universidade do vale do itajaÍ-univali vice-reitoria de
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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI
VICE-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
ESCOLA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
MESTRADO PROFISSIONAL EM SAÚDE E GESTÃO DO TRABALHO
TECNOLOGIAS DE AVALIÇÃO E ESTIMULAÇÃO DAS FUNÇÕES
COGNITIVAS EM IDOSOS: REVISÃO INTEGRATIVA
Itajaí/2020
2
JOÃO RAFAEL DA SILVA NETTO DELGADO
TECNOLOGIAS DE AVALIÇÃO E ESTIMULAÇÃO DAS FUNÇÕES
COGNITIVAS EM IDOSOS: REVISÃO INTEGRATIVA
Dissertação submetida à Universidade do Vale do Itajaí
como parte dos requisitos para a obtenção do grau de
Pós-Graduação Stricto Sensu no Mestrado Profissional
em Saúde e Gestão do Trabalho da Universidade do Vale
do Itajaí.
Orientadora: Prof. Dra. Juliana Vieira de Araújo
Sandri.
Linha de pesquisa: Saúde da família na perspectiva
interdisciplinar
Itajaí /2020
3
FICHA CATALOGRÁFICA
D378t
Delgado, João Rafael da Silva Netto, 1974-
Tecnologia de avaliação e estimulação cognitiva em idosos [manuscrito]
: revisão integrativa / João Rafael da Silva Netto Delgado. – 2020.
142 f. : il. Color.
Cópia de computador (Printout(s)).
Dissertação (mestrado) – Universidade do Vale do Itajaí, Programa de
Mestrado Profissionalizante em Saúde e Gestão do Trabalho, 2020.
“Orientadora: Profª. Drª Juliana Vieira de Araújo Sandri. ”.
Bibliografia: f. 114-130.
1. Cognição. 2. Demência senil. 3. Velhice - cognição. I. Araújo, Juliana
Vieira de. II. Título.
CDU: 159.953
Claudia Bittencourt Berlim – CRB 14/964
4
JOÃO RAFAEL DA SILVA NETTO DELGADO
“TECNOLOGIAS DE AVALIAÇÃO E ESTIMULAÇÃO DAS FUNÇÕES
COGNITIVAS EM IDOSOS: REVISÃO INTEGRATIVA”.
Esta Dissertação foi julgada adequada para a obtenção do título de Mestre e
aprovada pelo Programa de Mestrado em Saúde e Gestão do Trabalho da UNIVALI.
Área de Concentração: Saúde da Família
Professora Stella Maris Brum Lopes, Doutora Coordenadora PMSGT
Apresentada perante a Banca Examinadora composta pelos Professores:
PROFª. DRa. JULIANA VIEIRA DE ARAUJO SANDRI (UNIVALI) – Presidente e Orientadora
PROFª. DRa. CARINA NUNES BOSSARDI (UNIVALI) – Membro Interno
Itajaí, 11 de dezembro de 2020.
Vice-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação – UNIVALI
Gerência de Pesquisa e Pós-Graduação
Programa de Mestrado em Saúde e Gestão do Trabalho
Rua Uruguai, 458 – Bloco F6 – Sala 321 – Cx.Postal 360 – CEP: 88302-901 – Itajaí – Santa Catarina Fone/Fax: (047) 3341-7932 [email protected] www.univali.br
PROFª. DRa. CLEISIANE XAVIER DINIZ (UEA) – Membro Externo
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço este projeto a todos os professores que me influenciaram na minha
trajetória. Em especial à professora Juliana, minha orientadora, com quem
compartilhei minhas dúvidas e angústias a respeito do tema.
À minha querida mãe Maria Izabel cujo empenho em me educar sempre veio em
primeiro lugar. Aqui estão os resultados dos seus esforços. Com muita gratidão.
Agradeço à minha irmã Juliana, que sempre me apoiou nos meus sonhos e projetos.
6
DEDICATÓRIA
O resultado deste trabalho de pesquisa é totalmente dedicado à minha
esposa Cláudia pelo apoio incondicional oferecido em todos os aspectos.
Muito obrigado pela sua presença em minha vida meu amor.
7
RESUMO
As intervenções cognitivas voltadas às pessoas idosas não demenciadas ainda se encontram em
estudo e, devido ao envelhecimento populacional, cada vez mais será necessária esta investigação.
Desde o século passado já se relatava a necessidade de novos métodos que pudessem contribuir
para melhorar a atenção à, de maneira humana e compatível com a realidade social e econômica
do país, com o objetivo de manter a autonomia e a independência do indivíduo pelo maior tempo
possível. Neste sentido, o objetivo desta pesquisa foi analisar a utilização das tecnologias para
avaliação e estimulação da funcionalidade cognitiva dos idosos. Trata-se de uma revisão
integrativa na temporalidade de janeiro de 2015 até janeiro de 2020, por meio da busca nos bancos
de dados da Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e da Biblioteca Virtual em Saúde
(BVS) que compõem entre outras bases a Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências
da Saúde (LILACS), a Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line (MEDLINE).
Utilizando os descritores de saúde: Cognição; Idoso; Exames de Estado Mental e Demência. O
protocolo P(população), I(intervenção), C(controle) e O(Resultados) foi adotado. O seu
desenvolvimento seguiu seis etapas: 1) Formulação da pergunta; 2) Amostragem; 3) Extração dos
dados; 4) Análise Crítica; 5) Síntese dos Resultados; e; 6) Síntese do Conhecimento. Obteve-se o
resultado total de 27.968 artigos, mas após aplicar os filtros de data (2015-2020) e idioma
(português) resultaram 112, posteriormente foi feita a aplicação das etapas 3 e 4, momento em
que foram excluídos mais 92 artigos, finalizando com 21 artigos para a análise e discussão. Dos
21 artigos selecionados verificou-se a predominância das variáveis de sexo e escolaridade como
importantes pontos de discussão nos artigos selecionados, houve ainda, a predominância no uso
do Mini Exame do Estado Mental (MEEM) como teste diagnóstico, presente em 81% artigos
selecionados. A técnica para a estimulação cognitiva em idosos mais citada foi o exercício físico
(43%). Destaca-se a melhora/prevenção no declínio cognitivo do idoso com ou sem demências
diagnosticadas quando ocorre a associação do exercício físico com outros protocolos de
estimulação cognitiva. Enfermeiros, educadores físicos e fisioterapeutas se destacaram como os
principais pesquisadores no campo da gerontologia e geriatria relacionados a intervenções para
funções cognitivas/executivas nos idosos. Os treinamentos cognitivos relatados nos artigos, dos
quais foram realizados através de diversos métodos, como atividades de dança, música, jogos,
internet, atividade de vida diária, dentre outros, apontam que foi possível observar melhora na
memória dos participantes, considerando dessa forma, as práticas de treinamento cognitivo
benéficas para o desempenho cognitivo, obtendo resultado tanto na memória, quanto na
linguagem e orientação dos entrevistados. Ainda, há lacunas sobre o conhecimento de testagem
de outras formas metodológicas e substanciais que apontem a eficácia das intervenções para o
desempenho e/ou preservação das funções cognitivas dos idosos, visando à obtenção de
resultados mais duradouros e que se generalizem para os desafios cognitivos diários deles, tanto
para o processo de prevenção, quanto para a fase de reabilitação.
Palavras-chave: Idoso. Cognição. Exames de Estado Mental. Demência.
8
ABSTRACT
The cognitive interventions focused on non-demented elderly people are still in studies and, due
to population ageing, this investigation becomes more and more necessary. Since last century,
there has been a need for new methods that were able to contribute to improve attention to the
matter, in a human approach and in agreement with the social and economic reality of the country,
aiming to maintain the individual’s autonomy and Independence for as long as possible. In this
sense this research aimed to analyze the use of technologies for evaluation and stimulation of
elderly people’s cognitive functioning. It is an integrative review from January 2015 to January
2020, using database available at Scientific Electronic Library Online (SCIELO) and Online
Health Library (VHL), which compose, among other database, the Latin American and Caribbean
Health Sciences Literature (LILACS), the Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-
line (MEDLINE). The health descriptors used were: “Cognition”, “Elderly”, “Mental Status
Examination” and “Dementia”. The protocol adopted was the PICO framework: P (population),
I (intervention), C(control) e O(Outcome). Its development carried out with six steps: 1)
Formulation of research question; 2) Sampling; 3) Data extract; 4) Critical Analysis; 5) Summary
of results; e; 6) Knowledge Synthesis. There was a total result of 27.968 articles, but after applying
all filters considering period (2015-2020) and language (Portuguese) the result was 112 articles.
After this, the steps 3 and 4 were applied, which had, as consequence, the exclusion of 92 more
articles, finalizing with 21 articles to be analyzed and debated. Of the 21 selected articles, there
is a predominance in sex and education varieties and important points of debate. There was also
the predominance in the use of the Mini-Mental State Exam (MMSE) as a diagnostic test, present
in 81% of the articles. The most cited technique for cognitive stimulation in elderly people was
physical exercising (43%). The improvement/prevention of cognitive decline in demented or non-
demented elderly people was highlighted when the association with physical exercising with other
cognitive stimulation protocols occurred. Nurses, Physical Educators and Physiotherapists were
highlighted as main researchers in the Gerontology and Geriatrics field related to age-related
cognitive/executive function interventions. The cognitive trainings reported in the articles, which
were carried out through several different methods, such as dancing, music, games, internet, daily-
life activities, and others, point out that it was possible to observe an improvement in the
participants’ memory, which resulted in considering these cognitive training practices beneficial
to cognitive performance, obtaining results not only in memory, but also in language and
orientation. Nevertheless, there are still gaps about the knowledge on the testing of other
substantial and methodological forms that point to the effectiveness of interventions for
performance and/or preservation of cognitive functions of the elderly, aiming to obtain more long-
lasting results and that generalize to their cognitive daily challenges, not only for the process of
prevention, but also for the phases of rehabilitation.
Keywords: Old people. Cognition. Mental Status Tests. Dementia.
9
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Fluxograma de detalhamento das etapas de levantamento e seleção dos
artigos para análise........................................................................................................47
Figura 02: Categorias de Análise.................................................................................48
10
LISTA DE QUADROS
Quadro 01: Descritores e Palavras Similares............................................................. 45
Quadro 02: Caracterização das publicações.............................................................. 48
Quadro 03: Demonstração da categoria temática 1...................................................75
Quadro 04: Demonstração da categoria temática 2...............................................................76
Quadro 05: Apresentação dos artigos conforme PICO.......................................... 131
11
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 01: Presença de DOI nos artigos.....................................................................63
Gráfico 02: Distribuição do número de artigo por ano..............................................65
Gráfico 03: Distribuição do número de publicações por periódicos.........................66
Gráfico 04: Distribuição do número de publicações por metodologia de estudo.....67
Gráfico 05: Distribuição dos artigos conforme local de publicação.........................69
Gráfico 06: Distribuição dos artigos conforme base dados.......................................70
Gráfico 07: Distribuição de frequência dos artigos pesquisados, segundo o nível de
titulação dos autores.....................................................................................................71
Gráfico 08: Distribuição dos autores conforme formação
profissional.....................................................................................................................72
12
LISTA DE SIGLAS
ACE-R: Exame Cognitivo de Addenbrooke Revised
AVD: Atividades de vida diária
AVVD: Atividades Avançadas de vida diária
BBRC: Bateria breve de rastreio cognitivo
CEP: Comitê de Ética e Pesquisa
CNS: Conselho Nacional de Saúde
DA: Doença de Alzheimer
DOI: Identificador Digital de Objetos
FV: Fluência Verbal
GDLAM: Protocolo de avaliação funcional do Grupo de Desenvolvimento
Latino-Americano para a Maturidade
ILP: Instituição de Longa Permanência
MEEM: Mini-Mental do Estado mental
MMSE: Mini-Mental State Examination
MoCA: Montreal Cognitive Assessment
OMS: Organização Mundial da Saúde
RI: Revisão Integrativa
SABE: Saúde, Bem-estar e Envelhecimento
SNC: Sistema Nervoso Central
TDR: Teste do Desenho do Relógio
WHO: World Health Organization
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SUMÁRIO
RESUMO ........................................................................................................................................ 7
ABSTRACT ...................................................................................................................................... 8
LISTA DE FIGURAS.......................................................................................................................... 9
LISTA DE QUADRO ....................................................................................................................... 10
LISTA DE GRÁFICO ....................................................................................................................... 11
LISTA DE SIGLAS ........................................................................................................................... 12
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 15
1.1.1 Objetivo Geral ................................................................................................................ 21
1.1.2 Objetivos Específicos.....................................................................................................21
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................................ 22
2.2 Funções cognitivas e envelhecimento .............................................................................. 27
2.3 Testes diagnósticos para avaliação da capacidade cognitiva ........................................ 32
2.4 Técnicas para melhoria da funcionalidade cognitiva ........................................................ 36
4 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................................ 43
4.1 Etapas da revisão integrativa ............................................................................................ 43
Tecnologias utilizadas para avaliação da funcionalidade cognitiva de idosos saudáveis ou
com cognição prejudicada ...................................................................................................... 48
Testes aplicados para avaliação da capacidade cognitiva dos idosos ......................................... 49
Miniexame do Estado Mental (MEEM) ....................................................................................... 50
Exercícios Físicos ......................................................................................................................... 50
Exame Cognitivo de Addenbrooke Revised (ACE-R) ................................................................... 50
Musicoterapia e Dança ................................................................................................................ 50
Bateria breve de rastreio cognitivo (BBRC) ................................................................................. 50
Jogos Eletrônicos Cognitivos/ Utilização da Internet .................................................................. 50
Protocolo de avaliação funcional do Grupo de Desenvolvimento Latino-Americano para a
Maturidade (GDLAM) .................................................................................................................. 50
Aplicação das Atividades Avançadas de Vida Diária ................................................................... 50
Mini-Mental State Examination (MMSE) .................................................................................... 50
Treinamento Cognitivo/ Treinamento de estímulo Cognitivo .................................................... 50
Avaliação Cognitiva Montreal (MoCA) ........................................................................................ 50
Uso de Práticas preventivas de Declínio Cognitivo ..................................................................... 50
Teste de Fluência Verbal ............................................................................................................. 51
Aplicação da Terapia de Reminiscência ...................................................................................... 51
4.2 Aspectos éticos .................................................................................................................. 51
14
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................................... 53
5.1 Caracterização das publicações......................................................................................... 54
5.2 Tecnologias utilizadas para avaliação da funcionalidade cognitiva de idosos saudáveis ou
com cognição prejudicada. ..................................................................................................... 76
5.2.1 Categoria 1: Testes aplicados para avaliação da capacidade cognitiva dos idosos ....... 78
5.2.1.1 Miniexame do Estado Mental (MEEM) ....................................................................... 78
5.2.1.2 Exame Cognitivo de Addenbrooke Revised (ACE-R) ................................................... 83
5.2.1.3 Bateria breve de rastreio cognitivo (BBRC) ................................................................. 84
5.2.1.4 Protocolo de avaliação funcional do Grupo de Desenvolvimento Latino-Americano
para a Maturidade (GDLAM) ................................................................................................... 86
5.2.1.5 Mini-Mental State Examination (MMSE) .................................................................... 86
5.2.1.6 Avaliação Cognitiva Montreal (MoCA) ........................................................................ 87
5.2.1.7 Teste de Fluência Verbal ............................................................................................. 88
5.2.2 Categoria 2: Técnicas utilizadas para melhoria da Funcionalidade Cognitiva do Idoso. 90
5.2.2.1 Exercícios Físicos ......................................................................................................... 90
5.2.2.2 Musicoterapia e Dança ................................................................................................ 95
5.2.2.3 Jogos Eletrônicos Cognitivos/ Utilização da Internet .................................................. 97
5.2.2.4 Aplicação das Atividades Avançadas de Vida Diária ................................................... 99
5.2.2.5 Treinamento Cognitivo/ Treinamento de estímulo Cognitivo .................................. 102
5.2.2.6 Uso de outras Práticas preventivas de Declínio Cognitivo ........................................ 106
5.2.2.7 Aplicação da Terapia de Reminiscência .................................................................... 108
5.2.3 Síntese Propositiva sobre estratégias de cuidado na melhoria da funcionalidade
cognitiva dos idosos..............................................................................................................108
6 CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 114
7 REFERÊNCIAS ......................................................................................................................... 116
APENDICE .................................................................................................................................. 133
15
1 INTRODUÇÃO
O envelhecimento trata-se de um processo complexo e composto pelas diferentes
idades: cronológica, biológica, psicológica e social (SCHNEIDER; IRIGARAY, 2008).
A OMS (2005) utiliza a idade cronológica como um marco para a definição de idoso. Esta
inicia-se aos 65 anos nos países desenvolvidos e aos 60 anos nos países em
desenvolvimento. Assim, em nosso país considera-se idoso, em termos da lei do Estatuto
do Idoso (BRASIL, 2003), pessoas com idade igual ou superior a 60 anos. A própria
Organização Mundial da Saúde reconhece que existem variações relacionadas ao nível de
independência, estado de saúde e participação entre os indivíduos, sendo que o uso da
idade cronológica como referencial não é um marcador preciso para as mudanças que
acompanham o envelhecimento.
A idade biológica é definida pelas modificações corporais e mentais que
ocorrem ao longo do processo de desenvolvimento e caracterizam o
processo de envelhecimento humano, que pode ser compreendido como
um processo que se inicia antes do nascimento do indivíduo e se estende
por toda a existência humana (SCHNEIDER; IRIGARAY, 2008, p.
590).
As condições funcionais, mentais, físicas e de saúde de um indivíduo é que vão
determinar a sua idade biológica. Desta maneira, indivíduos com o mesmo número de
anos contados (idade cronológica) podem ter diferentes idades biológicas (subjetivas).
Desta maneira, perde-se a precisão na contagem dos anos vividos (SAN MARTÍN;
PASTOR, 1996).
A idade psicológica é relacionada ao comportamento de um indivíduo e pode
mobilizá-lo em decorrência das mudanças do ambiente, como por exemplo a inteligência,
motivação e memória (CANCELA, 2008). Para Hoyer e Roodin (2003), a idade
psicológica pode ser caracterizada como habilidades necessárias para a adaptação dos
indivíduos ao meio ambiente onde está inserido, seja através do controle emocional,
memória, inteligência, aprendizagem, entre outros. Segundo estes autores, existem
adultos que têm estas características psicológicas em maiores graus do que outros, sendo
consequentemente considerados jovens psicologicamente, e outros com traços em graus
menores sendo considerados velhos psicologicamente. Segundo a Organização Mundial
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da Saúde (2005), a idade psicológica é o resultado de uma evolução individual durante
toda uma vida, com padrões e comportamentos adquiridos e que irão influenciar em como
uma pessoa envelhece.
Já a idade social é a relacionada aos hábitos e regras de um indivíduo em relação
a sociedade onde este vive (CANCELA, 2008). Segundo Schneider e Irigaray (2008, p.
590): “a idade social é definida pela obtenção de hábitos e status social pelo indivíduo
para o preenchimento de muitos papéis sociais ou expectativas em relação às pessoas de
sua idade, em sua cultura e em seu grupo social”. O idoso pode ser considerado mais
velho ou mais jovem conforme se comporta no ambiente social. “A medida da idade
social é composta por performances individuais de papéis sociais e envolve características
como tipo de vestimenta, hábitos e linguagem, bem como respeito social por parte de
outras pessoas em posição de liderança”.
Assim, a idade social é determinada por condições variáveis como a vida do
indivíduo, trabalho, classe social, cultura, gênero, que vão ser cruciais para diferenças
entre as pessoas neste processo de envelhecimento. Contudo, Cancela (2008) afirma que
os organismos em sua totalidade possuem fases pelas quais passam, com consequente
limite de tempo de vida: fase de crescimento e desenvolvimento, fase reprodutiva e fase
de envelhecimento. Ainda neste sentido, Lopes (2000) relata que o envelhecimento é um
processo de mudança dinâmica e progressiva que se inicia na concepção, com alterações
diversas tais como, as mudanças morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas,
com aumento da vulnerabilidade ao meio ambiente e de processos patológicos. Portanto,
o envelhecimento é um fenômeno que atinge todos os seres humanos,
independentemente, sendo caracterizado como um processo dinâmico, progressivo e
irreversível, ligados intimamente a fatores biológicos, psíquicos e sociais (BRITO;
LITVOC, 2004).
Segundo Moraes (2010), o envelhecimento representa a involução
morfofuncional biológica que irá afetar todos os sistemas fisiológicos de forma variável,
decorrentes dos efeitos da passagem do tempo. O envelhecimento corresponde a um
conjunto de processos pelos quais um organismo vivo passa, sendo associado com a perda
da mobilidade, autonomia e funcionalidade devido alterações sociais, físicas, psicológicas
e fisiológicas, sendo este fenômeno uma das etapas da vida (SPIRDUSO, 2005).
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Para Neri (1995, p.7), o envelhecimento não ocorre da mesma maneira, época ou
ritmo de vida, sendo um processo desigual entre pessoas. Todavia, a idade cronológica
serve como referencial para a maturidade social, não sendo a causadora do início da
velhice. “Não é um período caracterizado somente por perdas e limitações, aumentando
a probabilidade de doenças e limitações biológicas. É possível manter e melhorar a
funcionalidade física, cognitiva e afetiva”. Regras biológicas causam a diminuição das
funções corporais, com o surgimento de déficits físicos, comportamentais e cognitivos,
levando a uma redução das funções celulares tornando a velhice inevitável, juntamente
com a incidência de fatores socioculturais e ambientais a citar o exercício físico, dieta
alimentar, qualidade de vida e sedentarismo (SANTOS, 2014).
De acordo com Caetano (2006), há variações entre indivíduos no que diz respeito
ao processo de envelhecimento, havendo relação entre doenças crônicas, qualidade de
vida e condições socioeconômicas. Este autor refere, também, ao processo de mudança
nos planos orgânico, tecidual, celular e molecular, associando-se ao conceito biológico.
Além deste, há o conceito psíquico que compreende as dimensões afetivas, psicológicas
e cognitivas, na dependência de perspectivas culturais diferentes.
Importante relatar a subdivisão do envelhecimento descrita por Birren e Schroots
(1996), em primário, secundário e terciário: o primário é o envelhecimento normal,
característico de nossa espécie, de forma progressiva e gradual, tendo como
determinantes para este processo a posição social, estilo de vida, exercícios físicos, dieta
alimentar e educação; o secundário é também chamado de patológico, sendo relacionado
a doenças, principalmente cerebrais, cardiovasculares e neoplasias e; o terciário ou
terminal é caracterizado por grandes perdas cognitivas e físicas, além de doenças
dependentes da idade. Spirduso (2005) relata que há uma forte interação entre as duas
primeiras subdivisões [primário e secundário]. Além disso, ressalta que a vulnerabilidade
pessoal às doenças e ao stress ambiental aceleram os processos básicos de
envelhecimento. Para Netto (2002), o envelhecimento terciário é a interação entre fatores
cronológicos, culturais e geográficos.
Outra classificação do envelhecimento está relacionada às influências sociais,
psicológicas e biológicas sobre o ser humano: senescência, maturidade social e o
envelhecimento propriamente dito. Senescência refere-se ao risco e probabilidade
aumentada de morte com o decorrer da idade. A maturidade social refere-se ao papel
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social e ao comportamento desempenhado pelo indivíduo em um determinado grupo
etário. Já o envelhecimento associa-se aos outros dois anteriores e acrescenta-se o
processo de autorregulação da personalidade e simbolizado pela idade cronológica
(BIRREN; SCHROOTS,1996).
Sabe-se que o envelhecimento progressivo da população brasileira está associado
a uma tendência mundial (FELIX, 2007). Segundo dados da ONU (2017), em 1990 a
população mundial era de 5,3 bilhões de pessoas, passando para 7,6 bilhões em 2017 e
com previsão de 11,2 bilhões para 2100. Atualmente, existem 1 bilhão de idosos no
mundo, com perspectiva de aumento para 3,1 bilhões em 2100. A expectativa de vida,
que era de 65 anos em 1990, passou para 71 anos em 2015 e com previsão de 83 anos
para 2100.
As estatísticas populacionais brasileiras vêm apresentando uma tendência de
crescimento no que diz respeito ao número de idosos. Em 2012, a população com 60 anos
ou mais era de 25,4 milhões. Já em 2017, este número subiu para 30,2 milhões,
representando um aumento de 18% neste grupo etário (aumento de 4,8 milhões de novos
idosos), sendo que 16,9 milhões são mulheres (56% dos idosos), e os homens são 13,3
milhões (44% do grupo). No estado de Santa Catarina, a população idosa correspondia,
no ano de 2010, a 10,51% da população (4,72% de homens e 5,78% de mulheres). Em
2018, 14,05% da população são de idosos (6,34% de homens e 7,70% para mulheres).
Para 2020, o Brasil possui aproximadamente 19 milhões de idosos.
Para Vilela (2006), houve uma inversão da pirâmide populacional, com o aumento
da longevidade decorrente de fatores como a melhoria da infraestrutura e saneamento e
redução das taxas de mortalidade infantil, natalidade, fecundidade e aumento da
expectativa de vida. O desenvolvimento tecnológico proporcionou a criação de novos
medicamentos usados no controle de doenças infecciosas e crônicas, técnicas de
diagnóstico e novas cirurgias, contribuindo para o aumento da expectativa de vida. A
redução da taxa de fecundidade, associada com a redução da taxa de mortalidade infantil,
são fatores relacionados com o aumento da proporção de idosos no Brasil (SIMON
NETO, 2006).
Mendes (2011) relata que nosso país apresenta um aumento das doenças crônico-
degenerativas, com a necessidade crescente e adequação de políticas sociais, de saúde, de
assistência e previdência social.
19
Alba (2002) relata que o aumento da expectativa de vida não significa que o
indivíduo vá viver melhor com o passar dos anos, pois há o aumento do isolamento social,
da improdutividade, da depressão, do aumento da dependência física, associado ao
declínio funcional e cognitivo. Neste sentido, Vilela (2006) refere que o aumento da
qualidade de vida no idoso pode ser buscado através da independência e autonomia,
conexo com a saúde física e mental adequadas.
Quanto a saúde mental, Vieira (1995) refere que a cognição pode ser definida
como uma atividade mental que engloba várias habilidades tais como sentir, pensar,
perceber, lembrar, raciocinar, formar estruturas complexas de pensamento e a capacidade
de produzir respostas às solicitações e estímulos externos.
Segundo Machado (2011), o comprometimento cognitivo reduz a independência
e autonomia do idoso, com prejuízo funcional e de qualidade de vida, através da
capacidade de cuidar de si mesmo e execução de tarefas com adaptação psicossocial, ou
seja, sua autonomia. Loring (1999, p.64) define funções executivas como “as habilidades
cognitivas necessárias para realizar comportamentos complexos dirigidos para
determinado objetivo e a capacidade adaptativa as diversas demandas e mudanças
ambientais”. Funções executivas são as relacionadas ao planejamento, iniciação,
seguimento e monitoramento de comportamentos complexos em direção a um objetivo,
além de designar uma gama de funções cognitivas tais como, autocontrole, memória
operacional, seletividade de estímulos, concentração e capacidade de abstração (BRITO,
2012).
Para Fernandes (2015), apesar do envelhecimento, o cérebro mantém sua
capacidade de plasticidade, ou seja, alterações cognitivas podem ser estimuladas pela
experiência com mudanças adaptativas. Neste sentido, Golino e Flores-Mendoza (2016)
sugerem que intervenções cognitivas podem ser realizadas e treinadas através de tarefas
padronizadas, com a possibilidade de preservar ou até mesmo aumentar o funcionamento
intelectual da pessoa idosa através do mecanismo de plasticidade cerebral. Ainda segundo
estas autoras, uma das intervenções cognitivas é o treino cognitivo:
Essa modalidade de intervenção centra-se na prática guiada de um
conjunto de tarefas padronizadas que refletem determinadas funções
cognitivas, tais como memória, atenção, resolução de problemas,
raciocínio, velocidade de processamento, dentre outros. Pode assumir o
formato unimodal, voltado para o treino de uma habilidade específica
(por exemplo, os treinos de memória episódica), ou multimodal,
voltado para o treino de várias habilidades cognitivas. Os estímulos
20
também podem ser do tipo “lápis e papel” ou computadorizados. É
comum, também, a inclusão de atividades da vida diária (GOLINO;
FLORES-MENDOZA, 2016, p.771).
Kalache (1987) já relatava a necessidade de novos métodos que pudessem
contribuir para melhorar a atenção ao idoso, de maneira humana e compatível com a
realidade social e econômica do país, com o objetivo de manter a autonomia e a dignidade
do indivíduo pelo maior tempo possível.
Desta maneira, o tema surgiu no dia a dia de trabalho em ambulatórios de
Neurologia Geral, em conversas com os pacientes e seus familiares e; em
questionamentos que emergiram durante minha vida profissional baseado nos dilemas
encontrados. Foi com este olhar que senti que poderia ajudar estes pacientes indo em
busca de mais conhecimento, no sentido de subsidiar uma prática clínica que possa
melhorar e/ou preservar a capacidade cognitiva e funcionalidade instrumental dos
pacientes atendidos.
No primeiro momento, minha proposta de pesquisa era de intervenção e possuía
um outro viés metodológico, em que seria feita uma pesquisa semi-experimental com
aplicação de instrumentos de avaliação cognitiva (MoCA) e funcional (Escala de Lawton
e Brody), depois seria aplicado o treino cognitivo através de 06 sessões estruturadas
semanais e; após 30 dias seria avaliada as funções executivas pós treino cognitivo com a
reaplicação dos testes. Tinha como foco avaliar o impacto do treino cognitivo nas funções
executivas de idosos não demenciados. O estudo seria realizado junto a um grupo de
idosos do município de Navegantes (SC).
