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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO PARA A CIÊNCIA E O ENSINO DE MATEMÁTICA Fabiana de Vicente Vargas HIV/Aids: O Discurso de Alunos do Ensino Médio e da Graduação em Ciências Biológicas Maringá 2008

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM

EDUCAÇÃO PARA A CIÊNCIA E O ENSINO DE MATEMÁTICA

Fabiana de Vicente Vargas

HIV/Aids: O Discurso de Alunos do Ensino Médio e da Graduação em Ciências Biológicas

Maringá

2008

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FABIANA DE VICENTE VARGAS

HIV/Aids: O Discurso de Alunos do Ensino Médio e da Graduação em Ciências Biológicas

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação para a Ciência e o Ensino de Matemática, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre.

Orientadora: Profª. Drª Luzia Marta Bellini

Maringá

2008

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FABIANA DE VICENTE VARGAS

HIV/Aids: O Discurso de Alunos do Ensino Médio e da Graduação em Ciências Biológicas

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação para a Ciência e o Ensino de Matemática da Universidade Estadual de Maringá, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Educação para a Ciência e o Ensino de Matemática.

BANCA EXAMINADORA

Profª. Drª. Luzia Marta Bellini – Orientadora Universidade Estadual de Maringá -UEM

Prof. Dr. Jozimar Paes Almeida Universidade Estadual de Londrina - UEL

PROFª Drª Regina Maria Pavanello Universidade Estadual de Maringá – UEM

Maringá 10 de abril de 2008

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Dedico este trabalho

A minha mãe, ao meu filho e aos meus amigos, pelo incentivo, carinho

e amor.

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AGRADECIMENTOS

Á minha mãe, por todo incentivo, dedicação, amor e carinho dedicados

durante minha jornada acadêmica.

A meu filho, que soube entender e aceitar o pouco tempo dedicado a ele

neste período.

Á professora Luzia Marta Bellini, meus sinceros agradecimentos, não

apenas pela orientação, mas pelo incentivo, confiança e amizade nesses

anos de convívio.

Aos demais professores deste curso de Mestrado que, direta ou

indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho.

Aos alunos que se dispuseram a participar desta pesquisa.

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RESUMO

Este trabalho apresenta um estudo acerca da vulnerabilidade dos estudantes do ensino

médio e estudantes do curso de Ciências Biológicas em relação ao HIV/Aids. O

objetivo foi compreender qual o discurso sobre o HIV/Aids nestes jovens. A

metodologia foi fundamentada na análise do discurso recorrendo-se para este

procedimento a Bauer e Gaskell (2002) e os estudos de retórica de Breton (2003),

Reboul (2005) e Perelman e Tyteca (2005). Foram entrevistados dez alunos do Ensino

Médio e dez estudantes de Graduação do Curso de Ciências Biológicas entre maio a

outubro de 2007. As entrevistas foram gravadas. Para análise foram dispostas em

unidades de discurso de acordo com os temas: prevenção, cuidados, conhecimento da

síndrome e vulnerabilidade. Como resultado obteve-se: os estudantes do Ensino Médio

e Graduação assinalam “prevenção ao HIV/Aids é camisinha”. A metáfora de

comparação “prevenção é camisinha” é preponderante. As falas dos entrevistados

remetem a primeira abordagem sócio-educativa da história do HIV/Aids, a de grupo de

risco. Deste modo, o discurso encontra-se, ainda em 2007, centrado na mesma

abordagem de 25 anos atrás. Com isso, a vulnerabilidade é uma porta aberta.

Palavras Chaves: Vulnerabilidade, Argumentação, Figura de Retórica.

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ABSTRACT

This work shows a study about the vulnerability of secondary school and undergrad

Biologic Science students to the HIV/Aids. The objective was to understand the speech

about HIV/Aids among these people. The methodology was based in the speech

analyses recurring to Baurt and GasKell (2002) and in the rhetoric studies of Brenton

(2003), Reboul (2005) and Perelman and Tyteca (2005). Ten secondary school students

and ten undergrad Biologic Science students were interviewed from May, 2007 to

October, 2007. The interviews were recorded. To analyze, they were separated in

speech unit according to the theme: prevention, cares, knowledge about syndrome and

vulnerability. As a result we got: secondary school and undergrad students marked “the

prevention to HIV/Aids is condom”. The metaphor of “prevention is condom” is

preponderant. The interviews speech led to the first sociable-educative about the

HIV/Aids history, to a group of risk. By this way, the speech is, still in 2007, centered

in the same approach of 25 years ago. So, the vulnerability is an opened door.

Key-words: vulnerability, argumentation, rethoric aspects.

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 Casos de Aids notificados no CTA- Maringá Janeiro de 2008.

TABELA 2 Casos de Aids notificados no SINAM, declarados no SIM e registrados no SISCEL/SICLOM, segundo sexo e ano de diagnóstico. Brasil 1980-2007.

TABELA 3 Casos de Aids notificados no SINAM, declarados no SIM e registrados no SISCEL/SICLOM, segundo sexo e ano de diagnóstico. Brasil 1980-2007.

TABELA 4 Casos de Aids notificados no SINAM e declarados no SIM e registrados no SISCEL/SICLOM, segundo sexo e ano de diagnóstico. Brasil 1980-2007.

TABELA 5 Número de alunos entrevistados segundo gênero e instituição de ensino.

TABELA 6 Formas de prevenção ao contágio pelo HIV citadas pelos estudantes de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Maringá.

TABELA 7 Principais dúvidas citadas pelos estudantes de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Maringá, quanto a forma de contágio pelo HIV.

TABELA 8 Tabela (8) Principais dúvidas citadas pelos estudantes do Ensino Médio de instituições públicas e particulares de Maringá, quanto a forma de contágio pelo HIV.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Aids Síndrome da imunodeficiência adquirida

ARV Antiretroviral

CDC Centro de Controle e Prevenção de Doenças

CRT Centro de Referência e Tratamento

CTA Centro de Testagem e Aconselhamento

DST Doença sexualmente transmissível

E Estudante

HIV Vírus da imunodeficiência humana

MS Ministério da Saúde

PN Programa Nacional

UEM Universidade Estadual de Maringá

UDI Usuário de Droga Injetável

UNAIDS Programa das Nações Unidas para o HIV/Aids

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SUMÁRIO 

INTRODUÇÃO......................................................................................................................11

1  A PESQUISA .............................................................................................................................. 17 

1.1  Objeto de Pesquisa: delimitação e conceitos ......................................................................................... 17 

1.2. Sujeitos da pesquisa ............................................................................................................................. 18 

1.3. Em busca de conhecimento do mundo das pessoas convivendo com HIV/Aids. ..................................... 19 

1.4 Procedimentos e técnicas: o papel da metáfora na análise de discurso ................................................... 23 

2  UMA EPIDEMIA MULTIFACETADA: SUAS HISTÓRIAS E DESCOBERTAS .............. 24 

2.1 Existe Vida Após A Aids? ........................................................................................................................ 36 

2.2. O Que Se Pensa Sobre O HIV/Aids: o que dizem os estudos ................................................................... 37 

3     A RETÓRICA APLICADA À ANÁLISE DE DISCURSO ...................................................... 40 

3.1 As Figuras de Retórica ............................................................................................................................ 41 

4    RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................. 44 

4.1 As Entrevistas ........................................................................................................................................ 44 

4.2 Discussão .............................................................................................................................................. 89 

5.  CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................................... 93 

REFERÊNCIA .................................................................................................................................... 95 

ANEXOS ............................................................................................................................................. 98 

Anexo I ....................................................................................................................................................... 99 

Anexo 02 ................................................................................................................................................... 136 

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HIV/Aids: O DISCURSO DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO E DA

GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

INTRODUÇÃO

Esta pesquisa nasceu de uma inquietação profissional e pessoal. Desde 2004

realiza-se trabalho voluntário na Casa Assistencial Bezerra de Menezes,

Maringá, convivendo com pessoas com HIV. Nestes anos, com a equipe da

Casa, as quartas-feiras, foram feitas visitas as residências das pessoas portadoras

do HIV/Aids. A intenção da Casa é informá-las sobre seus direitos à saúde e aos

medicamentos, conversar sobre a síndrome e fazer entregas de alimentos.

Muitas delas não têm condições de trabalhar e enfrentam preconceitos quando

são identificados como portadores do HIV. Tenta-se levar novas perspectivas a

estas pessoas, após o diagnóstico de HIV, pois muitas perdem seu referencial de

vida.

Neste sentido, o universo do trabalho na Casa Assistencial Bezerra de Menezes

fez-se realidade como pesquisa institucional no Mestrado em Educação para as

Ciências. Desse modo, o objeto delineado para esta dissertação é: o discurso

acerca das informações científicas e culturais sobre o HIV/Aids1 dos estudantes

do Ensino Médio e Graduação em Ciências Biológicas.

Os problemas de investigação foram: 1. O que pensam os jovens sobre o

1 Adotou-se, nesta dissertação, a sigla HIV/Aids por tratar-se de uma convenção. No entanto, é preciso que se diga que a pessoa portadora do vírus (HIV) pode não ter desenvolvido a síndrome (Aids).

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HIV/Aids? 2. Quais são as informações científicas sobre o modo de infecção

por HIV? 3. Por que, a despeito das informações disponíveis pela televisão,

jornais, revistas e livros didáticos, tantas pessoas continuam se infectando? 4.

Quais fatores levam, sobretudo, os jovens a se cuidarem ou não? 5. Que tipo de

informação falta aos jovens? 6. Há falta de atitude preventiva que torna os

adolescentes vulneráveis ao HIV?

Com estes problemas foram investigados dois grupos de atores sociais. O

primeiro composto de dez alunos do Ensino Médio de diferentes escolas

públicas e particulares da cidade de Maringá, PR. O segundo grupo, de

estudantes do curso de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de

Maringá. A escolha da faixa etária dos jovens se deu pelo fato de que, nessa

idade, a maioria dos jovens inicia sua vida sexual. A escolha dos estudantes de

Ciências Biológicas também ocorreu pelo fato destes jovens terem contato com

temas da área.

Nesta dissertação será destacado o conceito de vulnerabilidade, termo cunhado

por Mann e colaboradores (1992) para designar condutas individuais, sociais,

culturais e institucionais que levam pessoas, em grupo ou sozinhas, a se

infectarem por HIV.

A Aids tem história própria; a busca por respostas e informações no início da

década de 1980, fez com que muitos erros fossem cometidos. Entretanto, foi

possível chegar a 2007 com vários acertos na prevenção.

As abordagens sócio-educativas para a prevenção do HIV/Aids passaram por

sucessivas mudanças. Nos primeiros anos da década de 1980, pensou-se em

combater seu avanço mostrando a população que os culpados eram os grupos

identitários, como os gays, as prostitutas e os usuários de drogas.

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A abordagem seguinte, de 1986 até o início de 1990, apostava no

comportamento individual como estratégia educativa. Cabia a pessoa não se

deixar infectar pelo vírus HIV. Assim como a abordagem anterior, a ênfase no

comportamento individual apresentou-se frágil e ineficaz ao combate do

HIV/Aids.

No final da década de 1990, teve início um período diferente; a nova abordagem

sócio-educativa atingiu suas feições atuais. A Aids é uma realidade mundial; já

não está mais restrita aos grandes centros urbanos. Passou a fazer parte da

realidade de milhares de pessoas, principalmente, entre as classes menos

favorecidas da sociedade. Desse modo, um novo perfil da Aids ocorreu; agora

se fala em pauperização e feminilização da epidemia. Com este quadro, não é

possível trabalhar mais com a noção de Grupo ou Comportamento de Risco.

Vulnerabilidade passou ser a palavra-chave para as estratégias das políticas de

prevenção ao HIV/Aids (AYRES, 1999).

Segundo Ayres (1997) para trabalhar com o conceito de vulnerabilidade é

preciso ir além da tradicional abordagem comportamentalista de redução de

risco exclusivamente individuais. O conceito é melhor entendido quando

traçaram as etapas históricas da epidemia e as respostas da comunidade

científica. Corroborando as idéias de Mann, Ayres (1997) define vulnerabilidade

ao HIV/Aids, como:

[...] esforço de produção e difusão de conhecimento, debate e ação sobre os diferentes graus e naturezas da suscetibilidade de indivíduos e coletividades à infecção, adoecimento ou morte pelo HIV/Aids, segundo a particularidade de sua situação quanto ao conjunto integrado dos aspectos sociais (ou contextuais), pragmáticos (ou institucionais) e individuais (ou comportamentais) que os põem em relação com o problema e com os recursos para seu enfrentamento (AYRES, 1997, apud SOUZA, 2001, p. 12)

A perspectiva da vulnerabilidade promoveu uma mudança na estratégia de

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combate ao avanço do HIV/Aids, pois forneceu elementos para avaliar

objetivamente as diferentes chances que todo e qualquer indivíduo tem de se

contaminar, devido as suas características individuais e sociais relevantes para

maior ou menor chance de proteção ao HIV (AYRES, 1996).

O conceito de vulnerabilidade foi elaborado por Mann et all (1992). Souza

(2001) apresenta as definições de Mann e seus colaboradores.

Em 1992 Mann e os demais membros da Coalizão Global, estabeleceram regras de referência para a avaliação da vulnerabilidade à infecção pelo HIV. Ficaram estabelecidos três planos interdependentes de determinação da vulnerabilidade: vulnerabilidade individual (cognitiva e comportamento pessoal), vulnerabilidade social (contexto social), e vulnerabilidade programática (anteriormente designada como "Programa Nacional de Combate à AIDS"). A seguir será descrita a estrutura básica de cada um destes três planos (SOUZA, 2001, p. 13).

Para definir vulnerabilidade, Souza (2001, p.14) apresenta os três níveis:

• São vulneráveis aqueles que não são portadores da infecção

apresentam um grau potencial de vulnerabilidade ao HIV/Aids [...], o

que poderá variar no decorrer do tempo em função dos valores

pessoais e das formas de dispor ou não de medidas de

proteção/prevenção.

• Os indivíduos soropositivos infectados pelo HIV são vulneráveis ao

desenvolvimento da síndrome, invalidez ou à morte se não dispuserem

de um serviço de saúde e apoio social direcionado a prestação de

assistência qualificada.

• Existem condições de natureza cognitiva (aconselhamento),

comportamentais (mudança de atitudes, práticas), programática e

social (acessibilidade às medidas preventivas para a adoção de

práticas mais seguras pelas oficinas, vídeos disponíveis nos próprios

serviços de saúde).

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Mann e seus colaboradores (1993) propuseram uma auto-avaliação, com seis

perguntas para qualificar o grau de conscientização de cada indivíduo (com

exceção daqueles incapazes de responder a tais questões) em relação à

vulnerabilidade individual ao HIV. São elas:

1. Qual é o grau de vulnerabilidade à infecção pelo HIV? 2. Quais são as pré-

condições necessárias para reduzir vulnerabilidade e quais delas ainda não foram

atendidas? 3. Até que ponto pode reduzir esta vulnerabilidade? 4. O que fazer

para gerar mudanças nos serviços sociais e de saúde a fim de reduzir

vulnerabilidade? 5. O que fazer para gerar mudanças sociais e ambiente

necessárias a redução da vulnerabilidade? 6. Como atitudes individuais e

coletivas podem facilitar essas mudanças?

Essa avaliação deve ser dirigida às pessoas que estão submetidas às diferentes

formas de infecção pelo HIV: a sexual, o uso compartilhado de drogas

injetáveis, sangue/produtos derivados de sangue e transmissão vertical (ou seja,

da mãe para o feto/recém-nascido). Em cada uma destas formas de transmissão

devem-se contemplar essas avaliações cognitivas, comportamentais e sociais

(MANN, 1993).

Nossas hipóteses baseiam-se nos estudos de Ayres (2002). Este médico,

corroborando a tese de Paulo Freire, afirma que prevenção não se ensina não se

trata de uma simples aquisição de informação. É preciso pensar a educação

sexual de forma diferenciada levando em conta o público a que se fala, suas

necessidades, sua cultura, suas representações de doença e saúde. O simples

saber não garante atitudes preventivas com relação às DST´S.

Para esta pesquisa é importante lembrar que os temas relacionados a sexualidade

quase sempre são muito difíceis de serem abordados nas investigações. É

importante a constatação de Thiollent (1982) pois independente de o tema

sexualidade fazer parte do currículo escolar, as aulas de educação sexual não

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garantem menor vulnerabilidade ao HIV/Aids entre os jovens. A

vulnerabilidade continua alta entre os jovens, os adultos homens e mulheres,

homossexuais e heterossexuais.

Para identificar as falas/argumentos dos entrevistados, levantaram os estudos de

Perelman e Tyteca (2005), no campo da argumentação. Para os autores (2005, p.

01) a argumentação é o campo “[...] do verossímil, do plausível, do provável, na

medida em que este último escapa às certezas do cálculo”. Reboul (2004, p 92.)

a argumentação têm cinco características essenciais: “1. Dirige-se a um

auditório; 2. Expressa-se em linguagem natural; 3. Suas premissas são

verossímeis; 4. Sua progressão depende do orador; 5. Suas conclusões são

sempre contestáveis.

Este trabalho foi dividido em cinco seções. Na seção II, apresenta a pesquisa. Na

seção III, a história da síndrome e sua transformação em duas décadas. Na seção

IV, aborda os estudos sobre o campo da argumentação para a análise do

discurso. Na seção V, apresenta os resultados das investigações.

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1 A PESQUISA

1.1 Objeto de Pesquisa: delimitação e conceitos

Nesta pesquisa buscou-se entender o que pensam os jovens acerca do HIV/Aids.

Tratando de um tema bastante polêmico, a sexualidade.

Delinearam esta pesquisa de acordo com os procedimentos metodológicos

propostos por Rosalind Gill no livro “Pesquisa Qualitativa com texto, imagem e

som”, de Martin W. Bauer e George Gaskell (2002).

Gill (2002, p. 244) diz que “análise de discurso é um nome dado a uma

variedade de diferentes enfoques no estudo de texto, desenvolvida a partir de

diferentes teóricas e diversos tratamentos em diferentes disciplinas”. Gill (2002)

enfatiza que a linguagem não é um meio neutro de descrever o mundo é uma

convicção do sujeito em uma sociedade plural. Desta maneira, podem analisar o

discurso de grupos sociais sabendo que a linguagem é social, cultural e implica

em conviver com o sujeito que fala.

Thiollent (1982) discorre sobre as dificuldades para se realizar uma pesquisa

com este tema. Para o pesquisador a pesquisa vai além da obtenção de dados.

Para isso, é importante que exista uma interação entre entrevistado e

entrevistador. A confiança é um dos elementos essenciais para que o

entrevistado exponha sem constrangimento acerca de temas como sexo, religião

ou política que sempre são complexos. Se o entrevistador não souber conduzir a

pesquisa, tende a obter respostas fabulosas e/ou dissimuladas (THIOLLENT,

1982).

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Investigaram dois grupos de atores sociais. Para definir o conceito de ator social

tomaram Goffman (1985). Para Goffman atores sociais são aqueles que têm a

habilidade de escolher seu palco, sua peça e o figurino que ele usará para cada

público. O objetivo principal do ator é manter sua coerência e se ajustar de

acordo com a situação.

Entrevistaram os dois grupos com um questionário aberto. Para o grupo 1, seis

questões e sete questões ao grupo 2 (Anexo 1). Neste sentido, realizaram neste

trabalho um exame do discurso com 20 jovens de 15 a 24 anos. Dez jovens que

estavam em escolarização no Ensino Médio e dez em Graduação em Ciências

Biológicas.

O projeto foi enviado ao Comitê de Ética da Universidade Estadual de Maringá

em (Anexo2).

