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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA FACULDADE DE VETERINÁRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS FERNANDA CRISTINA MACEDO RONDON DESENVOLVIMENTO DE FITOTERÁPICOS PARA O TRATAMENTO DA LEISHMANÍASE VISCERAL FORTALEZA 2011

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

FACULDADE DE VETERINÁRIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS

VETERINÁRIAS

FERNANDA CRISTINA MACEDO RONDON

DESENVOLVIMENTO DE FITOTERÁPICOS PARA O

TRATAMENTO DA LEISHMANÍASE VISCERAL

FORTALEZA

2011

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FERNANDA CRISTINA MACEDO RONDON

DESENVOLVIMENTO DE FITOTERÁPICOS PARA O

TRATAMENTO DA LEISHMANÍASE VISCERAL

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação

em Ciências Veterinárias da Faculdade de

Veterinária da Universidade Estadual do Ceará,

como requisito parcial para a obtenção do título de

Doutor em Ciências Veterinárias.

Área de Concentração: Reprodução e Sanidade

Animal.

Linha de Pesquisa: Reprodução e sanidade de

carnívoros, onívoros, herbívoros e aves.

Orientadora: Profa. Dra. Claudia Maria Leal

Bevilaqua

FORTALEZA

2011

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R771d Rondon, Fernanda Cristina Macedo

Desenvolvimento de fitoterápicos para o tratamento da

Leishmaníase Visceral / Fernanda Cristina Macedo Rondon. —

Fortaleza, 2011.

137 p. ; il.

Orientadora: Profª. Drª. Claudia Maria Leal Bevilaqua.

Co-orientadora: Profª. Drª. Selene Maia de Morais.

Tese (Doutorado em Ciências Veterinária) – Universidade

Estadual do Ceará, Faculdade de Veterinária. Área de

Concentração: Reprodução e sanidade de carnívoros, onívoros,

herbívoros e aves.

1. Produtos naturais. 2. Leishmaníase visceral. 3. Tratamento

alternativo. 4. Hamster. I. Universidade Estadual do Ceará,

Faculdade de Veterinária.

CDD: 636.089

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FERNANDA CRISTINA MACEDO RONDON

DESENVOLVIMENTO DE FITOTERÁPICOS PARA O TRATAMENTO

DA LEISHMANÍASE VISCERAL

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação

em Ciências Veterinárias da Faculdade de

Veterinária da Universidade Estadual do Ceará,

como requisito parcial para a obtenção do título de

Doutor em Ciências Veterinárias.

Aprovada em: 11 / 07 / 2011. Hora: 14:00

Conceito: Aprovado e Satisfatório Nota final: 9,5

BANCA EXAMINADORA

____________________________________

Profa. Dra. Claudia Maria Leal Bevilaqua

Universidade Estadual do Ceará

Orientador

_________________________________ ___________________________________

Profa. Dra. Selene Maia de Morais Prof. Dr. Heitor Franco de Andrade Júnior

Universidade Estadual do Ceará Universidade de São Paulo

Co-orientadora Examinador

_______________________________ _____________________________________

Profa. Dra. Maria Jania Teixeira Profa. Dra. Sthenia Santos Albano Amóra

Universidade Federal do Ceará Universidade Federal Rural do Semi-Árido

Examinadora Examinadora

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À Fabíola Pedreira minha maior incentivadora e à

minha irmã Alessandra Michele Rondon meu

exemplo de força, eu dedico.

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“Não desista diante do primeiro obstáculo, tenha força

e confiança porque você nunca está sozinho”.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus por tudo que aconteceu comigo até o momento e por tudo

que virá pela frente, obrigada por nunca me deixar sozinha e sempre iluminar o meu

caminho.

À minha mãe Regina Maria Macedo Rondon e ao meu pai Antônio Lara Marialva Meireles

Rondon por me lembrarem sempre que todo aprendizado é válido e que devemos valorizar

cada momento de forma única.

Aos meus irmãos Alessandra Michele, Alexandre Rodrigo e Antônio Lara Júnior pela

força, disposição e paciência.

Em especial à professora Drª Claudia Maria Leal Bevilaqua pela orientação, acolhimento e

aprendizagem durante todo este período de convivência de quase 9 anos que foram

essenciais para minha vida profissional e social. Agradeço também por toda a ajuda,

carinho, conselhos e às longas conversas em seu escritório e na sua casa, bem antes de eu

entrar em seu laboratório, ao longo deste tempo, aprendi o que é respeito e dedicação.

À professora Dra. Selene Maia de Morais e a todos do Laboratório de Química de Produtos

Naturais, em especial à Lyeghyna Karla Andrade Machado, por toda a ajuda na parte

experimental e química fornecida e co-orientação durante a realização desta tese.

Ao professor Dr. Heitor Franco de Andrade Júnior e todos os integrantes do Laboratório de

Protozoologia da Universidade de São Paulo por todo o apoio, acolhimento e aprendizagem

fundamental para a realização desta tese. A convivência com vocês foi revigorante para a

continuidade do meu trabalho.

À professora Dra. Maria Jania Teixeira por ter aceitado participar como membro efetivo da

minha banca e por ter sido tão prestativa, conseguindo ajudar-me a solucionar problemas

que enfrentei durante a etapa experimental.

À professora Dra. Sthenia Santos Albano Amóra por aceitar participar como membro

efetivo da minha banca e pela atualização dos assuntos referentes à leishmaníase visceral

canina em nosso país.

Aos amigos de profissão e colegas do Laboratório de Doenças Parasitárias, em especial

Marina Parissi Accioly, Eudson Maia de Queiroz Júnior, Rafaela Albuquerque Silva, Ana

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Caroline Moura Rodrigues, Camila de Albuquerque Almeida, Maria Vivina Barros

Monteiro, Vitor Luz, Diana Romão, Ana Lourdes Camurça Vasconcelos, Juliana de

Carvalho Ribeiro, Rafaele Sampaio, João Batista Silva Júnior por toda a ajuda dada durante

o experimento, pelas diferentes formas de descontrações sempre bem-vindas e

extremamente agradáveis e por me mostrarem o quê realmente é importante nesta vida por

diferentes pontos de vistas.

Aos mestrandos e doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias da

Universidade Estadual do Ceará pela companhia e companheirismo durante o curso.

Aos funcionários do Programa de Pós Graduação em Ciências Veterinárias, Adriana Maria

Sales Albuquerque, Cristina Sabóia do Nascimento e Frederico Rocha Cavalcanti, sempre

dispostos a ajudar, pelo profissionalismo e por tornarem o Programa um ambiente tão

tranqüilo e descontraído.

A todos os funcionários da biblioteca da Universidade Estadual do Ceará, em especial à

Leila Cavalcante Sátiro pela ficha catalográfica da Tese.

A todos os professores do PPGCV, pelos conhecimentos conquistados durante nossa

convivência.

A Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico Tecnológico (FUNCAP)

pelo apoio financeiro durante todo o curso.

Às famílias Pedreira e Rondon, em especial à Fabíola Rodrigues Pedreira e a minha irmã

Alessandra Michele Macedo Rondon, pessoas de extrema importância em minha vida, por

toda a paciência, companheirismo e alegria proporcionadas durante todo este período,

reconheço que em muitos momentos me senti perdida e em todos estes períodos vocês

foram fundamentais para que eu encontrasse o meu foco e seguisse em frente.

Aos amigos Rafaell Caminha de Freitas, Isabele Caminha de Freitas, Francis Hellen,

Tatyane Mota, Marília Girão e Daniel de Araújo Viana pelos momentos de descontração e

apoio emocional durante toda esta etapa da minha vida e por todos os anos de amizade.

Aos animais por todo o real sentido de companheirismo, lealdade e amor incondicional,

obrigada Tito (hamster) você foi peça fundamental de todo o meu experimento. Aos meus

cachorros Shakira, Russa, Belinha, Rana e Rick e ao meu gato Lula, meus animais que são

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participantes ativos nesta jornada me proporcionando momentos de muitas alegrias e

descontração.

Sou eternamente grata a todas as pessoas que mesmo em sua mais breve passagem ou curta

convivência me ofereceram contribuição, de qualquer natureza, para a realização deste

trabalho.

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RESUMO

A ausência de resultados efetivos no controle da Leishmaníase Visceral (LV) incentiva a

pesquisa por novas alternativas que possam ser efetivas no combate a esta doença. Assim, o

objetivo deste estudo foi desenvolver fitoterápicos para o tratamento da LV. Das plantas

Aloe vera, Coriandrum sativum e Ricinus communis foram obtidos 3 extratos brutos. Do

extrato bruto foi obtida uma fração clorofórmica, uma fração acetato de etila e uma fração

metanólica. Além disso, foram obtidos óleos essenciais de C. sativum e Lippia sidoides e o

óleo-resina de Copaifera reticulata. Na primeira etapa, os produtos naturais foram

avaliados sobre as formas promastigotas e amastigotas de Leishmania chagasi e

citotoxicidade sobre células monocíticas de murinos RAW 264.7. Por meio dos testes in

vitro determinou-se o valor da CI50 de cada fração/óleo sobre promastigotas e amastigotas

de L. chagasi a partir do teste MTT e pelo imunoensaio ELISA in situ, respectivamente. Na

segunda etapa foram selecionados a fração e o óleo com maior eficácia in vitro e menor

citoxicidade para uso terapêutico in vivo. No teste in vivo hamsters foram infectados

intraperitonealmente por 1x107 promastigotas/0,1mL PBS 1x de L. chagasi e os animais

foram divididos em sete grupos com 10 animais em cada. A confirmação da infecção foi

feita 30 dias após a inoculação experimental, dois animais/grupo foram eutanasiados e

foram coletadas amostras de baço e fígado para realização das análises de imprints e

histopatológico. O tratamento dos animais durou 30 dias consecutivos, mas todo o

experimento durou 90 dias. O óleo e a fração foram administrados em duas doses

100mg/kg e 50mg/kg. O controle positivo usou 20mg Sbv/kg de antimoniato de meglumina

(Glucantime®

); controle negativo foi de animais infectados que não receberam tratamento e

o último grupo era apenas de animais sadios. Após 15 dias de tratamento (D45) dois

animais e no 30o dia pós-tratamento (D90) seis animais por grupo foram eutanasiados e

amostras do fígado e baço foram coletadas para análise. O óleo-resina de C. reticulata e a

fração acetato de etila de R. communis foram os mais eficientes com valores de CI50 sobre

promastigotas de 7,88 e 3,45 µg/mL e contra amastigotas de 0,52 e 17,28 µg/mL. Nenhum

produto natural diferiu do controle positivo pentamidina (CI50 de 0,17 – 23,11 µg/mL)

contra promastigotas e anfotericina B (CI50 de 0,08 – 51,87 µg/mL) em amastigotas. Com

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relação a citotoxicidade o óleo-resina de C. reticulata e a fração acetato de etila de R.

communis não evidenciaram efeito tóxico. Nos testes in vivo, o histopatológico esplênico

sugere que nos animais tratados houve uma resposta imune celular estimulada. No fígado

os sinais mais óbvios observados foram focos inflamatórios com formações

granulomatóides. Focos de hemorragia foram mais evidentes no grupo dos animais

infectados e não tratados. Todos os tratamentos reduziram a carga parasitária esplênica e

hepática e o efeito foi dose-dependente. Estes resultados sugerem que os produtos naturais

obtidos de C. reticulata e R. communis podem ser eficazes para o tratamento da LV,

embora novos testes são necessários para avaliar os possíveis mecanismos de ação.

Palavras-chave: Produtos naturais. Leishmaníase visceral. Tratamento alternativo.

Hamster.

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ABSTRACT

The absence of effective results on control of Visceral Leishmaniasis (VL) stimulates the

search for new alternative that can be effective on the combat of this disease. Thus the

objective of this study was to develop phytotherapics to treat VL. From the plants Aloe

vera, Coriandrum sativum and Ricinus communis were obtained three crude extracts. From

crude extracts it were obtained chloroform, ethyl acetate and methanol fractions for each

plant. It were also obtained C. sativum and Lippia sidoides essential oils and an oleoresin

from Copaifera reticulata. In the first step, the natural products were evaluated on

promastigotes and amastigotes of Leishmania chagasi and cytotoxicity on monocytic

murine RAW 264.7 cells. By the in vitro tests were determined IC50 values of each

fraction/oils on promastigotes and amastigotes of L. chagasi by MTT test e by

immunoassay ELISA in situ, respectively. In the second step, the most effective and the

least toxic fraction and oil in the first step were selected for therapeutic use in vivo tests.

On these assays, golden hamsters were infected intraperitonealy by 1x107

promastigotes/0.1mL PBS 1x of L. chagasi and the animals were divided in seven groups

with ten hamsters each. The infection confirmation was made in thirtieth day after

experimental inoculation, two animals for each group were euthanized and samples of liver

and spleen were collected to realize imprints and histopathological analysis. The animal’s

treatment was consecutives thirty days, but the whole experiment lasted 90 days. The oil

and fraction were administrated in two doses 100mg/kg and 50mg/kg. The positive control

used 20mg Sbv/kg from antimoniate of meglumine (Glucantime

®); negative control of

animals infected untreated and last group was just healthy animals. After fifteen days of

treatment (D45) two animals and on thirthief day pos-treatment (D90) six animals per

group were euthanized and samples of liver and spleen were collected to analysis. The

oleoresin of C. reticulata and ethyl acetate fraction of R. communis had more effectiveness

with IC50 values on promastigotes of 7.88 and 3.45 µg/mL and against amastigotes of 0.52

and 17.28 µg/mL. None natural product differ from positive control pentamidine (IC50 of

0.17 – 23.11 µg/mL) against promastigotes and amphotericin B (IC50 of 0.08 – 51.87

µg/mL) on amastigotes. In the cytotoxic test the oleoresin of C. reticulata and ethyl acetate

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fraction from R. communis showed no toxic effect. The in vivo tests, the splenic

histopathology suggest that treated animals had a stimulated cellular immune response. In

the liver the more obvious signs observed were inflammatory foci and formations

granulomatoid. Hemorrhagic foci were evident in the untreated and infected group. All

treatments reduced spleen and liver parasite load and found to be dose-dependent. These

results suggest that natural products obtained from C. reticulata and R. communis can be

effective for the treatment of VL, although news tests are needed to evaluate the possible

mechanisms of action.

Keywords: Natural products. Visceral leishmaniasis. Alternative treatment. Hamster.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Médico e Cientista Gaspar de Oliveira Vianna ..................................... 23

Figura 2 – Antimoniato de meglumina (Glucantime®) ........................................... 24

Figura 3 – Alopurinol droga leishmaniostática de uso conjunto com antimoniato

de meglumina .......................................................................................................... 25

Figura 4 – Aminosidina antibiótico pertencente ao grupo de segunda escolha

para o tratamento da LV humana ............................................................................ 26

Figura 5 – Anfotericina B antibiótico e antifúngico pertencente ao grupo de

segunda escolha para o tratamento da LV humana ................................................. 27

Figura 6 – Miltefosina quimioterápico para o tratamento da LV humana .............. 27

Figura 7 – Produtos naturais utilizados para combater doenças ............................. 30

Figura 8 – Trajetória para validação de uso popular de plantas medicinais ........... 31

Figura 9 – Promastigotas cultivadas em meio M199 e coradas por kit Panótico.... 32

Figura 10 – Formas amastigotas observadas em imprint hepático em aumento de

100x ........................................................................................................................ 34

Figura 11 – Hamster dourado (Mesocricetus auratus) principal espécie animal

usada em estudos de infecção experimental por Leishmania spp........................... 36

Figura 12 – Planta do gênero Aloe........................................................................... 40

Figura 13 – Árvore do gênero Copaifera................................................................. 41

Figura 14 – Erva Coriandrum sativum..................................................................... 42

Figura 15 – A planta Lippia sidoides....................................................................... 44

Figura 16 – Planta Ricinus communis...................................................................... 45

Capítulo 1

Figure 1. Viability of RAW 264.7 cells treated with100 g/mL with either the

ethyl acetate, chloroform, or methanol fractions of A. vera, C. sativum, and R.

communis compared to positive (40µg/mL amphotericin B) and negative control

(Dulbecco medium) ……………………………………………………………….

59

Capítulo 2

Figure 1. Effect of C. sativum and L. sidoides essentials oils, and C. reticulata

oleoresin at a concentration of 100 µg/mL, on the viability of the murine

monocyte cell line, RAW 264.7. Amphotericin B (40 µg/mL) was used as a

reference, and Dulbecco medium served as the negative control ……………….

