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UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAIBA FACULDADE DE EDUCAÇAO E ARTES BACHARELADO EM QUÍMICA ANDRÉ LUIZ DA MOTTA SIQUEIRA COMPARAÇÃO DE TÉCNICAS ANALÍTICAS INSTRUMENTAIS: ESPECTROFOTOMETRIA VERSUS HPLC EM ANÁLISE DE NITROGÊNIO AMONIACAL EM EFLUENTES INDUSTRIAIS. Jacareí, SP 2013

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UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAIBA

FACULDADE DE EDUCAÇAO E ARTES

BACHARELADO EM QUÍMICA

ANDRÉ LUIZ DA MOTTA SIQUEIRA

COMPARAÇÃO DE TÉCNICAS ANALÍTICAS INSTRUMENTAIS:

ESPECTROFOTOMETRIA VERSUS HPLC EM ANÁLISE DE

NITROGÊNIO AMONIACAL EM EFLUENTES INDUSTRIAIS.

Jacareí, SP

2013

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UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA FACULDADE DE EDUCAÇÃO E ARTES

COMPARAÇÃO DE TÉCNICAS ANALÍTICAS INSTRUMENTAIS:

ESPECTROFOTOMETRIA VERSUS HPLC EM ANÁLISE DE

NITROGÊNIO AMONIACAL EM EFLUENTES INDUSTRIAIS

ANDRÉ LUIZ DA MOTTA SIQUEIRA

Relatório Final apresentado como parte das exigências da disciplina Trabalho de Conclusão de Curso à Banca Examinadora da Faculdade de Educação e Artes da Universidade do Vale do Paraíba.

ORIENTADOR: Prof. Dr. DENILSON NOGUEIRA MORAES

Jacareí, SP

2013

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UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA FACULDADE DE EDUCAÇÃO E ARTES

Curso: Bacharel Químico Da Faculdade de Educação e Artes

Trabalho de Conclusão de Curso 2013

Titulo: Comparação de técnicas analíticas instrumentais: Espectrofotometria versus HPLC em analise de Nitrogênio Amoniacal em efluentes industriais.

Alunos: André Luiz da Motta Siqueira

Orientador: Prof. Dr. Denílson Nogueira de Moraes. Banca Examinadora: Prof.ª MSc Gisele Gomes Valle

Prof.ª Monica Duarte V. Del Core Torres Barbosa

Prof.ª Dra. Viviane Soccio M. Henrique

Jacareí, SP

2013

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AGRADECIMENTOS

A Deus pela força nos momentos em que me senti fraco.

A minha família e namorada por acreditarem no meu potencial,

mesmo quando eu não acreditei. A vocês dedico o meu

crescimento pessoal e profissional.

Aos amigos, do trabalho e da vida acadêmica, pelo apoio

fornecido, sem os quais essa tarefa seria mais árdua.

Ao final, ao laboratório químico da Monsanto, por permitir as análises em

suas dependências.

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RESUMO

A qualidade das águas dos nossos rios é fixada pela presença de

substâncias e compostos químicos em determinados intervalos, sendo

regulada pelo CONAMA através da resolução N°430, que entre outros

itens trata do padrão de aceitação de lançamento de efluentes ao corpo

receptor “Rio Paraíba do Sul” classe II. A comparação entre técnicas

analíticas se faz importante, pois determina qual o grau de confiabilidade

analítica do método. Este trabalho foi realizado na Empresa Monsanto no

município de São Jose dos Campos - SP no período de agosto a outubro

de 2013 e teve por finalidade estudar duas técnicas instrumentais,

Espectrofotometria HACH versus HPLC e obter através da comparação

aquela de maior precisão e exatidão e que atendam aos limites

considerados aceitáveis pelo CONAMA e a CETESB. Para isto, foram

avaliados a calibração, tempo de resposta dos equipamentos e as leituras

pontuais das amostras de efluentes brutos e tratados. O método por

HPLC apresentou-se mais confiável para análise de Nitrogênio amoniacal

em água, é um método mais seletivo e apresenta menores interferentes,

com menor tempo de análise e menor custo.

Palavras-Chave: Comparação de técnicas. Nitrogênio Amoniacal. HPLC.

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ABSTRACT

The quality of our rivers is determined by the presence of chemicals

and compounds at certain intervals, being regulated by the CONAMA

Resolution No. 430, which among other things deals with the acceptance

standard for effluent discharge to the receiving body "Rio Paraíba Sul"

class II. The comparison between analytical techniques becomes

important because it determines the degree of reliability of the analytical

method. This work was carried out at Monsanto Company in the city of

Sao Jose dos Campos - SP in the period August to October 2013 and

aimed to study two instrumental techniques, HACH spectrophotometry

versus HPLC and get by comparing that of accuracy and precision and

meet the limits considered acceptable by CONAMA and Catesby. For this,

we evaluated the calibration, response time and equipment readings

occasional samples of raw and treated wastewater. The HPLC method

presented is more reliable for analysis of ammonia nitrogen in water, a

method is more selective and has lower interfering with lower analysis time

and lower cost.

Keywords: comparison of techniques. Ammoniacal Nitrogen. HPLC.

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LISTAS DE FIGURAS

Figura 1: Ciclo do nitrogênio na natureza. Fonte: METCALF & EDDY

(1991).

Figura 2: Natureza ondulatória de um feixe de radiação com uma única

frequência, onde uma onda plano-polarizada é mostrada propagando-se

ao longo do eixo x.

Figura 3: Natureza ondulatória de um feixe de radiação com uma única

frequência, onde somente as oscilações do campo elétrico são

mostradas.

Figura 4: Atenuação de um feixe de radiação por uma solução

absorvente.

Figura 5: Dispersão da luz por um prisma (a) e (b) uma rede de

transmissão.

Figura 6: Área de amostragem do espectrofotômetro HACH DR 2800.

Figura 7: Esquema de uma fotomultiplicadora com nove dinodos.

Figura 8: Diagrama de um cromatografo liquido

Figura 9: HPLC Waters – Instrumentação usada para analise de N-NH3.

Figura 10: Curva padrão de Nitrogênio Amoniacal pelo método HACH.

Figura 11: Curva padrão de Nitrogênio Amoniacal pelo método HPLC.

Figura 12: Cromatograma do Padrão de Nitrogênio Amoniacal

Figura 13: Comparação entre o resultados das leituras das amostras de

Nitrogênio Amoniacal pelo método HACH versus HPLC – Lagoa A.

Figura 14: Comparação entre o resultados das leituras das amostras de

Nitrogênio Amoniacal pelo método HACH versus HPLC – TQ. Aeração.

Figura 15: Comparação entre o resultados das leituras das amostras de

Nitrogênio Amoniacal pelo método HACH versus HPLC – Lagoa C.

Figura 16: Comparação entre o resultados das leituras das amostras de

Nitrogênio Amoniacal pelo método HACH versus HPLC – Lagoa B.

Figura 17: Diferença de resultados entre as técnicas HACH x HPLC.

Figura 18: Desvio Padrão apresentado nas duas metodologias

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Figura 19: Gráfico tipo caixa mostra aonde se encontra a minha

população de amostras em função da concentração em ppm

Figura 20: Valores individuais de cada metodologia e seus resíduos

Figura 21: Valores dos Teste T e Analises de Variância Anova

Figura 22: Reação pós-coluna OPA/MERC antes de ir para o detector

Figura 23: Reação que acontece no tubo reagente para formar um

complexo colorimétrico.

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LISTAS DE TABELAS

Tabela 1: Região do espectro eletromagnético e seus respectivos

comprimentos de onda.

Tabela 2: Valores de calibração obtidos na leitura de padrões pelo

método espectrofotométrico HACH.

Tabela 3: Valores de calibração obtidos na leitura de padrões pelo

método HPLC Waters.

Tabela 4: Equipamentos e seu coeficiente de linearidade.

Tabela 5: Concentração de Nitrogênio amoniacal medida nas amostras

pelo método de HPLC.

Tabela 6: Concentração de Nitrogênio amoniacal medida nas amostras

pelo método de HACH.

Tabela 7: Diferença de resultados em ppm entre os métodos HACH x

HPLC

Tabela 8: Comparação de tempo de analises entre a técnica HACH

versus HPLC.

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ABREVIAÇÕES

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

ABS - Absorbância

ANSI – American National Standards Institute

APHA – American Public Health Association

ASTM – American Society for Testing and Materials

CDS – Software de Coleta de Dados Cromatográfico

CLAE – Cromatografia Liquida de Alta Precisão

CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente

DBO – Demanda Biológica de Oxigênio

DP – Desvio Padrão

DQO – Demanda Química de Oxigênio

EPA – Envirommental Protection Agency

ER – Erro Relativo

HPLC – High-performance liquid chromatography

MERC – 2-Mercaptoetanol

NIST- National Institute of Standards and Technology

OPA - Ortoftalaldeído

PCR – Reagente Pós-Coluna

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SUMARIO

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................. 12

2. OBJETIVOS ................................................................................................. 16

2.1 Objetivo Geral .......................................................................................... 16

2.2 Objetivo Especifico .................................................................................. 16

3. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................ 17

3.1 Nitrogênio Amoniacal ............................................................................... 17

3.1.1 Formas em que os compostos de nitrogênio se apresentam nas

aguas ......................................................................................................... 19

3.1.2 Importância nos estudos de controle de qualidade das aguas .......... 19

3.2 Espectrofotometria ................................................................................... 22

3.2.1 Sistema Espectrofotométrico HACH DR 2800 .................................. 28

3.3 Cromatografia Liquida de Alta Eficiência (HPLC) .................................... 34

3.3.1 Cromatografia por troca iônica .......................................................... 37

4. METODOLOGIA ........................................................................................... 39

5. RESULTADOS ............................................................................................. 43

6. DISCUSSÃO ................................................................................................. 56

7. CONCLUSÃO ............................................................................................... 61

8. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ............................................................ 62

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1. INTRODUÇÃO

A amônia é um composto facilmente biodegradável principalmente

pela flora do meio aquático que a absorve e utiliza como nutriente, sendo

este muito importante para a produção de compostos azotados,

nomeadamente proteínas. A sua origem nos meios hídricos é proveniente

da degradação de resíduos de origem animal ou vegetal. Em

concentrações elevadas, como por exemplo, na água de consumo, pode

causar danos graves nos humanos e animais, já que a amônia interfere

no transporte de oxigênio pela hemoglobina, entre outros efeitos nefastos.

