevista é permitir que o ex-colaborador exponha sua

percepção quanto às razões da separação, à equipe com a qual trabalhava à chefia,

às políticas e os princípios e valores da organização.

O processo poderá ser feito através de uma entrevista onde são discutidas as

razões da demissão. Para garantir a neutralidade e o distanciamento necessários, é

feita entrevista pelo profissional do RH, em ambiente que proporcione condições de

privacidade e sigilo.

Esses dados deverão ser estudados quantitativa e qualitativamente e

utilizados para propor melhorias nos processos de RH da empresa.

Deverá ser tomado o cuidado de não expor o profissional, as informações

terão que serem tratadas com o maior sigilo, neutralidade e respeito. A entrevista

deve ser estruturada de forma padronizada que permita a análise dos dados.

Assuntos abordados numa entrevista de desligamento

1. Salário

2. Tipo de trabalho

3. Oportunidade de crescimento e de carreira.

4. Relacionamento com os gerentes.

5. Relacionamento com os colegas.

6. Reconhecimento pelo trabalho.

7. Tipos de suspensão recebida.

Page 92: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

91

8. Condições ambientais de trabalho e psicológicas.

Aborda-se cuidadosamente a percepção que o profissional que está deixando

a organização tem quanto às razões da demissão ou do pedido de desligamento. É

feita uma análise cuidadosa da carreira dentro da empresa, contemplando a

evolução, a estabilização e o declínio do desempenho do profissional.

A vantagem da entrevista de desligamento é:

A opinião do colaborador quanto aos diferentes aspectos, se bem utilizado,

poderá contribuir para a reformulação de políticas, processos, ações e para o

desenvolvimento, a revisão das decisões quanto ao aproveitamento e realocação de

pessoas e análise do clima organizacional.

Page 93: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

92

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo geral desse trabalho foi propor um realinhamento das práticas de

Recursos Humanos para empresa Luiz de Aquino Vieira e Cia Ltda. Através dos

processos existentes foi possível observar que a organização cresceu e o número de

colaboradores também, ocasionando necessidades de reestruturação de alguns

processos, visando melhor atender as necessidades atuais.

Para atingir o objetivo geral, foram percorridas algumas etapas, descritas

através dos objetivos específicos, como: diagnosticar a gestão de RH da empresa,

analisar os processos existentes da organização, descrever a cultura organizacional,

descrever a estrutura da empresa.

Independentemente do objetivo e da estrutura organizacional, necessita-se de

um componente essencial: pessoas. E, à medida que a organização está crescendo

e as situações se tornando mais complexas, é preciso adotar uma nova postura no

que se refere à gestão de seus clientes internos. Já não se pode mais pensar em

melhorias da qualidade dos serviços e/ou produtos oferecidos e aumento de

produtividade sem envolver aspectos como desenvolvimento de competência.

Cabe a organização valorizar seus colaboradores e criar condições favoráveis

para maximizar seu desempenho e a sua satisfação no trabalho. Ressalta ainda,

que o colaborador espera ser tratado e respeitado como ser humano e a encontrar

na organização oportunidades para satisfazer suas necessidades e atingir seus

objetivos e expectativas.

Fazem parte desta política, diversas estratégias de atração e retenção de

talentos, que abrange os seguintes aspectos: integração, oportunidade de

crescimento, reconhecimento e recompensa, benefícios, treinamento e

desenvolvimento, avaliação de desempenho, comunicação e gestão participativa.

Após a análise detalhada da empresa e os processos atuais de RH, sugeriu-

se algumas melhorias para os processos de RH, como um planejamento do quadro

de pessoal, elaboração das descrições de cargo, avaliação do cargo, requisição de

pessoal, o realinhamento do recrutamento interno e externo, seleção, admissão,

integração, treinamento, desenvolvimento, avaliação de desempenho e

desligamento de colaborador.

Page 94: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

93

É necessário reformular a área de Recursos Humanos, para o novo contexto

do mercado, a organização precisa reestruturar inteiramente sua estratégia de ação

no convívio com a força do trabalho, é preciso prover de competência e de

capacitação seus profissionais para enfrentar os desafios do futuro.