74

Capítulo 3

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Figura 1: Carga Parasitária dos imprints esplênicos (A) e hepáticos (B) obtidos

no período de 30 dias pós-infecção (D30), 15 dias de tratamento (D45) e 30 dias

pós-tratamento (D90) dos animais tratados com o óleo-resina de C. reticulata

comparados com os grupos controle positivo tratados com antimoniato de

meglumina e controle negativo composto por animais infectados e não tratados.

89

Figura 2: Imprint Baço: A – pequeno número de formas amastigotas de L.

chagasi (seta branca) – animal infectado e tratado com 100mg/Kg do óleo-resina

de C. reticulata, 100x; B – Formas amastigotas de L. chagasi (seta branca) –

animal infectado sem tratamento, 100x. Tempo - 90 dias após a infecção.........

89

Figura 3: Imprint Fígado: A – Formas amastigotas de L. chagasi (seta branca) –

animal tratado 100mg/kg de óleo-resina de C. reticulata, 40x; B – Ninho de

formas amastigotas de L. chagasi (seta branca) – animal infectado sem

tratamento, 100x. Tempo - 90 dias após a infecção...........................................

90

Figura 4: Achado histopatológico de tumefação turva discreta e moderada

encontrado em todos os animais tratados após 90 dias de infecção, 20x............. 92

Figura 5: Aspecto granulomatóide de infiltrado inflamatório observado no fígado

em animal tratado com 100mg/Kg de óleo-resina de C. reticulata, 40x. Tempo –

90 dias pós-infecção........................................................................................

92

Figura 6: Hiperplasia de células de Kupffer em animal infectado e não tratado

após 90 dias de infecção, 100x......................................................................... 93

Figura 7: Hiperplasia da polpa branca com predominância de manguito

periarteriolar, 100x.......................................................................................... 93

Figura 8: Hiperplasia folicular da polpa branca com confluência de folículos em

animal infectado e não tratado após 90 dias de infecção, 100x.......................... 94

Capítulo 4

Figura 1: Carga Parasitária dos imprints esplênicos (A) e hepáticos (B) obtidos

no período de 30 dias pós-infecção (D30), 15 dias de tratamento (D45) e 30 dias

pós-tratamento (D90) dos animais tratados com a fração acetato de etila de R.

communis comparados com os grupos controle positivo Glucantime® e controle

negativo composto por animais infectados e não tratados..................................

109

Figura 2: Imprint Baço: A – Formas amastigotas de L. chagasi (seta branca) –

animal tratado 100mg/kg da fração acetato de etila de R. communis, após 90 dias

de experimento, 100x; B – Formas amastigotas de L. chagasi (seta branca) –

110

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animal infectado sem tratamento, após 90 dias de experimento, 100x................

Figura 3: Imprint Fígado: A – Formas amastigotas de L. chagasi (seta branca) –

animal tratado 100mg/kg da fração acetato de etila de R. communis, após 90 dias

de experimento, 100x; B – Formas amastigotas de L. chagasi (seta branca) –

animal infectado sem tratamento, 40x...............................................................

110

Figura 4: Fígado: A – Degeneração hidrópica/tumefação turva discreta e foco

hemorrágico discreto 40x................................................................................... 112

Figura 5: Fígado: Infiltrado inflamatório epitelióide concêntrico, tipo

granulomatóide observado em animal tratado com 100mg/kg da fração acetato de

etila de R. communis, após 90 dias de tratamento, 40x.......................................

113

Figura 6: Hiperplasia de células de Kupffer em animal infectado e não tratado

após 90 dias de experimento, 100x.................................................................. 113

Figura 7: Hiperplasia da polpa branca com predominância de manguito

periarteriolar em animal tratado com 100mg/Kg da fração acetato de etila de R.

communis, após 90 dias de experimento, 20x....................................................

114

Figura 8: Hiperplasia folicular da polpa branca com confluência de folículos em

animal infectado e não tratado após 90 dias de experimento, 20x....................... 115

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Efeito leishmanicida in vitro de plantas ................................................ 37

Tabela 2 – Estudos in vivo de atividade leishmanicida de Plantas ..................... 38

Capítulo 1

Table 1: IC50 values of ethyl acetate, chloroform, and methanol fractions of Aloe

vera, Coriandrum sativum, and Ricinus communis on promastigotes and

amastigotes of Leishmania infantum……………………………………………..

58

Table 2: Chemical compounds of each fraction identified by phytochemical tests

according to Matos (2009) and Siddiqui et al. (2009)………………………………….. 60

Capítulo 2

Table 1: Relative percent composition of Coriandrum sativum and Lippia

sidoides essential oils, and Copaifera reticulata oleoresin……………………… 75

Capítulo 3

Tabela 1: Protocolo terapêutico instituído nos grupos experimentais. 87

Tabela 2: Redução da carga parasitaria esplênica de hamsters infectados

experimentalmente por Leishmania chagasi e tratados com óleo-resina de

Copaifera reticulata nas doses de 100 e 50 mg/kg, aos 15 dias de tratamento

(D45) e 30 dias após o término do tratamento (D90), comparada aos animais

tratados com dose de 20mg Sbv/kg de antimoniato de meglumina.....................

91

Tabela 3: Redução da carga parasitaria hepática de hamsters infectados

experimentalmente por Leishmania chagasi e tratados com óleo-resina de

Copaifera reticulata nas doses de 100 e 50 mg/kg, aos 15 dias de tratamento

(D45) e 30 dias após o término do tratamento (D90), comparada aos animais

tratados com dose de 20mg Sbv/kg de antimoniato de meglumina......................

91

Capítulo 4

Tabela 1: Protocolo terapêutico instituído nos grupos experimentais. 108

Tabela 2: Redução da carga parasitaria esplênica de hamsters infectados 111

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17

experimentalmente por Leishmania chagasi e tratados com a fração acetato de

etila de Ricinus communis L. nas doses de 100 e 50 mg/kg, aos 15 dias de

tratamento (D45) e 30 dias após o término do tratamento (D90), comparada aos

animais tratados com dose de 20mg Sbv/kg de antimoniato de meglumina.........

Tabela 3. Redução da carga parasitaria hepática de hamsters infectados

experimentalmente por Leishmania chagasi e tratados com a fração acetato de

etila de Ricinus communis L. nas doses de 100 e 50 mg/kg, aos 15 dias de

tratamento (D45) e 30 dias após o término do tratamento (D90), comparada aos

animais tratados com dose de 20mg Sbv/kg de antimoniato de meglumina.........

111

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

µg – Microgramas

BA - Bahia

CI50 – Concentração de uma substância capaz de inibir 50% dos parasitos

CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

CO2 – Gás carbônico

DL10 – Dose letal capaz de matar 10% dos animais

DL50 – Dose letal capaz de matar 50% dos animais

FIOCRUZ – Fundação Oswaldo Cruz

FUNCAP – Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico Tecnológico

IC50 – Concentration of drug able to inhibit 50% of parasites

IM – Intramuscular

IP – Intraperitoneal

kg – kilogramas

LABODOPAR – Laboratório de Doenças Parasitárias

LV – Leishmaníase visceral

MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

mg – Miligramas

mL – Mililitros

MS – Ministério da Saúde

MTT – Brometo 3-[4,5-dimetiltiazol-2-il]-2,5-difenil-tetrazolium

nm – Nanômetros

OMS – Organização Mundial da Saúde

PCR – Reação em Cadeia da Polimerase

SbIII

– Antimônio Trivalente

SbV – Antimônio Pentavalente

SDS – Sulfato Dodecil de Sódio

sp. – Espécie

spp. – Várias espécies

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UECE – Universidade Estadual do Ceará

UFC – Universidade Federal do Ceará

UFERSA – Universidade Federal Rural do Semi-Árido

USP – Universidade de São Paulo

VL – Visceral leishmaniasis

VO – Via Oral

WHO – World Health Organization

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................... 21

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA....................................................................... 23

2.1 Fármacos usados no tratamento da LV.................................................

2.2 Validação científica de plantas com ação leishmanicida.....................

2.3 Plantas com ação leishmanicida...........................................................

2.4 Plantas utilizadas no presente estudo...................................................

23

30

36

40

3 JUSTIFICATIVA........................................................................................... 47

4 HIPÓTESE CIENTÍFICA............................................................................. 48

5 OBJETIVOS.................................................................................................... 49

5.1 Objetivo Geral......................................................................................

5.2 Objetivos Específicos...........................................................................

49

49

6 CAPÍTULO 1.................................................................................................. 50

7 CAPÍTULO 2.................................................................................................. 66

8 CAPÍTULO 3.................................................................................................. 81

9 CAPÍTULO 4.................................................................................................. 101

10 CONCLUSÕES............................................................................................... 122

11 PERSPECTIVAS............................................................................................ 123

12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................... 124

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1 INTRODUÇÃO

A leishmaníase visceral (LV) é uma zoonose parasitária de caráter crônico e em

casos não tratados pode ser fatal (MIRÓ et al., 2008). Isto porque suas características

clínicas, histopatológicas e imunológicas dependem da virulência do protozoário infectante

e da suscetibilidade do hospedeiro (PEARSON; DE QUEIROZ SOUSA, 1996). Esta

enfermidade tem como agente etiológico nas Américas Central e do Sul o protozoário

Leishmania chagasi que possui duas formas bem características, a promastigota, flagelada

metacíclica infectante, presente no vetor biológico e a amastigota, parasito intracelular

obrigatório das células do sistema fagocítico mononuclear (LAINSON; RANGEL, 2005).

O único reservatório do ambiente urbano é o cão, Canis familiaris, e no ambiente

silvestre a raposa, Cerdocyon thous (ASHFORD, 2000). O principal vetor responsável pela

transmissão da LV no Brasil é o díptero Lutzomyia longipalpis (Diptera: Psychodidae)

(LAINSON; RANGEL, 2005), entretanto, na região do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul,

o flebotomíneo L. cruzi tem sido implicado na transmissão da doença (MISSAWA et al.,

2011). Mais recentemente, um estudo tem sugerido ao inseto L. migonei o papel de possível

vetor da LV na cidade de La Banda, na Argentina (SALOMÓN et a., 2010).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) ocorrem 500 mil novos casos

humanos por ano de LV. Sendo Brasil, Índia, Bangladesh, Nepal e Sudão responsáveis por

90% dos casos humanos de LV no Mundo (WHO, 2010). No Brasil, o Nordeste brasileiro,

até a década de 90 concentrava 90% dos casos de LV humana. No entanto, atualmente tem-

se observado uma expansão territorial desta doença, pois o número de notificações nesta

região tem diminuído enquanto que em outras regiões brasileiras aumentou. Em 2006 e em

2008 foram registrados em torno de 55% e 48%, respectivamente, de casos positivos para

LV no Nordeste (BRASIL, 2010). Outro aspecto favorável para esta expansão foi a

urbanização da LV, através da adaptação do inseto vetor às áreas urbanas associada à

aproximação entre o reservatório canino e o homem (HARHAY et al., 2011).

A endemicidade da LV no estado do Ceará é comprovada e as cidades de Fortaleza,

Sobral e Barbalha apresentam a maior incidência da doença em humanos (CEARÁ, 2008).

No que diz respeito à população canina, um levantamento realizado no ano de 2007 em

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Fortaleza demonstrou prevalência da LV de 26,2% (196/750) em cães domiciliados e de

21,4% (135/631) em cães de rua (RONDON et al., 2008). Cães infectados têm sido

encontrados em todos os focos onde há doença humana, deste modo, representam o

principal elo na cadeia de transmissão (GRAMICCIA; GRADONI, 2005).

O tratamento com substâncias sintéticas da LV humana e canina utiliza como

fármacos de primeira escolha os antimoniais pentavalentes. Porém devido aos graves

efeitos tóxicos surgiram outras drogas como alopurinol, anfotericina B e sua forma

lipossomal, aminosidina/paramomicina, quinolonas, metronidazol, pentamidina e mais

recentemente miltefosina (CROFT; COOMBS, 2003; SHARIEF et al., 2006; BIZZETI et

al., 2006, OLIVA et al., 2010). No entanto, o efeito tóxico das drogas usadas no protocolo

terapêutico e o aparecimento de parasitos resistentes em casos humanos na Índia (CROFT;

COOMBS 2003; SHARIEF et al., 2006) e a comprovação da ineficácia do tratamento

canino (OLIVA et al., 2010) reforçaram a ausência de medidas curativas eficientes que

comprovam a necessidade do desenvolvimento de drogas leishmanicidas eficazes e menos

tóxicas tanto para o cão quanto para o homem. Estes fatos foram corroborados em diversos

estudos realizados no Brasil (SCHETTINI et al., 2005) e na Europa (NIETO et al., 2003;

CORRALES, 2007). Na ausência de cura parasitológica, o tratamento contra a LV em cães

com medicamentos utilizados no tratamento humano é proibido no Brasil de acordo com a

Portaria Interministerial MAPA/MS 1.426/2008 (BRASIL, 2008).

Nesse contexto, sabe-se que o uso empírico de plantas medicinais pela população

tem demonstrado a existência de constituintes bioativos em todas as partes de plantas com

poder de curar diversas enfermidades, suscitando assim grande interesse no estudo

científico destes componentes. Ademais, um quarto dos medicamentos do mercado

farmacêutico possui bioativos extraídos de plantas em sua composição, alguns dos quais

têm sido usados como matéria-prima de drogas semi-sintéticas (ROSSI-BERGMANN et

al., 1997). Desta forma a pesquisa avaliando plantas medicinais na busca de novos

princípios ativos realmente efetivos no tratamento da leishmaníase canina é relevante.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Fármacos usados no tratamento da LV

2.1.1 Fármacos de Primeira Escolha

Desde a antiguidade os antimônios são usados na medicina para diversos fins

terapêuticos, mas apenas em 1912 Gaspar de Oliveira Vianna (Figura 1) observou que o

tártaro emético, um antimonial trivalente (SbIII

), tinha efeito terapêutico em casos de

leishmaníase tegumentar americana (LTA) e em 1915 foi demonstrado a sua eficácia no

tratamento da LV (RATH et al., 2003). No entanto, devido aos seus graves efeitos tóxicos e

colaterais este foi substituído pelos antimoniais pentavalentes (SbV), tais como o

estibogluconato de sódio (Pentostam®) e o antimoniato de meglumina (Glucantime

®) que

são os fármacos de primeira escolha para o tratamento humano (BERMAN, 1997) e canino

(ALVAR et al., 1994), este último realizado apenas na Europa. Além do mais, estas drogas

são 10 vezes menos tóxicas que os antimoniais trivalentes (ROBERTS et al., 1995).

Figura 1: Médico e cientista Gaspar de Oliveira Vianna (11 de maio de 1885 – 14 de junho de 1914). Fonte:

http://www. historyofmedicine.blogspot.com.

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O antimoniato de meglumina (Figura 2) é obtido sinteticamente pela associação do

ácido antimônico e da N-metil-D-glucamina, no entanto, sua fórmula estrutural não é

definida, sabe-se apenas que este composto é solúvel em água e pouco em solventes

orgânicos (RATH et al., 2003). Entretanto, em 2008 um estudo trouxe uma nova

perspectiva para a estrutura química do antimoniato de meglumina a partir, da análise de

espectrometria de massa de ionização por eletrospray (FRÉZARD et al., 2008).

Figura 2 – Antimoniato de meglumina: Estrutura química proposta por Frézard et al. (2008) (A); Antimoniato

de Meglumina na forma comercial (Glucantime®) (B). Fonte: http://www.oasportal.policia.gov.co.

Este medicamento apesar de ser utilizado desde a década de 50, ainda hoje, se

desconhece o mecanismo de ação e a toxicidade seletiva. Existem três hipóteses que tentam

explicar a ação deste fármaco, a primeira cita que o mecanismo de ação deste pentavalente

pode ser pela formação de complexos de carboidratos e antimônio, os quais facilitariam a

distribuição da droga nos macrófagos do hospedeiro. A segunda sugere que o antimoniato

de meglumina seja uma pró-droga, convertida no interior do macrófago em SbIII

, composto

tóxico para as formas amastigotas de Leishmania spp. (ROBERTS et al., 1995), e este

composto trivalente iria interferir no processo de β-oxidação dos ácidos graxos e na

glicólise do parasito levando a uma depleção dos níveis de ATP intracelular (BALAÑA-

FOUCE et al., 1998). A terceira hipótese relata que existe na forma amastigota uma

metaloprotease zinco dependente, que poderia ser inativada se o antimônio substituísse o

zinco nesta enzima, o qual por sua vez, é essencial para o desenvolvimento do parasito

(BANGS et al., 2001).