Não é apenas para a saúde humana que o íon amônia é prejudicial, pois

este a nível ecológico tem também bastantes implicações, influenciando a

quantidade de oxigênio dissolvido na água o que faz com que haja

inúmeras alterações metabólicas nos seres vivos aquáticos (METCALF &

EDDY, 1991).

Para que esse excesso de nitrogênio amoniacal não cresça em

nossos rios e prejudique a vida aquática existente e indiretamente não

afete os seres humanos o CONAMA (Conselho Nacional de Meio

Ambiente), órgão federal responsável por estabelecer leis, normas e

diretrizes para controle e preservação do meio ambiente e recursos

naturais publicou no dia 13 de Maio de 2011 a RESOLUÇÃO N°430, a fim

de definir os padrões de lançamentos de efluentes.

Segundo tal Resolução, o efluente a ser lançado num rio, como por

exemplo, o “Rio Paraíba do Sul”, que pela resolução é classificado como

classe 2, deve ter no máximo 20,0 mg/L N de nitrogênio amoniacal no

efluente a ser lançado.

Diante dessa informação, empresas como a Monsanto do Brasil,

local onde será executado este trabalho, precisam ter um bom tratamento

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de efluentes para reduzir o teor de nitrogênio amoniacal no mínimo até a

especificação antes de lançá-lo no Rio Paraíba do Sul.

Para isso, a empresa conta com um laboratório de controle

ambiental com uma técnica analítica precisa, fácil e viável para que este

controle seja bem executado. Para que este laboratório realize as

análises de nitrogênio amoniacal com ótimos padrões de qualidade, faz-

se necessário o estudo de um método que seja de fácil implementação e

que responda de forma confiável em uma faixa de trabalho. É de extrema

importância demonstrar que um método de ensaio químico, nas

condições em que é praticado, tem as características necessárias para a

obtenção de resultados com a qualidade exigida.

Segundo NIT DICLA 008 do INMETRO (2003) a comparação entre

métodos consiste em confrontar os resultados obtidos utilizando um

método interno com os resultados conseguidos através de um método de

referência. O objetivo é estudar o grau de proximidade dos resultados

obtidos pelos dois métodos de ensaio, ou seja, de avaliar a exatidão do

método interno relativamente ao de referência ou normalizado.

Método normalizado, de acordo com o referido documento é:

Aquele desenvolvido por um organismo de normalização ou outras

organizações, cujos métodos são aceitos pelo setor técnico em questão.

Por exemplo, ABNT, ASTM, ANSI, APHA Standard Methods for

Examination of Water and Wastewater.

Já um método não normalizado, segundo NIT DICLA 008, é

aquele:

Desenvolvido pelo próprio laboratório ou outras partes, ou

adaptado a partir de métodos normalizados e validados. Por exemplo,

métodos publicados em revistas técnicas, métodos de fabricantes de

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equipamentos, métodos utilizando “kits” de ensaio e instrumentos

portáteis.

Existem várias técnicas para se comparar os resultados obtidos por

dois métodos de ensaio, entre as quais Testes de Hipótese, Teste de

Regressão Linear e Projeto de Experimento.

O parâmetro de linearidade objetiva verifica até que ponto a faixa

de concentração do analito coincide com a faixa de resposta do método,

ou seja, até que ponto é possível medir linearmente o analito dentro de

uma escala.

Para se comparar dois métodos analíticos a linearidade, a exatidão

e a precisão são de suma importância. A linearidade é obtida através de

expressões matemáticas, como a equação da reta que relaciona duas

variáveis. A expressão que caracteriza a equação da reta é y = ax + b,

onde y é a resposta medida (absorbância, altura ou área do pico, etc), x é

a concentração do analito, o a representa a inclinação da curva, e b é a

interseção com o eixo y. Para a construção da curva de linearidade são

necessárias no mínimo 5 concentrações do analito (INMETRO, 2003).

A exatidão do método é a concordância entre o resultado de um

ensaio e o valor de referência aceito como convencionalmente verdadeiro.

Uma das maneiras de verificar esse parâmetro é a utilização de materiais

de referência. Para a comparação da exatidão de um método pode ser

utilizado o erro relativo, expresso em porcentagem através da fórmula: ER

= ((Xlab – Xv)/Xv) x 100, onde Xlab é a média aritmética dos valores

obtidos e Xv é o valor aceito como verdadeiro.

Já para a avaliação da precisão, recorre-se ao teste F, baseado no

cálculo da razão entre as variâncias dos dois métodos (CIENFUEGOS,

2005).

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A precisão é definida como um termo geral que avalia a dispersão

de resultados entre ensaios independentes, repetidos de uma mesma

amostra, em condições definidas. É geralmente expressa como desvio

padrão ou desvio padrão relativo (BACAN, 1979).

As análises são efetuadas em replicata, utilizando os dois métodos,

em separado, sobre as mesmas amostras, numa faixa restrita de

concentrações ou em toda faixa de concentrações em que se pretende

validar o método. O método é mais sensível quando pequenas variações

de concentração resultam em maior variação na resposta, ou seja, maior

inclinação (SKOOG, 2009).

Devido à importância do controle desse parâmetro para o

lançamento de efluentes, este trabalho tem por finalidade estudar e

identificar entre os dois métodos analíticos instrumentais, um utilizando

espectrofotômetro e outro, HPLC (Cromatografia Liquida de Alta

Precisão), aquele de melhor aplicabilidade e confiabilidade analítica

dentro da rotina de análise do laboratório.

Essa comparação contribuirá na identificação e seleção, dentre as

duas técnicas que serão estudadas, aquela que melhor responda de

forma precisa e exata dentro de limites aceitáveis.

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2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

O objetivo principal deste trabalho foi determinar através da

comparação entre duas técnicas instrumentais, espectrofotometria e

HPLC, aquela que demonstre maior aplicabilidade dentro da rotina de

análises de Nitrogênio Amoniacal em efluentes industriais.

2.2. Objetivo Específico:

Comparar as curvas de calibração ou coeficiente de linearidade

das duas técnicas e a resposta das amostras de efluentes;

Comparar os tempos, precisões, interferências e custos das

análises.

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3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Nitrogênio Amoniacal

São diversas as fontes de nitrogênio nas águas naturais. Os

esgotos sanitários constituem em geral a principal fonte, lançando nas

águas nitrogênio orgânico devido à presença de proteínas e nitrogênio

amoniacal, devido à hidrólise sofrida pela ureia na água. Os esgotos

sanitários apresentam, normalmente, de 20 a 85 mg-N.L-1, das quais de 8

a 35 mg-N.L-1 são de nitrogênio orgânico e de 12 a 50 mg-N.L-1

encontram-se na forma amoniacal (METCALF & EDDY, 1991). Alguns

efluentes industriais também concorrem para as descargas de nitrogênio

orgânico e amoniacal nas águas, como algumas indústrias químicas,

petroquímicas, siderúrgicas, farmacêuticas, de conservas alimentícias,

matadouros, frigoríficos e curtumes. A atmosfera é outra fonte importante

devido a diversos mecanismos: (a) o de fixação biológica desempenhada

por bactérias e algas, que incorporam o nitrogênio atmosférico em seus

tecidos, contribuindo para a presença de nitrogênio orgânico nas águas;

(b) o de fixação química, reação que depende da presença de luz, e que

concorre para as presenças de amônia e nitratos nas águas; (c) o das

lavagens da atmosfera poluída pelas águas pluviais, que concorrem para

as presenças de partículas contendo nitrogênio orgânico, bem como para

a dissolução de amônia e nitratos. Nas áreas agrícolas, o escoamento

das águas pluviais pelos solos fertilizados também contribui para a

presença de diversas formas de nitrogênio. Também nas áreas urbanas,

as drenagens de águas pluviais associadas às deficiências do sistema de

limpeza pública, constituem fonte difusa de difícil caracterização

(METCALF & EDDY, 1991).

O ciclo do nitrogênio na natureza é ilustrado na Figura 1.

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Figura 1. Ciclo do nitrogênio na natureza. Fonte: METCALF & EDDY (1991).

O nitrogênio orgânico que toma parte no tecido de uma planta pode

ser incorporado em tecidos animais pelo processo nutricional destes. A

morte, seguida de decomposição, de animais e vegetais e,

principalmente, as transformações sofridas pelos compostos orgânicos

presentes nos esgotos, levam à formação de nitrogênio amoniacal nas

águas, nas formas de amônia gasosa (NH3) ou do íon amônio (NH4+). Nas

águas, o processo de oxidação biológica sofrida pela amônia, que é

convertida a nitrito (NO2-) por um grupo de bactérias nitrificadoras

chamadas Nitrossomonas e, posteriormente, a nitrato (NO3-) por outro

grupo conhecido por Nitrobacter, chama-se nitrificação. A nitrificação é

um processo que ocorre apenas em meio aeróbio, pois não existem

bactérias anaeróbias nitrificadoras. Corresponde, como visto, à demanda

bioquímica de oxigênio de segundo estágio, devendo ocorrer nas

estações de tratamento de esgotos. O processo inverso, ou seja, a

redução biológica, é possível, mas o caminho preferencial é a redução de

nitrato a nitrito e posteriormente a nitrogênio gasoso (N2).