Todavia, foi necessário mudar a metodologia empregada em vista do cenário
pandêmico em que nos encontramos, do qual impossibilitou a realização da pesquisa de
campo proposta inicialmente. Diante disso, viu-se a necessidade de realizar uma busca na
literatura nacional acerca do que vem sendo realizado no Brasil nos últimos cinco anos
em relação ao uso de tecnologias, tanto para a realização de avaliação, bem como para a
estimulação cognitiva em idosos com ou sem o diagnóstico de demências, mantendo a
ideia inicial da pesquisa.
Na prática clínica, sugere-se a realização de uma avaliação inicial do idoso com
uma tecnologia que aprovisione uma medida de base para acompanhamento da função
cognitiva e/ou que alerte para necessidade de uma investigação mais detalhada (CORDEL
21
et al., 2013). Neste sentido, a busca de instrumentos de avaliação, especialmente de
triagem cognitiva, que sejam eficazes, adquire uma configuração particular no contexto
do envelhecimento populacional (MOTA et al., 2018).
Destarte, destaco que outro fator determinante que contribuiu para o tema desta
pesquisa foi a presença de idosos com comprometimento cognitivo na minha família, que
me fez despertar para a necessidade de pesquisas que impactassem em descobertas que
pudessem ajudá-los também.
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Objetivo Geral
Analisar a utilização das tecnologias para avaliação e estimulação da
funcionamento cognitivo dos idosos.
1.1.2 Objetivos Específicos
• Caracterizar os artigos segundo a base de dados; ano; periódico; local de
publicação (DOI/URL); autores; tipo de estudo e conclusão;
• Descrever as tecnologias utilizadas para a avaliação da funcionalidade cognitiva
em idosos saudáveis ou com a cognição prejudicada;
• Identificar as tecnologias utilizadas para melhoria da Funcionalidade Cognitiva
do Idoso;
• Elaborar uma síntese propositiva sobre estratégias de cuidado na melhoria da
funcionalidade cognitiva dos idosos a partir dos artigos encontrados.
22
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Envelhecimento humano
Para Félix (2007), no decorrer da década de 1960, mudanças sociais foram
responsáveis por alterações no comportamento das mulheres, através da maior presença
no mercado de trabalho, no aumento do nível educacional e no casamento tardio, com a
integração da fecundidade, cada vez mais reduzida, além da conquista dos direitos
individuais das mulheres, ocasionando melhora da qualidade de vida destas. Fato que
contribuiu para o aumento da longevidade feminina, que hoje representam o maior
contingente populacional dos que envelhecem, no Brasil. Todavia, o aumento da
expectativa de vida se deu, também, pela melhoria da medicina preventiva, resultando na
ampliação do saneamento básico, uso de vacinas e antibióticos, além de uma nutrição
adequada. Neste sentido, Reis et al. (2016) citam as implicações decorrentes nos campos
social, econômico-previdenciário e na saúde relacionados à transição demográfica. No
campo da saúde, há o aumento da prevalência de doenças crônicas e degenerativas, com
consequente aumento das causas de morbidade e mortalidade.
Porém, há uma grande diferença entre o processo do envelhecimento entre os
países desenvolvidos e os países em desenvolvimento, no que diz respeito ao campo
econômico, segundo Félix (2007, p. 3):
Os países desenvolvidos enriqueceram e depois envelheceram. Nós,
como todos os países pobres, estamos envelhecendo antes de
enriquecer. Eles tiveram recursos e tempo. A França levou 115 anos
para dobrar de 7% para 14% a proporção de idosos na população. O
Brasil vai fazer o mesmo em 19 anos. Uma geração. Eles levaram seis.
A estrutura familiar, a urbanização, famílias menores e mulheres integrando a
força de trabalho, são indícios de que a quantidade de cuidadores de idosos deve diminuir
com o decorrer dos anos (WHO, 2005).
Felix (2007) relata a necessidade de estudos acadêmicos com o objetivo de auxílio
às políticas públicas em áreas variadas (social, econômica e psicológica), dando-se ênfase
à saúde.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (2005), o envelhecimento é um
grande desafio para a humanidade, devido ao aumento das demandas sociais e
econômicas. É necessária a implantação urgente de políticas públicas e programas de
23
envelhecimento ativo com o objetivo da melhoria da saúde, participação e segurança dos
idosos. Estes programas devem ser baseados em necessidades, habilidades, preferências
e direitos destes cidadãos. Nos dias atuais, as políticas públicas ressaltam positivamente
o envelhecimento, no que diz respeito ao conhecimento do idoso, suas habilidades e suas
experiências de vida, sendo este conceito chamado anteriormente de envelhecimento
ativo e atualmente de envelhecimento saudável. Define-se assim este envelhecimento
saudável como:
Um processo de desenvolvimento e manutenção da capacidade
funcional que permite o bem-estar na idade avançada. A capacidade
funcional, por sua vez, pode ser compreendida como a associação da
capacidade intrínseca do indivíduo, características ambientais
relevantes e as interações entre o indivíduo e essas características. A
capacidade intrínseca é a articulação das capacidades físicas e mentais
(incluindo psicossociais). As características ambientais são o contexto
de vida, incluindo as relações sociais. O bem-estar é singular e
permeado de aspirações subjetivas, incluindo sentimentos de
realização, satisfação e felicidade (WHO, 2015, p.15).
Para Tavares (2017), a abrangência e relevância do conceito não está focada na
ausência de doenças ou na funcionalidade do idoso, mas na possibilidade de envelhecer
com qualidade de vida. O organismo sofre mudanças progressivas e irreversíveis com o
decorrer do tempo, levando-o à morte (MEIRELLES, 2000).
Diversos sistemas corporais são afetados durante o processo de envelhecimento
segundo a classificação de Matsudo (1997, p.23-24):
Sistema cardiovascular (diminuição do gasto energético; diminuição da
frequência cardíaca; diminuição do volume sistólico; diminuição da
utilização de oxigênio pelos tecidos). Sistema antropométrico (aumento
no peso corporal; diminuição da altura; aumento da gordura corporal;
diminuição da massa muscular; diminuição da densidade óssea).
Sistema Muscular (diminuição de 10 a 20 % na força muscular;
diminuição na habilidade para manter força estática; maior índice de
fadiga muscular; menor capacidade para hipertrofia; diminuição no
tamanho e número de fibras musculares; diminuição na atividade da
ATPasemiofibrilar; diminuição das enzimas oxidativas e glicolíticas;
diminuição dos estoques de ATP, glicogênio, proteína mitocondrial;
diminuição na velocidade de condução; diminuição do limiar de
excitabilidade da membrana; diminuição na capacidade de
regeneração). Sistema Pulmonar (diminuição da capacidade vital;
aumento do volume residual; aumento do espaço morto anatômico;
aumento da ventilação durante o exercício; menor mobilidade da parede
torácica; diminuição da capacidade de difusão pulmonar). Outros
sistemas e funções comprometidas (diminuição da agilidade;
diminuição da coordenação; diminuição do equilíbrio; diminuição da
flexibilidade; diminuição da mobilidade articular; aumento da rigidez
24
das cartilagens, dos tendões e dos ligamentos; diminuição da acuidade
visual e da percepção auditiva; diminuição do olfato, do paladar e do
tato).
O envelhecimento do Sistema Nervoso Central (SNC) é o mais significativo entre
os sistemas corporais, tendo como alterações principais a redução do número de
neurônios, redução da capacidade de reação, coordenação e reflexos, além da redução da
velocidade de condução nervosa. Diversos fatores podem contribuir para a redução da
reparação deste sistema com o decorrer dos anos, tais como o ambiente, sedentarismo,
tabagismo, presença de radicais livre, genética, sexo, entre outros. Além disso, a ação de
neurotransmissores é diminuída, assim como o número de células cerebrais em partes
específicas do cérebro e a redução do peso do mesmo, gradualmente de 10% por década
(CANÇADO et al., 2002). São alterações bioquímicas cerebrais:
Depósito de lipofuscina nas células nervosas; depósito amilóide nos
vasos sanguíneos e células nervosas; aparecimento de placas senis;
menos frequentemente emaranhados fibrilares; mudanças nos
neurotransmissores, principalmente os dopaminérgicos; diminuição da
produção de acetilcolina; atrofia da plasticidade de receptores
colinérgicos muscarínicos; redução da função desses receptores; função
colinérgica diminuída (CANÇADO et al., 2002, p.120).
Para Gallahue e Ozmun (2005), durante o processo de envelhecimento, a
quantidade de oxigenação do cérebro fica diminuída, levando este a um processo de
hipóxia, com prejuízo da função cerebral. Segundo Cancela (2008), diversas alterações
neuroanatômicas e neuropatológicas podem ser descritas em um cérebro de um indivíduo
idoso: atrofia do cérebro (redução da substância branca, diminuição do volume cortical e
peso cerebrais, dilatação compensatória ventricular); surgimento de placas senis
extracelulares formadas de proteína beta-amilóide, assim como emaranhados
neurofibrilares intracelulares (a proteína amilóide vai se acumulando no organismo, com
piora da comunicação neuronal); redução da neuroplasticidade com diminuição da
capacidade de aprendizagem; morte neuronal (necessidade de recrutamento de mais
sistemas neuronais para realizar atividades simples); rarefação da árvore dendrítica
principalmente no hipocampo e córtex pré-frontal.
Cançado et al. (2002) relacionam a deficiência cognitiva com deficiências
colinérgicas. Sereniki e Vital (2008) referem que cérebros de pacientes com doença de
Alzheimer apresentam degeneração dos neurônios colinérgicos, assim com uma redução
dos marcadores colinérgicos, sendo a colina acetiltransferase e a acetilcolinesterase com
25
atividade reduzida no córtex cerebral destes pacientes.
Para Shephard (2003), o envelhecimento do cérebro é o responsável pela
dificuldade e lentificação na aprendizagem de tarefas e redução da memória a curto prazo,
com consequente piora cognitiva. O autor cita como exemplos tarefas cotidianas tais
como recordar números de telefone ou nomes ou a localização de objetos guardados,
sendo prejudicadas com o decorrer dos anos. Desta maneira, as alterações biológicas
acontecem de forma progressiva, com comprometimento funcional do indivíduo em
outros aspectos humanos.
Meirelles (2000) descreve o envelhecimento psicológico como um processo
complexo, dinâmico e progressivo das habilidades anteriores do indivíduo. Vários fatores
podem influenciar neste processo, tais como o enfraquecimento da consciência, piora da
memória, irritabilidade e desconfiança em relação a terceiros e/ou situações diárias,
diminuição da afetividade, da vontade, da atenção e aspirações, além do apego ao
conservadorismo e da rejeição do meio em que vive. Todos estes fatores podem levar a
situação de abandono, solidão, desilusão e dificuldade de aceitação de perdas.
Para Zimerman (2000), alterações psicológicas com o envelhecimento são
perceptíveis, tais como dificuldade de adaptação a mudanças rápidas e a novos papéis
sociais, falta de motivação, baixa autoestima, somatização, depressão, hipocondria, entre
outros. Oliveira (2017) relata que as principais alterações ocorridas entre idosos é o
aumento da ansiedade, depressão e diminuição da autoestima. A longo prazo, estes podem
levar ao prejuízo na qualidade de vida, com o declínio das capacidades cognitivas e
funcionais.
Já Ribeiro (2015) destaca que ações preventivas devem ser realizadas com o
objetivo de cuidar da saúde mental do idoso, tais como a prevenção de suicídio, depressão,
stress, manutenção da autonomia e funcionalidade cognitiva, isolamento social e
desestruturação familiar. Quadros possivelmente demenciais devem ser avaliados através
de sintomas como alucinações, medos, alterações de comportamento e personalidade,
apatia, depressão e ansiedade, ocasionando de modo precoce o envelhecimento social.
Segundo Morais (2001), o envelhecimento social refere-se a forma a qual o idoso
é valorizado em uma determinada sociedade ou cultura, em relação aos valores que ele
recebe ou representa dentro deste grupo social. Para Zimerman (2000), este processo é
modificador do status social, o que influencia na maneira de relacionamento interpessoal.
Motta (2004) afirma que o envelhecimento social é dependente e variável de acordo com
a educação, experiência de vida e trabalho do indivíduo, sendo que a este geralmente cabe
26
o papel social de aposentado, o qual deve ser desempenhado. Neste sentido, Motta (1989)
relata que este envelhecimento leva ao isolamento, a ausência de relacionamentos
interpessoais e dificuldade de estabelecimento de relações importantes com outras
pessoas, sendo este um processo lento.
Ainda de acordo com esta autora, são diversos os indicadores do envelhecimento
social. A progressiva diminuição dos contatos sociais, seja através da diminuição das
visitas domiciliares de familiares, contemporâneos ou telefonemas e convites para
eventos, geram sentimentos negativos no idoso. O distanciamento social manifesta-se
através do afastamento de gerações, sendo a geração mais nova engajada em outras
atividades não relacionadas aos idosos, gerando uma redução de conversas e o número de
visitas, que se tornam cada vez mais escassas e somente em ocasiões festivas. A perda
progressiva do poder de decisão ocorre quando idosos tem suas decisões tomadas pelos
mais jovens, tais como a mudança de uma residência, a presença de pessoas indesejadas
no mesmo ambiente domiciliar ou a ida para um asilo, muitas vezes sem o consentimento
deste idoso. A decadência física acompanha-se da fragilidade emocional, invertendo-se a
tomada de decisão para os mais novos. O progressivo esvaziamento dos papéis sociais se
dá através da lembrança de um passado que não volta mais, como a antiga profissão
exercida, gerando saudade, a qual compensa a dura realidade do presente. Outros
exemplos de envelhecimento social são a gradativa perda da autonomia e independência;
a ocultação de determinadas situações familiares estressantes com o objetivo de poupar o
idoso; crescente valorização do passado como atenuador do presente, entre outros.
Meirelles (2000), também cita fatores associados ao envelhecimento social:
insegurança; insatisfação com seu estado de saúde; término da vida profissional
(aposentadoria) levando ao ostracismo; falta de função e status social; falta de opções de
lazer; falta de condições financeiras; isolamento social.
Assis (2004) relata que a inserção social do idoso é diminuída pelo
envelhecimento e alterações de saúde, tais como déficits visual, auditivo e cognitivo, além
de problemas de locomoção e doenças crônicas. Todos estes fatores são responsáveis pela
redução da qualidade de vida e sociabilidade, devendo ser corrigidos dentro da
possibilidade.
Zunzunnegui (2003), após avaliar a importância do engajamento e das redes
sociais sobre o déficit cognitivo, refere que pouca integração social e engajamento, além
de poucas conexões sociais, são passíveis de declínio cognitivo em idosos.
27
2.2 Funções cognitivas e envelhecimento
De acordo com Moraes (2012, p.26):
A cognição é um conjunto de capacidades mentais que permitem ao
indivíduo compreender e resolver os problemas do cotidiano. Formada
pela memória (capacidade de armazenamento de informações), função
executiva (capacidade de planejamento, antecipação, sequenciamento e
monitoramento de tarefas complexas), linguagem (capacidade de
compreensão e expressão da linguagem oral e escrita), praxia
(capacidade de executar um ato motor), gnosia/percepção (capacidade
de reconhecimento de estímulos visuais, auditivos e táteis) e função
visuoespacial (capacidade de localização no espaço e percepção das
relações dos objetos entre si). É responsável pela nossa capacidade de
decidir. Juntamente com o humor (motivação), é fundamental para a
manutenção da autonomia. A perda da cognição ou incapacidade
cognitiva é, portanto, o “desmoronamento” ou o “apagamento” da
identidade que nos define como ser pensante. [Grifo do autor]
Diamond (2013, p.135) relata:
Funções executivas (EFs) possibilitam jogar mentalmente com ideias;
tomando tempo para pensar antes de agir; encontrar romances; desafios
imprevistos; resistir a tentações e ficar focado. As principais EFs são
inibição [inibição da resposta (autocontrole - resistir às tentações e
resistindo a agir impulsivamente) e controle de interferência (atenção
seletiva e inibição cognitiva)], memória operacional/trabalho e
flexibilidade cognitiva (incluindo pensar criativamente "fora da caixa",
vendo qualquer coisa de diferentes perspectivas, e adaptando-se
rapidamente e com flexibilidade para mudar as circunstâncias). [Grifo
do autor]
Para Brito (2012), o declínio das funções executivas, caracterizadas como
habilidades cognitivas necessárias para a realização de processos complexos, tais como,
metas e estratégias, podem ser afetadas por doenças associadas ao envelhecimento.
Spar e La Rue (2005) referem diversos fatores que podem influenciar no
envelhecimento cognitivo, tais como genéticos, condição de saúde, idade, atividade
mental (atividades estimulantes estão relacionadas ao melhor desempenho cognitivo),
especialização de conhecimentos, personalidade e humor, meio social e cultural,
treinamento cognitivo e diferenças entre os sexos.
Cancela (2007) descreve vários efeitos do envelhecimento no desempenho
cognitivo dos idosos. Os idosos têm maior dificuldade na compreensão de mensagens
complexas ou longas, não conseguindo repetir nomes ou alguns termos específicos, além
da repetição do discurso. Lentificação em tarefas de raciocínio, ou de planejamento, ou
de execução, além das funções motoras, perceptivas e amnésicas. Dificuldades espaciais
e em repartir a atenção por múltiplas tarefas ou desviar a atenção de um para outro
28
aspecto. Esta mesma autora relata a manutenção da inteligência mesmo com o passar dos
anos (capacidade de acesso à informação, compreensão e vocabulário).
Segundo Spar e La Rue (2005), o declínio cognitivo progressivo está relacionado
com a piora do processamento cognitivo através de três funções: a velocidade em que a
informação é processada, a memória de trabalho e as capacidades sensorial e perceptual
do indivíduo. A velocidade de processamento pode ser diminuída através da lentificação
de operações mentais, tais como, a resposta e tomada de decisões, memória e atenção. A
memória de trabalho é a responsável por reter informações no curto prazo para a
realização de atividades mentais na memória consciente. São exemplos da memória de
trabalho: o guardar na mente um número de telefone para tomar nota, avaliação mental
de um roteiro de viagem ou o cálculo de um troco na compra de um produto. Com o
decorrer dos anos, há um decréscimo na acuidade visual e auditiva, principalmente. O
conjunto destas três funções alteradas limitam o processamento de informações e
aumentam a sobrecarga em situações anteriormente consideradas fáceis e básicas.
Cancela (2007) aponta que estas alterações são devidas ao volume diminuído do cérebro
e a rarefação da densidade da substância branca cerebral.
Spar e La Rue (2005) comentam que, há uma disfunção cerebral frontal e
subcortical, além de alterações hipocampais (maior redução do seu volume aumenta a
probabilidade de demência).
Burgess (2000, p. 281) refere que, “as alterações no funcionamento executivo
podem estar relacionadas a falhas na implementação das estratégias necessárias para
executar com sucesso uma tarefa, ou seja, a autoiniciação da estratégia”. Todavia, para
executar essas tarefas é importante que se tenha o córtex pré-frontal preservado, “uma
falha na iniciação da estratégia adequada pode ter efeitos significativos sobre outros
processos cognitivos, como por exemplo, o resgate de informações memorizadas
previamente.” Qualquer falha no processo cognitivo, seja por motivos variados, pode
levar ao desenvolvimento de doenças crônicas neurodegenerativas e consequentemente,
interferência na capacidade funcional.
Ramos (2003) relata que, com o processo de envelhecimento progressivo da
população, há o aumento da incidência e da prevalência de doenças crônico-
degenerativas, entre elas a demência, sendo esta bastante significativa na diminuição da
habilidade/capacidade funcional do idoso e em estreita relação com o nível cognitivo.
Aires, Paskulin e Morais (2010) definem a capacidade funcional como uma
habilidade para que o indivíduo viva de forma independente e com possibilidade de cuidar
29
de si mesmo, a avaliação desta capacidade se relaciona com a qualidade de vida.
Conforme Brasil (2006), esta avaliação é indispensável para a monitorização clínica e
funcional dos idosos, além de possibilitar a escolha de uma intervenção mais adequada.
Del Duca, Silva e Halall (2009) dividem a capacidade funcional em duas áreas
principais: as atividades básicas de vida diária (ABVD), que são relacionadas ao cuidado
pessoal, como por exemplo, tomar banho, vestir-se ou alimentar-se. E, as atividades
instrumentais de vida diária (AIVD), são aquelas associadas a funções complexas, tais
como, dirigir, fazer compras e utilizar o telefone, por exemplo.
Ferreira et al. (2012) referem a importância fundamental do estudo da capacidade
funcional para a avaliação da saúde dos idosos através da verificação da habilidade e do
desempenho destes. Vilela, Carvalho e Araújo (2006, p.102) comentam que, é possível
ter qualidade de vida na velhice quando se obtém autonomia e independência aliada a
saúde física e mental, alçando o tão almejado envelhecimento bem-sucedido. Embora
afirmem também que:
Conseguir viver mais não é sinônimo de viver melhor. Ao contrário, na
maioria das vezes, a velhice está relacionada a mais anos de sofrimento,
com aumento da dependência física, declínio funcional, isolamento
social, depressão, improdutividade, entre outras coisas.
No que diz respeito a autonomia, Guimarães e Cunha (2004) descrevem como a
capacidade para agir e tomar decisões diariamente, relacionadas à independência e à
própria vida, sem o auxílio de terceiros. Para isto, necessita-se condições cognitivas e
motoras para a realização destas atividades. Já Moraes (2008) faz a diferenciação entre
os conceitos de autonomia e independência. Para ele, autonomia se relaciona a decisão,
ou seja, é a capacidade individual de decisão e comando sobre suas ações, estabelecendo
e seguindo as próprias regras. Já a independência refere-se à execução, ou seja, a
capacidade de realizar algo com os próprios meios.
Oliveira e Menezes (2011) referem a importância para a sobrevivência do idoso a
realização das atividades de vida diária, tanto básicas como instrumentais, mantendo-o
como participante de sua própria gestão de cuidados.
Para Guimarães e Cunha (2004), a dependência e a incapacidade funcional
trazidas junto com a velhice levam a uma restrição na realização de atividades de vida
diária. Estas limitações podem ser tanto físicas quanto cognitivas e devem ser levadas em
consideração em estudos e políticas de saúde.
Marra et al. (2007) confirmam que, prejuízos na realização das atividades de vida
diária podem ocorrer com pacientes em estágios precoces de quadros demenciais, sendo
30
usado como preditor. Há uma relação entre o desempenho das atividades diárias com a
gravidade da perda cognitiva, sendo esta perda observada em atividades instrumentais de
vida diária em quadros demenciais leves e das atividades básicas de vida em quadros mais
avançados. Estes mesmos autores relatam que a qualidade de vida e o aumento da
mortalidade estão relacionados com a perda de função e, sem a avaliação
multiprofissional, pode-se ter um aumento também da institucionalização, das doenças
crônicas e degenerativas e dos gastos financeiros.
Para Caixeta (2004), as demências são causas importantes de morbimortalidade e
um problema de saúde pública. Azambuja (2007) relata que os profissionais de saúde
devem estar atentos para a identificação de idosos com risco aumentado de demências.
Estes profissionais devem saber diferenciar quando se trata de um envelhecimento normal
ou patológico, para que as intervenções devam ser adequadas e mais eficazes. Ainda
segundo este autor, a prevalência de demências varia de 1 a 2% entre aqueles com 60 a
65 anos, 20% entre os indivíduos com 80 a 90 anos, e pode chegar aos 40% entre aqueles
mais velhos (acima de 90 anos).
Franzen et al. (2018) relatam a continuidade existente entre o envelhecimento
normal e o patológico, sendo difícil diferenciá-los. Para estas autoras, o denominado
comprometimento cognitivo leve encontra-se entre os dois quadros, pois já se encontra
prejuízo na cognição, porém sem comprometimento significativo na realização de
atividades diárias e sem modificações no nível de independência.
De acordo com Gauthier et al. (2006), o comprometimento cognitivo leve é um
declínio maior do que o esperado no que diz respeito a cognição, levando-se em
consideração a idade e escolaridade do indivíduo, porém, sem interferir na realização de
suas atividades de vida diárias.
Frota et al. (2011) referem que, o comprometimento cognitivo leve pode ser
classificado em amnéstico ou não-amnéstico. Em relação a este último, divide-se em
déficits de linguagem, atenção, percepção, agnosia (reconhecimento), cognição social
e/ou funções executivas, como alteração de raciocínio, planejamento, flexibilidade
cognitiva, controle inibitório, memória de trabalho, julgamento e resolução de problemas.
Desde o início, o paciente pode apresentar queixas para executar tarefas anteriormente
habituais, como, por exemplo: preparar refeições, pagar contas e fazer compras.
Para Damasceno (2004), o declínio em outras áreas cognitivas associa-se
frequentemente com as queixas de memória. Desta maneira, o comprometimento
cognitivo leve pode-se apresentar com outros subtipos, como o amnéstico ou o de
31
múltiplos domínios tais como: a linguagem, funções executivas, habilidades
visuoespaciais com ou sem alteração da memória, ou ainda de um único domínio que não
a memória.
Brucki e Nitrini (2018) referem que a queixa, tanto do paciente, quanto do
acompanhante, é importante no diagnóstico do déficit cognitivo leve, assim como o seu
desempenho em testes cognitivos (às vezes dentro dos valores normais, mas aquém de
um nível prévio), a preservação das atividades funcionais (perguntando-se sobre a
capacidade de ir ao banco, de se localizar no espaço, de comentar assuntos ou notícias da
televisão, fazer compras, etc.).
Rabelo (2009) refere que a avaliação da funcionalidade deve fazer parte do
rastreamento de casos suspeitos de quadros demenciais, pois a realização de tarefas
domiciliares, fazer compras ou a administração do próprio dinheiro, fazem parte da
cognição humana.
Em estudo realizado por Marra et al. (2007), foram comparados o desempenho de
idosos na realização de atividades diárias com o comprometimento cognitivo. O resultado
demonstrou que aqueles idosos com quadros leves tiveram piora na realização de
atividades instrumentais, enquanto os com quadros mais avançados tiveram pior
avaliação na realização de atividades básicas. Neste sentido, Godinho et al. (2011)
reafirmam que atividades complexas tais como: realizar trabalhos domésticos, cuidar de
sua refeição, medicamentos, finanças, são levemente afetadas. Por outro lado, as
atividades básicas como o autocuidado, a higiene e o controle esfincteriano estão
preservadas.
Gauthier et al. (2006) relatam que, o comprometimento cognitivo leve é uma
condição favorável ao desenvolvimento de demência, podendo o indivíduo desenvolvê-
la ou não. Neste sentido, Damasceno (2004) refere que o subtipo amnéstico, ao
comprometer outras funções cognitivas, tem aumento da probabilidade de conversão para
Doença de Alzheimer, enquanto o subtipo não-amnéstico pode evoluir para outros tipos
de demências.
O comprometimento cognitivo leve pode ser considerado um estado instável, já
que alguns indivíduos poderão desenvolver demência, enquanto outros permanecerão
mais tempo com este diagnóstico e outros até terão reversão à normalidade. Os idosos
com maior risco de desenvolverem demências, principalmente a Doença de Alzheimer,
são aqueles portadores de déficit amnéstico ou amnéstico de múltiplos domínios
(BRUCKI; NITRINI, 2018).
32
Rabelo (2009) destaca como fatores favoráveis ao desenvolvimento de demência
a baixa escolaridade, idade avançada, histórico de acidente vascular cerebral, hipertensão
arterial, sexo feminino, incapacidade funcional, comorbidades, reduzido contato social,
atividade intelectual pobre, tabagismo, viver sozinho, sedentarismo e depressão. Como
fatores protetores, as redes sociais, o engajamento social e atividades mentais, físicas ou
de lazer. Deve-se fazer uma avaliação cognitiva precoce com o objetivo de evitar ou
postergar a manifestação de danos emocionais ou sociais decorrentes de uma doença
demencial, pois este idoso pode ter prejuízos na realização de suas atividades cotidianas
e em seus relacionamentos sociais.
2.3 Testes diagnósticos para avaliação da capacidade cognitiva
Frota et al. (2011) referem que, não existe um consenso sobre quais testes devem
ser aplicados para o diagnóstico, sugerindo o uso de testes neuropsicológicos pela sua
sensibilidade.
Faz-se necessário realizar uma consideração no que se refere à interação entre
escolaridade, envelhecimento e cognição, pois são insuficientes os estudos sobre o padrão
de desempenho destes em avaliações (FOSS; VALE; SPECIALI, 2005; YASSUDA;
PAULO, 2010).
Diniz, Volpe e Tavares (2007) afirmam que sujeitos não alfabetizados e com nível
de escolaridade muito baixo caracterizam-se como um grupo no qual o perfil cognitivo
se demonstra de um feitio heterogêneo, se comparado aos indivíduos com maior nível
educacional, embaraçando por vezes, um diagnóstico mais preciso, assim como uma
interpretação comparativa dos resultados da avaliação cognitiva entre grupos. Portanto,
pode-se concluir que, tanto a escolaridade, quanto a idade, são variáveis com importante
influência em testes e vários estudos (BERTOLUCCI; BRUCHI; CAMPACCI;
JULIANO, 1994; BERTOLUCCI, 1995) de modo que em diferentes países encontram-
se resultados que indicam que mesmo pessoas que não possuíam evidências de déficit
cognitivo, quanto menor a escolaridade e maior a idade, menor era seu escore nos testes.
Brucki e Nitrini (2018, p.26) descrevem os critérios de diagnósticos do
comprometimento cognitivo leve, segundo a Clínica Mayo (PETERSEN, 2004):
1-Queixas cognitivas provenientes do paciente ou familiar;
2-Sujeito ou informante relatam declínio no funcionamento cognitivo
em relação a habilidades prévias no último ano;
3-Déficit cognitivo evidenciado por avaliação clínica em memória ou
outro domínio cognitivo;
33
4-Comprometimento cognitivo não tem repercussão importante nas
atividades de vida diária; no entanto, pode haver dificuldade em
atividades complexas;
5-Sem evidência de demência.