Através da pesquisa realizada na organização, se pode observar que os

processos de RH existentes precisam ser ajustados à medida que a organização

cresce. A gestão que cuida do bem mais precioso que são as pessoas, apresenta

dificuldades em estabelecer políticas e diretrizes dos processos gerando perda de

produtividade e de custos para empresa.

É preciso ter o administrador de RH motivado, consciente e envolvido com os

objetivos e resultados da organização.

Ao decorrer desta pesquisa foram encontradas algumas limitações, que

dificultaram no desempenho das propostas como a falta de um RH estruturado, onde

a política e o planejamento da gestão de pessoas da empresa não conseguem

atingir objetivos específicos, a falta de apoio dos diretores da organização em

relação aos processos que necessitam ser aprimorados, um perfil claro dos cargos

existentes na organização e por ser uma empresa familiar, alguns processos

continuam a ser desempenhados da maneira tradicional.

A empresa necessita de uma separação dos processos entre departamento

de pessoal e gestão de pessoas, durante a elaboração da pesquisa pode se

observar que o RH por centralizar o departamento de pessoal realiza trabalhos

burocráticos, não colocando em andamento a execução dos processos de gestão de

pessoas.

Por meio deste estudo, conclui-se que a empresa Luiz de Aquino Vieira e Cia

Ltda, precisa acompanhar a realidade do mercado, principalmente a gestão de

pessoas, proporcionando a construção de um ambiente de trabalho agradável,

cooperativo, inovador, aumentando a participação e a produtividade dos

colaboradores, para o sucesso da organização.

Com o realinhamento dos processos, a empresa poderá aprimorar sua

gestão, ter assertividade dos melhores candidatos para as vagas em aberta através

da descrição dos cargos, ter o envolvimento direto dos gerentes e supervisores nos

processos de decisões, um aproveitamento do potencial interno dos profissionais

que já fazem parte da empresa, uma diminuição da rotatividade e um feedback na

entrevista de desligamento de como anda o clima organizacional.

Page 95: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

94

Recomenda-se a continuidade deste trabalho no campo acadêmico revisando

outros processos da gestão e uma investigação mais aprofundada dos sistemas e

subsistemas de ARH para o melhoramento e aperfeiçoamento continuo dos

processos.

Page 96: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

95

REFERÊNCIAS

BARROS, Aidil J. S. B, LEHFELD, Neide. A. S. Fundamentos de Metodologia Científica. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. BOHLANDER, George. Snell, Scott. SHERMAN, Arthur. Administração de Recursos Humanos. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003. CARVALHO, Antonio. V, NASCIMENTO, Luiz. P. Administração de Recursos Humanos, São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. CHIAVENATO, Idalberto. Como transformar o RH (de um centro de despesas) em um centro de lucros. São Paulo: Makron Books, 1996. ___________, Idalberto. Recursos Humanos. São Paulo: Atlas, 1997. ___________, Idalberto. Administração de Recursos Humanos. São Paulo: Atlas, 1999. ___________, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. Rio de Janeiro: Campus, 1999. ___________, Idalberto. Planejamento, Recrutamento e Seleção de Pessoas. São Paulo: Atlas, 2004. DAVIS. Keith, NEWSTROM. John. W. Comportamento Humano no Trabalho. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001. DENZIN, Norman, K. LINCON, Yvonna. S. O Planejamento da Pesquisa Qualitativa: teoria e abordagem. Porto Alegre: Artmed, 2006. DRUCKER, Peter. F. As Novas Realidades. No governo e na política, na economia e nas empresas, na sociedade e na visão do mundo. São Paulo: Pioneira, 1997. FACHIN, Odília. Fundamentos de Metodologia. São Paulo: Atlas, 1993. FREITAS, Maria. E. Cultura Organizacional. Formação, Tipologia e impacto. São Paulo: Makro, McGraw-Hill, 1991. GIL, Antonio, C. Administração de Recursos Humanos: um enfoque profissional, São Paulo: Atlas, 1994. HALL, Richard. H. Organizações Estrutura Processos e Resultados. São Paulo: Prentice Hall, 2004. JONES, S. Choosing action research: a rationale. In: MANGHAM, I, L (ORG). Organization analysis development. Chichester: John Wiley, 1987