Este processo se denomina desnitrificação e ocorre em meio

anóxico, isto é, na ausência de oxigênio livre, em lodos de fundo de rios e

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lagos e de unidades de separação de sólidos (decantadores) de estações

de tratamento de esgotos. Reatores anaeróbios são projetados com esta

função específica, pois a nitrificação (aeróbia) e a desnitrificação

(anóxica) levam ao controle efetivo dos problemas que os compostos

nitrogenados podem trazer às águas naturais.

Ocorrem ainda, no ciclo do nitrogênio na natureza, as fixações

químicas e biológicas e o seu uso como nutriente, sendo que as plantas

são capazes de metabolizar nitratos e os animais nutrem-se de nitrogênio

na forma orgânica, principalmente.

3.1.1 Formas em que os compostos de nitrogênio se

apresentam nas águas

Como visto, o nitrogênio pode ser encontrado nas águas nas

formas de nitrogênio orgânico, amoniacal, nitrito e nitrato. As duas

primeiras chamam-se formas reduzidas e as duas últimas, formas

oxidadas. Pode-se associar a idade da poluição com a relação entre as

formas de nitrogênio, ou seja, se for coletada uma amostra de água de

um rio poluído e as análises demonstrarem predominância das formas

reduzidas significa que o foco de poluição se encontra próximo; se

prevalecer nitrito e nitrato, ao contrário, significa que as descargas de

esgotos se encontram distantes. Nas zonas de autodepuração natural em

rios, distinguem-se as presenças de nitrogênio orgânico na zona de

degradação, a primeira zona de poluição que se forma após o lançamento

do esgoto, amoniacal na zona de decomposição ativa, na qual se localiza

o ponto de concentração mínima de oxigênio dissolvido nas águas, nitrito

na zona de recuperação e nitrato na zona de águas limpas.

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3.1.2 Importância nos estudos de controle de qualidade das

águas

Os compostos de nitrogênio são nutrientes para processos

biológicos. São tidos como macronutrientes, pois, depois do carbono, o

nitrogênio é o elemento exigido em maior quantidade pelas células vivas.

Quando descarregados nas águas naturais juntamente com o fósforo e

outros nutrientes presentes nos despejos, provocam o enriquecimento do

meio tornando-o mais fértil e possibilita o crescimento em maior extensão

dos seres vivos que os utilizam, especialmente as algas, o que é

chamado de eutrofização. Quando as descargas de nutrientes são muito

fortes, dá-se o florescimento muito intenso de gêneros que predominam

em cada situação em particular. Este crescimento excessivo de

populações de algas pode trazer prejuízos aos usos que se possam fazer

dessas águas, prejudicando seriamente o abastecimento público ou

causando poluição por morte e decomposição. O controle da eutrofização,

através da redução do aporte de nitrogênio, é comprometido pela

multiplicidade de fontes, algumas muito difíceis de serem controladas

como a fixação do nitrogênio atmosférico, por parte de alguns gêneros de

algas. Por isso, deve-se investir preferencialmente no controle das fontes

de fósforo.

Deve ser lembrado também que os processos de tratamento de

esgotos empregados atualmente no Brasil não são otimizados para a

remoção de nutrientes e os efluentes finais tratados liberam grandes

quantidades destes, que também podem dar margem à ocorrência do

processo de eutrofização.

Nos reatores biológicos das estações de tratamento de esgotos, o

carbono, o nitrogênio e o fósforo têm que estar em proporções adequadas

para possibilitar o crescimento celular sem limitações nutricionais. Com

base na composição das células dos microrganismos que formam parte

dos tratamentos, costuma-se exigir uma relação DBO:N:P mínima de

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100:5:1 em processos aeróbios e uma relação DQO:N:P de pelo menos

350:7:1 em reatores anaeróbios, sendo que alguns autores propõem

500:5:1. Deve ser notado que estas exigências nutricionais podem variar

de um sistema para outro, principalmente em função do tipo de substrato.

Os esgotos sanitários são bastante diversificados em compostos

orgânicos, já alguns efluentes industriais possuem composição bem mais

restrita, com efeito sobre o ecossistema a ser formado nos reatores

biológicos para o tratamento e sobre a relação C/N/P. No tratamento de

esgotos sanitários, estes nutrientes se encontram em excesso, não

havendo necessidade de adicioná-los artificialmente, ao contrário, o

problema está em removê-los. Em alguns efluentes industriais, como é o

caso dos efluentes de fábricas de celulose, que são compostos

basicamente de carboidratos, não possuindo praticamente nitrogênio e

fósforo, estes devem ser adicionados de forma a perfazer as relações

recomendadas, utilizando-se para isto uréia granulada, rica em nitrogênio,

e fosfato de amônia, que possui nitrogênio e fósforo, dentre outros

produtos comerciais.

Pela legislação federal em vigor, a resolução N 430 do CONAMA,

o nitrogênio amoniacal é padrão de classificação das águas naturais e

padrão de emissão de esgotos. Atender a um padrão de emissão igual a

20 mg-N.L-1 para amônia total pode ser difícil para sistemas de tratamento

por lagoas de estabilização fotossintéticas ou por processo anaeróbio,

mesmo que complementados por processos físico-químicos a base de

coagulação e floculação com separação de sólidos por sedimentação ou

por flotação com ar dissolvido.

O nitrato é tóxico, causando uma doença denominada

metaemoglobinemia infantil, que é letal para crianças (o nitrato é reduzido

a nitrito na corrente sanguínea, competindo com o oxigênio livre, tornando

o sangue azul). Por isso, o nitrato é padrão de potabilidade, sendo 10 mg

N-NO3.L-1 o valor máximo permitido pela Portaria 518/2000 do Ministério

da Saúde. Pode ser entendido como um contaminante que pode se

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apresentar nas águas naturais sem ter sido introduzido diretamente,

decorrendo do processo de decomposição biológica da matéria orgânica

nitrogenada.

A amônia é um tóxico bastante restritivo à vida dos peixes, sendo

que muitas espécies não suportam concentrações acima de 5 mg.L-1.

Além disso, como visto anteriormente, a amônia provoca consumo de

oxigênio dissolvido das águas naturais ao ser oxidada biologicamente, a

chamada DBO de segundo estágio. Por estes motivos, a concentração de

nitrogênio amoniacal é importante parâmetro de classificação das águas

naturais e normalmente é utilizada na composição de índices de

qualidade das águas. Como a amônia gasosa (molecular, NH3) é mais

tóxica que o íon amônio (NH4+) e prevalece em faixa mais elevada de pH,

a Resolução 430 do CONAMA estabelece limites de amônia na água em

função do valor do pH. Por exemplo, para águas classe 1, o limite de

amônia total é de 3,7 mg-N.L-1 para pH ≤ 7,5; 2,0 mg-N.L-1 para 7,5 < pH

≤ 8,0; 1,0 mg-N.L-1 para 8,0 < pH ≤ 8,5 e 0,5 para pH > 8,5.

3.2 Espectrofotometria

A espectrofotometria engloba um conjunto de técnicas analíticas,

denominadas de espectroscopia que se baseia na interação da luz e

outras formas de radiação eletromagnéticas utilizadas para identificação

de moléculas ou espécies atômicas.

Os métodos espectrofotométricos de análise são baseados na

medida da quantidade de radiação produzida ou absorvida pelas

moléculas ou pelas espécies atômicas de interesse, sendo esta técnica

amplamente utilizada em laboratórios químicos e clínicos de todo mundo

(SKOOG, 2002).

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A absorção de radiação ultravioleta ou visível também conhecida

como espectroscopia molecular, baseia-se na excitação de elétrons de

ligação, ao passar um feixe de luz branca através de uma cubeta de vidro

ou quartzo com um líquido. Fenômenos de interação ocorrem com as

moléculas presentes no sistema e a radiação emergente será menos

intensa que a incidente. Segundo (Ewing 1972) esta diminuição na

intensidade pode ser igual em todo o intervalo do comprimento de onda

ou pode apresentar diferentes amplitudes para diferentes cores.

A espectroscopia de absorção molecular é, portanto valiosa para

identificar grupos funcionais em uma molécula. Mais importantes, no

entanto, são as aplicações da espectroscopia de absorção ultravioleta e

visível na determinação quantitativa de compostos contendo grupos

absorventes (SKOOG, 2006).

Denomina-se radiação eletromagnética as ondas que se propagam

nas regiões do Ultra-Violeta/Visível e algumas vezes no infravermelho

(IV), mas para Skoog (2006) esse termo deveria ser utilizado somente

para o comprimento de onda do visível. A radiação eletromagnética é uma

onda com comprimento, frequência, velocidade e amplitude.

Fenômenos como a reflexão, refração, interferência e difração, são

tratados no campo da radiação eletromagnética como constituídos de um

campo elétrico e um campo magnético, oscilantes e perpendiculares entre

si, como mostrado na Figura 2, onde o campo elétrico oscila de forma

senoidal no eixo y em uma determinada frequência.

O campo elétrico na onda eletromagnética está representado como

um vetor, cujo comprimento é proporcional ao campo.

O campo elétrico para uma dada frequência oscila de forma

senoidal no espaço e no tempo, conforme a Figura 2. O campo elétrico é

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representado como um vetor cujo comprimento é proporcional à

intensidade do campo.

Figura 2: Natureza ondulatória de um feixe de radiação com uma única frequência, onde

uma onda plano-polarizada é mostrada propagando-se ao longo do eixo x.

Fonte: Fundamentos da Química Analítica (2006).