A B

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2.1.2 Outros fármacos usados no combate à leishmaníase visceral

O alopurinol (Figura 3) é outro fármaco muito utilizado no protocolo terapêutico da

LV, normalmente associado ao antimoniato de meglumina por possuir efeito apenas

inibitório do crescimento de Leishmania spp. Entretanto, sua toxicidade quando comparado

aos antimônios e sua administração oral são características que favorecem seu uso. Porém,

os resultados obtidos na terapia com o uso apenas do alopurinol ou mesmo em associação

não tem se mostrado eficaz na cura da LV canina (DENEROLLE; BOURDOISEAU,

1999).

Figura 3 – Alopurinol droga leishmaniostática de uso conjunto com antimoniato de meglumina: Estrutura

química do Alopurinol (A). Fonte: http://dailymed.nlm.nih.gov; formulação comercial (B). Fonte:

http://www.medicalook.com.

Neste contexto, muitos estudos têm demonstrado que a terapia do antimoniato de

meglumina sozinho ou associado com alopurinol no protocolo terapêutico de cães natural

ou experimentalmente infectados por Leishmania spp. foi capaz de induzir parcial ou

completamente a redução dos sinais clínicos, contudo após o tratamento, os animais

permaneceram positivos de acordo com diagnóstico molecular em amostras da medula

óssea, vale ressaltar que estes animais permaneceram em observação por 48 meses

(MORITZ et al., 1999).

Outros efeitos adversos observados na terapia do antimônio com o alopurinol são

letargia e distúrbios gastrintestinais e, além disso, foi observado foco inflamatório no local

de administração do antimônio em quase todos os animais tratados, permanecendo como

fonte de infecção de Leishmania spp para os flebotomíneos (ALVAR et al., 1994).

A B

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O sulfato de paromomicina (Figura 4), cujo nome comercial é aminosidina, é um

antibiótico aminoglicosídeo extraído de Streptomyces rimosus. Seu mecanismo de ação

envolve a inibição da síntese protéica e a alteração da permeabilidade da membrana

plasmática dos parasitos. No entanto, esta droga tende a ser nefrotóxica e ototóxica

(RIBEIRO, 2001).

Figura 4 – Aminosidina antibiótico pertencente ao grupo de segunda escolha para o tratamento da LV

humana: Estrutura química do sulfato de paromomicina (A). Fonte: http://www.uspbpep.com; Forma

comercial do sulfato de paromomicina (B). Fonte: http://www.cheminter.com.gt.

Um estudo realizado em Teresina demonstrou que cães assintomáticos naturalmente

infectados por L. chagasi e tratados com aminosidina em geral obtiveram uma melhora

clínica, porém apresentaram reicidiva clínica e parasitológica entre 50 e 100 dias do início

da terapia e 12 animais apresentaram cegueira e ototoxicidade evoluindo para surdez

(VEXENAT et al., 1998).

A anfotericina B (Figura 5), antibiótico antifúngico que atua rompendo a membrana

celular, provocando a morte do parasito, é outro fármaco muito indicado para o tratamento

da leishmaníase mucocutânea, porém é altamente nefrotóxico, sendo necessário um

acompanhamento rigoroso do paciente (SHARIEF et al., 2006).

A B

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Figura 5 – Anfotericina B antibiótico e antifúngico pertencente ao grupo de segunda escolha para o

tratamento da LV humana: Estrutura química (A). Fonte: http://www.bmb.leeds.ac.uk; Apresentação

comercial do medicamento (B). Fonte: http://www.stanford.edu.

Pesquisas utilizando a anfotericina B têm demonstrado que este fármaco foi eficaz

em pacientes infectados por Leishmania donovani resistentes ao estibogluconato de sódio

(SHARIEF et al., 2006) e quando é incorporado em lipossomas o efeito tem sido superior

ao da anfotericina B convencional (PAUL et al., 1997). Contudo, um estudo realizado na

Itália utilizando 13 cães naturalmente infectados com L. infantum e tratados com

anfotericina B lipossomal demonstrou a melhora clínica rápida, regressão de

linfoadenomegalia e esplenomegalia e cura das lesões de pele. No entanto, os cães

permaneceram positivos nos exames parasitológicos após 8 meses de observação (OLIVA

et al., 1995).

A miltefosina (Figura 6), hexadecilfosfocolina, é a mais recente arma no combate as

leishmaníases. Este quimioterápico foi sintetizado a partir de um análogo do

alquilisofosfolipídico que demonstrou efeito citotóxico e originalmente foi investigado para

o tratamento contra o câncer (RATH et al., 2003).

Figura 6 – Miltefosina quimioterápico para o tratamento da LV humana: Estruturam química (A). Fonte:

http://pubchem.ncbi.nlm.nih.gov; Formulação da OMS/WHO para o tratamento da LV humana (B). Fonte:

http://www.stanford.edu.

A B

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A miltefosina foi capaz de ativar macrófagos de camundongos infectados por

Leishmania spp. e inibir a síntese de lipídeos destes protozoários (SINDERMANN et al.,

2004). A avaliação in vitro da atividade leishmanicida de miltefosina sobre formas

promastigotas de L. donovani e L. infantum obteve como resultado concentração inibitória

de 50% (CI50) de 0,89 e 2,25 µg/mL, respectivamente. Em testes in vivo utilizando

camundongos Balb/c foi observada supressão parasitária esplênica após 4 semanas de

tratamento (KUHLENCORD et al., 1992).

Um estudo realizado na Itália utilizando 28 cães infectados naturalmente com L.

infantum demonstrou que a associação da miltefosina com alopurinol agem fortemente

sobre a replicação de L. infantum, mas não foi capaz de eliminar os parasitos nos

linfonodos detectados por PCR em tempo real, o que sugere que a presença dos parasitos

foi responsável pela recidiva da doença nos 4 animais após 6 meses do início do tratamento.

Outro fato observado através de PCR em tempo real foi a presença de DNA dos parasitos

no sangue de todos os animais. Vale ressaltar que não foi observada a completa eliminação

dos parasitos em nenhum animal do estudo (MANNA et al., 2008).

O uso da miltefosina sozinha no tratamento da LV canina já foi estudado no Brasil

com animais naturalmente infectados por L. chagasi e apesar da melhora clínica em 50%

dos cães e redução da parasitemia na medula óssea, o teste com PCR demonstrou

amplificação de DNA do parasito nos animais acompanhados por 300 dias após o

tratamento, comprovando assim que os estes cães continuam portadores do parasito e

podem ainda manter o ciclo de transmissão ativo, portanto, os autores recomendam que este

tipo de tratamento não seja usado em áreas endêmicas do país (ANDRADE et al., 2011).

Outros fármacos antimicrobianos como as quinolonas (ibafloxacina,

marbofloxacina, enrofloxacina), derivados do imidazol (metronidazol), derivados

antifúngicos dos azóis (cetonocazol, fluconazol, itraconazol) e terbinafina têm sido

avaliados para serem usados na terapia da LV canina. Gangneux et al. (1999)

demonstraram que os antifúngicos fluconazol, itraconazol e terbinafina foram menos

efetivos que o antimoniato de meglumina na redução da parasitemia esplênica em murinos

infectados por L. infantum. No entanto, foi observado um efeito sinérgico entre o

cetoconazol e o antimônio.

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Um trabalho realizado em Fortaleza/Ceará/Brasil, utilizando o antifúngico

terbinafina sozinho ou associado ao antimoniato de meglumina (Glucantime®) no

tratamento de hamsters experimentalmente infectados com L. chagasi demonstrou que o

uso da terbinafina não reduziu a carga parasitária esplênica e também não teve efeito

sinérgico com o Glucantime® (SIMÕES-MATTOS et al., 2002).

Com relação às quinolonas, Bizzeti et al. (2006) avaliaram a eficácia da associação

da ibafloxacina com metronidazol em cães naturalmente infectados uma cepa de L.

infantum intolerante ou resistente ao antimoniato de meglumina. Foi relatado que após 120

dias todos os animais apresentaram remissão dos sinais clínicos e todos os parâmetros

laboratoriais regrediram para a normalidade. Contudo, os títulos de anticorpos sorológicos

permaneceram altos, além disso, a PCR permaneceu positiva em 33,3% (2/6) dos animais,

demonstrando assim que esta associação não foi efetiva para a cura parasitológica da

doença.

A quinolona marbofloxacina, utilizada por 28 dias em cães naturalmente infectados

por Leishmania spp. causou melhora clínica em todos os animais durante 9 meses e após

este período 3 cães tiveram recidiva da doença. A redução na densidade de amastigotas no

interior dos macrófagos foi observada após 3 meses de tratamento. No entanto, os autores

recomendam que os animais devam ser protegidos por inseticidas e colares impregnados

com deltametrina para evitar aproximação dos flebotomíneos e possíveis re-infecções

(ROUGIER et al., 2008).

Apesar deste arsenal de fármacos usados no protocolo terapêutico contra a LV

canina, esta doença continua cada vez mais disseminada. Além disso, a literatura demonstra

que estas drogas não são capazes de eliminar todos os parasitos, tornando os animais

assintomáticos, fonte de infecção e responsáveis por manterem o ciclo de transmissão da

doença. Desta forma, a demanda por novas drogas leishmanicidas tem sido estimulada nos

últimos anos e o uso de plantas pode ser uma alternativa, haja vista que são fontes de

compostos químicos para os medicamentos sintéticos usados atualmente. Além do mais, os

produtos bioativos oriundos das plantas precisam ser validados cientificamente para sua

comercialização junto às empresas farmacêuticas.

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2.2 Validação científica de plantas com ação leishmanicida

O uso de produtos oriundos de plantas, de minerais e de animais, na terapia de

diversas doenças infecciosas ou não, foi uma prática muito utilizada pelas civilizações

antigas, principalmente quando ainda não existiam produtos farmacêuticos sintéticos

(RATES, 2001) (Figura 7).

Figura 7 – Produtos naturais utilizados para combater doenças. Fonte://www.amnh.org.

O uso de plantas medicinais ficou esquecido principalmente em países ou

comunidades desenvolvidas e com alto poder aquisitivo após o desenvolvimento da

indústria farmacêutica (CAMURÇA-VASCONCELOS et al., 2005). No entanto, diversos

problemas têm surgido com o uso dos fármacos atualmente empregados no combate a LV

canina, como o aparecimento de cepas resistentes do protozoário Leishmania spp.

(SEIFERT; CROFT, 2006) e o aumento de casos de co-infecção por Erlichia sp.

(OLIVEIRA et al., 2008).

Além disso, a ineficácia das drogas sintéticas usadas atualmente no tratamento da

LV canina é comprovada porque o uso destes fármacos é exclusivamente para minimizar os

danos causados nos órgãos pelo alto parasitismo e remissão dos sinais clínicos, permitindo

um bem-estar adequado para a vida do animal (OLIVA et al., 2010). Os trabalhos com

plantas medicinais vêm se tornando cada vez mais necessários para a descoberta de novos

compostos que sejam eficazes contra o parasito e auxiliem no controle desta enfermidade

(CORRALES, 2007).

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A pesquisa com plantas e a produção de medicamentos oriundos de plantas com

atividade medicinal comprovada cientificamente envolve várias etapas desde a seleção da

planta, até a comercialização do produto final, podendo seguir a trajetória traduzida

apresentada por Camurça-Vasconcelos et al. (2005) do original publicado por Rates, (2001)

(Figura 8).

Figura 8 – Trajetória para validação de uso popular de plantas medicinais. Fonte: CAMURÇA-

VASCONCELOS et al (2005) traduzido de RATES (2001).

A primeira etapa da validação científica corresponde ao levantamento dos dados

botânicos da planta incluindo sua identificação vegetal e dados sobre uso popular, que irão

determinar a parte da planta a ser usada, a forma de administração, as doses e o tempo de

tratamento. A segunda etapa da validação envolve testes farmacológicos pré-clínicos e

clínicos para avaliar o uso popular, quando são realizados testes que determinam a eficácia

contra os agentes causadores da enfermidade a ser combatida e a segurança da

administração para a espécie a ser tratada. A parte clínica, por sua vez, envolve testes

monitorados na espécie alvo do hospedeiro que possibilitam o registro da planta ou produto

a ser utilizado. As três últimas etapas constituem o processo final da validação, que envolve

a população alvo para que se torne possível o uso correto da planta medicinal. Estas são as

etapas para que o produto final possa ser produzido ou consumido de forma correta. O

cálculo da margem de segurança é normalmente realizado em animais de laboratório e visa

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determinar efeitos tóxicos da administração da planta em organismos animais

(CAMURÇA-VASCONCELOS et al., 2005).

2.2.1 Testes in vitro para validação de bioativos leishmanicidas

Nas leishmaníases, estudos químicos e imunofarmacológicos in vitro têm sido

realizados com o intuito de encontrar novos compostos menos citotóxicos, economicamente

viáveis, de efeito específico e que sejam uma alternativa para a resistência do parasito às

drogas atualmente utilizadas. Neste contexto são usadas diversas técnicas in vitro

específicas para avaliar a atividade leishmanicida das plantas contra promastigotas,

amastigotas e amastigotas axênicas (FUMAROLA et al., 2004). As quais serão relatadas

apenas as que são mais utilizadas em promastigotas e amastigotas axênicas e intracelulares.

I. Testes sobre promastigotas

As formas promastigotas flageladas (Figura 9) multiplicam-se no interior do

intestino dos flebotomíneos e esta fase é denominada logarítmica até a formação da

promastigota metacíclica. Esta forma infectante encontra-se apenas na chamada fase

estacionária onde não haverá mais divisões. Durante novo repasto sanguíneo, o

flebotomíneo regurgita a forma metacíclica na corrente sanguínea, assim este parasito

estará pronto para infectar os macrófagos dos mamíferos. Todas estas etapas do

desenvolvimento podem ser mimetizadas no cultivo laboratorial (SACKS; PERKINS,

1985).

Figura 9 – Promastigotas cultivadas em meio M199 e

coradas por kit Panótico. Aumento de 100x. Fonte: Rondon,

F. C. M. – LABODOPAR.

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A inibição do crescimento de promastigotas pode ser avaliada através do teste de

contagem direta. Neste teste é observada a atividade leishmanicida de produtos bioativos

sobre a presença e motilidade de promastigotas cultivadas em microplacas de 96 poços com

o auxílio de um microscópio invertido (CHAN-BACAB et al., 2003). Os parasitos imóveis

também podem ser avaliados usando azul de Tripan e vermelho neutral (DUTTA et al.,

2005). Este método calcula os valores da concentração do fármaco capaz de inibir 50% dos

parasitos (CI50).

Os métodos colorimétricos são: azul alamar; atividade da fosfatase ácida e o MTT.

O azul de alamar é um indicador de óxido-redução usado exclusivamente em

promastigotas. É uma técnica simples e recomendada em triagens farmacológicas de grande

escala. Os parasitos viáveis coram em vermelho e os não-viáveis em azul, a leitura é feita

em leitor de microplacas com fluorescência a 540-590nm (HABTEMARIAM, 2003). A

atividade da fosfatase ácida é dosada para avaliar o crescimento parasitário na presença de

compostos bioativos, a partir da lise das células e adição de p-nitrofenil fosfatase. A leitura

é realizada em leitora de microplacas no comprimento de onda de 405nm (CARRIÓ et al.,

2001). O MTT, redução do brometo 3-[4,5-dimetiltiazol-2-il]-2,5-difenil-tetrazolium em

formazan insolúvel, tem sido empregado como um parâmetro de viabilidade parasitária nas

respostas aos compostos bioativos (SERENO et al., 2001). A reação é interrompida com a

adição de 50% de isopropanol e 10% de sulfato dodecil de sódio (SDS) e a leitura é feita a

570nm. Infelizmente, o MTT interage com algumas drogas como o antimoniato de

meglumina e assim diminui a acurácia do teste (SERENO et al., 2001, BRAGA et al.,

2007).

II. Testes sobre amastigotas intracelulares e amastigotas axênicas

As técnicas empregadas sobre as amastigotas intracelulares (Figura 10) são

consideradas mais laboriosas do que as usadas nas promastigotas devido à necessidade de

cultivo celular. No entanto, são as de maior relevância clínica por ser a forma parasitária

encontrada nos hospedeiros mamíferos (FUMAROLA et al., 2004).

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Figura 10 – Formas amastigotas observadas em imprint hepático em aumento de 100x (setas pretas). Fonte:

Rondon, F. C. M. – LABODOPAR.