O tema da entrevista foi a prevenção e a vulnerabilidade de estudantes jovens

diante do HIV/Aids.

Como procedimento metodológico fez-se o exame das respostas dos

entrevistados separando-as em unidades semânticas ou unidade de sentido, ou

seja, por frases indicando o sentido do tema dado pelo entrevistado. Por

exemplo, analisaram todas as respostas dadas das questões 1 a 6 do primeiro

grupo e 1 a 7 do segundo grupo de entrevistados. Dessas unidades, examinaram

as metáforas que sobressaíram na explicitação do sentido de prevenção,

informação e vulnerabilidade.

1.2. Sujeitos da pesquisa

Trabalharam com dois grupos de atores sociais. No primeiro grupo estão 10

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estudantes do ensino médio de diferentes escolas públicas e particulares. A

escolha do primeiro grupo ocorreu pelo conhecimento de adolescentes que

convivem na Casa Assistencial Bezerra de Menezes, que presta auxílio as

pessoas com deficiência, infectadas pelo HIV ou doentes de Aids. Estes

adolescentes estavam na faixa etária entre 15 anos e 24 anos de idade.

O contato com os estudantes ocorreu por meio dos pais. Cada pai, mãe ou

responsável foi contatado pela pesquisadora.

A escolha do segundo grupo, de estudantes do curso de Ciências Biológicas da

Universidade Estadual de Maringá, deveu-se pela formação na área e também

pela idade. Para realizarem a entrevista com os alunos do curso, solicitaram

permissão da professora Ana Obara, docente da disciplina de Prática de Ensino

na Universidade Estadual de Maringá, e da Coordenação do colegiado do Curso

de Ciências Biológicas.

1.3. Em busca de conhecimento do mundo das pessoas convivendo com HIV/Aids.

Para obter dados necessários a nossa pesquisa foram ao Centro de Testagem e

Aconselhamento em Maringá (CTA). Lá, tiveram dois momentos, o primeiro foi

no início da pesquisa quando entraram em contato com Eliane Biazon2 (2008),

enfermeira que trabalha na área da saúde há mais de 10 anos, e quatro no CTA.

Este encontro, a princípio, era para a coleta de dados do número de pacientes

soropositivos da região de Maringá ou outras informações que pudessem

contribuir com o desenvolvimento da pesquisa.

2 O nome das funcionárias do CTA -Maringá foram mantidos mediante autorização das mesmas.

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As informações que procuravam não podiam ser obtidas sem a autorização da

Secretaria de Saúde. Neste primeiro momento não obtiveram os dados que

necessitavam. No entanto, souberam da história do CTA.

No CTA Maringá, os trabalhos com crianças e adolescentes convivendo com

HIV/Aids é uma iniciativa pioneira. Nasceu da necessidade de dar aos pais e/ou

responsáveis subsídios sobre a melhor forma de trabalhar com os jovens

atendidos, temas como adesão, sexualidade e os direitos destas pessoas

convivendo com o HIV/Aids.

O projeto com os adolescentes do CTA visa, sobretudo, a adesão dos jovens ao

tratamento. Para Biazon a adesão não é apenas tomar remédios é uma mudança

no estilo de vida das pessoas que convivem com o HIV/Aids. Segundo a

enfermeira, há a necessidade de o portador perceber que o uso contínuo de

medicamentos também é feito por diabéticos ou hipertensos.

Para as pessoas HIV positivas que já fazem uso dos medicamentos é importante

seguir rigorosamente a prescrição médica. Existe dificuldade de entenderem que

não é possível parar de tomar o medicamento durante os finais de semana ou

quando saem de férias. Uma vez iniciado o tratamento, este deverá ocorrer pelo

resto da vida e todos os dias. Neste sentido, a mudança dos hábitos é um

requisito essencial tanto para aqueles que já iniciaram o tratamento quanto para

os que são portadores do vírus, mas que ainda não estão tomando o coquetel.

Biazon diz que não há regras fixas para este trabalho. Cada caso tem suas

particularidades. Mas, como regra geral recomenda-se a atividade física, boa

alimentação e não consumir substâncias entorpecentes como o álcool ou drogas

como a maconha ou o crack, que debilitam a saúde dos soropositivos.

A enfermeira responsável relata a vida de paciente que poderia ser sujeito de

estudo, soropositivo há vinte anos. É um caso em que o estilo de vida conta

muito no não desenvolvimento da síndrome, apenas em 2007 o paciente

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começou a fazer uso dos medicamentos. Para Biazon as causas podem estar

relacionadas ao tipo de vida que leva, pois, pratica exercícios físicos e tem boa

alimentação.

O segundo momento no CTA começou em novembro de 2007. Queriam obter

dados do número de pessoas soropositivas, a idade e a forma de contágio.

Esperou-se pela liberação dos dados entre novembro de 2007 a fevereiro de

2008.

As responsáveis pelo CTA, Marta Evelyn Giansante Storti e a enfermeira Eliane

Biazon ajudaram na coleta dos dados. Informaram das dificuldades de fornecer,

pois, na maioria das vezes, é necessário o manuseio dos prontuários. Segundo

Storti, para alguns pacientes, sua condição é desconhecida para as demais

pessoas da sociedade, até mesmo dos familiares. Houve o caso de uma estagiária

que estava coletando dados e ficou sabendo que familiar era portador. Desta

forma, para preservar os direitos dos pacientes, as autorizações passam por uma

seleção rigorosa.

Após a liberação, foram muito bem recebidos no CTA. Foram dois dias no

centro, entretanto, perceberam o empenho e a dedicação dos profissionais que

ali trabalham. Apesar das dificuldades que estas pessoas têm com a falta de

funcionários.

Os dados no CTA ainda estão sendo organizados. A falta de sistematização

destes podem levar a uma estatística distorcida dos dados nacionais.

As informações coletados no CTA-Maringá permitiram conhecer o número de

homens e mulheres soropositivas atendidos pela 15º Regional de Saúde, que

compreende Maringá e mais vinte e nove municípios. Obteve-se a idade destas

pessoas. Entretanto, dados como orientação sexual e forma de contágio não

estavam disponíveis.

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Em Maringá há 1099 casos declarados de soropositivos; 734 do sexo masculino

e 365 do sexo feminino. A faixa etária que mais apresenta portadores, tanto do

sexo masculino como feminino está entre 38 a 47 anos. Na tabela a seguir estão

os dados coletados no CTA- Maringá:

Tabela 1. Casos de Aids notificados ao CTA – Maringá até dezembro 2007 Até Dezembro de 2007

Gênero Masculino (1) Feminino (2)

734 365

18-27 28-37 38-47 48-57 58-6 68-77 78-97 Ignorada

Masculino 11 127 297 204 75 12 02 06

Feminino 06 91 146 84 22 09 02 05

Fonte CTA- Maringá – Fevereiro de 2008

Total 17 218 443 284 97 21 04 11

Ainda na tentativa de obter conhecimento do mundo das pessoas convivendo

com HIV/Aids, conversaram em maio de 2007, com Maria Aparecida3,

profissional do sexo, responsável pelo trabalho no Centro de Maringá. Com

cerca de quarenta anos, não trabalha mais desde que descobriu que convive com

o HIV. Atualmente, Maria Aparecida está com a saúde bastante comprometida.

Pretendiam fazer entrevistas com as profissionais do sexo feminino que

trabalham com Maria Aparecida para conhecer o grau de vulnerabilidade destas

profissionais. Porém, não foi possível dado o tempo para conclusão deste

trabalho.

3 Nome fictício.

Faixa etária

Pessoas HIV+

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1.4 Procedimentos e técnicas: o papel da metáfora na análise de discurso

As figuras de linguagem, em especial, a metáfora, foram sempre consideradas

como papel importante nas poesias, na ficção, nas artes em geral. Sua função

retórica no discurso das ciências ou nos modelos das ciências é recente

(RICOUER, 2000).

Neste item, destacam algumas dimensões da metáfora como parte da

argumentação. Ricouer (2000, p. 29-30) apresenta a classificação de metáfora

por Aristóteles, ressaltando as seguintes formulações: a metáfora foi confinada

entre as figuras de retórica, é “algo que acontece ao nome”, uma vez que ela se

vincula a palavra. No entanto, ela sofre/produz um deslocamento de sentido. É o

tropo da semelhança. Esta característica lhe permite a transposição de designar

uma coisa por outra.

Um desdobramento desta característica é a idéia de substituição. Ricouer (2000)

mostra que essa noção pode levar a metáfora da comparação, muito utilizada nos

discursos quando recorremos as analogias.

O caminho metodológico é compreender quais são as semelhanças que os atores

sociais fazem quando se referem ao HIV/Aids. Como eles procedem em seu

raciocínio quando se utilizam das analogias em especial, as metafóricas.

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2 UMA EPIDEMIA MULTIFACETADA: Suas Histórias e Descobertas

Em 1980, nos Estados Unidos, surgiram as primeiras pessoas com sarcoma de

Kaposi è um tipo raro de pneumonia causada por um fungo Pneumocystis

carinii. Esses indivíduos, na maioria homossexual, tinham o sistema

imunológico comprometido. Em pouco tempo, as autoridades da área da saúde

informaram tratar de uma doença ligada aos homossexuais e, por isso, foi

batizada de GRID–GAY (Related Imunodeficiency) Deficiência Imunológica

Relacionada aos Gays (LEITE, 2006).

No ano seguinte, 1981, Michael Gottieb, publicou no boletim do Centro de

Controle e Prevenção de Doenças (CDC) o aparecimento de uma nova

enfermidade que causava falência no sistema imunológico dos pacientes. Neste

mesmo ano surgiram os primeiros casos da nova doença na Dinamarca e Reino

Unido. Em 1982, os pesquisadores do CDC rebatizaram a GRID–GAY para

AIDS – Acquireded Imunodeficiency Syndrome, devido a ocorrência de casos

em hemofílicos, usuários de drogas injetáveis (UDI) e pacientes que tinham feito

transfusão de sangue (LEITE, 2006).

Ao contrário de outras doenças que levaram décadas ou até mesmo séculos para

terem seus agentes etiológicos identificados, em apenas três anos, os

pesquisadores Luc de Montagner no Instituto Pasteur, em Paris e Robert Galo,

nos Estados Unidos, identificaram o agente da Aids, o HIV (Vírus da

Imunodeficiência Humana). Esta descoberta deixou o mundo sobre alerta diante

de uma nova “Entidade Clínica” que, de imediato, chamou a atenção dos

serviços de assistência e, especialmente, dos centros de investigação

epidemiológica (LEITE, 2006).

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No Brasil, a Dra. Valéria Petri, da Escola Paulista de Medicina, o Prof. Vicente

Amato Neto, da Faculdade de Medicina da USP, e o Dr. Luiz Jacintho, da

Unicamp, foram os primeiros pesquisadores a identificar a Aids em 1982

(CRT,1998). Mas, estudos posteriores indicaram que, em 1980, em São Paulo,

houve um caso de Aids. Como o período de incubação da doença pode ser de 10

anos, é possível que o vírus tenha chegado ao Brasil nos anos de 1970

(MARQUES, 2003).

Mesmo com a confirmação dos primeiros casos no Brasil, isso não foi suficiente

para que houvesse uma mobilização dos órgãos de saúde federal que, na década

de 1980 pouco ou nada fizeram. Alegaram outros problemas mais urgentes de

saúde no país. As autoridades acreditavam que os casos eram isolados entre os

homossexuais. Diante do descaso do Governo Federal, as primeiras medidas de

prevenção a Aids foram feitas pelos Estados. São Paulo foi o Estado pioneiro

no estudo da nova doença. Iniciou suas ações em 1983 diante da omissão das

autoridades federais e da onda de pânico, medo e discriminação. Dois anos

depois, “[...] sistema formal de vigilância epidemiológica em relação à Aids

iniciou suas atividades em âmbito nacional em agosto de 1985” (MARQUES,

2003, p.71).

Com a adesão do Governo Federal em 1985 no combate ao HIV/Aids,

iniciaram-se as campanhas de prevenção. Essas visavam conter o avanço da

síndrome. Entretanto, apesar da constância dessas campanhas, o número de

pessoas infectadas diariamente pelo vírus HIV continuou crescendo. Segundo

dados do Ministério da Saúde, de 1980 a junho de 2000, foram notificados à

Coordenação Nacional de DST e Aids 190.949 casos de Aids no Brasil. Em

dezembro de 2007, a Coordenação Nacional divulgou a existência de 474.273

pessoas vivendo com HIV/Aids no Brasil, todos os anos, surgem novos casos

(AYRES, 2002).

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De acordo com Ayres (2002) o número crescente de casos, provavelmente, foi

reflexo das medidas equivocadas. A primeira ação sócio-educativa de prevenção

da nova doença foi pautada no discurso do terror e do medo. Entre “os

“slogans” da década de 1980 estava “Se você não se cuidar, a Aids vai te pegar”.

Acreditava-se que, quanto mais assustadora a propaganda, melhor seu efeito

preventivo. Ayres (2002) afirma que esta foi a primeira lição aprendida uma vez

que essa campanha mostrou-se ineficiente. Com o discurso do medo as pessoas

afastavam-se do problema.

[...] o correr dos anos e a experiência prática, porém, encarregaram-se de apontar a ineficiência dessas estratégias. Mais que isso mostrou que o terror ajuda a gerar e aumentar a discriminação e o preconceito e esses mostraram ser um dos mais perniciosos componentes da epidemia e um das mais importantes elementos a serem combatidos (TREICHELER, 1991; DANIEL, 1994, apud AYRES, 2002).

Com o fracasso dessa campanha, uma nova foi realizada. Porém, a medida

seguinte também falhou, pois foi carregada de moralismo. Definiram-se os

"grupos de risco"; estes grupos eram os homossexuais, trabalhadores do sexo,

usuários de drogas injetáveis. Quem fazia parte dos grupos de “risco” eram os

culpados pela disseminação do vírus; as crianças e transfundidos eram as

“vítimas” ou "inocentes". A construção simbólica da Aids mais do que ajudar

no controle da epidemia, estigmatizava os portadores e os afastava da

sensibilização e da prevenção. Estes portadores, embora vulneráveis à infecção

pelo HIV, não podiam se perceber como "promíscuos", "mal comportados"

(AYRES, 2002).

A construção de grupos identitários (grupos de risco) não contribuiu para a diminuição

de novos casos de contágio pelo vírus HIV, tampouco serviu como medida de

conscientização. Pelo contrário, serviu para distanciar, cada vez mais, as pessoas dos

programas e das medidas preventivas. O conceito de grupo de risco foi abandonado,

pois bem cedo se percebeu sua fragilidade e ineficiência (AYRES, 2002).

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O conceito seguinte para a campanha de prevenção tinha estreita relação com o

discurso epidemiológico e foi focado no comportamento individual. Com isto,

surgiu a concepção de “Comportamento de Risco”. Neste caso, a prevenção era

de responsabilidade do indivíduo; cabia-lhe ser o responsável por sua prevenção.

Apesar de ser um conceito mais elaborado que o anterior, por não estar mais

restrito a uma parcela da população, uma vez que trazia a noção de problema

coletivo, o chamado comportamento de risco mostrou limites para nortear

estratégias de conhecimento e intervenção no HIV/Aids (AYRES, 1999).

No Brasil, na história do HIV/Aids várias medidas preventivas foram tomadas.

Em 1987 foi criada a Comissão Nacional de Aids. No carnaval de 1987, o

Governo Federal, lançou a Primeira Campanha Educativa, devido ao aumento de

turistas estrangeiros. Porém, esta campanha foi recriminada pela Igreja Católica

e por forças conservadoras que não queriam propagandas com conotações de

práticas sexuais na TV (LEITE, 2006).

Somente no final da década de 1990, segundo Ayres (1999), teve início o último

período da história da epidemia; neste, a síndrome e sua prevenção atingiram

suas feições atuais. A Aids era uma realidade mundial, já não estava mais

restrita aos grandes centros urbanos como Nova York, São Paulo e outras

capitais mundiais. Passou a fazer parte da realidade de milhares de pessoas,

principalmente entre as classes menos favorecidas da sociedade. Nesta década,

houve a pauperização e a feminilização da síndrome. Cresceu o número de

mulheres casadas infectadas pelo vírus. Com esse quadro, já não era mais

possível trabalhar com a noção de comportamento de risco. Vulnerabilidade

passou a ser a palavra-chave para a prevenção de todos os setores sociais

(AYRES, 1999).

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O conceito de vulnerabilidade surgiu como estratégia para superar a abordagem

de comportamento individual e para chegar a uma conduta social. Ayres (1997)

resume a conceituação de vulnerabilidade ao HIV/Aids como:

[...] esforço de produção e difusão de conhecimento, debate e ação sobre os diferentes graus e naturezas da suscetibilidade de indivíduos e coletividades à infecção, adoecimento ou morte pelo HIV/Aids, segundo a particularidade de sua situação quanto ao conjunto integrado dos aspectos sociais (ou contextuais), pragmáticos (ou institucionais) e individuais (ou comportamentais) que os põem em relação com o problema e com os recursos para seu enfrentamento (AYRES, 1997, apud SOUZA, 2001, p.17)

O conceito de vulnerabilidade vincula-se aos fenômenos de feminilização e de

pauperização do HIV/Aids. As pessoas socialmente desfavorecidas estão entre

as de menor nível de escolarização. Em 1982, a maioria dos casos notificados de

Aids era de pessoas com escolaridade entre o ensino médio e superior. Em 2000

entre os casos notificados, 74% eram analfabetos ou haviam completado o

ensino fundamental. Apenas 26% apresentavam mais de 11 anos de

escolarização ou curso superior (BRITO, 2001).

A infecção pelo HIV aliada, aos problemas econômicos, mostra que os casos

aumentam entre as mulheres. De acordo com os dados do Boletim

Epidemiológico do Ministério da Saúde de 2007, podemos observar a

distribuição dos casos de Aids por gênero. Dos 474.273 casos notificados até

2007, 67% eram do sexo masculino e 33% do sexo feminino. Entre os anos de

1980 a 1995, 81% dos infectados eram homens e 19% eram mulheres.

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O alto grau de vulnerabilidade da mulher no Brasil é explicado por Paiva (2002, p.13).

Antes de qualquer programa que "ensina" prevenção, procuramos conhecer seus interesses, fé pessoal, problemas e necessidades. Descobrimos que as garotas em geral queriam conversar sobre namoro, virgindade, relação sexual. Quando propúnhamos discutir sua vulnerabilidade ao HIV, as garotas preferiam discutir sobre todos os "perigos" do sexo (gravidez, medo de perder o namorado, de "perder" a virgindade, violência) e também aprender a se defender da insistência dos rapazes para transar e seu medo de perder o controle. Em contrapartida a maioria dos garotos queria aprender "tudo sobre sexo" e como seduzir uma mulher, antes de saber se proteger e proteger a parceira (PAIVA, 2002, p.10).

Até o início dos anos noventa, uma década depois de identificado o vírus HIV e

a Aids. As mulheres ainda não tinham tomado consciência de que o HIV e a

síndrome faziam parte do universo feminino. “Em junho de 1991 o New York

Time publica uma matéria intitulada: “Mulheres não pegam Aids, elas somente

morrem disso” (GIACOMOZZI, 2004 apud AMARO, 1995, p.2)”.

Pode-se conhecer melhor essa crença – “de que mulheres não se infectavam”

lendo o livro “Depois daquela viagem”, de Valéria Polizzi (2001) relatando sua

história como soropositiva. Adolescente de classe média alta, Polizzi namorou

um rapaz dez anos mais velho, em 1986, ela com quinze, ele com vinte e cinco.