O eixo x no gráfico representa o tempo quando a radiação passa

por um ponto fixo no espaço ou à distância para um tempo fixo. A direção

na qual o campo oscila é perpendicular àquela na qual a radiação se

propaga.

Figura 3: Natureza ondulatória de um feixe de radiação com uma única frequência, onde

somente as oscilações do campo elétrico são mostradas.

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Fonte: Fundamentos da Química Analítica (2006).

Na Figura 3, a amplitude da onda é o comprimento do vetor de

campo elétrico no ponto máximo da onda, enquanto o comprimento da

onda é a distância entre dois máximos sucessivos.

Segundo Skoog (2006) uma característica da onda observada seria

a amplitude da onda senoidal e o comprimento de onda através de uma

representação espacial, onde segundo o mesmo autor o período (p) da

radiação representa o tempo em segundos necessários para a passagem

de dois máximos sucessivos ou dois mínimos por um ponto fixo no

espaço, sendo a frequência (v) o número de oscilações do vetor campo

elétrico por unidade de tempo em que o valor é igual a 1/p. O

comprimento de onda (λ) é a distância linear entre dois máximos ou

mínimos sucessivos de uma onda, como mostrado na Figura 3.

O espectro eletromagnético cobre uma faixa enorme de energia

(frequência) e, portanto, de comprimento de onda conforme Tabela 1. As

frequências úteis variam de 1019 Hz (raios γ) a 103 Hz (onda de rádio).

Tabela 1: Região do espectro eletromagnético e seus respectivos

comprimentos de onda.

Fonte: Fundamentos de Química Analítica (2006)

Análises empregando as interações da radiação com a matéria são

muito utilizadas pelos espectroscopistas para obter informações sobre

uma amostra através de estímulos como energia na forma de calor,

energia elétrica, luz, partículas ou por uma reação química. O analito que

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se encontra em seu estado de energia mais baixo ou estado fundamental,

faz com que algumas das espécies da amostra sofram uma transição

para um estado de maior energia ou estado excitado, onde segundo

Skoog (2006), obtêm-se informações sobre o analito medindo-se a

radiação eletromagnética emitida quando esta retorna ao estado

fundamental ou a quantidade de radiação eletromagnética absorvida

decorrente da excitação.

O processo de absorção é conhecido como a lei de absorção ou lei

de Beer-Lambert, que afirma quantitativamente que a grandeza da

atenuação depende da concentração das moléculas absorventes e da

extensão do caminho sobre o qual ocorre a absorção. À medida que a luz

atravessa um meio contendo um analito, um decréscimo de intensidade

ocorre na proporção que o analito é excitado. Para uma solução do

analito de determinada concentração, quanto mais longo for o

comprimento do caminho do meio através do qual a luz passa (caminho

óptico), mais centros absorventes existirão, e maior será a atenuação.

Também, para um dado caminho óptico, quanto maior for a concentração

de absorventes, mais forte será a atenuação (SKOOG, 2006).

A absorbância A de uma solução está relacionada com a

transmitância de forma logarítmica, como mostrada na equação A = -logT

= log(P0/P). Quando a absorbância de uma solução aumenta, a

transmitância diminui de acordo com a Figura 4.

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Figura 4: Atenuação de um feixe de radiação por uma solução absorvente.

Fonte: Fundamentos da Química Analítica (2006).

A seta larga representando o feixe incidente significa maior

potência radiante que aquela transmitida pela solução. O caminho óptico

da solução absorvente é igual a b, e sua concentração, igual a c.

Os termos P0 e P segundo Skoog (2006) referem-se à potência de

um feixe que tenha passado por uma célula contendo o branco (solvente)

e o analito, respectivamente.

De acordo com a lei de Beer, existe uma relação de linearidade

entre a concentração da substância absorvente e a intensidade de luz

emitida. Conforme a equação A = log (P0/P) = abc, onde a é a constante

de proporcionalidade denominada absortividade c e ao caminho óptico b

do meio absorvente. Uma vez que a absorbância é uma grandeza

adimensional (sem unidade), a absortividade tem unidades que cancelam

as unidades de b e c.

Quando expressamos a concentração em mols por litro e b em

centímetros, a constante de proporcionalidade é chamada absortividade

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molar, à qual é dado o símbolo especial, ε, em que ε possui as unidades

de L. mol-1. cm-1.

São poucos os desvios observados na lei de Beer. Porém,

observam-se algumas alterações entre a absorbância e a concentração

quando o caminho óptico b é mantido constante (SKOOG, 2006).

Alguns desvios, denominados desvios reais, são fundamentais e

representam limites reais a lei de Beer. Outros são resultantes do método

que empregamos para efetuar as medidas de absorbância (desvios

instrumentais) ou resultados de alterações químicas que ocorrem com a

variação (desvios químicos). Concentrações que excedem 0,01 mol.L-1

causam desvios de linearidade, pois quanto maior a concentração, mais

próximos estão os íons causando interações eletrostáticas, levando ao

afastamento da lei de Beer. Os desvios químicos aparecem quando a

espécie absorvente sofre associação, dissociação ou reação com

solventes para gerar produtos que absorvem de forma diferente do analito

(SKOOG, 2006).

Segundo (INMETRO, 2003) a relação da resposta do instrumento

para a concentração não tem que ser perfeitamente linear para um

método ser efetivo, porém nesse caso, a curva de calibração deve ser

preparada diariamente, sendo que alguns procedimentos analíticos não

demonstram linearidade mesmo após quaisquer alterações.

Outra fonte de desvio são as radiações policromáticas já que a lei

de Beer se aplica as monocromáticas.

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3.2.1 Sistema Espectrofotométrico HACH DR 2800

O espectrofotômetro HACH DR 2800 é formado basicamente de

quatro partes fundamentais: fonte, monocromador, célula de fluxo

portacubeta e detector.

A fonte utilizada emite uma radiação contínua também conhecida

como fonte “branca” em uma ampla faixa de comprimento de onda. O

princípio da radiação das lâmpadas baseia-se na incandescência, visto

que qualquer substância a uma dada temperatura acima de zero absoluto

emite radiação.

Os espectros contínuos podem ser obtidos através das descargas

em diversos gases, por exemplo, em xenônio a várias atmosferas, em

vapor de mercúrio, hidrogênio e deutério (EWING, 1972).

As fontes de radiação mais usadas são as lâmpadas de deutério,

tubos de descarga de hidrogênio e tungstênio. O HACH DR 2800 utilizado

neste trabalho, opera na faixa do visível, de 400nm a 900nm utilizando

lâmpada de tungstênio. Depois de emitir este feixe de radiação, uma

banda de comprimento de onda é selecionada, através de um filtro ou

monocromador.

O monocromador, segundo Cienfuegos (2000), tem como função

separar os diversos comprimentos de onda, permitindo isolar uma banda

de comprimento de onda bem estreita. O monocromador é formado por

um elemento de dispersão que pode ser um prisma ou uma rede de

difração, e duas fendas estreitas que servem como entrada e saída da

radiação. A fenda de entrada define um feixe estreito da radiação que

incide no elemento dispersante que tem como objetivo dispersar a

radiação com um leque, conforme a Figura 5. Uma fenda de saída deixa

passar uma banda bem estreita do comprimento de onda. Quanto mais

estreita for a fenda de saída e quanto mais distante estiver localizada do

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prisma ou da rede de difração, melhor será a resolução do comprimento

de onda.

O prisma ou rede, juntamente com lentes, espelhos e fendas,

selecionam a banda de comprimento de onda desejado.

Figura 5: Dispersão da luz por um prisma (a) e (b) uma rede de transmissão.

Fonte: Métodos Instrumentais de Análise Química (1972).

Os prismas são elementos dispersantes convenientes entre o

ultravioleta próximo e as regiões do infravermelho médio, mas para Ewing

(1972) eles não são aplicáveis em outras regiões, sendo hoje em dia

muito utilizada a dispersão por rede.

Uma rede de difração é um componente óptico que opera por

reflexão ou transmissão de radiação e possui uma série de ranhuras

impressas em sua superfície, bem próximas umas das outras. Quando a

radiação é refletida ou transmitida pela rede, cada linha se comporta

como uma fonte independente de radiação. Diferentes comprimentos de

onda da radiação são refletidos ou transmitidos pela rede em ângulos

diferentes. A mudança de direção dos raios de radiação, provocada pela

rede, é denominado difração. Conforme as quantidades de linhas na rede

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e o desvio sofrido pela radiação têm-se o comprimento de onda e a

rotação da rede permite selecionar outros comprimentos de onda

(HARRIS, 2008).

O comprimento de onda selecionado no monocromador para a

análise de Nitrogênio Amoniacal (655nm) incide sobre o líquido no

compartimento de amostragem, onde as interações da radiação com o

elemento irão ocorrer.

Na célula de fluxo portacubeta do equipamento utilizado neste

trabalho conforme Figura 6, são colocadas as cubetas de vidro de

material apropriado contendo a solução branco e o analito,

respectivamente.

Figura 6: Célula de fluxo portacubeta do espectrofotômetro HACH DR 2800.

Fonte: HACH, 2009.

O compartimento 1 da Figura 6 é utilizado para cubetas cilíndricas

de caminho óptico de 1cm. Já no compartimento 2 podem ser utilizadas

cubetas retangulares de caminho ópticos de 10cm.

Após a passagem da radiação monocromática pela área de

amostragem o feixe transmitido é captado pelo detector.

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O detector é a parte do equipamento que recebe a energia radiante

transmitida através da solução e a transforma em energia elétrica. O mais

empregado é a célula fotomultiplicadora.

Quando a radiação passa para a unidade de detecção, o feixe é

focalizado em tubos fotomultiplicadores separados, os quais geram uma

diferença de potencial proporcional à energia incidente. Quando a energia

é absorvida no feixe da amostra, a diferença de potencial desequilibrada

que resulta é compensada pela diferença de potencial equivalente obtida

de uma porção de uma resistência variável (CIENFUEGOS, 2000).