Segundo Scgmente e Ribeiro-Filho (2008), os critérios da Clínica Mayo,
(PETERSEN, 2004), são os recomendados pela Academia Americana de Neurologia.
Incluem os idosos que apresentam não apenas o declínio cognitivo da memória, mas
também de outras áreas da cognição, o que deve ser informado preferencialmente por um
informante. Comparando-se com os indivíduos da mesma faixa etária e nível educacional,
deve-se ter um prejuízo, ou seja, um nível um pouco abaixo do esperado. Além destes, é
recomendado que o idoso não tenha um comprometimento significativo na realização de
atividades instrumentais de vida diária.
Outro teste de avaliação cognitiva muito empregado nos serviços de saúde é o
Mini Exame do Estado Mental (MEEM), este foi desenvolvido nos Estados Unidos, sendo
publicado por Folstein et al. (1975), tendo como objetivo a criação de um instrumento
para avaliação do estado mental, especialmente sintomas de demência. A necessidade de
uma avaliação padronizada, simplificada, reduzida e rápida no contexto clínico foi o
motivo de sua criação. Contudo, não há um consenso quanto a pontuação de corte para a
determinação do déficit cognitivo, pois há a influência da escolaridade nesta pontuação.
Além disso, há problemas com a falta de aplicação padronizada, pois existe uma gama de
versões, adaptações e pontos de corte na dependência das variações da população
brasileira (heterogeneidade), o que pode gerar resultados falso positivos ou falso
negativos para o declínio cognitivo. A necessidade de educação formal para a aplicação
em uma população analfabeta e a limitação na avaliação da memória de trabalho são
outros problemas demonstrados pelo MEEM (MELO; BARBOSA, 2015).
Já o MoCA (Montreal Cognitive Assessment) é uma escala cognitiva global
desenvolvida por Nasreddine et al. (2005) para detectar indivíduos com déficit cognitivo
leve e com mudanças sutis que não são normalmente detectadas pelo MEEM. Este teste
foi validado para o português brasileiro por Memória (YASSUDA; NAKANO, 2013).
Tumas et al. (2016) descrevem o teste: teste de administração durante 10-15
minutos, constando de 30 pontos, sendo habilidades executivas e visuoespaciais com 5
pontos, nomeação 3 pontos, memória de trabalho 2 pontos, atenção 1 ponto, concentração
e cálculo 3 pontos, repetição 2 pontos, fluência verbal 1 ponto, abstração 2 pontos,
memória de curto prazo 5 pontos, orientação no tempo e espaço 6 pontos. De acordo com
34
este mesmo autor, alguns ajustes devem ser feitos para aumentar a sua precisão em relação
aos analfabetos ou pessoas com pouca instrução, pois podem influenciar a sua
sensibilidade e responsividade.
Nasreddine et al. (2005) consideram o ponto de corte 26 pontos, ou seja, a
pontuação acima de 26 é considerada normal, com especificidade de 87% e sensibilidade
de 90% para o comprometimento cognitivo leve (contra 78% e apenas 18% do MEEM),
tendo como valores, preditivo positivo 89% e preditivo negativo 91%.
Desta maneira, Cecato et al. (2014) defendem que, o MoCA, pela sua
simplicidade, rápida aplicação, abrangência da maior parte dos domínios cognitivos e alta
sensibilidade, se mostra um instrumento eficaz. Na pesquisa destas autoras, o MoCA
apresentou-se como o melhor teste para diferenciar comprometimento cognitivo leve de
idosos normais e daqueles com Doença de Alzheimer. A melhor estruturação do MoCA
em relação ao MEEM, com a presença de mais testes de memória, linguagem e funções
executivas, torna-o mais eficaz para idosos com alta escolaridade e déficit cognitivo leve.
Existe também a Bateria Breve de Rastreio Cognitivo (BBRC) da qual é também,
uma tecnologia de rastreio que mensura processos cognitivos, sobretudo a memória. Aos
escores de cada item é aplicada uma equação matemática de integração de dados que
consistem na aplicação do Teste de Fluência Verbal e do Teste do Desenho do Relógio
que são considerados testes distratores para a primeira etapa metodológica, que consiste
na apresentação de figuras comuns ao indivíduo, das quais precisam ser memorizadas e
evocadas. A pontuação igual ou superior a 30 indica possível quadro demencial (OLIANI
et al., 2017).
Ainda em forma de bateria, existe também, o protocolo de autonomia GDLAM,
composto por cinco testes, que possuem o objetivo de avaliar a autonomia funcional do
indivíduo (ANDRADE, 2015). Os cincos testes que compõem o Protocolo GDLAM são:
caminhar 10m (C10m) (SIPILÄ et al., 1996); levantar-se da posição sentada (LPS)
(GURALNIK et al., 1995; GURALNIK et al., 2000); levantar-se da posição decúbito
ventral (LPDV) (ALEXANDER et al., 1997); levantar-se da cadeira e locomover-se pela
casa (LCLC) (ANDREOTTI; OKUMA, 1999); e o teste de vestir e tirar uma camiseta
(VTC) (DANTAS; SOUZA, 2004).
Além destes, outro teste bastante utilizado é o Addenbrooke (ACE-R) de
Carvalho e Caramelli (2007) que é um instrumento breve de rastreio cognitivo, onde a
pontuação mais alta é referente ao melhor funcionamento cognitivo, podendo atingir o
máximo de cem pontos. Este teste avalia cinco domínios neurocognitivos: atenção e
35
orientação (18 pontos), memória (26 pontos), fluência (14 pontos), linguagem (26 pontos)
e visuoespacial (16 pontos). Acerca dos pontos de corte, eles são calculados de acordo
com a escolaridade: ≥ 50 pontos para analfabetos, ≥ 60 pontos para até quatro anos de
estudo, ≥ 70 pontos de cinco a oito anos de estudo, ≥ 80 pontos mais que nove anos de
estudo.
Aliada a aplicação de testes e escalas para avaliar a capacidade cognitiva, é
importante que seja incluído instrumentos para definir a capacidade funcional dos idosos.
De acordo com Aires, Paskulin e Morais (2010), a capacidade funcional é de fundamental
importância para o bem-estar do idoso. Na falta de autonomia desta, o indivíduo vai ter
prejuízos físicos, sociais ou psicológicos. Assim, torna-se indispensável a determinação
das condições de realização de suas tarefas diárias. Para isso, utilizam-se instrumentos
específicos.
Um dos instrumentos de coleta é a escala de Lawton e Brody (1969), validada por
Santos e Virtuoso Júnior (2008, p. 292):
Escala composta de 9 atividades, que são: usar o telefone, fazer
compras, cuidar das finanças, preparar as próprias refeições, arrumar a
casa, fazer trabalhos manuais domésticos, lavar e passar roupa, tomar
medicação corretamente e sair para lugares distantes usando algum
meio de transporte. Para cada AIVD proposta, são possíveis três
alternativas: realiza sem ajuda (3 pontos), realiza com ajuda parcial (2
pontos), não consegue realizar (1 ponto). A pontuação máxima da
escala é 27 pontos e a classificação funcional segue a seguinte
pontuação: atingindo de 27 a 19 pontos, o idoso é considerado
independente; de 18 a 10 pontos, apresenta dependência parcial; e
abaixo de 9, apresenta dependência importante.
Para Marra et al. (2007), a escala de Lawton e Brody é um instrumento com
valores adequados de confiabilidade e validade, sendo reconhecido na literatura. Além
disso, é de fácil compreensão pelos examinadores, quanto pelos examinados. Araújo et
al. (2010) relatam como vantagens a fácil aplicação e interpretação dos resultados, o baixo
custo, a ausência da necessidade de aplicadores especializados, o curto tempo de
aplicação e a possibilidade precoce de rastreamento da incapacidade instrumental. Este
instrumento apresenta como ponto fraco o fato de que algumas atividades citadas, como
lavar e passar roupa ou arrumar a casa, são tradicionalmente realizadas por mulheres.
36
2.4 Técnicas para melhoria da funcionalidade cognitiva
Tendo em vista que existem diversos tipos de intervenção cognitiva para os idosos
e, por vezes, existe certa confusão acerca dos conceitos mais utilizados, é de extrema valia
abordar esse assunto, a fim de contribuir para o melhor entendimento destas intervenções
(FERNANDEZ-PRADO et al., 2012; GIORDANO et al., 2010).
Na literatura é possível encontrar múltiplos termos para descrever os métodos de
intervenção, dentre eles destacam-se como mais utilizados: estimulação cognitiva, treino
cognitivo e reabilitação cognitiva. Todavia, embora por muitas vezes usados como
sinônimos, diferem quanto à metodologia utilizada (MOWSZOWSKI et al., 2010).
O baixo assentimento na utilização dos termos vem construindo barreiras nos
estudos, pelo fato de que os pesquisadores encontram a tarefa de corrigir a classificação
do tipo de intervenção reportada pelos autores. Em vista disso, Clare et al. (2005) iniciou
uma proposta de elaboração de um referencial taxonômico, do qual posteriormente foi
discutido e revisado por Belleville (2008), Mowszowski et al. (2010) e Bahar-Fuchs et
al. (2013). Neste processo de revisão, os últimos autores fixam o campo da intervenção
cognitiva na ampla gama de intervenções não-farmacológicas, que têm como alvo direto
ou indireto o funcionamento cognitivo para grupos clínicos e não-clínicos. A partir disso,
a seguir iremos abordar esses principais conceitos a partir dessas recomendações, com
intuito de promover o melhor entendimento destas intervenções.
Pita (2014) relata que o treino cognitivo é uma intervenção não farmacológica que
tem como intenção preservar e talvez potencializar as capacidades cognitivas do idoso,
através de atividades de áreas específicas da cognição ou até benefícios em funções de
vida diária, visto o crescente aumento da população idosa.
Para Neely (2009), o treino cognitivo é um conjunto de práticas guiadas com
tarefas padronizadas para determinadas áreas cognitivas, tais como a memória, atenção,
resolução de problemas, raciocínio, velocidade de processamento, etc. Ele assume o
formato unimodal (uma área cognitiva específica) ou multimodal (várias áreas). Além
disso, pode ser do tipo lápis e papel ou computadorizado, podendo incluir a avaliação de
atividades da vida diária. Neste sentido, Triadó e Villar (2007) referem que o treinamento
cognitivo, objetiva acionar vários processos mentais, tais como atenção, memória,
linguagem e percepção, para o fortalecimento das redes neurais e conexões.
37
Dentre as atividades que podem ser utilizadas no treinamento cognitivo,
encontram-se a prática de jogos, tais como xadrez, quebra-cabeça, palavra-cruzada, entre
outros. O xadrez, por exemplo, é um jogo que exige muitas soluções mentais do jogador,
envolvendo, portanto, muitos aspectos de altos níveis de cognição, requerendo assim,
habilidades sofisticadas para solução de problemas (TAVARES, 2007).
Atherton et al. (2003), realizaram um estudo no qual utilizou-se a ressonância
magnética afim de identificar áreas corticais que são acionadas durante a análise de
posições no xadrez comparados com uma tarefa espacial com estímulo visual. Revelando
deste modo a ativação bilateral no lobo frontal superior, nos lobos parietais e occipitais.
Dessa forma, esse achado indica que, ao ativar bilateralmente áreas do cérebro, há um
favorecimento da manutenção da saúde cognitiva de idosos. Esse resultado corrobora com
Cabeza et al. (1997) e Cabeza (2002) dos quais, afirmam que aumentando a bilateralidade
em adultos mais velhos, favorece-se a neutralização da associação entre idade e déficits
cognitivos.
Golino e Flores-Mendoza (2016) citam os diferentes formatos do treino cognitivo:
sessões individuais ou coletivas, unimodal ou multimodal (multidomínios), do tipo lápis
ou papel ou com tarefas computadorizadas, efeitos da transferência proximal ou distal e
follow-up para verificação da durabilidade dos efeitos com o decorrer do tempo.
Para Pita (2014), a aplicação correta e com estratégias adequadas, pode
proporcionar retardo no declínio cognitivo ou resultados positivos na manutenção das
capacidades intelectuais. Yassuda (2011) relata que os estudos atuais demonstram a
permanência da plasticidade cognitiva nos idosos, que, ao serem estimulados, apresentam
melhora do desempenho em tarefas cognitivas. Neste sentido, Pereira (2012) refere que,
de acordo com os estudos atuais, os programas de treino cognitivo podem preservar o
nível de funcionalidade dos idosos, assim como a recuperação dos processos cognitivos,
pois há a plasticidade cognitiva, responsável pela modificação e adaptação cerebral.
Pita (2014) cita a importância do desenvolvimento de treinos cognitivos para a
sociedade: o aumento progressivo dos custos com os idosos; a necessidade de prevenir
ou atrasar a institucionalização ou de cuidados (aumentando a independência ou
dignidade dos idosos); redução do declínio cognitivo; melhoria da qualidade de vida e
independência.
Yassuda et al. (2006) relatam a diferença entre os programas de treino cognitivo
no que diz respeito à duração, às estratégias ensinadas e à metodologia empregada,
encontrando-se na literatura grande diversidade em relação aos seus efeitos, à sua
38
generalização para tarefas não-treinadas e à manutenção a longo prazo.
Olchik (2012) descreve a variabilidade entre os tipos de treinamentos cognitivos:
para um certo tipo de memória ou várias; individualmente ou em grupo; todos levando ao
aumento da velocidade de processamento do foco atencional, o que reduz o prejuízo
mnemônico ou a ativação de habilidades em desuso, com aumento do desempenho
máximo do indivíduo.
Silva et al. (2013) relatam o aumento de diferentes intervenções cognitivas para
idosos, citando, porém, a necessidade de aprofundamento e de melhores evidências
científicas.
Além do treino cognitivo, há a estimulação cognitiva que, de acordo com Golino
e Flores-Mendoza (2015, p. 45) é “também conhecida como brain training ou
estimulação mental, refere-se à realização repetida de tarefas padronizadas, sendo muito
comum no formato informatizado ou de games”.
Ademais, a dança sênior pode ser utilizada como uma estratégia de promoção da
percepção de bem-estar e saúde de idosos, sendo considerada também uma estratégia de
estimulação cognitiva (CASSIANO et al., 2009).
Ainda nesta perspectiva, vale ressaltar que a música pode ser considerada como
uma prática de estimulação cognitiva, onde segundo Seki e Galheigo (2010), o potencial
terapêutico da música se relaciona com seu caráter de linguagem e expressão e a
possibilidade de conexão com áreas afetivo-emocionais, relacionadas aos sentidos que o
indivíduo e seu contexto atribuem ao fenômeno musical.
Segundo Butler et al. (2004) é importante estimular, compreender, provocar o uso
de processos cognitivos particulares por meio de estímulos ambientais, sendo eles, a
leitura, jogos e recreação, podendo envolver igualmente o movimento corpóreo, como
estímulo para o cérebro. O engajamento social, estimulação intelectual e atividades
físicas, associam-se como aspectos poderosos na saúde cognitiva.
Belleville (2008) caracteriza a estimulação cognitiva como um conjunto de
atividades desenvolvidas em grupos e que são delineadas para o aprimoramento de
funções cognitivas e sociais, das quais incluem discussões, atividades de leitura
supervisionada, memorização de listas e demais atividades, destacando que elas são
estruturadas com foco em orientação e reminiscência.
Destaca-se como uma característica acentuada das intervenções do tipo brain
training, a falta de uma situação de aprendizagem estruturada e direcionada, tendo em
vista que esta metodologia de intervenção possui como objetivo envolver o indivíduo em
39
uma situação de esforço mental por meio da prática e repetição de tarefas (GOLINO;
FLORES-MENDOZA, 2016).
Siewert (2008) e Lousa (2016) descrevem que a estimulação cognitiva envolve
diferentes atividades que estimulam o pensamento, a concentração e a memória e pode
ser efetuada por diversos profissionais da saúde, todavia, é necessário possuir
conhecimento e preparo para tal atividade. As atividades existentes são diversas e muitas
carecem de comprovação de sua eficácia clínica, sendo de extrema importância o
planejamento, em especial, para definição de quem vai executar, que grupo de idosos irão
participar e de que local eles procedem. Se houver disparidade do conjunto de idosos,
considera-se a possibilidade de alteração do resultado.
Neste sentido, Souza e Chaves (2005, grifo nosso) afirmam que o recurso da
estimulação cognitiva por meio da avaliação da memória, (mais precisamente) por meio
do resultado das chamadas “oficinas de memória” possuem um desempenho mnemónico,
que pode ser analisado mediante testes de avaliação psicológica precisos e específicos
para memória.
Ainda segundo os mesmos autores, esses testes são capazes de quantificar e
avaliar o grau de envolvimento dos sujeitos, mais especificamente os idosos através de
atividades específicas. Sendo imperativo o uso dos métodos terapêuticos e de enorme
valor para população mais idosa que se encontra em risco de défices de memória, a que
se acrescenta uma baixa qualidade de vida.
Diversos estudos dos seguintes autores: Belleville (2008); Belleville et al. (2006);
Belleville et al. (2011); Montembeault et al. (2012) e Gross et al. (2011), têm apoiado a
hipótese de que a aplicação da estimulação cognitiva em idosos é efetiva e traz inúmeros
benefícios independentemente da idade dos sujeitos, sendo eles portadores ou não de
alguma patologia ou déficit cognitivo. Chariglione e Janczura (2013) reforçam que
estimulação cognitiva assegura várias mudanças, seja no nível cognitivo ou
neuropsicológico, abarcando idosos saudáveis e/ou em condições de funcionamento
normal.
Por fim, faz-se necessário destacar ainda, que a estimulação cognitiva pode
representar um potencial e promissora intervenção para a redução dos sintomas
depressivos e das vulnerabilidades depressivas (KNAPP et al., 2013).
Em síntese, Golino e Flores-Mendonza (2016) diferenciam o treino cognitivo da
estimulação mental e da reabilitação cognitiva, em vista de que o treino cognitivo avalia
40
também tarefas de estimulação mental, mas com o esforço de aprendizagem e foco no
ensino de estratégias para potencialização dos efeitos da intervenção, já a estimulação
mental preza pela realização e repetição de tarefas cognitivas específicas e padronizadas.
Por fim, a reabilitação visa melhorar o desempenho em tarefas cognitivas particulares.
Em relação a reabilitação cognitiva, ela consiste no uso de estratégias para
aperfeiçoar ou compensar dificuldades pertinentes a atividades específicas de um
indivíduo em sua vida diária, como por exemplo, aprender o nome de seu novo cuidador.
Os programas de reabilitação neurocognitiva têm como objetivo, melhorar a qualidade de
vida dos pacientes e familiares, maximizando o aproveitamento do funcionamento
cerebral, total ou parcialmente preservado por meio do ensino de estratégias
compensatórias, aquisição de novas habilidades e adaptação às perdas permanentes
(LOUSA, 2016).
De modo histórico, a reabilitação vem sendo vista como um processo que visa
ajudar as pessoas a alcançar ou manter um nível ótimo de funcionamento físico,
psicológico e social no contexto dos prejuízos específicos decorrentes de doença ou lesão,
promovendo, assim, a participação em atividades preferenciais e valorização de papéis
sociais (OMS, 2020). Chariglione e Janczura (2013) consideram ainda que o processo de
reabilitação neuropsicológica promove uma conscientização do paciente a respeito das
suas capacidades remanescentes, facilitando uma mudança na auto-observação e
possivelmente, uma aceitação de sua nova realidade.
Todavia, percepções mais recentes da reabilitação adicionam uma perspectiva
mais profunda da complexa interação entre a doença e a capacidade funcional: a
deficiência pode perdurar até mesmo quando a doença que a desencadeou foi eliminada,
e da mesma forma, a deficiência pode ser reduzida em face de danos permanentes ou até
mesmo doenças crônicas (BELLEVILLE, 2008).
Frequentemente observamos a utilização do termo intervenção e reabilitação
como sinônimos, dessarte Woods et al. (2012) concluíram em sua recente revisão que
congregar atividades de estimulação cognitiva com métodos da abordagem de orientação
para a realidade, promovem de forma sólida melhorias na cognição geral, sobretudo para
pacientes com demência leve e moderada, melhorando a qualidade de vida destes.
A qualidade de vida em pessoas idosas engloba múltiplos aspectos, sendo eles
considerados importantes para a promoção de um envelhecimento saudável, dos quais
estão ligados à biologia do organismo, a história de vida, bem como fatores culturais e
sociais. No que diz respeito ao estilo de vida e o desempenho cognitivo nesta população,
41
segundo Ribeiro et al. (2009), tanto o declínio, quanto a estabilidade das funções
cognitivas podem ser afetados ao longo do processo de envelhecimento por diferenças
interindividuais que envolvem fatores sociodemográficos, genéticos, estilos de vida e de
saúde física.
De acordo com Nahas (2003) há sólidas evidências de que o estilo de vida
individual, considerado um conjunto de crenças, valores e atitudes que se conjecturam
nos hábitos cotidianos, ou seja, no padrão de comportamento, proporcionam um
importante impacto sobre a saúde, determinando desse modo, para a grande maioria das
pessoas, o quão, adoentadas ou saudáveis, elas serão a médio e longo prazo.
Diante dessa afirmação, considera-se a partir do estilo de vida individual,
composto por seus aspectos relacionados a saúde, que poderão surgir reflexos positivos
ou negativos na qualidade de vida atual e na velhice do indivíduo. Todavia, acerca dos
mais distantes graus de desequilíbrios e contrastes socioeconômicos em que vivemos
atualmente, pode-se considerar que as pessoas ainda estão longe de um estilo de vida
considerado ideal (TAVARES, 2007).
Um importante aspecto que pode favorecer uma boa qualidade de vida e a
manutenção e/ou atenuação de perdas cognitivas em idosos, é a prática de atividade física,
mesmo os idosos que já apresentam algum tipo de demência. De acordo com Arcoverde
et al. (2008), a estimulação física e cognitiva em idosos com Doença de Alzheimer (DA)
pode contribuir para a redução do declínio cognitivo e funcional.
Neste sentido, Ferruci, Guralnik e Studenski (2004) e Faber et al. (2006),
consideram que os exercícios podem ser uma prática preventiva, adequada para retardar
ou mesmo reverter o processo de fragilidade, na qual seria a instabilidade e o risco de
perda de função funcional, mental e física, notada em pessoas idosas. Almeida et al.
(2005) destacam em sua pesquisa, que determinados distúrbios do sono foram menos
recorrentes entre idosos que participavam regularmente de atividades de lazer, neste
cenário, incluindo a atividade física, demostrando, portanto, que a manutenção de
atividades prazerosas, como as de lazer, pode repercutir positivamente na saúde desse
grupo populacional.
Ressalta-se que dentre os principais benefícios observados na prática de atividade
física nos idosos, encontra-se o aumento da flexibilidade, diminuição da gordura corporal,
controle da ansiedade, melhora do sono, da circulação, da capacidade cardiopulmonar,
nas dores articulares associadas à má postura e diminuição de perda óssea, podendo ainda,
42
conforme já mencionado, contribuir para o envelhecimento cognitivamente saudável
(TOMPOROWSKI, 2003; LOURENÇO; VERAS, 2006).
Diante disso, Freitas et al. (2010) revelam que dos 98 idosos participantes da
pesquisa, aproximadamente 25 idosos (26%) exibiram o diagnóstico de declínio
cognitivo/demência, associados aos seguintes aspectos: maior idade, menor renda
familiar e pior desempenho nos testes cognitivos. A partir desses dados e das entrevistas
realizadas, os autores chegaram à conclusão de que este diagnóstico pode ser associado
de forma significativa a menor participação em atividades físicas e recreativas,
destacando que os entrevistados apresentaram uma autopercepção da saúde negativa e um
estilo de vida sedentário, dois critérios que estão associados ao maior risco de declínio
cognitivo em idosos.
Destaca-se que a atividade física pode também influenciar positivamente na
plasticidade do cérebro proporcionando os processos neurogenerativos, neuroadaptativos
e neuroprotetores (DISHMAN et al., 2006). Além disso, considera-se que atividades
comuns de vida diária, tais como: trabalho no jardim, limpar a casa, etc., também podem
estar associadas com menores taxas de declínio cognitivo. Neste contexto, Verghese et
al. (2003) consideram que dançar de quatro a cinco vezes por semana pode ser benéfico
para o cérebro idoso, tanto no sentido corporal quanto mental, podendo contribuir para a
diminuição significativa da incidência de demência.
43
4 MATERIAL E MÉTODOS
A revisão integrativa (RI) é um método de revisão mais amplo que permite incluir
literatura teórica e empírica bem como estudos com diferentes abordagens metodológicas,
esse método tem a finalidade de reunir e sintetizar resultados de pesquisas sobre um
delimitado tema ou questão, de maneira sistemática e ordenada, contribuindo para o
aprofundamento do conhecimento do tema investigado. Inclui a análise de pesquisas
relevantes que dão suporte para a tomada de decisão e a melhoria da prática
clínica, possibilitando a síntese do estado do conhecimento de um determinado assunto,
além de apontar lacunas do conhecimento que precisam ser preenchidas com a realização
de novos estudos. Esta análise de pesquisa utiliza-se de material variado publicado em
periódicos, livros, teses, dissertações, relatórios, entre outros (MENDES; SILVEIRA;
GALVÃO, 2008).
4.1 Etapas da revisão integrativa
Segundo Mendes, Silveira e Galvão (2008), a revisão integrativa é realizada em 6
etapas. A primeira etapa consiste em definir o tema, a pergunta norteadora, as palavras
chaves da pesquisa. O assunto deve ser definido de maneira clara e específica, sendo que
a objetividade inicial predispõe todo o processo a uma análise direcionada e completa,
com conclusões de fácil identificação e aplicabilidade. A questão norteadora da revisão
integrativa pode ser delimitada, focalizando, por exemplo, uma intervenção específica,
ou mais abrangente, examinando diversas intervenções ou práticas na área da saúde.
Para tanto, adotou-se a construção da RI a partir das etapas propostas por
Mendes, Silveira e Galvão (2008) denominadas: 1) Formulação da pergunta; 2)
Amostragem; 3) Extração dos dados; 4) Análise Crítica; 5) Síntese dos Resultados e; 6)
Síntese do Conhecimento, as quais serão detalhadas a seguir, com exceção das duas
últimas etapas que estão contempladas na apresentação dos resultados e conclusões desta
RI, respectivamente.
44
Etapa 1: Formulação da pergunta
A pesquisa foi revisada e organizada conforme o protocolo PICO, pois a
realização das estratégias de busca está diretamente relacionada à pergunta de pesquisa,
devendo esta ser formulada acerca do acrônimo PICO, composto por: P
(população/participante); I (Intervenção/procedimento); C (controle); O (resultado)
(SANTOS; PIMENTA; NOBRE, 2007).
Desta forma, a partir da pergunta de pesquisa: Quais são as tecnologias utilizadas
para avaliação da funcionalidade cognitiva de idosos saudáveis ou com cognição
prejudicada? Estabeleceu-se o protocolo PICO da seguinte maneira (Apêndice 01):
P (população): Pessoas idosas;
I (Intervenção): Aplicação de tecnologias x funcionamento cognitivo no idoso;
C (Controle): Presença de tecnologias utilizadas na avaliação das
funcionamento cognitivo de idosos;
O (Resultado): Avaliar os resultados encontrados após a aplicação das
tecnologias na melhoria da funcionamento cognitivo dos idosos.
Após a organização do PICO, iniciou-se a etapa 2 da Revisão Integrativa.
Etapa 2: Amostragem
A segunda etapa é a busca e amostragem da literatura, a busca em base de dados
deve ser ampla e diversificada. O ideal é que todos os artigos encontrados sejam utilizados
e os critérios de amostragem precisam garantir a representatividade da amostra, sendo
importantes indicadores da confiabilidade e da fidedignidade dos resultados (MENDES;
SILVEIRA; GALVÃO, 2008).
O estudo foi realizado por meio da busca nos bancos de dados da Scientific
Electronic Library Online (SCIELO) e da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) que
compõem entre outras bases a Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da
Saúde (LILACS), a Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line
45
(MEDLINE). Para o desenvolvimento desta pesquisa se fez necessário o uso de um
computador com acesso à internet.
Para a estratégia de busca, utilizou-se os seguintes descritores: Cognição; Idoso;
Exames de Estado Mental e Demência. Ainda, para ampliar a busca de artigos, foram
considerados termos e palavras de texto relacionadas aos descritores supracitados.
Quadro 01: Descritores e Palavras Similares
DESCRITORES BM PALAVRAS SIMILARES
Cognição OR Função Cognitiva
Idoso
OR
Idosos
Pessoa de Idade
População Idosa
Pessoas de Idade
Pessoas Idosas
Pessoa Idosa
Exames de Estado Mental
e Demência
OR
Avaliação Clínica da Demência
Avaliação Cognitiva de Montreal
Avaliação da Cognição pelo Clínico Geral
COGNISTAT
Classificação Clínica da Demência
Classificação Clínica de Demência
Escala de Avaliação Clínica da Demência
Exame Cognitivo Neurocomportamental
GPCOG
MMSE
Instrumento de Triagem de Avaliação Cognitiva
Mini-Exame do Estado Mental
Miniexame do Estado Mental
MicroCog
Mini-Cog
Mini-Exame do Estado Mental de Folstein
Miniexame do Estado Mental de Folstein
Testes Neurocognitivos
A estratégia de busca foi construída utilizando os operadores booleanos (AND),
(OR), considerando as especificidades de cada base. Os operadores booleanos AND
46
(combinação restritiva) e OR (combinação aditiva) foram utilizados por meio dos
descritores citados.
Dando seguimento a busca dos artigos, considerou-se os seguintes critérios de
inclusão e exclusão:
Critérios de inclusão: Os artigos selecionados nas bases de dados informadas
acima, sendo artigos científicos publicados entre os anos de janeiro de 2015 a janeiro de
2020 cujo título esteja de acordo com o objetivo proposto por esta revisão, que respondam
à pergunta de pesquisa e que estejam disponíveis na íntegra no idioma português.