Dois anos mais tarde, Valéria Polizzi descobre que havia sido infectada pelo

namorado com vírus HIV. Os médicos brasileiros após uma série de exames

confirmam o diagnóstico, não sem demonstrar surpresa, afinal em 1988 o

HIV/Aids era problema restrito aos gays, prostitutas e hemofílicos (POLIZZI,

2001).

Confirmando a matéria do New York Time “Mulheres não pegam Aids elas

somente morrem disso” nos EUA, Valéria repetiu os exames. Acreditava que,

provavelmente, os médicos brasileiros haviam se enganados quando afirmaram

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que ela estava contaminada pelo vírus HIV, “Primeiro porque ela era mulher;

segundo porque não tinha praticado sexo anal”. Infelizmente, ela estava errada e

a partir de 1990 muitas mulheres passam a ser diagnosticadas como

soropositivas (POLIZZI, 2001).

Por muito tempo as mulheres ignoraram o HIV/Aids, pois não acreditavam que

era problema de todos. Entre as mulheres casadas, o problema não é menor.

Estas se sentem seguras porque são casadas e isso as torna mais vulneráveis às

DST´S em geral.

Joffe (2002) afirma que, no século XV, a sífilis começou a infectar toda na

Europa. A resposta dos europeus a nova doença foi semelhante a das mulheres

que hoje enfrentam o HIV e a Aids. Porém, ignorar o problema não o torna

menos preocupante. Segundo dados do Ministério da Saúde de 1986, para cada

15,1 homens convivendo com HIV/Aids, existia 1,5 mulher. Em 2005, para cada

1,5 homens vivendo com HIV/Aids, existia 1 mulher.

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Nas tabelas 2, 3 e 4 estão os dados do período de 1980 a junho de 2007 das

pessoas infectadas pelo vírus HIV, levando em conta a opção sexual e a

categoria de exposição.

Tabela 2. Casos de Aids notificados no SINAM declarados no SIM e registrados no SISCEL/SICLOM, segundo sexo e ano de diagnóstico. Brasil 1980-2007.

Categoria de Exposição 1980-1995 2007

N° % N° %

Masculino

Homossexual 22.220 26,0 458 17,1

Bissexual 10.425 12,2 234 8,7

Heterossexual 14.550 17,0 1.234 46,1

UDI 23.455 27,5 269 10,1

Hemofílico 839 1,0 0 0,0

Transfusão 737 0,9 4 0,1

Transmissão Vertical 1 0,0 6 0,2

Ignorada 13.136 15,4 470 17,6

Fonte MS/SUS/PN-DST/Aids Nota(1) casos de 30/06/2007

Total 85.363 100 2.675 100

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Tabela 3. Casos de Aids notificados no SINAM declarados no SIM e registrados no SISCEL/SICLOM, segundo sexo e ano de diagnóstico. Brasil 1980-2007.

Categoria de Exposição 1980-1995 2007

N° % N° %

Feminino

Heterossexual 15.809 75,0 1.447 95,0

UDI 4.610 21,8 64 4,2

Transfusão 566 2,7 2 0,1

Transmissão Vertical 1 0,0 5 0,3

Ignorada 104 0,5 6 0,4

Fonte MS/SUS/PN-DST/Aids Nota(1) casos de 30/06/2007

Total 21.090 100 1.524 100

Tabela 4. Casos de Aids notificados no SINAM declarados no SIM e registrados no SISCEL/SICLOM, segundo sexo e ano de diagnóstico. Brasil 1980-2007.

Ano do Diagnóstico 1980- 2007 Masculino % Feminino %

Total 314.294 67 159.979 33

Fonte MS/SUS/PN-DST/Aids Nota(1) casos de 30/06/2007

Os dados anteriores foram retirados do site do Ministério da Saúde (MS). Este

utiliza quatro sistemas para a coleta e gerenciamento de dados. São eles, o

SINAM, SISCEL, SICLON e SIM.

SINAM é o Sistema de Informação de Agravos de Notificações que funciona

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desde dezembro de 2003 (Portarias GM/MS N° 2325) tem a função de receber

as notificações e investigações de casos de doenças que constam da lista de

notificação compulsória. O MS classifica 90 tipos de doenças compulsórias,

desde acidentes por animais peçonhentos à infecção pelo vírus da

Imunodeficiência Adquirida Humana (HIV). Entretanto, estados e municípios

podem incluir outros problemas de saúde que julguem importantes em sua

região, como o caso da febre amarela no Estado de Goiás (PORTAL SAÚDE,

04 fevereiro 2008).

O segundo sistema de coleta e gerenciamento de dados utilizado pelo MS é o

SISCEL (Sistema de Controle de Exames Laboratoriais da Rede Nacional de

Contagem de Linfócitos CD4+/CD8+ e Carga Viral).

O MS fornece as unidades de saúde kits para a realização dos exames. O

material é processado em um dos 88 laboratórios que realizam exames de CD4 e

75 laboratórios que realizam exames de Carga Viral (MINISTÉRIO DA

SAÚDE AIDS, 04 de fevereiro de 2008).

O terceiro sistema é o SICLO que tem por objetivo o gerenciamento logístico

dos medicamentos antiretrovirais (ARV). Este sistema permite que o Programa

Nacional (PN) se mantenha atualizado em relação ao fornecimento de

medicamentos aos pacientes em tratamento com os ARV, possibilitando o

controle dos estoques e a distribuição destes medicamentos, assim como a

obtenção de informações Clínico-laboratoriais dos pacientes que vivem com

Aids (MINISTÉRIO DA SAÚDE SISTEMAS, 04 de fevereiro de 2008).

O SIM é o Sistema de Informação de Mortalidade que permite aos gestores da

saúde, pesquisadores e demais pessoas interessadas obterem informações dos

óbitos declarados pelas Secretárias Estaduais de Saúde. É fonte de pesquisa e

gerenciamento nos programas e controle de doenças (MINISTÉRIO DA

SAÚDE AIDS, 04 de fevereiro de 2008).

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Quanto as medidas de prevenção entre os jovens, Paiva (2002) afirma que, no

Brasil, existem tantas diferenças entre os adolescentes quantas as existentes

entre os brasileiros. Os adolescentes pertencem a “tribos” diferentes, com

costumes e necessidades diversas. É só sair as ruas que encontram jovens

negros, brancos, homossexuais, bissexuais, heterossexuais que estudam em

escolas particulares e têm suas contas pagas pelos pais, jovens da mesma idade

que vendem o corpo para levar dinheiro para casa, alguns calçando tênis caros

outros que andando descalços. Diante de tantas desigualdades, é evidente que a

vulnerabilidade entre os jovens seja vivida e entendida de forma diferente

(PAIVA, 2002).

A perspectiva da prevenção ao HIV/Aids feita para os jovens precisa ser vista

além do sexo seguro. “O trabalho de prevenção da Aids precisa estar integrado

a idéia de cidadania e direitos aos temas da sexualidade a do uso de drogas”

(PAIVA, 2002, p.19).

Para Paiva, é preciso respeitar as diferenças entre os gêneros e as dimensões

culturais sobre sexo e a sexualidade, pois estes são marcos para quem quer fazer

uma prevenção mais efetiva. Os meninos são educados para “pegarem todas”,

estão interessados em aprender como seduzir uma garota; prevenção não faz

parte das suas necessidades (PAIVA, 2002).

A preocupação feminina gira em torno dos perigos do sexo (gravidez, medo de

perder a virgindade, violência, medo de perder o namorado); as garotas têm

necessidade de aprender a dizer não frente à insistência dos rapazes em transar.

O medo maior para as garotas é o de serem confundidas com a "escolada", aquela que transa com qualquer um, a que está disponível para o sexo. Propor a camisinha e ter que negociar seu uso é contrapor-se a este modelo de mulher, ser mais "sabida" que o homem e experiente frente ao sexo (PAIVA, 2002, p.17).

As diferenças sociais são importantes para avaliar a vulnerabilidade ao HIV em

adolescentes. Nas pesquisas realizadas por Paiva (2002) são apresentadas

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algumas razões que levam os jovens a não se sentirem vulneráveis ao HIV:

a) Os jovens não se cuidam, pois acreditam que “[...] a vida que levam

não vão se contaminar”. Têm certeza da lealdade de seus parceiros; e

confiam neles porque “ele não usa drogas” ou “ela não transa com

qualquer pessoa”. Paiva (2002) constatou que os jovens estão mais

familiarizados com o uso do preservativo. Entretanto, o uso freqüente

ainda não é regra. Na maioria dos casos, o preservativo só é utilizado

no início do relacionamento. Assim que o namoro vira “coisa séria”,

não usam mais.

b) Os jovens não utilizam o preservativo apesar de reconhecerem sua

eficácia no combate ao HIV, pois acreditam que ele diminui o prazer

nas relações sexuais.

c) Os jovens distanciam-se das práticas preventivas quanto mais

moralistas forem os discursos nos postos de saúde e nas escolas.

d) A desinformação afasta os jovens da prevenção. A Aids “[...]

aparece ainda associada ao medo, à morte certa, à doença sem cura

que acaba com a vida da pessoa” (Paiva, 2002, p.16).

Para uma parcela significativa dos jovens, especialmente o grupo mais

vulnerável (à violência, ao desemprego, à pobreza), a Aids é "apenas mais um

risco" é mais confortável acreditar que "se tiver que pegar o HIV, não adianta

fazer nada". Outros (principalmente os garotos) associam aquele ar entediado do

"sabe tudo" e de quem pergunta: "lá vem aquele papo de aranha de novo!".

Alguns racionalizam de forma mais sofisticada: "se eu pegar, o coquetel pode

me salvar” (PAIVA, 2002, p.15).

e) Os problemas sociais tornam os jovens mais vulneráveis ao HIV. A

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relação é sempre feita com seu contexto da vida. Muitas vezes, eles

não sabem como vencer “a violência, a fome, a miséria, a falta de

emprego e de oportunidade na vida a discriminação e a falta de

direitos” (PAIVA, 2002, p.17)

f) Os fatores culturais também são importantes em países como o

Brasil. As questões de gênero não podem e não devem ser ignoradas.

A educação de meninos e meninas é ainda impregnada de muitos

preconceitos. As meninas são criadas para serem boas mães. As

tarefas domésticas são, quase sempre, destinadas às mulheres. O sexo

está quase sempre ligado às relações afetivas. Para os meninos o sexo

está relacionado à virilidade, “a ser macho”. Usar camisinha para

alguns jovens do sexo masculino é coisa de “gay” (PAIVA, 2002).

2.1 Existe Vida Após A Aids?

Para Polizzi (2001) descobrir a soro positividade do Brasil, principalmente na

década de 80, é como receber uma sentença de morte. No país, na década de

1980, a Aids era uma doença que matava e ponto final. Todas as pessoas sabem

que vão morrer; sabe-se que a Aids é uma síndrome que não tem cura; então os

soropositivos ficam esperando a morte chegar.

Este era o pensamento de Polizzi (2001) quando se descobriu soropositiva. Pode

ser o pensamento de muitas pessoas.

Paiva, no livro “Tá Difícil Engolir”, descreve as dificuldades da adesão dos

soropositivos ao tratamento, uma vez que as barreiras a vencer são o medo da

morte e a descoberta da vida pós HIV (PAIVA, 2001).

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No trabalho com as pessoas vivendo com HIV/Aids, na Casa Assistencial

Bezerra de Menezes em Maringá, PR, há duas pessoas com estas características.

Uma delas é uma jovem de quinze anos adquiriu o vírus ao nascer, órfã de mãe

mora com a avó e o pai. Faltava às aulas na escola, não estudava porque não

sabia se estaria viva para chegar um dia à faculdade. Não tomava os remédios

porque “dá reação”.

O segundo caso é de um rapaz que em 2007, tinha vinte e quatro anos. Há

alguns anos, sofreu um acidente de bicicleta e perdeu a mobilidade das pernas.

Em 2005, estava com tuberculose. Morava com a avó, que lutava para “manter

o neto na linha”. Sua avó faleceu em 2007. Soube pela TV, em agosto de 2007,

que estava vendendo crack na “praça da rodoviária”, no centro da cidade de

Maringá.

São duas histórias de pessoas que acreditam que não há vida após a Aids ou,

pelo menos que a vida é muito incerta. Mas, existem histórias bem diferentes.

Em 2006, durante as visitas semanais na Casa Assistencial Bezerra de Menezes,

conheceu-se um casal soropositivo. A jovem estava grávida de seis meses.

Convivendo com esse casal aprende-se que a vida continua depois da Aids. A

gravidez dela foi tranqüila, fez todos os pré-natais, a criança nasceu saudável,

sem o vírus. Os dois trabalham, têm sonhos, ou seja, convivem com a Aids e

sabem que a vida é incerta não apenas para os soropositivos.

2.2. O Que Se Pensa Sobre O HIV/Aids: o que dizem os estudos

Em novembro de 2007, a UNAIDS (Programa das Nações Unidas para o

Combate à Aids) divulgou que 33,2 milhões de pessoas vivem com HIV/Aids

no mundo. Os maiores índices de infecção continuam na África Subariana, ao

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sul do deserto do Saara. Nesta região estão 68% das pessoas vivendo com

HIV/Aids de todo o mundo. Todos os dias 6.800 pessoas são infectadas; há 2,5

milhões de novos casos todos os anos, apesar dos 10 bilhões de dólares

destinados ao combate e tratamento do HIV/Aids. (UNAIDS, 2007).

A descoberta de novos medicamentos possibilitou melhor qualidade de vida aos

soropositivos, entretanto, o preconceito que os estigmatiza desde a década de

oitenta, continua.

Em 2006, na semana de Luta contra da Aids, o Ministério da Saúde veiculou em

sua revista on-line Saúde Brasil a matéria com os protagonistas da campanha

daquele ano. Para a advogada Beatriz Pacheco de 60 anos, a vida é maior que a

doença. O preconceito tem suas raízes na falta de informação, “[...] muitas

pessoas acham que conviver conosco oferece risco, mas vão para a cama sem

camisinha. Viver conosco não oferece risco algum” (BRASIL, 2006).

Entre os dados apontados pelo UNAIDS em 2007 na América Latina, a maioria

dos casos é entre os heterossexuais. Entre as mulheres o baixo poder de

negociação em relação a seus parceiros faz com que predomine o ponto de vista

masculino em relação ao uso do preservativo. Assim, a vulnerabilidade feminina

é maior (UNAIDS, 2007).

Apesar de a vulnerabilidade feminina ser objeto de inúmeros trabalhos, poucos estudos são dedicados à vida sexual e reprodutiva de mulheres portadoras de HIV/Aids. Neste sentido, é necessário considerar que as relações de gênero, as condições de vida, assim como o contexto sócio-cultural que proporcionaram maior vulnerabilidade culminando na contaminação do vírus HIV, continuam a existir após a infecção, havendo necessidade de uma contínua discussão sobre aspectos relacionados à sexualidade entre estes indivíduos (MALISSIKA, 2005, p. 47).

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Se hoje não se fala mais em grupos ou comportamento de risco, mas, sim, em

vulnerabilidade, é por perceber que esta abordagem conjuga um conjunto de

aspectos individuais, coletivos e contextuais, que suscetibilizam as pessoas a

infecção e ao adoecimento pelo HIV/Aids.

Quando se fala em vulnerabilidade, tem que perceber que ela é voltada a todas

as pessoas que estão expostas a qualquer uma das formas de contágio, seja pela

relação sexual, contato com sangue ou seus derivados contaminados,

transmissão vertical antes, durante ou após o parto, pelo aleitamento materno ou

pelo compartilhamento de agulhas e seringas.

Não se pode esquecer a vulnerabilidade do portador do HIV causada pela falta

de informação, pelo não acesso aos medicamentos, pela falta de uma política

pública de saúde e o não envolvimento da sociedade civil organizada.

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3 A RETÓRICA APLICADA À ANÁLISE DE DISCURSO

Pela retórica ou argumentação podemos estudar a ordem e o sentido que tem um

discurso. Reboul (2004) afirma que a retórica é ligada à história da linguagem.

Desde que o homem iniciou sua comunicação, começou a fazer uso da retórica.

Reboul (2004) descreve as quatro funções da retórica: a persuasiva, a

hermenêutica, a heurística e a pedagógica.

A função persuasiva talvez seja a mais conhecida. Como todo discurso tem por

objetivo convencer, é importante saber quais recursos são necessários a

persuasão. Os meios para a persuasão podem ser de ordem afetiva ou racional

(REBOUL, 2004).

Para Reboul (2004) argumentação é o instrumento de persuasão fundamental na

razão. Os argumentos podem ser separados em duas categorias, os entimemas,

que é o próprio raciocínio silogístico, e o exemplo. O raciocínio silogístico

destina-se a um auditório especial como um júri. A categoria “Exemplo” aplica-

se ao grande público. O aspecto oratório do discurso persuasivo utiliza-se da

afetividade para ensinar, emocionar e convencer um auditório. No gênero

persuasivo, as figuras de retórica como as metáforas, as metonímias e as

hipérboles podem ser utilizadas na oratória para agradar, comover, ou ser um

dos elementos argumentativos (REBOUL, 2004).

A função hermenêutica está relacionada a interpretação de textos. O bom orador

precisa saber falar, mas também precisa saber a quem discursa e precisa

compreender o discurso do outro. Um discurso nem sempre é feito de forma

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explícita, é preciso captar o não-dito4.

A terceira função é a heurística, do grego euro significa encontrar (Reboul 2004,

p.XIX) diz que “na realidade, quando utilizamos a retórica não o fazemos

apenas para obter certo poder; é também para saber, para encontrar alguma

coisa”.

A quarta função é a pedagógica. Esta função não estava presente nos programas

de ensino da Idade Média. Não fazia também parte do programa escolar francês

no século XIX. No entanto, continuou a existir, mas de forma desarticulada,

porém viva. Reboul (2004, p XXII) diz que a função pedagógica da retórica é

“[...] ensinar a compor segundo um plano, a encadear os argumentos de modo

coerente e eficaz, a cuidar do estilo, a encontrar as construções apropriadas e as

figuras exatas, a falar distintamente e com vivacidade [...]”. A função

pedagógica da retórica nunca morreu e, sobretudo, nunca deixou a escolas. Ela

apenas deixou de ser apresentada de forma sistematizada (REBOUL, 2004, p.

XXII).

3.1 As Figuras de Retórica

Figuras de retórica são elementos utilizados pelo orador em um discurso para

convencer o auditório (REBOUL, 2004).

Para Perelman e Albrechts-Tyteca (2005) as figuras de retórica são tão antigas

quanto à linguagem. Podem ser classificadas como meros ornamentos que

deixam o discurso artificial e floreado, mas, na verdade têm um papel

4 O não-dito são os silêncios, os gestos, os modos de olhar.

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argumentativo importante, uma vez que dão intensidade aos discursos e

facilitam a adesão do auditório.

As figuras mais comuns são as metáforas, as metonímias e as hipérboles.

Encontramos também a epanalepse, anáfora, a sinédoque. Para Reboul (2004, p,

137) falar sem figuras é uma tarefa impossível que poderia ser considerada um

desvio “provavelmente mortal”. O problema não é se livrar das figuras, mas sim

entendê-las e tirar proveito delas (REBOUL, 2004, p.137).

Para melhor entender o papel das figuras apresentamos algumas, sobretudo,

aquelas mais relevantes para a nossa analise.

A metáfora é a figura mais conhecida e mais utilizada. Perelman (2005)

classificou a metáfora como um “tropo”, uma mudança bem sucedida de

significação ou de uma palavra ou de uma locução. A metáfora é uma figura que

designa uma coisa com o nome de outra que tenha com ela uma relação de

semelhança: Esta é a função comparativa da metáfora “Ela é uma rosa ou Ela é

[bela como] uma rosa”. Mas a metáfora apresenta também, uma função

argumentativa (REBOUL, 2004).