O espectro obtido é registrado como comprimento de onda versus

transmitância. Como a absorbância (A) é proporcional a log 1/T, o uso de

uma resistência que varia de modo logarítmico com o comprimento

permite a obtenção de espectros lineares com relação à absorbância.

Geralmente uma fotocélula e/ou uma fotomultiplicadora avaliam a

intensidade do feixe emergente. O princípio do funcionamento baseia-se

no deslocamento de elétrons causado pela radiação que incide na

fotocélula ou fotomultiplicadora.

Os deslocamentos ocorrem porque esses dispositivos são

constituídos por substâncias semicondutoras. Esse movimento de

elementos produz uma corrente elétrica que pode operar um amperímetro

ou galvanômetro. Um tipo de fotocélula usada em fotometria são as

fotovoltaicas. Elas produzem corrente suficiente para operar um

microamperímetro sem requerer ampliação eletrônica (CIENFUEGOS,

2000).

Pode-se ter também fotoválvula a vácuo ou fotomultiplicadora

como receptor.

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Uma fotoválvula a vácuo consiste em dois eletrodos encaixados em

um envoltório transparente. O cátodo é uma lâmina de metal recoberta

com um ânodo é um fio que funciona como coletor de elétrons.

De acordo com a Figura 7, as fotomultiplicadoras são um tipo de

válvula a vácuo onde se consegue uma ampliação do sinal de vários

milhões de vezes. É um dispositivo de grande sensibilidade, onde os

elétrons, emitidos pela superfície fotossensível, atingem uma segunda

superfície, denominado dinodo, que é positiva em relação ao emissor

fotossensível. Os elétrons são acelerados e atingem o dinodo com

energia cinética superior à sua energia cinética original. Esses novos

elétrons energizados retiram mais de um elétron da superfície do dinodo.

Esses novos elétrons são acelerados na direção de um segundo dinodo,

que é mais positivo que o primeiro. Esse processo é repetido diversas

vezes até que mais 106 elétrons sejam finalmente coletados para cada

fóton que atingiu a superfície. Desta maneira, intensidades de radiação

extremamente baixas são produzidas em sinais elétricos mensuráveis.

Figura 7: Esquema de uma fotomultiplicadora com nove dinodos.

Fonte: Análise Química Quantitativa (2008).

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A amplificação do sinal ocorre em cada dinodo, que está

aproximadamente 90 volts mais positivo do que o dinodo anterior

(SKOOG, 2006).

3.3 Cromatografia Liquida de Alta Eficiência (HPLC)

A cromatografia é um método físico-químico de separação. Ela

está fundamentada na migração diferencial dos componentes de uma

mistura, que ocorre devido a deferentes interações entre duas fases

imiscíveis, a fase móvel e a fase estacionaria. A grande variedade de

combinações entre fases móveis e estacionárias torna-a uma técnica

extremamente versátil e de grande aplicação (Degani,2001).

O termo cromatografia foi primeiramente empregado em 1906 e

sua utilização é atribuída a um botânico russo, ao descrever suas

experiências na separação dos componentes de extratos de folhas. Neste

estudo, a passagem de éter de petróleo (fase móvel) através de uma

coluna de vidro preenchida com carbonato de cálcio (fase estacionaria), a

qual se adicionou o extrato, levou a separação dos componentes em

faixas coloridas. Este é provavelmente o motivo pelo qual esta técnica é

conhecida como cromatografia (“chrom” – cor e “graphie” – escrever),

podendo levar a errônea ideia de que este processo seja dependente da

cor (Braga,1998).

A Cromatografia Liquida de Alta Eficiência (CLAE/HPLC) surgiu

como aplicação de cromatografia liquida as teorias e instrumentações

desenvolvidas originalmente para a cromatografia gasosa.

Baseando-se na teoria de cromatografia gasosa, de que a

eficiência de uma separação aumenta com a diminuição do tamanho da

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partícula da fase estacionaria, surgiu, na década de 60, a Cromatografia

Liquida de Alta Eficiência.

A principal diferença entre a cromatografia liquida clássica e a

cromatografia liquida de alta eficiência é a utilização da fases

estacionarias com micropartículas (10, 5 ou 3 µm) esféricas, de

preferências. Estas fases, por serem muito menos permeáveis, tornaram

necessária a utilização de bombas para eluição da fase móvel

(HARRIS,2008).

A cromatografia liquida é a mais usada de todas as técnicas

analíticas de separação. As razões para essa popularidade do método

são sua detectabilidade, e sua pronta adaptabilidade às determinações

quantitativas com exatidão, a sua adequação para a separação de

compostos não voláteis ou termicamente instáveis e, acima de tudo, a sua

ampla aplicação a substancias de grande interesse para a indústria, para

muitos campos da ciência e para o publico. Exemplos desses materiais

incluem aminoácidos, proteínas, ácidos nucleicos, hidrocarbonetos,

carboidratos, drogas, terpenóides, agrotóxicos, antibióticos, esteróides,

espécies organometálicas e uma variedade de substancias inorgânicas

(SKOOG, 2009).

A instrumentação necessária para HPLC é extremamente

sofisticada, muito diferente dos aparelhos utilizados pela cromatografia

liquida clássica. A figura 8 os componentes fundamentais de um

equipamento para HPLC.

Figura 8: Diagrama de um cromatografo liquido

Fonte: SKOOG, 2009 6º edição

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Atualmente, existem equipamentos totalmente computadorizados.

São divididos em módulos, que podem ser controlados individualmente ou

por computador. Os softwares disponíveis são capazes de detectar

problemas de funcionamento e também a necessidade de troca de

alguma peça.

O desenvolvimento de colunas com fase estacionaria preparadas

com partículas de menor diâmetro, as quais ofereciam maior resistência a

passagem de fase móvel, tornou necessária a utilização de sistemas de

bombeamento mais eficientes. As primeiras bombas utilizadas,

conhecidas como bombas de baixa pressão, produziam fluxos pulsantes,

sendo inadequadas para tal fim.

Segue abaixo a figura 9 que mostra a instrumentação utilizada para

detectar e quantificar o Nitrogênio Amoniacal em efluentes industriais.

Figura 9: HPLC Waters – Instrumentação usada para analise de N-NH3.

Fonte: Laboratório Central – Monsanto.

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A utilização de detectores de fluorescência tornou-se mais ampla a

partir do desenvolvimento de técnicas de derivatização utilizadas na

análise de compostos não fluorescentes ou pouco fluorescentes (VOGEL,

2008).

Segundo Busto (apud PRESTES, 2007), os agentes derivatizantes

mais utilizados na determinação por fluorescência de aminas bioativas

são: cloreto de dansyl, ortoftalaldeído (OPA) e fluorescamine. A principal

vantagem que o reagente OPA apresenta em relação aos outros

reagentes derivatizantes é que este reage com aminas rapidamente e

possibilita a detecção de baixos níveis de aminas biogênicas.

3.3.1 – Cromatografia por troca iônica

Na cromatografia por troca iônica, a fase estacionaria é um tipo de

fase ligada com grupos iônicos, como os grupos sulfônicos, -SO3-, ou

carboxílico, COO-, no fim de uma cadeia alifática curta, no caso dos

trocadores de cátions, ou o grupo amina quaternária , -NR3+, no fim da

cadeia, normalmente propil, no caso do trocador de ânions. Os grupos

iônicos tem contra-ions (com carga oposta) que podem ser deslocados

pelos íons dissolvidos na fase móvel de cargas que lhe são similares. Por

exemplo, para uma fase trocadora de cátions, tem-se o equilíbrio entre o

contra-íon Na+ e o cátion da amostra, M+ (Braga, 2006):

M+ + R-SO3- Na+ Na+ + R-SO3

- M+

Exemplos de compostos separados por cromatografia de troca

iônica são ácidos carboxílicos, bases orgânicas, peptídeos, aminoácidos e

ácidos nucleicos, que podem se ionizar em soluções com pH

devidamente tamponado, bem como ânions inorgânicos e cátions

metálicos ou complexos (Collins, 2006).

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No caso deste trabalho que é a amônia, utilizou-se os grupos

carregados de R quimicamente ligados e que estão presentes em todo

tipo de material de troca iônica. Para amônia utilizamos –NH2R+ ou NH3

+

trocadores fracos de ânions (Collins,2006).

A matriz pode ser constituída de resinas poliméricas porosas ou

partículas microporosas de sílica, ambas com grupos iônicos apropriados,

quimicamente ligados. O uso como matriz de partículas microporosas de

sílica resulta em fase estacionarias de alta eficiência, boa estabilidade,

tanto à pressão como a solventes, e alta capacidade de troca. Contudo,

seu emprego restringe-se ao intervalo de 2 < pH < 8 (Guimarães,2006).

A fase móvel é uma solução salina tamponada escolhida de forma

a ser compatível com o trocador iônico selecionado.

A seletividade e retenção nesta técnica é fortemente influenciada

pelo tamanho e carga dos analitos, tipo de trocador iônico, temperatura da

coluna e diversas características da fase móvel, tais como pH, força

iônica, vazão, modificador orgânico, tipo de contra-ion, concentração do

contra-ion e tipo de solução-tampão. A ordem de eluição dos analitos é

muito difícil de ser prevista, visto que muitos fatores estão envolvidos,

além de problemas de adsorção que podem ocorrer. Portanto, a

otimização de uma separação por cromatografia de troca iônica é feita

empiricamente (Collins,2006).