Uma maneira de caracterizar os efeitos dos compostos bioativos para esta forma do

protozoário é utilização da citometria de fluxo que possibilita caracterizar os efeitos dos

compostos bioativos de plantas sobre as funções celulares de Leishmania spp. e o uso

combinado de compostos fluorescentes permite uma descrição mais detalhada das formas

celulares para evidenciar a inibição causada pelo composto bioativo (PLOCK et al., 2001).

Outro método usado é o de contagem direta onde também é feita a leitura com auxílio do

microscópio invertido para avaliar a carga parasitária dos macrófagos (CARRIÓ et al.,

2001).

Outra técnica analisada em parasitos intracelular é o imunoensaio ELISA in situ que

já foi estudado em outro tripanosomatídeo, o Trypanosoma cruzi. Neste estudo esta técnica

mostrou ser de fácil aplicação e por ser um método colorimétrico sua análise é feita por um

espectrofotômetro de microplacas, eliminando assim, o erro induzido pela subjetividade

que é presente em análises feita sob microscópio (PIAZZA et al., 1994). Portanto, esta

técnica se mostra promissora na análise de produtos bioativos com eficácia utilizando

amastigotas intracelulares.

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35

Os ensaios usados sobre amastigotas axênicas são os métodos de cultivo mais

difíceis e onerosos, pois devem mimetizar o ambiente adequado para a transformação da

promastigota em amastigota respeitando a temperatura de 31 a 38ºC, pH 4,5 a 7,2 e 5 a 7%

de CO2, dependendo da espécie de Leishmania. Além disso, os meios para cultivo celular

são acrescidos de soro fetal bovino, cuja concentração de promastigotas varia de acordo

com a espécie de Leishmania spp (GUPTA et al., 2001). Os testes para avaliar a atividade

leishmanicida de compostos bioativos sobre a viabilidade desta forma do parasito são a

contagem direta do protozoário com microscópio invertido e uso do MTT (SERENO et al.,

2001).

Vale ressaltar que os compostos bioativos mais eficazes nos testes in vitro devem

ser submetidos aos testes toxicológicos para obtenção das doses letais capazes de matar

10% (DL10) e 50% (DL50) dos animais de laboratório, permitindo-se delimitar as doses

que possam ser usadas nos testes in vivo (CAMURÇA-VASCONCELOS et al., 2005).

2.2.2 Testes in vivo para validação de bioativos leishmanicidas

A identificação de novos alvos de fármacos em parasitos e de terapias mais efetivas

tem aumentado o número de estudos de triagem e de desenvolvimento de produtos

bioativos leishmanicidas (WYLLIE; FAIRLAMB, 2006). Desta maneira, os programas de

desenvolvimento de fármacos são estimulados pela facilidade em reproduzir a infecção por

Leishmania spp. no modelo animal apropriado. O modelo experimental mais usado em

estudos de infecção visceral progressiva e disseminante é o hamster (Figura 11) onde os

sinais clínicos de hepato-esplenomegalia, hipoalbuminemia e pancitopenia são semelhantes

aos achados no homem infectado (MELBY, 2002). Após a inoculação dos parasitos, o

estabelecimento da infecção é monitorado através da biópsia esplênica de 3 a 4 hamsters de

cada grupo após 30 dias da inoculação (MANANDHAR et al., 2008).

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Figura 11 – Hamster dourado (Mesocricetus auratus) principal espécie animal usada em estudos de infecção

experimental por Leishmania spp. Fonte: Fonte: Rondon, F. C. M. – LABODOPAR.

Finalmente, os animais usados no teste com a espécie alvo, podem ser natural ou

experimentalmente infectados, fato este comprovado por PCR e/ou métodos

parasitológicos. No entanto, somente os animais assintomáticos ou oligossintomáticos são

adicionados ao experimento, sendo distribuídos de forma aleatória nos grupos. Os grupos

tratados recebem o composto natural mais eficaz nos testes in vivo em hamster em

diferentes concentrações pré-estabelecidas pelo cálculo da DL10. Ademais, quanto maior o

tempo de observação pós-tratamento dos animais mais confiável serão os resultados

(BRASIL, 1996; NOLI; AUXILIA, 2005).

2.3 Plantas com ação leishmanicida

2.3.1 Estudos in vitro

Os diversos estudos in vitro realizados com os mais variados extratos e/ou

compostos bioativos de plantas sobre as diferentes espécies de leishmânias que

demonstraram resultados promissores para a obtenção de novos princípios ativos no

combate as leishmaníases estão apresentados na tabela 1.

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Tabela 1: Efeito leishmanicida in vitro de plantas

Planta Protozoário

Leishmania spp.

Concentração

Inibitória (CI50)

promastigotas

Concentração

Inibitória

(CI50)

amastigota

Fonte

Aloe vera

(Babosa) L. donovani <115 µg/mL 3 - 11 µg/mL DUTTA et al., 2008

Annona muricata

(Graviola)

L. amazonensis

L. braziliensis

L. donovani

25 µg/mL

25 µg/mL

25 µg/mL

- OSORIO et al., 2007

Byrsonima

crassifólia

(Orelha de veado)

L. mexicana 14 µg/mL - PERAZA-SÁNCHES et

al., 2007

Calophyllum

caledonicum

(Árvore de santa

maria)

L. donovani

L. amazonenses

5 µg/mL

-

-

12,5 µg/mL BILLO et al., 2005

Conobea

scoparioide

(Vassourinha do

brejo)

L. amazonensis

L. braziliensis

L. infantum

L. panamensis

Muito Ativo

Muito Ativo

Muito Ativo

-

-

-

-

1,3 µg/mL

WENINGER et al., 2001

Hiamatanthus

sucuuba

(Agoniada ou

Sucuúba)

L. amazonenses 20 µg/mL 5 µg/mL CASTILLO et al., 2007

Piper hispidum

(Aperta-Ruão) L. amazonenses 5 µg/mL 69 µg/mL ESTEVEZ et al., 2007

Tabernaemontana

sananho

(Sanango)

L. amazonenses 9 µg/mL 58 µg/mL ESTEVEZ et al., 2007

(-) não houve avaliação dos extratos e/ou compostos sobre a forma promastigota/amastigota de Leishmania

spp.

As substâncias isoladas a partir de plantas que obtiveram bom desempenho in vitro

foram: chalconas em Piper spp. (CHEN et al. 1993), aminoglicosteróides e aminosteróides

de Holarrhena curtisii (KAM et al., 1997), flavonóides de Centrolobium sclerophyllum

(ARAÚJO et al., 1998), naftoquinonas (KAYSER et al., 2000; TEIXEIRA et al., 2001),

neolignanas de Virola surinamensis (BARATA et al., 2000), fenóis como timol de Lippia

spp. (TEIXEIRA, 1999), polifenólicos de Cocos nucifera (MENDONÇA-FILHO et al.,

2004); taninos (KOLODZIEJ; KIDERLEN, 2005), diterpenos de Laetia procera

(JULLIAN et al., 2005), alcalóides de Zanthoxylum chiloperone (FERREIRA et al., 2002),

Piper spp. (NAKAMURA et al., 2006), Dysoxylum binectariferum (LAKSHMI et al.,

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2007), Tabernaemontana spp. (ESTEVEZ et al., 2007; SOARES et al., 2007), iridóides

espirolactonas de Himanthus sucuuba (CASTILLO et a., 2007), iridóides glicosídicos de

Scrophularia lepidota (TASDEMIR et al., 2008) e Stachytarpheta cayennensis (MOREIRA

et al., 2007).

2.3.2 Estudos in vivo

Os estudos sobre a atividade leishmanicida de plantas in vivo, utilizando tanto o

modelo do Balb/c como o do hamster, não têm obtido resultados semelhantes aos in vitro,

em alguns casos. As frações diclorometano e éter de petróleo de Peperomia galioides

(canela branca) e seus constituintes ativos difenólicos exibiram propriedades in vitro, no

entanto, esta atividade não foi observada no estudo in vivo utilizando camundongos Balb/c

infectados com L. amazonensis (FOURNET et al., 1996). Na tabela 2 estão relatados alguns

estudos que avaliaram o efeito leishmanicida de plantas em modelo experimental in vivo.

Tabela 2: Estudos in vivo de atividade leishmanicida de Plantas

Planta Animal Leishmania spp

Redução da

Carga

Parasitária

Composto

isolado

Efeito do

Composto Fonte

Dysoxylum

binectariferum

Hamster L. donovani 38 - 69% no

baço ―Rohitukine‖ -

LAKSHMI et al.,

2007

Aloe vera Balb/c L. donovani

>90% no

fígado, medula

óssea e baço

- - DUTTA et al.,

2008

Ocimun

gratissimum Hamster L. braziliensis -

Timol - TEIXEIRA, 1999

Lippia sidoides

Tabebuia spp Lapachol -

Zanthoxylum

chiloperone Balb/c L. amazonensis - ―Canthin-6-one‖

Reduziu

70% das

lesões

FERREIRA et al.,

2002

Chenopodium

ambrosioides Balb/c L. amazonensis

Reduziu o

tamanho das

lesões

- - PATRÍCIO et al.,

2008

Mimusops elangii Hamster L. donovani - ácido Bassic

45, 62 e

78% no

baço

LALA et al., 2006

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Maesa balansae Balb/c L. infantum - maesabalide III >90% no

fígado

GERMONPREZ

et al., 2005

(-) não houve avaliação dos extratos e/ou compostos sobre a redução parasitária esplênica ou hepática ou na

medula óssea, bem como na redução do tamanho da lesão dos protozoários de Leishmania spp.

2.3.2.1 Mecanismos de ação dos componentes derivados de Plantas

Alguns estudos in vitro e in vivo evidenciam ação direta sobre o parasito e/ou

atividade indireta, onde ocorre uma ação imunestimulante. Dentre as diversas plantas com

potencial na modulação da resposta imune à leishmaníase, Kalanchoe pinnata (folha-da-

fortuna) tem demonstrado efeito sobre a redução das lesões de camundongos Balb/c

infectados experimentalmente por L. amazonensis pelo aumento da produção de NO por

macrófagos (DA SILVA et al., 1999). Outro estudo demonstrou que o extrato da parte

externa de Aloe vera aumentou a produção de NO de macrófagos oriundos de Balb/c

infectados experimentalmente por L. donovani e o efeito citotóxico mostrou um pequeno

percentual de células mortas, de 12% e 18% sobre células humanas monocíticas e

macrófagos de murinos, respectivamente (DUTTA et al., 2008).

Uma planta que demonstrou atividade direta sobre o parasito foi a

Tabernaemontana catharinensis (leiteiro-de-vaca), sua fração etanólica rica em alcalóides,

demonstrou efeito citotóxico sobre o parasito L. amazonensis. No entanto, não foi

observado citotoxicidade sobre os macrófagos infectados (SOARES et al., 2007), bem

como na fração hidroalcóolica de Stachytarpheta cayennensis (gervão) que apresentou

efeito direto sobre promastigotas de L. braziliensis (MOREIRA et al., 2007).

Até o presente momento nenhuma substância sintética foi realmente efetiva no

tratamento das leishmaníases e os estudos realizados com produtos e/ou metabólitos ativos

de plantas têm demonstrado resultados in vitro e in vivo promissores, porém ainda

apresentam-se muito divergentes. Este fato reforça a necessidade de mais pesquisas com

plantas para encontrar um fitoterápico capaz de eliminar as diferentes formas de

Leishmania spp., potencializando o efeito imunomodulador do hospedeiro e com baixa

toxicidade. Funcionando assim, como uma alternativa para o tratamento e, que consiga

maximizar o controle da doença nas populações canina e humana.

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2.4 Plantas utilizadas no presente estudo

Cinco plantas foram estudadas para verificar a atividade leishmanicida in vitro e in

vivo, são elas: Aloe vera (babosa), Copaifera reticulata (copaíba), Coriandrum sativum

(coentro), Lippia sidoides (Alecrim-pimenta) e Ricinus communis (mamona).

2.4.1 Aloe vera

As plantas do gênero Aloe (Figura 12) pertencem à família Liliaceae, têm folhas

espinhosas verdes com um líquido viscoso no interior, originárias da África e há tempos

são utilizadas pela medicina popular no Japão para cura de injúrias na pele, além disso, as

plantas deste gênero possuem uma enzima, a carboxipeptidase é capaz de hidrolisar a

bradicinina o que evidencia o seu efeito anti-inflamatório (FUJITA et al., 1979).

Figura 12 – Planta do gênero Aloe. Fonte: http://www.bbc.co.uk.

Outros compostos já foram isolados e identificados através de cromatografia de alta

eficiência e pela cromatografia eletrocinética micelar: antraquinonas barbaloina e

isobarbaloina que são usados como purgativos, além da aloenina e de outros compostos

fenólicos como aloesina, 2'-O-feruloylaloesina e aloeresina A (OKAMURA et al., 1996;

KUZUYA et al., 2001). Outro efeito atribuído a plantas deste gênero é a atividade

antimicrobiana e efeito catártico (OKAMURA et al., 1996).

Mais recentemente, foi demonstrado o efeito antineoplásico da Aloe arborescence

em camundongos com neoplasia pancreática (FURUKAWA et al., 2002). Dutta et al.

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(2008) demonstraram que o extrato da parte externa da folha de Aloe vera, popularmente

conhecida como ―babosa‖ foi eficaz contra cepas de L. donovani com CI50 variando de 70

a 115µg/mL em promastigotas e 3,1 a 11,4 µg/mL em amastigotas. Mas, não demonstrou

toxicidade sobre células monocíticas e macrófagos. Neste mesmo estudo, o resultado do

teste in vivomostrou que o extrato da babosa sobre Balb/c infectados experimentalmente

com L. donovani, na dose de 15mg/kg/5 dias reduziu a parasitemia em mais de 90% no

fígado, baço e medula óssea sem alterar as funções hepáticas e renais.

2.4.2 Copaifera reticulata Ducke

A família Fabaceae abrange todas as plantas do gênero Copaifera (Figura 13). Este

gênero possui importantes espécimes de plantas medicinais, principalmente, na região

Amazônica. A espécie Copaifera reticulata é conhecida popularmente como ―copaíba‖,

esta árvore é bastante conhecida na Região Amazônica. Tudo indica que o uso deste óleo-

resina veio da observação dos índios ao comportamento de certos animais que, quando

feridos, esfregavam-se nos troncos das copaibeiras (PLOWDEN, 2004).

Figura 13 – Árvore do gênero Copaifera. Fonte: http:// http://www.ciflorestas.com.br

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O óleo-resina obtido a partir do tronco destas árvores é amplamente comercializado

em todo o país devido a suas propriedades antiinflamatórias e cicatrizantes (BASILE et al.,

1988; MACIEL et al., 2002; VEIGA JR; PINTO, 2002) e contra larvas de Culex

quinquefasciatus e Aedes aegypti (SILVA et al., 2003; GERIS et al., 2008). As atividades

anti-Trypanosoma e anti-Leishmania já foram mencionadas em estudos etnofarmacológicos

(MACIEL et al., 2002; VEIGA JR; PINTO, 2002). Mais recentemente, um estudo realizou

triagem com oito óleos-resinas de Copaifera spp. e C. reticulata demonstrou ter melhor

atividade contra as formas promastigotas, amastigotas axênicas e amastigotas intracelulares

de Leishmania amazonensis (SANTOS et al., 2008).

2.4.3 Coriandrum sativum

Coentro é o nome popular da planta Coriandrum sativum (Figura 14), esta erva é

muito utilizada na Europa e Ásia, pertencente à família Umbelliferae, originária da região

do Mediterrâneo, é amplamente utilizada na culinária brasileira, principalmente na região

Nordestina (MELO et al., 2003). Foi empregada como medicamento nos países europeus e

asiáticos. Possui ação depurativa, podendo ser utilizada na forma de chá e/ou tintura. É

indicada para problemas hepáticos leves. Sua ação digestiva é muito boa, podendo também

ser empregada para combater cólicas intestinais e problemas de gases. Planta anual, de

ciclo curto, utiliza-se seus frutos secos moídos ou mesmo suas folhas frescas. (MENEZES

JR, 2002).

Figura 14 – Erva Coriandrum sativum. Fonte: http://www.gardeninginfozone.com.