A metonímia classifica algo pelo nome de outra que lhe é habitualmente

associada. Seu caráter argumentativo ressalta o interesse do orador. A

metonímia tem o poder de criar símbolos, como: A foice e o martelo; um

triângulo por todos os triângulos; soneto por todos os sonetos; criando com isso

um argumento fortíssimo (REBOUL, 2004).

Ao contrário da metonímia que designa algo pelo nome de outra, a sinédoque

classifica algo por meio de outra que tem uma relação de necessidade, de tal

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modo que a primeira não existiria sem a segunda. Exemplo: acreditar que o

poder ministerial se chama Gabinete ou Esplanada.

Para que exista argumentação é necessária a presença de um orador ou, ethos, o

auditório ou patho e o terceiro elemento da argumentação, o discurso ou logos.

Breton (2003) afirma que não existe uma regra de como um argumento deva ser

apresentado. Argumentar não é convencer alguém a qualquer preço. Para Breton

a retórica deve levar em conta, principalmente, a quem o orador dirige o

discurso.

Breton (2003) fala da importância de se levar em conta o auditório ao qual nos

dirigimos. Por exemplo, um mesmo tema precisa ser tratado de maneira distinta

para auditórios diferentes. O discurso sobre prevenção ao uso de drogas, com

certeza, tem conotações distintas para policiais e para freiras. Para os policiais o

discurso deve ser voltado para a prevenção à violência. Enquanto que ao grupo

de religiosas, o combate ao uso de drogas vincula-se às questões morais. No

final, os dois grupos têm os mesmos objetivos manter as pessoas distantes das

drogas (BRETON, 2003).

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 As Entrevistas As perguntas complementares encontram-se presentes no anexo I. 1. Todos (TV, revistas, livros didáticos, rádio, professores, ONG'S comentam sobre HIV e Aids. Você pode nos descrever os principais debates que são feitos sobre HIV/Aids no Brasil?

2. Você conhece algo sobre a prevenção ao HIV/Aids? E sobre sermos vulneráveis ao HIV?

3.Conhece alguém que está contaminado em seu circulo de colegas, vizinhos? Como soube?

4. Conhece os métodos de prevenção? Onde aprendeu?

5. Conhece o tratamento para aqueles que estão infectados?

6. O que gostaria de saber sobre HIV/Aids que ainda desconhece?

Analise do Sujeito E1

Fragmentos do

Discurso do

entrevistado

Unidade de sentido Interpretação

Fragmento da

resposta 1:

[...] eles falam a

mesma coisa, [...]

insistem no uso da

camisinha

Use camisinha. Todos os meios de

informação apresentados

falam apenas do uso do

preservativo

Fragmentos da

resposta 2:

[...] com certeza na

Camisinha nem sempre. O fato de admitir às vezes

ter relação sexual sem

preservativo deixa claro a

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hora sempre lembrar

vou usar camisinha.

[...] mas tem gente que

não, [...] ta lá no clima,

quando vê já foi se

arrepende.

Fragmento da

resposta 2.1

[...] um pouco também

[...] é falar com os

amigos.

Fragmento da

resposta 2.2

[...] quantas vezes você

foi sem camisinha [...]

se você foi com uma

pessoa que confia.

vulnerabilidade do

entrevistado a infecção

pelo vírus HIV.

Fragmento da

resposta 3:

[...] não conheço [...]

mas já ouvi falar de

pessoas que tem.

Desconhece pessoas

com HIV+ em seu

meio.

Apesar de o assunto ser

presente no seu dia-a-dia,

a HIV/Aids é uma

realidade longínqua.

Fragmento da

resposta 4:

[...] ouvi no colégio,

carnaval, nas baladas.

Prevenção só ouvi falar.

Mostrou desconhecimento

de formas de contágio por

materiais perfuro

cortantes, sangue e

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hemoderivados

contaminados e a

transmissão vertical.

Fragmento da

resposta 5:

[...] o tratamento tinha

que ser mais

psicológico [...] menos

remédio

Os medicamentos são a

via mais clara para

quem é soropositivo.

Não tem conhecimento

sobre a atuação dos

medicamentos.

Fragmento da

resposta 6:

[...] acho que os

sintomas.

Fragmento 6.1

[...] eu espero que não

aconteça, se eu

conhecesse alguma

pessoa, até eu.

Sabe-se da infecção pelo HIV pelos sintomas.

Não tem informações

sobre as pessoas vivendo

com Aids e nem conhece

alguém nessa condição.

Analise do Sujeito E2

Fragmentos do

Discurso do

entrevistado

Unidade de sentido Interpretação

Fragmento da

resposta 1:

[...] da TV

principalmente...

Aids é contágio. Os principais debates estão

voltados para as formas de

contágio ao HIV, mas não

deixam claro sobre o

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Fragmento da

resposta 1.1

[...] nos livros eles

falam em contágio.

[...] não falam direito

depois que a pessoa foi

contaminada

tratamento.

Fragmentos da

resposta 2:

[...] prevenção acho

que é o uso de

preservativos.

Fragmento da

resposta 2.1:

[...] sempre.

Prevenção é camisinha. Prevenção está restrita ao

uso de preservativo.

Fragmento da

resposta 3:

[...] Não

HIV/Aids não é minha

realidade.

O HIV/Aids é uma

realidade na vida de outras

pessoas.

Fragmento da

resposta 4:

[...] remédios que são

tomados a vida toda.

A cura são os remédios.

Confunde prevenção ao

HIV com tratamentos para

as pessoas que vivem com

Aids.

Fragmento da

resposta 5:

[...] sei que a pessoa

toma remédio à vida

toda.

Remédio é tratamento. O tratamento para as

pessoas vivendo com Aids

está restritas aos

medicamentos.

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Fragmento da

resposta 6

[...] saber mais como

pega, [...] porque eu só

sei essas três que eu

citei contato de

sangue, transfusão,

contato com sangue.

HIV está no sangue. Apesar de citar o uso do

preservativo, fala do

contágio apenas via

sangue contaminado.

Analise do Sujeito E3

Fragmentos do

Discurso do

entrevistado

Unidade de sentido Interpretação

Fragmento da

resposta 1:

[...] a TV fala da

camisinha é o principal

o único jeito

Prevenção é camisinha. Os principais debates estão

voltados para o uso do

preservativo.

Fragmentos da

resposta 2:

[...] contágio por uso

de drogas [...] seringas,

[...] algum corte que

rela.

Fragmento da

Sangue contaminado e

uso do preservativo

Preocupa-se com o contato

com sangue contaminado e

o uso de preservativo.

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resposta 2.1:

[...] sei pouco na

verdade a camisinha é

praticamente o único.

Fragmento 2.2:

[...] todo mundo,

sempre.

Fragmento da

resposta 3: Não

HIV/Aids – não faz

parte da sua realidade.

O HIV/Aids é uma

realidade na vida de outras

pessoas.

Fragmento da

resposta 4:

[...] só a camisinha e

aprendi com a minha

mãe e no colégio

Prevenção é camisinha. Demonstrou

desconhecimento sobre as

demais formas de contágio

pelo vírus HIV. Sobre a

fonte de informação citou

a mãe e a escola.

Fragmento da

resposta 5:

[...]uso de remédio.

A cura são os

medicamentos.

Os medicamentos como a

única fonte de tratamento.

Fragmento da

resposta 6:

[...] como anda as

vacinas [...] gostaria de

saber mais sobre a

prevenção

Tratamento e prevenção podem vir das vacinas

Gostaria obter mais

informações sobre as

vacina(s) que possa

impedir o contágio, ou que

traga a cura para os casos

de HIV/Aids.

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Analise do Sujeito E4 Fragmentos do

Discurso do

entrevistado

Unidade de sentido Interpretação

Fragmento da

resposta 1:

[...] coisas mais

básicas [...] eu não sei.

Demonstrou um

desconhecimento sobre o

assunto

Fragmentos da

resposta 2:

As seringas têm que

ser descartáveis [...]

uso de camisinha.

Fragmento da

resposta 2.2:

[...] sempre, só que

camisinha nem sempre

é possível.

Prevenção é camisinha.

Uso de materiais

descartáveis.

A prevenção esta restrita

ao uso do preservativo e

materiais (agulhas e

seringas) descartáveis, não

faz referência as demais

formas de prevenção.

No caso do preservativo

diz nem sempre ser

possível utilizá-lo,

demonstrando estar

vulnerável ao HIV e as

demais DST´S.

Fragmento da

resposta 3:

[...] não.

HIV/Aids – não faz

parte da sua realidade.

O HIV/Aids é uma

realidade na vida de outras

pessoas.

Fragmento da

resposta 4:

[...] só a camisinha e

aprendi na escola.

Prevenção é camisinha. Demonstrou

desconhecimento sobre as

demais formas de contágio

pelo vírus HIV. Sobre a

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fonte de informação citou

a mãe e a escola.

Fragmento da

resposta 5:

[...] existem

medicamentos que

ajudam as pessoas que

têm a doença.

Tratamento são os

medicamentos.

Não apresentou maiores

conhecimentos acerca das

formas de tratamento,

ficou restrito ao uso de

medicamentos, entretanto

não tento maiores

conhecimentos sobre a

atuação dos mesmos.

Fragmento da

resposta 6:

[...] talvez sobre o

tratamento ou sobre a

doença mesmo.

Tratamento. Suas dúvidas estão

voltadas a cura da

síndrome ficando pouco

evidente o interesse pela

prevenção.

Analise do Sujeito E5

Fragmentos do

Discurso do

entrevistado

Unidade de sentido Interpretação

Fragmento da

resposta 1:

[...] no Brasil é falado

mais não tanto [...] eu

Use camisinha. Ficou confuso, mas

lembrou das campanhas

durante o carnaval que

enfatizam o uso do

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ouço falar, mas é

escondido.

Fragmento da

resposta 1.1:

[...] eles falam na

época do carnaval [...]

mas no meio do ano e

mais quietinho.

Fragmento 1.2:

Use camisinha.

Fragmento 1.3:

Só eu acho.

preservativo.

Fragmentos da

resposta 2:

[...] use camisinha,

camisinha feminina,

DIU.

Fragmentos da

resposta 2.1:

É assim como a

camisinha.

Fragmentos da

resposta 2.2:

[...] pessoas de vida

Prevenção é camisinha Não tem certeza das

respostas e apresentou

conceitos errados como o

uso de DIU para

prevenção ao HIV.

Acredita na existência de

Grupos de Risco para o

HIV/Aids.

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fácil [...] prostitutas.

Fragmento da

resposta 3: Não

HIV/Aids – não faz

parte da sua realidade.

O HIV/Aids é uma

realidade na vida de outras

pessoas.

Fragmento da

resposta 4:

[...] use camisinha [...]

aprendi no colégio.

Prevenção é Camisinha.

A prevenção continua

centrada no uso do

preservativo. Não

evidenciando as demais

formas de prevenção.

Fragmento da

resposta 5:

[...] o coquetel [...] tem

que tomar até que a

doença acabe.

Fragmento da

resposta 5.1:

[...] a Aids é um vírus

criado em laboratório

[...] criaram o vírus

para poder ganhar

dinheiro.

Tratamento são os

remédios.

Tem conceitos

equivocados sobre a cura,

acredita na existência de

medicamentos que levem a

ela.

Fragmento da

resposta 6

[...] mais nas causas,

forma de prevenção

[...] sobre o coquetel e

a cura se bem que eu

Formas de prevenção. Os conceitos sobre o vírus,

a síndrome e as formas de

tratamento são

incompletos em alguns

momentos equivocados.

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acho que ela já existe.

Analise do Sujeito E6

Fragmentos do

Discurso do

entrevistado

Unidade de sentido Interpretação

Fragmento da

resposta 1:

[...] eles falam da

camisinha, que a Aids

pega e pode até matar.

Use camisinha. Os principais debates

ficam centrados no uso do

preservativo.

Fragmentos da

resposta 2:

[...] uso da camisinha

Prevenção é camisinha. Não apresenta

conhecimento sobre as

demais formas de

prevenção ao HIV/Aids.

Fragmento da

resposta 3: Não.

HIV/Aids – não faz

parte da sua realidade.

O HIV/Aids é uma

realidade na vida de outras

pessoas.

Fragmento da

resposta 4:

A camisinha é o

principal [...] ouvi falar

na escola.

Prevenção é Camisinha.

A prevenção continua

centrada no uso do

preservativo. Não

evidenciando as demais

formas de prevenção.

Fragmento da

resposta 5:

Tratamento são os

remédios.

Não apresentou maiores

conhecimentos acerca das

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Sei que existem

remédios, mas é só.

formas de tratamento,

ficou restrito ao uso de

medicamentos, entretanto

não tento maiores

conhecimentos sobre a

atuação dos mesmos.

Fragmento da

resposta 6:

[...] sobre o tratamento

sobre a cura.

Cura pelos medicamentos.

Está preocupado com a

cura, deixando a

prevenção como fator

alternativo.

Analise do Sujeito E7

Fragmentos do

Discurso do

entrevistado

Unidade de sentido Interpretação

Fragmento da

resposta 1:

[...] na época do

carnaval a gente ouve

falar sobre o uso da

camisinha.

Use camisinha. Os principais debates

ficam centrados no uso do

preservativo.

Fragmentos da

resposta 2:

Prevenção é camisinha.

Conhece apenas duas das

formas de transmissão e

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[...] é o uso de

camisinha, mas e

preciso ter cuidado

com seringas e agulhas

principalmente os

usuários de drogas.

Fragmentos da

resposta 2.1:

[...] todo mundo deve

usar o preservativo [...]

quando você ta com

uma pessoa confia nela

no começo até vai,

mas depois.

Cuidado com agulhas e

seringas.

apresenta o conceito de

Grupo de Risco para os

UDI. E apresenta a

confiança no parceiro com

motivo para não utilizar o

preservativo.

Fragmento da

resposta 3: Não.

HIV/Aids – não faz

parte da sua realidade.

O HIV/Aids é uma

realidade na vida de outras

pessoas.

Fragmento da

resposta 4:

[...] o que eu sei é

sobre a camisinha [...]

aprendi na escola.

Prevenção é camisinha.

A prevenção continua

centrada no uso do

preservativo. Não

evidenciando as demais

formas de prevenção.

Fragmento da

resposta 5:

[...] na escola eles

falam [...] sei que

existem remédios.

Tratamento são os

Remédios.

Não apresentou maiores

conhecimentos acerca das

formas de tratamento,

ficou restrito ao uso de

medicamentos, entretanto

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não tento maiores

conhecimentos sobre a

atuação dos mesmos.

Fragmento da

resposta 6:

[...] gostaria de saber

mais sobre as formas

de contágio

Contaminação. Quer ter mais informações

sobre a prevenção esta

preocupado com o

contágio.

Analise do Sujeito E7

Fragmentos do

Discurso do

entrevistado

Unidade de sentido Interpretação

Fragmento da

resposta 1:

[...] no carnaval a

gente ouve falar da

camisinha

Use camisinha Os principais debates

ficam centrados no uso do

preservativo.

Fragmentos da

resposta 2:

[...] é o uso da

camisinha, mas é

preciso ter cuidado

com agulhas e

seringas.

Use camisinha.

Cuidado com agulhas e

seringas.

Preocupa-se apenas com

duas das formas de

contágio, deixando de lado

a transmissão vertical. E

apresenta a confiança no

parceiro como justificativa

para o não uso do

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Fragmentos da

resposta 2.1:

[...] todo mundo deve

usar preservativo [...]

quando você ta com

uma pessoa, confia

nela no começo até

vai, mas depois.

preservativo.

Fragmento da

resposta 3: Não.

HIV/Aids – não faz

parte da sua realidade.

O HIV/Aids é uma

realidade na vida de outras

pessoas.

Fragmento da

resposta 4:

[...] o que eu sei é

sobre a camisinha.

Prevenção é camisinha. A prevenção continua

centrada no uso do

preservativo. Não

evidenciando as demais

formas.

Fragmento da

resposta 5:

[...] sei que existem

remédios

Tratamento são os

Remédios.

Não apresentou maiores

conhecimentos acerca das

formas de tratamento,

ficou restrito ao uso de

medicamentos, entretanto

não tento maiores

conhecimentos sobre a

atuação dos mesmos.

Fragmento da

resposta 6:

[...] gostaria de saber

Contaminação Está preocupado com a

prevenção.

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59

sobre o contágio.

Analise do Sujeito E8

Fragmentos do

Discurso do

entrevistado

Unidade de sentido Interpretação

Fragmento da

resposta 1:

[...] debates?

Fragmento da

resposta 1.1:

[...] camisinha né, no

carnaval tem um

monte de propaganda.

Use camisinha. Os principais debates

ficam centrados no uso do

preservativo.

Fragmentos da

resposta 2:

[...] sabe né usar

camisinha.

Fragmentos da

resposta 2.1:

[...] eu acho que a

mulher da vida tem

que usar [...] a gente

quando não conhece a

Prevenção é camisinha. A prevenção fica restrita

ao uso do preservativo,

apesar de nem sempre usar

neste caso, apresenta a

confiança no parceiro

como justificativa. Deixa

claro acreditar na

existência de Grupo de

Risco.

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pessoa, quando não é a

namorada.

Fragmento da

resposta 3:

[...] amigo meu não.

HIV/Aids – não faz

parte da sua realidade.

O HIV/Aids é uma

realidade na vida de outras

pessoas.

Fragmento da

resposta 4:

[...] sei da camisinha.

Prevenção é camisinha. A prevenção continua

centrada no uso do

preservativo. Não

evidenciando as demais

formas.

Fragmento da

resposta 5:

[...] não

Fragmento da

resposta 5.1:

[...] tem uns remédios

pra quem ta doente.

Tratamento são os

Remédios.

Não apresentou maiores

conhecimentos acerca das

formas de tratamento,

ficou restrito ao uso de

medicamentos, entretanto

não tento maiores

conhecimentos sobre a

atuação dos mesmos.

Fragmento da

resposta 6:

[...] saber sobre uma

vacina [...] igual

aquela que a gente

toma no posto pra

febre amarela.

Vacina para cura e/ou prevenção.

Quer uma alternativa via

vacina para evitar o

contágio ou a cura em

relação ao HIV/Aids.

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61

Analise do Sujeito E9

Fragmentos do

Discurso do

entrevistado

Unidade de sentido Interpretação

Fragmento da

resposta 1:

[...] uso de camisinha,

não compartilhamento

de agulhas e seringas

Use camisinha.

Cuidado com agulhas e

seringas.

Os principais debates

ficam centrados no uso do

preservativo e no cuidado

com materiais perfuro

cortantes.

Fragmentos da

resposta 2:

[...] é usar camisinha

sempre e não usar

agulhas e seringas que

já foram usadas.

Fragmentos da

resposta 2.1:

[...] tem que usar

sempre.

Fragmentos da

resposta 2.2:

[...] todo mundo [...]

mas principalmente

quem usa drogas.

Use camisinha.

Cuidado com agulhas e

seringas.

Preocupa-se apenas com

duas das formas de

contágio, deixando de lado

a transmissão vertical. E

apresenta a confiança no

parceiro como justificativa

para o não uso do

preservativo e acredita na

existência de grupos de

risco.

Fragmento da Problema encontra-se Tem consciência da

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62

resposta 3:

[...] agente sabe que

existe, mas próximo

[...] não tem ninguém.

distante. existência do HIV/Aids,

no entanto, este assunto

não faz parte do seu dia-a-

dia, apresenta-se como

uma realidade distante.

Fragmento da

resposta 4:

Usar camisinha sempre

e não compartilhar

agulhas e seringas.

Prevenção é camisinha.

