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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA ALAÍDE ALMEIDA DOS SANTOS REVISÃO SISTEMÁTICA DE ESTUDOS SOBRE A SÍNDROME DE BURNOUT EM PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO FEIRA DE SANTANA –BA 2010

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANADEPARTAMENTO DE SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA

ALAÍDE ALMEIDA DOS SANTOS

REVISÃO SISTEMÁTICA DE ESTUDOS SOBRE A SÍNDROME DEBURNOUT EM PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL E

MÉDIO

FEIRA DE SANTANA –BA2010

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANADEPARTAMENTO DE SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA

ALAIDE ALMEIDA DOS SANTOS

REVISÃO SISTEMÁTICA DE ESTUDOS SOBRE A SÍNDROME DEBURNOUT EM PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL E

MÉDIO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação emSaúde Coletiva, Mestrado Acadêmico, como pré-requisito paraa obtenção do título de Mestre, com área de concentração emEpidemiologia, na linha de pesquisa Saúde do Trabalhador,Universidade Estadual de Feira de Santana, Bahia, Brasil.

ORIENTAÇÃO:

Prof. Dr. Carlito Lopes Nascimento Sobrinho

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FEIRA DE SANTANA- BA2010

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANADEPARTAMENTO DE SAÚDE

ALAIDE ALMEIDA DOS SANTOS

REVISÃO SISTEMÁTICA DE ESTUDOS SOBRE A SÍNDROME DEBURNOUT EM PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL E

MÉDIO

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________________

Profª. Drª. Lílian Miranda Bastos Pacheco

Profª. Drª. Tânia Maria de Almeida Franco

____________________________________________________________

Prof. Dr. Carlito Lopes Nascimento Sobrinho

Aprovação:_____/_____/_____

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pela dádiva da vida e presença constante em minha caminhada.

Aos Espíritos de Luz, eternos aliados em minha busca por superação e paz.

À Família, essencial para o meu equilíbrio e perseverança.

Ao prof. Carlito, por despertar em mim a vontade de seguir em frente, pelo apoio,

paciência e dedicação.

Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, pela generosidade

em ensinar, dedicação e exemplo em suas atuações profissionais.

Aos funcionários do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, pelo suporte,

atenção e dedicação durante o processo.

Aos colegas da turma 2008 do PPGSC, pelo companheirismo, força e amizade nos

momentos de construção do conhecimento que partilhamos juntos.

A meu companheiro Paulo, pelo apoio, incentivo e por sempre estar ao meu lado nos

momentos mais difíceis.

A meus filhos Felipe e Paolla, fiéis incentivadores, sempre carinhosos e compreensivos

diante da minha luta. São a razão incondicional do meu viver.

A Cacau, companheira dedicada sempre cuidando de tudo em casa para que eu pudesse

seguir em frente em meu trabalho.

Aos meus colegas de trabalho, aos quais dedico todo meu empenho em desenvolver

esta pesquisa.

Por fim, agradeço a todos que direta ou indiretamente contribuíram de alguma maneira

para esta conquista.

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RESUMO

Os professores formam uma das maiores categorias trabalhistas do mundo. A profissão

exige um conjunto de requisitos, tais como: conhecimento, formação acadêmica,

domínio de classe e conteúdo, além de constante atualização e realização de atividades

extra classe como, correção de trabalhos, avaliações e planejamento de atividades. O

professor necessita apresentar equilíbrio emocional para lidar com crianças,

adolescentes e adultos. Observam-se ainda situações desfavoráveis como baixos

salários, condições inadequadas para o exercício profissional, exposição à violência e

indisciplina por parte dos estudantes. Tudo isso exige esforço mental e físico constante,

que pode levar ao comprometimento da sua saúde física e mental.Visando ampliar os

conhecimentos sobre a saúde mental dos profissionais da educação, realizou-se uma

revisão sistemática de estudos epidemiológicos, sobre a prevalência da síndrome de

burnout em professores do ensino fundamental e médio, no período de 1989 a 2009. Os

critérios de inclusão admitiam estudos originais, de corte transversal, amostrais ou

populacionais, cujo desenho metodológico utilizasse o Maslach Burnout Inventory

(MBI) ou adaptações deste instrumento para medir os níveis da síndrome. Para tanto

foram realizadas pesquisas nas principais bases de dados sobre saúde tais como a BVS,

Psycinfo, LILACS, MEDLINE (PubMed) e SciELO. A busca resultou em 1244 artigos,

sendo 65 de delineamento transversal. Desses 35 foram elegíveis. O estudo objetivou

descrever a produção científica existente na literatura consultada sobre a síndrome de

burnout e o trabalho docente, identificar, possíveis fatores de risco associados à

síndrome de burnout em professores do ensino fundamental e médio e discutir os

aspectos metodológicos dos estudos selecionados. Os resultados encontrados

caracterizam a população estudada como predominantemente feminina, com idade entre

35 a 45 anos, casada, com filhos. A prevalência da síndrome burnout apresentou-se

elevada na maioria dos estudos, em especial a dimensão Exaustão Emocional. Os

resultados apontam o uso diversificado de formas adaptadas do MBI, ausência de uma

definição consensual para a síndrome de burnout e a adoção de técnicas diferentes para

a definição dos pontos de corte para as três dimensões da síndrome (exaustão

emocional, despersonalização e ineficácia) o que dificulta a comparação dos resultados

e caracterização do burnout nessa categoria.

Palavras-Chaves: revisão sistemática, professores, prevalência, síndrome de burnout

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ABSTRACT

Teachers are one of the largest categories of the labor world. The teaching profession

requires a tremendous amount of requirements that the profession demands, such as:

knowledge, academic background, field and class content, and the requirement to stay

constantly updated and make corrections as ongoing activities and plans extra class and

permanent emotional balance to deal with children, adolescents and adults. Allied to the

demands of work, there are unfavorable situations such as low wages, exposure to

violence, indiscipline on the part of students, professional devaluation and poor

conditions for the profession. All this effort requires constant mental and physical,

submitting a teacher wear, which in turn can produce illness and consequent impairment

of its saúde.Visando increase knowledge about mental health professionals' education,

there was a review study systematic epidemiological studies documents on the

prevalence of burnout in teachers of elementary and secondary education in the period

1989 to 2009. Inclusion criteria for admitting cross-sectional studies, or sample

population, study design, which utilizes the Maslach Burnout Inventory (MBI) or

adaptations of this instrument to measure the levels of the syndrome. For both studies

were carried out in the main databases on health such as VHL, Psycinfo, LILACS,

MEDLINE (PubMed) and SciELO. The search resulted in 1244 articles, 65 cross-

sectional. Of these 35 were eligible. The study aimed to describe the existing scientific

literature on burnout and teaching, to identify possible risk factors associated with

burnout in teachers of elementary and secondary education and to discuss

methodological aspects of studies that looked at factors associated with the syndrome

teachers. The results suggest a strong association between the psychosocial aspects of

work, hours devoted to practice, number of students per class and SB. The results also

showed that risk factors are contained in three dimensions of the SB, which are

emotional exhaustion, depersonalization and personal accomplishment. Also for the

protective effect of self efficacy, self esteem and practice of leisure.

Key Words: review study systematic, teachers, prevalence, burnout

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SUMÁRIO

1- CONSIDERAÇÕES INICIAIS.........................................................................8

2- OBJETIVOS..................................................................................................... 11

3- REVISÃO DE LITERATURA..........................................................................12

3.1- Trabalho e Processo de Trabalho.................................................................12

3.2- Organização do Trabalho- História e Contemporaneidade.......................15

3.3- A Docência como Processo de Trabalho......................................................20

3.4- A Categoria Docente e a Síndrome de Burnout.............................................21

3.5- Instrumentos para Avaliar a Síndrome de Burnout....................................23

4- ARTIGOS...........................................................................................................25

4.1- Revisão Sistemática da Prevalência da Síndrome de Burnout em

Professores do Ensino Fundamental e Médio.......................................................25

4.2-Síndrome de Burnout e Trabalho Docente:Revisão Sistemática e Discussão

de Aspectos Metodológicos.................................................................................... 46

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA...................................................................75

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1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O trabalho docente faz parte da minha vida há 33 anos. Comecei a me envolver com

educação aos 14 anos como ajudante de sala em uma escola de ensino infantil. Daí por

diante tenho construído minha história de trabalhadora da educação, experimentando

situações ligadas ao trabalho, que só a vivência em sala de aula pode permitir. Pude

experimentar o encantamento nos olhos do estudante, perplexo diante da descoberta de

um novo aprendizado, a alegria partilhada nos bons momentos com a turma, o

reconhecimento traduzido em carinho ou em um abraço afetuoso, o prazer em conduzir

o estudante pelas trilhas do conhecimento e vê-lo vitorioso no final. Experimentei

também, o sabor da responsabilidade pela transformação de comportamentos de jovens

adolescentes que muitas vezes, por motivos variados demonstravam-se rebeldes,

violentos ou desajustados, mas nos quais eu enxergava possibilidades de transformação

e evolução.

Sempre acreditei que educar, é o ato mágico e singelo, de realizar uma síntese entre o

passado e o futuro e que toda ação humana é potencialmente transcendente, mas que

apenas alguns poucos gestos tem a sorte de fazer a História, reservar seu lugar no futuro

(CODO, 2000).

O trabalho docente por outro lado, também me permitiram experimentar, as longas

jornadas de trabalho, com uma carga horária que muitas vezes extrapolava a sanidade.

Trabalhava os três turnos com aulas em turmas diferentes, desde o ensino fundamental

até o ensino médio, em escola pública e privada ao mesmo tempo. Almoçava na escola,

passava o dia e parte da noite na escola. Neste contexto, constituí família, tive meus

filhos e vivi uma dupla jornada de trabalho, pois continuava realizando atividades

ligadas à escola também em casa. Trabalhava muito, pois o salário recebido não supria

as necessidades da minha família, visto que eu era a única fonte de renda.

Obviamente, submetida à sobrecarga laboral, meu corpo e minha mente começaram a

dar sinais de desgaste. Surgiram os calos nas fendas vocais, problemas cardiovasculares

e uma ansiedade que não passava.

Comecei a me sentir deprimida, os nervos a flor da pele, uma sensação estranha de que

não adiantava fazer nada bem feito, pois nunca seria reconhecida, e uma vontade

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enorme de jogar tudo para o alto e não voltar mais ao trabalho. Passei a sofrer, só em

pensar que a semana iria começar e eu teria que ir trabalhar.

Percebi então, que tais sentimentos não eram só meus, ao ouvir meus colegas de

trabalho, também se queixarem durante nossos encontros nos horários de intervalo, ou

nas reuniões na escola.

Apesar dos professores formarem a maior categoria trabalhista do mundo, suas

condições de trabalho são muitas vezes bastante precárias. As condições de infra-

estrutura em alguns lugares estão muito comprometidas, chegando a faltar material

básico como giz, apagador, carteiras e cadeiras (CODO, 2000). Além da falta de

reconhecimento pelo trabalho realizado, dos baixos salários, indisciplina por parte dos

alunos e violência nas escolas, os professores pouco conhecem sobre seus direitos

trabalhistas.

Estudo desenvolvido na Itália demonstrou que os professores na sua maioria

desconhecem os riscos do trabalho para a saúde, são desencorajados a buscarem ajuda

específica, muitas vezes, por desconhecerem aspectos jurídicos adequados para auxiliá-

los. Os que buscam ajuda na legislação italiana, são frequentemente mal interpretados

(D’ORIA, 2009).

Para Dejours (1992), o trabalho é uma atividade que pode ocupar grande parcela do

tempo de cada indivíduo e do seu convívio com a sociedade. Afirma que o trabalho nem

sempre possibilita realização profissional. Pode ao contrário, causar problemas desde

insatisfação até exaustão.

O absenteísmo, é citado em vários estudos que mostram o desequilíbrio na saúde do

profissional, levando-o a ausentar-se do trabalho, afetando a qualidade dos serviços

prestados e o nível de produção, assim como a lucratividade (MORENO-GIMENEZ,

2000; SCHAUFELI,1999).

A expressão staff burnout, foi criada por FREUDENBERGER (1974), para descrever

uma síndrome composta por exaustão, desilusão e isolamento em trabalhadores da

saúde mental.

Desde esta época, tal síndrome tem sido tema de um grande número de artigos, de

livros; de discussões entre profissionais de várias ocupações, como médicos,

enfermeiras e professores (TRIGO, 2007).

De acordo com Maslach (1998), o burnout, foi reconhecido como um risco

ocupacional para profissões que envolvem cuidados com saúde, educação e serviços

humanos. No Brasil, o Decreto nº 3.048, de seis de maio de 1999, aprovou o

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Regulamento da Previdência Social e, em seu Anexo II, trata das doenças profissionais.

O item XII da tabela de Transtornos mentais e do Comportamento Relacionados com o

Trabalho (Grupo V da Classificação Internacional das Doenças- CID-10) cita a

“Sensação de Estar acabado” (Síndrome de Burnout”, “Síndrome do Esgotamento

profissional”) como sinônimos de burnout, que na CID-10, recebe o código Z73.0(

TRIGO,2007). A Organização Mundial de saúde (WHO, 1998), considera o burnout,

um grande problema no mundo profissional da atualidade.

Na perspectiva de aprofundar mais o conhecimento acerca da síndrome de burnout,

na categoria docente, realizou-se no presente estudo, uma revisão sistemática de

pesquisas originais com professores de ensino fundamental e médio, com vistas a

verificar a prevalência dessa síndrome no grupo dos trabalhadores da educação e

analisar fatores associados.

A avaliação da produção científica é uma prática indispensável à ciência, já que ela

permite identificar, com maior rigor, os assuntos frequentemente tratados e os tipos de

estudos realizados, dentre outros aspectos não menos relevantes. Nesse sentido, a

magnitude obtida por meio da análise da produção tende a oferecer novas perspectivas

para pesquisas futuras, partindo do que já foi desenvolvido até então (NORONHA, et al.

2008).

Para Witter (1979, 2006), a produção científica por meio de uma análise sistemática,

faz-se em contextos distintos e, para tanto, recorre-se a instrumentos variados de coleta

da informação, com características mais simples ou complexas. A autora ressalta que a

observação do que já foi produzido deve ser constante em todas as ciências, embora as

metodologias empregadas possam variar.

O trabalho realizado será apresentado na forma de dois artigos. O primeiro artigo

descreve a prevalência da Síndrome de Burnout em professores do ensino fundamental e

médio e aponta os possíveis fatores de risco associados à SB nessa população segundo

os estudos selecionados. O segundo artigo busca discutir aspectos metodológicos dos

estudos selecionados.

O objetivo principal é o de estimular a reflexão crítica e a discussão na categoria

docente sobre a sua saúde mental, através do estudo da prevalência da Síndrome de

Burnout em professores do ensino fundamental e médio.

Os educadores sempre tiveram a obrigação de ser a vanguarda, é deles que emana o

futuro da sociedade. Agora estão tendo a obrigação de ser também uma nova vanguarda,

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devem ir à frente, devem ensinar a inventar um trabalho novo, tão novo que recupere o

que temos de mais ancestral: a vida vivida pela atividade. CODO(2000).

2- OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Este trabalho tem por finalidade apresentar uma revisão sistemática de estudos de

corte transversal, publicados no período de 1989 a 2009, sobre a prevalência da

síndrome de burnout em professores de ensino fundamental e médio, assim como os

fatores considerados de risco para seu desenvolvimento e conseqüências para o

indivíduo e a organização.

2.2 Objetivos Específicos

Descrever a produção científica existente na literatura consultada, sobre a

síndrome de burnout e o trabalho docente;

Descrever as características dos grupos populacionais estudados e a prevalência

da síndrome de burnout.