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Sujatha e Srinivas (1995) analisaram diferentes extratos aquosos de especiarias e

vegetais indianos avaliando o efeito antioxidante sobre a peroxidação lipídica na membrana

de eritrócitos humanos e o extrato aquoso das sementes de coentro, dentre outros inibiu em

67% a peroxidação lipídica. O coentro possui outras atividades como: efeito

hipoglicemiante (CHITHRA; LEELAMMA, 1999), efeito preventivo em intoxicações por

chumbo em camundongos (AGA et al., 2001), efeito protetor contra o metabolismo de

lipídeos no câncer do cólon experimental (CHITHRA; LEELAMMA, 2000),

antimutagênico (CORTÉS-ESLAVA et al., 2004), antidiabético (GALLAGHER et al.,

2003), diurético (AISSAOUI et al., 2007), gastroprotetor (AL-MOFLEH et al., 2006),

antifúngico (ATANDA et al., 2007), ansiolítico (EMAMGHOREISHI et al., 2005) e anti-

helmíntico sobre Haemonchus contortus de ovinos (EGUALE et al., 2007).

2.4.4 Lippia sidoides Cham

A planta Lippia sidoides Cham (Figura 15) pertence à família Verbenaceae, é

popularmente conhecida como ―alecrim-pimenta‖ (MATOS, 2002). As folhas e flores

constituem a parte medicinal desta planta. Seu óleo essencial possui elevado valor

comercial, pois contém timol ou uma mistura de timol e carvacrol, dois terpenos fenólicos

com fortíssima propriedade antimicrobiana e anti-séptica (MATOS, 2000; BOTELHO et

al., 2007).

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Figura 15 – A planta Lippia sidoides. Fonte:http://www.lyndha.com

A atividade antihelmíntica do óleo essencial de L. sidoides foi comprovada sobre

Haemonchus contortus, um nematóide de pequenos ruminantes, Syphacia obvelata e

Aspiculuris tetraptera de camundongos (CAMURÇA-VASCONCELOS et al., 2007).

Assim como sua atividade larvicida contra larvas de Aedes aegypti (CARVALHO et al.,

2003; CAVALCANTI et al., 2004). Outras atividades também relatadas do óleo essencial

de L. sidoides são ação: antiinflamatória, gastroprotetora, antioxidante (MONTEIRO et al.,

2007) e antifúngica (FONTENELLE et al., 2007).

2.4.5 Ricinus communis

A planta Ricinus communis (Figura 16), popularmente conhecida como ―mamona‖,

pertence à família Euphorbiaceae, que engloba vasto número de plantas nativas da região

tropical, é uma planta arbustiva, com diversas colorações de caule, folhas e racemos,

podendo ou não possuir cera no caule e pecíolo (RODRIGUES et al., 2002).

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Figura 16 – Planta Ricinus communis. Fonte: Rondon, F. C. M. – LABODOPAR.

Os frutos, em geral, possuem espinhos. As sementes apresentam-se com diferentes

tamanhos, formatos e grande variabilidade de coloração. O óleo de mamona ou de rícino,

extraído pela prensagem das sementes, contém 90% de ácido graxo ricinoléico, o qual

confere ao óleo características singulares, possibilitando ampla gama de utilização

industrial, tornando a cultura da mamoneira importante potencial econômico e estratégico

para o país. O óleo de rícino, obtido das sementes, além do seu emprego medicinal e em

cosméticos, tem sido utilizado na produção de biodiesel (SCARPA; GUERCI, 1982). A

torta de mamona, por sua vez, é utilizada como adubo orgânico possuindo efeito nematicida

(SAVY FILHO, 2001).

Os trabalhos elaborados com esta planta têm sido executados principalmente com

suas sementes, devido à fração protéica das sementes. Em suas folhas foram identificados

os seguintes compostos químicos: triterpenos, alcalóides, flavonóides, glicosídeos,

saponinas e taninos e estas partes da planta costumam ser empregadas como

antimicrobianas, acaricidas, filaricidas, moluscicidas e antivirais. Além disso, as folhas de

mamona são usadas popularmente no Brasil como hipoglicemiante e como diurético

(RODRIGUES et al., 2002). A influência de uma dieta à base de plantas sobre infecções

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por Leishmania spp. em Phlebotomus papatasi demonstrou que a dieta com R. comunnis,

causou mais de 50% de mortalidade e deformação nos parasitos em 88% das infecções dos

flebotomíneos infectados (SCHLEIN; JACOBSON, 1994).

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3 JUSTIFICATIVA

As tentativas de tratamento da LV canina com drogas sintéticas comercialmente

utilizadas em humanos não têm sido efetivas, pois o emprego desses medicamentos apenas

melhora temporariamente os sinais clínicos do animal, não revertendo a parasitemia. Os

cães tratados permanecem portadores da doença e, portanto, capazes de infectar o vetor,

mantendo a doença ativa no ambiente. Este fato associado à grande variedade de efeitos

colaterais e ao alto custo em manter a terapêutica, assim como, ao aparecimento de

parasitos resistentes às drogas sintéticas atualmente empregadas, estimula a pesquisa de

novas alternativas de tratamento. Neste contexto, o uso de plantas medicinais a partir da

validação científica, possibilitará o desenvolvimento de um fitoterápico eficaz no

tratamento da LV humana e canina e, por sua vez, poderá auxiliar no controle da

leishmaníase visceral em ambas as populações.

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4 HIPÓTESE CIENTÍFICA

As plantas A. vera, C.reticulata, C. sativum, L. sidoides e R. communis possuem

atividade leishmanicida.

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5 OBJETIVOS

5.1 Objetivo Geral

Desenvolver fitoterápicos com atividade leishmanicida a partir das plantas A. vera,

C. reticulata, C. sativum, L. sidoides e R. communis.

5.2 Objetivos Específicos

Caracterizar quimicamente as frações e óleos obtidos de cada planta;

Determinar a eficácia in vitro das frações obtidas de A. vera, C. sativum e R.

communis sobre as formas promastigotas e amastigotas de L. chagasi;

Determinar a eficácia in vitro dos óleos essenciais de C. sativum e L. sidoides e do

óleo-resina de C. reticulata sobre as formas promastigotas e amastigotas de L.

chagasi;

Avaliar a citotoxicidade das frações e dos óleos sobre monócitos murinos RAW

264.7;

Avaliar a eficácia in vivo dos bioativos com maior eficácia in vitro e menor

toxicidade, em hamsters dourados (Mesocricetus auratus) experimentalmente

infectados por L. chagasi.

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6 CAPÍTULO 1

Efeito in vitro de frações de Aloe vera, Coriandrum sativum e Ricinus communis sobre

Leishmania infatum e contra células monocíticas de murinos

(In vitro effect of Aloe vera, Coriandrum sativum and Ricinus communis fractions on

Leishmania infantum and on murine monocytic cells)

Periódico: Veterinary Parasitology 178:235-240, 2011 (Qualis A2). Submetido em 01

de Setembro de 2010. Aceito em 07 de Janeiro de 2011.

doi:10.1016/j.vetpar.2011.01.007.

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RESUMO

Na América do Sul, a leishmaníase visceral (LV) é uma zoonose causada pelo protozoário

Leishmania infantum (sinonímia = L. chagasi) e é primeiramente transmitida pela picada de

fêmeas de Lutzomyia longipalpis. O principal reservatório do ambiente urbano é o cão. A

aplicação das medidas de controle recomendadas pelos órgãos de saúde não tem surtido o

efeito desejável na redução da incidência da LV humana e a falta de drogas efetivas no

tratamento canino resultaram em sua proibição no Brasil. Portanto, é necessário pesquisar

por novas alternativas para o tratamento da LV humana e canina. Os objetivos deste estudo

foram avaliar o efeito in vitro das frações de Aloe vera (babosa), Coriandrum sativum

(coentro) e Ricinus communis (mamona) sobre promastigotas e amastigotas de L. infantum

e analisar a toxicidade contra células monocíticas murinas RAW 264.7. Para determinar a

CI50 das frações sobre promastigotas foi usado o teste MTT e contra amastigotas foi

realizada a técnica ELISA in situ. Todas as frações foram efetivas contra as promastigotas

e não diferiram do controle positivo pentamidina (p>0.05). Entretanto, as frações acetato de

etila e clorofórmica de R. communis , assim como, a fração metanólica de C. sativum foram

as mais eficientes contra as formas amastigotas e não diferiram do controle positivo

anfotericina B (p>0.05). A fração acetato de etila de R. communis foi a menos tóxica,

apresentando uma viabilidade de 83,5% sobre células RAW 264.7. Este resultado foi

similar ao controle positivo anfotericina B (p>0.05). Estes estudos evidenciam que a fração

acetato de etila de R. communis pode ser utilizada no estudo in vivo porque apresentou

eficácia contra promastigotas e amastigotas de L. infantum e a menor toxicidade contra

células monocíticas de murinos.

Palavras-chaves: Atividade leishmanicida; Leishmania infantum; amastigotas;

promastigotas; citotoxicidade.

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In vitro effect of Aloe vera, Coriandrum sativum and Ricinus communis fractions on

Leishmania infantum and on murine monocytic cells

Fernanda C. M. Rondona, Claudia M. L.

Bevilaqua

a,*, Marina P.

Accioly

a, Selene M.

Moraisb, Heitor F. Andrade-Junior

c, Lyeghyna K. A. Machado

b, Roselaine P. A. Cardoso

c,

Camila A. Almeida

a, Eudson M.

Queiroz-Junior

a, Ana Caroline M. Rodrigues

a

aLaboratório de Doença Parasitárias/Universidade Estadual do Ceará, Brazil

bLaboratório de Produtos Naturais/Universidade Estadual do Ceará, Brazil

cLaboratório de Protozoologia/Universidade de São Paulo, Brazil

*Corresponding author

Av. Dedé Brasil, 1700, 60740-913 Fortaleza, Ceará, Brazil

Tel.: +55.85.31019853; fax: +55.85.31019840

E-mail address: [email protected]

ABSTRACT

In South America, visceral leishmaniasis is a zoonosis caused by the protozoan species

Leishmania infantum (syn. L. chagasi) and is primarily transmitted through the bite of the

female Lutzomyia longipalpis. Its main reservoir in urban areas is the dog. The application

of control measures recommended by health agencies have not achieved significant results

in reducing the incidence of human cases, and the lack of effective drugs to treat dogs

resulted in the prohibition of this course of action in Brazil. Therefore, it is necessary to

search new alternatives for the treatment of canine and human visceral leishmaniasis. The

objectives of this study were to evaluate the in vitro effect of fractions from Aloe vera

(aloe), Coriandrum sativum (coriander), and Ricinus communis (castor) on promastigotes

and amastigotes of L. infantum and to analyze the toxicity against the murine monocytic

cells RAW 264.7. To determine the viability of these substances on 50% parasites (IC50),

we used a tetrazolium dye (MTT) colorimetric assay (bromide 3-4.5-dimethylthiazol-2-yl-

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2,5-dephenyltetrazolium), and on amastigotes we performed an in situ ELISA. All fractions

were effective against L. infantum promastigotes and did not differ from the positive

control pentamidine (p>0.05). However, the R. communis ethyl acetate and chloroform

fractions, as well as the C. sativum methanol fraction, were the most effective against

amastigotes and did not differ from the positive control amphotericin B (p>0.05). The R.

communis ethyl acetate fraction was the least toxic, presenting 83.5% viability of RAW

264.7 cells, which was similar to the results obtained with amphotericin B (p>0.05). Based

on these results, we intend to undertake in vivo studies with R. communis ethyl acetate

fractions due the high effectiveness against amastigotes and promastigotes of L. infantum

and the low cytotoxicity towards murine monocytic cells.

Keywords: Leishmanicidal activity; Leishmania infantum; Amastigotes; Promastigotes;

Cytotoxicity.

1. Introduction

Leishmaniasis comprises a group of diseases caused by several species of

Leishmania and expresses a variety of clinical symptoms. In addition, this group of diseases

is the third largest among infectious diseases transmitted by vectors, behind malaria and

filariasis (Solano-Gallego et al., 2009). This complex disease is endemic in many tropical

and sub-tropical areas of the Old and New World, reaching 88 countries with over 350

million people at risk (WHO, 2005). Leishmaniasis is an infectious disease that affects poor

people living in rural and suburban settings (Alvar et al., 2006). Visceral leishmaniasis

(VL) is the most serious of these diseases because it can be fatal if not treated and is

extremely important in veterinary medicine because dogs are considered the main domestic

reservoir for human infection (Gramiccia and Gradoni, 2005).

In Brazil, the control measures to combat VL employed by health agencies advocate

euthanasia of positively tested dogs as the primary action. However, this measure has not

yielded the expected results, demonstrating the need for new alternatives to help control the

disease. In Europe, the objectives of anti-Leishmania treatment in dogs are typically to

induce a general reduction of the parasite load, to treat organ damage caused by the

parasite, to restore efficient immune responses, to stabilize a drug-induced clinical

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improvement, and to treat clinical relapse (Oliva et al., 2010). But the drugs currently

available have not proven parasitological cure effective in dogs, and therefore the use of

these drugs is prohibited in Brazil (Brazil, 2008), although this position is not been

accepted by the most veterinary practitioners.

New alternatives of control are used like the anti-sand fly measures with

deltamethrin impregnated collars or permethrin-based spot-on that have higher efficacy

(Maroli et al., 2010). Moreover, the use of plants to obtain new drugs has increased due to

the need to control parasites with multidrug-resistance and to maximize the control of

endemic diseases like VL (Croft and Coombs, 2003; Sharief et al., 2006). The use of

secondary metabolites from certain plants was effective in in vitro studies on different

forms of Leishmania spp., demonstrating the feasibility of obtaining new compounds to

combat this parasite (Chen et al., 1993; Schinor et al., 2007; Soares et al., 2007).

Aloe vera belongs to Liliaceae family and was selected for this study due to the

effectiveness of the leaf extract against Leishmania donovani in vitro and its ability to

reduce more than 90% of the in vivo parasite burden in the spleen, liver, and bone marrow

of Balb/c mice (Dutta et al., 2007, 2008). Ricinus communis L, known as castor bean, is a

Euphorbiaceae that has bioactivity in mammalian cells, including effects as an antioxidant,

anti-inflammatory, antibacterial and antiviral (Beattie et al., 2005; Ghosh, 2005). While the

oil of the Coriandum sativum, the coriander of the family Umbelliferae, show pronounced

antibacterial and antifungal effects (Matasyoh, 2009).

Thus, the objectives of this study were to evaluate the in vitro effect of fractions of

A. vera, C. sativum, and R. communis against promastigotes and amastigotes of L. infantum

and their cytotoxicity on the murine monocytic cells, RAW264.7.

2. Materials and methods

2.1. Obtaining the fractions

The leaves of R. communis were collected on the campus of State University of

Ceará in Fortaleza in northeast Brazil, and the leaves of A. vera and the seeds of C. sativum

were purchased commercially. The samples were dried at room temperature for 7 days to R.

communis and C. sativum and 14 days for A. vera. The leaves were cut and the seeds were

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crushed in an industrial blender, the material was then immersed in 96% ethanol for a

week. After passing the extracts through a rotary evaporator, they were subjected to liquid

chromatography with silica filtration and repeated washings with hexane, chloroform, ethyl

acetate, and methanol. The solvent of each organic phase was rotary-evaporated to obtain

hexane, chloroform, ethyl acetate, and methanol fractions of each plant (Degani et al.,

1998; Conegero et al., 2003).

2.2. Phytochemical tests

The qualitative phytochemical tests of phenols, tannins, catechins, leuco-

anthocyanidins, flavonoids, steroids, terpenes, quinones, saponins, and alkaloids were

performed according to Matos (2009) and Siddiqui et al. (2009). These tests are based on

the visual observation of the colorimetric changes or the precipitate formation after an

addition of specific reagents.

2.3. Cultivation of L. infantum

Promastigotes of L. infantum strain MHOM46/LC/HZ1 were grown in M199

(Cultilab®

) plus 10% fetal calf serum (FCS) (Cultilab®), HEPES (Sigma-Aldrich

®), bovine

Hemin (Inlab®), sodium bicarbonate (Sigma-Aldrich

®), gentamicin (40 mg/mL) (Inlab

®),

and 5% human male sterile urine. Cultures were maintained in a BOD incubator at 23.6 °C

and peal was done every three or four days.

Amastigotes were cultured with murine monocyte RAW 264.7 cells in 96-wells

microplates. Murine monocyte RAW 264.7 cells were counted in a Neubauer chamber and

the concentration used was 1x104 cells/well. The promastigotes were added at a ratio of

10:1 parasites to cell. These cells were cultured in Dulbecco's (Cultilab®) plus 5% fetal

bovine serum, sodium bicarbonate, and gentamicin (Inlab®) at a concentration of 40

mg/mL. The bottles were kept ajar for cultivation under glass with 5% CO2 at 36.6 °C.