Não compartilhe

agulhas e seringas.

A prevenção continua

centrada no uso do

preservativo e o não

compartilhamento de

materiais perfuro

cortantes. Não

evidenciando as demais

formas de prevenção.

Fragmento da

resposta 5:

[...] sei que tem

remédios

Tratamento são os

Remédios.

Não apresentou maiores

conhecimentos acerca das

formas de tratamento,

ficou restrito ao uso de

medicamentos, entretanto

não tento maiores

conhecimentos sobre a

atuação dos mesmos.

Fragmento da

resposta 6:

[...] sobre a cura.

Cura. Sua preocupação esta

voltada a descoberta da

cura para Aids ou

prevenção ao contágio

pelo vírus HIV.

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63

Analise do Sujeito E10

Fragmentos do

Discurso do

entrevistado

Unidade de sentido Interpretação

Fragmento da

resposta 1:

[...] tem a camisinha.

Use camisinha. Os principais debates

ficam centrados no uso do

preservativo.

Fragmentos da

resposta 2:

[...] só a camisinha.

Fragmentos da

resposta 2.1:

[...] camisinha [...]

principalmente se for a

primeira vez.

Prevenção é camisinha. Não apresenta

conhecimento sobre as

demais formas de

prevenção ao HIV/Aids.

E estabelece a confiança

como prerrogativa para o

não uso do preservativo.

Fragmento da

resposta 3:

Não.

HIV/Aids – não faz

parte da sua realidade.

O HIV/Aids é uma

realidade na vida de outras

pessoas.

Fragmento da

resposta 4:

[...] falam da

camisinha.

Prevenção é camisinha. A prevenção fica centrada

no uso do preservativo,

deixando de fora as

demais formas.

Fragmento da Desconhece as formas de

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64

resposta 5:

Já ouvi falar, mas não

sei não.

tratamento para as pessoas

que vivem com HIV/Aids.

Fragmento da

resposta 6:

[...] saber mais como

não pegar.

Prevenção. Desconhece as formas de

prevenção ao contágio

pelo vírus HIV.

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65

Fragmento do Discurso dos Estudantes da Universidade Estadual de Maringá.

Analise do Sujeito E11 Fragmentos do

Discurso do

entrevistado

Unidade de sentido Interpretação

Fragmento da

resposta 1:

[...] usa da camisinha.

Use camisinha. Os principais debates

ficam centrados no uso do

preservativo. Mas acredita

que deveria ter mais

discussões sobre o

assunto.

Fragmentos da

resposta 2:

[...] uso da camisinha,

usar sempre seringas

descartáveis, no caso

das pessoas que fazem

uso de drogas.

Fragmentos da

resposta 2.1:

[...] tem a ver com os

homossexuais, o tipo

de vida que eles têm

[...] as prostitutas

Prevenção é camisinha.

Não compartilhe

agulhas e seringas.

A prevenção continua

centrada no uso do

preservativo e o não

compartilhamento de

materiais perfuro

cortantes. Não

evidenciando as demais

formas de prevenção.

Acredita na existência de

grupo de risco

(homossexuais e

prostitutas).

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66

também.

Fragmento da

resposta 3:

[...] onde eu trabalho

antes tinha [...] mas no

meu circulo não

HIV/Aids – não faz

parte da sua realidade.

O HIV/Aids é uma

realidade na vida de outras

pessoas. Apesar de ter

conhecido pessoas HIV

positivas, tudo faz parte de

uma realidade muito

distante.

Fragmento da

resposta 4:

[...] uso de seringas e

com drogas injetáveis.

Uso de seringas

descartáveis.

A preocupação está mais

voltada para o sangue

contaminado.

Fragmento da

resposta 5:

[...] conheço o

medicamento que a

pessoa precisa tomar

até 48 horas [...] o

vírus ainda não

começou a se

multiplicar. [...]

quando a pessoa é

soropositiva sei que

existem

medicamentos.

Tratamento são os

remédios.

Conhece um pouco da

ação do vírus o organismo,

entretanto, o tratamento

fica restrito ao uso dos

medicamentos. Não

levando em conta fatores

como a qualidade de vida

da pessoa HIV positiva,

Fragmento da Tratamento. A dúvida consiste nas

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67

resposta 6:

[...] ter mais

informações sobre o

tratamento.

alternativas de tratamento

e ação dos medicamentos.

Fragmento da

resposta 7:

[...] não, justamente

por não ter mais

informações.

Falta de conhecimento. Não se sente preparada

para abordar o tema

HIV/Aids nem sala de

aula.

Analise do Sujeito E12

Fragmentos do

Discurso do

entrevistado

Unidade de sentido Interpretação

Fragmento da

resposta 1: [...] uso de

camisinha.

Use camisinha Os principais debates

ficam centrados no uso do

preservativo. Mas acredita

que deveria ter mais

discussões sobre o

assunto.

Fragmentos da

resposta 2:

[...] só uso de

Use camisinha.

HIV/Aids doença dos

A prevenção continua

centrada no uso do

preservativo e o não

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68

preservativo.

Fragmentos da

resposta 2.1:

[..] o uso de

preservativo é sempre

necessário, mas os

gays eles estão mais

susceptíveis.

gays. compartilhamento de

materiais perfuro

cortantes. Não

evidenciando as demais

formas de prevenção.

Acredita na existência de

grupo de risco

(homossexuais ).

Fragmento da

resposta 3:

Não.

HIV/Aids – não faz

parte da sua realidade.

O HIV/Aids é uma

realidade na vida de outras

pessoas.

Fragmento da

resposta 4:

[...] camisinha.

Prevenção é camisinha. A prevenção fica centrada

no uso do preservativo,

deixando de fora as

demais formas.

Fragmento da

resposta 5:

Coquetel, mas não sei

como ele age.

Tratamento são os

Remédios.

Não apresentou maiores

conhecimentos acerca das

formas de tratamento,

ficou restrito ao uso de

medicamentos, entretanto

não tento maiores

conhecimentos sobre a

atuação dos mesmos.

Fragmento da

resposta 6:

[...] como o vírus

Vírus destrói célula. Acredita na ação

destrutiva do vírus,

metáfora da guerra .

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69

consegue destruir a

célula.

Fragmento da

resposta 7:

[...] com as

informações que eu

tenho não.

Falta de conhecimento. Não se sente preparada

para abordar o tema

HIV/Aids nem sala de

aula.

Analise do Sujeito E13

Fragmentos do

Discurso do

entrevistado

Unidade de sentido Interpretação

Fragmento da

resposta 1:

[...] falam sobre

preservativo [...]

formas de contágio [..]

sobre tratamento

Use camisinha.

Tratamento.

Contágio

Os principais debates

ficam centrados no uso do

preservativo. Mas acredita

que deveria ter mais

discussões sobre o

assunto.

Fragmentos da

resposta 2:

[...] materiais

descartáveis.

Fragmentos da

Cuidado com sangue.

Uso de material

descartável.

A preocupação esta em

não tem contato com

sangue.

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70

resposta 2.1:

[...] se a pessoa tiver

sangue contaminado

ela pode pegar.

Fragmento da

resposta 3:

Não

HIV/Aids – não faz

parte da sua realidade.

O HIV/Aids é uma

realidade na vida de outras

pessoas.

Fragmento da

resposta 4:

[...] camisinha e

material descartável.

HIV pode estar nos

fluidos sexuais e no

sangue

A preocupação está mais

voltada para o sangue

contaminado e a

transmissão sexual

Fragmento da

resposta 5:

[...]coquetel de

remédio [...] são

disponibilizados para a

população [...]

gratuitamente.

Tratamento são os

Remédios.

Sobre os tratamentos, sabe

apenas da existência do

coquetel e que este é

distribuído gratuitamente,

entretanto, não fez maiores

referencias acerca da

atuação do mesmo.

Fragmento da

resposta 6

[...] saber sobre o

tratamento, [...] se ela

vai usar para sempre.

Tratamento. A dúvida consiste nas

alternativas de tratamento

e ação dos medicamentos.

Fragmento da Falta de conhecimento. Não se sente preparada

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71

resposta 7:

[...] precisaria de mais

informações, [...] aqui

na

para abordar o tema

HIV/Aids nem sala de

aula.

Analise do Sujeito E14 Fragmentos do

Discurso do

entrevistado

Unidade de sentido Interpretação

Fragmento da

resposta 1:

[...] o uso de

camisinha.

Use camisinha Os principais debates

ficam centrados no uso do

preservativo.

Fragmentos da

resposta 2:

[...]o uso da camisinha

é o principal [...]

agulhas e materiais

que tenham contato

com sangue, [...]

prevenção da mãe para

o filho, não

amamentar.

Fragmentos da

Uso de camisinha.

Cuidado com sangue.

Transmissão vertical.

Demonstra ter um

conhecimento relativo

acerca de todas as formas

de prevenção ao vírus

HIV. Entretanto, acredita

na existência de grupos de

risco, sendo estes mais

vulneráveis ao HIV.

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72

resposta 2.1:

[...] não vem um selo

[...] dizendo que você

é portador, [...] você

tem que se proteger.

[...] tem pessoas que

são mais fáceis de

pegar a doença,

prostitutas, usuários de

drogas injetáveis.

Fragmento da

resposta 3: Não.

HIV/Aids – não faz

parte da sua realidade.

O HIV/Aids é uma

realidade na vida de outras

pessoas.

Fragmento da

resposta 4:

[...] uso de camisinha,

não compartilhar

seringas, cuidado com

sangue, mães

portadoras não

amamentar seus filhos.

Use camisinha.

Não compartilhe

materiais

perfurocortantes.

Transmissão vertical.

Demonstra ter

conhecimento acerca das

formas de contágio pelo

vírus HIV.

Fragmento da

resposta 5: [...] sei

que existe remédios

que agem em cima do

vírus [...] este coquetel

Tratamento são os

remédios.

Sobre os tratamentos, sabe

apenas da existência do

coquetel e que este é

distribuído gratuitamente,

entretanto, não fez maiores

Page 73: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ PROGRAMA DE …cienciaematematica.vivawebinternet.com.br/media/dissertacoes/eb... · Este trabalho apresenta um estudo acerca da vulnerabilidade

73

é distribuído pelo SUS. referencias acerca da

atuação do mesmo.

Fragmento da

resposta 6 [..] sobre as

pesquisas [...] já

descobriram uma

forma de conter o HIV

[...] não deixam ser

divulgada a cura,

porque assim eles

podem continuar

ganhando muito

dinheiro.

Duvida sobre a vacina que impeça o contágio pelo HIV.

Acredita que a vacina para

o HIV já foi descoberta,

entretanto não foi

publicada por fins

comerciais.

Fragmento da

resposta 7:

[...] não com certeza

não, porque meus

conhecimentos são

muito superficiais [...]

eu gostaria que tivesse

uma matéria que

tratasse deste tema

Falta conhecimento. Não se sente preparada

para abordar o tema

HIV/Aids nem sala de

aula.

Gostaria que fosse

ofertada uma disciplina

que tratasse do tema.

Analise do Sujeito E15

Fragmentos do Unidade de sentido Interpretação

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74

Discurso do

entrevistado

Fragmento da

resposta 1:

[...] que é transmissível

através da relação

sexual, uso de

seringas.

Transmissão via sexo e

seringas contaminadas.

Os principais discursos

estão ligados as formas de

transmissão do vírus HIV.

Fragmentos da

resposta 2:

[...] use camisinha [...]

não compartilhar

agulhas [...] não ter

contato com líquido

corpóreo como o

sangue.

Fragmentos da

resposta 2.1:

[...] tem pessoas que

estão mais expostas,

como os dentistas,

médicos, as prostitutas

os gays [...] todo

mundo pode ser

contaminado se não

cuido.

Use camisinha.

Não compartilhe agulha.

Cuidado com sangue.

Grupo de risco.

A prevenção esta

relacionada ao uso do

preservativo e o cuidado

com o sangue ou objetos

que possam estar

contaminados. Apresenta

também o conceito de

grupo de risco apesar de

reconhecer que hoje todos

devem se cuidar.

Fragmento da

resposta 3:

Faz parte da sua

realidade.

O HIV e a Aids são fatos

presentes, entretanto não

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75

[...] sim um vizinho

[...] uma mulher que o

marido morreu ai

comentaram.

tem maiores

conhecimentos.

Fragmento da

resposta 4:

[...] uso de camisinha,

o não

compartilhamento de

agulhas ou outras

coisas que tenham

sangue.

HIV pode estar nos

fluidos sexuais e no

sangue

A preocupação está mais

voltada para o sangue

contaminado e a

transmissão sexual

Fragmento da

resposta 5:

[...] essa pessoa que

eu conheço toma um

tipo de coquetel [...]

pra atenuar a doença

[...] ela consegue estes

medicamentos

gratuitamente.

Tratamento são os

medicamentos.

Sobre os tratamentos, sabe

apenas da existência do

coquetel e que este é

distribuído gratuitamente,

entretanto, não fez maiores

referencias acerca da

atuação do mesmo.

Fragmento da

resposta 6

[...] em que ponto anda

as pesquisas [...] eu

acredito que já tem a

cura.

Fragmento da

Duvida sobre a vacina que impeça o contágio pelo HIV.

Acredita que a vacina para

o HIV já foi descoberta,

entretanto não foi

publicada por fins

comerciais.

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76

resposta 6.1:

[...] é por dinheiro [...]

eles querem continuar

a vender remédio.

Fragmento da

resposta 7

[...] não, mas a partir

do momento que eu

precisar eu vou atrás.

Falta conhecimento. Não se sente preparada

para abordar o tema

HIV/Aids nem sala de

aula.

Analise do Sujeito E16

Fragmentos do

Discurso do

entrevistado

Unidade de sentido Interpretação

Fragmento da

resposta 1:

[...] é uma doença

sexualmente

transmissível [...] uso

de preservativo [...]

cuidado com agulha

contaminada.

Use camisinha.

Não compartilhe

agulhas

Os principais discursos

estão ligados as formas de

transmissão do vírus HIV.

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77

Fragmentos da

resposta 2:

[...] uso de camisinha

[...] não compartilhar

agulhas e seringas.

Fragmentos da

resposta 2.1:

[...] a camisinha nos

temos que usar

sempre.

Fragmentos da

resposta 2.2:

[...] é difícil depois de

um tempo que a

relação existe você

continuar usando o

preservativo. [...] se

você confia o

preservativo não é

necessário.

Use camisinha.

Não compartilhe agulha.

Confiança e

preservativo não andam

juntos.

A prevenção esta

relacionada ao uso do

preservativo e o cuidado

com o sangue ou objetos

que possam estar

contaminados.

Acredito que com a

confiança entre o casal,

fica desnecessário o uso

do preservativo.

Fragmento da

resposta 3:

[...] não.

HIV/Aids – não faz

parte da sua realidade.

O HIV/Aids é uma

realidade na vida de outras

pessoas.

Fragmento da

resposta 4:

HIV pode estar nos

fluidos sexuais e no

A preocupação está mais

voltada para o sangue

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78

[...] uso de

preservativo e não

compartilhar agulhas e

seringa. [...] se o

homem não quiser

utilizar a mulher tem

que usar.

sangue contaminado e a

transmissão sexual.

Fragmento da

resposta 5:

[...] sei que existem

remédios.

Tratamento são os

medicamentos.

Sobre os tratamentos, sabe

apenas da existência do

coquetel, entretanto não

tem maiores

conhecimentos acerca da

atuação do mesmo.

Fragmento da

resposta 6

[...] caso de mães que

estão grávidas e que

são soropositivas, eu

queria saber se passa

para o bebê.

Transmissão vertical. Como acontece a

transmissão vertical .

Fragmento da

resposta 7

[...] falar sobre as

DST´S eu teria que

estudar mais [...] meu

conhecimento sobre

este assunto não

Falta de conhecimento

Não se sente preparada

para abordar nenhuma das

DST´S.

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79

aumentou com a

graduação.

Analise do Sujeito E17

Fragmentos do

Discurso do

entrevistado

Unidade de sentido Interpretação

Fragmento da

resposta 1:

[...] falam que é uma

doença sexualmente

transmissível. [...]

incentivam o uso da

camisinha.

Sexo e HIV.

Use camisinha.

Os principais discursos

estão ligados as formas de

transmissão do vírus HIV

Fragmentos da

resposta 2:

[...] quando a gente

fala da Aids [...]

estamos falando de

todas as DST´S [...] a

principal forma de

prevenção é a

camisinha.

Fragmentos da

resposta 2.1:

[...] se você confia na

Use camisinha.

Confiança e camisinha

não andam juntas.

Fala do uso do

preservativo nas relações

sexuais, mas não cita as

demais formas de

prevenção. Também

acredita na confiança entre

os parceiros como

alternativa para a não

utilização do preservativo.

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80

pessoa eu acho que

não precisa. [...] é

difícil pedir para que

o marido use

camisinha é como se

não houvesse

confiança.

Fragmento da

resposta 3:

[...] não.

HIV/Aids – não faz

parte da sua realidade.

O HIV/Aids é uma

realidade na vida de outras

pessoas.

Fragmento da

resposta 4:

[...] cuidado com

agulhas e seringas [...]

mas se a pessoa ta

machucada tem cárie

também passa.

Use camisinha.

Não compartilhe

agulhas e seringas.

O HIV passa se você

tiver cárie.

A preocupação está mais

voltada para o sangue

contaminado e a

transmissão sexual.

Fragmento da

resposta 5:

[...] sei que tem

remédios.

Tratamento são os

medicamentos.

Sobre os tratamentos, sabe

apenas da existência do

coquetel, entretanto não

tem maiores

conhecimentos acerca da

atuação do mesmo.

Fragmento da

resposta 6

[...] se na hora da

Tratamento psicológico. Acredita que tanto a

pessoa doente de Aids

como a família necessitem

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81

doença a pessoa tem

um acompanhamento

psicológico.

de um acompanhamento

psicológico.

Fragmento da

resposta 7

[...] nenhum pouco

preparado.

Falta conhecimento. Não se sente preparada

para abordar o tema

HIV/Aids nem sala de

aula.

Analise do Sujeito E18

Fragmentos do

Discurso do

entrevistado

Unidade de sentido Interpretação

Fragmento da

resposta 1:

[...] a Aids é uma

doença sexualmente

transmissível [...] é

preciso usar camisinha

nas relações.

Use camisinha. Os principais discursos

estão ligados as formas de

transmissão do vírus HIV.

Fragmentos da

resposta 2:

[...] uso da camisinha.

Fragmentos da

resposta 2.1:

Use camisinha. A prevenção esta centrada

no uso do preservativo e

acredita que entre as

pessoas casadas o uso não

é uma regra.

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82

[...] sempre [...] as

pessoas casadas

dificilmente vão usar

preservativo.

Fragmento da

resposta 3:

[...] não.

HIV/Aids – não faz

parte da sua realidade.

O HIV/Aids é uma

realidade na vida de outras

pessoas.

Fragmento da

resposta 4:

[...] camisinha,

cuidado com agulhas e

seringas.

Use camisinha.

Não compartilhe

agulhas e seringas.

A preocupação está mais

voltada para o sangue

contaminado e a

transmissão sexual.

Fragmento da

resposta 5:

[...] sei que existem

alguns medicamentos,

os coquetéis e que a

pessoa tem que tomar

por toda a vida.

Tratamento são os

medicamentos.

Sobre os tratamentos, sabe

apenas da existência do

coquetel, entretanto não

tem maiores

conhecimentos acerca da

atuação do mesmo.

Fragmento da

resposta 6

[...] o estudo sobre as

vacinas.

Vacina. Esta interessado em uma

vacina que leve a cura da

Aids.