Apontar possíveis fatores de risco associados à síndrome de burnout em

professores do ensino fundamental e médio.

Discutir os aspectos metodológicos dos estudos que analisaram fatores

associados à síndrome de burnout em professores.

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3- REVISÃO DE LITERATURA

3.1- TRABALHO E PROCESSO DE TRABALHO

Neste estudo, entende-se o trabalho como uma atividade humana essencial. O

trabalho é um processo de interação entre o homem e a natureza em que o homem, com

a sua ação intencional, mede, regula e controla seu metabolismo com a natureza. Ao

atuar por meio desse movimento, o homem busca modificá-la e, ao fazê-lo, modifica

sua própria natureza. A intencionalidade é o que diferencia o trabalho humano do

realizado por outros animais. A existência de uma consciência, de uma liberdade, não

apenas a motivação pela sobrevivência (MARX, 1996).

Marx (1996) assim descreve essa intencionalidade: “O que distingue, de antemão, o

pior arquiteto da melhor abelha é que ele construiu o favo em sua cabeça, antes de

construí-lo em cera. No fim do processo de trabalho obtém-se um resultado que já no

início deste existiu na imaginação do trabalhador, e portanto idealmente (...) é exigida a

vontade orientada a um fim...)”.

Para o mesmo autor, o trabalho humano apresenta duas dimensões: o “trabalho

abstrato” ou quantitativo, dispêndio de força de trabalho do homem no sentido

fisiológico, e nessa qualidade de trabalho humano abstrato produz mercadoria; e o

“trabalho concreto” ou qualitativo, dispêndio de força de trabalho humano sob forma

especificamente adequada a um fim e nessa qualidade de trabalho concreto produz valor

de uso (MARX, 1996).

Assim considerado, o trabalho útil, criador de valor de uso, constitui um estímulo que

desenvolve as capacidades físicas e mentais do ser humano. O trabalho, dessa forma,

passa a ser entendido como fonte de satisfação e prazer. Assim, essas dimensões do

trabalho humano devem ser pensadas de forma inseparáveis.

No sistema de produção capitalista, o “trabalho abstrato” é apropriado pelo capitalista

que remunera o produtor do trabalho (trabalhador), para que este possa recuperar a

energia física utilizada em sua execução. Dessa forma, o trabalho é coisificado,

transformando-se em mercadoria. Ao apropriar-se e separar as dimensões do trabalho

humano (trabalho concreto / trabalho abstrato), o sistema de produção capitalista retira o

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sentido do trabalho para o trabalhador, a identidade do produtor, que não mais se

identifica no objeto do seu trabalho (produto), gerando alienação do trabalho. Portanto,

alienação é a dissociação entre atividade e sujeito, imposta pelo modo de produção

capitalista. O produtor não mais se identifica no produto do seu trabalho, ele se

transforma em objeto, é coisificado. O trabalhador passa a identificar sua atividade

como estranha, não pertencente a ele (MARX, 1996; SANTOS, 1986). Logo, o

Processo de Trabalho é a atividade orientada a um fim, produzir valores de uso,

apropriação do natural para satisfazer as necessidades humanas, condição universal do

metabolismo entre o homem e a Natureza, condição natural eterna da vida humana

(MARX, 1996).

Os elementos constitutivos do processo de trabalho são a atividade orientada a

um fim ou o trabalho propriamente dito, o objeto e os meios de Trabalho. Esses

elementos constitutivos do processo de trabalho constituem as forças produtivas

(SANTOS, 1986).

O objeto de trabalho (recursos naturais; como o couro) constitui-se em

componente que, pela mediação com os demais componentes das forças produtivas

(meios e força de trabalho) é gradativamente transformado em bens e serviços de

utilidade, seja de uso direto ou indireto (MARX, 1996).

Todavia, coloca Antunes (2000), que ainda assim não há perda total de sentido e

de significado do trabalho, na sua forma contemporânea, pois enquanto expressão do

trabalho social está mais complexificada, socialmente mais combinada e ainda mais

intensificada em seus ritmos e processos. O trabalho não deixou de produzir valor, é que

hoje a sociedade do capital necessita cada vez menos do trabalho estável e cada vez

mais do trabalho parcial.

Ainda segundo Antunes, o capital não pode eliminar o trabalho vivo do processo

de criação de valores. O que se vê é um aumento da utilização da produtividade do

trabalho, de modo a intensificar as formas de extração das horas trabalhadas e não pagas

ao trabalhador, em tempo cada vez mais reduzido. Não há possibilidade do fim do

trabalho, já que sem este o capital não pode continuar se reproduzindo.

Houve uma diminuição do proletariado estável, porém ampliou-se o trabalho

imaterial / intelectual, a exemplo de escritórios, bancos, serviços, como saúde e

educação, e ampliou-se, significativamente, o trabalho informal, autônomo, entre outros

(GRAVE, 2002).

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Ao invés de estar acabando, o trabalho está se diversificando e ampliando. A

capacidade dos trabalhadores de ampliarem seus saberes torna-se uma característica

decisiva de capacidade de trabalho em geral. Todavia, tanto o trabalho material, como o

imaterial, estão subordinados à lógica de produção de mercadorias e do capital. Assim,

Antunes (2000) conclui que não está havendo nenhuma substituição do trabalho, quer

seja pela ciência, informação, comunicação e sim uma maior interação e

interpenetração.

Na atualidade, há um grande número de trabalhadores desempregados e

subempregados, fragilizados, desregulamentados e precarizados, segundo diversos

autores como, Castel (1998), Druck (1999), Antunes (2000), Grave (2002), Montaño

(2005). Essas condições afetam a saúde do trabalhador, posto que, “A intensidade e

ritmo acelerado no trabalho e o número excessivo de horas na jornada são decisivos na

precarização da saúde do trabalhador”, Abramides e Cabral (2003, p. 7).

Os países capitalistas e, também, o Brasil, progressivamente, vem destituindo o

trabalhador do seu trabalho, que não mais se reconhece no seu processo de produção, e

está responsabilizado por sua empregabilidade, transformado em polivalente,

heterogêneo, fragmentado, desregulamentado. O sofrimento de milhares de

trabalhadores tem sido relegado ao lugar comum, sem o amparo legal e institucional do

Estado, minimizado para atender aos interesses do capital, Montaño (2005).

Para Grave (2002), aos trabalhadores restam mais incertezas do que

possibilidades; assim, a autora prevê um panorama de informalidade, desemprego,

violência e até de mendicância para os trabalhadores. As perspectivas, portanto, são

sombrias; talvez tão graves quanto às vividas no século XIX, conhecido como século da

“miséria operária”.

As condições de trabalho, apesar das normatizações de controle vigentes no

Brasil, submetem os trabalhadores, em geral, a exaustivas jornadas, horas extras não

pagas, baixos salários, contratos temporários, facilmente canceláveis, Tavares (2004).

Situações essas que desgastam a saúde do trabalhador, não só atingindo seu corpo

físico, bem como seu aparelho psíquico, Dejours (1992).

O Brasil passa por todas as metamorfoses do mundo do trabalho, impondo uma

reestruturação produtiva e uma desestruturação social extremamente impactante para a

vida dos trabalhadores, tanto do ponto de vista da precarização das condições de

trabalho, da sua fragmentação e heterogenização, bem como da sua desregulamentação,

que retira dos trabalhadores direitos sociais (LARANJEIRA, 1999).

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Também nesse contexto, outras situações difíceis vividas pela classe

trabalhadora podem ser identificadas, correspondendo ao estímulo à competitividade, à

busca de resultados, à exclusão social, principalmente, dos menos qualificados. O

mercado tem hoje um trabalho extremamente qualificado em termos de tecnologia, com

uma gama de trabalhadores sem qualificação.

Segundo Antunes (2000, p. 49), “o mais brutal resultado dessas transformações é

a expansão, sem precedentes na era moderna, do desemprego, que atinge o mundo em

escala global”. São milhões de pessoas desempregadas ou subempregadas, através de

contratos temporários, estágios, terceirizações, biscates, prestações de serviço, entre

outros. Estes trabalhos, em geral, não asseguram ao trabalhador nem a continuidade do

vínculo, ou seja, do trabalho, e nem as proteções sociais e trabalhistas.

Todas estas transformações repercutem significativamente na subjetividade do

trabalhador, causando-lhe estranhamento do processo de trabalho e sofrimento, na

medida em que, além do não reconhecimento do que se faz, o trabalhador não pode

fazer nenhuma modificação na sua tarefa para torná-la mais adequada às suas

necessidades fisiológicas e aos seus desejos e motivações. Segundo Dejours (1992),

quando isso ocorre, diz-se que a relação homem-trabalho está bloqueada.

Com respeito aos trabalhadores que mesmo inseridos formalmente no mercado,

apesar do enfrentamento das referidas características de trabalho, vivenciam a incerteza

da permanência, materializando o que alguns teóricos chamam de a síndrome da

sobrevivência, temendo a freqüente ameaça do desemprego, além da incidência de horas

trabalhadas a mais, sem receber por estas, assumindo tarefas de outros que já saíram,

enfim, se submetendo a todo tipo de pressão da organização do trabalho como estratégia

para não virem a ficar na condição de desempregados, aponta Laranjeira (1999).

3. 2- ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO – HISTÓRIA E CONTEMPORANEIDADE

Neste estudo, semelhante ao de Nascimento Sobrinho (2005), optou-se por usar

o conceito de organização do trabalho como conjunto de normas e regras que definem o

modo como se executa o trabalho num ambiente de produção de bens materiais ou de

serviços. A organização do trabalho refere-se à divisão técnica e social do trabalho, o

conteúdo da tarefa, ou seja, à hierarquia interna dos trabalhadores, ao controle por parte

da empresa do ritmo e pausas de trabalho.

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No modo de produção capitalista, a organização do trabalho humano é

importante instrumento para a racionalização e maximização da utilização da força de

trabalho, no sentido da produção de mercadorias e serviços. Transformações

substanciais ocorreram na organização do trabalho humano nos últimos tempos, em

decorrência do grande desenvolvimento científico-tecnológico e da concentração em um

mesmo espaço (fábrica) de força de trabalho e equipamentos (DRUCK, 1999).

Mudanças significativas ocorreram na organização do trabalho humano nos últimos

cem anos, conseqüência do grande desenvolvimento científico-tecnológico e da

concentração em um mesmo espaço (fábrica) de força de trabalho e equipamentos.

Dessa forma, a organização do trabalho humano passou a vivenciar um modelo de

controle e regulação denominado Organização Científica do Trabalho (OCT), que

adotou uma metodologia científica em substituição aos métodos empíricos de regulação

do trabalho no interior das unidades fabris (DRUCK, 1999).

Na sociedade industrial moderna, esse período é identificado por diversos autores

como o de consolidação e desenvolvimento de uma forma particular de organizar o

trabalho em geral, e o trabalho médico em particular. Essa nova forma de organização –

denominada taylorismo/fordismo – vai marcar essa etapa do desenvolvimento do

capitalismo, como um novo padrão de organização do trabalho e, em sua forma

ampliada, da sociedade, e sintetiza as novas condições históricas, constituídas pelas

mudanças tecnológicas, pelo novo modelo de industrialização caracterizado pela

produção em massa e pelo consumo de massa (DRUCK, 1999)

Essa forma de organização do trabalho – denominada taylorismo/fordismo –

presente em grande parte do desenvolvimento do capitalismo, conformou um padrão de

organização do trabalho caracterizado pela produção e consumo de massa. Esse modelo

impôs ao trabalhador um rigoroso sistema de controle e avaliação de desempenho,

pautado em critérios de produtividade individual e coletiva, Dejours (1986).

Como características desta forma de organização, têm-se: concentração de

recursos no interior de uma mesma organização; separação entre trabalho intelectual

(planejamento) e trabalho físico (execução), sendo o controle e a fiscalização das

atividades realizadas pelos planejadores; estímulo à divisão de saberes e práticas no

interior das organizações (especialização); divisão da organização em setores com

objetivos comuns (departamentos) com comando único; e adequação do trabalhador à

tarefa executada, para garantir maior eficiência e produtividade (ANTUNES, 2000).

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17

O padrão de desenvolvimento capitalista baseado no modelo taylorista/fordista

começou a dar sinais de desgaste na década de 1970, devido a perdas significativas de

produtividade na economia, principalmente nos Estados Unidos, em conseqüência da

intensificação das lutas trabalhistas por novos ganhos de remuneração, levando a

aumento de custos para o capital. Para responder a essas demandas, elevou-se o preço

dos produtos e serviços, gerando uma crescente onda inflacionária que, por sua vez,

recomeça o processo (DRUCK, 1999).

O capital passou a investir em novas tecnologias que gerassem aumento da

produtividade (informática/robótica/comunicação), o que, por sua vez, resultou em

desemprego estrutural – desemprego produzido por transformações nas relações de

produção do sistema capitalista e não por problemas conjunturais, como guerras ou

fenômenos naturais. Entretanto, o pacto taylorista/fordista entre capital e trabalho

implicava a amortização dessa crise por parte das ações e benefícios sociais ofertados

pelo Estado de bem-estar social, materializados no auxílio-desemprego ou em

programas de auxílio social. Assim, essa rede de proteção social impediu o

desmoronamento desse padrão de gestão e organização do trabalho e da sociedade

(DRUCK, 1999; ANTUNES, 2000; GRAVE, 2002; TAVARES, 2002).

Mudanças nos padrões de organização do trabalho fundadas na “cultura da

qualidade” passaram a ser difundidas internacionalmente pelas empresas japonesas.

Essas empresas incorporaram grande densidade de novas tecnologias

(informática/robótica) e operaram uma transformação nas formas de concorrência

intercapitalista. A qualidade e a diferenciação dos produtos tornaram-se determinantes

nas novas bases de competitividade. Essas mudanças afetaram profundamente o sistema

de organização do trabalho taylorista/fordista, considerado rígido, e apresentaram, como

alternativa, esquemas mais flexíveis de produção (DRUCK, 1999; ANTUNES, 2000;

GRAVE, 2002; TAVARES, 2002).

Paralelamente a essas transformações no modelo de organização do trabalho,

esgotou-se a capacidade de investimentos sociais do Estado, impossibilitando suas

ações de amortização da crise social, gerada por novas formas de organização do

trabalho, novas tecnologias e competição internacional. Como conseqüência, amplia-se

o desemprego estrutural, levando à fragilização das resistências dos trabalhadores, que

deslocam suas reivindicações de aumento de salários para a manutenção do emprego

(DRUCK, 1999; ANTUNES, 2000; GRAVE, 2002; TAVARES, 2002).

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18

A crise gerada nos anos 70 aprofundou-se nos anos 80, e um novo padrão de

organização do trabalho se consolidou nos anos 90. Este padrão é caracterizado pelo

enfraquecimento das resistências dos trabalhadores e do papel do Estado na elaboração

e implementação de políticas sociais. A conseqüência desse processo é o desemprego e

a exclusão social de grandes parcelas de trabalhadores assalariados, que só conseguem

se incorporar ao sistema produtivo através de formas precárias de contratação. Esse

quadro de referência sugere, para Druck (1999), o fim do padrão taylorista/fordista e a

consolidação de um novo modelo de organização do trabalho, denominado “modelo

japonês”.