Critérios de Exclusão: Todos os estudos que não respondam à questão desta
pesquisa. Além de estudos duplicados nas bases de dados e bibliotecas digitais (Quando
presente em mais de uma base e/ou biblioteca digital foi considerado o estudo encontrado
na primeira base e/ou biblioteca digital); artigos que não tenham texto na íntegra;
publicações inferiores ao ano de 2015 e literatura cinzenta (livros, teses e dissertações).
Etapa 3: Extração dos dados
Para a organização e categorização dos resultados, os artigos foram submetidos à
leitura analítica, cuja finalidade é de ordenar e sumariar as informações contidas nas
fontes, de forma que possibilitem a obtenção da resposta de pesquisa e o alcance dos
objetivos propostos, realizado em duas fases:
Fase 1: após finalizar a busca dos dados, assim como a leitura do resumo e
conclusão dos mesmos, confirmando que estes estejam dentro dos critérios de inclusão
desta pesquisa, foi dado início a fase 1, nesta fase é utilizada uma ficha de seleção dos
dados em análise. Esta ficha tem como objetivo de sintetizar esta seleção, sendo possível
visualizar os motivos de exclusão.
Fase 2: foi realizada uma leitura completa de todos os artigos, garantindo-se que os
dados possuíam o conteúdo esperado, estas leituras eram introduzidas para suceder-se a
análise, caso contrário eram excluídas. A partir disto, foi montado um quadro (Apêndice
02), do qual dispõem dados das publicações selecionadas, contendo nele: Base de dados;
Autor; Titulação/Formação; Título/Ano; Tipo de estudo; Periódico/Local; População
pesquisada; Principal Objetivo; Resultados encontrados.
Nesta etapa, obteve-se o resultado de 27.968 artigos, onde verificou-se que houve
uma diminuição de 27.846 artigos quando foram aplicados os filtros dos últimos 5 anos
47
(2015- 2020) e idioma (português), resultando em 112 e quando realizadas as fases 3 e 4
da RI foram excluídos mais 92 artigos, totalizando (n=21) para a análise e discussão.
Figura 01: Fluxograma de tomada de decisões para seleção dos estudos no período
de 2015 a 2020
Etapa 4: Avaliação Crítica
Após, os artigos selecionados foram agrupados e organizados tendo como critério
de organização os resultados e conclusões dos artigos analisados. Para a análise dos
dados, utilizou-se a temática de análise categorial descrita por Minayo (2013) que consiste
em descobrir os núcleos de sentido que compõem uma comunicação, cuja presença ou
frequência signifiquem alguma coisa para o objeto. Para uma análise de significados, a
48
presença de determinados temas denota estruturas de relevância, valores de referência e
modelos de comportamento presentes ou subjacentes nos textos.
Essa etapa foi organizada em duas categorias temáticas juntamente com as suas
subcategorias (Figura 02 e Quadro 2).
Figura 02: Categoria temática
Categoria 1:Testes aplicados para avaliação da capacidade cognitiva dos
idosos
• Miniexame do Estado Mental
• Exame Cognitivo de Addenbrooke Revised (ACE-R)
• Bateria breve de rastreio cognitivo (BBRC)
• Protocolo de avaliação funcional do Grupo de Desenvolvimento Latino-Americano para a Maturidade (GDLAM)
• Mini-Mental State Examination (MMSE)
• Avaliação Cognitiva Montreal (MoCA)
• Teste de Fluência Verbal
Categoria 2: Técnicas utilizadas para melhoria da Funcionalidade Cognitiva
do Idoso
• Exercícios Físicos
• Musicoterapia e Dança
• Jogos Eletrônicos Cognitivos/ Utilização da Internet
• Aplicação das Atividades Avançadas de Vida Diária
• Treinamento Cognitivo/ Treinamento de estímulo Cognitivo
• Uso de Práticas preventivas de Declínio Cognitivo
• Aplicação da Terapia de Reminiscência
Tecnologias utilizadas para avaliação da funcionalidade cognitiva de idosos
saudáveis ou com cognição prejudicada
49
Quadro 02: Distribuição dos artigos por categorias temáticas
Testes aplicados para avaliação da
capacidade cognitiva dos idosos
Técnicas utilizadas para melhoria da
Funcionalidade Cognitiva do Idoso
Especificação Artigos N % Especificação Artigos N %
50
Miniexame do
Estado Mental
(MEEM)
A1; A2; A3;
A5; A7; A8;
A9; A10;
A13; A14;
A15; A16;
A17; A18;
A19; A20;
A21.
17 81,0 Exercícios
Físicos
A1; A2; A5;
A7; A8; A9;
A12; A15;
A21.
09 42,0
Exame
Cognitivo de
Addenbrooke
Revised (ACE-
R)
A4 e A11. 02 9,4 Musicoterapia
e Dança
A6; A17 02 9,5
Bateria breve de
rastreio cognitivo
(BBRC)
A14 01 4,7 Jogos
Eletrônicos
Cognitivos/
Utilização da
Internet
A4; A19 02 9,5
Protocolo de
avaliação
funcional do
Grupo de
Desenvolvimento
Latino-
Americano para
a Maturidade
(GDLAM)
A12
01 4,7 Aplicação das
Atividades
Avançadas de
Vida Diária
A14; A20 02 9,5
Mini-Mental
State
Examination
(MMSE)
A6 01 4,7 Treinamento
Cognitivo/
Treinamento
de estímulo
Cognitivo
A7; A10;
A11; A13;
A19.
05 23,8
Avaliação
Cognitiva
Montreal
(MoCA)
A8 01 4,7 Uso de
Práticas
preventivas de
Declínio
Cognitivo
A3
01 4,7
51
Teste de
Fluência Verbal
A9 01 4,7 Aplicação da
Terapia de
Reminiscência
A16
01 4,7
Fonte: Instrumento de pesquisa, 2020.
Etapa 5: Síntese dos Resultados
Nesta etapa, a RI discute sobre os textos analisados, em que o pesquisador, guiado
pelos achados, realiza a interpretação dos dados e, com isso, é capaz de levantar as lacunas
de conhecimento existentes e sugerir pautas para futuras pesquisas (GANONG, 1987;
MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008).
Etapa 6: Síntese do Conhecimento
Consiste na apresentação da revisão, a qual segundo Whittemore (2005) deve
conter detalhes explícitos das pesquisas primárias, a fim de fornecer ao leitor condições
de averiguar a adequação dos procedimentos realizados, bem como declarar possíveis
limitações metodológicas na elaboração da revisão.
Essa última etapa consiste na elaboração do documento devendo apresentar os
principais resultados obtidos. Para Mendes, Silveira e Galvão (2008, p. 763), essa etapa
é “um trabalho de extrema importância, já que produz impacto devido ao acúmulo do
conhecimento existente sobre a temática pesquisada”.
4.2 Aspectos éticos
O desenho de pesquisa intitulado “O treino cognitivo para a melhoria das
funções executivas em idosos não demenciados”, foi submetido e aprovado pelo CEP sob
o parecer de n. 3.693.287, CAAE: 20117619.8.0000.0120, em 08 de novembro de 2019
(Anexo 01), contudo não foi possível de completar a coleta de campo em tempo hábil
devido as férias dos grupos de idosos e logo, surgiu a pandemia do COVID-19, que levou
52
ao isolamento social da população em geral, principalmente dos idosos, fato que levou ao
desenvolvimento dessa revisão integrativa, na mesma temática.
E, por se tratar de uma revisão de literatura e oferecer riscos mínimos, não foi
submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa da UNIVALI. Contudo, atendeu-se as
exigências éticas acerca dos dados coletados ao decorrer da pesquisa, preservando o rigor
ético que implica em não infringir a Resolução CNS nº 466/12. (Apêndice 02)
53
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A apresentação dos resultados e sua discussão estão organizados em três
momentos:
1) Caracterização dos artigos segundo a base de dados, no total de 21 artigos,
por meio de quadros e gráficos trazendo informações sobre base de dados, autor, titulação
e formação, título e ano, tipo de estudo, periódico e local de publicação, população
pesquisada, objetivo principal, resultados encontrados.
2) Apresentação das tecnologias utilizadas para avaliação da funcionalidade
cognitiva de idosos saudáveis ou com cognição prejudicada identificada nos artigos a
partir de duas categorias: Categoria 1: Testes aplicados para avaliação da capacidade
cognitiva dos idosos; Categoria 2: Técnicas utilizadas para melhoria da Funcionalidade
Cognitiva do Idoso.
3) Apresentação da síntese propositiva sobre as estratégias de cuidado para a
melhoria da funcionalidade cognitiva dos idosos.
54
5.1 Caracterização das publicações
Quadro 03: Caracterização das publicações
Nº Base de
dados
Autor Titulação/
Formação
Título/Ano Tipo de
estudo
Periódico/
Local
População
pesquisada
Objetivo Principal Resultados
Encontrados
A1 LILACS Marisa Moreira
BRAGA; André
dos Santos
COSTA; Tony
Meireles
SANTOS; Andrea
Camaz
DESLANDES;
Jhonnatan
Vasconcelos
Pereira SANTOS;
Carla Menêses
HARDMAN
Mestre;
Doutor;
Doutor;
Doutora;
Mestre;
Doutor.
(6 Profissionais
de educação
física)
Proposta de
um
protocolo de
treino e seu
efeito nas
funções
cognitivas
em idosas
depressivas.
2019
Revisão
integrativa
Revista
Brasileira de
ciência e
movimento.
(São Paulo)
DOI:
10.31501/rbc
m.v27i3.9925
Idosos
saudáveis
Descrever uma
proposta do
protocolo de
treinamento
aeróbico intervalado
de moderada
intensidade e
verificar o seu efeito
nas funções
cognitivas em idosas
com o diagnóstico
de depressão maior.
Verificou um efeito
positivo no
desempenho das
tarefas de atenção,
função executiva e
dupla tarefa
visuoespacial após
uma estratégia de
treinamento, baseada
no exercício aeróbico
intervalado de
moderada intensidade
de nove semanas, em
idosas com depressão.
A2 LILACS Jéssica Fernanda
SIQUEIRA;
Mateus Dias
ANTUNES; José
Roberto A. do
NASCIMENTO
JÚNIOR; Daniel
Graduada;
Mestre;
Doutor;
Doutor.
(2 Profissionais
de Ed. Física;
Efeitos da
prática de
exercício de
dupla tarefa
em idosos
com Doença
de
Alzheimer:
Revisão
sistemátic
a
Saúde e
Pesquisa
(Paraná)
DOI:
10.17765/217
6-
Idosos Revisar de forma
sistemática a
literatura atual para
sumarizar o efeito
de intervenções com
dupla tarefa sobre
sintomas da Doença
de Alzheimer.
Os estudos têm
comprovado que o
exercício de dupla
tarefa pode amenizar e
controlar as perdas
motoras e cognitivas
ocasionadas por esta
doença.
55
Vicentini
OLIVEIRA
2
Fisioterapeutas
)
revisão
sistemática.
2019
9206.2019v1
2n1p197-202
A3 LILACS Priscila Aguiar
MENDES;
Annelita Almeida
Oliveira
REINERS;
Rosemeiry
Capriata de Souza
AZEVEDO; Ana
Carolina Macri
GASPAR; Neuber
José SEGRI;
Samira Reschetti
MARCON
Mestre;
Doutora;
Doutor;
Mestre;
Doutor
PHD.
(6
Enfermeiros)
Práticas
preventivas
de declínio
cognitivo
realizadas
por idosos e
fatores
associados.
2019
Estudo
transversal
analítico
REME
revista
mineira de
enfermagem
(Minas
Gerais)
DOI:
http://www.d
x.doi.org/10.
5935/1415-
2762.201901
14
Idosos sem
alterações
cognitivas
avaliadas
Analisar a
prevalência de
práticas preventivas
de declínio
cognitivo (DC) entre
idosos e os fatores
sociodemográficos e
de saúde associados.
Foi encontrada
associação entre
práticas preventivas de
DC e as variáveis
escolaridade.
A4 LILACS Sirlei Ricarte
BENTO; Ana
Carolina
OTTAVIANI;
Allan Gustavo
BRIGOLA; Vânia
Paula de Almeida
NERIS; Fabiana
de Souza
ORLANDI; Sofia
Cristina Iost
PAVARINI
Graduada;
Doutora;
Doutora;
Doutora;
Doutora;
Doutora.
(4
Enfermeiros;
1 Gerontóloga;
1 Engenheira
de
Computação)
Uso de jogo
digital
terapêutico
em idosos
em
tratamento
dialítico:
aspectos
cognitivos e
sintomas
depressivos.
2018
Estudo
quase
experimen
tal
Revista
Brasileira de
Geriatria e
Gerontologia
(Rio de
Janeiro)
DOI:
https://doi.or
g/10.1590/19
81-
Idosos em
hemodiálise
Avaliar a presença
de sintomas
depressivos e
alterações
cognitivas antes e
após um programa
de intervenção com
um jogo digital
terapêutico em
idosos em
hemodiálise.
Quanto à função
cognitiva não houve
diferença
estatisticamente
significativa antes e
após uma intervenção.
Houve diferença
estatisticamente
significante na média
dos escores dos
sintomas depressivos,
sendo a menor após a
intervenção.
56
22562018021
.170184
A5 LILACS Marcelo de Maio
NASCIMENTO;
Nayra Jéssica os
Santos MAIA;
Lucas da Silva
RAMOS; Hans
Joachim APPELL
Doutor;
Graduanda;
Graduanda;
Doutor.
(1 Educador
Físico;
2 Estudantes de
medicina;
1 Médico)
Influência
das funções
executivas
sobre a
marcha e o
equilíbrio
de idosas
praticantes
regulares de
exercícios
físicos.
2018
Estudo
observacio
nal
exploratóri
o com
delineame
nto
transversal
Revista
Brasileira de
Ciências da
Saúde
(Paraíba)
DOI:
10.4034/RBC
S.2018.22.02.
07
Idosas do
sexo
feminino
Examinar as funções
executivas (FE) de
idosas fisicamente
ativas,
determinando sua
influência sobre o
desempenho em
testes de marcha e
equilíbrio corporal.
Concluiu-se que o
déficit cognitivo
apresenta-se como
fator de risco de
queda para mulheres
praticantes regulares
de exercícios físicos.
A6 LILACS Alice Thiesen
OLIVEIRA; Aline
Antônia Souto da
ROSA; Amanda
de Melo BRAUN;
Daniele Kern
MICCO; Isadora
Nunes ERTHAL;
Roberta Vieira
PECOITS;
Monique Baldin
SANGALETTI;
Lucas de
Azambuja
RAMOS
Graduanda;
Graduanda;
Graduanda;
Graduanda;
Graduanda;
Graduanda;
Especialista;
Mestre.
(6 Estudantes
de medicina;
2 Médicos)
A música no
controle de
sintomas
relacionado
s à
demência
em idosos.
2018
Revisão
integrativa
da
literatura
Acta médica
(Rio grande
do Sul)
URL:
https://editora
.pucrs.br//ace
ssolivre/perio
dicos/acta-
medica/assets
/edicoes/2018
-
1/arquivos/pd
f/15.pdf
Idosos
demenciados
Avaliar os
benefícios da terapia
musical,
independente do seu
método de aplicação
– o qual pode ser
grupal, individual,
interativo,
receptivo, de caráter
nostálgico ou
clássico.
A terapia musical se
apresenta de grande
valor no tratamento
dos sintomas da
demência. Os
resultados se
mostraram eficazes
para sintomas
neuropsiquiátricos,
destacando-se
agitação, ansiedade e
apatia – apesar da
primeira não ter sido
avaliada
individualmente para
qualidade de vida e
57
para relações
interpessoais. A função
cognitiva e controle da
dor obtiveram parciais
incertas ou
divergentes.
A7 LILACS Alcides Viana de
Lima NETO;
Vilani Medeiros de
Araújo NUNES;
Kamilla Sthefany
Andrade de
OLIVEIRA; Lívia
Maria de
AZEVEDO;
Gabriella Xavier
Barbalho
MESQUITA
Mestre;
Doutora;
Mestre;
Mestre;
Especialista.
(3
Enfermeiros;
1 Psicólogo;
1
Nutricionista)
Estimulação
em idosos
institucional
izados:
efeitos da
prática de
atividades
cognitivas.
2017
Estudo
quase-
experimen
tal,
contempla
ndo uma
abordage
m
quantitativ
a.
Revista de
Pesquisa:
Cuidado é
Fundamental
Online
(Rio de
janeiro)
DOI:
http://dx.doi.
org/10.9789/
2175-
5361.rpcfo.v
9.5491
Idosos
institucionali
zados
Avaliar aspectos
cognitivos em
idosos
institucionalizados
antes e após a
realização de
atividades de
estimulação
cognitiva.
Após as atividades de
estimulação percebeu-
se que os idosos
conseguiram manter
ou aumentar a
pontuação dos diversos
aspectos avaliados.
A8 LILACS Rafaela
SARTÓRI;
Carolina Medeiros
de SOUZA;
Fabiano Moura
DIAS; Alessandra
Paiva de Castro
VIDAL; Fernanda
Graduanda;
Graduanda;
Mestre;
Doutora;
Doutora.
(2 Estudantes
de Fisioterapia;
Efeitos da
intervenção
motora com
tarefa dupla
na cognição
e presença
de
depressão
em idosos
Estudo
experimen
tal
Revista:
Fisioterapia
Brasil
(Rio de
Janeiro)
DOI:
http://dx.doi.
Idosos
residentes de
ILP
Avaliar os efeitos da
intervenção motora
com tarefa dupla na
cognição e presença
de depressão nos
idosos.
Não houve diferença
significante na função
cognitiva dos idosos
após a intervenção em
nenhum dos dois
grupos estudados.
58
Moura Vargas
DIAS
3
Fisioterapeutas
)
residentes
em
instituição
de longa
permanênci
a.
2017
org/10.33233
/fb.v18i4
A9 LILACS Alessandra Vieira
MENEZES;
Alessandra da
Silva de AGUIAR;
Elysama
Fernandes
ALVES; Layse
Biz de
QUADROS;
Poliana Penasso
BEZERRA
Graduada;
Graduada;
Graduada;
Graduada;
Doutora.
(5
Fisioterapeutas
)
Efetividade
de uma
intervenção
fisioterapêut
ica
cognitivo-
motora em
idosos
institucional
izados com
comprometi
mento
cognitivo
leve e
demência
leve.
2016
Ensaio
clínico
controlado
Revista:
Ciência &
saúde
coletiva
(Rio de
Janeiro)
DOI:
http://dx.doi.
org/10.1590/
1413-
81232015211
1.17892015
Idosos com
comprometi
mento
cognitivo e
demência
leves
residentes
em
instituição
Verificar a
efetividade de
quatro meses de
intervenção
fisioterapêutica
cognitivo-motora.
A intervenção proposta
apresentou eficácia
sobre a mobilidade,
mas não na cognição e
independência
funcional. O curto
período de tempo e a
baixa frequência
semanal podem estar
relacionados aos
resultados obtidos.
A10 LILACS Mariana Teles
SANTOS; Carmen
FLORES-
MENDOZA
Doutora;
Doutora.
(2 Psicólogas)
Treino
Cognitivo
para Idosos:
Uma
Revisão
Sistemática
Revisão
Sistemátic
a
Psico-USF
(São Paulo)
DOI:
https://doi.or
Idosos
saudáveis
Objetivou analisar
23 estudos nacionais
em seus aspectos
metodológicos e
quanto às evidências
de eficácia das
Foram identificados
efeitos de treino para
pelo menos uma
medida cognitiva
utilizada.
59
dos Estudos
Nacionais.
2017
g/10.1590/14
13-
82712017220
212
intervenções sobre
treino cognitivo para
idosos saudáveis.
A11 LILACS Francine
Golghetto
CASEMIRO;
Isabela Azevedo
RODRIGUES;
Juliane Cristine
DIAS; Ludmyla
Caroline de Sousa
ALVES; Keika
INOUYE; Aline
Cristina Martins
GRATÃO
Mestre;
Graduanda;
Especialista;
Especialista;
Doutora;
Doutora.
(2 Enfermeiras
1 Estudantes de
Gerontologia
2 Gerontólogas
1
Farmacêutica/
Bioquimica)
Impacto da
estimulação
cognitiva na
depressão,
ansiedade,
cognição e
capacidade
funcional
entre
adultos e
idosos
participante
s de uma
universidad
e aberta da
terceira
idade.
2016
Ensaio
clínico
controlado
aberto
Revista
Brasileira de
Geriatria e
Gerontologia
(Rio de
Janeiro)
DOI:
https://doi.or
g/10.1590/18
09-
98232016019
.150214
Idosos Este estudo avaliou
a eficácia de um
workshop de
Estimulação
Cognitiva
Gerontológica, com
o objetivo de
melhorar o
desempenho
cognitivo e
funcional e os
sintomas de humor
de participantes
senescentes em uma
Universidade
Aberta para Idosos.
No grupo intervenção,
houve melhora nas
variáveis avaliadas,
com diferenças
significativas no
domínio visuoespacial,
sintomas de depressão
e ansiedade. No grupo
controle, os sintomas
de depressão e
ansiedade se
deterioraram.
A12 LILACS Cristiano Andrade
Quinão Coelho
ROCHA; Maria
Helena Rodrigues
MOREIRA; Edgar
Ismael Alarcon
MESA; Andrea
Carmen
Doutor;
Doutora;
Doutor;
Doutora;
Doutor;
PHD.
Efeitos de
um
programa de
treinamento
concorrente
sobre a
autonomia
funcional
Estudo
experimen
tal
Revista
Brasileira de
Ciência e
Movimento
(São Paulo)
DOI:
Idosas Avaliar os efeitos de
um programa de
treinamento
concorrente sobre a
autonomia funcional
de idosas pós-
menopáusicas.
Concluiu-se que o fato
das idosas se manterem
ativas fisicamente, por
meio de um programa
de treinamento
concorrente, teve como
tendência, maior nível
de autonomia
60
GUIMARÃES;
Carlos Henrique
DÓRIA; Estélio
Henrique Martin
DANTAS
(6 Profissionais
de Educação
Física)
em idosas
pós-
menopáusic
as.
2015
http://dx.doi.
org/10.18511
/0103-
1716/rbcm.v2
3n3p122-134
funcional quando
comparado às idosas
sedentárias.
A13 LILACS Ana Cláudia
WANDERBROO
CKE; Patrícia
Precce FOLLY;
Paola Carolina
MABA; Tatiana de
CARVALHO
Doutora;
Mestre;
Graduada;
Doutora;
(4 Psicólogas)
Oficina de
memória
para idosos
em uma
unidade
básica de
saúde: um
relato de
experiência.
2015
Relato de
experiênci
a
Psico-USF
(São Paulo)
URL:
https://revista
s.pucsp.br/psi
corevista/arti
cle/view/277
98
Idosos Promover estímulo
cognitivo, com foco
principal na
memória, e
socialização entre os
participantes
A14 LILACS Eduardo Moreira
de OLIVEIRA;
Henrique Salmazo
da SILVA; Andrea
LOPES; Meire
CACHIONI;
Deusivania Vieira
da Silva
FALCÃO; Samila
Satler Tavares
BATISTONI;
Anita Liberalesso
NERI; Mônica
Especialista;
Doutor;
Doutora;
Doutor;
Doutora;
Doutora;
Doutora;
Doutora.
(2
Gerontólogos
5 Psicólogos;
Atividades
Avançadas
de Vida
Diária
(AAVD) e
desempenho
cognitivo
entre idosos.
2015
Não há
especifica
ção
Psico-USF
(São Paulo)
DOI:
https://doi.or
g/10.1590/14
13-
82712015200
110
Idosos sem
declínio
cognitivo
Investigar a
associação entre
Atividades
avançadas de vida
diária (AAVD) e o
desempenho
cognitivo entre
idosos participantes
do estudo FIBRA
em Ermelino
Matarazzo, São
Paulo.
Conclui-se que a
relação entre as
AAVDs e o
desempenho cognitivo
parece ser modulada
por variáveis
sociodemográficas e
por sintomas
depressivos.
61
Sanches
YASSUDA
1 Bacharel em
Ciências
sociais)
A15 MEDLINE Daniel Vicentini
de OLIVEIRA;
Veridiane Brigato
de OLIVEIRA;
Géssica Aline
CARUZO; Áurea
Gonçalves
FERREIRA; José
Roberto Andrade
do Nascimento
JÚNIOR; Paolo
Marcello da
CUNHA; Cláudia
Regina
CAVAGLIERI
Doutor;
Graduanda;
Especialista;
Especialista;
Especialista;
Doutor;
Mestre;
Doutora.
(6 Profissionais
de Ed. Física
1
Fisioterapeuta;
1
Farmacêutica)
O nível de
atividade
física como
um fator
intervenient
e no estado
cognitivo de
idosos da
atenção
básica à
saúde.
2019
Estudo
epidemiol
ógico
descritivo,
de corte
observacio
nal e
transversal
Revista:
Ciência &
saúde
coletiva
(Rio de
Janeiro)
DOI:
https://dx.doi.
org/10.1590/
1413-
81232018241
1.29762017
Idosos
Avaliar o nível de
atividade física e o
estado cognitivo de
idosos usuários das
Unidades Básicas de
saúde.
Os principais
resultados deste estudo
mostram que idosos
com maiores níveis de
atividade física
possuem melhores
escores de estado
cognitivo geral quando
comparados com
sujeitos que
demonstraram baixo
nível de atividade
física e/ou
sedentarismo.
A16 MEDLINE Isabel GIL; Paulo
COSTA; Vítor
PAROLA; Daniela
CARDOSO;
Maria ALMEIDA;
João APÓSTOLO
Mestre;
Mestre;
Doutora;
PHD;
PHD;
PHD.
(6
Enfermeiros)
Eficácia da
reminiscênc
ia na
cognição,
sintomas
depressivos
e qualidade
de vida em
idosos
institucional
Revisão
sistemátic
a
Revista da
Escola de
Enfermagem
da USP
(São Paulo)
DOI:
https://doi.or
g/10.1590/s1
Adultos (≥65
anos), a
quem foi
identificada
uma situação
de
compromiss
o cognitivo
Identificar a melhor
evidência disponível
sobre a eficácia da
Terapia de
Reminiscência na
cognição,
sintomatologia
depressiva e
qualidade de vida
em idosos com
A Terapia de
Reminiscência
apresenta potencial
eficácia na
manutenção da
cognição e diminuição
da sintomatologia
depressiva na
população-alvo.
62
izados:
revisão
sistemática
2019
980-
220x2018007
403458
compromisso
cognitivo.
A17 MEDLINE Eliane Gomes da
Silva BORGES;
Rodrigo Gomes de
Souza VALE;
Carlos Soares
PERNAMBUCO;
Samaria Ali
CADER; Selma
Pedra Chaves SÁ;
Francisco Miguel
PINTO; Isabel
Cristina Ribeiro
REGAZZI;
Virginia Maria de
Azevedo Oliveira
KNUPP; Estélio
Henrique Martin
DANTAS
Mestre;
Doutor;
Doutor;
Doutor;
Doutora;
Mestre;
Mestre;
Doutora;
Doutor.
(4 Profissionais
de Ed. Física
1 Assistente
Social
1
Fisioterapeuta
3 Enfermeiros)
Efeitos da
dança no
equilíbrio
postural, na
cognição e
na
autonomia
funcional de
idosos.
2018
Estudo
clínico
randomiza
do simples
Revista
Brasileira de
Enfermagem
(Brasília)
DOI:
https://doi.or
g/10.1590/00
34-7167-
2017-0253
Idosos
residentes
em ILP
Avaliar o equilíbrio
postural, a cognição
e a autonomia
funcional de idosos
com demência,
institucionalizados
de longa
permanência,
submetidos à dança
de salão.
A dança de salão deve
ser indicada para
proporcionar melhora
no equilíbrio e no
desempenho motor nas
atividades da vida
diária de idosos.
A18 MEDLINE Rodrigo de Rosso
KRUG; Eleonora
D’ORSI; André
Junqueira
XAVIER
Doutor;
Doutora;
Doutor.
(2 médicos;
1 Profissional
de Ed. Física)
Associação
entre o uso
de internet e
a função
cognitiva de
idosos,
estudo
longitudinal
Estudo
longitudin
al
Revista
Brasileira de
Epidemiologi
a
(São Paulo)
Idosos Estimar a associação
entre o uso de
internet e o
ganho/perda
cognitivo ao longo
de quatro anos em
idosos.
Houve associação
significativa entre
manter-se usando
internet e o
desempenho cognitivo,
com chance maior de
ganho cognitivo (OR =
3,3; IC 95% 1,1 - 9,8) e
63
populaciona
l Epifloripa
Idoso.
2019
DOI:
http://dx.doi.
org/10.1590/
1980-
54972019001
2
menor de perda
cognitiva (OR = 0,39;
IC 95% 0,17 - 0,88)
para os idosos que se
mantiveram usando a
internet.
A19 MEDLINE Francine
Golghetto
CASEMIRO;
Diana Monteiro
QUIRINO; Maria
Angélica
Andreotti DINIZ;
Rosalina
Aparecida
Partezani
RODRIGUES;
Sofia Iost
PAVARINI; Aline
Cristina Martins
GRATÃO
Mestre;
Mestre;
Mestre;
Mestre;
Doutora;
Doutora.
(3
Gerontólogos
3 Enfermeiros)
Efeitos da
educação
em saúde
em idosos
com
comprometi
mento
cognitivo
leve.
2015
Ensaio
clínico
randomiza
do e
controlado
Revista
Brasileira de
Enfermagem
(Brasília)
DOI:
https://doi.or
g/10.1590/00
34-7167-
2017-0032
Idosos Analisar o impacto
da educação em
saúde na cognição e
nos sintomas
depressivos e
ansiosos em idosos
com
comprometimento
cognitivo leve.