2.4. Tests on promastigotes of L. infantum

Promastigotes were counted in a Neubauer chamber and the concentration used was

1x105 promastigotes/well. The fractions of each plant were dissolved in milli Q water, and

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they were evaluated at 6.25, 12.5, 25, 50, and 100 μg/mL according to Tempone et al.

(2005). After 24 h incubation of parasites with the fractions, a MTT test was performed to

determine the IC50 of each plant fraction on the promastigotes. The positive control was 40

μg/mL pentamidine and the negative control was M199 media only (Cultilab®). All

fractions were tested in triplicate. The results were read with a Multiskan MS

(UNISCIENCE®

) microplate reader at a wavelength of 570nm.

2.5. Tests on amastigotes of L. infantum

The fractions of plants were dissolved in milli Q water, and they were used at

concentrations of 6.25, 12.5, 25, 50, and 100 µg/mL was added to microplates containing

the confluent layer of cells with amastigotes. The in situ immunoassay to determine the

IC50 was performed by ELISA according to Piazza et al. (1994). Before starting the tests,

the infected cells were stained and parasites observed under a microscope. When we

observed more than 50% of infected cells in a microscopic field, the parasite load was

considered appropriate to perform the test. Briefly, after 24 h incubation with the plant

fractions, the microplate wells were incubated with 0.01% saponin (Sigma-Aldrich®

) in 1x

PBS plus 1% bovine serum albumin (Sigma-Aldrich®) for 30 minutes at 37 °C. The

blocking reaction was done with 1x PBS plus 5% skimmed milk (Nestle®) for 30 minutes at

37 °C. The microplates were washed and dried three times, then we added the serum from

immunized rabbits diluted 1:500 in 1 x PBS followed by 3% skimmed milk in 0.05%

Tween 20 (PBSLT) plus 10% FCS, and kept the plates at 37 °C overnight. The conjugated

anti-rabbit IgG (Sigma-Aldrich®) was diluted 1:10,000 in PBSLT and after further washing,

orthophenylenediamine chromogen (OPD) (Sigma-Aldrich®) was added. In order to stop

the reaction 4N chloric acid (Novaquímica®

) was added, and the reading was performed

using a 492 nm filter in a microplate reader. The positive control for this assay was 40

µg/mL amphotericin B (Sigma-Aldrich®) and the negative control was the Dulbecco

medium alone (Cultilab®). The rabbits were immunized against promastigotes of

Leishmania infantum. The serum was obtained 30 days after the immunization.

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2.6. Cytotoxicity test

Monocytic lineage cells from murine RAW 264.7 were grown in 96-well

microplates, 100 g/ mL of plant fractions were added. Subsequent testing was performed

in situ by ELISA using the methodology of Piazza et al. (1994). The positive control in this

step was 40 µg/mL amphotericin B (Sigma-Aldrich®) and the negative control was

Dulbecco medium (Cultilab ®). The reading was performed using a 492 nm filter in a

microplate reader.

2.7. Statistical Analysis

IC50 values (drug concentration able to inhibit 50% of parasites) in the range of

95% (Confidence interval of 95%) were calculated using a nonlinear regression curve. One-

way ANOVA and comparative analysis between treatments was performed by Tukey's

parametric test using and 100% survival was based on the OD of the viability control

containing only promastigotes or amastigotes, and/or murine monocytic cells after

normalization using the statistical software GraphPad Prism 5.0.

3. Results

IC50 values of ethyl acetate, chloroform, and methanol fractions of Aloe vera,

Coriandrum sativum, and Ricinus communis on promastigotes and amastigotes of L.

infantum were summarized on Table 1. Besides, the drug reference used in the in vitro tests

on promastigotes was pentamidine and on amastigotes was amphotericin B. Briefly, all

fractions were effective against L. infantum promastigotes and did not differ from the

positive control pentamidine (p>0.05). However, the R. communis ethyl acetate and

chloroform fractions, as well as the C. sativum methanol fraction, were the most effective

against amastigotes and did not differ from the positive control amphotericin B (p>0.05).

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58

Table 1: IC50 values of ethyl acetate, chloroform, and methanol fractions of Aloe vera,

Coriandrum sativum, and Ricinus communis on promastigotes and amastigotes of

Leishmania infantum.

Fractions of

Plants

Promastigotes

IC50 (µg/mL) CI95%

Amastigotes

IC50 (µg/mL) CI95%

Ethyl acetate

A. vera 1.49a 0.51 – 4.31 1,038

cd 96.49 – 11,175

C. sativum 7.10ab

1.26 – 39.97 27,334d 10,340 – 72,290

R. communis 3.45ab

0.88 – 13.50 17.28ab

15.16 – 19.69

Chloroform

A. vera 26.20ab

11.11 – 61.78 96.59c 65.93 – 141.50

C. sativum 33.21ab

8.55 – 128.90 34.20b 29.33 – 39.87

R. communis 2.85ab

0.42 – 19.49 17.32abc

1.93 – 155.20

Methanol

A. vera 1.54ab

6.11 – 30.01 79.82c 56.93 – 111.90

C. sativum 3.18ab

0.70 – 14.39 0.57a 0.02 – 17.56

R. communis 11.12ab

1.14 – 108.40 146.60c 82.71 – 259.80

Positive

Control

Pentamidine 0.17 – 23.11ab

0.07 – 58.14 - -

Amphotericin B - - 0.08 – 51.87abc

0.01 – 263.40

Equal letter in same column has not statistical difference on positive control (p>0.05)

The cytotoxicity test on murine RAW 264.7 cells demonstrated that 100 µg/mL of

the ethyl acetate fraction from R. communis was the least toxic, resulting in 83.5% cell

viability and was not different from the positive control amphotericin B that demonstrated

90% viability (Fig. 1).

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Co

ntr

ole

Neg

ati

vo

An

ph

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ricin

(C

+)

A.

vera

fr.

ac.

eti

la

A.

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fr.

clo

rof.

A.

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l

C.s

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r. a

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C.s

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R.

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R.c

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nis

fr.

clo

rof.

R.

co

mm

un

is f

r. m

eta

no

l.

0

20

40

60

80

100Amphotericin B (C+)

A. vera ethyl acetate fraction (1)

A. vera chloroform fraction. (2)

A. vera methanol fraction (3)

C.sativum ethyl acetate fraction (4)

C.sativum chloroform fraction (5)

C.sativum methanol fraction (6)

R. communis ethyl acetate fraction (7)

R.communis chloroform fraction(8)

R. communis methanol fraction (9)

Control Negative (C-)

Percen

tag

e o

f v

iab

le c

ell

s R

AW

26

4.7

The phytochemical tests showed the presence of various metabolites in the different

plant fractions and these are summarized in Table 2.

C- C+ 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Figure 1. Viability of RAW 264.7 cells treated with100 g/mL with

either the ethyl acetate, chloroform, or methanol fractions of Aloe

vera, Coriandrum sativum, and Ricinus communis compared to

positive (40µg/mL amphotericin B) and negative controls (Dulbecco

medium).

* p<0.05

90%

100%

83.5%

*

44.6%

*

35%

*

37.9% *

27.9%

*

47.1%

*

35.5%

*

52.1%

*

61.2%

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Table 2: Chemical compounds of each fraction identified by phytochemical tests according

to Matos (2009) and Siddiqui et al. (2009).

Fraction Tannins Flavonoids Steroids Terpenoids Alkaloids Saponins Quinones

Ethyl Acetate

A. vera - X X - - - X

C. sativum X - - - - - -

R. communis X - X - X - -

Chloroform

A. vera X X X - X - X

C. sativum - X - X X - -

R. communis - - X - - - -

Methanol

A. vera X X - - X - X

C. sativum X X X - X - -

R. communis X X X - X X -

4. Discussion

The effectiveness of these plants is probably due to the secondary metabolites

present in the plant fractions. The compounds identified by the phytochemical tests have

been evaluated in different species of Leishmania. For instance, naphthylisoquinoline

alkaloids reduced the growth of L. major promastigotes and the infection rate of

macrophages. These effects were not associated with the production of nitric oxide (NO) or

the secretion of cytokines by macrophages, and were probably due to direct action on the

parasite (Ponte-Sucre et al., 2007).

Some terpenoids have also demonstrated leishmanicidal action, such as citral

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derived from the essential oil of Cymbopogon citratus, which had a significant effect on L.

amazonensis, reducing the survival of promastigotes by 100%. Apparently the citral acts on

the division cycle of the parasite (Santin et al., 2009). Linalool, another terpenoid found in

C. sativum fruit, stimulates the production of reactive oxygen species such as NO by

inhibiting the activity of the mitochondrial respiratory chain and decreasing levels of ATP

and glutathione in cells (Usta et al., 2009). This finding reinforces the theory of indirect

action of linalool, favoring NO production by macrophages in an attempt to eradicate the

intracellular parasite. Other terpenoids and flavonoids obtained from Chresta scapigera

were active against amastigotes of L. amazonensis, inhibiting the replication of the parasites

(Schinor et al., 2007).

The flavonoid quercetin isolated from leaves of R. communis and fruits of C.

sativum (Rodrigues et al., 2002; Ali et al., 2008) interferes with the iron metabolism in L.

donovani, reducing splenic burden in golden hamsters by 75 to 95% (Sen et al., 2008).

Therefore, the inhibitory effect on promastigotes and amastigotes observed in fractions of

C. sativum and R. communis may be due to the presence of terpenoids and flavonoids,

suggesting the action on NO production of macrophages and/or iron dependent enzymes.

Anthraquinones are secondary metabolites belonging to the group of quinones and

are found abundantly in the plants of the genus Aloe. The mechanism of action of

anthraquinones is to inhibit the synthesis of nucleic acids and therefore inhibit the

formation of proteins in bacteria (Levin et al., 1988). Thus, the effect observed in L.

infantum promastigotes may have been due to the inhibition of protein synthesis by

quinones present in the A. vera fractions studied, but the low efficiency on amastigotes and

its high toxicity preclude its use in in vivo testing.

The saponins are steroid substances with various biological activities. It is believed

saponins increase the membrane permeability of the parasite causing their lysis, and this is

likely the effect of the R. communis ethyl acetate and chloroform fractions on L. infantum.

This activity can be explained by the affinity of this metabolite for cholesterol present in

the cell membrane, forming insoluble complexes (Francis et al., 2002).

Phytosterols are a group of steroid alcohols naturally occurring in plants. β-

sitosterol and stigmasterol were identified and although there are no studies that report

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leishmanicidal action, the antimicrobial, anti-inflammatory (Nishioka et al., 2002), anti-

carcinogenic (Awad and Fink, 2002), and cholesterol-lowering (Law, 2000) activities of

these phytosterols have been demonstrated. Bouic and Lamprecht (1999) reported β-

sitosterol increased the activity of T-lymphocytes and natural killer cells. Nishioka et al.

(2002) reported that the antimicrobial and anti-inflammatory actions of Mallotus peltatus

were due to a combination of several substances, among them β-sitosterol. The same anti-

inflammatory effects of β-sitosterol and stigmasterol isolated from the leaves of Croton

pullei were observed by Rocha et al. (2008), although the mechanisms responsible for these

effects are not yet fully understood.

Among the nine fractions tested, the ethyl acetate fraction of R. communis showed

the best results. This fraction was highly efficacious against L. infantum promastigotes and

amastigotes while having low cytotoxicity on RAW 264.7 monocytic cells. The presence of

flavonoids, alkaloids, saponins, and phytosterols suggests the action is due to iron-

dependent enzymes and membrane lysis of the parasite, but more studies are needed to

determine the most prevalent metabolite and whether its action is independent or

synergistic.

5. Acknowledgements

We would like to thank from FUNCAP for financial support. Dr. Bevilaqua has a

grant from CNPq.

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7 CAPÍTULO 2

Eficácia in vitro de Coriandrum sativum, Lippia sidoides e Copaifera reticulata sobre

Leishmania chagasi

(Efficacy of Coriandrum sativum, Lippia sidoides and Copaifera reticulata against

Leishmania chagasi in vitro)

Periódico: Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária (Qualis B3). Submetido em

11 de Abril de 2011.

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RESUMO

O aumento na incidência da Leishmaníase Visceral (LV) no Brasil deve-se à ineficácia das

medidas de controle da doença. Além disso, não há tratamento efetivo para LV canina, o

objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito dos óleos essenciais de Coriandrum sativum e de

Lippia sidoides e do óleo-resina de Copaifera reticulata sobre promastigotas e amastigotas

de Leishmania chagasi e analisar o grau de toxicidade sobre células monocíticas murinas

RAW 264.7. Para determinar a CI50 sobre promastigotas foi usado teste MTT e sobre

amastigotas foi realizado imunoensaio in situ pela técnica de ELISA. Os resultados obtidos

comprovaram que o óleo-resina de C. reticulata foi o mais eficaz contra as formas

promastigotas (CI50 de 7,88µg/mL) e amastigotas (CI50 de 0,52µg/mL) e em nenhum dos

dois testes diferiu do controle pentamidina que obteve CI50 de 0,17-23,11µg/mL, no teste

sobre promastigotas, e anfotericina B que obteve CI50 de 0,08-51,87µg/mL nos testes com

amastigotas (p>0.05). Quanto à citotoxicidade, apenas o óleo-resina de C. reticulata não

apresentou toxicidade, com 78,45% de monócitos viáveis. Os resultados obtidos sobre

promastigotas e amastigotas e a ausência de citotoxicidade do óleo-resina de C. reticulata

evidenciam que este óleo-resina pode ser viável para a análise de seus efeitos terapêuticos

em testes in vivo.

Palavras-chave: Plantas leishmanicidas, óleos, citotoxicidade, amastigotas e promastigotas

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Efficacy in vitro of Coriandrum sativum, Lippia sidoides and Copaifera reticulata

against Leishmania chagasi

Eficácia in vitro de Coriandrum sativum, Lippia sidoides e Copaifera reticulata sobre

Leishmania chagasi

Fernanda Cristina Macedo Rondon

1, Claudia Maria Leal Bevilaqua

1*, Marina Parissi

Accioly1; Selene Maia de Morais

2, Heitor Franco de Andrade-Júnior

3, Camila Aparecida de

Carvalho3, Josemar Coelho Lima

4, Hilton César Rodrigues Magalhães

4

1Laboratório de Doenças Parasitárias, Universidade Estadual do Ceará – UECE

2Laboratório de Química de Produtos Naturais, Universidade Estadual do Ceará – UECE

3Laboratório de Protozoologia, Universidade de São Paulo – USP

4Laboratório de Análise de Alimentos, Embrapa Agroindústria Tropical

*Corresponding author:

Claudia Maria Leal Bevilaqua

Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias,

Laboratório de Doenças Parasitárias, Programa de Pos-graduação em Ciencias Veterinarias

da Faculdade de Veterinaria da Universidade Estadual do Ceará

Av. Dedé Brasil, 1700, CEP 60.714-903, Fortaleza, Ceará, Brasil;

Tel. 55.85.31019853 Fax 55.85.31019840

E-mail: [email protected]

Dr. Bevilaqua, Dr. Morais and Dr. Andrade-Junior are CNPq researchers.

Abstract

The increased incidence of visceral leishmaniasis (VL) in Brazil is due to a lack of effective

disease control measures. In light of the fact that no effective treatment exists for canine

VL, the objective of this study was to evaluate the effect of the essential oils of Coriandrum

sativum and Lippia sidoides, and oleoresin from Copaifera reticulata, on Leishmania

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chagasi promastigotes and amastigotes. We also examined the toxicity of these treatments

on the murine monocyte cell line RAW 264.7. To determine the IC50 of each oil, an MTT

test was performed on promastigotes, and an in situ ELISA assay was conducted on

amastigotes. Here, were demonstrated that oleoresin from C. reticulata was effective

against both promastigotes (IC50 of 7.88 µg/mL) and amastigotes (IC50 of 0.52 µg/mL),

and neither of the two treatments differed significantly (p>0.05) from pentamidine (IC50 of

0.17 – 23.11 µg/mL) and amphotericin B (IC50 of 0.08 – 51.87 µg/mL). Of the three plant

oils tested, only oleoresin showed no toxicity toward monocyte, with 78.45% viability after

treatment. Inhibition of promastigote and amastigote growth and the lack of cytotoxicity by

C. reticulata demonstrated that oleoresin may be a viable option for analyzing the

therapeutic effects of leishmanicidal plants in vivo.