O “modelo japonês” de organização do trabalho se caracteriza por ser um sistema

de relações muito hierarquizadas entre empresas de portes diferentes (grandes, médias e

pequenas). Essas empresas apresentam importante diferenciação interna. No caso das

grandes empresas, estabilidade no emprego, força de trabalho qualificada, remuneração

fixa variável, esta atrelada a aumentos de produtividade, organização do trabalho

baseada na gestão da qualidade total e na participação dos trabalhadores, a fim de

envolver o trabalhador na busca por produtividade e redução de custos. Nas pequenas e

médias empresas, que formam a rede de subcontratação, encontram-se todos os tipos de

trabalho. Em geral, são marcadas por instabilidade e precariedade na contratação dos

trabalhadores, que, por sua vez, apresentam baixa qualificação profissional e são

submetidos a condições precárias de trabalho, baixos salários e controle rigoroso para

alcançar os padrões de qualidade e produtividade exigidos (DRUCK, 1999).

Com o “modelo japonês”, novos processos de trabalho emergem, onde o

cronômetro e a produção em série e de massa são “substituídos” pela flexibilização da

produção, pela “especialização flexível”, por novas formas de adequação da produção à

lógica do mercado. Ensaiam-se modalidades de desconcentração industrial, buscando

novos padrões de gestão da força de trabalho, dos quais os Círculos de Controle de

Qualidade (CCQs), a “gestão participativa”, a busca da “qualidade total”, são

expressões visíveis já na maioria dos países, e não mais só no Japão, (GRAVE, 2002).

É o “modelo japonês”, portanto, que maior impacto tem causado, tanto pela

revolução técnica, quanto pela potencialidade de propagação, expansão hoje que atinge

uma escala mundial. Este modelo se firmou na necessidade de o trabalhador operar

simultaneamente várias máquinas, o dito trabalhador polivalente, na necessidade da

empresa aumentar a produção sem aumentar o número de trabalhadores e na importação

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19

das técnicas dos supermercados, baseando-se na reposição dos produtos somente depois

de sua venda.

A Especialização Flexível é uma nova forma produtiva que articula, de um lado,

um significativo desenvolvimento tecnológico e, de outro, uma desconcentração

produtiva baseada em empresas médias e pequenas, “artesanais”. Recusa a produção

em massa, e recupera uma concepção de trabalho que, sendo mais flexível, estaria

isenta da alienação do trabalho, intrínseca à acumulação de base fordista. Um processo

“artesanal”, mais desconcentrado e tecnologicamente desenvolvido, produzindo para

um mercado mais localizado regional, que extingue a produção em série (ANTUNES,

2000; GRAVE, 2002; TAVARES, 2002).

Entretanto, a característica mais marcante da flexibilização do mundo do

trabalho na contemporaneidade, acontece com impacto, sobretudo para o trabalhador,

onde os direitos do trabalho são desregulamentados, são flexibilizados, de modo a dotar

o capital do instrumento necessário para adequar-se à sua nova fase. Direitos e

conquistas históricas dos trabalhadores são substituídos e eliminados do mundo da

produção.

Os trabalhadores estão convivendo com salários baixos, horas-extras não pagas

vínculos temporários, perdas de direitos, para terem trabalho e não ficarem

desempregados, mas como colocam Maslach e Leiter (1999), mais grave será o impacto

duradouro que se dará sobre a qualidade da própria vida profissional.

Após a Acumulação Flexível no mundo do trabalho, portanto, o “emprego” na

concepção fordista foi solapado, isto é, o trabalho regulamentado com direitos

trabalhistas e proteção social, ocorrendo altos níveis de desemprego e retrocesso da ação

sindical, vê-se então desenhar uma nova organização flexível de trabalho que

suprime/reduz/destrói o trabalho fordista, a regulamentação de direitos e proteção

social, trazendo insegurança, instabilidade e a gestão pelo medo (do desemprego, da

redução de salário,etc.) com sérias consequências para a saúde mental (ANTUNES,

2002; GRAVE, 2002). E sem uma coletividade, antes representada pelos sindicatos, os

trabalhadores, de modo geral, pouco se comprometem na luta em defesa de suas vidas e

de seus trabalhos, temendo represálias e perda do emprego, tornando-se passivos,

desmotivados e infelizes (MASLACH E LEITER, 1999).

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3.3- A DOCÊNCIA COMO PROCESSO DE TRABALHO

O processo de trabalho é a atividade orientada a um fim. Entende-se o processo de

trabalho do professor como a transformação de um objeto em outro mediante gasto de

trabalho humano, com a utilização de determinados meios e instrumentos. Portanto, o

trabalho docente é constituído por três componentes básicos: objeto, meios ou

instrumentos de trabalho e atividade ou trabalho propriamente dito (SANTOS, 1986).

O objeto do trabalho do professor constitui-se nos estudantes, seres humanos livres e

autônomos que buscam desenvolver saberes e práticas no processo de

ensino/aprendizagem. Este objeto é um ser humano, que, vivendo em sociedade, é

investido de valor. Os meios ou instrumentos de trabalho constituem-se em um conjunto

de coisas que o trabalhador interpõe diretamente entre ele e seu objeto de trabalho, para

a realização do trabalho propriamente dito. No caso da docência, entre esses

instrumentos identificam-se os que servem para a apropriação do objeto (conhecimento

de um projeto político-pedagógica, conhecimento e domínio de estratégias didáticas,

conhecimento sobre o comportamento humano e sobre temas específicos – matemática,

história, geografia etc.), os que cooperam com a transformação desejada (livros,

cadernos, recursos audiovisuais, etc.) e ainda os que não participam diretamente do

processo, como o local de trabalho, mas que são fundamentais ao exercício profissional

(sala de aula, sala de projeção, biblioteca etc.). O trabalho propriamente dito caracteriza-

se como energia humana empregada no processo de trabalho. No caso do trabalho

docente, o dispêndio físico e intelectual, produto da atividade humana, que pode ser

recuperado com repouso e boa alimentação. Esse trabalho necessita de dispêndio

intelectual, o que coloca o professor na categoria dos intelectuais (trabalhadores

intelectuais). A monopolização do conhecimento implica, em última análise, uma

diferenciação do professor na estrutura social (SANTOS, 1986).

No setor da educação, o processo de reestruturação produtiva apresenta novas

demandas que impulsionam transformações na organização do trabalho docente

(OLIVEIRA, 2003). A inserção dos indivíduos no mercado de trabalho exige níveis de

escolarização cada vez mais elevados. Para atender às novas demandas de organização

dos sistemas de produção, espera-se da escola e, principalmente, do docente, a formação

de um profissional flexível e polivalente. Entretanto, os engendramentos realizados na

tentativa de alcançar maior autonomia no trabalho docente são, muitas vezes,

acompanhados por restrições das políticas educacionais com efeitos diretos nas

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atividades dos professores, no modo de execução de sua atividade e em sua própria

saúde (OLIVEIRA, 2003).

Na América Latina, as reformas educacionais implantadas a partir de 1990

possuem um duplo enfoque: a educação dirigida à formação da força de trabalho apta às

demandas do setor produtivo (gestão do trabalho) e a educação que atenda às demandas

da maioria (gestão da pobreza), determinando uma reestruturação da atividade docente

com maior responsabilização dos professores e maior envolvimento da comunidade

(OLIVEIRA, 2004).

Estudos realizados em outros países indicam que há uma relação direta entre o

aumento de fatores estressantes no trabalho e níveis elevados de fadiga, alterações do

sono, problemas depressivos e consumo de medicamentos (ESTRYN-BEHAR ET AL,

1990; ESTEVE, 1999). No Brasil, as transformações na organização do trabalho

docente como novas exigências e as competências requeridas modificam a atividade de

ensinar, e, por não proverem os meios compatíveis, criam uma sobrecarga de trabalho.

Citam-se o volume de trabalho, e a precariedade das condições existentes, mas também

à diversidade e à complexidade das questões presentes na sala de aula e, ainda, uma

expectativa social de excelência. Os fatores mencionados podem estar na origem de

queixas e adoecimento mental na categoria (GASPARINI, BARRETO E ASSUINÇÃO,

2006).

3.4- A CATEGORIA DOCENTE E A SÍNDROME DE BURNOUT

A categoria docente é uma das mais expostas à ambientes conflituosos e de alta

exigência de trabalho, tais como tarefas extraclasse, reuniões e atividades adicionais,

problemas com alunos que chegam até ameaças verbais e físicas, pressão do tempo, etc.

Esta situação estressante leva a repercussões na saúde física e mental e no desempenho

profissional dos professores (CAPEL, 1987; MASLACH, 1981). O impacto dos fatores

estressantes sobre profissões que requerem condições de trabalho específicas, com grau

elevado de relação com o público, como a do professor, tem sido estudado em outros

países sob a denominação de Síndrome de Burned Out, ou Burnout que, no Brasil,

recebeu a denominação de Síndrome do Esgotamento Profissional (BRASIL, 2001).

Freudenberger (1974) criou a expressão staff burnout para descrever uma

síndrome composta por exaustão, desilusão e isolamento em trabalhadores que

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desempenham atividade em que está envolvido contato com outras pessoas (TRIGO, ET

AL, 2007).

O termo burnout é definido, segundo um jargão inglês, como aquilo que deixou de

funcionar por absoluta falta de energia. Metaforicamente é aquilo, ou aquele, que

chegou ao seu limite, com grande prejuízo em seu desempenho físico ou mental.

A síndrome de burnout é um processo iniciado com excessivos e prolongados

níveis de estresse (tensão) no trabalho. Para o diagnóstico, existem quatro concepções

teóricas baseadas na possível etiologia da síndrome: clínica, sociopsicológica,

organizacional, sociohistórica (Murofuse et al., 2005). A mais utilizada nos estudos

atuais é a concepção sociopsicológica. Nela, as características individuais associadas às

do ambiente e às do trabalho propiciariam o aparecimento dos fatores

multidimensionais da síndrome: exaustão emocional (EE), distanciamento afetivo

(despersonalização – DE), baixa realização profissional (RP) (CHERNISS, 1980;

WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1998).

A exaustão emocional abrange sentimentos de desesperança, solidão, depressão,

raiva, impaciência, irritabilidade, tensão, diminuição de empatia; sensação de baixa

energia, fraqueza, preocupação; aumento da suscetibilidade para doenças, cefaléias,

náuseas, tensão muscular, dor lombar ou cervical, distúrbios do sono (CHERNISS,

1980a; World Health Organization, 1998). O distanciamento afetivo provoca a sensação

de alienação em relação aos outros, sendo a presença destes muitas vezes desagradável e

não desejada (CHERNISS, 1980; WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1998).

Já a baixa realização profissional ou baixa satisfação com o trabalho pode ser

descrita como uma sensação de que muito pouco tem sido alcançado e o que é realizado

não tem valor (CHERNISS, 1980A; WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1998).

As conseqüências da Síndrome de Burnout são muito sérias para os vários setores

relacionados à educação: professor, aluno, instituição (escola). As mudanças do papel

do professor na sociedade refletem na prática de ensino e na saúde do professor,

resultando em absenteísmo e solicitação de licença médica para tratamento de saúde,

além da forma despersonalizada com que os professores começam a tratar os alunos

(CARLOTTO, 2002; CARLOTTO, 2003).

Existe um consenso entre os autores sobre a importância do papel

desempenhado pelo trabalho, assim como da dimensão relacional da síndrome. Os

autores referem que o que vem sendo distinto sobre o burnout (em oposição a outros

tipos de reações de estresse) é a moldura interpessoal do fenômeno. Também

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concordam que os profissionais que trabalham diretamente com outras pessoas,

assistindo-as, ou como responsáveis pelo seu desenvolvimento e bem-estar, encontram-

se mais susceptíveis ao desenvolvimento do burnout (NASCIMENTO SOBRINHO ET

AL, 2009).

O burnout foi reconhecido como um risco ocupacional para profissões que

envolvem cuidados com saúde, educação e serviços humanos (GOLEMBIEWSKI,

1999; MASLACH, 1998; MUROFUSE ET AL., 2005). No Brasil, o Decreto n 3.048,

de 6 de maio de 1999, aprovou o Regulamento da Previdência Social e, em seu Anexo

II, trata dos Agentes Patogênicos causadores de Doenças Profissionais. O item XII da

tabela de Transtornos Mentais e do Comportamento Relacionados com o Trabalho

(Grupo V da Classificação Internacional das Doenças – CID-10) cita a “Sensação de

Estar Acabado” (“Síndrome de Burnout”, “Síndrome do Esgotamento Profissional”)

como sinônimos do burnout, que, na CID-10, recebe o código Z73.0.

O burnout pode ser considerado um grande problema no mundo profissional da

atualidade (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1998).

3.5 - INSTRUMENTOS PARA AVALIAR A SÍNDROME DE BURNOUT

O instrumento para avaliar a Síndrome de Burnout é o Questionário Maslach

(Maslach Bornout Inventory) é composto por 22 afirmações sobre sentimentos e

atitudes que englobam três dimensões fundamentais da síndrome, divididos em três

escalas de sete pontos, que variam de 0 a 6 (MASLACH, 1998). Desta maneira, foram

descritas, de forma independente, cada uma das dimensões que caracterizam a estafa

profissional.

A exaustão profissional é avaliada por nove itens, a despersonalização por cinco

e a realização pessoal por oito. As notas de corte utilizadas foram às empregadas no

estudo de Maslach (MASLACH, 1998).

Para exaustão emocional, uma pontuação maior ou igual a 27 indica alto nível;

de 17 a 26 nível moderado; e menor que 16 nível baixo. Para despersonalização,

pontuações iguais ou maiores que 13 indicam alto nível, de 7 a 12 moderado e menores

de 6 nível baixo (MASLACH, 1998). A pontuação relacionada à ineficácia vai em

direção oposta às outras, uma vez que pontuações de zero a 31 indicam alto nível, de 32

a 38 nível moderado e maior ou igual a 39, baixo.

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Por não haver consenso na literatura para a interpretação do questionário de

Maslach, descreveremos os resultados segundo os vários critérios empregados, entre os

quais os de Ramirez et al. e Grunfeld et al.apud Tucanduva et al (2006). Os primeiros

definiram estafa profissional pela presença das três dimensões em nível grave, enquanto

Grunfeld aceita a presença de um em nível grave independente de qual seja, para o

diagnóstico da síndrome.

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4- ARTIGOS

ARTIGO 1.

Revista Baiana de Saúde Pública

Revisão Sistemática da Prevalência da Síndrome de Burnout em Professores doEnsino Fundamental e Médio

[Prevalence of systematic review burnout in teachers of elementary and secondaryeducation]

Alaíde Almeida dos Santos¹Carlito Lopes Nascimento Sobrinho²

1 Professora, Faculdade Nobre de Feira de Santana (FAN).2 Professor Titular, Departamento de Saúde, Departamento de Saúde, UniversidadeEstadual de Feira de Santana (DSAU/UEFS),

Endereço para Correspondência:

Sala de Situação e Analise Epidemiológica e Estatística, Departamento de Saúde,Universidade Estadual de Feira de Santana (SSAEE/DSAU/UEFS).Av. Transnordestina, s/n, Novo Horizonte, Campus Universitário (UEFS), Feira deSantana, Bahia, Brasil. CEP. 44031-460. Tel. 55 (75) 3224-8096/95;[email protected]

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Revisão Sistemática da Prevalência da Síndrome de Burnout em Professores doEnsino Fundamental e Médio

Resumo

O estudo das relações entre o trabalho docente e a síndrome de burnout (SB) constituium desafio para se entender o processo saúde-doença do trabalhador docente. Estudosapontam relação entre as características do trabalho dos professores e Síndrome deBurnout. Realizou-se no presente estudo uma revisão sistemática com o objetivo dedescrever a prevalência da síndrome de burnout e avaliar a possível relação entre otrabalho dos professores de ensino médio e fundamental e a SB. Utilizou-se as seguintesbases de dados; BVS, Psycinfo, LILACS, MEDLINE (PubMed) e SciELO,considerando-se o período de janeiro de 1989 a dezembro de 2009. Os Critérios deinclusão foram: estudos originais, com delineamento transversal, populacionais e/ouamostrais, em professores do ensino fundamental e/ou médio, que utilizaram o MaslachBurnout Inventory- MBI original ou versões para a identificação da Síndrome deburnout. A busca resultou em 1244 artigos sobre a tema, sendo selecionados 65 estudosepidemiológicos de delineamento transversal. Desses, 35 foram elegíveis por atenderaos critérios de inclusão. Os resultados apontaram uma elevada prevalência de SB entreprofessores do ensino fundamental e/ou médio e revelaram associação entrecaracterísticas do trabalho docente (carga horária em sala de aula e número de alunospor sala) e a Síndrome de Burnout.