Page 97: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

96

LACOMBE, Francisco, Recursos Humanos: princípios e tendências. São Paulo: Saraiva, 2005. _________, Francisco, J. M; HEILBOM, Gilberto, L.J. Administração Princípios e Tendências. São Paulo: Saraiva, 2006. LAKATOS, Eva, M. Sociologia da Administração. São Paulo: Atlas, 1997. LIMA, Manolita, C. Monografia a engenharia da produção acadêmica. São Paulo: Saraiva, 2004. LUCENA, Maria, D.da S. Planejamento de Recursos Humanos. São Paulo: Atlas, 1999. LUZ, Ricardo. Gestão do Clima Organizacional. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2003. MARRAS, J. P. Administração de Recursos Humanos do operacional ao estratégico. 3ª ed. São Paulo: Futura, 2000. MAXIMIANO, Antonio, C.A. Introdução à Administração. São Paulo: Atlas, 1995. __________, Antonio. C. A. Teoria Geral da Administração. São Paulo: Atlas, 2000. MEGGINSON, Leon. C, MOSLEY, Donald. C, PIETRI, Jr. Paul. H, Administração Conceitos e Aplicações. São Paulo: Harbra, 1998. MILKOVICH, George. T, BOUDREAU, John. W, Administração de Recursos Humanos, São Paulo, Atlas, 2000. MONTANA, Patrick J. CHARNOV, Bruce. H. Administração. São Paulo: Saraiva, 2003. MORGAN, Gareth, Imagens da Organização. São Paulo: Atlas, 1996. MOTTA, Fernando, C.P. Teoria Geral da Administração. São Paulo: Pioneira, 1998. ______, Fernando. C. P, VASCONCELOS, Isabella. F. G, Teoria Geral da Administração. São Paulo: Pioneira, 2002. NONAKA, Ikujiro; TAKEUCHI, Hirotaka. Criação de Conhecimento na Empresa. Rio de Janeiro: Campus, 1997. OLIVEIRA, Silvio. L. Tratando de Metodologia Científica. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. ________, Silvio. L.Sociologia das Organizações. Uma análise do homem e das Empresas no ambiente competitivo. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.

Page 98: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUCIANA VALESKA …siaibib01.univali.br/pdf/Luciana Valeska Goncalves.pdfLUCIANA VALESKA GONÇALVES REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RH A REALIDADE DE

97

PASCHOAL, Luiz. Administração de Cargos e Salários. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2007. RIBEIRO, Antonio de, L. Gestão de Pessoa. São Paulo: Saraiva, 2006. RINKE, Wolf J. A Empresa Vitoriosa. Seis estratégias de gerenciamento. São Paulo: Futura. 1998. ROBBINS, Stephen. P.; DECENZO David. A. Fundamentos de Administração. São Paulo: Prentice Hall, 2004. RODRIGUEZ, Matius, V.R.Y. Gestão Empresarial: Organizações que Aprendem. Rio de Janeiro: Petrobrás, 2002. ROESCH, Sylvia M. Projetos de Estágio e de Pesquisa em Administração, São Paulo, Atlas, 2005. RONCHETTI, Geraldo C. Teoria Gerald a Administração, Pensando & fazendo. Porto Alegre: Age, 1998. SCHERMERHORN,Jr. John.R, HUNT.James.G e OSBORN. Richard. N. Fundamentos de Comportamento Organizacionais. Porto Alegre: Bookman, 1999. SCHIRATO, Maria. A. R. O Feitiço das Organizações. São Paulo: Atlas, 2000. SILVA, Reinaldo. O. Teoria da Administração. São Paulo: Pioneira, 2001. SOTO, Eduardo. Comportamento Organizacional. O impacto das emoções. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. STONER, James A.F, FREEMAN, Edward.R, Administração. Rio de Janeiro, Livro Técnico e Científico Editora S. A, 1999. TACHIZAWA, Takeshy; SCAICO, Oswaldo. Organização Flexível. São Paulo: Atlas, 1997. ULRICH, David. Recursos Humanos Estratégicos. São Paulo: Futura, 2000. WOOD, Tomaz. Jr, PICARELLI, Vicente Filho, Remuneração e Carreira, por habilidade e por competência. São Paulo: Atlas, 2004.