Keywords: Leishmanicidal plants, oils, cytotoxicity, amastigotes and promastigotes

Introduction

The World Health Organization (WHO) considers visceral leishmaniasis (VL) to be

a major tropical zoonotic disease (MISHRA et al., 2009). VL, which continues to resist

modern control efforts, is most common in northeastern Asia, eastern Africa and

northeastern Brazil, but cases also occur in southern Europe and elsewhere. Each year,

there are approximately 500,000 new cases and more than 50,000 deaths worldwide;

however, because leishmaniasis is not a commonly reported disease in many countries,

these values are probably underestimated (WHO, 2010). In Brazil, this disease has

expanded throughout the canine and human populations in various regions (RONDON et

al., 2008; BRASIL, 2009). In addition, infected dogs have been associated with all human

disease outbreaks, representing the main link in the chain of transmission, and, despite

the existence of other Leishmania reservoirs, such as horses and cats, dogs are the only

confirmed domestic reservoir (GRAMICCIA; GRADONI, 2005).

Until now, canine visceral leishmaniasis (CVL) has proven to be resistant to

available synthetic antiparasitic drugs, thus reinforcing the need for alternatives in disease

control. CVL therapies aim to reduce the parasite load, minimize organ damage by the

parasites, and redirect the immune response to improve animal health and prevent relapse

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(OLIVA et al., 2010).

Alternative methods of parasite control, including deltamethrin-impregnated collars

or spot-on permethrin-based topical insecticides, are being employed in an attempt to block

transmission (MAROLI et al., 2010). Furthermore, the use of plants for new medicines has

increased, both to combat multidrug-resistant parasites and to maximize disease control

(CROFT; COOMBS, 2003; SHARIEF et al., 2006).

Essential oils are natural products of great medical importance because they already

possess proven antifungal, antimicrobial, and antileishmanial activities (LEAL-

CARDOSO, 2000; ANTHONY et al., 2005; OLIVEIRA et al., 2009). The objective of this

study was to evaluate the effect of the essentials oils of Coriandrum sativum and Lippia

sidoides and oleoresin from Copaifera reticulata on L. chagasi promastigotes and

amastigotes, as well as their cytotoxicities in the murine monocyte cell line RAW 264.7.

Materials and Methods

Extraction of essential oils and oleoresins

The essential oil of L. sidoides (alecrim-pimenta; family: Verbenaceae) was

purchased from PRONAT (Produtos Naturais LTDA). C. reticulata (copaiba balsam;

family: Fabaceae) oleoresin was purchased at a street fair in the state of Para, Brazil. C.

sativum (coriander; family: Umbelliferae) seeds were dried for one week, and the essential

oil was extracted by steam distillation.

Phytochemical tests

Qualitative phytochemical tests of phenols, tannins, catechins, leucoanthocyanidins,

flavonoids, steroids, terpenes, alkaloids, and saponins were performed according to Matos

(2009) and Siddiqui et al. (2009). These tests are based on the visual observation of

colorimetric changes or on the formation of a precipitate after the addition of specific

reagents.

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Chemical analysis

The oils were chemically analyzed at the Laboratório de Análise de Alimentos,

EMBRAPA/Agroindústria using gas chromatography/mass spectrometry (GC/MS) on a

5971 GC/MS (Hewlett–Packard®) at a temperature of 270 °C. Constituent molecules were

identified by their retention indices and mass spectra compared to a database of known

chemical signatures (ALENCAR et al., 1984; ADAMS, 1989).

Cultivation of Leishmania chagasi

Promastigotes of L. chagasi strain MHOM46/LC/HZ1 were grown in M199

(Cultilab®

) supplemented with 10% fetal calf serum (FCS) (Cultilab®), HEPES (Sigma–

Aldrich®), bovine hemin (Inlab

®), sodium bicarbonate (Sigma–Aldrich

®), gentamicin (40

mg/mL) (Inlab®), and 5% human male sterile urine. Cultures were maintained in a BOD

incubator at 23.6 °C, and were passaged every three to four days.

Amastigotes were cultured with the murine monocyte cell line RAW 264.7 in 96-

well microplates. Cells were counted in a Neubauer chamber and plated at a density of

1x104 cells/well. Promastigotes were added at a ratio 10:1 parasites to cell. Cells were

cultured in Dulbecco’s medium (Cultilab®) with 5% FCS, sodium bicarbonate, and 40

mg/mL gentamicin. Bottles were kept ajar and cultivated under glass with 5% CO2 at

36.6°C.

Assays on L. chagasi promastigotes

Promastigotes were counted in a Neubauer chamber and used at a concentration of

1x105 promastigotes/well. The oils of each plant were dissolved in milli-Q water, and were

evaluated at 6.25, 12.5, 25, 50, and 100 µg/mL, according to Tempone et al. (2005). After a

24-h incubation with the relevant compound, a tetrazolium dye (MTT) colorimetric assay

(bromide 3-4.5-dimethylthiazol-2-yl- 2.5-dephenyltetrazolium) was performed on

promastigotes to determine viability, and the IC50 of each treatment was calculated. The

positive control for this assay was pentamidine, and the negative control was M199

medium. All oils were assayed in triplicate. The MTT assay was analyzed on a Multiskan

MS (UNISCIENCE®) microplate reader at a wavelength of 570 nm.

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Assays on L. chagasi amastigotes

Plant oils were diluted in milli-Q water to 6.25, 12.5, 25, 50 and 100 µg/mL and

then added to microplates containing a confluent layer of cells and amastigotes. An in situ

enzyme-linked immunosorbent assay (ELISA) to determine the IC50 was performed

according to the method of Piazza et al. (1994). Prior to treatment, infected cells were

stained, and parasites were observed by microscopy. Experiments were performed on cells

exhibiting greater than 50% infection in a given microscope field. Briefly, after a 24 h

incubation with the indicated plant oil, a solution of 0.01% saponin (Sigma–Aldrich®) and

1% bovine serum albumin (BSA; Sigma–Aldrich®) in 1X phosphate-buffered saline (PBS)

was added to each well, and plates were incubated for 30 min at 37 °C. Wells were

subsequently blocked with 5% nonfat dry milk (Nestle®) in PBS for 30 min at 37 °C.

Microplates were washed and dried three times and then anti-L. chagasi serum, diluted

1:500 in 1X PBS containing 3% milk, 0.05% Tween 20 (PBSLT) and 10% FCS, was

added, and plates were incubated at 37°C overnight. Horseradish peroxidase-conjugated

anti-rabbit IgG (Sigma–Aldrich®) was diluted 1:10,000 in PBSLT and, after further

washing, ortho-phenylenediamine chromogen (OPD) (Sigma–Aldrich®) was added. To stop

the reaction, 4 N chloric acid (Novaquímica®

) was added, and plates were read on a

microplate reader using a 492-nm filter. The positive control for this assay was 40 µg/mL

amphotericin B (Sigma–Aldrich®), and the negative control was Dulbecco medium alone.

To generate anti-L. chagasi antibodies, rabbits were immunized with promastigotes, and

serum was obtained 30 days after immunization.

Cytotoxicity assay

RAW 264.7 cells were grown in 96-well microplates and treated with 100 µg/mL of

plant oils. Subsequent testing was performed in situ by ELISA, as described above. The

positive control in this step was 40 µg/mL amphotericin B (Sigma–Aldrich®), and the

negative control was Dulbecco medium. Readings were performed using a 492-nm filter in

a microplate reader.

Statistical analysis

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The drug concentrations that achieved a 50% inhibition in the growth of parasites

(IC50) were calculated using a nonlinear regression curve, with a 95% confidence interval.

One–way ANOVA and comparative analysis between treatments was performed on

normalized values with Tukey’s parametric test with the statistical software GraphPad

Prism 5.0. For normalization, 100% survival was computed as the OD of the control

containing only promastigotes or amastigotes, and/or cells alone.

Results

When applied to promastigotes, L. sidoides essential oil exhibited an IC50 of 19.76

µg/mL (95% CI, 11.00 – 38.98) with an effectiveness value of 56.3%, and C. reticulata

oleoresin exhibited an IC50 of 7.88 µg/mL (95% CI, 1.52 – 40.86) with an effectiveness

value of 60.2%. These results confirmed that both oils were most efficient on L. chagasi

promastigotes and did not differ significantly from pentamidine, which had an IC50

ranging from 0.17 to 23.11 µg/mL (95% CI, 0.07 – 58.14). The essential oil of C. sativum

was the least effective on promastigotes (27.5% effectiveness), with an IC50 of 181.00

µg/mL (95% CI, of 57.53 – 269.60).

Treatment of amastigotes with essential oils generated IC50 values of 5.07 µg/mL

(95% CI, 0.47 – 54.33) for L. sidoides, 1.51 µg/mL (95% CI, 0.06 – 37.64) for C. sativum,

and 0.52 µg/mL (95% CI, 0.05 – 5.39) for C. reticulata oleoresin. These results did not

differ significantly from amphotericin B, which had an IC50 ranging from 0.08 to 51.87

(95% CI, 0.01 – 163.40). The most potent extract against amastigotes was C. reticulata

with 91.4% effectiveness, followed by L. sidoides with 73.4% effectiveness; the least

efficient was the essential oil of C. sativum with 68.8% effectiveness. These values did not

differ significantly from amphotericin B, which demonstrated 90.9% effectiveness

(p>0.05).

The oleoresin from C. reticulata was not toxic to RAW 264.7 cells; the cells

displayed 78.45% cell viability, which did not differ significantly from positive and

negative controls (p>0.05). In contrast, the other oils demonstrated some toxicity; 49.9%

viability was observed in cells treated with C. sativum, and 57.8% viability was observed in

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cells treated with L. sidoides. These results were significantly different from the positive

control (p<0.05) (Figure 1).

Figure 1. Effect of C. sativum and L. sidoides essentials oils, and C. reticulata oleoresin at a

concentration of 100 µg/mL, on the viability of the murine monocyte cell line, RAW 264.7.

Amphotericin B (40 µg/mL) was used as a reference, and Dulbecco medium served as the

negative control. * p<0.05.

Phytochemical analysis revealed the presence of terpenoids in the extracted oils.

Further characterization determined that the principal constituents of L. sidoides essential

oil, C. sativum essential oil and C. reticulata oleoresin were thymol, β-linalool and β-

caryophyllene, respectively (Table 1).

C- C+ 1 2 3 0

20

40

60

80

100

C- (only Medium Dulbecco) C+ (Amphotericin B) Essential Oil of C. sativum (1)

Essential oil of L. sidoides (2)

Resin-oil of C. reticulata (3)

100%

90.03%

* 49.9%

* 57.8%

78.45%

Per

cen

tag

e o

f m

uri

ne

mo

no

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s R

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26

4.7

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ls v

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Table 1: Relative percent composition of Coriandrum sativum and Lippia sidoides essential

oils, and Copaifera reticulata oleoresin.

Plants Constituents Percentage

%

β-Caryophyllene 43.18

Copaifera reticulata α-Bergamotene 8.76

Copaene 8.69

β-linalool 73.21

Coriandrum sativum Camphor 4.25

α-Pinene 4.20

Thymol 59.65

Lippia sidoides β-Caryophyllene 10.60

Cymene 9.08

Discussion

A study among eight plant species of the genus Copaifera (C. multijuga, C.

officinalis, C. reticulata, C. lucens, C. langsdorffii, C. paupera, C. martii, and C.

cearensis), related that C. reticulata demonstrated the greatest efficacy against Leishmania

amazonensis, with IC50 values of 5 µg/mL on promastigotes and 20 µg/mL on amastigotes.

This oil also exhibited a low level of toxicity toward the murine macrophage cell line

J774G8 (SANTOS et al., 2008). The results obtained here were similar, with C. reticulata

oleoresin proving to be even more effective against L. chagasi promastigotes (IC50 of 0.52

µg/mL). The differing IC50 values obtained with C. reticulata oleoresin on amastigotes of

L. amazonensis and L. chagasi can be explained by differences in the expression of

membrane proteases, such as gp63 and gp42, and other ligands, such as lipophosphoglycan,

because these molecules directly regulates parasite virulence (BURNS et al., 1993; CHEN

et al., 2000; YAO et al., 2002).

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Oliveira et al. (2009) had previously investigated the activity of essential oils from

Cymbopogon citratus, L. sidoides and Ocimum gratissimum against promastigotes of L.

chagasi. In this study, the most effective compound was C. citratus, with an IC50 of 45

µg/mL, followed by the oil of O. gratissimum, with an IC50 of 75 µg/mL; the least

effective essential oil was L. sidoides, with an IC50 of 89 µg/mL. Another study performed

on promastigotes and amastigotes of L. chagasi reported that essential oils from plants of

the genus Lippia were effective in inhibiting promastigote infection, with IC50 values of

4.4 μg/mL for L. origanoides, 5.2 μg/mL for L. citriodora, 18.9 μg/mL for L. alba, and

51.8 μg/mL for L. micromera. No oil had demonstrated inhibition of intracellular

amastigotes in the human monocyte line THP-1 (ESCOBAR et al., 2010). In contrast, in

the present work, L. sidoides oil exhibited the greatest activity against both promastigotes

and amastigotes of L. chagasi. The difference between the IC50 values may be due to the

composition of the oils, which is highly variable, depending on the soil where the plant was

grown, the time of collection, environmental factors and other effects (MARTINS et al.,

2006; NOGUEIRA et al., 2007).

The main constituents of C. sativum, L. sidoides and C. reticulata oils were the

monoterpenes β-linalool and thymol, and the sesquiterpene β-caryophyllene, respectively.

Similar findings were obtained by Ghannadi e Sadeh (1999) for C. sativum, Camurça-

Vasconcelos et al. (2007) for L. sidoides and Santos et al. (2008) for C. reticulata.

The mechanism of action of linalool found in the fruit of C. sativum is to stimulate

the production of reactive oxygen species, such as nitric oxide (NO), to inhibit the activity

of mitochondrial respiratory chain and to decrease levels of ATP and glutathione in the

cells (USTA et al., 2009). It reinforces the model that linalool acts indirectly to favor NO

production by macrophages to eradicate the infection with Leishmania spp.

Thymol, a terpenoid, causes structural and functional damage to the cell membrane

and acts directly on the synthesis and activity of ATPase and on the concentration of

potassium and phosphate ions in the parasite. These activities have been characterized in

bacteria, and this is the likely mechanism of action against Leishmania its possible

(LAMBERT et al., 2001; OSORIO et al., 2006). Synthetic thymol compounds exhibited an

IC50 of 194.3 μg/mL against promastigotes of Leishmania panamensis (ROBLEDO et al.,

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77

2005). In another study, a thymol-rich L. sidoides essential oil showed an IC50 of 89

μg/mL against L. chagasi (OLIVEIRA et al., 2009). The essential oil of L. citriodora,

which is also rich in thymol, demonstrated an IC50 of 4.4 μg/mL on L. chagasi

promastigotes (ESCOBAR et al., 2010). In this report, the essential oil of L. sidoides

proved to be rich in thymol and yielded an IC50 of 19.76 μg/mL on promastigotes of the

same species. Synthetic thymol exhibited higher IC50 values than the essential oils, which

are composed of natural thymol and other substances. Thus, the more effective action of

the oils may be due to the synergistic effect of other compounds, such as caryophyllene and

cymene, or perhaps thymol is not as potent against L. panamensis compared to L. chagasi.

While the mechanism of action of β-caryophyllene is not well understood, it is

effective against L. amazonensis (SANTOS et al., 2008) and exhibits anti-inflammatory

(SHIMIZU et al., 1990), antimicrobial and antioxidant properties (SAHIN et al., 2004).

Investigations using natural products have shown great potential in finding new

agents to fight tropical diseases, and the results here demonstrate that C. reticulata

oleoresin is highly effective against promastigotes and amastigotes of L. chagasi, while

exhibiting no toxicity toward the RAW 264.7 cell line. While further research is needed to

prove its efficacy in vivo, C. reticulata oleoresin may be a promising new treatment for

visceral leishmaniasis caused by L. chagasi.

Acknowledgements

We would like to thank FUNCAP for financial support. Dr. Bevilaqua, Dr. Morais

and Dr. Andrade-Junior have a grant from CNPq.

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8 CAPÍTULO 3

Eficácia do óleo-resina de Copaifera reticulata em hamsters dourados (Mesocricetus

auratus) infectados experimentalmente por Leishmania chagasi

(Efficacy of Copaifera reticulata oleoresin in golden hamsters (Mesocricetus auratus)

experimentally infected by Leishmania chagasi)

Periódico Veterinary Parasitology (Qualis A2).