Palavras-Chaves: revisão sistemática, síndrome de burnout, prevalência, professoresde ensino fundamental e médio

[Prevalence of systematic review burnout in teachers of elementary and secondaryeducation]

Abstract

The study of relationships between teachers' work and burnout syndrome (BS) is achallenge to understand the health-disease process of teachers. Studies showrelationship between job characteristics of teachers and Burnout Syndrome. Weperformed a study in this systematic review aimed to describe the prevalence of burnoutsyndrome and to evaluate the possible relationship between the work of teachers ofelementary and middle school and SB. We used the following databases; VHL,PsycINFO, LILACS, MEDLINE (Pub Med) and SciELO, considering the period fromJanuary 1989 to December 2009. Criteria for inclusion were: the original studies, cross-sectional, population and / or sampling, on elementary school teachers and / or mediumthat used the Maslach Burnout Inventory, MBI or original versions to identify thesyndrome of burnout. The search resulted in 1244 articles on the subject, we selected 65cross-sectional epidemiological studies. Of these, 35 were eligible for meeting theinclusion criteria. The results showed a high prevalence of SB among elementary schoolteachers and / or medium and showed an association between characteristics of theteaching work (hours in class and number of students per class) and the BurnoutSyndrome.

Key Words: systematic review, burnout syndrome, prevalence, teachers of elementaryand secondary

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Revisão Sistemática da Prevalência da Síndrome de Burnout em Professores do Ensino

Fundamental e Médio

Introdução

Em princípio, o trabalho deveria ser fonte de prazer, já que, através dele, o homem se

constitui sujeito e reconhece sua importância para a sobrevivência de outros seres

humanos. A Carta de Ottawa (OMS, 1986), elaborada em 1986, na cidade canadense de

mesmo nome, durante a Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde,

reconheceu o trabalho como fonte de saúde para o homem1.

O homem no desenvolvimento do trabalho, além de modificar a natureza, modifica-

se a si próprio, na medida em que o trabalho propicia ou cerceia o desenvolvimento de

suas potencialidades latentes. Dessa forma é necessário enfatizar a importância da

natureza do trabalho e das condições em que é exercido no desenvolvimento das

capacidades dos trabalhadores1.

Entretanto, ao longo da História, o trabalho, para a maioria da humanidade, tem

representado dor, adoecimento e morte, fruto das diferentes formas de exploração a que

os homens têm sido submetidos ao longo dos séculos e que, nos primórdios do século

XXI, tem se intensificado2.

Praticamente em todos os países do mundo vêm ocorrendo profundas transformações

no mundo do trabalho que, por um lado, guardam estreitas relações com a crise do

capitalismo iniciada nos anos setenta e, por outro, com as notáveis inovações

tecnológicas, particularmente nos campos da informática, da automação e das

comunicações, a ponto de ser denominada terceira revolução industrial2.

No setor da educação, o processo de reestruturação produtiva apresenta novas

demandas que impulsionam transformações na organização do trabalho docente3. A

inserção dos indivíduos no mercado de trabalho exige níveis de escolarização cada vez

mais elevados. Para atender às novas demandas de organização dos sistemas de

produção, espera-se da escola e, principalmente, do docente, a formação de um

profissional flexível e polivalente. Entretanto, os engendramentos realizados na

tentativa de alcançar maior autonomia no trabalho docente são, muitas vezes,

acompanhados por restrições das políticas educacionais com efeitos diretos nas

atividades dos professores, no modo de execução de sua atividade e em sua própria

saúde3.

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Estudos realizados em outros países indicam que há uma relação direta entre o

aumento de fatores estressantes no trabalho e níveis elevados de fadiga, alterações do

sono, problemas depressivos e consumo de medicamentos4,5 . No Brasil, assim como no

mundo, as transformações na organização do trabalho docente com novas exigências e

as competências requeridas modificam a atividade de ensinar, e, por não proverem os

meios compatíveis, criam uma sobrecarga de trabalho. Citam-se o volume de trabalho, e

a precariedade das condições existentes, mas também à diversidade e à complexidade

das questões presentes na sala de aula e, ainda, uma expectativa social de excelência. Os

fatores mencionados podem estar na origem de queixas e adoecimento mental na

categoria6.

A categoria docente do ensino fundamental e médio é uma das mais expostas à

ambientes conflituosos e de alta exigência de trabalho, tais como tarefas extraclasse,

reuniões e atividades adicionais, problemas com alunos que chegam até ameaças verbais

e físicas, pressão do tempo, etc. Esta situação estressante leva a repercussões na saúde

física e mental e no desempenho profissional dos professores7,8,9 . O impacto dos fatores

estressantes sobre profissões que requerem condições de trabalho específicas, com grau

elevado de relação com o público, como a do professor, tem sido estudado em outros

países sob a denominação de Síndrome de Burned Out, ou Burnout que, no Brasil,

recebeu a denominação de Síndrome do Esgotamento Profissional9.

Freudenberger (1974) criou a expressão staff burnout para descrever uma síndrome

composta por exaustão, desilusão e isolamento em trabalhadores que desempenham

atividade em que está envolvido contato com outras pessoas10.

O termo burnout é definido, segundo um jargão inglês, como aquilo que deixou de

funcionar por absoluta falta de energia. Metaforicamente é aquilo, ou aquele, que

chegou ao seu limite, com grande prejuízo em seu desempenho físico ou mental10.

A síndrome de burnout é um processo iniciado com excessivos e prolongados níveis

de estresse (tensão) no trabalho. Para o diagnóstico, existem quatro concepções teóricas

baseadas na possível etiologia da síndrome: clínica, sócio-psicológica, organizacional,

sócio-histórica11. A mais utilizada nos estudos atuais é a concepção sócio-psicológica.

Nela, as características individuais associadas às do ambiente e às do trabalho

propiciariam o aparecimento dos fatores multidimensionais da síndrome: exaustão

emocional (EE), distanciamento afetivo (despersonalização – DE), baixa realização

profissional (RP)12,13.

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Segundo o modelo teórico de Maslach14, a síndrome de burnout é um processo em

que a exaustão emocional é a dimensão precursora da síndrome, sendo seguida por

despersonalização e, por fim, pelo sentimento de diminuição da realização pessoal no

trabalho.

O instrumento para avaliar a Síndrome de Burnout é o Questionário Maslach

(Maslach Bornout Inventory/MBI). O MBI avalia os sentimentos e atitudes que o sujeito

vivencia em seu trabalho, que englobam as três dimensões estabelecidas pelo Modelo de

Maslach: (a) exaustão emocional nove itens (sinto-me emocionalmente decepcionado

com meu trabalho; quando termino minha jornada de trabalho, sinto-me esgotado;

quando me levanto pela manhã e enfrento outra jornada de trabalho, sinto-me fatigado;

sinto que trabalhar todo o dia com pessoas me cansa; sinto que meu trabalho está me

desgastando; sinto-me frustrado com meu trabalho; sinto que estou trabalhando demais;

sinto que trabalhar em contato direto com as pessoas me estressa; sinto como se

estivesse no limite de minhas possibilidades); (b) despersonalização cinco itens (sinto

que estou tratando algumas pessoas de meu trabalho como se fossem objetos

impessoais; sinto que me tornei mais duro com as pessoas desde que comecei esse

trabalho; preocupo-me se esse trabalho está me enrijecendo emocionalmente; sinto que

realmente não me importa o que ocorra com as pessoas as quais tenho que atender

profissionalmente; parece-me que os receptores de meu trabalho culpam-me por alguns

de seus problemas); e (c) diminuição da realização pessoal no trabalho oito itens (sinto

que posso entender facilmente as pessoas que tenho que atender; sinto que trato com

muita eficiência os problemas das pessoas as quais tenho que atender; sinto que estou

exercendo influência positiva na vida das pessoas que tenho que atender; sinto-me

vigoroso em meu trabalho; sinto que posso criar um clima agradável em meu trabalho;

sinto-me estimulado depois de haver trabalhado diretamente com quem tenho que

atender; creio que consigo coisas valiosas nesse trabalho; no meu trabalho, eu manejo

os problemas emocionais com muita calma). Totaliza 22 itens, que indicam a freqüência

das respostas, numa escala de pontuação tipo Likert que varia de 0 a 6, sendo 0 para

"nunca", 1 para “quase nunca”, 2 para "algumas vezes ao ano", 3 para "algumas vezes

ao mês", 4 para indicar "algumas vezes na semana", 5 para "diariamente" e 6 “sempre”.

Desta maneira, foram descritas, de forma independente, cada uma das dimensões que

caracterizam a estafa profissional.

As notas de corte utilizadas foram às empregadas no estudo de Maslach14. Para

exaustão emocional, uma pontuação maior ou igual a 27 indica alto nível; de 17 a 26

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nível moderado; e menor que 16 nível baixo. Para despersonalização, pontuações iguais

ou maiores que 13 indicam alto nível, de 7 a 12 moderado e menores de 6 nível baixo.

A pontuação relacionada à ineficácia vai em direção oposta às outras, uma vez que

pontuações de zero a 31 indicam alto nível, de 32 a 38 nível moderado e maior ou igual

a 39, baixo.

Por não haver consenso na literatura para a interpretação do questionário de Maslach,

os resultados são descritos segundo os critérios adotados para a realidade de cada estudo

realizado, considerando-se questões geográficas, como o país de origem do estudo e a

população ou amostra investigada15. Os primeiros estudos definiram estafa profissional

pela presença das três dimensões em nível alto, enquanto Grunfeld aceita a presença de

um em nível alto em pelo menos uma dimensão.

Nessa perspectiva, o presente estudo visa descrever a produção científica existente

na literatura consultada sobre a prevalência da síndrome de burnout e o trabalho

docente, apontando possíveis fatores de risco associados à síndrome em professores do

ensino fundamental e médio.

Metodologia

Realizou-se uma revisão sistemática de estudos de corte transversal sobre a

prevalência da síndrome de burnout em professores do ensino fundamental e médio,

publicados em bases de dados, em língua portuguesa, inglesa e espanhola, no período de

1989 a 2009.

Estratégia de busca

Revisões sistemáticas são estudos observacionais retrospectivos. Assim sendo a

presença de vieses é inerente a este tipo de estudo. Para eliminar ou amenizar tais vieses

são necessários procedimentos cuidadosos. As principais etapas na condução de uma

RS são os seguintes: elaborar uma questão de pesquisa, conduzir uma busca na

literatura, especificar os métodos de seleção e avaliação, detalhar o procedimento de

extração de dados e indicar a abordagem para a análise dos dados16.

Isto posto, realizou-se para o presente estudo uma pesquisa sistemática de artigos

com base em Empresa Systematic Reviews of Research on Effectiveness. Orientações

(CAD, 2001) e Handbook Cochrane Reviewers16. As seguintes bases de dados

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eletrônicas foram pesquisadas BVS, Psycinfo, LILACS, MEDLINE (PubMed) e

SciELO, considerando o período de janeiro de 1989 a dezembro de 2009 (20 anos).

Os seguintes descritores foram utilizados: (1) Burnout Syndrome; (2) prevalence, (3)

risk factors; (4) Teacher; (5) crosssectional studies; e (6) survey. Além disso, as

referências dos artigos encontrados foram revisadas e também foi realizado contato com

autores a fim de localizar outros estudos relevantes.

A busca foi feita cruzando-se o uni termo burnout com os outros citados e

selecionando-se artigos publicados nas línguas portuguesa, espanhola e inglesa.

Foram adotados os seguintes critérios de inclusão dos estudos: (1) apenas estudos

originais; (2) estudos populacionais ou amostrais; (3); estudos com delineamento

transversal; (4) que utilizaram o Maslach Burnout Inventory- MBI ou adaptações deste

instrumento, previamente validados para a avaliação do nível da síndrome de burnout e

(5) estudos cujos sujeitos da pesquisa fossem professores do ensino médio e

fundamental. Esses critérios foram utilizados para aumentar a comparabilidade dos

achados entre os estudos. Os critérios adotados para a exclusão dos estudos foram: (a)

aqueles que não estavam no idioma inglês, português ou espanhol; (b) aqueles que os

sujeitos da pesquisa não fossem professores do ensino médio e fundamental; (c) que não

utilizassem o Maslach Burnout Inventory- MBI ou sua forma adaptada para a avaliação

da Síndrome de Burnout; (d) relacionados a outros problemas comportamentais

(Distúrbios Psíquicos Menores, Distúrbios Psíquicos Comuns, Transtornos Mentais

Comuns, Transtornos Mentais Menores).

Inicialmente, para verificar se os artigos atendiam aos critérios de inclusão, os títulos

de todos os estudos identificados foram avaliados. Na segunda fase, os resumos foram

analisados por dois revisores independentes. Os estudos em que não houve

concordância quanto à inclusão foram analisados por um terceiro revisor.

Foram selecionados os estudos transversais que incluíam populações ou amostras de

professores do ensino médio ou fundamental, da rede pública e/ou privada de ensino.

Para o processo de avaliação da qualidade metodológica dos estudos, também foi

proposta a participação de dois revisores independentes e de um terceiro revisor quando

não houvesse consenso.

As prevalências da Síndrome de Burnout e os fatores associados à síndrome nas

populações e/ou amostras dos artigos estudados foram analisadas e comparadas. Os

dados apresentados foram selecionados e organizados em tabelas, citando o autor, ano

de publicação do estudo, país de origem, periódico e população ou amostra estudada

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prevalência da síndrome de burnout, características sócio-demográficas da população ou

amostra estudada e aspectos relacionados ao trabalho.

Resultados

Do total de 1244 estudos encontrados que abordavam a síndrome de burnout na

categoria docente em geral, 65 foram previamente selecionados por se tratarem de

estudos epidemiológicos de corte transversal. Através da utilização de estratégias de

busca apropriadas, selecionou-se os estudos de interesse com o auxílio de um

profissional bibliotecário, visando filtrar aqueles que atendessem aos critérios de

inclusão estabelecidos para o estudo de revisão sistemática proposto. Destes foram

extraídos 35 estudos 17,18,19,20,21,22,23,24,25,26,27,28,29,30,31,32,33,34,35,36,37,38,39,40,41,42,43,44,45,

46,47,48,49,50,51.

A pesquisa inicial compreendeu o levantamento da bibliografia já publicada em

forma de livros artigos de periódicos (revistas), teses, anais de congressos, indexados

em bases de dados bibliográficas, nas duas principais bases de dados na área da saúde:

Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Medical Literature Analyses and Retrieval System

Online (MEDLINE) interface PubMed, utilizando palavras chaves ou descritores vistos

na Tabela 1.

A Tabela 2 apresenta uma descrição dos 35 trabalhos selecionados em relação ao

primeiro autor, país onde foi realizado o estudo, ano de publicação, periódico publicado

e número de participantes total no estudo (número de professores que participaram do

estudo). Todos os artigos foram publicados após o ano de 2001 e mais de 50% dos

artigos foram publicados a partir de 2005.