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4. METODOLOGIA

Esse trabalho foi realizado no Laboratório Central da MONSANTO

DO BRASIL S.A., situado na cidade de São Jose dos Campos – SP no

período de Agosto a Outubro de 2013. Na execução dos ensaios serão

utilizadas duas técnicas analíticas instrumentais, sendo uma via

espectrofotometria Método 10031 da HACH (Método Salicilato) onde o

composto de amoníaco combinado com cloro livre encontrado na maioria

dos casos forma a monocloramina, sendo assim, a mesma reage com o

salicilato para formar o 5-aminossalicilato que é oxidado na presença de

um catalisador de nitroprussiato de sódio e desenvolve uma coloração

azul. A cor azul é mascarada pela cor amarela do reagente em excesso

presente gerando na verdade uma cor verde que será absorvida pelo

HACH no comprimento de onda de 655 nm (HACH 2013).

Reação que acontece no tubo reagente para formar um complexo colorimétrico.

Fonte: Método HACH

E outra pelo método de HPLC onde o nitrogênio amoniacal

separado cromatograficamente por meio de uma coluna de troca iônica,

usando como fase móvel uma solução de KH2PO4 0,010 mol.L-1 e

identificadas através de uma reação após eluição com Ortoftalaldeido

OPA (PCR- reagente pós-coluna) em presença de MERC (2-

mercaptoetanol), podendo ser quantificados através de um detector de

fluorescência com comprimento de onda de excitação 340 nm e de

emissão 420 nm (EPA Método 547).

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OPA Complexo Fluorescente

Reação pós-coluna OPA/MERC antes de ir para o detector

Fonte: EPA Method 547

Inicialmente serão preparados cinco padrões de Nitrogênio

Amoniacal nas concentrações de 0,1ppm, 0,5ppm, 1,0ppm, 2,5ppm e

5,0ppm, a partir da diluição do padrão de Nitrogênio Amoniacal de

100ppm da marca HACH para calibração do HPLC e posteriormente

serão preparados 10 padrões de concentrações 0,1, 0,5, 1,0, 2,5, 5,0,

10,0, 20,0, 30,0, 40,0 e 50,0 ppm do mesmo padrão referência para

calibração do espectrofotômetro, rastreada ao NIST, o que garante a

confiabilidade dos resultados. Com esses padrões iremos construir a

curva de calibração. Os procedimentos de calibração seguiram os

manuais de funcionamento dos respectivos equipamentos.

Para verificação da curva de calibração de ambas as técnicas

instrumentais utilizou-se um padrão de referência de 10,0 ppm da HACH

para garantir a checagem do equipamento e garantir a eficiência da

lineralidade da curva de calibração. Na comparação das técnicas utilizou-

se amostras de Efluente Bruto (Lagoa A, Lagoa B e Lagoa C) e Efluente

Tratado (Saída do Tanque de Aeração) do tratamento de efluentes da

Monsanto num período de 30 dias onde teremos 30 dados analíticos para

realizar o estudo estatístico de variância para provar a precisão e

acuracidade dos métodos.

Para o método espectrofotométrico, utilizou-se o espectrofotômetro

HACH DR 2800 no comprimento de onda de 655 nm (MÉTODO 10031,

HACH). Calibrou-se o equipamento de acordo com o manual do

Fabricante, onde foram adicionados 0.1mL de padrão ou amostra no tubo

reagente da HACH já pronto para analise que contem: (AmVer Diluent

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Reagent Test ‘N), um envelope do regente HACH Ammonia Salicylate e

outro envelope do reagente HACH Ammonia Cyanurate. Fechou-se o

tubo, homogeinizou-se bem e deixou em repouso por 20 minutos.

Efetuou-se a leitura após zerar o equipamento fazendo a reação anterior

mas adicionando água DI como branco, coletou-se os valores de

absorbância e construir a curva de calibração e após realizar as analises

das amostras.

Para o método de HPLC utilizou-se o cromatógrafo liquido com os

módulos da marca WATERS nas seguintes condições:

Temperatura da coluna: Ambiente

Índice de Fluxo da fase móvel : 0,70 mL.min-1

Índice de Fluxo da fase reagente: 0,20 mL.min-1

Temperatura do coil pós-coluna: Ambiente

Sistema de Detecção : Fluorescência

o Excitação da lâmpada = 340 nm

o Emissão da lâmpada = 420 nm

o Sensibilidade detector = 1000 FUFS

o A lâmpada é ligada automaticamente quando se injeta a

amostra

o Filtro digital = 2.0 segundos

o Voltage = 600 V

o Tempo de corrida = 16 minutos

o Volume de injeção = 2 a 100 microlitros

Após o condicionamento do equipamento nas condições acima

descritas foram injetados os padrões, amostras e coletou-se os dados

através do software CDS.

Para a garantia e qualidade dos resultados obtidos será utilizo-se

neste trabalho micropipeta volumétrica 0,1 mL a 10 mL da Eppendorf

calibrada para pipetagem dos padrões e amostras; béquer de 50 mL; tubo

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de vidro (cubeta) de 5mL; espectrofotômetro HACH DR 2800; Bomba

HPLC - Waters modelo 515 ou equivalente; Bomba de reação pós-coluna

- Waters modelo RMA ou equivalente; Detector HPLC - Waters 2475

Fluorescência ou equivalente; Sistema de injeção - Autosampler Waters

717 ou equivalente; Coluna cx (troca catiônica) - Zorbax 300 SCX 4,6mm

x 25cm, MacMod Part N°. 880952,704; Misturador Tee - 1/16 x 1/16´´ OD

Union Tee ou equivalente; Misturador tubulação (coil) - tubo de Teflon

PTFE medida 20 ft . 1/16´´ OD ou equivalente; Aparelho de filtragem

Millipore - filtro de 0,45 micra; Balança analítica - precisão a cerca de ±

0,1 mg; Vidraria normal de laboratório e suprimentos; Software de coleta

de dados cromatográficos (CDS). Água ultrapura MilliQ; padrão de

nitrogênio amoniacal de 100ppm marca HACH; Água deionizada ou

desmineralizada; Dihidrogenofosfato de Potássio P.A. (KH2PO4) ou de

maior pureza; Metanol P.A. (CH3COH) ou de maior pureza; Ácido

Fosfórico 85% P.A. (H3PO4) ou de maior pureza; Ácido Bórico P.A.

(H3BO3) ou de maior pureza; Hidróxido de Potássio P.A. (KOH) ou de

maior pureza; Ortoftalaldeído P.A. (OPA - C6H4-1,2-[CHO]2) ou de maior

pureza;2-Mercaptoetanol P.A. (HSCH2CH2OH) ou de maior pureza.

Após registro das informações, os dados obtidos foram tratados

estatisticamente no programa de tratamento de dados estatísticos

MINITAB. Para avaliação da precisão e exatidão foram utilizados o

coeficiente de linearidade, a dispersão dos pontos na curva de calibração,

desvio relativo, desvio padrão, o Teste de Fisher (F) e o erro relativo.

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5. RESULTADOS

De acordo com as metodologias acima descritas, os resultados

obtidos experimentalmente na calibração e análise de Nitrogênio

Amoniacal foram registrados em tabelas, equações e gráficos.

Neste trabalho utilizou-se o teste de regressão linear para

avaliação dos resultados obtidos, bem como o desvio relativo e o desvio-

padrão das leituras, e a média dos tempos de calibração entre diferentes

analistas.

Os valores de absorbância e área obtidos da calibração dos

equipamentos espectrofotômetro HACH DR 2800 e HPLC Waters estão

expostos nas Tabelas 2 e 3.

Tabela 2: Valores de calibração obtidos na leitura de padrões pelo

método espectrofotométrico HACH.

Padrão de N-NH3 [ mg.L-1] Hach [ ABS]

0,000

0,000

0,106

0,003

0,532

0,011

1,006

0,033

2,503

0,078

4,976

0,147

10,000

0,359

19,749

0,769

29,968

1,183

39,420

1,511

46,938 1,870

Para se verificar a dispersão dos pontos foram utilizados os dados

da Tabela 2 para a construção do Gráfico, conforme Figuras 10.

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Abaixo do gráfico verifica-se a equação da reta e o coeficiente de

linearidade (r2) obtida após tratamento dos dados no Excel.

Figura 10: Curva padrão de Nitrogênio Amoniacal pelo método HACH.

A equação da reta e o Coeficiente de Linearidade para o método

espectrofotométrico é y = 0,0396x - 0,0168 e o r2 = 0,9991.

Tabela 3: Valores de calibração obtidos na leitura de padrões pelo

método HPLC Waters.

Padrão de N-NH3 [mg.L-1] HPLC – Área

[µV.min]

0,000

0,000

0,100

395,000

0,500

2098,700

2,500

10397,000

5,000 19745,400

Para se verificar a dispersão dos pontos foram utilizados os dados

da Tabela 3 para a construção do Gráfico, conforme Figuras 11.

Abaixo do gráfico verifica-se a equação da reta e o coeficiente de

linearidade (r2) obtida após tratamento dos dados no Excel.

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Figura 11: Curva padrão de Nitrogênio Amoniacal pelo método HPLC.

A equação da reta e o Coeficiente de Linearidade para o método

HPLC é y = 3944,95628x – 160,38648 e o r2 = 0,9995.

Figura 12: Cromatograma do Padrão de Nitrogênio Amoniacal

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Para comparação dos métodos por espectrofotométrico HACH e

HPLC, os coeficientes de linearidade foram obtidos a partir da equação da

reta conforme a Tabela 4, onde os dados da Tabela 2 e 3 foram tratados

no Excel.

Tabela 4: Equipamentos e seu coeficiente de linearidade.

Equipamento Coeficiente de Linearidade r2

Espectrofotometro Dr 2800 HACH

0,9991

HPLC Waters 0,9995

Aceita-se para qualquer técnica segundo APHA (2005) um

coeficiente de linearidade ≥0,995.