Fragmento da

resposta 7

Conhecimento prévio. Apesar de já ter estudado

sobre o assunto acredita

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83

[...] eu tive que dar

aula sobre as DST´S

então eu acabei

estudando um pouco

do assunto [...] teria

que estudar mais.

que necessita de maiores

esclarecimentos. Pensa

que a maior dificuldade

esta no professor falar

abertamente sobre sexo.

Analise do Sujeito E19

Fragmentos do

Discurso do

entrevistado

Unidade de sentido Interpretação

Fragmento da

resposta 1:

[...] vejo na televisão

muito sobre aquele

coquetel.

Coquetel Os principais debates estão

voltados para os

medicamentos.

Fragmentos da

resposta 2:

[...] contato sangüíneo

[...] pessoas que vivem

em uma área de risco

[...] que usam drogas

que tem vários

parceiros sexuais.

Sangue contaminado.

Grupo de risco.

Uso de drogas

Não tem uma visão muito

precisa sobre as formas de

prevenção e acredita na

existência de grupos de

risco.

Fragmento da HIV/Aids – não faz O HIV/Aids é uma

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84

resposta 3:

[...] não.

parte da sua realidade. realidade na vida de outras

pessoas.

Fragmento da

resposta 4:

[...] camisinha e

pessoas que usam

drogas injetáveis.

Use camisinha.

Não compartilhe

agulhas e seringas.

A preocupação está mais

voltada para o sangue

contaminado e a

transmissão sexual.

Fragmento da

resposta 5:

[...] tem um coquetel

contra a Aids, só que

este coquetel não cura.

Tratamento são os

medicamentos.

Sobre os tratamentos, sabe

da existência do coquetel,

entretanto ainda possui

conceitos equivocados

sobre sua ação.

Fragmento da

resposta 6

[...] as informações

deveriam ser mais

claras.

Coquetel. Como agem os

medicamentos, eles são

eficazes no tratamento

para as pessoas HIV

positivas?

Fragmento da

resposta 7

[...] não me sentiria

apto, eu teria que

buscar fontes de

pesquisas, ler a

respeito.

Falta conhecimento. Não se sente preparada

para abordar o tema

HIV/Aids nem sala de

aula.

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Analise do Sujeito E20

Fragmentos do

Discurso do

entrevistado

Unidade de sentido Interpretação

Fragmento da

resposta 1:

[...] acho que falam

muito sobre o uso da

camisinha.

Use camisinha. Os principais discursos

estão ligados as formas de

transmissão do vírus HIV.

Fragmentos da

resposta 2:

[...] uma pessoa está

prevenida se usar em

todas as relações

sexuais a camisinha.

Fragmentos da

resposta 2.1:

[...] no começo quando

você começa a sair

com a pessoa [...] mas

com o tempo vem a

intimidade [...] e a

confiança nela [...] não

tem mais que usar

Use camisinha.

Confiança entre o casal

e preservativo não estão

juntos.

A prevenção esta centrada

no uso do preservativo,

não cita as demais formas

de prevenção. Acredita

que a intimidade e a

confiança entre um casal

desobrigam o uso do

preservativo.

Fragmento da HIV/Aids – não faz O HIV/Aids é uma

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resposta 3:

[...] não.

parte da sua realidade. realidade na vida de outras

pessoas.

Fragmento da

resposta 4:

[...] a camisinha é o

principal [...] os

dependentes químicos

Use camisinha.

Drogas injetáveis.

Citou duas das formas de

prevenção a camisinha e o

uso de materiais

perfurocortantes

descartáveis.

Fragmento da

resposta 5:

[...] sei que existe

remédios [...] eu não

sei o que eles fazem.

Tratamento são os

medicamentos.

Sobre os tratamentos, sabe

da existência do coquetel,

entretanto ainda possui

conceitos equivocados

sobre sua ação.

Fragmento da

resposta 6

[...] um pouco mais

sobre as vacinas,

porque é difícil

acreditar que alguém

não tenha descoberto a

cura.

Vacina. Acredita que já foi

descoberto a cura para a

Aids, entretanto por

motivos financeiros a

indústria farmacêutica não

divulga.

Fragmento da

resposta 7

[...] eu sei que a Aids

existe que é uma

doença que mata.

Falta de conhecimento. Senti despreparado para

falar sobre este assunto.

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A seguir, as tabelas 5, 6, 7, 8 e 9 apresentam uma síntese dos dados obtidos nas entrevistas.

Tabela 5. Número de alunos entrevistados segundo gênero.

Ciências Biológicas Ensino Médio

Masculino 03 Masculinos 05

Feminino 07 Feminino 05

Métodos de Prevenção ao HIV

Tabela 6. Formas de prevenção ao contágio pelo HIV citados pelos estudantes de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Maringá

Métodos Preventivos Masculino Feminino

Uso de preservativo. 03 07

Uso de agulhas e seringas descartáveis.

02 04

Cuidado com sangue e hemoderivados.

02 04

Não aleitamento materno da mãe HIV positiva.

00 01

Transmissão vertical. 00 01

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Tabela 7. Formas de prevenção ao contágio pelo HIV citados pelos estudantes do Ensino Médio de instituições públicas e privadas da cidade de Maringá/PR.

Métodos Preventivos Masculino Feminino

Uso de preservativo. 05 05

Uso de agulhas e seringas descartáveis.

01 03

Cuidado com sangue e hemoderivados.

00 00

Não aleitamento materno da mãe HIV positiva.

00 00

Transmissão vertical. 00 00

Principais Dúvidas:

Tabela 8. Principais dúvidas citadas pelos estudantes de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Maringá quanto à forma de contágio pelo HIV.

Principais Dúvidas Masculino Feminino

Formas de transmissão e contágio pelo vírus HIV

00 01

Formas de tratamento 01 05

Vacinas para o HIV/Aids 03 02

Sintomas da Aids 00 00

Como o vírus age no organismo humano

00 01

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Tabela 9. Principais dúvidas citadas pelos estudantes do Ensino Médio de instituições públicas e particulares da cidade de Maringá/PR quanto a forma de contágio pelo HIV.

Principais Dúvidas Masculino Feminino

Formas de transmissão e contágio pelo vírus HIV

03 02

Formas de tratamento 02 03

Vacinas para o HIV/Aids 01 00

Sintomas da Aids 01 00

Como o vírus age no organismo humano

00 00

4.2 Discussão

O universo de informações dos estudantes dos dois grupos reduz-se a prevenção

via preservativo. Desconhecem o contexto da transmissão vertical, da

feminilização e da pauperização da síndrome assim como a noção que

discutimos na seção II. Para os estudantes dos dois grupos principalmente os

homossexuais, as prostitutas, os usuários de drogas injetáveis e hemofílicos são

vulneráveis ao HIV. Fica clara a permanência da concepção de Grupos de Risco.

Para os estudantes o HIV/Aids é um problema que já faz parte da vida das outras

pessoas. Para Joffe (1995) na história da humanidade, o ser humano sempre

acreditou que os problemas nunca acontecem com ele ou com o seu grupo. A

doença e a morte são sempre problemas dos outros.

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O maior interesse apresentado pelos entrevistados é pela descoberta de um

medicamento que leve a cura da Aids ou o não contágio pelo vírus HIV. Apesar

de esses jovens demonstrarem conhecimento da síndrome, mesmo que pouco,

fica evidente a falta de atitude preventiva. Como afirma Jeolás (2007, p. 137)

[...] as informações não se traduzem necessariamente em mudança de

comportamento, no caso, o uso do preservativo nas relações sexuais. “[...] essa

mudança é processada muito lentamente, sendo ainda insuficiente o número de

jovens que afirmam usar regularmente o preservativo”.

É o caso do entrevistado E1 que disse: “[...] se não tiver (o preservativo) não vai,

mas tem gente que não [...] tá lá no clima, quando vê já foi e se arrepende”.

Apesar de terem apontado o uso do preservativo a melhor, senão a única forma

de ficar longe do HIV, porque mesmo consciente dos riscos continuam tendo

suas relações desprotegidas. Seria uma questão cultural apenas, uma falta de

hábito no uso do preservativo ou, como diz Joffe (1995) as pessoas acreditam

que a Aids é uma síndrome dos outros.

Outro ponto que deixa claro o alto grau de vulnerabilidade destes jovens é o

desconhecimento ou a pouca relevância dada às demais formas de contágio

como, por exemplo, o compartilhamento de agulhas e seringas pelos UDI, a

transmissão vertical ou mesmo a cuidado que a gestante HIV positiva deva ter

durante e após o parto com o neonato.

Em relação aos materiais perfurocortantes os estudantes de Ciências Biológicas

apresentaram um maior conhecimento e preocupação, no entanto, com relação à

transmissão vertical, apenas um dos entrevistados de Ciências Biológicas fez

referências, os demais nada comentaram.

Neste caso podemos supor duas hipóteses: a primeira que todos desconhecem o

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tema transmissão vertical e, devido a isso, não fizeram nenhuma menção ou que

podem até saber. Talvez, isso não faça parte dos problemas vividos pelos dois

grupos no momento, pois para eles são as questões sexuais as mais importantes.

Quando observado o grau de informação dos dois grupos, os estudantes do

Ensino Médio apresentam informações menos precisas do que os da graduação

em Ciências Biológicas. Estes têm informações técnicas, conhecem a atuação do

vírus. No entanto, quanto ao discurso de prevenção ao HIV/Aids, os dois grupos

aproximam-se, no que diz respeito ao contexto social. Em outras palavras, para

os entrevistados dos dois grupos, o principal discurso é: Prevenção é

camisinha; tratamento é medicamento; cura é vacina.

Não fazem vínculo entre o avanço da síndrome com a cultura afetiva dos

brasileiros; isto é, a chamada “confiança no companheiro”, o machismo, o sexo

surpresa “da hora” sem preservativo. Como descreveu Jeolás (2007, p. 138):

O maior desafio, segundo os pesquisadores, igualmente observada na pesquisa, é a não continuidade do uso do preservativo com parceiros “conhecidos” ou “de confiança” (relacionada a estabilidade e a fidelidade da relação) e a dificuldade de proposição do uso do preservativo pelas jovens, advinda das relações de gênero que reproduzem a impossibilidade de uma mulher “desconfiar” do seu parceiro nas relações afetivo-sexuais. São aspectos associados a valores e afetos, reforçando a dimensão simbólica nas dificuldades do uso do preservativo.

Os dois grupos entrevistados reproduzem a idéia de prevenção com o uso das

camisinhas, um valor bastante presente entre eles. A unidade de frase que mais

acorreu nas falas dos entrevistados foi PREVENÇÃO É CAMISINHA;

TRATAMENTO É MEDICAMENTO; CURA É VACINA. Trata-se de

metáforas de comparação que caracterizam semelhança. Ou seja, prevenção é

igual ao uso de camisinha. Ou tratamento é igual a medicamento e cura é vacina.

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Desse modo, pode-se dizer que os dois grupos sociais apresentam um

conhecimento da HIV/AIDS que se reduz em poucos sentidos dando uma idéia

reducionista de como ocorre a infecção pelo HIV, como se desenvolve a

síndrome e quais são as soluções para evitar o vírus e conviver com a AIDS.

Entendam que quando se tem essas metáforas de comparação orientando os

jovens, essas noções não se transformam em atitudes preventivas.

Para Jeolás (2007, p. 137) o comportamento desses jovens é pendular, isto é, ora

se afastam ora se aproximam do risco de infecção. É verdade que a camisinha

ajuda a combater a infecção ao HIV, mas nem sempre estes jovens a usam na

relação sexual ou têm outros cuidados para evitar a infecção como os grupos que

usam drogas injetáveis.

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5. Considerações Finais

Do que os estudantes dos dois grupos sociais estão persuadidos?

Esta pergunta remete à história das abordagens sócio-educativas na prevenção

do HIV/Aids e ao sucesso da campanha pelo uso da camisinha. Longe de ser

uma abordagem errada, a idéia que o uso do preservativo é vital à prevenção da

síndrome, foi tomada como o principal “núcleo semântico” do contexto mais

geral do discurso preventivo.

Os dois grupos sociais estão convencidos de que:

• A idéia principal para não ser infectado pelo HIV é o uso do

preservativo.

• Ainda podem falar de grupos de risco. A maioria indica que esses

grupos são os homossexuais, as prostitutas, os UDI e os hemofílicos.

• O HIV/Aids é mais uma doença dos outros .

Os dois grupos sociais parecem não conhecer:

• As outras formas de transmissão não fazem parte da vida deles como

contágio pelo sangue e seus derivados e a transmissão vertical.

• A sexualidade e a afetividade não são discutidas no cotidiano como

falar das DST´S se é difícil falar sobre sexo.

Parece prevalecer, entre os entrevistados, a noção da primeira abordagem sócio-

educativa na história da síndrome no mundo que é a de grupo de risco.

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Como disse Ayres e França (1999, p.1).

As respostas que vêm sendo construídas para o controle da epidemia de HIV/Aids, em termos globais e nacionais, têm constituído um dos capítulos mais desafiantes, interessantes e inovadores da saúde pública contemporânea. Contudo, ainda está longe de equacionar um de seus maiores desafios: a superação do estigma e da discriminação sofridos pelas pessoas vivendo com o HIV, ou doentes de Aids.

Sabemos que a prevenção ao HIV/Aids não se sustenta sobre um só método,

como apontam nossos entrevistados. Os dois grupos abordam precariamente,

como mostramos nas tabelas 6 e 7 da sessão 4, a prevenção quanto ao uso de

agulhas e seringas descartáveis, o não-aleitamento materno da mãe HIV positiva

e a transmissão vertical.

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ANEXOS

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Anexo I

Questionário apresentado aos estudantes do ensino médio e aos estudantes de Ciências Biológicas.

Nome:

Instituição de Ensino:

Opção Sexual:

Sexo:

Data de Nascimento:

Esta namorando:

1. Todos (TV, revistas, livros didáticos, rádio, professores, ONG's comentam sobre HIV e Aids. Você pode nos descrever os principais debates que são feitos sobre HIV/Aids no Brasil?

2. Você conhece algo sobre a prevenção ao HIV/Aids? E sobre sermos vulneráveis ao

HIV?

3. Conhece alguém que está contaminado em seu circulo de colegas, vizinhos? Como soube?

4. Conhece os métodos de prevenção? Onde aprendeu?

5. Conhece o tratamento para aqueles que estão infectados?

6. O que gostaria de saber sobre HIV/Aids que ainda desconhece?

7. Você se sente preparado para trabalhar esta temática em sala de aula?

OBS: a 7° questão foi apresentada apenas aos estudantes do curso de Ciência Biológicas.

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Nome: E1 E.

Instituição de Ensino:

Instituto de Educação

Opção Sexual: Declarou-se Homossexual

Sexo: Masculino

Data de Nascimento: 07/06/1989 18 anos

Esta namorando: Não

1. Todos (TV, revistas, livros didáticos, rádio, professores, ONG's comentam sobre HIV e Aids. Você pode nos descrever os principais debates que são feitos sobre HIV/Aids no Brasil?Todo tempo eles falam a mesma coisa, tipo eles insistem no uso da camisinha.

2. Você conhece algo sobre a prevenção ao HIV/Aids? Eu acho, eu sou adolescente, tipo 18 anos. Eu acho assim [...] sexo está por toda parte [...], vai da cabeça de cada um. Com certeza na hora sempre lembra (ã) vou usar camisinha (ã) entendeu? Se não tiver não vai, mas tem gente que não, não tem como, esta lá no clima, tá quando vê já foi se arrepende. Alguns amigos meu, falam puta que pariu, já fui tô preocupado, tô cá cabeça cheia.

2.1 Prevenção para você é apenas o uso da camisinha?Eu acho que um pouco também [...] é avisar, fala com os amigos, tipo cada um fala o que sabe tipo porque às vezes rola este tipo de assunto no meu convívio entre amigos, rola, a gente fala, tipo é bem engraçado, a gente faz um debate vê o que pode ajuda o que pode ser mudado.

2.2 O Que geralmente vocês falam?Claro com muita besteira envolvida [...], tipo vamos vê [...] sobre esse assunto seria mais ou menos assim, tipo é quantos vezes você foi sem camisinha (entendeu?) se você ficou preocupado, se você foi com uma pessoa que você confia, quantas vezes você foi pra cama com

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alguém, entendeu?

3. Conhece alguém que esteja contaminado em seu circulo de colegas, vizinhos? Como soube?Não, não [..] não conheço, já ouvi fala de pessoas que tem, mas nunca procuro sabe, [...] no meu circulo não.

4. Conhece os métodos de prevenção? Onde aprendeu?Eu ouvi bastante no colégio, bastante no colégio, campanhas tipo carnaval tem muito, nas baladas que eu vou, eles distribuem camisinha na entrada, porque eles sabem que não é coisa boa que vai acontecer (risada nervosa).

5. Conhece o tratamento para os que estão infectados pelo vírus HIV?Eu acho que tinha que ser um pouco mais psicológico, [...] não um coquetel de remédio, porque eu sei, eu já eu sei mais ou menos [...] não é que eu não conheça alguém que esteja [...], eu sei como é que é um monte de coquetel, de remédio que não sei o que.

6. O que gostaria de saber sobre HIV/Aids que ainda desconhece?Ã [...] ã acho que os sintomas, eu não conheço muito os sintomas.

6.1 Mas para você porque é tão importante saber a respeito dos sintomas?Os sintomas [...] é sempre bom a gente ter uns conhecimentos a mais. Acho que tipo se acontecesse, claro que eu espero que não aconteça, se eu conhecesse alguma pessoa, até eu [...] fica sabendo né, melhor porque tipo [...] falta de apetite, enjôo, essas coisas assim básicas, mas tipo algumas logo de cara, logo a pessoa tá.

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Nome: E2 A. R. B.

Instituição de Ensino: 3º ano Colégio Platão

Opção Sexual: Heterossexual

Sexo: Feminino

Data de Nascimento: 01/05/1990 17 anos

Esta namorando: Sim

1. Todos (TV, revistas, livros didáticos, rádio, professores, ONG's comentam sobre HIV e Aids. Você pode nos descrever os principais debates que são feitos sobre HIV/Aids no Brasil?Na TV principalmente eu acho [...].

1.1 Algum outro lugar livros, professores?Então nos livros eles falam mais em contágio, eles não falam mais nada não falam direito como fazer depois que a pessoa foi contaminada.

2. Você conhece algo sobre a prevenção ao HIV/Aids? Prevenção acho que uso de preservativo.

2.1 Quando que você acreditar ser necessário o uso do preservativo? Sempre, sempre.

3. Conhece alguém que esteja contaminado em seu circulo de colegas, vizinhos? Como soube? Não.

4. Conhece os métodos de prevenção? Onde aprendeu?Tem remédios né que se toma a vida toda depois que sabe que tem Aids né?

4.1 Você falou de remédios para a prevenção. Para você existem remédios que evitam que a pessoa seja infectada pelo vírus HIV?Não [...] eu fale dos remédios que a pessoa toma depois.

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4.2 Então sobre os métodos de prevenção? Onde aprendeu? A ]...] acho que na escola, tem palestras vem às vezes um pessoal dar palestra, acho que é isso.

4.1 Você sabe onde adquirir estes remédios? Eles são fornecidos pelo governo em postos de saúde.

4.2 Você acredita que a pessoa precise tomar estes remédios por quanto tempo? A vida toda.

4.3 Ainda sobre a prevenção o que você sabe mais? Uso de camisinha.

4.4 Onde você aprendeu sobre a camisinha? Como já disse principalmente na TV e às vezes no colégio.

5. Conhece o tratamento para os que estão infectados pelo vírus HIV?Sei que a pessoa tem que tomar a vida toda.

6. O que gostaria de saber sobre HIV/Aids que ainda desconhece? Então saber mais como pega, como adquire né, porque eu só sei por essas três que eu citei contato de sangue, transfusão, contato com sangue contaminado.