Um total de 13.412 professores participaram das pesquisas que compõem os estudos

selecionados. Destes, 70,6% são do sexo feminino e 29,4% são do sexo masculino,

revelando o predomínio das mulheres na profissão docente.

A Tabela 3 apresenta uma descrição dos 35 trabalhos selecionados em relação às

características sócio-demográficas e do trabalho dos professores estudados. Os

resultados observados apontaram para a predominância de professores do sexo

feminino, casados, com filhos, com idade entre 31 a 49 anos. Com relação às

características do trabalho a maioria dos professores apresenta mais de 10 anos de

magistério e desenvolvem mais de 20 horas de trabalho semanal em sala de aula. A

grande maioria possui nível superior.

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Os estudos em sua maioria apresentaram os resultados de cada dimensão da SB

separadamente e com diferentes definições dos instrumentos de medida do MBI, o que

dificulta uma análise comparativa dos resultados obtidos. Os desfechos dos estudos

variam nos 35 artigos analisados o que pode ser verificado na Tabela 4. É possível

atribuir à diversidade de resultados encontrados, a importantes fatores, tais como:

históricos, geográficos, sociais, econômicos e culturais.

Discussão

Apesar de o presente estudo propor um corte temporal de vinte anos, para a busca de

estudos de prevalência de síndrome de burnout em professores do ensino fundamental e

médio (período de 1989 a 2009), os resultados apontaram, que somente a partir de 2001

as investigações sobre a síndrome de burnout envolvendo professores de ensino

fundamental e médio, começaram a ser publicados, de maneira mais frequente.

Observou-se ainda que esses estudos vêm aumentando progressivamente ao longo do

tempo, sendo que o ano de 2007, foi o que apresentou o maior número de publicações

(06). O Brasil foi o país que mais publicou (08) e a autora que mais se destacou com

publicações dentro dos critérios de inclusão para os estudos revisados foi Mary Sandra

Carlotto, com quatro estudos28,31,34,39.

Os sujeitos das pesquisas realizadas são professores, a maioria casados, com filhos,

formação superior, destacando que os professores que lidam com o ensino fundamental

e médio são predominantemente do sexo feminino, entretanto observa-se uma maior

participação do sexo masculino no ensino médio.

Com relação às variáveis, que foram analisadas junto aos resultados dos níveis de

burnout em cada uma de suas dimensões, as que mais frequentemente apareceram nos

estudos foram as sócio-demográficas (sexo, situação conjugal, número de filhos, tempo

de profissão, tempo na escola, salário), atividades extra laborais e características

organizacionais (como carga horária, relações administrativas, relações com colegas de

trabalho, tempo de exercício da profissão na instituição e tipo de escola).

As variáveis sócio-demográficas analisadas em cada estudo apresentaram diferentes

resultados. Estes foram realizados em países com condições geográficas, sociais,

econômicas, culturais e organizacionais distintas. A exemplo o estudo feito nos Estados

Unidos17, que aponta um número maior de professores homens, casados, com filhos,

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predominando em relação às professoras, quando na maioria dos estudos vê-se o

predomínio das mulheres na profissão docente.

Porém, observou-se que alguns problemas como excesso de trabalho, alunos

indisciplinados, baixa remuneração, falta de reconhecimento profissional, falta de

reciprocidade na relação com os alunos, conflito e sobrecarga de papel, relação

professor-família, dúvidas quanto à competência profissional, problemas de

relacionamento com colegas, preparação insuficiente para a prática do trabalho, excesso

de responsabilidades, aparecem na maioria dos estudos associadas às dimensões da

síndrome. Outra observação que chamou a atenção foi à discreta abordagem a respeito

de remuneração salarial e os níveis de satisfação ou insatisfação por parte dos

professores com o pagamento que recebem pelo trabalho que realizam, na maioria dos

estudos.

Quanto às associações entre as dimensões da síndrome de burnout e variáveis como

idade, sexo, estado civil, ter ou não filhos, tempo de magistério, quantidade de horas

trabalhadas, encontrou-se uma diversidade de abordagens e resultados. Não houve

consenso nos estudos analisados quanto às associações positivas de tais variáveis com

as dimensões da síndrome de burnout.

Mulheres apresentam maior exaustão emocional que homens e solteiros apresentam

maior índice de despersonalização do que casados. Na maioria dos estudos o número de

filhos e a idade dos professores não apresentaram associação significante com as

dimensões de burnout. Não foi possível determinar se a síndrome está mais presente em

homens ou mulheres, observando-se resultados distintos nos diferentes estudos. Quanto

à variável idade, professores com menos de 40 anos, apresentaram maior risco de

desenvolver a SB39, provavelmente por acreditarem apresentar nesta fase da vida

melhores condições físicas e mentais para o controle do exercício da profissão, muitas

vezes, o que leva o professor a trabalhar em várias escolas ao mesmo tempo, em alguns

casos nos três turnos, assumindo mais responsabilidades e aumentando sua carga de

trabalho.

Sobre as características do trabalho, a maioria dos professores, desenvolvia suas

atividades com uma carga horária maior que 20 horas semanais e refere que além das

aulas dadas na escola, ainda precisam trabalhar em casa com planejamentos, correções

de provas e atividades. e possuíam mais de 10 anos de experiência no magistério,

embora, um autor34 admita existir uma escassez de investigações que apontem para o

burnout no início da carreira docente, quando as expectativas por exercer a profissão e o

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idealismo da juventude parecem impelir o professor de doar-se integralmente ao

trabalho.

Na Austrália44 professores com um tempo menor de preparação e formação para o

magistério e que se encontravam em início de carreira, demonstraram maior média de

exaustão emocional e despersonalização do que os que se formaram em tempo maior.

Resultados que segundo os autores, são coerentes com a hipótese de que professores

que iniciam a carreira com menos preparação, apresentam menos recursos interiores

para enfrentar os complicados e exigentes ambientes de trabalho da profissão docente.

Em relação à formação acadêmica, a maioria dos professores cursou uma licenciatura

relacionada à educação, ou apresentam curso superior, observou-se que existem mais

mulheres com formação pedagógica do que homens.

Estudo realizado no México24 encontrou que 48% dos professores investigados,

cursaram alguma licenciatura não relacionada à educação sendo que as mais freqüentes

foram às relacionadas a ciências exatas, sociais e da saúde. Outra observação importante

neste estudo, foi que 24,4% dos professores estudados, trabalhavam em áreas diferentes

da docência, sendo esta situação mais freqüente entre os homens.

No Peru21, estudo realizado apontou que condições laborais inadequadas, o baixo

reconhecimento profissional e social, assim como as condições particularmente duras

em que se cumpre o trabalho docente, são fontes geradoras de estresse. Esta constatação

foi evidenciada também nos demais estudos selecionados, quando se analisa as

condições do trabalho docente.

Estudo desenvolvido em áreas socioeconomicamente carentes da França constatou

que as motivações para a escolha da profissão docente se apresentaram associadas ao

burnout47. Escolha do magistério como profissão por causa da segurança no trabalho,

foi associada com um risco mais elevado de exaustão emocional e despersonalização,

enquanto que a vocação para o magistério estava ligada a uma diminuição do risco de

reduzida realização profissional, o que segundo o autor reforça a hipótese de que o

idealismo dos professores pode ser um fator protetor em relação a certos sintomas

psicológicos. O autor apontou ainda no seu estudo, que a grande diferença ente os ideais

e a realidade factual podem acarretar um maior risco de burnout.

Outro achado importante foi que a maioria dos estudos utiliza o MBI, aninhado a

outro instrumento de pesquisa como, por exemplo, o estudo feito no Chipre51. Neste

estudo o autor utilizou um modelo hibrido que incluiu aspectos das exigências do

trabalho – Recursos JD-R, e modelo para o ensino primário e secundário49. A

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proposição básica do JD-R é que as características do trabalho podem evocar dois

diferentes processos psicológicos. No primeiro, as exigências do trabalho que requerem

o emprego de muita energia física e mental levam ao burnout / problemas de saúde. No

segundo processo, falta ou escassez de recursos e trabalho duro devido a altas demandas

impedem a realização do trabalho ou realização pessoal que consequentemente levam a

sentimentos de frustração28.

O aumento de trabalho exige regularmente evocar estratégias compensatórias a fim

de tratar com o aumento da demanda e manter os níveis de desempenho. Longa duração

do esforço compensatório drena a energia do trabalhador e pode levar ao aparecimento

de burnout52.

Outro instrumento agregado foi o JDS- Job Diagnostic Survey, que mede motivação

no trabalho, a partir de variáveis de conteúdo e de contexto 52.

Frente aos estudos revisados, é possível afirmar que a prevalência da síndrome de

burnout em professores de ensino fundamental e médio é elevada30. Entretanto existem

diferentes interpretações para os resultados do MBI, entre os diferentes autores. Alguns

autores,22,23,24,25,26,27, interpretam o resultado do MBI como uma variável dicotômica,

nível alto, moderado e baixo onde existe ou não a presença do burnout. Pode ser

considerada também a combinação de duas ou mais dimensões em nível alto e/ou

moderado para a definição da síndrome de burnout. Porém, existem estudos28,31,34,39 que

trabalham com os valores do MBI como variáveis quantitativas, calculando-se a média

dos resultados encontrados individualmente e comparando com a média da população

ou amostra estudada. Dessa forma, para esses autores a definição de burnout se

estabelece nas dimensões do construto pelo resultado superior a média nas dimensões

exaustão emocional (EE) e despersonalização (DE) e abaixo da média para realização

pessoal (RP). Essas diferentes maneiras de interpretar o resultado do MBI dificultam a

comparação entre os resultados dos estudos53.

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Considerações Finais

O presente trabalho apresentou resultados extraídos de uma revisão sistemática de estudos

epidemiológicos sobre a prevalência da síndrome de burnout e fatores associados, na categoria

dos professores de ensino fundamental e médio, cujo objetivo foi descrever a produção

científica existente na literatura consultada e apontar possíveis fatores de risco associados a

SB. Tais resultados quando analisados em conjunto, podem ser de interesse para futuras

pesquisas que visem identificar fatores de risco que podem estar associados à elevada

prevalência da síndrome de burnout nessa categoria profissional e dessa forma, possam

explicar os motivos do abandono da profissão ou adoecimento silencioso e crônico desses

trabalhadores após intensa exposição a situações do seu trabalho. Podem também contribuir

para fomentar discussões políticas de relevância para melhorar a qualidade de vida dos

profissionais da educação e conseqüentemente da própria educação.

A análise aqui realizada confirma a elevada prevalência da síndrome de burnout, mesmo

considerando a dificuldade em comparar os resultados, devido à falta de consenso na utilização

dos instrumentos que medem as dimensões da síndrome nos estudos revisados.

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TABELAS

Tabela 1

Bases de dados da BVS- Biblioteca Virtual em Saúde e MEDLINE interface PubMed consultados

Ciências da Saúde em Geral Áreas Especializadas Organismos InternacionaisLILACS ADOLEC PAHOMEDLINE BBO WHOLIS

BDENFMEDCARIBE

Descritores ou palavras chaves utilizados na pesquisa em língua inglesa, espanhola ou portuguesaInglês Espanhol PortuguêsTeaching Enseñanza EnsinoEducation, Primary and Secondary Educación Primaria y Secundária Ensino Fundamental e MédioPreschool Education Educación Preescolar Educação Pré-EscolarMental Health Salud mental Saúde MentalBurnout Professional Agotamiento Professional Esgotamento profissionalMental Fatigue Fatiga Mental Fadiga mentalStress, Psychological Estrés Psicológico Estresse psicológicoMental Disorders Transtornos Mentales Transtornos mentaisEpidemiology Epidemiologáa EpidemiologiaPrevalence Prevalência Prevalência

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Tabela 2- Analise descritiva dos estudos revisados

Estudo Referências País Ano Periódico n

1 JL Embich EUA 2001 R. Special Education 3002 Zabel et al EUA 2001 R. Special Education 3003 MorenoJ. et al Brasil 2002 R.Psicologia em Estudo 634 Volpato et al Brasil 2002 R. E. InterAção Psy 1705 Férnandez Peru 2002 R. Facultad de Psicología 1646 Evers et al Netherland 2002 British Journal 4907 Silva et al Brasil 2003 Psicol. Escolar e Educacional 618 Rodriguez et al México 2003 R. Psicologia em Estudo 3019 Dorman Austrália 2003 Australian Journal of Educational 24610 Tatar et al Espanha 2003 Educational Psychology 28011 Marucco et al Argentina 2004 R. Eletrônica InterAção Psy 17712 Carlotto et al Brasil 2004 R. Psicologia em Estudo 24013 Ioannou et al Chipre 2005 D. of E. , University of Cyprus 31914 Lau et al Hong-Kong 2005 Social Indicators Reseach 179715 Carlotto Brasil 2005 R. Funcamp 56016 Peeters et al Nertherland 2005 J.O. Health Psychology 12317 Ayala et al Colômbia 2006 Rev. Salud Pública. 12718 Carlotto Brasil 2006 Cad. Saúde Pública Rj 21719 Gomes et al Portugal 2006 R. Portuguesa de Educação 88520 Kokkinos Grécia 2006 British Journal of Educational 77121 Betoret et al Espanha 2006 Educational Psychology 24722 Guilian EUA 2007 BMC Public Health 16323 Carlotto Brasil 2007 R. S.da A. B de P. Escolar e Educacional 28324 Goddart et al Austrália 2007 R. University of Southern Queensland 12125 Viera et al Venezuela 2007 Salud de los Trabajadores 34326 Unterbrink et al Alemanha 2007 Int Arch Occup Environ Health 94927 Tisiotti et al Argentina 2007 Pos Grado l 4 a VIa Cátedra de Medicina 1728 Benevides P.et al Brasil 2008 Cad. Saúde Pública MG. 31829 Milfont et al Israel 2008 Social Indicators Reseach 12930 Stoeber Alemanha 2008 Axiety, stress & Coping 11831 Vercambre et al França 2009 BMC Public Health 31832 Padilla et al Colômbia 2009 Rev. Colomb. Psiquiat 255833 Loonstra et al Holanda 2009 Taching and Teacher Education 50434 Inandi Turquia 2009 Social Behavior and Personality 39035 Ozan et al Chipre 2009 Facult of Education 196

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43Tabela 3- Características sócio-demográficas e do trabalho dos estudos revisadoEstudo Sexo Idade E. Civil Filhos Forma. Temp. de Magist. H/A Sema.