Posteriormente à calibração dos equipamentos e análise dos

valores dos coeficientes de linearidade, as amostras foram lidas 3 vezes

cada uma e os valores da media podem ser observados nas Tabelas 5 e

6. Foram avaliados também, os desvios-padrão e os desvios relativos.

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Tabela 5: Concentração de Nitrogênio amoniacal em ppm medida

nas amostras pelo método de HPLC.

Nº Analises Data Lagoa A Lagoa B Lagoa C TQ. Aeração

1 09/09/2013 1,74 0,78 126,41 0,19

2 10/09/2013 0,36 0,56 128,89 0,10

3 11/09/2013 1,20 2,30 115,00 0,20

4 12/09/2013 1,47 3,83 131,37 0,10

5 13/09/2013 1,76 4,87 86,59 0,10

6 16/09/2013 16,36 1,27 127,20 0,10

7 17/09/2013 1,03 0,10 93,00 0,10

8 18/09/2013 1,27 2,01 56,23 0,20

9 19/09/2013 2,06 2,77 132,00 0,10

10 20/09/2013 2,18 2,49 121,12 0,10

11 23/09/2013 0,90 0,83 133,00 0,20

12 24/09/2013 2,17 1,80 102,60 0,10

13 25/09/2013 3,03 2,70 107,07 0,10

14 26/09/2013 2,32 1,97 104,27 0,10

15 27/09/2013 1,89 0,76 59,94 0,20

16 30/09/2013 0,91 0,74 119,58 0,10

17 03/10/2013 1,41 18,91 128,88 0,10

18 04/10/2013 2,22 2,41 126,55 0,10

19 07/10/2013 2,11 1,31 125,08 0,20

20 08/10/2013 0,22 0,60 89,98 0,10

21 09/10/2013 2,59 2,56 32,81 0,10

22 10/10/2013 2,30 3,54 77,12 0,73

23 11/10/2013 2,59 2,88 65,10 0,23

24 14/10/2013 10,75 8,04 69,93 0,60

25 15/10/2013 0,77 0,28 55,43 0,10

Para se atingir o objetivo proposto foram realizadas também,

leituras das mesmas amostras pelo método espectrofotométrico, visando

a comparação das duas técnicas.

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Tabela 6: Concentração de Nitrogênio amoniacal em ppm medida

nas amostras pelo método de HACH.

Para efeito de comparação, os resultados obtidos nas diferentes

técnicas e Lagoas foram plotados e estão representados no gráfico da

Figura 13, 14, 15 e 16.

Nº Analises Data Lagoa A Lagoa B Lagoa C TQ. Aeração

1 09/09/2013 1,93 0,82 125,96 0,22

2 10/09/2013 0,30 0,67 129,33 0,10

3 11/09/2013 1,23 2,06 115,00 0,20

4 12/09/2013 1,36 3,55 131,00 0,13

5 13/09/2013 1,51 4,60 87,00 0,10

6 16/09/2013 15,99 1,25 127,00 0,10

7 17/09/2013 1,00 0,15 92,81 0,10

8 18/09/2013 1,12 2,32 56,00 0,14

9 19/09/2013 2,22 2,91 131,5 0,12

10 20/09/2013 2,01 2,77 121,00 0,19

11 23/09/2013 1,00 0,73 134,00 0,17

12 24/09/2013 2,09 1,63 103,00 0,11 13 25/09/2013 3,01 2,70 107,00 0,15 14 26/09/2013 2,26 1,79 104,00 0,10 15 27/09/2013 1,80 0,72 60,25 0,23

16 30/09/2013 0,90 0,71 120,1 0,10 17 03/10/2013 1,33 18,69 129,00 0,10 18 04/10/2013 2,25 2,40 126,09 0,10 19 07/10/2013 2,08 1,45 125,2 0,18 20 08/10/2013 0,20 0,55 90,26 0,19 21 09/10/2013 2,60 2,70 33,20 0,10 22 10/10/2013 2,30 3,26 77,00 0,82 23 11/10/2013 2,65 2,90 65,00 0,25 24 14/10/2013 11,09 8,00 70,20 0,55

25 15/10/2013 0,80 0,30 55,00 0,13

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Figura 13: Comparação entre o resultados das leituras das amostras de Nitrogênio

Amoniacal pelo método HACH versus HPLC – Lagoa A.

Figura 14: Comparação entre os resultados das leituras das amostras de Nitrogênio

Amoniacal pelo método HACH versus HPLC – TQ. Aeração.

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Figura 15: Comparação entre os resultados das leituras das amostras de Nitrogênio

Amoniacal pelo método HACH versus HPLC – Lagoa C.

Figura 16: Comparação entre os resultados das leituras das amostras de Nitrogênio

Amoniacal pelo método HACH versus HPLC – Lagoa B.

Na tabela 7 são apresentadas as diferenças entre as técnicas,

assim como foi ilustrado nas figuras 13, 14, 15 e 16, porém, com o desvio

padrão, o desvio relativo e o erro relativo, não da técnica utilizada em

cada método, mas sim, confrontando os resultados apresentados por

cada um deles.

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Tabela 7: Diferença de resultados em ppm entre os métodos HACH

x HPLC

Nº Analises Data Lagoa A Lagoa B Lagoa C TQ. Aeração

1 09/09/2013 0,19 0,04 0,45 0,03

2 10/09/2013 0,06 0,11 0,44 0,0

3 11/09/2013 0,03 0,24 0,0 0,0

4 12/09/2013 0,11 0,28 0,37 0,03

5 13/09/2013 0,25 0,27 0,41 0,0

6 16/09/2013 0,37 0,02 0,2 0,0

7 17/09/2013 0,03 0,05 0,19 0,0

8 18/09/2013 0,15 0,31 0,23 0,06

9 19/09/2013 0,16 0,14 0,5 0,02

10 20/09/2013 0,17 0,28 0,12 0,09

11 23/09/2013 0,10 0,10 1,00 0,03

12 24/09/2013 0,08 0,17 0,40 0,01

13 25/09/2013 0,02 0,10 0,07 0,05

14 26/09/2013 0,06 0,18 0,27 0,0

15 27/09/2013 0,09 0,04 0,31 0,03

16 30/09/2013 0,01 0,03 0,52 0,0

17 03/10/2013 0,08 0,22 0,12 0,0

18 04/10/2013 0,03 0,01 0,46 0,0

19 07/10/2013 0,03 0,14 0,12 0,02

20 08/10/2013 0,02 0,05 0,28 0,09

21 09/10/2013 0,01 0,14 0,39 0,0

22 10/10/2013 0,01 0,28 0,12 0,09

23 11/10/2013 0,06 0,02 0,10 0,02

24 14/10/2013 0,34 0,04 0,27 0,05

25 15/10/2013 0,03 0,02 0,43 0,03

Media

0,0992 0,1272 0,3108 0,026

Desvio Padrão

1,009549078 1,247528954 1,52603673 0,8804711

Desvio Relativo

0,098261691 0,101961561 0,203664823 0,029529646

Erro relativo

3,813624481 4,566996984 0,308835804 5,88888889

Para se verificar a dispersão dos pontos foram utilizados os dados

da Tabela 3 para a construção do Gráfico, conforme Figuras 11.

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Figura 17 : Diferença de resultados entre as técnicas HACH x HPLC

Outro fator importante para podermos avaliar o objetivo do trabalho

foi comparar o tempo de análise para cada técnica. Pois este fator hoje

em dia é primordial para que o processo possa tomar rápidas decisões de

acerto do sistema de tratamento de efluentes em casos de falhas.

Tabela 8: Comparação de tempo de analises entre a técnica HACH

versus HPLC.

Equipamento Tempo de analise ( min)/amostra

Espectrofometro Dr 2800 HACH

30

HPLC Waters 13

A análise de variância Anova e o teste T foram utilizados neste

trabalho para determinar se os dois métodos diferem em precisão

analítica conforme NIT DICLA 008. Ambos foram calculados utilizando

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recursos do software estatístico MINITAB, em função da quantidade de

leituras e estabelecendo 95% de confiança. Segue abaixo os gráficos e os

resultados plotados no Minitab.

Figura 18: Desvio Padrão apresentado nas duas metodologias

Fonte: Minitab 31/10/2013 Monsanto.

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Figura 19: Gráfico tipo caixa mostra aonde se encontra a minha população de amostras

em função da concentração em ppm

Fonte: Minitab 31/10/2013 Monsanto.

Figura 20: Valores individuais de cada metodologia e seus resíduos

Fonte: Minitab 31/10/2013 Monsanto.

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Figura 21: Valores dos Teste T e Analises de Variância Anova

Fonte: Minitab 31/10/2013 Monsanto.

Os valores apresentados acima, na figura 20, mostram que os

resultados das análises entre as diferentes técnicas são confiáveis e

estão com os valores críticos dentro dos intervalos estabelecidos pelo CI

95%. O teste T para estudo de paridades de técnicas demonstra que os

resultados medidos apresentam valores próximos, não há diferença entre

os métodos, pode-se usar qualquer técnica para fazer as análises de

nitrogênio amoniacal.