A intervenção de
Educação e Saúde
resultou em evidente
melhora na memória
dos participantes o que
a torna uma eficiente
estratégia de
intervenção cognitiva
baseada em dinâmicas
para estimular a
preservação e melhora
do desempenho
cognitivo.
A20 MEDLINE Eliane Golfieri
DIAS; Fabíola Bof
de ANDRADE;
Yeda Aparecida de
Oliveira
DUARTE; Jair
Lício Ferreira
Doutora;
Doutora;
Doutora;
Doutor;
Doutora.
(1 Terapeuta
Ocupacional;
Atividades
avançadas
de vida
diária e
incidência
de declínio
cognitivo
em idosos:
Estudo
longitudin
al
Cadernos de
Saúde
Pública
(Rio de
Janeiro)
DOI:
Idosos Avaliar o impacto
das atividades
avançadas de vida
diária (AAVD) na
incidência de
declínio cognitivo.
Os resultados do
presente trabalho
mostram que o
desempenho de
AAVDs foi um fator
protetor para o
desenvolvimento de
declínio cognitivo,
64
SANTOS; Maria
Lúcia LEBRÃO
1 Odontóloga;
1 Enfermeiro;
1 Físico;
1 Médico)
Estudo
SABE.
2015
https://doi.or
g/10.1590/01
02-
311X001250
14
independentemente de
condições
socioeconômicas, de
saúde geral, estilo de
vida e incapacidade
funcional nas
atividades de vida
diária.
A21 SCIELO Bruno Ricarth
DOMICIANO;
Darling Kescia
Araújo Peixoto
BRAGA; Paula
Negrão da SILVA;
Mayara Paz
Albino dos
SANTOS; Thiago
Brasileiro de
VASCONCELOS;
Raimunda
Hermelinda Maia
MACENA
Graduado;
Graduada;
Mestre;
Mestre;
Doutor;
Doutora.
(4
Fisioterapeutas
1 Enfermeiro
1 Advogado)
Função
cognitiva de
idosas
residentes
em
instituições
de longa
permanênci
a: efeitos de
um
programa de
fisioterapia.
2016
Estudo
longitudin
al,
intervenci
onista,
com
abordage
m
quantitativ
a.
Revista
Brasileira de
Geriatria e
Gerontologia
(Rio de
Janeiro)
DOI:
https://doi.or
g/10.1590/18
09-
9823.2016.14
137
Idosas
residentes
em ILP
Analisar os efeitos
de um programa de
fisioterapia para
promoção à saúde
sobre a capacidade
cognitiva de
mulheres idosas
institucionalizadas.
O desempenho no
Miniexame do Estado
Mental foi expandido
após a realização das
atividades de
promoção à saúde, o
que otimizou a função
cognitiva das idosas
institucionalizadas,
contribuindo, assim,
para uma melhor
qualidade de vida.
65
Diante dos resultados apresentados, percebe-se que nem todos os artigos
apresentam o DOI (traduzido como “Identificador Digital de Objetos”) que segundo
Brito et al. (2015, p. 8), “é um sistema que permite a identificação, localização e descrição
unívoca de entidades digitais — físicas ou abstratas.” Este identificador, tem sido muito
adotado na internet atualmente, devido, principalmente, às necessidades de padronização
e preservação das informações contidas nesse ambiente.
Um DOI é atribuído a um certo conteúdo por um editor ou instituição responsável.
Ainda que se alterem questões como direitos patrimoniais ou localização, o DOI
permanece o mesmo. Ou seja, uma vez atribuído um DOI, não se pode removê-lo ou
alterá-lo, é possível mudar as informações vinculadas a um DOI, realizando um novo
depósito de informações, ou seja, o DOI permanece igual, porém há alteração nos
metadados (BRITO et al., 2015).
Nesta pesquisa, dos 21 selecionados, a maioria deles apresentou DOI totalizando
90,47% (n=18) do total, restando apenas 9,52% (n=2) sem o referido identificador, sendo
eles os artigos A6 (Oliveira et al., 2018) e A13 (WANDERBROOCKE et al., 2015).
Gráfico 01: Presença de DOI nos artigos
Fonte: Coleta de dados, 2020
19
2
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
DOI
ARTIGOS COM DOI
ARTIGOS SEM DOI
66
Referente aos resultados da pesquisa, observou-se a predominância do sexo
feminino nos participantes das pesquisas dos artigos selecionados, esse dado corrobora
com achados na literatura que apontam uma maior expectativa de vida das mulheres
(AGREE, 1999; CAMARGOS; SZWARCWALD et al., 2011; GONZAGA, 2015).
Em 1950, o número de homens idosos era de 1,18 milhão e o de mulheres era de
1,45 milhão (havia um superávit de exatos 273 mil mulheres). Já na década de 80 a
quantidade de homens de 60 anos ou mais avançou para 3,64 milhões e a quantidade de
mulheres chegou a 4 milhões (LOPES, 2019). Em 2016, o superávit feminino ainda era
relativamente pequeno e a razão de sexo era de 91 homens para cada 100 mulheres entre
a população idosa. E, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), em 2017 as mulheres eram maioria significativa na faixa etária de 60 anos,
totalizando 16,9 milhões (56% dos idosos), enquanto os homens idosos são 13,3 milhões
(44% do grupo).
Ainda sobre a predominância do sexo feminino nos participantes da pesquisa,
observou-se que as mulheres idosas apresentaram maiores expectativas de vida. Em
contrapartida, se comparadas aos homens, elas possuem uma menor proporção de anos a
serem vividos livres de incapacidade funcional. Desta maneira, se por um lado, em
relação aos homens idosos, as mulheres vivem mais, de outra forma, elas tendem a passar
um número maior de anos com incapacidade funcional, em termos relativos e absolutos.
Mesmo que a forma de mensurar incapacidade funcional possa variar entre os estudos,
dificultando comparações, os resultados do presente estudo corroboram trabalhos prévios
que destacaram a desvantagem feminina (CAMARGOS et al., 2019).
Segundo Chaimowicz (1997) essa propensão pode ser explicada por alguns
fatores, dentre os quais estão o fato de as mulheres viverem, em média, mais do que os
homens, tornarem-se viúvas mais cedo, apresentarem maior empenho para casar ou para
o recasamento após separação ou viuvez, e menores níveis de instrução, taxa de ocupação
e renda.
Acerca dos artigos selecionados para a análise e discussão (n=21), pode-se
constatar como a literatura brasileira atual ainda possui escassez de publicações que
67
discutam os efeitos do treinamento cognitivo na funcionalidade do idoso. Conforme
Guimarães (2006), os desafios evidentes de projetar e executar pesquisas científicas no
Brasil, direcionado a saúde, é reflexo de um conjunto de fatores, incluindo a realidade
social acerca do financiamento para pesquisas e quanto ao sistema educacional, que
necessita de maior incentivo. O país possui uma quantidade expressiva de cientistas com
bom nível para aplicar conhecimento e recursos em pesquisa no território nacional,
porém, necessita estabelecer solidamente um sistema de educação que permita incluir o
país como um todo, na aplicação da ciência, além da necessidade de amadurecimento no
sistema de inovação em saúde.
Quanto ao ano de publicação dos artigos selecionados, observa-se que as
publicações tiveram os ápices no ano de 2015 e no ano de 2019. No qual em 2019
apresentou (n = 06) publicações e em 2015 (n= 05) publicações, nos anos de 2016 e 2017
percebe-se uma queda se comparado ao ano de 2015, apresentando apenas (n= 03)
publicações em cada ano, porém, no ano seguinte (2018) já se observa o aumento para
(n=4) publicações. Até janeiro de 2020 não houve publicações relacionadas a esse tema
(n=0).
A figura a seguir demonstra a distribuição das publicações conforme ano de
estudo:
Gráfico 02: Distribuição do número de artigo por ano
Fonte: Coleta de dados, 2020
0
1
2
3
4
5
6
7
2015 2016 2017 2018 2019 2020
Distribuição do número de artigo por ano
68
Quanto a distribuição de artigos por periódicos, observa-se que os periódicos
Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia e a Revista Psico - USF destacaram-se,
possuindo (n=03) publicações nos últimos 05 anos. Em seguida, nota-se que a Revista
Brasileira de Ciência e Movimento, a Revista Ciência & Saúde Coletiva e a Revista
Brasileira de Enfermagem possuíram 02 publicações. Os demais periódicos apresentaram
apenas uma publicação nos últimos 05 anos. Sendo elas: Saúde e pesquisa; Revista
Mineira de Enfermagem; Revista Brasileira de Ciências da Saúde; Acta médica; Revista
de pesquisa: Cuidado é fundamental; Revista fisioterapia Brasil; Revista da Escola de
Enfermagem da USP; Revista Brasileira de Epidemiologia e Cadernos de Saúde Pública,
totalizando 12 revistas.
Gráfico 03: Distribuição do número de publicações por periódicos
Fonte: Coleta de dados, 2020
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
Distribuição do número de publicações por periódicos
Revista Brasileira de ciência e movimento Saúde e Pesquisa
Revista mineira de enfermagem Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia
Revista Brasileira de Ciências da Saúde Acta médica
Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online Revista: Fisioterapia Brasil
Revista: Ciência & saúde coletiva Psico-USF
Revista da Escola de Enfermagem da USP Revista Brasileira de Enfermagem
Revista Brasileira de Epidemiologia Cadernos de Saúde Pública
69
Em relação aos periódicos encontrados nessa RI, considera-se falar sobre os
periódicos que mais se destacaram, sendo eles: Revista Brasileira de Geriatria e
Gerontologia (n=3) e a Psico-USF (n=3) representando 28% do total de artigos
encontrados nos periódicos encontrados.
A Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia informa em seu site que possui
publicação contínua, no formato eletrônico com acesso gratuito com a publicação de
temas relacionados a gerontologia e geriatria. O fato de possuir publicação de forma
contínua pode contribuir para o aparecimento em maior número em relação as demais
revistas (RBGG, 2020).
Já a Psico-USF é um periódico que visa promover o debate da produção científica
na área da Psicologia, possibilitando-lhe mais visibilidade. Está vinculado ao Programa
de Pós-Graduação Stricto Sensu em Psicologia da Universidade São Francisco desde
2000. Sua publicação é quadrimestral possuindo um propósito de servir de fórum para a
apresentação e divulgação de pesquisas atuais no campo da Psicologia e como um veículo
de disseminação do conhecimento a pesquisadores, profissionais e demais interessados
pelo campo (USF, 2020).
Gráfico 04: Distribuição do número de publicações por metodologia de estudo
3
2
1
2
1
2 2
1 1
2
3
0
2
4
Distribuição do número de publicações por metodologia de estudo
Revisão integrativaRevisão sistemáticaEstudo transversal analíticoEstudo quase experimentalEstudo observacional exploratório com delineamento transversalEstudo experimentalEnsaio clínico controladoRelato de experiênciaEstudo epidemiológico descritivo de corte observacional e transversal
Fonte: Coleta de dados, 2020.
70
Quanto a distribuição das publicações por metodologia de estudo, em primeiro
lugar encontram-se o Estudo Longitudinal (n =3) e a Revisão Integrativa (n = 3) ocupando
28% do total encontrado. Tendo em vista a complexidade de informações na área da
saúde, tornou-se indispensável o desenvolvimento de artifícios, no contexto da pesquisa
cientificamente embasada, capazes de delimitar etapas metodológicas mais concisas e de
propiciar, aos profissionais, melhor utilização das evidências elucidadas em inúmeros
estudos (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010).
A pesquisa longitudinal vem apresentando um crescimento exponencial nos
últimos anos, tanto na extensão e variedade dos indicadores estudados, quanto na
profundidade das suas abordagens. Atualmente, a ênfase da pesquisa longitudinal tem
sido direcionada para cruzar olhares oriundos da Auxologia, Epidemiologia e Saúde
Pública. O caráter interativo do crescimento, estilo de vida, saúde e tendência secular na
maturação biológica, sobretudo, na precocidade da idade de menarca tem sido alvo de
estudo em muitos países (SILVA et al., 2011).
Já a Revisão Integrativa, de acordo com Souza et al. (2010), emerge como uma
metodologia que proporciona a síntese do conhecimento e a incorporação da
aplicabilidade de resultados de estudos significativos na prática.
Em seguida encontram-se a Revisão Sistemática (n=2), Estudo quase
Experimental (n=2), Estudo Experimental (n=2), Ensaio Clínico Controlado (n=2) e
Estudo Clínico Randomizado (n=2). E, em último lugar encontram-se o Estudo
Transversal Analítico (n=1), o Relato de Experiência (n=1) e o Estudo Epidemiológico
Descritivo (n=1).
71
Gráfico 05: Distribuição dos artigos conforme local de publicação
Fonte: Coleta de dados, 2020
Tendo como objetivo identificar em quais regiões do país o assunto tratado nesse
trabalho é mais publicado, o gráfico 04 nos mostra que a região Sudeste obteve o maior
número de publicações, totalizando 76,1%. Na segunda posição encontram-se as regiões
Centro-Oeste e a Região Sul, ambos com 9,52% e pôr fim, a região Nordeste do país com
4,76 %.
O elevado número de publicações realizadas no Sudeste pode ser explicado pelo
considerável número de instituições de ensino e de serviço da região (IBGE, 2016). A
região Sudeste, considerada a região mais rica e populosa do Brasil, é formada pelos
estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Segundo o Sindicato
das Mantenedoras de Ensino Superior (SEMEP), no ano de 2014 a região sudeste ficou
em primeiro lugar em número de matrículas em cursos presenciais do Brasil, totalizando
47%. O Estado de São Paulo foi o grande responsável por esse índice, apresentando 1,7
milhão de matrículas em cursos presenciais (56% do total na região), seguido do Estado
de Minas Gerais com 666 mil matrículas (22%), Rio de Janeiro com 550 mil matrículas
(18,12%) e Espírito Santo com 118 mil matrículas (3,89%) (SEMESP, 2016).
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Minas Gerais Rio de Janeiro Paraíba Rio Grande doSul
São Paulo Brasília Paraná
Distribuição dos artigos conforme local de publicação
72
Esses dados relacionados a região sudeste explicam o número discrepante de
publicações em relação a outras regiões do Brasil. Também nos mostra a importância das
instituições de ensino nesta região para o avanço das pesquisas no país.
Em relação a distribuição dos artigos conforme a base de dados, abaixo segue o
gráfico demostrando os dados encontrados:
Gráfico 06: Distribuição da distribuição dos artigos conforme base dados
Observou-se que a plataforma LILACS foi a plataforma com maior número
(n=12) com 57% de publicações relacionadas ao eixo central desta Revisão Integrativa.
A base de dados LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da
Saúde) é coordenada pela BIREME (Biblioteca Regional de Medicina), um centro de
informação organizado pela OPAS (Organização Pan Americana de Saúde) e pelo
Governo Federal do Brasil (FIGUEIREDO et al., 2017).
A LILACS almeja suprir a falta de cobertura para as revistas e jornais da região,
pelas grandes bases de dados, e aumentar a visibilidade para a produção científica Latino
Americana e do Caribe, na área da Saúde. O acesso eletrônico a essa base de dados pode
ser feito diretamente pelo Portal LILACS, pela Biblioteca Virtual em Saúde e pelo Portal
de Pesquisa da BVS (FIGUEIREDO et al., 2027).
0
2
4
6
8
10
12
14
16
SCIELO LILACS MEDLINE
Base de dados
Fonte: Coleta de dados, 2020
73
Em segundo lugar (n=7) com 33,33% encontra-se a base MEDLINE® a qual é
gerenciada pela Biblioteca Nacional de Medicina (National Library of Medicine - NLM)
do Instituto Nacional de Saúde (National Institutes of Health - NIH) dos Estados Unidos
da América. Nos dias atuais, estima-se que a base MEDLINE® possua mais de 23
milhões de referências a artigos de revistas em ciências da vida, de mais de 5.600 revistas
científicas de todo o mundo. Contando com registros desde 1964, quando foi criado o
Sistema de Análise e Recuperação de Literatura Médica (MEDLARS®), que deu origem
à MEDLINE® (CALVALCANTE; GARCIA, 2017).
Em último lugar (n=1) com 4,76% encontra-se a biblioteca digital SciELO, que
surgiu por meio da associação entre a Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo
(FAPESP) e a base de dados Bireme. O SciELO abrange periódicos de todo território
latino-americano e Caribe, especializados em ciências da saúde, entre outras áreas do
conhecimento (PUCCINI et al., 2015).
Gráfico 7: Distribuição de frequência dos artigos pesquisados, segundo ao nível de
titulação dos autores
Fonte: Coleta de dados, 2020
Fonte: Coleta de dados, 2020
Conforme os resultados apresentados no Gráfico 06, o maior número de
publicações foi realizado por Doutores (50,84%), seguido por Mestres (20,33%).
Graduandos ocuparam a terceira posição (10,16%) seguido por Especialistas (6,77%) e
por fim, Graduados (7,62%).
0
10
20
30
40
50
60
70
Doutores Mestres Graduandos Especialistas Graduados Pós-Doutor
Titulação dos Autores
74
O Brasil apesar de ainda apresentar um baixo número de Doutores em relação aos
países com melhor desempenho mundial, teve seu crescimento relativo maior que muitos
desses países. Dados sobre a evolução do número de publicações com origem no Brasil
mostram que o País praticamente triplicou sua produção científica ao longo da década de
90, o que mostra os efeitos positivos das políticas públicas praticadas (MARCHELLI,
2005).
Os autores que possuem Pós-doutorado ocupam a última posição (4,23%) nessa
análise de dados, porém, ressalta-se que os detentores desse título são bastante engajados
na área de pesquisa, porém, são quantitativamente menores que os Doutores. Os dados da
CAPES demonstram uma demanda crescente em torno dos estágios de pós-doutorado.
Porém, pouco ainda se tem documentado sobre o pós-doutorado, na qual o “Pós-Doc”
atua como um item a mais da “especialização” ou qualificação do docente universitário,
o qual precisa estar sempre atualizado e em contato com o estudo da arte para assim
propiciar melhorias na qualidade da pesquisa (CASTRO, 2005, Grifo nosso).
Dessa forma, reforça-se que os autores com titulação de Doutor e Mestre,
apresentaram maior número de publicações por terem maior engajamento na área de
pesquisa. Outro fator determinante está no fato da grande maioria desses autores serem
docentes, o que também corrobora para esses números, pois há a necessidade de constante
atualização.
Gráfico 08: Distribuição da distribuição dos autores conforme formação
profissional
75
Fonte: Coleta de dados, 2020
A categoria profissional que mais apareceu foi a Enfermagem (24,5%), segundo
Kletemberg et al. (2019) esse resultado pode estar relacionado com o aumento
quantitativo de profissionais na área, que impactou também o desenvolvimento da
Enfermagem Gerontológica na atualidade, aumentando ações educacionais e produzindo
conhecimentos na área da pesquisa.
Em segundo lugar encontra-se a Educação Física (21%), esse achado está
relacionado com a tecnologia de intervenção em idosos mais prevalente ser relacionada
com a prática de exercícios físicos, das quais eram acompanhadas por educadores físicos.
E, em terceiro, a Fisioterapia (13,5%), associando também ao fato de os profissionais
fisioterapeutas acompanharem práticas de exercício físico nas intervenções
fisioterapêuticas com os idosos.
Diante do exposto, percebe-se que essa primeira etapa de caracterização dos
artigos, permite que haja uma visão mais ampla dos principais aspectos que compõe os
artigos científicos, possibilitando a análise detalhada de cada um deles, para que a partir
disso, as próximas categorias temáticas de análises sejam específicas para os objetivos
principais desta pesquisa.
0
10
20
30
40
Coluna2
Categoria Profissional
Educação Física Fisioterapia Enfermagem
Gerontólogo Médicina Direito
Terapia Ocupacional Física Engenharia da Computação
Nutrição Psicologia Farmácia/Bioquimica
Serviço Social Odontologia Ciências Sociais
Aluna - Medicina Aluna - Fisioterapia Aluna - Genrontologia
76
5.2 Tecnologias utilizadas para avaliação da funcionalidade cognitiva de idosos
saudáveis ou com cognição prejudicada
As Tecnologias utilizadas para avaliação da funcionamento cognitivo de idosos
saudáveis ou com cognição prejudicada estão representadas nos quadros 3 e 4, os quais
apresentam a distribuição dos artigos condizentes aos testes aplicados para avaliação da
capacidade cognitiva dos idosos (categoria 1) e as técnicas utilizadas para melhoria da
funcionalidade cognitiva do idoso (categoria 2), respectivamente.
No quadro 03, verificou-se que o teste de avaliação cognitiva mais destacado pelos
autores é o Miniexame do Estado Mental (MEEM), 17 artigos (81%), seguido do Exame
Cognitivo de Addenbrooke Revised (ACE-R), 2 artigos (9,5%), os outros 5 testes
relatados tiveram a mesma representação, 1 artigo cada (4,7%). O A8 (SARTÓRI et al.,
2017), A9 (MENEZES et al., 2016) e A14 (OLIVEIRA et al., 2015) descreveram o uso
de mais de um dos testes.
No quadro 04, observou-se que o exercício físico, 9 artigos (42%), foi o mais
citado nos artigos como opção de técnicas para melhoria da Funcionalidade Cognitiva do
Idoso, seguido do treinamento cognitivo/treinamento de estímulo cognitivo, em 5 artigos
(23,8%). Apenas o A7 (NETO et al., 2017) afirma utilizar ambas as técnicas de modo
conjunto.
77
Quadro 03: Demonstração da categoria temática 1 e seus autores
Categoria 1:Testes aplicados para avaliação da capacidade
cognitiva dos idosos
N %
Miniexame do
Estado Mental
(MEEM)
A1 (BRAGA et al., 2018); A2
(SIQUEIRA, et al., 2019); A3
(MENDES et al., 2019); A5
(NASCIMENTO et al., 2018); A7
(NETO et al., 2017) A8 (SARTÓRI, et
al., 2017); A9 (MENEZES et al., 2016);
A10 (SANTOS & FLORES-
MENDOZA, 2017); A13
(WANDERBROOCKE et al., 2015);
A14 (OLIVEIRA et al., 2015); A15
(OLIVEIRA et al., 2019); A16 (GIL et
al., 2019); A17 (BORGES et al., 2018);
A18 (KRUG; D’ORSI; XAVIER,
2019); A19 (CASEMIRO et al., 2018);
A20 (DIAS et al., 2015); A21
(DOMICIANO et al., 2016)
17 81,0
Exame Cognitivo de
Addenbrooke Revised
(ACE-R)
A4 (BENTO et al., 2018) e A11
(CASEMIRO et al., 2016)
02 9,4
Bateria breve de
rastreio cognitivo
(BBRC)
A14 (OLIVEIRA et al., 2015) 01 4,7
Protocolo de
avaliação funcional
do Grupo de
Desenvolvimento
Latino-Americano
para a Maturidade
(GDLAM)
A12 (ROCHA et al., 2015)
01 4,7
Mini-Mental State
Examination
(MMSE)
A6 (OLIVEIRA et al., 2018) 01 4,7
Avaliação Cognitiva
Montreal (MoCA)
A8 (SARTÓRI et al., 2017) 01 4,7
Teste de Fluência
Verbal
A9 (MENEZES et al., 2016) 01 4,7
Fonte: Instrumento de pesquisa, 2020.
78
Quadro 04: Demonstração da categoria temática 2 e seus autores
Categoria 2: Técnicas utilizadas para melhoria da Funcionalidade
Cognitiva do Idoso
N %
Exercícios Físicos A1 (BRAGA et al., 2018); A2 (SIQUEIRA
et al., 2019); A5 (NASCIMENTO et al.,
2018); A8 (SARTÓRI et al., 2017); A9
(MENEZES et al., 2016); A12 (ROCHA et
al., 2015); A15 (OLIVEIRA et al., 2019);
A21 (DOMICIANO et al., 2016)
08 38,09
Musicoterapia e Dança A6 (OLIVEIRA et al., 2018); A17
(BORGES et al., 2018) 02 9,5
Jogos Eletrônicos
Cognitivos/Utilização
da Internet
A4 (BENTO et al., 2018); A19 (KRUG;
D’ORSI; XAVIER, 2019) 02 9,5
Aplicação das
Atividades Avançadas
de Vida Diária
A14 (OLIVEIRA et al., 2015); A20 (DIAS
et al., 2015)
02 9,5
Treinamento
Cognitivo/Treinamento
de estímulo Cognitivo
A7 (NETO et al., 2017); A10 (SANTOS;
FLORES-MENDOZA, 2017); A11
(CASEMIRO et al., 2016); A13
(WANDERBROOCKE et al., 2015); A19
(CASEMIRO, 2018)
05 23,8
Uso de Práticas
preventivas de Declínio
Cognitivo
A3 (MENDES et al., 2019)
01 4,7
Aplicação da Terapia
de Reminiscência
A16 (GIL et al., 2019)
01 4,7
Fonte: Instrumento de pesquisa, 2020.
5.2.1 Categoria 1: Testes aplicados para avaliação da capacidade cognitiva dos
idosos
5.2.1.1 Miniexame do Estado Mental (MEEM)
No que se refere a caracterização dos estudos quanto aos tipos de tecnologias
utilizadas para avaliação da capacidade cognitiva de idosos saudáveis e com
comprometimento cognitivo, observou-se que houve maior utilização do teste de
79
avaliação Miniexame do Estado Mental (MEEM), que é o instrumento de rastreio
cognitivo, presente em 81% dos artigos selecionados.
Os Artigos: A1 (BRAGA et al., 2018); A2 (SIQUEIRA, et al., 2019); A3
(MENDES et al., 2019); A5 (NASCIMENTO et al., 2018); A7 (NETO et al., 2017) A8
(SARTÓRI, et al., 2017); A9 (MENEZES et al., 2016); A10 (SANTOS; FLORES-
MENDOZA, 2017); A13 (WANDERBROOCKE et al., 2015); A14 (OLIVEIRA et al.,
2015); A15 (OLIVEIRA et al., 2019); A16 (GIL et al., 2019); A17 (BORGES et al.,
2018); A18 (KRUG; D’ORSI, 2019); A19 (CASEMIRO et al., 2018); A20 (DIAS et al.,
2015) e A21 (DOMICIANO et al., 2016) utilizaram o MEEM como teste para avaliação
da capacidade cognitiva dos idosos participantes da pesquisa.
O artigo A1 (BRAGA et al., 2018), A5 (NASCIMENTO et al., 2018) e A13
(WANDERBROOCKE et al., 2015) utilizaram o MEEM somente em mulheres idosas.
No A1 as idosas apresentavam diagnóstico de depressão prévio (confirmado por médicos,
que não apresentavam doenças neurodegenerativas ou alguma incapacidade física). O
artigo A13 também trata da utilização do MEEM em idosas do sexo feminino, com idades
entre 59 e 84 anos e média de 68 anos em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e no A5
foi utilizado o MEEM com 75 mulheres idosas, onde foram rastreados possíveis casos de
demência, em que os escores atribuídos foram: 20 pontos para idosas analfabetas, 24
pontos para aquelas com um a quatro anos de escolaridade e 26,5 pontos com escolaridade
de cinco anos ou mais.
Já os artigos A2 (SIQUEIRA, et al., 2019), A10 (SANTOS; FLORES-
MENDOZA, 2017) e A16 (GIL et al., 2019), correspondem a revisões de literatura. O A2
é uma revisão sistemática que compreende 4 artigos, dos quais todos utilizaram o MEEM,
a população estudada era caracterizada por idosos >60 anos que possuíam o diagnóstico
de Doença de Alzheimer (DA), sendo que um desses artigos abarcava um público de 20
idosas que além de DA possuíam também transtornos neuropsiquiátricos diagnosticados.
O A10 que é uma revisão de literatura, composta por 23 estudos que tinham como
população da pesquisa os idosos. O recrutamento para a pesquisa foi feito na comunidade
e três estudos foram em instituições de longa permanência para idosos. A escala de
rastreio cognitivo para diagnóstico de quadros demenciais foi o MEEM, utilizado como
80
medidas de pré e pós-teste para embasar inferências sobre os efeitos do treino proposto
pela pesquisa. O artigo A16, por se tratar de uma revisão sistemática da literatura, foi
composto por 26 artigos, dos quais, quatro estudos incluíram os participantes com base
nos escores obtidos no Mini-Mental State Examination (MMSE): entre 10 e 24 pontos;
igual ou inferior a 23 pontos; ou inferior a 23 pontos.
No artigo A3 (MENDES et al., 2019) e A14 (OLIVEIRA et al., 2015) foram
utilizados o MEEM, sem alterações cognitivas. No A3 foi permitido selecionar os
praticantes sem declínio cognitivo (através da aplicação do MEEM), capazes de se
comunicar, que eram atendidos nas Unidades de Saúde da Família (USF). Já no A14 os
participantes foram 302 idosos sem declínio cognitivo, participantes do estudo FIBRA
em Ermelino Matarazzo, São Paulo. A nota de corte do MEEM adotada no projeto FIBRA
é de 17 pontos para analfabetos, 22 pontos para escolaridade entre 1 e 4 anos, 24 pontos
entre 5 e 8 anos e 26 pontos para 9 e mais anos de escolaridade. Os autores relatam que
essas notas foram calculadas a partir da média para cada faixa de escolaridade relatada
em estudo anterior de Brucki et al. (2003) menos um desvio padrão.
No artigo A15 (OLIVEIRA et al., 2019) foram incluídos no estudo idosos de
ambos os sexos com idade igual ou superior a 60 anos, com capacidade de fala e audição
preservadas, que permitiram a aplicação dos questionários. Distribuídos em 12 Unidades
Básicas de Saúde. As notas de corte utilizadas para exclusão pelo MEEM nesta pesquisa
foram de: 17 para os analfabetos; 22 para idosos com escolaridade entre 1 e 4 anos; 24
para os com escolaridade entre 5 e 8 anos e 26 os que tiverem 9 anos ou mais anos de
escolaridade.