M F 20-30 31-39 40-49 >50 solt. Casa. Viu. Out. S N méd. sup. P.G <10 >10 >20h <20h

1 188 112 25 38 56 91 56 194 12 38 234 66 - 145 155 75 225 189 111

2 98 202 57 68 73 102 97 112 - 91 253 47 - 189 111 87 213 145 155

3 9 54 - - - - 13 41 - 9 26 35 - - - 40 23 - 63

4 4 164 - - - - 34 134 - - 147 21 - 159 10 61 103 - 164

5 56 108 25 38 55 46 78 80 6 - 108 56 - 98 66 98 66 105 59

6 285 205 66 90 120 94 69 350 13 56 280 210 - 490 430 189 301 276 214

7 30 31 - 61 - - 21 40 - - 40 21 - 30 31 - 61 34 21

8 67 234 - - - - 56 230 8 6 - - 109 127 64 108 193 174 126

9 61 185 67 98 54 27 32 205 - 9 216 30 - - - 36 210 246 -

10 76 204 - 108 172 127 98 - 55 - - 70 210 - 178 102 280 -

11 56 121 - - - - - - - - - - - - - - - - -

12 67 172 - - - - 74 81 11 73 163 - - 106 133 - 239 - 239

13 98 121 79 105 45 90 - - - - - - - - - 125 194 - -

14 819 960 - 1057 410 321 970 800 - 18 790 990 1500 288 580 1208 - 1788

15 224 336 - - - - - - - - - - - - - - - - -

16 36 87 - - 123 - - - - - - - - - - - 123 123 -

17 50 77 - - 127 - - - - - - - - 103 24 - 127 127 -

18 46 171 - 126 91 - - 140 - - - - - - - 50 167 110 107

19 135 750 - - - - - - - - - - 119 668 - - - 620 265

20 217 552 85 385 123 177 - - - - - - - - - 304 467 203 568

21 130 117 27 64 106 23 - - - - - - - - - 81 166 - -

22 74 89 54 56 53 - - - - - - - - - - 76 87 131 32

23 183 100 - 89 194 - - 175 - - 164 - - - - - - -

24 69 52 - - - - - - - - - - - - - - - - -

25 47 236 73 188 19 - - - - - - - 125 85 - 90 193 148 135

26 342 607 - - 649 351 183 628 14 123 695 - - - - - 949 949 -

27 4 13 - 17 - - 3 14 - - - - - - - - - 17 -

28 20 298 - - - - - - - - - - 23 - 165 178 140 178 140

29 35 94 - - - - - - - - - - - - - - - - -

30 40 78 - - 118 - - - - - - - - - - - 118 - -

31 20 298 - - - - - - - - - - 23 - 165 178 140 178 140

32 902 1656 198 333 722 931 408 1628 - 305 - - - - - 1550 1008 1533 1025

33 229 275 - 98 406 - - - - - - - - - - - - 504 -

34 218 192 - - - - - - - - - - - - - - - - -

35 110 70 - - - 58 137 - - - - - - - - 89 107 99 97

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Estudo País Ano Resultado1 EUA 2001 Professores de ensino secundário enfrentam altos níveis de EE.2 EUA 2001 Idade, experiência, status de certificação e preparação não são significativamente relacionados a

desgaste profissional.3 Brasil 2002 Instrumentos como o CBP-R e o MBI-ED medem o mesmo fenômeno (SB) com a mesma eficiência4 Brasil 2002 EE apresentou média de 21,8% indicando sinais de esgotamento em níveis baixos. Reduzida RP, e DE esteve associada a sentimentos de distanciamento.

emocional no âmbito das relações interpessoais.5 Peru 2002 43% dos professores apresentam alto índice de desgaste psíquico6 Netherland 2002 Pensamento de alta eficácia foi negativamente relacionada à despersonalização e exaustão emocional e positivamente relacionada à realização pessoal.7 Brasil 2003 Não existe diferença estatisticamente significativa entre professores homens e professoras quanto às dimensões e níveis da SB.8 México 2003 80% da amostra apresentou SB, porém não houve associação com atividades laborais.9 Austrália 2003 Sobrecarga de funções, pressão de trabalho, ambiente de sala de aula e auto-estima são preditores de EE, DE foi significativamente associada à EE,

Conflitos de papéis, auto-estima e ambiente escolar foram preditores de DE e RP.10 Espanha 2003 Altos níveis de Burnout foi encontrado entre professores classificados como assimilacionistas e que trabalham em escolas também consideradas por eles

assimilacionistas.11 Argentina 2004 Altos níveis de EE e DE e baixos níveis de RP, foram constatados entre os professores pesquisados.12 Brasil 2004 Existência de esgotamento tanto físico como mental, presença de moderado distanciamento emocional no âmbito das relações interpessoais, no convívio

com os alunos, demais profissionais e colegas, quanto a RP, os professores apresentaram índices um pouco.13 Chipre 2005 Relação positiva entre exigências do trabalho, apoio social dos pares, inspeção na escola e EE, escassez de recursos associou-se a DE, não houve

associação entre a variável organização do trabalho e RP.14 Hong-Kong 2005 a idade foi o mais forte preditor de EE e DE.Não houve associação significativa entre o efeito das características demográficas dos professores e

a SB.15 Brasil 2005 Quanto a EE, duas variáveis mostraram poder explicativo, a satisfação com o crescimento profissional e potencial motivacional de cargo. A DE,

explicou 32% da variabilidade através das variáveis satisfação com crescimento pessoal e variedade de habilidades e satisfação intrínseca coma tarefa.

16 Netherland 2005 Verificou-se relações significativas entre demandas de trabalho e EE, mas não entre demandas de trabalho e RP.17 Colômbia 2006 23,4% apresentaram manifestações de burnout e 23,4% teve risco adicional de manifestá-lo. Em ambos os subgrupos prevaleceu a EE e a DE.

professores apresentaram níveis baixos nas três dimensões de burnout. Variáveis demográficas não apresentaram associação com as dimensões deburnout.

18 Brasil 2006 Professores apresentam níveis baixos nas três dimensões que compõem burnout. Variáveis demográficas não apresentaram associação com asdimensões de burnout. Variáveis profissionais como carga horária e comportamento dos alunos apresentaram associação com EE.

19 Portugal 2006 Mulheres apresentaram níveis mais elevados de EE, enquanto homens apresentaram maior DE.20 Grécia 2006 Professoras parecem mais exaustas que professores. Professoras de escolas primárias apresentam mais EE. DE foi maior entre professores de ensino

secundário. Resultados demonstram que o MBI utilizado na Grécia apresenta validade para ser utilizado em outros estudos.21 Espanha 2006 Os resultados revelaram que os professores com um elevado nível de auto-eficácia e mais recursos de enfrentamento relataram sofrer menos

estresse e exaustão do que professores com um baixo nível de auto-eficácia e menos recursos de enfrentamento, vice-versa.22 EUA 2007 Os resultados indicaram que os professores de Saint Lucian, como os seus homólogos de todo o mundo, estão enfrentando burnout. Reduzida RP,

emergiu como a dimensão mais prevalente de burnout experimentado por esta amostra.23 Brasil 2007 Os resultados evidenciaram que variáveis relacionadas ao contexto laboral predominaram no modelo explicativo de burnout em professores

em ambos os grupos.

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Tabela 4 – Principais resultados dos estudos revisadosSB(Síndrome de Burnout), EE(Exaustão Emocional), DE(Despersonalização),RP(Realização Pessoal)

24 Austrália 2007 Os resultados do presente estudo sugerem que os professores que tenham concluído significativamente menos de quatro anos de formação pode teriniciado sua carreira faltando importantes recursos internos para lidar com situações de demanda de trabalho e estresse.

25 Venezuela 2007 A idade e o estresse laboral percebido pelo docente constituem os maiores preditores de esgotamento emocional. Para despersonalização é oestresse percebido e o sexo do docente. Os fatores que provocaram maior estresse, são relacionados com alunos, déficit de salário e recursosmateriais.

26 Alemanha 2007 Professores homens mostraram significativamente menor realização pessoal e mais despersonalização do que professoras. Trabalhar em tempo parcialestá associado a menos RP.

27 Argentina 2007 Se observou uma prevalência global de 79% para a SB nos professores estudados. As situações que mais provocam EE são: trabalhar com alunosindisciplinados, falta de apoio familiar e falta de recursos materiais para o trabalho.

28 Brasil 2008 Quanto maior a utilização de estratégias de enfrentamento de coping moderado, suporte emocional, foco na emoção e desligamento mental, maior é osentimento de EE. Quanto maior a utilização de coping ativo menor é o sentimento de DE.

29 Israel 2008 Burnout foi negativamente relacionado às medidas de bem-estar para o professor. Os resultados indicam que o questionário CBI utilizado,é um instrumento válido para usar com professores de ensino secundário da Nova Zelândia e também para destacar o impacto potencialde desgaste para a saúde e o bem-estar dos professores.

30 Alemanha 2008 Pressão percebida para ser perfeito mostrou relações diferenciadas em função da fonte de pressão.A pressão dos alunos e pais de alunos foipositivamente relacionada com ameaça de burnout. A pressão dos colegas foi inversamente relacionada com ameaças de burnout. Os resultadossugerem que a busca de perfeição e a pressão de colegas não contribuem para o estresse e burnout em professores, enquanto que as reaçõesnegativas a imperfeição e a pressão por parte dos alunos e pais podem ser fatores contribuintes.

31 França 2009 Diferentes variáveis foram associadas às várias dimensões de burnout. As professoras foram mais suscetíveis a EE alta e a RP reduzida, enquantoprofessores homens tiveram maior índice de despersonalização.

32 Colômbia 2009 A prevalência da SB foi de 15,4% em docentes. 25,4% sentiram exaustão emocional alta. A SB foi menor em docentes que apresentaram mais de 50nos de idade, com uma média de 25 anos de experiência na profissão.

33 Holanda 2009 O inquérito demonstrou a importância da realização existencial para a prevalência e prevenção da SB.34 Turquia 2009 Verificou-se que barreiras resultantes da carreira do professor e o ambiente de trabalho, foram preditores de EE e o nível de RP. Barreiras resultantes

a carreira e estereótipos sociais foram preditivos de RP baixa. Os entraves resultantes da carreira escolar e o ambiente previram DE.35 Chipre 2009 Não houve diferença significativa Quanto a EE, apatia e RP, por parte de professores homens e mulheres. A escolha da profissão e RP

teve uma associação significativa com EE. Professores que escolhem sua profissão pela própria vontade apresentam baixos índices deburnout.

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ARTIGO 2.

Trabalho, Educação e Saúde

SÍNDROME DE BURNOUT E TRABALHO DOCENTE: REVISÃOSISTEMÁTICA E DISCUSSÃO DE ASPECTOS METODOLÓGICOS

BURNOUT SYNDROME AND THE TEACHING EXPERIENCE: CRITICAL ANDSYSTEMATIC REVIEW OF METHODOLOGICAL ASPECTS

Alaíde Almeida dos SantosPrograma de Pós-Graduação em Saúde Coletiva. Universidade Estadual de Feira de

Santana(UEFS)[email protected]

Carlito Lopes Nascimento Sobrinho; Sala de Situação e Analise Epidemiológica eEstatística, Departamento de Saúde, Universidade Estadual de Feira de Santana.

Professor Titular do Departamento de Saúde da Universidade Estadual de Feira deSantana, Ba

Endereço para Correspondência:

Sala de Situação e Analise Epidemiológica e Estatística, Departamento de Saúde,Universidade Estadual de Feira de Santana (SSAEE/DSAU/UEFS).Av. Transnordestina, s/n, Novo Horizonte, Campus Universitário (UEFS), Feira deSantana, Bahia, Brasil. CEP. 44031-460. Tel. 55 (75) 3224-8096/[email protected].

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SÍNDROME DE BURNOUT E TRABALHO DOCENTE:REVISÃO SISTEMÁTICA E DISCUSSÃO DE ASPECTOS METODOLÓGICOS

ResumoEsta pesquisa trata de aspectos metodológicos analisados através de uma revisãosistemática de estudos sobre a síndrome de burnout (SB) em professores de ensinofundamental e médio. Este estudo tem como objetivos, descrever a produção científicaexistente na literatura consultada, sobre a síndrome de burnout e o trabalho docente ediscutir os aspectos metodológicos dos estudos que analisaram fatores associados àsíndrome de burnout. O recorte deste estudo compreendeu artigos originais publicadosem bases de dados no período de janeiro de 1989 a janeiro 2009. As principais bases dedados utilizadas foram BVS, Psycinfo, LILACS, MEDLINE (PubMed) e SciELo. Abusca resultou em 1244 artigos, sendo 65 estudos de delineamento transversal. Destes 35artigos foram elegíveis. Os Critérios de inclusão foram: estudos com delineamentotransversal, populacionais e/ou amostrais, com professores de ensino médio e/oufundamental, que utilizaram o Maslach Burnout Inventory- MBI original ou versões paraa avaliação do nível da Síndrome de burnout. Os resultados apontam o uso diversificadode formas adaptadas do MBI nos estudos revisados, ausência de uma definiçãoconsensual para a síndrome de burnout e a adoção de técnicas diferentes para a definiçãodos pontos de corte das três dimensões da síndrome (exaustão emocional,despersonalização e ineficácia). Esses pontos apresentados comprometem a comparaçãoentre os estudos e dificultam a estimação da prevalência global da síndrome de burnoutentre os professores de ensino fundamental e médio.Palavras chaves: professores, revisão sistemática, síndrome de burnout, aspectosmetodológicos

BURNOUT SYNDROME AND THE TEACHING EXPERIENCE: CRITICAL ANDSYSTEMATIC REVIEW OF METHODOLOGICAL ASPECTS

AbstractThis research deals with methodological issues reviewed through a systematic review ofstudies on burnout syndrome (BS) on teachers in elementary and high school. This studyaims to describe the scientific literature existing in the literature on burnout syndromeand teaching and discuss the methodological aspects of studies have examined factorsassociated with burnout syndrome. The outline of this study included original articlespublished in databases from January 1989 to January 2009. The main databases usedwere VHL, PsycINFO, LILACS, MEDLINE (Pub Med) and SciELo. The search resultedin 1244 articles, 65 cross-sectional studies. Of these 35 articles were eligible. Criteria forinclusion were: cross-sectional studies, population and / or samples with high schoolteachers and / or fundamental, who used the Maslach Burnout Inventory, MBI or originalversions for assessing the level of burnout syndrome. The results show the diverse use ofadapted forms of MBI in the reviewed studies, the absence of an agreed definition for theburnout syndrome and the adoption of different techniques for defining the cutoffs of thethree dimensions of the syndrome (emotional exhaustion, depersonalization andinefficiency) . These points presented undermine the comparison between studies anddifficult to estimate the overall prevalence of burnout among teachers of elementary andhigh school.Key words: teachers, systematic review, burnout, methodological aspects

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SÍNDROME DE BURNOUT E O TRABALHO DOCENTE:REVISÃO SISTEMÁTICA DE ASPECTOS METODOLÓGICOS

INTRODUÇÃO

A categoria docente, que lida com o nível fundamental e médio da educação básica, ao

longo dos últimos vinte últimos anos, tem sido alvo das mudanças sociais e econômicas

ocorridas no mundo do trabalho. Tais mudanças submetem o professor à necessidade de

adaptações, que repercutem em sua saúde e qualidade de vida.

A categoria é considerada uma das mais expostas ao estresse ocupacional. Zabel

(2001), “admite que é conhecido entre os docentes o caráter estressante de sua

profissão, crença avaliada cientificamente pelos especialistas no tema de saúde do

trabalhador”.

O aumento das exigências e responsabilidades sobre os educadores, ultrapassam a

medida das expectativas previstas para o exercício da sua profissão. Esta categoria

segundo Carlotto (2003) sofre as conseqüências de estar exposta a um aumento de tensão

no exercício do seu trabalho, cuja dificuldade aumentou fundamentalmente pela

fragmentação da atividade.

São muitas as atribuições impostas ao professor que muitas vezes, excedem a sua

carga horária (Carlotto, 2006). De acordo com esta autora, o professor além de coordenar

uma classe de alunos, o que implica em dar aulas em tempos determinados, deve fazer

trabalhos administrativos, planejar, reciclar-se, investigar, orientar alunos e atender os

pais, muitas vezes fora do seu horário de trabalho, corrigir tarefas e provas. Outra questão

é a necessidade de atualização permanente. Também neste campo o aumento das

exigências eleva o sentimento de confusão sobre as competências de que o professor

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necessita para exercer sua complexa função. Além do domínio de sua matéria, o

professor tem que ser um facilitador da aprendizagem, sem esquecer aspectos

psicológicos que ficam ao seu encargo, como relações afetivas e a integração social.