Test and CI for Two Variances: HPLC (ppm); HACH (ppm) Method

Null hypothesis Sigma(HPLC (ppm)) / Sigma(HACH (ppm)) = 1

Alternative hypothesis Sigma(HPLC (ppm)) / Sigma(HACH (ppm)) not = 1

Significance level Alpha = 0,05

Statistics

Variable N StDev Variance

HPLC (ppm) 97 44,839 2010,564

HACH (ppm) 97 44,886 2014,797

Ratio of standard deviations = 0,999

Ratio of variances = 0,998

95% Confidence Intervals

Distribution CI for StDev CI for Variance

of Data Ratio Ratio

Normal (0,817; 1,222) (0,667; 1,492) Continuous (0,595; 1,678) (0,354; 2,814) Tests

Method Test DF1 DF2 Statistic P-Value

F Test (normal) 96 96 1,00 0,992

Levene's Test (any continuous) 1 192 0,00 0,997

Paired T-Test and CI: HPLC (ppm); HACH (ppm) Paired T for HPLC (ppm) - HACH (ppm) N Mean StDev SE Mean

HPLC (ppm) 97 25,97 44,84 4,55

HACH (ppm) 97 25,99 44,89 4,56

Difference 97 -0,0225 0,2360 0,0240

95% CI for mean difference: (-0,0700; 0,0251) T-Test of mean difference = 0 (vs not = 0): T-Value = -0,94 P-Value = 0,351

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56

6. DISCUSSÃO

Enquanto a espectroscopia molecular baseia-se na interação de

uma radiação eletromagnética com a matéria, onde seus princípios

embasam-se na lei de Beer-Lambert, o método por HPLC se fundamenta

na técnica de separação de substâncias complexas onde a mesma é

eluída por uma fase móvel liquida, passando por uma coluna

cromatográfica que contém uma fase estacionária que irá segurar as

substâncias indesejáveis e separar oque se deseja analisar. No caso

deste trabalho a separação se dá por troca iônica.

Buscando comparar o grau de proximidade dos resultados obtidos

pelos dois métodos de ensaio e de avaliar a exatidão e precisão dos

métodos, espectrofotométrico e por HPLC, as análises foram comparadas

através da regressão da reta conforme NIT DICLA 008 e análise pontual

das amostras.

Os resultados foram obtidos através da calibração com padrões de

Nitrogênio amoniacal nas concentrações de 0,0, 0,1, 0,5 2,5 e 5,0 ppm

para o HPLC e 0,0, 0,1060, 0,5318, 1,0063, 2,5029, 4,9760, 10,0,

19,7485, 29,9675, 39,4202 e 46,9382 ppm para o HACH ambas

preparadas no laboratório com padrão de 10 e 100 ppm da marca HACH.

E também as análises das amostras Lagoa-A, Lagoa-B, Lagoa-C e TQ de

Aeração .

Para isso, a Tabela 2 e 3 mostra os valores nominais das

concentrações dos padrões, e os dados obtidos experimentalmente de

absorbância e área-µV.min dos equipamentos espectrofotômetro e HPLC,

respectivamente. Os dados de absorbância obtidos na calibração do

espectrofotômetro HACH DR 2800 e visualizados na Tabela 2, mostram

que quanto maior a concentração de Nitrogênio Amoniacal maior o valor

de absorbância lido, fato este comprovado no trabalho, pois a reação de

amônia com salicilato produz um complexo colorimétrico do azoto

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amoniacal que é diretamente proporcional à cor produzida. E os dados de

área obtidos na calibração do HPLC Waters e visualizados na tabela 3,

também são diretamente proporcional ao aumento de concentração maior

o valor de área.

Os resultados encontrados foram tratados no programa Excel,

onde a equação da reta foi obtida conforme Figuras 10 e 11 e o

coeficiente de linearidade na Tabela 4.

Os resultados de coeficiente de linearidade da reta (r²) obtidos

experimentalmente conforme Tabela 4, 0,9991 método

espectrofotométrico e 0,9995 para o método HPLC, foram comparados

em termos de linearidade, pois segundo o Standard Methods for the

Examination of Water and Wastewater da American Public Health

Association (APHA, 2005), valores maiores ou iguais 0,9950 são

considerados ideais. Como se pode observar, os coeficientes de

linearidade para ambos os métodos atenderam a especificação do

SMWW e portanto os dados mencionados neste trabalho são válidos.

Após a calibração dos equipamentos utilizados neste experimento,

foram realizadas 25 análises de nitrogênio amoniacal em amostras dos

pontos de amostragens Lagoa A, Lagoa B e Lagoa C que representam o

Efluente Bruto e TQ de Aeração que representa o efluente tratado da

Empresa, utilizando os equipamentos espectrofotômetro modelo HACH

DR 2800 e o HPLC modelo Waters.

As amostras foram lidas totalizando 100 medições por técnica,

dados estes registrados nas Tabelas 5 e 6.

Com os dados registrados foram calculados a diferença entre as

técnicas, a média, o desvio-padrão, o desvio-relativo e o erro relativo das

amostras, conforme a tabela 7.

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As amostras analisadas pelo método de Salicilato HACH foram

submetidas à análise pela técnica espectrofotométrica (colorimétrica),

sendo os dados registrados na Tabela 6. Pode-se perceber que para a

técnica de espectrofotometria, o erro relativo é maior por ser menos

seletiva e por isso apresentam mais interferentes, já as amostras

analisadas por HPLC conforme a tabela 5 apresentam um erro relativo

menor por ser mais seletiva, mais estável e por apresentar menos

interferências. Conforme a tabela 7 podemos concluir que as técnicas são

equivalentes ao desvio padrão, relativo e erro relativo ao que se

correspondem entre as diferenças de resultados apresentados na tabela 5

e 6, sendo assim, podemos avaliar a eficiência e precisão da técnica de

HPLC comparado com a técnica Salicilato HACH por ser mais seletiva e

não ter interferentes que influenciam diretamente na forma qualitativa do

método.

Com relação à tabela da figura 21, pode-se concluir através da

análise do valor do teste de Fisher que os valores de F determinados

ficaram abaixo do tabelado (F=1), portanto, tanto a técnica de

espectrofotometria quanto a de Cromatografia liquida por troca iônica

estão com seus parâmetros de precisão e variância aceitos. Isso indica

que os métodos estão validos para uso de acordo com índice de

confiabilidade de 95%. E de acordo com o teste de paridade T podemos

interpretar que a variabilidade entre eles praticamente não existe, o que

nos leva a definir que não existem diferenças significantes entre os

resultados apresentados pelas diferentes técnicas utilizadas.

Conforme os dados mostrados na tabela 8 acima, o método HPLC

apresentou uma grande redução no tempo de trabalho, no tempo de

acompanhamento (analista x hora) e no tempo de finalização das análises

das amostras, em comparação com o método Salicilato HACH

Em relação à comparação realizada não consideramos o tempo de

montagem, preparação de reagentes, soluções analíticas e outros ajustes

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extras necessários para o perfeito funcionamento dos dois sistemas

(HPLC x HACH). A discrepância de tempo gasto nas duas técnicas

mostra que a técnica HPLC é mais rápida e eficiente para a análise de

amônia.

Consideramos ainda outros ganhos, como: maior segurança no

processo de análise da amônia, por não utilizar vidrarias, menor

interferentes, utilizar menores volumes de reagentes e soluções

corrosivas e tóxicas, e consequente uma grande redução na geração de

resíduos ao meio ambiente.

Outro benefício do HPLC baseia-se no fato de a amônia ser

separada cromatograficamente por meio de uma coluna de troca iônica,

usando como fase móvel uma solução de KH2PO4 0,062 mol.L-1 e

identificada através de uma reação após eluição com reagente

derivatizante OPA em presença de mercapto etanol, sendo quantificadas

através de um detector de fluorescência com comprimento de onda de

excitação 340 nm e de emissão 420 nm (EPA, Método 547). Com isso o

HPLC torna-se um método qualitativo e quantitativo, enquanto a técnica

Salicilato HACH é um método somente quantitativo que mede o nitrogênio

orgânico total.

Segue abaixo as reações envolvidas na técnica HPLC e

Espectrofotômetro, conforme a figura 22 e 23 respectivamente.

OPA Complexo Fluorescente

Figura 22: Reação pós-coluna OPA/MERC antes de ir para o detector

Fonte: EPA Method 547

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Figura 23: Reação que acontece no tubo reagente para formar um complexo

colorimétrico.

Fonte: Método HACH

Uma vantagem do HPLC sobre o método HACH são os

interferentes, na cromatografia os interferentes são basicamente

sistêmicos o que pressupõem que o mesmo esteja com todas as

manutenções e qualificações em dias. Agora já o espectrofotômetro além

da parte sistêmica também tem as varias interferências durante a analise

por devido ter concentrações de algumas substâncias tais como: Ca, Fe,

Mg, NO3, NO2, PO4, SO4, SO2 e outras substâncias que possam ter

precipitação com adição de silicato. Essas substâncias vão interferir na

formação do complexo colorimétrico, influenciando o resultado final e

aumentando o erro relativo do método.

Outro dado importante na aplicabilidade do método é o custo por

análise, tirando o custo de adquirir os equipamentos que nesse caso a

empresa já possui os dois, tem o preço dos reagentes do kit da HACH

que gira aproximadamente R$ 22,00/análises oque nos dá um custo anual

de R$32120,00, já no HPLC temos um gasto de aproximadamente R$

15,00/análise totalizando um custo anual de R$21900,00, dando uma

redução de custo de 38,2% ao ano.

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7. CONCLUSÃO

Diante de todo levantamento de dados e revisão bibliográfica, a

técnica por HPLC demonstrou, através dos resultados obtidos

experimentalmente, possuir maior consistência analítica, sendo uma

técnica de maior precisão e exatidão na faixa de estudo de 0,1 a 5,0 ppm.

Todos os dados processados no Minitab, assim como os testes T

realizados demonstram que os resultados das análises realizadas pelo

método Salicilato, são considerados estatisticamente iguais aos

resultados das análises pelo método por HPLC.

Portanto, como ambos os resultados estatisticamente são iguais os

dados nos mostra que aplicabilidade do método por HPLC nos traz uma

vantagem muito grande em relação ao HACH, pela rapidez das análises,

pela confiabilidade do método, pela redução de custo e por ser menos

susceptível a interferentes.

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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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