Nos artigos A7 (NETO et al., 2017), A8 (SARTÓRI et al., 2017), A9 (MENEZES
et al., 2016), o MEEM foi aplicado em idosos institucionalizados em Instituições de
Longa Permanência (ILP). No A7, a população possuía idade igual ou acima de 60 anos,
de ambos os sexos, aposentados ou não, sendo que o ponto de corte estabelecido foi de
13 pontos, tendo em vista a fragilidade do idoso institucionalizado. Já no A8, que também
ocorreu a aplicação do MEEM em idosos em uma ILP, os autores optaram ter como base
que ≤ 24 pontos, já há indicação de déficit cognitivo, independente da influência de nível
de escolaridade ou pelo fato de serem institucionalizados. Acerca do A9, 15 idosos que
81
vivem em uma ILP foram alocados entre grupo experimental (GE) e controle os quais
ambos tiveram o MEEM aplicado como instrumento de avaliação cognitiva. Os autores
optaram por utilizar escores inferiores ao ponto de corte estipulado por Brucki et al.
(2003), todavia, estes autores não estipulam um ponto de corte específico neste artigo,
eles afirmam que devido as influências que o teste sofre pelo nível de escolaridade, idade
ou mesmo pelo nível motor (como no caso de pacientes com Parkinson), não foi utilizada
uma nota específica de corte no artigo em questão. Os autores afirmam ainda que há
outros estudos que apontam notas de corte baixíssimas para analfabetos (tendo em vista
a influência da escolaridade no teste) sendo ela 13. Entretanto, em outro artigo com a
população analfabeta a nota de corte foi de 18, sendo esses, portanto, os valores seguidos
no A9.
Nos artigos A17 (BORGES et al., 2018) e A21 (DOMICIANO et al., 2016) o
MEEM foi aplicado na população idosa que reside em ILP para idosos. No A17 os autores
referenciam que o escore do MEEM varia de zero a 30 pontos, e os valores mais baixos
indicam possível déficit cognitivo. Na escala de MEEM, foram adotados escores de corte
para demência de acordo com a escolaridade: 17 para baixa escolaridade, até o ensino
fundamental, e, 23 para alta escolaridade. Contudo, os autores ressaltam ainda que
estudos como os de Foster et al. (2013) e Farinas (1990) afirmam que os escores do
MEEM sofrem influência significativa da idade e da escolaridade do indivíduo,
apontando a necessidade de se utilizar pontos de corte diferentes dos padrões, tendo em
vista que pontuações menores que 24 em indivíduos altamente escolarizados indicam
possível demência, assim como as menores que 18 em indivíduos com escolaridade
equivalente ao ensino fundamental e as menores que 14 em indivíduos analfabetos. No
A21 a amostra foi composta por idosas, com idade igual ou superior a 65 anos, residentes
de uma ILP. Para esta pesquisa em questão, foi considerado normal valores acima de 27
pontos e, demência, valores menores ou iguais a 24 pontos; em caso de menos de quatro
anos de escolaridade, o ponto de corte passa para 17, em vez de 24 pontos, baseando-se
em Brasil (2006).
No artigo A18 (KRUG; D’ORSI; XAVIER, 2019) os participantes da pesquisa
foram idosos de 60 anos ou mais que residiam na área urbana da cidade em que foi
82
realizada a pesquisa. Os autores tiveram como base o estudo de Almeida (1998), o qual
afirma que os idosos com comprometimento cognitivo apresentavam resultados entre
19/20 (sem escolaridade) e 23/24 pontos (com educação formal).
O A19 (CASEMIRO et al., 2018) estudam sujeitos que foram integrantes de um
Ambulatório de Neurologia Cognitiva e Comportamental de uma Universidade Federal
do interior do estado de São Paulo, a nota de corte utilizada pelos autores foi de <25,
baseando-se no estudo de Carvalho, Barbosa e Caramelli (2010).
No artigo A20 (DIAS et al., 2015) foi realizado um estudo longitudinal com base
nos dados do Estudo SABE (Saúde, Bem-estar e Envelhecimento), coletados nos anos de
2006 e 2010. Para esta pesquisa, foi utilizado o MEEM, com nota de corte para o estudo
12 pontos e no MEEM abreviado 17. Ressalta-se, ainda, que foram considerados casos
incidentes de declínio cognitivo, em 2010, os idosos que passaram a apresentar pontuação
abaixo do ponto de corte no seguimento do estudo.
O MEEM é a escala mais utilizada para o rastreamento de demências e sua
utilidade é confirmada por estudos brasileiros como o de Almeida (1998). No Brasil, o
MEEM foi traduzido e validado para o uso na pesquisa e na clínica em indivíduos idosos
obtendo um índice de confiabilidade de 0,85 (BERTOLUCCI; BRUCK; CAMPACCI,
1994; LAKS et al., 2003).
A variável de escolaridade apresentou destaque significativo nos artigos, tendo
em vista que esse critério influencia nos resultados do MEEM. Dinaz e Tavares (2007)
acreditam que no Brasil, por força do grande número de cidadãos analfabetos e com baixa
escolaridade, a estratificação dos pontos de corte de acordo com a escolaridade, manifesta
grande importância, já que diminui a possibilidade de classificar erroneamente idosos que
apresentam performance cognitiva compatível com a sua escolaridade como portadores
de déficit cognitivo.
Em consonância a isso, Tombaugh e McIntyre (1992) afirmam que a escala tem
boa consistência interna e confiabilidade teste-reteste. Diversos estudos em diferentes
países demonstraram que, mesmo em pessoas que não apresentavam evidências de déficit
cognitivo, quanto menor a escolaridade e maior a idade, menor era a pontuação no MEEM
83
(BERTOLLUCCI et al., 1994; CALLAHAN et al., 1996; JAQMIN-GADDA et al., 1997;
GRIGOLLETO et al., 1999).
Segundo Benedetti et al. (2008), no Brasil o ponto de corte 23/24 tem excelente
sensibilidade (54% a 100%) e especificidade (62% a 100%) para o diagnóstico de
demência. Em países desenvolvidos, onde a média de escolaridade de pessoas idosas é
elevada, ultrapassando em média 12 anos de escolaridade formal (correspondente aos
ensinos fundamental e médio em nosso país), o ponto de corte mais comumente utilizado
em estudos clínicos e epidemiológicos para demência é de 24 pontos (FRATIGLIONI,
1993; AEVARSSON; SKOOG, 2000).
Neste sentido Diniz et al. (2008) acreditam que o MEEM apresenta boa acurácia
para a identificação de pessoas com Alzheimer leve de controles normais, mas não é
indicado para diferenciar os diversos subtipos de comprometimento cognitivo leve, o que
reitera a utilização de outras formas de rastreio e de avaliação neuropsicológica.
5.2.1.2 Exame Cognitivo de Addenbrooke Revised (ACE-R)
O segundo teste de diagnóstico mais utilizado (9,5%) foi o Exame Cognitivo de
Addenbrooke Revised (ACE-R), aplicado nos artigos: A4 (BENTO et al., 2018) e A11
(CASEMIRO et al., 2016). A Addenbrooke's Cognitive Examination - Versão Revisada
(ACE-R) se caracteriza como um instrumento com elevada sensibilidade e especificidade
para detectar demência em estágio leve. Esse exame é especialmente útil para diferenciar
a doença de Alzheimer da demência frontotemporal (CARVALHO, 2007).
No A4 (BENTO et al., 2018) o Exame Cognitivo de Addenbrooke’s Revisado
(ACE-R) foi aplicado em 26 idosos com diagnóstico de doença renal crônica, antes da
sessão de hemodiálise, ou, na sua impossibilidade, nas duas primeiras horas de
tratamento. Tendo como base a possibilidade de os participantes apresentarem problemas
visuais e/ou baixo nível instrucional, a aplicação do instrumento foi realizada por meio
de entrevista individual.
84
O A11 foi composto pelos participantes da Universidade da Terceira Idade de São
Carlos (UATI/FESC), sendo utilizado o (ACE-R) para avaliação cognitiva. Os autores
informam que a pontuação máxima é de 100 pontos e a soma de todos equivale ao escore
total de 100, contabilizando 30 pontos relativos do MEEM. A nota de corte para o ACE-
R foi de <25.
O funcionamento deste exame de rastreio revela o melhor funcionamento
cognitivo através da pontuação, podendo atingir o máximo de cem pontos, o qual avalia
os cinco domínios neuro-cognitivos, sendo eles: atenção e orientação (18 pontos),
memória (26 pontos), fluência (14 pontos), linguagem (26 pontos) e visuoespacial (16
pontos). Em relação aos pontos de corte, eles são calculados de acordo com a
escolaridade: ≥ 50 pontos para analfabetos, ≥ 60 pontos para até quatro anos de estudo, ≥
70 pontos de cinco a oito anos de estudo, ≥ 80 pontos mais que nove anos de estudo
(CHAVES et al., 2011).
Carvalho (2009), em sua dissertação de mestrado, realizou a aplicação deste teste
em 31 pacientes, o qual evidenciou que o mesmo apresenta influência quanto a associação
de dois aspectos, sendo eles a idade e o nível de escolaridade. Porém, ainda através da
pesquisa realizada pelo autor supracitado, a versão Brasileira (ACE-R) provou ser um
instrumento de boa acurácia e de propriedades diagnósticas satisfatórias em relação a
avaliação cognitiva. Caramelli1 e Carvalho (2007) afirmam que a versão brasileira da
ACE-R provou ser um instrumento de avaliação cognitiva promissor para a pesquisa e
para a prática clínica.
5.2.1.3 Bateria breve de rastreio cognitivo (BBRC)
Além dos testes supracitados, houve também a menção da Bateria Breve de
Rastreio Cognitivo (BBRC) no A14 (OLIVEIRA et al., 2015), a qual caracteriza-se pela
avaliação da nomeação, da memória incidental, memória imediata, aprendizado e resgate
tardio. Neste artigo a BBRC teve o objetivo de avaliar a nomeação, memória incidental,
memória imediata, aprendizado e resgate tardio para 10 figuras em preto e branco
apresentadas em uma lâmina plastificada para os idosos participantes da pesquisa.
85
Durante a aplicação do teste foram observados o aprendizado e o resgate tardio das
figuras, além disso foram realizados o teste de Fluência Verbal categoria animais (FV) e
o Teste do Desenho do Relógio (TDR). Em sequência, o idoso foi submetido ainda à
tarefa de reconhecimento das 10 figuras, com a apresentação de uma lâmina com 20
figuras, com as 10 figuras estudadas e 10 figuras distratoras. A BBRC gera escores que
variam de 0 a 10 para a nomeação e cada tentativa de memorização das figuras e o escore
de FV refere-se ao número de animais falados pelo participante em 60 segundos. Os
autores relatam que o TDR foi avaliado pelos critérios de Shulman et al. (1993), dos quais
variam de 0 a 5 pontos.
Neste teste são apresentados objetivos aos indivíduos os quais devem ser
nomeados pelo mesmo (identificação/nomeação), imediatamente após, é solicitado que
ele recorde cada um, sem que lhe seja informado que os objetos deveriam ser
memorizados (memória incidental). Posteriormente, as figuras são apresentadas
novamente e é solicitado ao indivíduo que as memorize (memória imediata),
procedimento que é repetido (memória de aprendizagem) (YASSUDA et al., 2017).
Novamente, as figuras são reapresentadas ao sujeito, com orientação para
memorizá-las e falando-as em seguida, após 5 minutos. Antes desta evocação, no entanto,
o aplicador introduz dois testes que servem como distratores, os quais também são
instrumentos importantes para a avaliação de outras funções cognitivas. Após estes dois
testes, solicita-se ao sujeito que evoque as figuras apresentadas anteriormente (memória
de 5 minutos). Ao final do exame, as 10 figuras são reapresentadas juntamente com outras
10, e o participante deverá reconhecer as figuras inicialmente apresentadas
(reconhecimento). Aos escores de cada item é realizada uma equação matemática de
integração desses dados, onde a pontuação igual ou superior a 30 indica possível quadro
de demência (OLIANI et al., 2017).
O A14 (OLIVEIRA et al., 2015) apresenta resultados que indicam que o teste em
questão foi influenciado mais pela idade do que pela educação. Diferente do MEEM que
apresentou interferência dos dois fatores acima descritos. Este achado corrobora com a
pesquisa de Nitrini et al. (2008) o qual realizaram um estudo que avaliou a influência da
86
idade, gênero e escolaridade no desempenho dessa mesma bateria (BBRC) sobre os testes
de memória apenas.
Estudos (Nitrini et al., 1994; Abrisqueta et al., 1999; Diniz et al., 2000; Bottino
et al., 2001; Bertolucci et al., 2006; Herrera et al., 2002; Damasceno et al., 2005; Mioshi
et al., 2006; Vitiello et al., 2007; Nitrini et al., 2007; Novaretti et al., 2012; Carvalho et
al., 2012; Charchat et al., 2013; Coutinho et al., 2013 ) afirmam que as BBRC associadas
com o MEEM e/ou outros testes neuropsicológicos vêm sendo utilizadas em pesquisas
clínicas e epidemiológicas no Brasil nas últimas duas décadas, se tornando mais evidentes
nos últimos 10 anos.
5.2.1.4 Protocolo de avaliação funcional do Grupo de Desenvolvimento Latino-
Americano para a Maturidade (GDLAM)
No A12 (ROCHA et al., 2015) foi utilizada uma bateria composta por cinco testes
adotados no protocolo de avaliação funcional do Grupo de Desenvolvimento Latino-
Americano para a Maturidade (GDLAM) – Protocolo GDLAM, para avaliar a autonomia
funcional de idosas. O teste constitui-se por caminhar 10 metros (C10m); levantar-se da
posição sentada (LPS); levantar-se da posição decúbito ventral (LPDV); levantar-se da
cadeira e locomover-se pela casa (LCLC) e o teste de vestir e tirar uma camiseta – VTC,
os quais são utilizados para se calcular o Índice de GDLAM – IG, calculado por meio de
normalização entre os cinco testes de autonomia, para estimar os valores de classificação.
Essa bateria é padronizada para a população brasileira, e por isso, sua escolha foi
feita para o desenvolvimento da pesquisa em questão. Além disso, Rocha et al. (2015)
concluem que, a GDLAM é uma das ferramentas mais sensíveis para identificar
comprometimento cognitivo precoce, contanto, o MEEM é de mais fácil aplicação, sendo
o mais utilizado universalmente.
5.2.1.5 Mini-Mental State Examination (MMSE)
Em relação ao Mini-Mental State Examination (MMSE), no A6 (OLIVEIRA et
al., 2018) descrevem que instrumento é um questionário que avalia orientação no tempo,
atenção, memória verbal, linguagem e funções motoras. Os escores são de 0 a 30 pontos
87
no total, sendo para orientação 0-10, memória 0-6, atenção 0-5 e linguagem-função
motora 0-9.
Esse teste foi elaborado com o objetivo de diferenciar pacientes psiquiátricos com
quadros orgânicos dos funcionais (FOLSTEIN; FOLSTEIN; MCHUGH, 1975). Contudo,
segundo Mckhann et al. (1984), com o passar do tempo, a escala passou a ser utilizada
como um instrumento para orientar a avaliação de pacientes com demência, no qual,
destaca-se o seu uso para a realização tanto do diagnóstico de demência como de doença
de Alzheimer.
Os resultados do A6 indicam que a idade e o nível educacional se associam de
forma significativa com o desempenho de idosos no MMSE, ou seja, quanto mais jovem
e maior o nível educacional, maior o escore final do MMSE. Além disso, quando se levou
em consideração a idade dos pacientes, observou-se que apenas o desempenho de
indivíduos sem instrução formal era diferente dos demais.
5.2.1.6 Avaliação Cognitiva Montreal (MoCA)
No A8 (SARTÓRI et al., 2017) o MoCA é utilizado em conjunto com o MEEM.
O MoCA caracteriza-se como um instrumento de rastreio breve para deficiência cognitiva
leve, alcançando diferentes domínios cognitivos como atenção e concentração, funções
executivas, memória, linguagem, habilidades viso construtivas, conceituação, cálculo e
orientação. A respeito da pontuação o presente teste totaliza 30 pontos, no qual a
pontuação ≤ 26 indica comprometimento cognitivo. O A8 obteve resultados que
evidenciaram que quanto maior a pontuação no MEEM, maior na MoCA e também
revelam estudos que utilizaram o MEEM e a MoCA para avaliação cognitiva, os quais
observaram que a MoCA pode ser uma ferramenta mais sensível para identificar
comprometimento cognitivo precoce. Segundo César (2014), a MoCA é um teste de
rápida aplicação e de alta sensibilidade e especificidade para a identificação de
comprometimento cognitivo leve.
No A8, não houve menção acerca da influência da escolaridade, porém De Paoli
(2016) revela em seu estudo clínico randomizado que a MoCA teve influência
significativa nos resultados encontrados, estabelecendo a compensação de adicionar um
88
ponto no escore total para participantes com 12 anos de escolaridade ou menos.
Ressaltando, ainda, que a melhor escolaridade correspondeu a maior pontuação total na
MoCA, no estudo supracitado.
Todavia, César (2014), em sua dissertação de mestrado, conclui que a MoCA não
apresentou boa acurácia na população estudada ressaltando que o teste apresentava
heterogeneidade educacional (baixo nível de escolaridade).
5.2.1.7 Teste de Fluência Verbal
Em relação ao teste de fluência verbal o A9 (MENEZES et al., 2016) o insere
numa sequência de testes neuropsicológicos, baseando-se no desempenho de indivíduos
normais, comparados a pacientes com doenças previamente estabelecidas, relacionados a
déficits de desempenho e a área comprometida.
Esse teste caracteriza-se pela criação do maior número de palavras possíveis em
período fixado. Existe o teste de fluência fonológica, com a evocação de palavras que
começam com uma certa letra, normalmente F, A ou S e a fluência por categoria ou
semântica, com a geração de palavras de certa classe semântica como, por exemplo,
categoria "animal". Estudos realizados com neuroimagem têm demonstrado que um bom
desempenho nas tarefas de fluência verbal semântica e fonológica depende,
respectivamente, mais do lobo temporal e frontal (RODRIGUES; YAMASHITA;
CHIAPPETTA, 2008, grifo nosso).
César (2014), em seu estudo populacional, revela que houve influência
estatisticamente significativa da idade e escolaridade no desempenho dos indivíduos em
relação ao mau desempenho em três ou mais testes cognitivos realizados, dentre eles,
encontra-se o teste de fluência verbal.
Ainda neste contexto, Vitiello et al. (2007) afirmam que, o teste de fluência verbal
apresentou alterações em 14,2% dos analfabetos; em 39% daqueles com escolaridade de
1 a 7 anos; e em 21% dos indivíduos com escolaridade igual ou superior a 8 anos.
Totalizando, 27,6% de alterações.
89
Resultados comuns acerca dos testes de avaliação cognitiva aplicados estavam
relacionados a influência da idade e a escolaridade. Segundo Dinaz e Tavares (2007),
afirmam que no Brasil, por força do grande número de cidadãos analfabetos e com baixa
escolaridade, a estratificação dos pontos de corte, de acordo com a escolaridade,
manifesta grande importância, já que diminui a possibilidade de classificar erroneamente
idosos que apresentam performance cognitiva compatível com a sua escolaridade, como
portadores de déficit cognitivo.
Os artigos dispostos apresentam resultados que permitem a compreensão, que de
forma geral, nos últimos 5 anos, o MEEM foi o teste de rastreio cognitivo mais utilizado
no Brasil, sendo por vezes um instrumento único de triagem, contrariando as
recomendações de que após encontrada alteração neste teste, há necessidade que um
médico realize a investigação das possíveis causas desta alteração para confirmação do
possível diagnóstico. Todavia, muitos artigos realizaram a utilização de outros testes
diagnósticos para avaliação da funcionalidade cognitiva associados ao MEEM para obter
resultados mais robustos ou auxiliar em diagnósticos diferenciais.
Outro ponto que se destaca é que o MEEM foi utilizado tanto para idosos com
diagnóstico de demência previamente diagnosticado, quanto para idosos que não
apresentavam déficit cognitivo anteriormente identificado. Ademais, ressalta-se que
segundo Tombaugh e Mcintyre (1992), o instrumento MEEM apresenta limitações ao que
diz respeito à avaliação de pacientes mais graves ou com alterações que os impeçam de
desempenhar os testes, como é o caso de pacientes com afasia.
Partindo do princípio que este é um teste que expressa resultados puramente
quantitativos, fatores como quadro de depressão poderia influenciar o rendimento do
paciente durante a realização do mesmo, outro exemplo, são pacientes com demência
frontotemporal, tendo em vista que os sintomas comportamentais podem preceder as
alterações intelectuais, dessa forma, o MEEM pode estar normal no início do quadro
(TOMBAUGH; MCINTYRE, 1992).
Diante disso, observa-se, portanto, que não há diferença entre as tecnologias
utilizadas para avaliação da funcionalidade cognitiva de idosos saudáveis ou com
90
cognição prejudicada. Ambas relatam prioritariamente o uso do MEEM como método de
rastreio, podendo o mesmo ser associado, ou não, a outros testes de diagnósticos.
5.2.2 Categoria 2: Técnicas utilizadas para melhoria da Funcionalidade Cognitiva
do Idoso
5.2.2.1 Exercícios Físicos
O exercício físico foi a técnica mais aplicada nos artigos encontrados, A1
(BRAGA et al., 2018); A2 (SIQUEIRA et al., 2019); A5 (NASCIMENTO et al., 2018);
A8 (SARTÓRI et al., 2017); A9 (MENEZES et al., 2016); A12 (ROCHA et al., 2015);
A15 (OLIVEIRA et al., 2019); A21 (DOMICIANO et al., 2016) sendo citada em 43%
dos artigos, os quais serão detalhados, relatando seus resultados em relação as funções
cognitivas dos idosos.
O A1 (BRAGA et al., 2018) descreve uma proposta do protocolo de treinamento
aeróbico intervalado de moderada intensidade, a qual possuiu o intuito de verificar o seu
efeito nas funções cognitivas em mulheres idosas que possuíam o diagnóstico de
depressão maior.
Essa intervenção aconteceu com 14 idosas, com duração de nove semanas, onde
o protocolo de treino realizado foi caracterizado por: 20 minutos de aquecimento com
atividades de coordenação motora para membros superiores e inferiores, estimulando a
bilateralidade e o próprio movimento realizado na caminhada (exemplo, caminhar com
uma mão apontando para cima e a outra para o lado, trocando os movimentos das mãos
conforme troca a passada); 30 minutos de exercício aeróbico intervalado de moderada
intensidade; 10 minutos de volta a calma com alongamentos (sentadas) e exercícios de
relaxamento (mantendo a atenção na respiração e com a cadência de dois segundos de
inspiração e expiração).
As sessões foram realizadas em grupo e durante todas as sessões eram tocadas
músicas escolhidas pelas idosas as quais eram orientadas por profissionais de educação
física, assessorados por estudantes do curso de bacharelado em educação física da
Universidade Federal de Pernambuco. Quanto aos resultados obtidos, destaca-se o achado
91
positivo no desempenho das tarefas de atenção, função executiva e dupla tarefa
visuoespacial após a aplicação da estratégia de treinamento supracitada.
Já o A2 (SIQUEIRA et al., 2019), reúne de forma sistemática estudos em idosos
com Doença de Alzheimer, em tratamento por meio da dupla tarefa. Dentre os artigos
selecionados, observou-se que as intervenções duraram de 4 a 12 meses, com frequência
semanal de 2 a 3 sessões de no mínimo 60 minutos. Os artigos desenvolveram
treinamentos físicos e funcionais, sendo eles: atividades motoras com enfoque funcional;
exercícios aeróbicos, exercícios simultâneos envolvendo resistência, força, flexibilidade,
coordenação motora e equilíbrio.
Dentre os resultados obtidos, os 4 artigos selecionados evidenciaram
estabilidade nos grupos que participaram do treino enquanto os grupos que não realizaram
atividades apresentaram deterioração cognitiva, com destaque significativo para a
melhora do equilíbrio.
No A5 (NASCIMENTO et al., 2018), foi realizado estudo com 74 idosas as quais
eram praticantes de exercícios físicos de forma contínua e foram submetidas a testes para
avaliação de marcha, equilíbrio, fluência verbal e cognição.
Entre os resultados, observou-se que as idosas maiores de 75 anos já apresentavam
alterações comprometedoras nos testes motores e de raciocínio aplicados em relação as
idosas com idade inferior. Porém, os autores reforçam que a prática de exercício se
demonstra como uma importante tecnologia tanto para a prevenção de quedas quanto para
melhoria nas funções cognitivas e de marcha. Mesmo não apresentando um protocolo
detalhado, o estudo informa que as idosas praticavam exercícios físicos de forma
regulares, recomendando essa prática como benéfica para a população idosa.
Em relação ao A8 (SARTÓRI et al., 2017) foi realizado um estudo experimental
com 33 idosos, onde 14 eram o grupo de intervenção e 19 o grupo controle com o objetivo
de avaliar os efeitos da intervenção motora com tarefa dupla na cognição e presença de
depressão nos idosos. O protocolo utilizado constituiu-se de uma intervenção
fisioterapêutica a qual teve duração de 5 semanas, totalizando 15 sessões. As atividades
92
foram realizadas três vezes por semana, em que cada sessão tinha duração total de 60
minutos.
O protocolo de dupla tarefa utilizado possuía 6 etapas, compostas por:
Aquecimento; Resistência aeróbica e capacidades coordenativas; Treinamento de força;
resistência, flexibilidade e relaxamento. Para constituir-se como um exercício de dupla
tarefa, concomitante a cada etapa física, eram associados estímulos cognitivos. Os autores
desse artigo não encontraram evidências suficientes para afirmar que os exercícios de
dupla tarefa foram eficazes para melhoria cognitiva nos idosos, porém informam que o
nível de depressão no grupo de controle (GC) foi maior que o grupo de intervenção (GI),
porém os autores supracitados associam esse achado com o fato dos idosos do GI serem
mais ativos e com maiores vínculos sociais que os demais.
O A15 (OLIVEIRA et al., 2019), trata-se de uma revisão sistemática, a qual
também descreve protocolos e análise de efeitos de intervenção motora nos idosos, sendo
que os artigos que descreviam o protocolo, descreviam etapas semelhantes das
apresentadas no A8, sendo elas: equilíbrio, flexibilidade, força e resistência aeróbica. As
diferenças do A8 incluem a ausência do aquecimento e relaxamento no protocolo de
exercícios, a realização dos exercícios na casa dos participantes da pesquisa e o fato de
os participantes já possuírem o diagnóstico de Alzheimer.
Quanto aos resultados obtidos, os estudos apresentaram resultados benéficos com
relação à estratégia de intervenção quanto ao desempenho funcional dos participantes.
Todavia, apenas um dos artigos analisados foi capaz de reduzir sintomas depressivos,
revelando que os protocolos diversificados talvez sejam os mais apropriados para o
tratamento tanto de aspectos físicos quanto psíquicos desses pacientes.
Acerca do A9 (MENEZES et al., 2016) realizaram um ensaio clínico controlado,
com 15 idosos que possuíam diagnóstico de comprometimento cognitivo e demência
leves, os quais foram distribuídos entre grupo experimental (GE) e controle (GC). Os
participantes do grupo experimental participaram do programa de exercícios
multicomponentes com estimulação cognitivo-motora durante 4 meses e com frequência
93
de uma sessão semanal de uma hora de duração, e o grupo controle foi submetido à
avaliação longitudinal de acompanhamento sem aplicação da referida intervenção.
O programa realizado trata-se de uma intervenção fisioterapêutica cognitivo-
motora que engloba exercícios de alongamento muscular, de fortalecimento muscular, de
atividades funcionais, de atividade motora (com tarefa cognitiva associada) e de treino de
marcha. Quanto aos resultados, o protocolo não mostrou evidências eficazes acerca das
funções cognitivas e da funcionalidade dos sujeitos, equiparando-se os resultados nos
grupos experimental e controle, porém, ressalta-se, que a intervenção apresentou melhora
significativa na mobilidade ao final da intervenção.
No A12 (ROCHA et al., 2015) os pesquisadores centraram-se em avaliar os
efeitos de um programa de treinamento concorrente (baseado em exercícios físicos de
força e resistência) sobre a autonomia funcional de idosas pós-menopáusicas, o qual
contou com 51 idosas participantes. Este treinamento foi constituído por exercícios de
força e de resistência, no qual o de força foi desenvolvido com uma frequência de três
vezes por semana, com duração de 25 minutos, compreendendo a realização de 3 séries
de 8-10 repetições, com intervalos de 1 a 2 minutos interséries e interexercícios. Já o
treinamento da resistência cardiovascular também foi desenvolvido com uma frequência
de três vezes por semana com duração de 25 minutos, intensidade aeróbica com variação
de 70% a 89% da frequência cardíaca de reserva.
Os resultados do presente estudo mostraram que tanto o GTC quanto o GC tiveram
a classificação dos testes de autonomia funcional parecidas antes da fase de intervenção,
ou seja, todos os testes aplicados apresentaram classificação fraca em ambos os grupos,
porém, vale destacar que na comparação intergrupos, o GTC apresentou diferença
significativa na execução de todos os testes de autonomia funcional, quando comparado
ao grupo controle.