Estas exigências impõem um desafio pessoal aos professores (Esteve, 1999).

Segundo Carlotto (2005), o impacto dos fatores estressantes sobre profissões que

requerem condições de trabalho específicas, com grau elevado de relação com o público,

como a do professor, tem sido estudado pela comunidade científica internacional sob a

denominação de síndrome de burnout (SB) sendo que, no Brasil, também é conhecida

como Síndrome do Esgotamento Profissional.

Freudenberger (1974) criou a expressão staff burnout para descrever uma síndrome

composta por exaustão, desilusão e isolamento em trabalhadores que desempenham

atividade em que está envolvido contato com outras pessoas (Trigo et al, 2007).

O termo burnout é definido, segundo um jargão inglês, como aquilo que deixou de

funcionar por absoluta falta de energia. Metaforicamente é aquilo, ou aquele, que chegou

ao seu limite, com grande prejuízo em seu desempenho físico ou mental (Trigo et al,

2007).

Segundo Freudenberger (1974), os profissionais cujo serviço exige um contato direto

com outras pessoas apresentam maior propensão ao Burnout, como Por exemplo,

médicos enfermeiros, professores, bombeiros, agentes de segurança pública, assistentes

sociais e outros (Benevides-Pereira et al, 2003).

Segundo Carlotto (2002), atualmente a definição mais aceita do burnout é a

fundamentada na perspectiva social-psicológica de Maslach e colaboradores, sendo esta

constituída de três dimensões: exaustão emocional (EE), despersonalização (DE) e baixa

realização pessoal no trabalho (RP).

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A exaustão emocional abrange sentimentos de desesperança, solidão, depressão, raiva,

impaciência, irritabilidade, tensão, diminuição de empatia; sensação de baixa energia,

fraqueza, preocupação; aumento de suscetibilidade a doenças, cefaléias, náuseas, tensão

muscular, dor lombar, cervical, distúrbios do sono. A despersonalização ou

distanciamento afetivo provoca a sensação de alienação em relação aos outros, sendo a

presença destes, muitas vezes desagradável e não desejada. Quanto à baixa realização

pessoal, ou baixa satisfação com o trabalho, pode ser descrita como uma sensação de que

muito pouco tem sido alcançado e o que é realizado não tem valor (Cherniss, 1980;

WHO, 1998).

O burnout foi reconhecido como um risco ocupacional para profissões que envolvem

cuidados com saúde, educação e serviços humanos (Golembiewski, 1999; Maslach,

1998).

No Brasil, o Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999, aprovou o Regulamento da

Previdência Social e, em seu Anexo II, trata das doenças profissionais.O item XII da

tabela de Transtornos mentais e do Comportamento Relacionados com o Trabalho

(Grupo V da Classificação Internacional das Doenças- CID-10) cita a “Sensação de Estar

acabado”(Síndrome de Burnout”, “Síndrome do Esgotamento profissional”)como

sinônimos de burnout, que na CID-10, recebe o código Z73.0 (Trigo, 2007).

O instrumento mais utilizado para avaliar a Síndrome de Burnout é o Questionário

Maslach (Maslach Burnout Inventory) composto por 22 afirmações sobre sentimentos e

atitudes que englobam três dimensões fundamentais da síndrome, divididos em três

escalas de sete pontos, que variam de 0 a 6 (Maslach, 1998). Desta maneira, descreve-se

de forma independente, cada uma das dimensões que caracterizam a estafa profissional.

O MBI avalia os sentimentos e atitudes que o sujeito vivencia em seu trabalho, que

englobam as três dimensões estabelecidas pelo Modelo de Maslach: (a) exaustão

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emocional nove itens (sinto-me emocionalmente decepcionado com meu trabalho;

quando termino minha jornada de trabalho, sinto-me esgotado; quando me levanto pela

manhã e enfrento outra jornada de trabalho, sinto-me fatigado; sinto que trabalhar todo o

dia com pessoas me cansa; sinto que meu trabalho está me desgastando; sinto-me

frustrado com meu trabalho; sinto que estou trabalhando demais; sinto que trabalhar em

contato direto com as pessoas me estressa; sinto como se estivesse no limite de minhas

possibilidades); (b) despersonalização cinco itens (sinto que estou tratando algumas

pessoas de meu trabalho como se fossem objetos impessoais; sinto que me tornei mais

duro com as pessoas desde que comecei esse trabalho; preocupo-me se esse trabalho está

me enrijecendo emocionalmente; sinto que realmente não me importa o que ocorra com

as pessoas as quais tenho que atender profissionalmente; parece-me que os receptores de

meu trabalho culpam-me por alguns de seus problemas); e (c) diminuição da realização

pessoal no trabalho oito itens (sinto que posso entender facilmente as pessoas que tenho

que atender; sinto que trato com muita eficiência os problemas das pessoas as quais tenho

que atender; sinto que estou exercendo influência positiva na vida das pessoas que tenho

que atender; sinto-me vigoroso em meu trabalho; sinto que posso criar um clima

agradável em meu trabalho; sinto-me estimulado depois de haver trabalhado diretamente

com quem tenho que atender; creio que consigo coisas valiosas nesse trabalho; no meu

trabalho, eu manejo os problemas emocionais com muita calma). Totaliza 22 itens, que

indicam a freqüência das respostas, numa escala de pontuação tipo Likert que varia de 0

a 6, sendo 0 para "nunca", 1 para “quase nunca”, 2 para "algumas vezes ao ano", 3 para

"algumas vezes ao mês", 4 para indicar "algumas vezes na semana", 5 para "diariamente"

e 6 “sempre”. Desta maneira, foram descritas, de forma independente, cada uma das

dimensões que caracterizam a estafa profissional. A exaustão profissional é avaliada por

nove itens, a despersonalização por cinco e a realização pessoal por oito. As notas de

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corte utilizadas para avaliar a SB variam conforme a adaptação do MBI utilizada. Alguns

estudos empregam as notas propostas no estudo de Maslach (Maslach, 1998).

Para exaustão emocional, uma pontuação maior ou igual a 27 indica alto nível; de 17 a

26 nível moderado; e menor que 16 nível baixo. Para despersonalização, pontuações

iguais ou maiores que 13 indicam alto nível, de 7 a 12 moderado e menores de 6 nível

baixo (Maslach, 1998). A pontuação relacionada à ineficácia vai em direção oposta às

outras, uma vez que pontuações de zero a 31 indicam alto nível, de 32 a 38 nível

moderado e maior ou igual a 39, baixo.

Este estudo tem como objetivos, descrever a produção científica existente na literatura

consultada, sobre a síndrome de burnout e o trabalho docente e discutir os aspectos

metodológicos dos estudos que analisaram fatores associados à síndrome de burnout em

professores do ensino fundamental e médio.

METODOLOGIA

Realizou-se uma revisão sistemática de estudos de corte transversal sobre a prevalência

da Síndrome de Burnout em professores do ensino médio e fundamental, publicados em

bases de dados, no período de 1989 a 2009.

Estratégia de busca

Desenvolveu-se pesquisa sistemática de artigos com base no Undertaking Systematic

reviews of Research on Effectiveness guidelines (Haynes et al, 2008) e Cochrane

Reviewers Handbook (Green e Higgines, 2006). As seguintes bases de dados eletrônicas

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foram pesquisadas BVS, Psycinfo, LILACS, MEDLINE (PubMed) e SciELO,

considerando o período de janeiro de 1989 a dezembro de 2009 (20 anos).

Os seguintes descritores foram utilizados: (1) Burnout Syndrome; (2) prevalence, (3)

risk factors; (4) Teacher; (5) crosssectional studies; e (6) survey. Além disso, as

referências dos artigos encontrados foram revisadas e também foi realizado contato com

autores a fim de localizar outros estudos relevantes.

A busca foi feita, cruzando-se o unitermo burnout com os outros citados e

selecionando-se artigos publicados nas línguas portuguesa, espanhola e inglesa.

Foram adotados os seguintes critérios de inclusão dos estudos: (1) apenas estudos

originais; (2) estudos populacionais ou amostrais; (3); estudos com delineamento

transversal; (4) que utilizaram o Maslach Burnout Inventory- MBI para a avaliação do

nível da Síndrome de burnout e (5) estudos cujos sujeitos da pesquisa fossem professores

do ensino médio e fundamental. Esses critérios foram utilizados para aumentar a

comparabilidade dos achados entre os estudos. Os critérios adotados para a exclusão dos

estudos foram: (a) aqueles que não estavam no idioma inglês, português ou espanhol; (b)

aqueles que os sujeitos da pesquisa não fossem professores do ensino médio e

fundamental; (c) que não utilizassem o Maslach Burnout Inventory- MBI em sua forma

original ou adaptada para a avaliação da Síndrome de Burnout; (d) relacionados a outros

problemas comportamentais (Distúrbios Psíquicos Menores, Distúrbios Psíquicos

Comuns, Transtornos Mentais Comuns, Transtornos Mentais Menores).

Inicialmente, para verificar se os artigos atendiam aos critérios de inclusão, os títulos e

de todos os estudos identificados foram avaliados. Na segunda fase, os resumos foram

analisados por dois revisores independentes. Os estudos em que não houve concordância

quanto à inclusão foram analisados por um terceiro revisor.

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Foram selecionados os estudos transversais que incluíam populações ou amostras de

professores do ensino médio ou fundamental, da rede pública e/ou privada de ensino.

Para o processo de avaliação da qualidade das publicações, também foi proposta a

participação de dois revisores independentes e de um terceiro revisor quando não

houvesse consenso.

As prevalências da Síndrome de Burnout e os fatores associados à síndrome nas

populações e/ou amostras estudadas foram analisadas, comparadas e apresentadas. Os

artigos selecionados foram organizados em tabela, de acordo com autor e ano de

publicação, prevalência da Síndrome de Burnout, características sócio-demográficas da

população ou amostra estudada, aspectos relacionados ao trabalho (condições de

trabalho, fatores psicossociais do trabalho, processo de trabalho), fatores de risco e

hábitos de vida apresentados.

RESULTADOS

Do total de 1244 estudos sobre o tema de interesse, 65 foram previamente

selecionados por serem estudos epidemiológicos de corte transversal envolvendo

professores de escolas públicas e privadas do ensino Médio e Fundamental. Através da

utilização de estratégias de busca apropriadas e com o auxílio de uma bibliotecária, foi

feito um refinamento da busca por artigos que atendessem rigorosamente aos critérios de

inclusão estabelecidos. Destes, foram extraídos 35 estudos que se encontram listados na

Tabela 1.

<Tabela 1>

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Nos estudos realizados no Brasil, para a identificação dos níveis de burnout, foi

utilizada a Escala de Burnout desenvolvido por Maslach, em 1986, que foi traduzida

para o português por Tamayo e validada para o uso no Brasil, pelo Laboratório de

Psicologia do Trabalho (LPT/UnB,1998), (Codo, 1999). A escala utiliza um esquema de

pontuação de 1 a 5 adaptação brasileira do instrumento, pois segundo Carlotto (2004), foi

verificado que os sujeitos pesquisados apresentavam dificuldade em responder muitos

dos itens do instrumento, devido a características da escala original.

Considera-se uma pessoa com burnout a presença de altas pontuações em EE e DE,

associadas a baixos valores em RP (Maslach; Leiter 1999). Vale ressaltar que conforme

Benevides–Pereira (2003), a pontuação para a dimensão Realização Profissional foi

invertida, denominando-se então, reduzida Realização Profissional (rRP).

A qualidade metodológica dos trabalhos selecionados pôde ser avaliada a partir da

analise do desenho e dos instrumentos de pesquisa utilizados em cada estudo. Nestes, são

apresentadas características sócio-demográficas e do trabalho da amostra estudada, e sua

associação ou não com as dimensões da síndrome de burnout. Maslach e Jackson (1982),

ao analisarem uma amostra significativa, propuseram a interpretação dos resultados como

representado na tabela 2.

<Tabela 2>

Destaca-se a diversidade de adaptações do MBI nos vários países onde os estudos com

professores foram realizados, o que pode ser necessário devido à existência de grandes

diferenças geográficas, culturais, sociais e econômicas, em cada população, o que exigiu

uma análise cautelosa da técnica de cálculo amostral, validação dos instrumentos de

coleta de dados utilizados, cálculos estatísticos e associações entre as variáveis estudadas

e as dimensões da síndrome de burnout.

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Nesta revisão, os componentes das dimensões EE, DE e RP, foram analisados

separadamente de acordo com os resultados expostos. Estes foram registrados em média

ou em porcentagem nos diversos estudos selecionados. Nota-se que na maioria dos

estudos, a dimensão Exaustão Emocional (EE), foi a que apresentou maior prevalência, o

que pode ser visto nas tabelas 3 e 4.

<Tabelas 3 e 4>

Viera (2007) em estudo realizado com professores venezuelanos optou por estabelecer

três níveis de distribuição da escala (alto, médio e baixo), de acordo com a determinação

dos tercis para cada componente da síndrome separadamente, onde os resultados são

interpretados holisticamente a partir da saída de cada item independentemente do nível

que se referem.

Para avaliar os resultados da escala de burnout, faz-se um somatório de todas as 22

questões, divididas nas três dimensões: Esgotamento ou Exaustão Emocional com 9

questões, reduzida Realização Profissional com 8 questões e Despersonalização com 5

questões.

A apresentação dos resultados de duas formas diferentes (média e porcentagem) reflete

a heterogeneidade na utilização dos escores, pontos de corte e critérios para determinar o

nível da síndrome experimentado pelos grupos analisados. Os estudos 10, 21, 29 e 35,

não se encontram representados nas tabelas 3 e 4, porque não especificaram os resultados

para as dimensões consideradas. Os valores nestes estudos representaram uma

prevalência global de burnout de 37,8%, 47,2%, 58,1% e 29,0% respectivamente.

Em relação às dimensões da síndrome de burnout, o esgotamento emocional se

constituiu na dimensão mais prevalente, nos trabalhos selecionados. Apesar da síndrome,

ser caracterizada pela presença de três dimensões, exaustão emocional em professores,

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expressa melhor o impacto do seu trabalho sobre a saúde física e mental. Isto aponta para

a idéia de distinguir burnout de fadiga, o qual neste grupo profissional pode manifestar-

se em um plano emocional pelas próprias demandas relacionais e afetivas das tarefas

(Trigo, 2007).

Os fatores laborais associados à síndrome de burnout, encontrados nos artigos

selecionados foram: sobrecarga, cuja característica está relacionada à quantidade ou

qualidade excessiva de demandas que ultrapassam a capacidade de desempenho, por

insuficiência técnica, de tempo ou de infra-estrutura organizacional e pressão no trabalho

que pode propiciar principalmente o aparecimento de exaustão emocional (Schaufeli

1999; Maslach et al, 2001; Volpato, 2002; Tisiotti et al., 2007, Vercambre, 2009).

DISCUSSÃO

As pesquisas analisadas seguem um protocolo que atende ao desenho de um estudo

epidemiológico seccional, com um problema e uma hipótese de pesquisa, visando

verificar qual a proporção ou prevalência de professores do ensino fundamental e médio

que apresentam a síndrome de burnout. A população foi definida em todos os estudos,

sendo que alguns utilizaram amostras. Os objetivos foram de testar a associação entre

características sócio-demográficas, variáveis profissionais, fatores organizacionais e as

dimensões da síndrome de burnout, além de investigar formas de enfrentamento da

síndrome.

Um ponto importante a ser discutido, são os critérios utilizados para definição da

síndrome. As diferenças nos resultados podem ser explicadas por aspectos metodológicos

que incluem a utilização adaptada do MBI, que a depender do país de origem do estudo,

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tem seus escores diferenciados, assim como também varia a escala (0-6, 1-5, 1-7),

variando as respostas e consequentemente os resultados. A falta de utilização de um

critério único dificulta a comparação entre os estudos, uma vez que os pontos de corte

para as dimensões da SB, podem variar.