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Nome: E3 L.

Instituição de Ensino: Colégio Estadual Jardim Independência (Sarandi)

Opção Sexual: Heterossexual

Sexo: Feminino

Data de Nascimento: 01/03/91 16 anos

Esta namorando: Sim

1. Todos (TV, revistas, livros didáticos, rádio, professores, ONG’S comentam sobre HIV e Aids. Você pode nos descrever os principais debates que são feitos sobre HIV/Aids no Brasil? Na verdade é[...] eles fazem bastante propaganda, algumas coisas assim só que não é ... eu acho que tinha que achar uma maneira de chamar a atenção dos adolescentes, porque as pessoas mais velhas, todos já tem mais idade né, são já não assim tem mais cabeça [...] agora o adolescente mesmo ali tantas informações que passa na TV, mesmo assim eles ainda num, não entra na cabeça dele. A TV fala bastante né da camisinha, é o principal o único jeito.

2. Você conhece algo sobre a prevenção ao HIV/Aids? O contágio pode ser pra quem usa drogas, seringas, pode ta contaminada, algum corte que você pode relar, que o sangue esta contaminado né, mais por coisas assim.

2.1 Sobre a prevenção você sabe algo mais? É na verdade eu sei pouco, a camisinha e praticamente o único que eu sei.

2.2 Quando e quem você acredita que deva se prevenir? Todo mundo, sempre.

3. Conhece alguém que esteja contaminado em seu circulo de colegas, vizinhos? Como soube? Não, não conheço ninguém.

4. Conhece os métodos de prevenção? Onde aprendeu? Só a camisinha e

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aprendi com a minha mãe e no colégio acho que só.

5. Conhece o tratamento para os que estão infectados pelo vírus HIV?Uso de remédios.

6. O que gostaria de saber sobre HIV/Aids que ainda desconhece? Se é [...] como anda as vacinas, como seria, como seria [...] se seria como no caso da febre amarela por exemplo. Se seria dado para todos, para as pessoas normais se teria que paga, como seria feita a vacinação[...] gostaria de saber mais sobre a prevenção.

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Nome: E4 J.

Instituição de Ensino: 3° ano ensino médio

Opção Sexual: Heterossexual

Sexo: Feminino

Data de Nascimento: 25/04/1980 17 anos

Esta namorando: Sim

1. Todos (TV, revistas, livros didáticos, rádio, professores, ONG's comentam sobre HIV e Aids. Você pode nos descrever os principais debates que são feitos sobre HIV/Aids no Brasil?A gente[...]coisas mais básicas[...] assim (pausa grande) a eu não sei.

2. Você conhece algo sobre a prevenção ao HIV/Aids? As seringas têm que ser descartáveis né, [...], uso de camisinha.

2.2 Você falou do uso camisinha e seringas descartáveis, em que circunstancias são importante estas atitudes? Acho que sempre, só que a camisinha nem sempre é possível.

3. Conhece alguém que esteja contaminado em seu circulo de colegas, vizinhos? Como soube?Não

4. Conhece os métodos de prevenção? Onde aprendeu?Só a camisinha e aprendi na escola.

5. Conhece o tratamento para os que estão infectados pelo vírus HIV?Só sei que existem alguns medicamentos que ajudam as pessoas que tem a doença. Mas não sei mais nada.

6. O que gostaria de saber sobre HIV/Aids que ainda desconhece? A não sei, talvez sobre o tratamento, ou sobre a doença mesmo.

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Nome: E5 C. O. A.

Instituição de Ensino: Colégio Instituto de Educação – 3° Ano Ensino Médio

Opção Sexual: Heterossexual

Sexo: Masculino

Data de Nascimento: 02/02/87 20 anos

Esta namorando: Sim

1. Todos (TV, revistas, livros didáticos, rádio, professores, ONG's comentam sobre HIV e Aids. Você pode nos descrever os principais debates que são feitos sobre HIV/Aids no Brasil? Eu acho tipo assim. É aqui no Brasil, é falado, mas não tanto. [...] acho que lá fora tipo assim, como eu ouço falar[...] eu uso muito internet, tem propaganda, mas é pouco, é um pouco escondido.

1.1 Você acredita que aqui no Brasil eles não falam muito? Preocupação tem, mas o meio que eles usam para fala, entende. É só na época de carnaval, só na época de grandes festas, entende. Ai sim eles batem em cima, mas no meio do ano é mais quietinho.

1.2 Mas o que eles falam?Use camisinha.

1.3 Só?Só, eu acho.

2. Você conhece algo sobre a prevenção ao HIV/Aids?O básico use camisinha, camisinha feminina, DIU, anticoncepcionais, eu acho.

2.1 Você falou do uso de DIU e anticoncepcional para evitar contágio pelo HIV?É assim como a camisinha.

2.2 Você falou sobre o uso de camisinha, quem e quando você acredita que deva usar?As pessoas de vida fácil, as vendedoras, como dizem as prostitutas,

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garotas de programa.

3. Conhece alguém que esteja contaminado em seu circulo de colegas, vizinhos? Como soube?Não.

4. Conhece os métodos de prevenção? Onde aprendeu?Prevenção use camisinha, só. Eu aprendi no colégio, teve até teatro a respeito.

5. Conhece o tratamento para os que estão infectados pelo vírus HIV?A única coisa que eu ouvi fala, foi sobre o coquetel. Mas sobre a função, o que ele faz, eu não sei nada. Eu acho que a pessoa tem que toma o remédio até que a doença acabe.

5.1 Você acredita que a Aids tem cura? De fato, eu acho que a Aids é um vírus criado em laboratório. Não tenho certeza se isso já foi comprovado ou não. Mas acho que criaram o vírus, para poder ganhar dinheiro vendendo remédio.

6. O que gostaria de saber sobre HIV/Aids que ainda desconhece?[...] o que eu gostaria de saber? Aprofundar-me mais nas causas, a forma de prevenção, no caso dos remédios, sobre o que eu não entendo muito, sobre o coquetel e a cura se bem que eu acho que ela já existe.

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Nome: E6 A.F.S

Instituição de Ensino:

Escola Estadual Instituto de Educação

Opção Sexual: Heterossexual

Sexo: Feminino

Data de Nascimento: 20/12/1990 17 anos

Esta namorando: Sim

1. Todos (TV, revistas, livros didáticos, rádio, professores, ONG's comentam sobre HIV e Aids. Você pode nos descrever os principais debates que são feitos sobre HIV/Aids no Brasil? A não sei acho que eles falam da camisinha, que a Aids pega e pode até matar. A [...] acho que é só isso.

2. Você conhece algo sobre a prevenção ao HIV/Aids? [...] a o uso da camisinha.

2.1 Para você quando e quem deve usar a camisinha? A camisinha deve ser usada sempre, [...] principalmente se você não conhece bem a pessoa né.

3. Conhece alguém que esteja contaminado em seu circulo de colegas, vizinhos? Como soube? Não.

4. Conhece os métodos de prevenção? Onde aprendeu? A camisinha é o principal [...] eu ouvi falar na escola [...] às vezes eles dão palestras que falam que é importante usar a camisinha sempre.

5. Conhece o tratamento para os que estão infectados pelo vírus HIV? Eu sei que existem remédios, mas é só.

6. O que gostaria de saber sobre HIV/Aids que ainda desconhece? Gostaria mais de saber sobre o tratamento, sobre a cura [...] a essas coisas sabe.

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Nome: E7 P. R

Instituição de Ensino: Escola Estadual Gastão Vidigal 3º ano ensino médio

Opção Sexual: Heterossexual

Sexo: Feminino

Data de Nascimento: 04/02/1990 17 anos

Esta namorando: Não

1. Todos (TV, revistas, livros didáticos, rádio, professores, ONG's comentam sobre HIV e Aids. Você pode nos descrever os principais debates que são feitos sobre HIV/Aids no Brasil? Bem na época do carnaval a gente ouve falar do uso da camisinha, fora isso não tem mais nada.

2. Você conhece algo sobre a prevenção ao HIV/Aids? A principal forma de prevenção é o uso de camisinha [...] mas é preciso ter cuidado com seringas e agulhas, principalmente os usuários de drogas.

2.1 Você falou dos cuidados que os usuários de drogas devem ter, por exemplo, não compartilhando agulhas e seringas. E sobre as outras formas de prevenção quando e quem deve se prevenir? A Aids esta ai né, todo mundo pode pegar, então todo mundo deve usar o preservativo, mas ainda é muito difícil sabe, quando você ta com uma pessoa, confia nela no começo até vai mas depois.

3. Conhece alguém que esta contaminado em seu circulo de colegas, vizinhos? Como soube? Não.

4. Conhece os métodos de prevenção? Onde aprendeu? Bem [...] o que eu sei é sobre a camisinha, na escola eles dão umas palestras de vez enquanto [...] falam um monte de coisa sabe a Aids.

5. Conhece o tratamento para os que estão infectados pelo vírus HIV?Como

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eu falei na escola eles falam [...] eu se que existem remédios e só.

6. O que gostaria de saber sobre HIV/Aids que ainda desconhece?Na novela das sete eles estão falando sobre o tema, eu fiquei preocupada, gostaria de saber mais sobre as formas de contágio.

1. Todos (TV, revistas, livros didáticos, rádio, professores, ONG's comentam sobre HIV e Aids. Você pode nos descrever os principais debates que são feitos sobre HIV/Aids no Brasil?Debate? [...]

1.1 O que você ouve falar sobre o HIV e a Aids em jornais rádios, na escola?A ta [...] camisinha né, no carnaval tem um monte de propaganda.

2. Você conhece algo sobre a prevenção ao HIV/Aids? Prevenção [...] se sabe né usar camisinha né.

2.1 Quem e quando você acredita que deva usar a camisinha ou outros métodos de prevenção?Ó de verdade eu acho que as mulheres da vida e as prostitutas têm que usa sempre. E a gente quando não conhece a pessoa, quando não é a namorada sabe né.

3. Conhece alguém que esteja contaminado em seu circulo de colegas,

Nome: E8 G.S.B

Instituição de Ensino: Instituto de Educação 3º ano 20 anos

Opção Sexual: Heterossexual

Sexo: Masculino

Data de Nascimento: 28/10/1987 20 anos

Esta namorando: Não

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vizinhos? Como soube?Amigo meu não, não conheço ninguém.

4. Conhece os métodos de prevenção? Onde aprendeu?Sei da camisinha. Onde eu aprendi? Acho que na TV.

5. Conhece o tratamento para os que estão infectados pelo vírus HIV?Não.

5.1 Sobre os remédios o que você já ouviu falar?A o coquetel [...] é tem uns remédios pra quem tá doente, mas eu não sei o que eles fazem não.

6. O que gostaria de saber sobre HIV/Aids que ainda desconhece?Eu queria saber sobre uma vacina que a gente podia tomar, igual aquela que a agente toma no posto pra febre amarela sabe e nunca mais precisar se preocupa.

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Nome: E9 L. F. O

Instituição de Ensino: Colégio Regina Mundo 16 anos 2º ano

Opção Sexual: Heterossexual

Sexo: Masculino

Data de Nascimento: 11/05/1991 16 anos

Esta namorando: Sim

1. Todos (TV, revistas, livros didáticos, rádio, professores, ONG’S comentam sobre HIV e Aids. Você pode nos descrever os principais debates que são feitos sobre HIV/Aids no Brasil?Acho que é sobre o uso da camisinha, não compartilhar agulhas e seringas.

2. Você conhece algo sobre a prevenção ao HIV/Aids? Prevenção [...] que é usar camisinha sempre e não usar agulhas e seringas que já foram usadas.

2.1 Com quem e quando você acredita ser necessário o uso de camisinha e não compartilhar agulhas e seringas. A camisinha tem que usar sempre, não esta escrito na cara da pessoa que ela tem Aids.

2.1 E em relação às agulhas e seringas?Todo mundo tem que ter cuidado, mas principalmente quem usa drogas. A pessoa ta lá doidona e se esquece né.

3. Conhece alguém que esteja contaminado em seu circulo de colegas, vizinhos? Como soube?A gente sabe que existe, mas próximo, um amigo [...] não, não tem ninguém.

4. Conhece os métodos de prevenção? Onde aprendeu?Usar camisinha sempre e não compartilhar agulhas e seringas. Onde aprendi [...] TV tem aquelas campanhas no carnaval que fala da camisinha.

5. Conhece o tratamento para os que estão infectados pelo vírus HIV?Sei que tem remédios, mas não sei o que eles fazem, nem aonde comprar.

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6. O que gostaria de saber sobre HIV/Aids que ainda desconhece?A bastante coisa, mas o que queria saber mesmo é sobre a cura. Sabe né um remédio definitivo.

1. Todos (TV, revistas, livros didáticos, rádio, professores, ONG's comentam sobre HIV e Aids. Você pode nos descrever os principais debates que são feitos sobre HIV/Aids no Brasil?A não sei não, acho que não tenho visto nada não [...] a tem a camisinha, na TV eles falam muito sobre a camisinha.

2. Você conhece algo sobre a prevenção ao HIV/Aids? Camisinha só a camisinha.

2.1 Quem e quando você acredita que devam usar a camisinha ou outras formas de prevenção?Quem? Quando? A camisinha sempre né principalmente se for à primeira vez, quando você começa a sair com a menina.

3. Conhece alguém que esteja contaminado em seu circulo de colegas,

Nome: E10 P. E V

Instituição de Ensino: Colégio Gastão Vidigal 16 anos 2º Ano

Opção Sexual: Heterossexual

Sexo: Masculino

Data de Nascimento: 07/02/1991 16 anos

Esta namorando: Não

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vizinhos? Como soube?Não.

4. Conhece os métodos de prevenção? Onde aprendeu?Na escola e na TV eles falam da camisinha.

5. Conhece o tratamento para os que estão infectados pelo vírus HIV?Já ouvi fala, mas não sei nada não.

6. O que gostaria de saber sobre HIV/Aids que ainda desconhece?Talvez saber mais sobre como não pegar.

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Entrevista com os Estudantes da Universidade Estadual de Maringá-UEM

1. Todos (TV, revistas, livros didáticos, rádio, professores, ONG's comentam sobre HIV e Aids. Você pode nos descrever os principais debates que são feitos sobre HIV/Aids no Brasil?O que mais se houve falar é sobre o uso de camisinha como método de prevenção [...]. Na verdade eu não ouço muito sobre o assunto, a não ser a prevenção pelo uso de preservativo. Eu acho que é tudo muito limitado

2. Você conhece algo sobre a prevenção ao HIV/Aids?Bem como eu já falei o uso de preservativo, usar sempre seringas descartáveis, no caso das pessoas que fazem uso de drogas injetáveis [ã] na verdade sempre que for ter contato com sangue é preciso ter cuidado, mesmo no laboratório, é preciso sempre ter cuidado com o sangue.

2.1 Sobre os cuidados em relação à prevenção, para quem estes cuidados são importantes? Eu acho que tem a ver com os homossexuais né [...] o tipo de relação que eles têm, eu acho que eles são mais vulneráveis. As prostitutas também, se bem que hoje eu acho que todos.

3. Conhece alguém que esteja contaminado em seu circulo de colegas, vizinhos? Como soube?No laboratório onde eu trabalho, antes tinha umas pessoas que estavam com tuberculose, e elas também tinham Aids, mas no meu

Nome: E11 P. S. M.

Instituição de Ensino: Ciências Biológicas – UEM 4° ano.

Opção Sexual: Heterossexual

Sexo: Feminino

Data de Nascimento: 01/07/1985 22anos

Esta namorando: Sim

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circulo, não, não tem ninguém.

4. Conhece os métodos de prevenção? Onde aprendeu?Sim, o uso de seringas é com drogas injetáveis, porque, quando qualquer coisa que você for fazer que for utilizada seringa, é você se certificar que não corre nenhum risco. Aprendi na escola, pela TV.

5. Conhece o tratamento para os que estão infectados pelo vírus HIV?Eu conheço o medicamento que a pessoa precisa tomar até 48 horas após, por que neste período, o vírus ainda não começou a se multiplicar, depois disso não tem mais jeito. Quando a pessoa é soropositiva, eu sei que existem medicamentos, mas não sei como eles atuam no organismo da pessoa, não sei como eles agem, só sei que a Aids não tem cura.

6. O que gostaria de saber sobre HIV/Aids que ainda desconhece?Eu gostaria de ter mais informações sobre o tratamento, sobre os medicamentos, como eles agem no corpo da pessoa, o que eles podem ou não fazer para uma pessoa que tem Aids.

7. Você se sente preparada para trabalhar esta temática em sala de aula?Não, justamente por não ter mais informações, como já disseram, na televisão eles só falam do uso de camisinha e às vezes de não compartilhar seringas e agulhas. Mas é muito pouco, aqui mesmo no curso, não é falado nada, talvez eu até consiga falar sobre outros assuntos ligados a sexualidade, por fazem parte do nosso dia-a-dia, mas sobre este assunto não, eu não me sinto preparada.

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1. Todos (TV, revistas, livros didáticos, rádio, professores, ONG's comentam sobre HIV e Aids. Você pode nos descrever os principais debates que são feitos sobre HIV/Aids no Brasil?Principalmente sobre o uso de camisinha, [...] mas outros assuntos, recentemente eu vi um outdoor, que falava sobre fazer o teste.

2. Você conhece algo sobre a prevenção ao HIV/Aids? Acho que só o uso de preservativo.

2.1 Você falou sobre o uso de preservativos, quando que você acredita ser necessário fazer uso desta forma de prevenção?Acho que o uso do preservativo é sempre necessário, mas as prostitutas os gays eles estão mais susceptíveis a se contaminam.

3. Conhece alguém que esteja contaminado em seu circulo de colegas, vizinhos? Como soube?Não.

4. Conhece os métodos de prevenção? Onde aprendeu?Camisinha. E aprendi na escola, na televisão, com folhetos informativos.

5. Conhece o tratamento para os que estão infectados pelo vírus HIV?Coquetel, mas eu não sei como ele age.

Nome: E12 S. M. F.

Instituição de Ensino: Ciências Biológicas – UEM 4° ano.

Opção Sexual: Heterossexual

Sexo: Feminino

Data de Nascimento: 30/01/1982 25 anos

Esta namorando: Não

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6. O que gostaria de saber sobre HIV/Aids que ainda desconhece?[risada nervosa] [...] Mais [...] como realmente acontece, como o vírus consegue destruir as nossas células.

7. Você se sente preparada para trabalhar esta temática em sala de aula?Eu acho que não, com as informações que eu tenho não, deveria estuda mais, me inteirar mais sobre o assunto.

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1. Todos (TV, revistas, livros didáticos, rádio, professores, ONG's comentam sobre HIV e Aids. Você pode nos descrever os principais debates que são feitos sobre HIV/Aids no Brasil?Debates? [...] em que sentidos eles falam? Bom fala-se sobre prevenção, fala-se sobre as formas de contágio ou não é um pouco sobre tratamento [...] é o que eu ouvi até agora.

2. Você conhece algo sobre a prevenção ao HIV/Aids? Materiais descartáveis né têm que ser descartável, tem que ser descartável, por exemplo, em hospitais, qualquer exame que você faça acho que só.

2.1 Por que é importante a utilização de material descartável?Porque se a pessoa tiver contato com sangue contaminado ela pode pegar o vírus.

3. Conhece alguém que esteja contaminado em seu circulo de colegas, vizinhos? Como soube?[Ã] não.

4. Conhece os métodos de prevenção? Onde aprendeu?Camisinha e materiais descartáveis e aprendi no colégio só.

5. Conhece o tratamento para os que estão infectados pelo vírus HIV?Que são feitos coquetéis de remédios, e no Brasil, é esses remédios são disponibilizados para a população que é soropositiva né gratuitamente é isso que eu sei.