Já no A21 (DOMICIANO et al., 2016) promoveram um estudo com objetivo de
analisar os efeitos de um programa de fisioterapia para promoção à saúde acerca da
capacidade cognitiva de mulheres idosas institucionalizadas. Quanto ao programa, o
mesmo constituiu-se de um conjunto de atividades divididas em 17 protocolos, sendo
94
eles: Protocolo de Função Cognitiva; Estímulos Musicais; Prevenção de Quedas; Higiene
Pessoal; Religiosidade; Alimentação Saudável; Colagem/mosaicos; Dia da Beleza;
Cartazes; Carnaval; Jogos (Quebra-cabeças e Formando Palavras); Jogo da Força; Jogo
das Sensações; Páscoa; e; Bingo Musical. Ao todo o programa possuiu uma duração total
de cinco meses e ocorreu por meio de encontros semanais (uma vez por semana), com
duração mínima de uma hora. Quanto aos resultados, evidenciou-se ganho estatístico
significativo no desempenho do MEEM antes e após 20 intervenções fisioterapêuticas,
todavia, algumas categorias avaliadas neste estudo não mostraram alteração ou melhora
mesmo após as 20 intervenções.
Em relação aos achados referente a prática de exercícios físicos e sua associação
com a melhora/prevenção no declínio cognitivo do idoso com ou sem demências
diagnosticadas, Antunes et al. (2006) afirmam que a prática de exercício físico é hoje
considerada uma necessidade absoluta para o homem e uma estratégia eficaz para a
promoção da saúde em geral. Neste seguimento, a Organização Mundial de Saúde (2010)
revela que a inatividade física é considerada como o quarto fator de risco para a
mortalidade global. De acordo com Heyn (2003), a prática de atividades físicas regulares
é capaz de atuar como um fator neuroprotetor, proporcionando melhorias significativas
na função cognitiva global em indivíduos que apresentam declínios cognitivos leves ou
demência.
Ainda neste sentido, diversos outros estudos salientam a ação positiva da prática
da atividade física acerca da cognição (Colcombe; Kramer, 2003; WHO, 2010; Hötting;
Röder, 2013). Nos estudos analisados aqui, percebeu-se a presença do exercício aeróbico
em quase todos os protocolos de atividade física, desta forma, faz-se necessário destacar
que, o contributo do exercício aeróbico, produz benefícios ao nível do funcionamento
cognitivo, especialmente na função executiva em pessoas idosas (Colcombe; Kramer,
2003), bem como, na modulação da depressão (DESLANDES, 2013; UNDERWOOD et
al., 2013).
Em contrapartida, um estudo recente realizado com 59 idosos não encontrou
evidências de que a prática regular de exercícios físicos possa gerar algum benefício
95
cognitivo em idosos saudáveis, quando comparados a idosos que não praticavam
exercícios físicos regulares (MACEDO et al., 2019). Ainda neste sentido, os mesmos
autores destacam uma associação de aspectos influenciadores da cognição, como a
escolaridade, nível sociocultural e o hábito da leitura, citados como possíveis motivos da
ausência de diferença no desempenho cognitivo entre os grupos estudados, corroborando
com os achados apresentados na análise dos estudos aqui discutidos, os quais também
mencionam que essas variáreis são moderadoras da cognição e influenciadoras nos
resultados obtidos.
5.2.2.2 Musicoterapia e Dança
O relato do uso da musicoterapia e dança para melhorar a cognição de idosos foi
apresentado no A17 (BORGES et al., 2018) e A6 (OLIVEIRA et al., 2018).
O A17 (BORGES et al., 2018) caracteriza-se por estudo clínico randomizado com
idosos com demências vivendo em ILP. Foi desenvolvido um protocolo de autonomia
funcional para atividades de vida diária promovido através da dança de salão com um
grupo de intervenção denominado Grupo Experimental (GE) e outro grupo denominado
Grupo Controle (GC), sendo orientado não realizar nenhuma atividade física
sistematizada por 12 semanas, desenvolvendo apenas atividades de vida diária já
realizadas.
O programa de dança de salão foi constituído de sessões de 50 minutos de duração,
três vezes por semana, em dias alternados, durante 12 semanas. Dentre os ritmos musicais
trabalhados, encontram-se: foxtrote, valsa, rumba, swing, samba e bolero. O programa
constituía-se de aquecimento, atividade de dança principal (com intensidades variadas) e
relaxamento.
Baseando-se nos resultados obtidos neste estudo, foi possível observar que os
indivíduos do GE, quando submetidos ao programa de dança de salão, apresentaram
melhora nos níveis de autonomia funcional para as AVD e melhora no estado mental em
comparação com o GC, que não sofreu nenhuma intervenção.
96
Souza e Metzner (2013) e Wittter et al. (2013) defendem que a dança pode trazer
benefícios tais como, melhora no controle motor e muscular, resistência cardiovascular,
resultando na melhora da frequência respiratória, amplitude de movimentos, estimulação
de funções cognitivas, como atenção concentrada, flexibilidade cognitiva e memória
operacional. Já Guzmán‐García (2013) considera que, os idosos que participaram de
práticas corporais por meio da Dança Sênior, apresentaram aumento significativo dos
escores dos domínios de qualidade de vida, dessa forma, podendo ser considerada uma
possibilidade efetiva de intervenção para melhoria da qualidade de vida no
envelhecimento.
Já o A6 (OLIVEIRA et al., 2018) traz a musicoterapia como tecnologia de estudo
para melhora das funções cognitivas, não há descrição de um protocolo em si, e sim relato
dos estudos encontrados, os quais trazem a musicoterapia como estudo para com os
idosos. Dentre os resultados encontrados, destaca-se que além dos sintomas, a terapia
musical modificou a qualidade de vida dos pacientes com demência, ofertando certa
evolução em relação a convivência com seus sintomas. Além disso, as relações
interpessoais e a linguagem também foram aspectos melhorados.
Observa-se ainda, que os funcionários que conviveram com os idosos
participantes da pesquisa observaram os seguintes aspectos: humor, nas relações e, em
especial, na proximidade entre paciente e terapeuta, resultando ainda, que o manejo desses
idosos fosse facilitado.
Corroborando com os achados acima, Silva (2018) afirma em sua dissertação que,
ao contrário de outros aspetos físicos e psicológicos, a aptidão musical não regressa à
medida que as pessoas envelhecem e, para grande parte dos idosos, as mudanças físicas
associadas ao processo de envelhecimento não têm implicações significativas no prazer
musical ou na aptidão musical. Para mais, os idosos têm preferências musicais bastante
distintas, não padronizadas, justificadas pela passagem ao longo da vida por experiências
marcantes nas quais a música estava presente e, por vezes, são capazes de distinguir as
suas preferências musicais, o que faz dos idosos uma população com a qual faz todo o
sentido intervir através da música.
97
Ainda neste contexto, Luz (2015) investigou em sua dissertação o efeito da
intervenção musicoterapêutica na qualidade de vida dos idosos residentes em ILPIs. O
estudo foi um ensaio clínico controlado composto por 48 idosos, divididos em dois
grupos, onde após a intervenção proposta identificou que a intervenção musicoterapêutica
promoveu melhora na qualidade de vida principalmente no domínio físico e nos níveis de
depressão.
Desarte e Sacks (2010) asseguram que a musicoterapia na demência é possível
porque a mesma ativa emoções, capacidades cognitivas, memórias e, principalmente, o
que resta do “eu” do paciente, ativando todos estes aspetos e trazendo-os para um contexto
seguro nos quais os mesmos podem ser trabalhados com a ajuda de um musicoterapeuta.
Neste sentido, Sá (2019) afirma que através da musicoterapia é possível alcançar
resultados positivos quanto ao nível de atenção, memória, relações e interações sociais,
agitação, comunicação, humor, expressão e regulação emocional.
5.2.2.3 Jogos Eletrônicos Cognitivos/Utilização da Internet
O uso dessa tecnologia para melhorar a capacidade cognitiva de idosos foi
observado no A4 (BENTO et al., 2018) e A19 (KRUG; D’ORSI; XAVIER, 2019).
No A4 (BENTO et al., 2018) utilizaram como intervenção o jogo terapêutico
intitulado Jogar também faz bem!, o qual foi desenvolvido pelo Laboratório de Interação
Flexível e Sustentável do Departamento de Computação da Universidade Federal de São
Carlos (SP) em parceria com profissionais da área da saúde e pacientes do Hospital
Espírita de Marília, com o objetivo de auxílio no tratamento de sintomas depressivos
através da estimulação cognitiva (Grifo nosso).
O jogo supracitado, era desenvolvido durante as sessões de hemodiálise que
duravam em média 60 minutos. O mesmo era composto por cinco módulos, os quais
possuíam atividades para estimular o aprendizado, onde cada módulo incluía mensagens
como: “Aprender algo faz bem!”; “Se cuidar faz bem!”; “Cuidar de algo faz bem!”; “Se
divertir faz bem!”. Os idosos deviam escolher entre as opções disponíveis e cumprir as
98
tarefas, porém, acerca do nível de dificuldade das tarefas, quem definia era o profissional
de saúde que acompanhava o idoso. E, ao final de cada um dos módulos, o jogador recebia
uma atividade de estimulação cognitiva relacionada ao módulo concluído. Acerca dos
resultados obtidos, o jogo demonstrou-se importante intervenção na melhora dos
sintomas depressivos em idosos em tratamento hemodialítico, porém, não alcançou
resultados significantes em relação ao desempenho cognitivo (Grifo nosso).
Observou-se no estudo de Peretz et al. (2011) que os jogos eletrônicos
apresentaram maior eficácia no aprimoramento da atenção concentrada das funções
executivas. Corroborando com o experimento realizado por Nouchi et al. (2012) que
afirma também que os tipos de jogos eletrônicos aprimoraram as funções executivas dos
idosos saudáveis.
Além disso, cabe destacar, que não se sabe ao certo o tempo que os benefícios
cognitivos gerados pelos jogos eletrônicos permanecem na cognição. Eggenberger et al.
(2015) indicam em seu estudo que o aprimoramento cognitivo, no raciocínio, atenção e
memória, gerado pelos jogos eletrônicos, em idosos saudáveis, permaneceu no follow-up
um ano após a intervenção, em contrapartida, outra pesquisa com idosos saudáveis
demonstrou que o aprimoramento cognitivo, na memória e na atenção, desapareceu três
meses após a intervenção inicial (BALLESTEROS et al., 2015).
Acerca da utilização da internet, no A19 (KRUG; D’ORSI; XAVIER, 2019)
realizaram um estudo constituído de 1.705 idosos, os quais foram avaliados
longitudinalmente durante 4 anos, através de um questionário que permitiu a
caracterização sociodemográfica do grupo estudado e permitiu também a avaliação acerca
do uso de internet após quatro anos (manteve o não uso de internet; deixou de usar
internet; passou a usar internet; manteve o uso de internet) e o declínio cognitivo.
Dentre os resultados, evidenciou-se que a maioria dos entrevistados pesquisados
não obtiveram ganho nem perda cognitiva clinicamente de relevância. Todavia, em
relação a utilização da internet por idosos, se associou com maior chance de ganho
cognitivo clinicamente comprovado através do MEEM. Além disso, o estudo revelou que
os idosos que se mantiveram utilizando a internet, obtiveram maior chance de apresentar
99
ganho cognitivo e menor chance de apresentar declínio cognitivo se comparado àqueles
que não faziam uso dessa tecnologia.
Cardoso, Argimon e Pereira (2017) revelam, em sua revisão sistemática, que os
principais efeitos gerados pelos jogos eletrônicos na cognição de idosos estão
relacionados a benefícios no campo da atenção, seguido pela memória e raciocínio.
Contudo, ressalta-se que os jogos de computadores são intervenções ainda pouco
estudadas, todavia, na maioria dos estudos encontrados, revela seu potencial terapêutico
de forma significativa no desempenho das funções cognitivas para idosos com declínio
cognitivo. Justificando, portanto, mais pesquisas que fomentem e comprovem essa
discussão.
Acerca do uso da internet White et al. (1999) realizaram um estudo experimental
com um grupo de 15 idosos, residentes em uma casa de repouso, dos quais receberam
orientações sobre o uso da internet durante cinco meses, onde observaram que o uso
regular da internet reduz significativamente os índices de solidão e depressão na
senescência, porque promove a interação e o convívio social, ultrapassando barreiras
limitantes, tais como as deficiências físicas.
Contrapondo-se a isso Nie (2001), em seu estudo de revisão que teve por objetivo
explorar a internet e a sociabilidade, revela que, para aqueles com uma ampla rede de
contatos sociais, o uso da internet não modifica a socialização, pelo contrário, pode até
prejudicar, tendo em vista que o tempo dedicado às atividades virtuais diminui o que seria
destinado a encontros com amigos e parentes, por exemplo. O autor critica os estudos que
demonstram a relação direta entre a sociabilidade e o uso da internet que não buscam
identificar quais atividades foram substituídas pelas atuais horas gastas no computador,
apenas verificam os contatos virtuais do usuário.
5.2.2.4 Aplicação das Atividades Avançadas de Vida Diária
A utilização dessa tecnologia, que é composta por atividades diárias mais
complexas, foi aplicada junto aos idosos na observação do seu desempenho e preservação
100
da capacidade cognitiva. Tal ação foi descrita no A14 (OLIVEIRA et al., 2015) e A20
(DIAS et al., 2015).
O A14 (OLIVEIRA et al., 2015) teve por objetivo investigar a associação entre
Atividades avançadas de vida diária (AAVD) e o desempenho cognitivo entre idosos,
contando com a participação de 302 idosos sem declínio cognitivo, classificados em
muito ativos e pouco ativos nas AAVDs.
As Atividades avançadas de vida diária (AAVDs) caracterizam-se por um
conjunto de atividades de lazer, realizadas no tempo livre, independentes do trabalho, que
envolvem o voluntariado, atividades educacionais, participação social na comunidade,
sendo dependentes de motivação pessoal (NERI, 2005). As AAVDs podem ser divididas
em físicas e sociais ou em sociais, produtivas, físicas e de lazer, justapondo-se conforme
a finalidade e a natureza das atividades (REUBEN; LALIBERTI; HIRIS; MOR, 1990;
DIAS, 2009). Para a gerontologia a execução das AAVDs podem indicar boa saúde física
e mental, e a redução no engajamento nessas atividades pode sugerir início de declínio
funcional, alterações cognitivas e fragilidade (DIAS, DUARTE; LEBRÃO, 2010;
KONO; KAI; SAKATO; RUBENSTEIN, 2007; MELO, 2009; SILVA et al. 2001).
Para o presente estudo, foi calculado o número total de atividades que cada
participante relatou fazer. Os participantes foram classificados em dois grupos: mais
ativos, com maior participação nas AAVD, ou menos ativos, de acordo com sua
pontuação nesse total. Foram considerados como mais ativos aqueles que realizavam
quatro ou mais atividades e, como menos ativos, os idosos que relataram realizar três ou
menos atividades, o que indicava estar no menor quartil da distribuição para essa variável.
Os resultados do presente estudo indicaram que idosos com maior participação e
engajamento nas AAVDs apresentaram melhor desempenho, todavia, os dados indicam
que a associação entre a prática de atividades e o desempenho cognitivo é articulada por
variáveis sociodemográficas (escolaridade, idade) como também sintomas depressivos.
O A20 (DIAS et al., 2015) teve por objetivo analisar o impacto das atividades
avançadas de vida diária (AAVD) na incidência de declínio cognitivo em idosos sem
declínio cognitivo. Em relação as AAVDD, 12 atividades sociais, produtivas, físicas e de
101
lazer foram compreendidas, em questionário, sendo elas: Contato com outras pessoas por
meio de cartas, telefone ou e-mail; visita a amigos e familiares em suas casas; cuidado ou
assistência a outras pessoas (incluindo cuidado pessoal, transporte, compras para
familiares ou amigos); trabalho voluntário fora de casa; viagem para fora da cidade
pernoitando pelo menos uma noite; participação em algum programa de exercícios
regulares; convida pessoas para virem à sua casa para refeições ou lazer; sai com outras
pessoas para lugares públicos como restaurante ou cinema; realização de alguma
atividade manual, artesanato ou atividade artística; participação em atividades sociais
organizadas (clubes, grupos comunitários ou religiosos, centros de convivência de idosos,
bingo); faz uso de computador, incluindo a internet e se dirige veículos a motor.
As respostas poderiam ser feitas com as seguintes palavras: sempre,
frequentemente, ocasionalmente, raramente e nunca. Quanto aos principais resultados
obtidos, destaca-se que após a análise multivariada de dados, foi observado que quanto
maior o número de AAVD realizadas, menor a chance de declínio cognitivo no período
estudado e além de ser importante para a manutenção da capacidade cognitiva, o número
de AAVDs realizadas foi prenunciador do declínio cognitivo.
Relacionado aos achados do A14 e A20, Gomes et al. (2020) apresentam
resultados que mostram que o desempenho de atividades avançadas de vida diária foi um
fator protetor para o amadurecimento de declínio cognitivo, independentemente de
condições socioeconômicas, de saúde geral, estilo de vida e incapacidade funcional nas
atividades de vida diária.
Em relação a realização das AVDs, Abreu, Forlenza e Barros (2005) evidenciam
que o declínio cognitivo dificulta a realização das AVDs e das relações sociais e
familiares, prejudicando gradativamente a autonomia do idoso. Dessa forma, o estímulo
dessas atividades em indivíduos saudáveis (sem nenhum diagnóstico de doenças
demenciais) se torna importante fator de manutenção e proteção em relação ao declínio
cognitivo.
102
5.2.2.5 Treinamento Cognitivo/Treinamento de Estímulo Cognitivo
A escolha dessa prática como tecnologia para melhorar a capacidade cognitiva de
idosos foi encontrada em 5 publicações (23,8%), descritas no A10 (SANTOS; FLORES-
MENDOZA, 2017); A11 (CASEMIRO et al., 2016); A7 (NETO et al., 2017); A13
(WANDERBROOCKE et al., 2015) e A19 (CASEMIRO, 2018).
O A10 (SANTOS; FLORES-MENDONZA, 2017) realizou uma revisão
sistemática selecionando artigos sobre treinamento cognitivo para idosos, onde destacam-
se os que possuíam o foco o treino de memória episódica, escalas de domínio comum
(não restritas a psicólogos). Dentre os resultados encontrados, os autores revelam que os
estudos nacionais focam nas habilidades mnemônicas e que apenas oito estudos puderam
ser classificados como multidomínio, ou seja, treinaram habilidades cognitivas diversas
classificados como unimodais. Os autores afirmam que por essa revisão, não foram
achados resultados que sustentem conclusões, geralmente informadas, da eficácia das
intervenções, porém, diversos artigos relatam efeitos do treino para pelo menos uma
medida cognitiva utilizada.
Já o A11 (CASEMIRO et al., 2016) trata-se de ensaio clínico aberto
controlado, com 458 participantes, divididos em Grupo Controle (GC) e Grupo de
Intervenção (GI), caracterizado por 20 sessões semanais, de uma hora a cada encontro,
durante seis meses. A organização se deu de forma a montar um circuito de duas ou três
atividades por sessão, para que os indivíduos exercitassem diferentes domínios cognitivos
em todas as intervenções.
Quanto aos resultados, observou-se melhora em todas as variáveis estudadas no
GI se comparado o antes com o depois, com exceção da capacidade funcional que se
manteve igual. Todavia, foram significativamente positivos apenas os sintomas de
depressão e ansiedade. No GC, as variáveis também demonstravam melhora, com
exceção dos sintomas de depressão e de ansiedade que demonstram piora comparando o
antes com o depois. No GC nenhuma diferença foi estatisticamente substancial. Ainda
acerca dos resultados, observou-se melhora em todos os domínios para o GI, com exceção
103
da fluência verbal que se manteve igual. Destacando-se a melhora no domínio
visuoespacial que apresentou significância estatística.
No A7 (NETO et al., 2017) os participantes da pesquisa foram os idosos que
vivem em uma ILP com idade igual ou acima de 60 anos, de ambos os sexos, aposentados
ou não, que obtiveram uma pontuação maior ou igual a 13 no instrumento de pesquisa
Mini Exame do Estado Mental (MEEM) no período de dois meses.
As atividades contavam com a intervenção de uma equipe multiprofissional
composta por enfermeiros, psicólogo e nutricionista, os quais estimulavam cada idoso
duas vezes por semana, através de atividades de raciocínio lógico, memória, atenção,
concentração, sequenciamento e aprendizado, atividade expressiva, orientação temporal
e espacial, das quais eram determinadas com o auxílio de uma terapeuta ocupacional e da
literatura.
Dentre as atividades de raciocino lógico, destacam-se o jogo da memória, quebra-
cabeça e bingo, ademais, os pesquisadores trabalharam com exercício da água e argila
para moldar objetos de alguma data comemorativa, preparação de salada de frutas e, por
fim, a atividade de colorir os números de acordo com a legenda. Além disso, houve
também uma atividade expressiva que foi realizada por meio de um espelho dentro de
uma caixa, onde o idoso ao se olhar precisava se descrever. Destaca-se ainda que os
pesquisadores escolhiam qual dessas atividades se adequava melhor no contexto do idoso
e a aplicavam.
Quanto aos resultados encontrados, relacionados a estimulação das atividades
cognitivas, produziu-se maiores efeitos positivos na capacidade cognitiva de seus
participantes. Todavia, em relação a capacidade da memória de trabalho dos participantes,
não foram encontradas notáveis influências das intervenções.
O A13 (WANDERBROOCKE et al., 2015) teve por objetivo principal promover
estímulo cognitivo através de uma Oficina de Memória (OM) realizada em uma Unidade
de Saúde com idosos, a qual possuía foco na memória e socialização entre os
participantes. A OM de 15 encontros semanais, com duração de uma hora, caracterizando-
se por duas atividades por encontro, onde no final de cada uma delas, era explicado acerca
104
dos tipos de memória que haviam sido trabalhadas. As atividades constituíam-se de
recordar-se de lugares especiais, lembranças afetivas e sensoriais, como por exemplo,
buscar as lembranças e descrever um ambiente familiar. Com intuito de promover a
memória sensorial, os pacientes eram vendados e orientados a identificar cheiros e/ou
texturas como de café, cravo, canela, hortelã, algodão e outros materiais. Além disso, as
autoras ofereciam dicas e orientações de fácil utilização para o dia-a-dia com o objetivo
de que os participantes estimulassem sua memória em outros momentos além da OM.
Dentre os resultados encontrados, as autoras informam que apesar de não possuir
o intuito de avaliar os resultados da OM, os participantes relataram como positivo o fato
de estarem dedicando mais tempo para cuidar de si próprios, incluindo a observação e
exercícios para o funcionamento cognitivo, além de reforçarem que ganharam confiança
em relação a si próprios na medida em que conseguiam alcançar o proposto pelas autoras.
Alguns entrevistados relataram também, melhora na autoestima, na organização, atenção
e memorização de tarefas rotineiras.
Já no A19 (CASEMIRO, 2018) realizou-se um ensaio clínico randomizado e
controlado durante cinco meses, que teve a participação de 350 idosos que apresentavam
diagnósticos neurológicos de diversas etiologias, onde cerca de 60% delas era demência.
Os participantes foram divididos em dois grupos, sendo um de controle e um de educação
em saúde. A intervenção caracterizou-se por atividades ativas de Educação em Saúde que
possuíam objetivos pré-estabelecidos, dos quais eram realizados uma semana antes da
realização da educação em saúde, com o tema pré-estabelecido, mediante a necessidade
identificada pelos próprios participantes (reforçando a autonomia do sujeito).
Em relação as atividades ativas desenvolvidas antes do debate do tema principal
do encontro, destacam-se os principais objetivos estipulados: estímulo de memória;
linguagem; atenção e raciocínio lógico; estímulo do domínio visuoespacial, da fluência
verbal, da criatividade e da função executiva, além disso, buscou-se trabalhar o equilíbrio,
a atenção e coordenação; promover a integração grupal; a troca de afeto; a aproximação;
o vínculo e a descontração. Quanto ao grupo de controle, os mesmos não foram incluídos
nas atividades, e apenas receberam telefonemas quinzenais (com duração média de 15
105
minutos) os quais objetivavam saber acerca do estado de saúde, da rotina e se os
participantes desse grupo estavam praticando alguma atividade diferente.
A respeito dos resultados, a intervenção de Educação em Saúde revelou-se como
estratégia contribuinte para a melhora na memória dos participantes, onde as dinâmicas
de grupo se demonstram benéficas para o desempenho cognitivo, obtendo resultado na
memória, linguagem e orientação dos entrevistados.
Neste sentido, faz-se necessário definir que o treino ou estimulação cognitiva é
uma intervenção estruturada com a finalidade de eliminar ou atenuar dificuldades
cognitivas, em função do grau de comprometimento existente ou prevenir sua ocorrência
(OLIVEIRA; SILVA; CONFORT, 2018). Baseando-se na perspectiva otimista em
relação aos efeitos do treino cognitivo reveladas nos artigos estudados, Golino e Flores-
Mendonza (2016) realizaram um estudo piloto onde participaram um grupo de 15 idosas
sem déficit cognitivo, com o objetivo de proceder adequações e correções em um
protocolo de treino cognitivo, em que foi evidenciado um aumento significativo de
desempenho para o Grupo Experimental entre o pré-teste e o pós-teste, enquanto que o
Grupo de Controle apresentou uma estabilização ou leve declínio nos escores após a
intervenção.
Os autores supramencionados destacaram ainda a observação de um maior
desempenho do grupo experimental em três das cinco medidas cognitivas, após a
intervenção, porém, os mesmos reforçam que não foi permitido concluir que houve um
efeito significativo de treino, mas sinalizam positivamente para a necessidade de
condução de um ensaio clínico randomizado para testar adequadamente os efeitos do
programa. Além disso, destacam nos resultados principais um aumento em todas as
habilidades testadas, sendo elas: completar as figuras, códigos, aritmética, raciocínio
matricial.
Já a reabilitação cognitiva, trata-se de uma intervenção que se destina a grupos
clínicos e caracteriza-se tradicionalmente por envolver o indivíduo em um leque de
atividades gerais (incluindo a estimulação cognitiva) e discussões (comumente realizadas
106
em grupos) buscando a melhoria geral do funcionamento cotidiano, cognitivo e social.
Dessa forma, o objetivo principal da reabilitação é ajudar pacientes com demência em
estágio inicial e moderada a aproveitarem ao máximo a sua memória e o funcionamento
cognitivo, mesmo diante das dificuldades que estão enfrentando (GOLINO; FLORES-
MENDOZA, 2016)
Presume-se, portanto, que em relação às intervenções cognitivas e a diligência de
exercícios mentais, o aprendizado de estratégias cognitivas tem a capacidade de melhorar
ou, no mínimo, preservar o desempenho de determinado domínio. Os resultados
encontrados na pesquisa confirmam a hipótese de que programas de estimulação, e neste
caso, prática de atividades cognitivas e atividades físicas, produzem efeitos positivos
(embora não estatisticamente significativos) na capacidade cognitiva geral, na memória
de trabalho e na depressão de idosos institucionalizados, sendo que os idosos que
participaram de um programa de treze sessões de atividades físicas obtiveram maiores
benefícios na depressão, enquanto os que participaram de um programa de vinte e duas
sessões de atividades cognitivas obtiveram maiores benefícios na capacidade cognitiva
geral.
5.2.2.6 Uso de outras Práticas Preventivas de Declínio Cognitivo
Somente o A3 (MENDES et al., 2019) destaca a utilização de um conjunto de
ações técnicas relacionadas as atividades físicas, mentais e sociais para prevenir o declínio
cognitivo. O estudo contou com a participação de 557 idosos, os quais foram
entrevistados afim de analisar a realização de práticas consideradas preventivas de
declínio, sendo elas: atividade física; alimentação saudável (comer frutas e verduras,
consumir peixes e pouca carne vermelha, azeite de oliva e/ou consumir moderadamente
bebida alcoólica), mental (utilizar computador e/ou jogar videogame; leitura de livros
e/ou jornais; jogar cartas, palavras cruzadas, dama ou xadrez e/ou atividades de artesanato
– pintura, crochê, bordado, biscuit); e; social (visitar amigos e/ou familiares, viajar,
passear e/ou ter momentos de descontração).
107
Dentre os resultados encontrados, destacam-se a associação entre práticas
preventivas de DC e independência funcional, porém o A3 não aborda de forma
esclarecida os reais benefícios que essas práticas podem resultar na qualidade de vida dos
idosos. Mas faz-se necessário ressaltar que algumas variáveis analisadas possuem
resultados que merecem ser destacados, sendo eles: a associação de práticas preventivas
de declínio cognitivo em idosos com maior nível de escolaridade e com ocupação
profissional ativa. Dessa forma, o A3 sugere novos estudos com idosos que se encontram
na contramão desses aspectos, ou seja, aposentados, baixa renda e com baixo nível
escolaridade.
Dentro das variáveis do estudo, a pessoa idosa devia realizar pelo menos uma
atividade do domínio físico (atividade física; alimentação saudável – e/ou consumir
moderadamente bebida alcoólica), mental (utilizar computador e/ou jogar videogame;
leitura de livros e/ou jornais; jogar cartas, palavras cruzadas, dama ou xadrez e/ou
atividades de artesanato – pintura, crochê, bordado, biscuit) e social (visitar amigos e/ou
familiares, viajar, passear e/ou ter momentos de descontração).
O A3 não aborda o treinamento cognitivo em si, mas compreende as práticas de
atividades mentais para estimulação da cognição, todavia, destaca-se que os autores
reconhecem que é o conjunto de práticas que é preventivo para o declínio cognitivo,
incluindo as atividades físicas e sociais e não apenas o treinamento cognitivo. O A3
corrobora com Abreu, Forlenza e Barros (2005), os quais também não abordam
diretamente o treinamento cognitivo metodológico, mas compreendem a execução de
atividades de vida básica e/ou avançadas como estímulo cognitivo e produção de
melhorias na qualidade de vida.
Por conseguinte, Damásio (1996) pressupõe que é razoável pensarmos que dentro
de um projeto de estimulação cognitiva e física ocorram alterações nas funções
cognitivas, tais como atenção e memória de trabalho, em cérebros em franco processo de
envelhecimento. Se corpo e cérebro interagem intensamente entre si, o organismo que
eles formam, interage de forma não menos intensa com o ambiente que o rodeia.