O Maslach Burnout Inventory (MBI) é um instrumento utilizado exclusivamente para

a avaliação da síndrome de burnout, não levando em consideração os elementos

antecedentes e as conseqüências de seu processo (Carlotto, 2004). Ele avalia índices de

burnout de acordo com os escores de cada dimensão, sendo que altos escores em

exaustão emocional e despersonalização e baixos escores em realização profissional (esta

subescala é inversa) indicam alto nível de burnout (Maslach e Jackson, 1981).

Gil-Monte e Peiró (1997) reforçam a importância de avaliar o MBI como um construto

tridimensional, ou seja, as três dimensões devem ser avaliadas e consideradas, a fim de

manter sua perspectiva de síndrome. No entanto diversos estudos de validação do MBI

têm apresentado diferentes distribuições fatoriais, normalmente variando de 3 a 5 fatores

(Carlotto, 2004).

Verificou-se nos estudos aqui revisados, que a escolha dos instrumentos de pesquisa,

escala para medir o nível da síndrome de burnout e o critério para estabelecer as

dimensões (alto, médio ou baixo) variaram consideravelmente conforme área geográfica

onde o estudo foi realizado.

A maioria dos estudos (1, 2, 6, 9, 12, 13, 14,15, 16, 18, 19, 20, 22, 23, 24, 26, 28, 29,

30, 31, 33, 34 e 35, registrados na tabela 1) utilizou o Maslach Burnout Inventory (MBI),

ou o Maslach Burnout Inventory- Educators Survey (MBI-ED), instrumento formulado

especificamente para avaliar os níveis de burnout em indivíduos que trabalham em

ambientes escolares (Maslach e Leiter, 1997).

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Foram utilizados também questionários com informações sócio-demográficas, além de

outros instrumentos com o propósito de avaliar outras características apresentadas pela

população ou amostras estudadas.

Uma das aplicações dos estudos selecionados foi buscar associar as variáveis

estudadas (sócio-demográficas, características do trabalho, hábitos de vida) com a

prevalência de burnout, assim, tentando identificar possíveis fatores de risco para a

síndrome (Peeters, 2005).

Entre os estudos que utilizaram a versão adaptada do MBI, encontra-se o estudo

realizado na Alemanha por Unterbrink et al (2007), com a versão alemã MBI-D, Bussing

e Perrar (1992), que consiste em quatro sub-escalas, três delas extraídas da versão

americana (Maslach et al, 1996), que são: (1) exaustão emocional, (2) realização pessoal,

(3), despersonalização, (4) dedicação, descrição e empatia.

A tradução grega do Inquérito do Maslach Burnout Inventory Educadores (MBI-ES;

Kokkinos, 2006; Maslach et al, 1996) foi utilizado para avaliar burnout nos professores.

A escala contém 22 itens que caem em três sub-escalas: exaustão emocional (9),

despersonalização (5) e falta de um sentimento de realização pessoal (8). Os participantes

relataram com que freqüência, eles experimentaram esses sentimentos em uma escala de

7 pontos,variando de nunca a diariamente (Kokkinos, 2007).

A versão em holandês do Maslach Burnout Inventory para professores (MBI-NL-Ed;

Schaufeli 1995) foi utilizada para avaliar o nível de burnout nos professores. O

instrumento é composto por vinte itens, e é dividido em três sub-escalas: (01) exaustão

mental (08 itens), (02) cinismo (05 itens) e (03) eficácia profissional (07 itens). Uma

escala de 7 pontos de Likert, de 'Nunca' a 'sempre', foi utilizada. Supõe-se que os

professores sofrem de burnout quando seus escores em exaustão e cinismo são elevados

(Loonstra et al, 2009).

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Estudo realizado na argentina por Tisiotti et al (2007), utilizou um instrumento

adaptado que foi denominado Cuestionário Breve de Burnout (CBB), validado por

Bernardo Moreno baseado no inventário do MBI, modificado para aplicação em países

de língua espanhola (Moreno et al, 1993). O questionário consta de 21 perguntas e é

avaliado em uma escala ordinal de cinco pontos (0-5), que expressa à freqüência

crescente com que se experimentam as dimensões da síndrome avaliada.

A utilização de formas adaptadas do MBI se repete em quase todos os estudos

revisados. Betoret (2006) conduziu estudo na Espanha utilizando uma escala para

burnout composta por 18 itens. A síndrome foi avaliada de acordo com as dimensões

consideradas por Blase (1982), em seu modelo (satisfação no trabalho, envolvimento no

trabalho, motivação do professor e esforço do professor). As medidas neste estudo foram

construídas pela média dos itens em cada fator, e as provas resultantes demonstram bons

índices de consistência interna.

Carlotto (2002) afirma que existem diferentes adaptações para o MBI, sendo a mais

conhecida a de professores “Educators Survey-Ed” ou “MBI forma ED”.

Em todos os estudos revisados identificou-se uma preocupação dos autores em

apresentar os critérios de validação dos instrumentos utilizados para avaliar a síndrome

de burnout (Zabel, 2001; Unterbrink, 2007; Arata, 2008, Vercambre, 2009).

No entanto, não foi possível comparar os resultados dos estudos, em virtude da

diferença entre as escalas utilizadas, assim como, os valores adotados como pontos de

corte para definir os níveis alto, baixo e/ou moderado das dimensões do burnout nos

grupos avaliados. Também, não existe consenso quanto ao número de dimensões

elevadas para a definição da síndrome de burnout.

Os valores e normas culturais podem incrementar ou não o impacto dos agentes

estressores no desencadeamento do burnout (Maslach et al, 2001).

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Quanto às conseqüências do burnout, os autores pesquisados, de forma geral, apontam

que a síndrome interfere nos níveis pessoal, social e institucional. Porém vale ressaltar

que muitos pontos ainda permanecem não esclarecidos.

Os aspectos epidemiológicos foram analisados com muita cautela. E quanto à

prevalência da síndrome, é importante salientar que o burnout é conseqüência de um

processo crônico de estresse, o que dificulta sua percepção no início, sendo confundido

com outras patologias, impedindo a sua prevenção antes que suas conseqüências mais

graves se manifestem.

Os prejuízos causados pela síndrome de burnout, para a organização, podem ser

evidenciados quando “[...]os indivíduos que estão neste processo de desgaste tanto

psicológica quanto fisicamente, estão sujeitos a largar o emprego. Eles investem menos

tempo e energia no trabalho, fazendo somente o que é absolutamente necessário e faltam

com mais freqüência”. Além de trabalharem menos, não trabalham tão bem. Trabalho de

alta qualidade requer tempo e esforço, compromisso e criatividade, mas o indivíduo

desgastado já não está disposto a oferecer isso espontaneamente. A queda na qualidade e

na quantidade de trabalho produzido é o resultado profissional do desgaste (Maslach e

Leiter, 1997)

Quanto ao indivíduo, no caso aqui o professor, este pode apresentar fadiga constante e

progressiva; dores musculares ou osteomusculares; distúrbios do sono; cefaléias,

perturbações gastrointestinais; imunodeficiência com resfriados e gripes constantes; com

afecções da pele; transtornos cardiovasculares; distúrbios do sistema respiratório;

disfunções sexuais e alterações menstruais (Freudemberger, 1974; Cherniss, 1980;

Dejours, 1992; WHO, 1998).

Devem-se apontar os limites dos estudos de corte transversal. Nestes estudos, coletam-

se os dados pertinentes dos membros participantes. Somente na análise dos dados

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formam-se os grupos, pois é nesta fase que são conhecidos os indivíduos expostos e não-

expostos, que estão sadios ou doentes. O estudo de corte transversal examina a relação

exposição-doença em uma dada população ou amostra, em um momento particular,

fornecendo um retrato de como as variáveis estão relacionadas naquele momento. Por

isso, esse tipo de estudo não estabelece nexo causal e apenas sim aponta a associação

entre as variáveis estudadas. Além disso, os estudos selecionados tiveram cunho

exploratório, realizando apenas análises bivariadas sem fazer análises de confundimento

e interação, procedimentos importantes para conclusões mais definitivas (Pereira, 1995).

Outra provável limitação metodológica destes estudos é inerente aos instrumentos de

coleta de dados. Em alguns estudos, medidas de auto-relato foram utilizadas para avaliar

os níveis de percepção de burnout e variáveis. As respostas dos participantes a estas

medidas podem ter sido confundidas ou distorcidas ao serem percebidas pelo

investigador. Além disso, pode acontecer que nestes estudos os professores que estão

experimentando o burnout, podem não só serem prejudicados na avaliação deste

fenômeno assim como também, subestimar informações importantes, como por exemplo,

o nível de suporte social por parte de supervisores e colegas devido a sua condição. Outra

limitação quanto ao instrumento é que nem sempre ele é transculturalmente validado para

atender a populações de professores de diferentes países.

Observou-se também que em alguns estudos foram realizadas análises estatísticas

inadequadas, como por exemplo, aplicar testes de inferência estatística em estudos

populacionais e/ou utilizar os testes de inferência estatística como medida de associação

entre variáveis estudadas.

Observou-se também que em alguns estudos a técnica e o cálculo amostral não foram

suficientemente descritos, logo, podemos suspeitar da constituição de amostras não-

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estatísticas (amostras de conveniência), o que compromete a validade externa e logo a

generalização dos resultados.

CONSIDERAÇOES FINAIS

O estudo de revisão sistemática aqui proposto, teve por objetivos, descrever a

produção científica existente na literatura consultada sobre a síndrome de burnout e o

trabalho docente e discutir aspectos metodológicos dos estudos que analisaram fatores

associados à SB em professores do ensino fundamental e médio, no entanto sem a

pretensão de esgotar o estado da arte sobre o tema proposto, mas sim instigar novas

pesquisas que possam trazer a luz mais conhecimentos sobre o adoecer do profissional

docente em seu trabalho.

Apesar de existirem vários instrumentos (questionários) para medir a síndrome de

burnout, os resultados encontrados no presente estudo, fornecem um ponto de partida

para a compreensão do processo seqüencial de desenvolvimento da síndrome na

categoria docente. Pode-se argumentar que a produção científica analisada na literatura

consultada sobre a síndrome de burnout na categoria docente, apresenta resultados

convergentes quanto à constatação da elevada prevalência de algumas dimensões da

síndrome, em especial da exaustão emocional na categoria.

Entretanto, com relação à síndrome de burnout, os resultados apontam a necessidade

de uma definição consensual entre os pesquisadores do tema, sobre a metodologia de

investigação e a utilização de um instrumento com pontos de corte padronizados e

universalmente aceitos para a definição da síndrome. Dessa forma, no futuro poderá ser

possível comparar os resultados de estudos realizados entre a mesma categoria

profissional e entre categorias diferentes e apontar possíveis fatores de risco associados à

síndrome.

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A partir das conclusões geradas no presente estudo, sugere-se novas pesquisas com

vistas a aprofundar as discussões sobre a necessidade de se pensar uma metodologia para

investigar a síndrome de burnout na categoria docente, que se sustente em critérios

claramente estabelecidos quanto a seus instrumentos de medição, escalas e pontos de

corte utilizados em sua avaliação.

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TABELAS

Tabela 1Análise descritiva dos estudos revisados

Estudo Referências País Ano Periódico N

1 JL Embich E.UA 2001 R. Special Education 3002 Zabel et al E.UA 2001 R. Special Education 3003 Moreno J. et al Brasil 2002 R.Psicologia em Estudo 634 Volpato et al Brasil 2002 R. E. InterAção Psy 1705 Férnandez Peru 2002 R. Facultad de Psicología 1646 Evers et al Netherland 2002 British Journal 4907 Silva et al Brasil 2003 Psicol. Escolar e Educacional 618 Rodriguez et al México 2003 R. Psicologia em Estudo 3019 Dorman Austrália 2003 Australian Journal of Educational 24610 Tatar et al Espanha 2003 Educational Psychology 28011 Marucco et al Argentina 2004 R. Eletrônica InterAção Psy 17712 Carlotto et al Brasil 2004 R. Psicologia em Estudo 24013 Ioannou et al Chipre 2005 D. of E. , University of Cyprus 31914 Lau et al Hong-Kong 2005 Social Indicators Reseach 179715 Carlotto Brasil 2005 R. Funcamp 56016 Peeters M. et al Nertherland 2005 J.O. Health Psychology 12317 Ayala et al Colômbia 2006 Rev. salud público. 12718 Carlotto Brasil 2006 Cad. Saúde Pública Rj 21719 Gomes et al Portugal 2006 R. Portuguesa de Educação 88520 Kokkinos Grecia 2006 British Journal of Educational 77121 Betoret Espanha 2006 Educational Psychology 24722 Guilian E.UA 2007 BMC Public Health 16323 Carlotto Brasil 2007 R. S.da A. B de P. Escolar e Educacional 28324 Goddart et al Austrália 2007 R. University of Southern Queensland 12125 Viera et al Venezuela 2007 Salud de los Trabajadores 34326 Unterbrink et al Alemanha 2007 Int Arch Occup Environ Health 94927 Tisiotti et al Argentina 2007 Pos Grado l 4 a VIa Cátedra deMedicina 1728 BenevidesP. et al Brasil 2008 Cad. Saúde Pública Mg. 31829 Milfont et al Israel 2008 Social Indicators Reseach 12930 Stoeber Alemanha 2008 Axiety, stress & Coping 11831 Vercambre et al França 2009 BMC Public Health 31832 Padilla et al Colômbia 2009 Rev. Colomb. Psiquiat 255833 Loonstra et al Holanda 2009 Taching and teacher education 50434 Inandi Turquia 2009 Social Behavior and personality 39035 Ozan Chipre 2009 Facult of Education 190

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Tabela 2

Escores indicando a síndrome de burnout por sub-escala( Maslach & Jackson)

BAIXO MODERADO ALTO

Exaustão Emocional 0-16 17-26 27+

Despersonalização 0-6 7-12 13+

Realização Pessoal 39+ 32-38 0-31Fonte: Illinois Periodicals Online, 2002

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Tabela 3: estudos que representaram a SB em porcentagem (%)

Estudo EE DE RP1 23,4 12,5 19,5

2 32,0 28,6 20,4

5 15,5 4,3 12,4

6 39,0 24,0 43,0

8 25,9 5,6 21,6

9 23,2 7,1 25,9

11 17,6 2,5 38,4

14 22,4 6,5 33,2

15 20,0 32,0 21,0

17 24,5 13,6 21,0

19 34,9 29,0 31,0

20 27,3 4,4 38,1

22 21,1 5,5 36,8

24 13,2 14,5 19,2

25 25,3 23,7 25,3

32 18,1 3,3 31,2

33 45,8 26,6 28,6

34 5,0 9,0 45,0

EE( Exaustão Emocional), DE( Despersonalização), RP(Realização Pessoal)

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Tabela 4: Estudos que representaram as dimensões da SB em média

Estudo EE DE RP3 2,5 1,2 4,5

4 3,0 1,1 2,2

7 5,4 2,0 9,0

12 2,2 1,6 1,4

13 3,1 1,4 4,6

16 1,5 0,8 4,0

18 2,3 1,4 1,6

23 2,3 1,3 1,6

26 2,3 1,4 3,5

27 0,9 1,7 0,6

28 2,7 1,1 1,3

30 2,5 1,9 2,4

31 2,7 1,1 1,3

EE( Exaustão Emocional), DE( Despersonalização),RP(Realização Pessoal)

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