6. O que gostaria de saber sobre HIV/Aids que ainda desconhece?Eu queria

Nome: E13 T. R. T.

Instituição de Ensino: Ciências Biológicas – UEM 4° ano.

Opção Sexual: Heterossexual

Sexo: Feminino

Data de Nascimento: 05/06/1985 22 anos

Esta namorando: Sim

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saber sobre tratamento também, que tipo de remédio é usado? O que causa nas pessoas, quanto tempo? É pra sempre? Bem ela vai usar pra sempre? Eu sei, [...] isso vai diminuindo a dose com o tempo ou aumenta?

7. Você se sente preparada para trabalhar esta temática em sala de aula?Não, hoje não, precisaria de muito mais informação, aqui na universidade nos não temos nenhum tipo de disciplina que fale desses problemas, mas seria muito importante que nós pudéssemos sair melhor informados sobre esses assuntos.

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Nome: E14 J.

Instituição de Ensino: Ciências Biológicas – UEM 4° ano.

Opção Sexual: Heterossexual

Sexo: Feminino

Data de Nascimento: 10/07/1985 22 anos

Esta namorando: Sim

1. Todos (TV, revistas, livros didáticos, rádio, professores, ONG's comentam sobre HIV e Aids. Você pode nos descrever os principais debates que são feitos sobre HIV/Aids no Brasil?Nossa tanta coisa, é difícil pensar agora é complicado [risada]. A que as pesquisas com a Aids estão muito avançada, sobre o uso de camisinha[...] acho que é isso.

2. Você conhece algo sobre a prevenção ao HIV/Aids? Bem uso de preservativo é a primeira, [...] a que mais se houve falar, mas tem também o cuidado que as pessoas precisam ter com agulhas e materiais que tenham contato com o sangue. Ã [...] tem a prevenção da mãe para o filho, não amamentar no caso das mães que tem Aids [...] acho que é isso.

2.1 Quando que você acredita ser necessária a prevenção?Bem não vem um selo na sua testa dizendo que você é portador de HIV, pessoas que você nem imagina pode estar contaminada, você tem que se proteger de todas as formas, não é porque a pessoa é bonitinha que ela não vai ter [...]. É claro que tem pessoas que são mais fáceis de pega a doença, prostitutas, usuários de drogas injetáveis, mas hoje em eu acho que todo mundo pode pega.

3. Conhece alguém que esteja contaminado em seu circulo de colegas, vizinhos? Como soube?Não.

4. Conhece os métodos de prevenção? Onde aprendeu?O que eu sei [ã] [...] é o que eu já falei, o uso de camisinha, não compartilhar seringas, cuidado com sangue, mães portadoras não amamentar seus filho. E eu aprendi na escola, durante o ensino médio, na minha escola, eu sou de Marialva, tinha muitas informações a respeito da Aids, como era escola pública, por isso tinha muitos

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cartazes explicativos sobre o uso de camisinha, tinha os panfletos também que eram distribuídos. Aqui na UEM também eu recebi uns panfletos.

5. Conhece o tratamento para os que estão infectados pelo vírus HIV?Sei que existem remédios que agem em cima do vírus, mas eu não sei o que eles fazem bem, não sei como eles atuam [...]. Sei que existe este coquetel e que é distribuído pelo SUS.

6. O que gostaria de saber sobre HIV/Aids que ainda desconhece?Acho sobre as pesquisas, eu acredito que já descobriram uma forma de conter o HIV, só que existe uma indústria que fabrica remédios, e por isso eles não deixam ser divulgada a cura, porque assim eles podem continuar ganhando muito dinheiro. Acho que é esta a minha maior dúvida.

7. Você se sente preparada para trabalhar esta temática em sala de aula?Não, com certeza não, porque os meus conhecimentos são muito superficiais ainda, eu sei o que foi falado durante o ensino médio, mas depois que eu entrei na universidade, eu não vi mais nada. Eu gostaria que tivesse uma matéria que tratasse destes temas, por exemplo, na disciplina de imuno.

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1. Todos (TV, revistas, livros didáticos, rádio, professores, ONG's comentam sobre HIV e Aids. Você pode nos descrever os principais debates que são feitos sobre HIV/Aids no Brasil?O que eu ouço de cada um? [...] que é transmissível através da relação sexual, uso de seringas, [...] é sobre a maneira de ser transmitido, fala sobre o que ele acarreta no organismos. Fala sobre maneiras, maneiras de não de não contrai [...] de não pega a doença né.

2. Você conhece algo sobre a prevenção ao HIV/Aids? O que você ouve falar que tem que usa camisinha, que não pode compartilha agulhas, transfusão sangüínea, não [...] não pode ter contato com líquidos corpóreos como o sangue. Sobre prevenção basicamente o que se ouve é isso.

2.1 Quando acredita que a prevenção é necessária? Acho que todo mundo pode ser contaminado, é claro que tem pessoas que estão mais expostas, como os dentistas, médicos, as prostitutas, os gays. Mas hoje em dia todo mundo pode ser contaminado se não se cuidar.

3.Conhece alguém que esta contaminado em seu circulo de colegas, vizinhos? Como soube?Eu conheço um vizinho, minha mãe comentou. Ã é uma mulher também porque o marido dela morreu ai comentaram.

4. Conhece os métodos de prevenção? Onde aprendeu?

Uso de camisinha, o não compartilhamento de agulhas ou outras coisas que tenham sangue. Isso aí eu aprendi, a não sei [...] escola, escola ensino médio fundamental.

Nome: E15 M.

Instituição de Ensino: Ciências Biológica UEM 4° ano.

Opção Sexual: Heterossexual

Sexo: Masculino

Data de Nascimento: 18/05/1986 21 anos

Esta namorando: Não

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5. Conhece o tratamento para os que estão infectados pelo vírus HIV? Então eu sei pouco, muito pouco, esta pessoa que eu conheço toma um tipo de coquetel , tipo pra pode [...] pra pode tipo atenuar a doença. Tipo como ele age eu não sei, no vírus assim eu não sei. Tem esse coquetel, é isso, eu não sei se ele age no vírus ou nos linfócitos, eu não sei. Sei também que ela consegue estes medicamentos gratuitamente, acho que na prefeitura.

5.1 Você acredita que todas as pessoas soropositivas têm este medicamento gratuitamente, como esta sua vizinha?Não, eu acho que não.

6. O que gostaria de saber sobre HIV/Aids que ainda desconhece?Eu perguntaria, como eu estou fazendo Biologia eu gostaria de saber como em que ponto anda as pesquisas para a cura. O que eles têm de concreto, é curiosidade, eu não sei, a gente ouve falar muito coisa já passada, como evolui tanto, acho que como que tá, tem algum laboratório. Eu acredito que tem já a cura.

6.1 Por que você acredita que já tenha a cura, mas até agora não apareceu nada? Eu acredito que é por dinheiro, pra tenta patentear alguma coisa, pra manter sigilo dos estudos. Eu acho que eles querem continuar a vender remédio.

7. Você se sente preparada para trabalhar esta temática em sala de aula?Não, mas a partir do momento que eu precisar eu vou atrás estuda, pra ter mais segurança, porque com os conhecimentos que eu tenho hoje eu acho que não.

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1. Todos (TV, revistas, livros didáticos, rádio, professores, ONG's comentam sobre HIV e Aids. Você pode nos descrever os principais debates que são feitos sobre HIV/Aids no Brasil?Que é uma doença sexualmente transmissível, que por isso é necessário o uso de preservativo durante a relação sexual. E também que é necessário o cuidado com agulhas contaminadas.

2. Você conhece algo sobre a prevenção ao HIV/Aids? Bom o principal é sobre o uso de camisinha, e é não compartilhar agulhas e seringas, sobre prevenção é isso.

2.1 Você falou sobre o uso de camisinhas e o não compartilhamento de agulhas e seringas. Quando que você acha que é necessário estas medidas?Sempre, a camisinha nós temos que usar sempre.

2.2 Até mesmo quando temos um único parceiro como namorado ou marido?Bem ai as coisa ficam diferentes, porque é difícil depois de um tempo que a relação existe você continuar usando o preservativo. É eu acho que isso tem a ver com confiança. E se você confia o uso do preservativo não é necessário. Agora em relação ao uso de agulhas e seringas, a gente sabe que tem que ser sempre material descartável e nunca compartilhar.

3. Conhece alguém que esteja contaminado em seu circulo de colegas, vizinhos? Como soube? Não.

4. Conhece os métodos de prevenção? Onde aprendeu?Sobre a prevenção é o que eu já disse o uso de preservativos e não compartilhar agulhas e seringas.

Nome: E16 E. M.

Instituição de Ensino: Ciências Biológica UEM 4° ano.

Opção Sexual: Heterossexual

Sexo: Feminino

Data de Nascimento: 29/11/1983 24 anos

Esta namorando: Sim

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Bem eu ouvi falar mais sobre a Aids no ensino médio no colégio. A professora na aula de biologia explicava que o vírus é transmitido pela relação sexual, que é sempre necessário o uso do preservativo. Que se o homem não quiser utilizar a mulher tem que usar.

5. Conhece o tratamento para os que estão infectados pelo vírus HIV?Bem eu sei que existem remédios, mas é só isso. Não sei como eles funcionam. Acho que eu não sei muita coisa

6. O que gostaria de saber sobre HIV/Aids que ainda desconhece?É caso de mães que estão grávidas e que são soro positivas, eu queria saber se passa para o bebê. Eu já ouvi falar que tem bebê que nasce com a doença e tem bebê que não nasce. Então eu queria saber o porquê, se a mãe tem a doença se automaticamente o filho vai ter a doença. Acho que esta é a minha maior dúvida.

7. Você se sente preparada para trabalhar esta temática em sala de aula?Não, se eu tivesse que falar sobre as DST´S, qualquer uma delas eu teria que estudar mais. Eu acredito que não sei quase nada, na verdade o meu conhecimento sobre este assunto, não aumentou muito com a graduação.

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Nome: E17 T. F. S. R.

Instituição de Ensino: 4º Ano Ciências Biológica UEM – Noturno

Opção Sexual: Heterossexual

Sexo: Feminino

Data de Nascimento: 28/06/1985 22 anos

Esta namorando: Sim

1. Todos (TV, revistas, livros didáticos, rádio, professores, ONG's comentam sobre HIV e Aids. Você pode nos descrever os principais debates que são feitos sobre HIV/Aids no Brasil?Bom falam que é uma doença sexualmente transmissível é isso que o pessoal enfatiza, bem é isso que eu percebo. Na televisão eu não posso falar muita coisa porque eu não assisto muito TV, mas pelo menos uma vez por ano a gente ouve falar muito, que é no carnaval, o governo faz propagandas que incentivam o uso da camisinha.

2. Você conhece algo sobre a prevenção ao HIV/Aids? Quando a gente fala na Aids, eu acho que estamos falando de todas as DST´S, é um pacote e por isso a principal forma de prevenção é o uso de camisinha.

2.1 Em que circunstancia você acredita que o uso do preservativo e necessário?Se você confia na pessoa eu acho que não é preciso. Se você já fez o exame que comprova que você não tem nada e você confia na pessoa que esta com você eu acho que não é necessário usar camisinha. É difícil, por exemplo, pedir para o marido que ele use a camisinha é como se não houvesse confiança. Agora se você não confia ou se você não é tão fiel, então é necessário o uso da camisinha. Porque hoje em dia tem essa história de relacionamento aberto, então nesses casos é necessário se cuidar. Também tem gente que bebe, que está drogada e acaba ficando, para estas pessoas é necessária a prevenção.

3. Conhece alguém que esteja contaminado em seu circulo de colegas, vizinhos? Como soube? Não.

4. Conhece os métodos de prevenção? Onde aprendeu?A Aids é mais pelo contato sangüíneo então cuidado com as agulhas e seringas,agora em outra

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circunstâncias ,por exemplo, se a pessoa está machucada, ou tem cárie também eu acho que passa,então é necessário cuidado, bem não sei bem.Eu aprendi mais no colégio, as professoras falavam na aula. Na universidade a gente não ouve falar muito, o que tem é distribuição de panfletos, principalmente próximo ao carnaval, mas estudos mais aprofundados que nos permitam ter um maior conhecimento isso não tem.

5. Conhece o tratamento para os que estão infectados pelo vírus HIV?Sei que tem remédios, mas como eles agem, o que acontece com o paciente, eu não sei nada.

6. O que gostaria de saber sobre HIV/Aids que ainda desconhece?Se na hora do tratamento a pessoa tem um acompanhamento psicológico também. Porque eu acho que esta doença mexe muito com a cabeça da pessoa, ai eu acho que é necessário este tipo de acompanhamento. Não só com a pessoa, mas com a família também. É com esse acompanhamento de envolver a pessoa na sociedade novamente, porque as pessoas ficam assustadas, acham que não podem mais sair de casa, se sentem excluídas, então eu gostaria de saber se existe algum tratamento neste sentido.

7. Você se sente preparada para trabalhar esta temática em sala de aula?Nenhum pouco preparado, mais ainda depois desta entrevista que eu percebi que eu não sei muita coisa. Mas acho que como todas as outras matérias se necessário falar sobre o assunto em sala a opção e estudar mais.

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Nome: E18 A. S.

Instituição de Ensino: 4° Ano Ciências Biológica UEM – Noturno

Opção Sexual: Heterossexual

Sexo: Feminino

Data de Nascimento: 28/07/85 22 anos

Esta namorando: Sim

1. Todos (TV, revistas, livros didáticos, rádio, professores, ONG's comentam sobre HIV e Aids. Você pode nos descrever os principais debates que são feitos sobre HIV/Aids no Brasil?Não sei muita coisa, mas o que todo mundo sabe, que a Aids é uma doença sexualmente transmissível, por esse motivo é preciso usar camisinha nas relações.

2. Você conhece algo sobre a prevenção ao HIV/Aids? Prevenção [...] falam muito sobre o uso da camisinha.

2.1 E quando o uso do preservativo é necessário?Eu acredito que sempre, apesar de muitas pessoas não usarem, por exemplo, as pessoas casadas, dificilmente vão usar preservativo.

3. Conhece alguém que esta contaminado em seu circulo de colegas, vizinhos? Como soube? Não.

4. Conhece os métodos de prevenção? Onde aprendeu?Camisinha, cuidado com agulhas e seringas contaminadas, estes são as formas de prevenção. Bem eu aprendi algumas coisas na escola, às vezes tinham palestras no colégio, as professoras de biologia também abordaram o assunto. Acho que só.

5. Conhece o tratamento para os que estão infectados pelo vírus HIV?Do tratamento eu sei apenas que existem alguns medicamentos, os coquetéis, e que a pessoa precisa tomar por toda a vida.

6. O que gostaria de saber sobre HIV/Aids que ainda desconhece?Sobre o tratamento, os estudos sobre as vacinas.

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7. Você se sente preparada para trabalhar esta temática em sala de aula?Eu tive que dar uma aula sobre as DST´S, então eu acabei estudando um pouco sobre o assunto. [...] é claro que se for para dar uma aula sobre o assunto eu teria que estudar mais, mas eu acho que a principal dificuldade e o professor não conseguir falar abertamente sobre o tema sexualidade.

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1. Todos (TV, revistas, livros didáticos, rádio, professores, ONG's comentam sobre HIV e Aids. Você pode nos descrever os principais debates que são feitos sobre HIV/Aids no Brasil?Sobre HIV? [...] Eu sempre vejo na televisão muito aquele coquetel contra o vírus. né que, que passou algum tempo que ele não tava muito acessível, que tava faltando alguns remédios. E sobre o tratamento das pessoas.

2. Você conhece algo sobre a prevenção ao HIV/Aids? Contra o vírus? Contato sangüíneo. Acredito que tem mais a ver com pessoas que vivem em uma área de risco [...] que usam drogas que tem vários parceiros sexuais, não tem nenhum método de prevenção, contra pega a doença. Eu imagino que deva ser isso. Por que eu acredito que todas as pessoas podem contrair a doença se tive contato com um “aidético” tanto o homem como a mulher.

3. Conhece alguém que esteja contaminado em seu circulo de colegas, vizinhos? Como soube?Não conheço ninguém não.

4. Conhece os métodos de prevenção? Onde aprendeu?Camisinha e com relação a pessoas que usam drogas injetáveis. Aprendi na escola.

5. Conhece o tratamento para os que estão infectados pelo vírus HIV?A a doença, o desenvolvimento da doença tem um coquetel contra a Aids, só que este coquetel não cura, ele retarda o desenvolvimento da doença, ele retarda os sintomas eles demoram um pouco mais pra aparece.

6. O que gostaria de saber sobre HIV/Aids que ainda desconhece?Na verdade as informações que a gente tem não são bem claras, eu não sei como estes medicamento que as pessoas HIV positivas tomam agem no organismo.

Nome: E19 L.

Instituição de Ensino: 4° Ano de Ciência Biológicas – UEM

Opção Sexual: Heterossexual

Sexo: Masculino

Data de Nascimento: 25/08/1985

Esta namorando: Não

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Acho que minha maior dúvida é essa, estes medicamentos são eficazes mesmo.

7. Você se sente preparada para trabalhar esta temática em sala de aula?Não, não me sentiria apto, eu teria que buscar fontes de pesquisas, lê a respeito, pesquisa mais a respeito, pra poder fala, pra passa pros alunos, você não pode passa um achismo, tem que fala o certo.

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1. Todos (TV, revistas, livros didáticos, rádio, professores, ONG's comentam sobre HIV e Aids. Você pode nos descrever os principais debates que são feitos sobre HIV/Aids no Brasil?Eu não me lembro [ã] mas acho que se fala muito sobre o uso da camisinha.

2. Você conhece algo sobre a prevenção ao HIV/Aids? Prevenção? Acho que uma pessoa esta prevenida se usar em todas as relações a camisinha.

2.1 Você falou que todo mundo deve usar camisinha? Você acredita que a maioria das pessoas usa sempre este método de prevenção?Acho que não, bem no começo, quando você começa a sair com a pessoa pode ser né, mas com o tempo vem à intimidade, ai você começa a conhecer a pessoa e a confiar nela. Eu acho que ai não tem mais que usar.

3. Conhece alguém que esteja contaminado em seu circulo de colegas, vizinhos? Como soube?Não.

4. Conhece os métodos de prevenção? Onde aprendeu?Bem é a camisinha é o principal, mas tem também aquela situação onde a pessoa é dependente químico e usa drogas injetáveis, ai estas pessoas tem que ter cuidado com as agulhas e as seringas. Eu aprendi na escola e pela TV.

5. Conhece o tratamento para os que estão infectados pelo vírus HIV?Sei que existe remédio [ã], mas na real [...] eu não sei o que eles fazem, nunca me preocupei em saber.

6. O que gostaria de saber sobre HIV/Aids que ainda desconhece?Eu acho

Nome: E20 F.A.B

Instituição de Ensino: Ciências Biológicas 4° ano

Opção Sexual: Heterossexual

Sexo: Masculino

Data de Nascimento: 10/06/85

Esta namorando: Não

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que não sei quase nada, mas eu acho [ã] pausa que eu gostaria de saber um pouco mais sobre as vacinas, porque é difícil de acreditar que alguém não tenha descoberta a cura. Eu acredito que a vacina já existe só que a indústria farmacêutica não permite que ela seja usada.

7. Você se sente preparada para trabalhar esta temática em sala de aula?Bem [...] você viu que não, eu sei que a Aids existe, que é uma doença que mata, mas é só.

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Anexo 02 Parecer nº 426/2007 do Comitê de Ética.