108
5.2.2.7 Aplicação da Terapia de Reminiscência
Apenas o A16 (GIL et al., 2019) relatou sobre essa tecnologia que visa como meio
de diversas técnicas, recuperar as memórias passadas. Tal estudo foi apresentado através
de uma revisão sistemática da literatura que teve por objetivo sintetizar a evidência
existente sobre a eficácia da Terapia de Reminiscência (TR) em pessoas idosas com
compromisso cognitivo institucionalizadas. Em relação a intervenção realizada, a maioria
dos artigos selecionados trabalharam programas estruturados, que possuíam foco na
evocação e partilha de memórias associadas a temáticas gerais tais como: infância,
músicas antigas, épocas festivas, família, entre outras. A atividade era realizada com
auxílio de objetos e fotografias pessoais que tinham como objetivo facilitar as
recordações.
Acerca dos resultados encontrados, os autores expõem que a TR pode configurar-
se como uma intervenção eficaz na manutenção da função cognitiva e redução da
sintomatologia depressiva em pessoas idosas com compromisso cognitivo
institucionalizadas, ressaltando que os estudos apontam, através de métodos
comparativos, fortes indicativos de que a TR foi responsável pela melhora nas variáveis
analisadas quando comparada a outras intervenções não farmacológicas.
De acordo com Butler (1963, p.75), a definição da teoria de Reminiscência é “um
processo mental, universal e natural, de recuperação de memórias de acontecimentos
passados com diversas finalidades e com incidência particular na resolução de conflitos
do passado”.
Essa terapia quando utilizada como técnica de evocação guiada, pode seguir
diferentes propósitos, de acordo com as características da população a qual se destina.
Dessa forma, na intervenção com idosos, a reminiscência pode ser utilizada como
estratégia preventiva, antecipando resultados negativos ou em formato remediativo, após
instalação da sintomatologia (GONÇALVES; ALBURQUERQUE; MARTÍN, 2008).
Neste sentido a TR revela-se apropriada aos idosos, uma vez que vários estudos
têm apontado para os efeitos benéficos da evocação guiada de memórias significativas
109
para os idosos. A reminiscência torna-se progressivamente mais presente conforme o
sujeito envelhece (CAPPELIEZ; O’ROURKE; CHAUDHURY, 2005; GIBSON, 2004).
Douglas, James e Ballard (2004) mostram em seu artigo de revisão sobre
intervenções não farmacológicas na demência, que os principais benefícios da TR em
população com sintomatologia do tipo demencial, são a promoção do bem-estar, da
interação social e da motivação, porém, os mesmos destacam que os estudos disponíveis
sobre a eficácia desta estratégia ainda são insuficientes.
Corsete (2018) em seu estudo quase-experimental, que tinha como objetivo
verificar o impacto de um programa de intervenção grupal por reminiscência simples, o
qual contou com a participação de 08 idosos que foram submetidos a um programa
terapêutico composto por seis sessões semanais de reminiscência não estruturada. Dentre
os principais resultados obtidos, destacam-se os efeitos positivos significativos da terapia
de grupo nas medidas não clínicas da qualidade de vida (autoestima e solidão). E, no
mesmo seguimento, Douglas, James e Ballard (2004), salientam a necessidade de
investigação adicional para clarificação dos efeitos desta intervenção a longo termo.
A partir dos resultados encontrados, observa-se que as intervenções baseadas em
exercícios físicos foram as que predominaram no estudo, associado a isso, enfermeiros,
educadores físicos e fisioterapeutas se destacaram como os principais pesquisadores no
campo da gerontologia e geriatria relacionados a intervenções para funções
cognitivas/executivas nos idosos.
Em seguida, as intervenções baseadas em Treinamento Cognitivo/Treinamento de
Estímulo Cognitivo assumem a segunda posição, nas quais os autores afirmam melhora
na memória dos participantes a partir da aplicação dessas tecnologias. Portanto, foi
possível concluir que as práticas de treinamento cognitivo são benéficas para o
desempenho cognitivo, obtendo resultado tanto na memória, quanto na linguagem e
orientação dos entrevistados.
Faz-se necessário ressaltar, que a maioria dos artigos encontrados não utilizaram
as técnicas supracitadas de forma isolada, trabalhando-as com a associação de outras
técnicas. Dessa forma, apesar da predominância do exercício físico, destaca-se que ele
110
não foi utilizado de forma isolada, sempre sendo associado a alguma outra técnica, como
forma de potencializar sua ação.
Observa-se, portanto, que os resultados dessas associações são mais favoráveis do
que quando comparado com os resultados das técnicas utilizadas de forma isolada,
podendo inferir que a associação de exercícios físicos com outras técnicas cognitivas
promove uma melhor evolução cognitiva nos idosos se comparada com as técnicas
cognitivas isoladas.
5.2.3 Síntese propositiva sobre estratégias de cuidado na melhoria da funcionalidade
cognitiva dos idosos
Essa síntese propositiva acerca de estratégias de cuidado para a melhoria da
funcionalidade cognitiva dos idosos está respaldada nos artigos analisados e na vivência
profissional como clínico neurologista.
Faz-se necessário destacar que a síntese propositiva sugerida é congruente com
o que os artigos propõem e partem do princípio que, majoritariamente, as estratégias de
cuidado encontradas nos artigos selecionados foram relacionadas a exercícios físicos,
subsidiando assim, a estratégia de cuidado proposta.
A proposta aqui recomendada é a associação da prática de exercícios físicos e
atividades cognitivas, com um protocolo de duração mínima de 5 semanas, (baseando-
se na média de tempo encontrada nos 21 artigos) envolvendo idosos sem
comprometimento cognitivo dos quais serão caracterizados após a aplicação do MEEM
como método de rastreio de déficits cognitivos.
Sugere-se que a população seja escolhida através das equipes de saúde da
família, tendo em vista que o controle e manutenção do grupo fica mais facilitado pelo
processo de territorialização que a Estratégia Saúde da Família (ESF) devem realizar,
mapeando os idosos, suas doenças e/ou suas principais necessidades. Sendo como critério
de inclusão idosos acima de 60 anos, sem declínio cognitivo diagnosticado.
Ademais, a proposta compreende a criação e/ou reformulação de grupo
terapêutico realizado de forma quinzenal na unidade, composto por uma equipe
111
multiprofissional, reforçando que é necessário não apenas os profissionais da equipe
mínima da ESF, mas também a inclusão de profissionais como: Fisioterapeuta,
Profissional de Educação Física, Psicólogo e Terapeuta Ocupacional. A justificativa da
escolha desses profissionais baseia-se nos resultados dos artigos selecionados dessa
pesquisa, que sempre associavam a prática de exercícios físicos ou com educadores
físicos ou com fisioterapeutas, além de mencionar os demais profissionais durante as
práticas de atividades cognitivas.
Dentre as atividades físicas propostas, sugere-se que sejam de múltiplas
intensidades, deixando o idoso a vontade para realizá-las mediante suas capacidades, sem
estipular uma quantidade ou intensidade específica e imutável, favorecendo que o
indivíduo seja autônomo no seu processo de evolução, todavia, reforça-se que os
profissionais de educação física necessitam acompanhar o grupo de forma contínua.
Mediante essa sugestão de acompanhamento, não é recomendado que o grupo
de idosos seja muito grande, pois esse aspecto poderia dificultar a averiguação da
evolução individual dos participantes pelos profissionais envolvidos, sugerindo por tanto
grupos de até 12 pessoas.
O protocolo de atividade física pode envolver as seguintes atividades:
Exercícios de Aquecimento; Exercícios Aeróbicos; Alongamento e; Relaxamento. A
duração das práticas de exercícios devem ser entre 40 a 60 minutos e os locais sugeridos
para realização das atividades físicas e das atividades de práticas cognitivas são espaços
ao ar livre, podendo ser ou não, dentro ou ao redor das dependências da unidade básica
de saúde.
Acerca das práticas de atividades cognitivas, sugere-se que as mesmas sejam
organizadas em forma de circuito de duas ou três atividades por sessão para que os
indivíduos exercitem diferentes domínios cognitivos em todas as intervenções,
permitindo o rodízio das atividades, realizando uma conversa acerca do desempenho das
atividades em uma roda de conversa no início das atividades do encontro subsequente.
Essa recomendação da análise do desempenho na sessão seguinte, tem como objetivo
fortalecer a memória e favorecer a socialização do grupo.
As atividades cognitivas podem envolver as seguintes práticas: Atividade
musical; Dominó, Massa de modelar; Leitura e interpretação; Escrever de trás para frente;
112
Jogo da memória; Atividades de percepção sensorial; Atividades com palitos coloridos;
Associações de palavras e figuras; Atividades lúdicas; Jogos de cartas, bingo, dama,
palavras cruzadas; Atividades manuais (crochê, bordado, tricô, artesanato).
Além da aplicação das tecnologias de forma eficaz, sugere-se ainda que
instrumentos administrativos sejam criados afim de produzir indicadores da qualidade do
serviço ofertado, permitindo que os gestores avaliem o impacto dessas ações na atenção
básica, podendo subsidiar a justificativa para a implementação de uma política pública de
saúde que vá de encontro aos objetivos aqui direcionados.
Dessarte, mediante os achados apresentados nos resultados, faz-se necessário
destacar que o exercício físico envolvido nas principais técnicas utilizadas comporta-se,
segundo Banhato et al. (2009), como um agente neuroprotetor contra as desordens
degenerativas do sistema nervoso central, promovendo um aumento da circulação
sanguínea cerebral, favorecendo a síntese de neurotrofinas e dessa forma, favorecendo a
criação de novos neurônios em diversas áreas cerebrais.
Ainda neste sentido, de acordo com Gomez-Pinilla e Hillman (2013), achados
significativos suportam a influência do exercício na vitalidade e função do Sistema
Nervoso Central (SNC) bem como a promoção da resistência contra desordens
neurológicas. O exercício físico é apontado como uma técnica capaz de aperfeiçoar a
saúde mental, sendo aconselhado, portanto, como técnica capaz de amortizar a
deterioração cognitiva em distúrbios do envelhecimento. De tal modo, a capacidade do
exercício de impactar os sistemas moleculares envolvidos com o metabolismo e
plasticidade sináptica, podem sustentar a função mental, exercendo, portanto, um papel
categórico na mediação de efeitos do exercício sobre o envelhecimento e em doenças
neurodegenerativas (SILVA, 2015).
Sabe-se ainda que a plasticidade neuronal é considerada a habilidade do cérebro
em recuperar funções através de proliferação neuronal, migração e interações sinápticas
(FILIPPO et al., 2015). Com base nisso, técnicas de movimentação e raciocínio, como
por exemplo, exercícios físicos associados a treinos ou estímulos cognitivos, podem
contribuir para uma maior atividade cerebral, permitindo estímulos para que o cérebro
113
possa desenvolver novas conexões que possibilitem a reabilitação de funções nervosas e
motoras (PESSINI et al., 2018).
Todavia, para que essas práticas sejam promovidas, esmerando que os melhores
resultados sejam alcançados, faz-se necessário que haja locais apropriados, profissionais
de saúde capacitados e uma gestão que incentive, financie e fiscalize o desempenho
dessas atividades, justificando a necessidade de uma política pública eficaz, que seja
capaz de compor diretrizes que possibilitem ao idoso o processo de diagnóstico e/ou
rastreio de demências, o planejamento de ações em conjunto com a atenção primária, com
foco nas ESF e a realização contínua de técnicas de prevenção e/ou recuperação de
déficits cognitivos como parte da rotina dos profissionais atuantes nas Unidades Básicas
de Saúde.
Essa recomendação parte ainda das vivências que a minha prática profissional
como médico especialista do serviço público de saúde me proporciona, em que, por vezes
após a realização da anamnese dos idosos, somado aos resultados indicativos de um
diagnóstico de demência, me vejo na impossibilidade de recomendar certas técnicas que
promovam a preservação neural ou o atraso dos danos neurodegenerativos devido à
ausência de opções satisfatórias na região ofertadas através do serviço público de saúde.
Apesar de compreender que em suas diretrizes a Política Nacional do Idoso,
segundo Brasil (2006), garante, a atenção integral e integrada à saúde da pessoa idosa, o
provimento de recursos capazes de assegurar qualidade da atenção à saúde da pessoa
idosa, a formação e educação permanente dos profissionais de saúde do SUS na área de
saúde da pessoa idosa. Percebe-se que, ainda, não há ações efetivas que garantam o
alcance dessas diretrizes, justificando o seu aprimoramento ou a criação de uma nova
política pública de saúde capaz de alcançar as necessidades das quais os idosos demandam
atualmente.
114
6 CONCLUSÃO
Apesar dos resultados encontrados, o estudo sofreu diversas limitações
metodológicas que necessitam ser expostas. Primeiramente, destaca-se que não houve
muitos estudos que apresentaram metodologias robustas capazes de fornecer evidências
científicas claras acerca do real benefício das intervenções aplicadas para o
funcionamento cognitivo do idoso no Brasil. Sendo assim, destaca-se a necessidade de
novas pesquisas que venham investigar as lacunas ainda encontradas no cenário brasileiro
atual quanto ao real efeito do treinamento cognitivo na funcionalidade do idoso saudável.
A relevância dessa pesquisa se justificou principalmente quanto a inversão da
pirâmide de natalidade e do envelhecimento no Brasil e no mundo que reforçam a
necessidade de ampliação de olhares da equipe multiprofissional de saúde em relação as
práticas de prevenção ao declínio cognitivo dos idosos e ao envelhecimento saudável. E,
com base nisso, os estudos com intervenções em idosos vem aumentando no Brasil.
Conclui-se também que de forma geral, nos últimos 5 anos o MEEM foi o teste
de rastreio cognitivo mais utilizado no Brasil segundo os artigos consultados, sendo por
vezes o instrumento único de triagem, contrariando as recomendações de que após
alteração neste teste, há necessidade que um médico realize a investigação das possíveis
causas desta alteração para confirmação do possível diagnóstico. Todavia, muitos artigos
realizaram a utilização de outros testes diagnósticos para avaliação da funcionalidade
cognitiva associados ao MEEM para obter resultados mais robustos ou auxiliar em
diagnósticos diferenciais.
Outro ponto que se destaca é que o MEEM foi utilizado tanto para idosos com
diagnóstico de demência previamente diagnosticado, quanto para idosos que não
apresentavam déficit cognitivo anteriormente identificado. Dessa forma, conclui-se,
portanto, que não há diferença entre as tecnologias utilizadas para avaliação da
funcionalidade cognitiva de idosos saudáveis ou com cognição prejudicada.
As intervenções baseadas em exercícios físicos foram as que predominaram no
estudo, associado a isso, enfermeiros, educadores físicos e fisioterapeutas se destacaram
115
como os principais pesquisadores no campo da gerontologia e geriatria relacionados a
intervenções para funções cognitivas/executivas nos idosos.
Acerca dos treinamentos cognitivos, alguns autores afirmam que foi possível
observar melhora na memória dos participantes, considerando dessa forma, as práticas de
treinamento cognitivo benéficas para o desempenho cognitivo, obtendo resultado tanto
na memória, quanto na linguagem e orientação dos entrevistados. Contrapondo-se a isso,
em outro artigo selecionado nesta pesquisa, afirmou-se que os treinamentos cognitivos
tratam de atividades práticas geralmente associadas a finalidade de eliminar ou atenuar
dificuldades cognitivas em função do grau de comprometimento existente ou prevenir sua
ocorrência, mencionando que o estudo em questões procurou utilizar o termo prática de
atividades cognitivas.
Destarte, alguns artigos puderam evidenciar o interesse dos idosos em se envolver
em programas de estimulação, bem como verificar quais os processos cognitivos que
contribuem para a melhoria na qualidade de vida e subsidiar futuras pesquisas e
intervenções para que elas consigam se adequar às necessidades e à demanda desta
população, facilitando um maior engajamento e motivação de seus participantes. Faz-se
necessário, ressaltar uma vez mais, a relevância do tema, visto que a função cognitiva do
idoso está relacionada à sua saúde e qualidade de vida.
Dessa forma, os próximos estudos devem testar de formas metodológicas,
substanciais, a eficácia das intervenções propostas para o desempenho e/ou preservação
das funções cognitivas dos idosos, sempre visando à obtenção de resultados duradouros
e que se generalizem para os desafios cognitivos diários dos nossos idosos, tanto para o
processo de prevenção, quanto para a fase de reabilitação.
Para finalizar, é importante destacar os pontos positivos acerca da realização deste
trabalho, pois, conforme relatado anteriormente, dentre os resultados obtidos e analisados,
foi importante visualizar que, independentemente de a quantidade da amostra não ser
robusta, estudos, mesmo que ainda pilotos, já indicam evidências do efeito benéfico no
treinamento cognitivo em idosos saudáveis.
116
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133
APENDICE
Apêndice 01: Protocolo PICO
Quadro 05: Apresentação dos artigos conforme PICO
Nº P I C O
A1 Idosas com o diagnóstico
de depressão maior entre
(60 e 77 anos)
Protocolo de treino constituído
por 20 minutos de atividades de
coordenação motora, tanto de
membros superiores quanto
inferiores de forma simultânea, 30
minutos de treinamento aeróbico
intervalado e 10 minutos de volta
a calma com alongamentos,
durante nove semanas
de treinamento.
Mini-Exame do Estado Mental
(MEEM) para caracterizar o
desempenho cognitivo global.
Verificou um efeito
positivo no desempenho
das tarefas de atenção,
função executiva e dupla
tarefa visuoespacial após
uma estratégia de
treinamento, baseada no
exercício aeróbico
intervalado de moderada
intensidade de nove
semanas, em idosas com
depressão.
A2 Idosos sem alterações
cognitivas avaliadas
Atividades motoras com enfoque
funcional e exercício físico.
Mini-Exame do Estado Mental
(MEEM) para caracterizar o
desempenho cognitivo global.
Os quatro estudos que
compuseram esta pesquisa
encontraram resultados
similares de um modo
geral. No MEEM, após a
intervenção, foi percebida
134
estabilidade nos grupos
que participaram do treino
enquanto os grupos que
não realizaram atividades
apresentaram deterioração
cognitiva.
A3 Idosos atendidos nas
Unidades de Saúde da
Família
Práticas preventivas de DC que as
pessoas mais velhas realizam no
dia a dia
Mini Exame do Estado Mental
(MEEM)
Encontrou-se que os
idosos do sexo feminino,
funcionalmente
independentes, com alto
nível de escolaridade, que
estão
trabalhando e
autoavaliaram sua saúde
como regular
realizaram mais práticas
preventivas de DC. Esses
resultados
são importantes, pois
revelam quais são as
características
dessa população que
devem ser levadas em
consideração no
planejamento de ações
para a promoção da saúde
cognitiva.
135
A4 Idosos em hemodiálise Jogo terapêutico intitulado Jogar é
bom para você, que tem o objetivo
de auxiliar o tratamento de
sintomas depressivos e
estimulação cognitiva. No qual o
idoso deve executar cada uma das
tarefas propostas nos módulos,
escolhendo entre os itens
disponíveis, com o nível de
dificuldade predefinido pelo
profissional de saúde
acompanhante.
Para avaliação cognitiva, foi
utilizado o Exame Cognitivo de
Addenbrooke Revised (ACE-R).
Quanto à função cognitiva
não houve diferença
estatisticamente
significativa antes e após
uma intervenção. Houve
diferença estatisticamente
significante na média dos
escores dos sintomas
depressivos, sendo a
menor após a intervenção.
A5 Indivíduos idosos, com
idade igual ou superior
a 60 anos.
Programa de atividade física
oferecido à comunidade da cidade
de Petrolina-PE, pelo curso de
Educação Física da Universidade
Federal do Vale do São Francisco
(UNIVASF)
Mini Exame do Estado Mental –
(MEEM) e o teste de Fluência
Verbal
A análise dos dados
demonstrou influência das
FE sobre o processamento
neural, necessário aos
ajustes do controle da
marcha e do equilíbrio
corporal.
A6 Idosos demenciados Terapia musical, independente do
seu método de aplicação – o qual
pode ser grupal, individual,
interativo, receptivo, de caráter
nostálgico ou clássico.
Mini-Mental State Examination
(MMSE)
Em relação às funções
cognitivas desses pacientes
houveram informações
divergentes. Houve casos
em que o grupo que
passou pela terapia
musical não apresentou
variação significativa em
136
relação às habilidades
cognitivas, embora a
média do escore tenha sido
mais alta. Em contraponto,
em outro grupo de estudo,
no braço de pesquisa
submetido à intervenção a
memória e a orientação
melhoraram
independentemente da
severidade da demência,
essas acontecendo ao
longo do tratamento.
A7 Idosos que vivem na
instituição com idade
igual ou acima de 60 anos
Estimulação de cada idoso duas
vezes na semana por meio de
atividades de raciocínio lógico,
memória, atenção, concentração,
sequenciamento e aprendizado,
atividade expressiva, orientação
temporal e espacial, determinadas
com o auxílio de uma terapeuta
ocupacional e a literatura
Mini Exame
do Estado Mental (MEEM)
Após as atividades de
estimulação percebeu-se
que sete dos oito idosos
que já haviam atingido o
ponto de corte do MEEM
conseguiram manter ou
aumentar a pontuação para
os diversos aspectos
avaliados.
A8 Idosos que vivem em ILP O protocolo de exercícios com
tarefa dupla foi composto de 15
sessões. A primeira sessão
consistiu em:
• Aquecimento;
O Mini Exame do Estado Mental
(MEEM) e a Avaliação
Cognitiva Montreal (Moca)
A intervenção
fisioterapêutica com tarefa
dupla, durante 5 semanas,
não foi suficiente para
melhora cognitiva.
137
• Resistência aeróbica e
capacidades coordenativas
(agilidade);
• Treinamento de resistência
de força;
• Flexibilidade;
• Relaxamento.
A9 Idosos com
comprometimento
cognitivo leve ou
demência leve
Programa de exercícios
multicomponentes (alongamentos
seguidos de exercícios de
fortalecimento muscular e
atividades que estimulassem de
forma lúdica o desempenho
funcional, a coordenação motora,
o equilíbrio, a propriocepção e a
cognição, em especial a memória.
Ao final, era realizado treino de
marcha).
Mini Exame do Estado Mental;
Teste de Fluência Verbal e
Bateria de Avaliação Frontal.
Quanto aos resultados, o
GE apresentou melhor
desempenho apenas nos
testes relacionados à
mobilidade ao final da
intervenção. A intervenção
proposta apresentou
eficácia sobre a
mobilidade, mas não na
cognição e independência
funcional.
A10 Idosos Treinamento Cognitivo Mini Exame do Estado Mental;
Teste Cognitivo Breve
Em relação às habilidades
cognitivas que foram alvo
de intervenção, 60,8% dos
estudos tiveram como foco
o treino de memória
episódica. Como medidas
cognitivas, 90,4% dos
estudos incluíram escalas
de domínio comum (não
138
restritas a psicólogos). No
tocante aos resultados,
47,6% dos estudos
identificaram efeitos de
treino para pelo menos
uma medida cognitiva
utilizada.
A11 Idosos Durante as primeiras semanas, a
teoria da cognição foi abordada,
seguido pela aplicação de jogos
cognitivos. Um circuito de duas
ou três atividades por sessão foi
estabelecido para que os
indivíduos exercitassem diferentes
domínios cognitivos em todas as
intervenções. O grupo controle
(GC) foi convidado a participar da
oficina número 20, focada em
atividades recreativas e
socialização, a fim de garantir que
esse grupo participasse de pelo
menos uma atividade.
Exame cognitivo-revisado de
Addenbrooke (ACE-R)
Os resultados do presente
estudo sugerem que as
intervenções em CS do
grupo têm um efeito
benéfico nas funções
visuais e espaciais, além
de melhorar os sintomas
de depressão e ansiedade.
A12 Idosas Treinamento concorrente de
exercícios físicos (TC) força
muscular e resistência
cardiovascular
As idosas foram submetidas a
uma bateria composta por cinco
testes adotados no protocolo de
avaliação funcional do Grupo de
Os efeitos do treinamento
funcional na autonomia
funcional de idosas,
divididas em: Grupo
Treinamento Funcional e
139
Desenvolvimento Latino-
Americano para a Maturidade
(GDLAM)
Grupo Controle encontrou
diferença
significativamente
satisfatória na comparação
intragrupos (pré x pós) no
Grupo de Treinamento
Funcional (GTF), com
redução no tempo de
execução em todos os
testes da autonomia
funcional incluindo o IG,
após a intervenção.
A13 Idosos Ações focadas nos diferentes tipos
de memória: semântica,
procedural, episódica, de trabalho,
primária. Em geral eram
realizadas duas atividades por
encontro e ao final de cada uma
delas era explicado aos presentes
que tipo de memória havia sido
trabalhada e oferecida a
oportunidade para o
compartilhamento da experiência.
Além das explicações, buscava-se
oferecer dicas e orientações de
fácil aplicação nas situações do
dia-a-dia com o intuito de que os
Mini Exame
do Estado Mental
Os participantes relataram
como positivo o fato de
estarem dedicando mais
tempo para cuidar de si
próprios, incluindo a
observação e exercícios
para o funcionamento
cognitivo. A partir das
atividades realizadas nas
Oficinas de Memória
vários integrantes
perceberam sua
capacidade de participação
em grupo e ganharam
confiança em relação a si
140
participantes estimulassem sua
memória em outros momentos
além da OM.
próprios na medida em que
conseguiam alcançar o
proposto pelas
coordenadoras.
A14 Idosos sem declínio
cognitivo
Atividades Avançadas de vida
diárias
Mini exame do estado mental
(MEEM), bateria breve de
rastreio cognitivo (BBRC)
Idosos com maior
participação nas AAVDs
apresentaram melhor
desempenho no MEEM e
TDR. Entretanto, os dados
sugerem que a associação
entre a realização de
atividades e o desempenho
cognitivo é modulada por
variáveis
sociodemográficas e
sintomas depressivos.
A15 Idosos Exercícios Físicos Mini exame do estado mental
(MEEM)
Os principais resultados
deste estudo mostram que
idosos com maiores níveis
de atividade física
possuem melhores escores
de estado cognitivo geral
quando comparados com
sujeitos que demonstraram
baixo nível de atividade
física e/ou sedentarismo.
141
A16 Adultos (≥65 anos), a
quem foi identificada uma
situação de compromisso
cognitivo
Programas de reminiscência em
grupo, dirigidos a pessoas idosas
com compromisso cognitivo
institucionalizadas em estruturas
residenciais
Mini exame do estado mental
(MEEM)
Os resultados sugerem que
a Terapia de
Reminiscência pode
figurar como uma
intervenção eficaz na
manutenção da função
cognitiva e redução da
sintomatologia depressiva
em pessoas idosas com
compromisso cognitivo
institucionalizada.
A17 Idosos residentes em ILP Programa de dança de salão
constituído de sessões de 50
minutos de duração e três vezes
por semana, em dias alternados,
por um período de 12 semanas.
Miniexame do estado mental
(MEEM)
A partir dos resultados
encontrados neste estudo
foi possível observar que
os indivíduos que
compuseram o Grupo
Experimental, quando
submetidos ao programa
de dança de salão,
obtiveram melhora nos
níveis de autonomia
funcional para as AVD e
melhora no estado mental
em comparação com o
GC, que não sofreu
nenhuma intervenção.
142
A18 Idosos Utilização da Internet Mini exame do estado mental
(MEEM)
Constatou-se que os idosos
que se mantiveram
utilizando a internet
tiveram maior chance de
apresentar ganho cognitivo
e menor chance de
apresentar declínio
cognitivo em comparação
àqueles que não faziam
uso dessa tecnologia.
A19 Idosos Estratégias ativas e dinâmicas de
grupo
Mini exame do estado mental
(MEEM)
Os resultados desta
pesquisa sugerem que uma
intervenção de Educação
em Saúde baseada em
estratégias ativas e
dinâmicas de grupo, como
a apresentada neste artigo,
tem efeito benéfico na
melhora do desempenho
cognitivo, em especial na
memória, linguagem e
orientação.
A20 Idosos Atividades Avançadas de Vida
Diária
Mini exame do estado mental
(MEEM)
Os resultados apresentados
mostram que além de ser
importante para a
manutenção da capacidade
cognitiva, o número de
143
AAVDs realizadas foi
preditor do declínio
cognitivo.
A21 Idosas residentes em ILP Exercícios realizados com o
auxílio de equipamentos
fisioterapêuticos, como: faixas
elásticas, bastões, bolas; e
materiais artesanais, tais como:
garrafas plásticas, barbantes, de
acordo com o objetivo definido
para a atividade da semana. (1 vez
por semana durante 5 meses).
Mini exame do Estado Mental
(MEEM)
Achados sugerem que as
ações de Fisioterapia para
promoção da saúde
possibilitaram melhora no
desempenho de atividades
cognitivas das idosas
institucionalizadas,
contribuindo, assim, para
uma melhor qualidade de
vida.
144
Apêndice 02: Termo de utilização de dados
TERMO DE UTILIZAÇÃO DE DADOS PARA COLETA DE DADOS DE PESQUISAS ENVOLVENDO
SERES HUMANOS
Declaro que conheço e cumprirei os requisitos da Res. CNS 466/12 e suas complementares no
desenvolvimento do projeto de pesquisa “Tecnologias de avalição e estimulação das
funções cognitivas em idosos: Revisão Integrativa”, cujo objetivo é “analisar como se
dá a utilização das tecnologias para avaliação da funcionalidade cognitiva dos idosos”,
assim como afirmo que os dados descritos nesta pesquisa serão obtidos em absoluto sigilo e
utilizados apenas para os fins especificados no protocolo aprovado pelo Comitê de Ética.
Itajaí, 30 de setembro de 2020
___________________________________
Dra. Juliana Vieira de Araujo Sandri
(Orientadora)
___________________________________
João Rafael da Silva Netto Delgado
(Mestrando)