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ABSTRACT

Natural products appear as a viable alternative against Visceral Leishmaniasis (VL)

because there is no proven parasitological cure by synthetic therapy. This study evaluated

the effectiveness of the oleoresin of Copaifera reticulata in Golden hamsters

experimentally infected by Leishmania chagasi. All experiment lasted for ninety days, but

the treatment only lasted for thirty days. The test groups used 50 and 100mg/kg IP of

oleoresin from C. reticulata and positive control 20mg Sbv/kg IP de meglumine

antimoniate (Glucantime®). In D30, D45 and D90 after the animal’s euthanasia, samples of

liver and spleen were collected for histopathology and imprints from organs to determine

the parasite burden per gram of organ. The animals euthanized in D45 with the higher dose

of the oeloresin of C. reticulata showed 80.2% reduction in liver’s parasite load and this

result did not differ statistically (P>0.05) from control positive drug, 92.2%. At the same

time, the spleen reduction parasite load was 49.5% and differed statistically (P<0.05) from

reference drug 91.7%. In the D90 the efficacy with the higher dose (100mg/kg) was 74.7%

in spleen samples and 72.7% in liver samples, however these results differed of control

positive that obtained efficacy of 97.4% and 96% in spleen and liver samples (P<0.05).

Histopathologic findings in the liver and spleen of hamsters that were treated showed

compatibility with the histological aspects of infection by viscerotropic Leishmania.

Therefore, the oleoresin of C. reticulata can be an alternative for the treatment of the VL, it

showed efficacy equivalente to the reference drug for the treatment of liver samples and the

histological findings suggest immune response stimulation. However, futher studies are

needed to determine the mechanism of action of this oleoresin against the protozoan L.

chagasi.

Keywords: Oleoresin. Alternative treatment. Experimental infection. Hamster. Leishmania

chagasi.

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Eficácia do óleo-resina de Copaifera reticulata em hamsters dourados (Mesocricetus

auratus) infectados experimentalmente por Leishmania chagasi

Fernanda C. M. Rondon1, Claudia M. L. Bevilaqua

1*, Daniel A. Viana

2, Selene M. de

Morais1, Eudson M. Queiroz-Júnior

1, Ana Caroline M. Rodrigues

1, Juliana C. Ribeiro

1,

João B. Silva Júnior1, Rafaele A. Sampaio

1

1Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias, Universidade Estadual do Ceará,

Brasil; 2

Rede Nordeste de Biotecnologia, Universidade Estadual do Ceará

*Autor para Correspondência

Av. Dedé Brasil, 1700, 60714-903 Fortaleza, Ceará, Brazil.

Tel.: +558531019853; fax:+558531019840.

E-mail: [email protected],

Resumo

Os produtos naturais surgem como alternativa viável contra leishmaníase visceral (LV)

porque não há cura parasitológica comprovada pela terapia sintética. Este trabalho avaliou a

eficácia do óleo-resina de Copaifera reticulata em hamsters dourados infectados

experimentalmente por Leishmania chagasi. Todo o experimento durou 90 dias, mas o

tratamento ocorreu durante 30 dias. Os grupos testes usaram 50 e 100mg/kg IP de óleo-

resina de C. reticulata e controle positivo 20mg Sbv/kg IP de antimoniato de meglumina

(Glucantime®

). No D30, D45 e D90 após eutanásia dos animais foram coletadas amostras

hepáticas e esplênicas para histopatologia e imprints dos órgãos para determinação da

parasitemia. Os animais eutanasiados no D45 com a maior dose do óleo-resina de C.

reticulata demonstraram redução de 80,2% na carga parasitária hepática e este resultado

não diferiu (P>0,05) da droga de referência, 92,2%. No mesmo momento a redução do

parasitismo esplênico foi de 49,5% e diferiu estatisticamente (P<0,05) da droga de

referência que obteve 91,7%. No D90 a eficácia com 100mg/kg foi de 74,7% nas amostras

do baço e 72,7% no fígado, contudo estes resultados diferiram do controle positivo com

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eficácia de 97,4% no baço e 96% no fígado (P<0.05). Os achados histopatológicos no

fígado e baço dos hamsters tratados foram compatíveis com os aspectos histológicos de

infecção por Leishmania viscerotrópica. Portanto, o óleo-resina de C. reticulata pode ser

uma alternativa para o tratamento da LV, pois apresentou eficácia equivalente a droga

padrão em amostras hepáticas durante o tratamento e os achados histológicos sugerem um

efeito imunoestimulante. Contudo, novos estudos são necessários para determinar o

mecanismo de ação deste óleo sobre o protozoário L. chagasi.

Palavras-chave: Óleo resina. Tratamento alternativo. Infecção experimental. Hamster.

Leishmania chagasi.

Introdução

A leishmaníase visceral (LV) é uma zoonose de característica crônica e em alguns

casos não-tratados pode ocasionar óbito (Desjeux, 2004). O cão é o único reservatório

doméstico comprovado, sendo, portanto, o elo responsável pela transmissão no ambiente

urbano (Gramiccia e Gradoni, 2005). Uma das medidas de controle preconizadas pelos

órgãos de saúde no Brasil determina que o cão soropositivo deve ser eutanasiado.

Entretanto, esta medida é encarada de forma negativa tanto pelos veterinários, quanto pelos

proprietários dos animais. Além disso, o impacto desta ação não tem demonstrado

resultados favoráveis na redução da incidência da LV humana. Acrescenta-se o fato de que

esta doença encontra-se em plena expansão no território brasileiro (Brasil, 2010a). Na

região Sul do Brasil, antes considerada área indene, em 2009 foram identificados os

primeiros casos autóctones de LV canina e humana (Brasil, 2009; Brasil, 2010b).

Alternativas voltadas para o animal tentam auxiliar o controle desta enfermidade,

como o uso de colares impregnados com deltametrina e permetrina com aplicação de spot

on (Maroli et al., 2010). O tratamento canino com drogas sintéticas também é uma opção,

exceto no Brasil porque esta prática é proibida. Entretanto, esta medida visa minimizar os

efeitos deletérios ocasionados pelo parasito, pois até o momento não há cura parasitológica

comprovada (Oliva et al., 2010). Vários estudos têm sido realizados sobre a eficácia de

plantas contra parasitos do gênero Leishmania (Costa et al., 2006; Brenzan et al., 2007;

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Sartoreli et al., 2007; Santos et al., 2008). Este fato reforça a afirmativa de que as plantas

fornecem uma ampla fonte de moléculas que apresentam diferentes efeitos na homeostase

humana (Lorenzi e Matos, 2000). Produtos naturais têm sido extensivamente reconhecidos

como fontes de componentes ativos com importantes atividades efetivas na terapêutica

medicinal. Fato este comprovado, pois a maioria das substâncias sintéticas é originária de

produtos naturais (Harvey, 2008). Antes do advento das triagens de alta tecnologia e dos

feitos pós-genômico mais de 80% das drogas sintéticas eram originadas de produtos

naturais (Sneader, 1996). Portanto, deve-se evidenciar o importante papel dos produtos

naturais para a saúde humana e animal.

O gênero Copaifera possui importantes espécimes de plantas medicinais,

principalmente, na região Amazônica. O óleo-resina obtido a partir do tronco destas

árvores é amplamente comercializado em todo o país devido a suas propriedades

antiinflamatória e cicatrizante (Basile et al., 1988; Maciel et al., 2002; Veiga Jr e Pinto,

2002). As atividades anti-Trypanosoma e anti-Leishmania já foram mencionadas em

estudos etnofarmacológicos (Maciel et al., 2002; Veiga Jr e Pinto, 2002). Mais

recentemente, um estudo realizou triagem com oito óleos-resinas de Copaifera spp. e a

espécie C. reticulata demonstrou ter melhor atividade contra as formas promastigotas,

amastigotas axênicas e amastigotas intracelulares de Leishmania amazonensis (Santos et

al., 2008). Outro estudo realizado com C. reticulata evidenciou eficácia contra

promastigotas e amastigotas de Leishmania chagasi. Portanto, o objetivo deste trabalho foi

determinar o efeito do óleo-resina de C. reticulata em hamsters infectados

experimentalmente por L. chagasi (dados não publicados).

Material e Métodos

Comitê de Ética

O experimento foi aprovado pelo Comitê de Ética para uso de Animais da

Universidade Estadual do Ceará registrado sob número 08670094-4 (18/2009).

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Obtenção e caracterização química do óleo-resina

O óleo-resina de C. reticulata da família Fabaceae foi adquirido comercialmente em

feira-livre no Estado do Pará, Brasil.

A caracterização química foi determinada de forma qualitativa pela análise de

fenóis, taninos, catequinas, flavonóides, alcalóides e terpenóides descrita por Matos (2009)

e Siddiqui, et al. (2009), e quantitativamente pela técnica de cromatografia gasosa acoplada

a espectrometria de massa (CG/EM) para caracterizar a estrutura química de cada

substância presente no óleo (Alencar et al., 1984).

Estudo in vivo

Promastigotas de L. chagasi

As promastigotas de L. chagasi cepa BA-262 foram cultivadas em meio M199

(Cultilab®

) acrescido de 10% de soro fetal bovino (SFB) (Cultilab®), HEPES (Sigma-

Aldrich®), Hemina bovina (Inlab

®), bicarbonato de sódio (Sigma-Aldrich

®), gentamicina na

concentração de 40mg/mL (Inlab®

) e 5% de urina humana masculina estéril. O cultivo foi

mantido em estufa tipo BOD em temperatura de 23.6 °C. Após sete dias de cultivo as

promastigotas foram coletadas e centrifugadas a 2.000 g por 15 minutos, lavadas com

tampão fosfato salina 1x concentrado (PBS, pH 7,2) e suspensas, novamente, em PBS. Os

parasitos foram então contados em câmara de Neubauer. A suspensão final foi ajustada para

fornecer o número de promastigotas necessário para o inóculo.

Animais e Infecção

Cinqüenta hamsters dourados (Mesocricetus auratus) de ambos os sexos de 6 a 8

semanas de vida, foram mantidos livres de patógenos em gaiolas com acesso livre à ração

pelletizada e água. Os animais foram divididos em cinco grupos com 10 hamsters em cada.

A infecção dos animais foi realizada por via intraperitoneal (IP) com promastigotas de L.

chagasi na concentração de 1x107 parasitos/0,1mL em PBS. Os animais foram

acompanhados por 90 dias (D90) com avaliação clínica onde se observou o aparecimento

de sinais clínicos sugestivos de infecção por L. chagasi, como: perda de peso, apatia,

desidratação e descamação das extremidades (Requena, et al. 2000).

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Protocolo Terapêutico

Após confirmação da infecção que foi realizada pela visualização de amastigotas

nos imprinsts do baço e fígado dos animais do D30 e pela constatação dos sinais sugestivos

de infecção por L. chagasi, pôde-se realizar o tratamento nos animais seguindo o protocolo

demonstrado na tabela 1. A duração dos tratamentos foi de 30 dias consecutivos, do 30° dia

pós-infecção (D30) ao 60° dia pós-infecção (D60). No D30 e D45 (15° dia de tratamento)

dois animais de cada grupo foram submetidos à anestesia dissociativa com 200mg/kg de

Ketamina e 10mg/kg de Xilazina, ambas por via intramuscular e eutanasiados com

200mg/kg tiopental IP (Paiva et al., 2005). Amostras de fígado e baço foram colhidas para

histopatologia e imprints destes órgãos foram realizados e corados por panótico rápido para

determinação da carga parasitária (Coelho, et al. 2006). No final do experimento (D90),

todos os animais remanescentes (6 hamsters/grupo) foram submetidos ao mesmo protocolo

de eutanásia e amostras dos órgãos-alvos foram coletadas para posterior análise.

Tabela 1: Protocolo terapêutico instituído nos grupos experimentais.

Grupos Tratamento Via de

Administração

Animais

Infectados

T1 100mg/kg C. reticulata IP Sim

T2 50mg/kg C. reticulata IP Sim

Controle

Positivo

20mg Sbv/kg Antimoniato

de meglumina

(Glucantime®

)

IP Sim

Controle

Negativo - - Sim

Sadio - - Não

Estudo Histopatológico e Carga Parasitária

A análise histopatológica foi realizada a partir da preservação destas amostras em

formalina tamponada a 10%. Fragmentos de fígado e baço sofreram processamento

histológico de rotina: desidratação em álcool, diafanização em xilol e impregnação em

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parafina. Os blocos de parafina foram cortados por micrótomo com espessura de 4µm e

corados pela hematoxilina-eosina para posterior observação em microscópio óptico com

auxílio do óleo de imersão em aumento de 1000x (Riça-Capela, et al. 2003). O controle

para aspectos de normalidade dos órgãos considerados foram dois animais pertencentes ao

grupo sadio que apresentam animais não infectados.

A carga parasitária de cada órgão foi calculada a partir da fórmula: número de

amastigotas por núcleo de célula x peso do órgão (grama) x (107) de acordo com Buffet et

al. (1995). A eficácia foi calculada de acordo com Ferreira et al. (2010) a partir da relação

entre: média de amastigotas no grupo tratado/média de amastigotas no grupo não tratado

(controle negativo 1) X 100.

Análise Estatística

Todos os valores de carga parasitária obtidos foram descritos como média ± desvio-

padrão e estão apresentados nas Figuras 4 e 5. A comparação dos grupos foi feita através da

análise de variância ANOVA two-way seguida pelo teste de Bonferroni. O nível de

significância usado foi de 5%. Todas as análises foram realizadas pelo software estatístico

GraphPad Prism 5.0.

Resultados

O oleo-resina de C. reticulata demonstrou ser rico em terpenóides e os compostos

de maior predominância foram β-Cariofileno (43,18%), α-Bergamoteno (8,76%) e copaeno

(8,69%).

Os valores da carga parasitária dos animais tratados com o óleo-resina nas duas

doses e com a droga de referência estão representados na figura 1.

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Figura 1: Carga Parasitária dos imprints esplênicos (A) e hepáticos (B) obtidos no período de 30 dias pós-

infecção (D30), 15 dias de tratamento (D45) e 30 dias pós-tratamento (D90) dos animais tratados com o óleo-

resina de C. reticulata comparados com os grupos controle positivo tratados com antimoniato de meglumina e

controle negativo composto por animais infectados e não tratados.

Nas análises microscópicas dos imprints esplênicos (figura 2) e hepáticos (figura 3)

observou-se redução na visualização dos parasitos nos grupos tratados quando comparados

com o controle negativo com animais infectados e não tratados.

Figura 2: Imprint Baço: A – pequeno número de formas amastigotas de L. chagasi (seta branca)– animal

infectado e tratado com 100mg/Kg do óleo-resina de C. reticulata, 100x; B – Formas amastigotas de L.

chagasi (seta branca) – animal infectado sem tratamento, 100x. Tempo - 90 dias após a infecção.

Baço

D30 D45 D901.0×1007

1.0×1008

1.0×1009

1.0×1010

C - (Infectados e não tratados

C + (Antimoniato de meglumina)

100mg/kg óleo-resina de C. reticulata

50mg/kg óleo-resina de C. reticulata

Tempo pós-infecção

Parasit

os g

-1

A

Fígado

D30 D45 D901.0×1008

1.0×1009

1.0×1010

1.0×1011

C- (Infectados e não tratados)

C+ (Antimoniato de meglumina)

100mg/kg óleo-resina de C. reticulata

50mg/kg óleo-resina de C. reticulata

Tempo pós-infecção

Parasitos g

-1

B

A B

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90

Figura 3: Imprint Fígado: A – Formas amastigotas de L. chagasi (seta branca) – animal tratado 100mg/kg de

óleo-resina de C. reticulata, 40x; B – Ninho de formas amastigotas de L. chagasi (seta branca) – animal

infectado sem tratamento, 100x. Tempo - 90 dias após a infecção.

A eficácia obtida nos dias D45 e D90 no baço e no fígado está demonstrada nas

tabelas 2 e 3, respectivamente. Os principais resultados comprovam que a eficácia do óleo-

resina de C. reticulata foi dose-dependente no período de 15 dias de tratamento (D45) e a

dose de 100mg/kg obteve eficácia de 80,2% semelhante estatisticamente (P>0,05) a droga

de referência antimoniato de meglumina com 92,2% de redução da carga parasitária no

fígado, contudo, a redução da carga parasitária no baço foi de apenas 49,5% e diferiu

estatisticamente da droga de referencia que obteve 91,7% (P<0,05). Após 30 dias do

término do tratamento (D90) a eficácia na dose de 100mg/kg foi de 74,7% nas amostras do

baço e 72,7% no fígado. Estes resultados diferiram do controle positivo antimoniato de

meglumina que apresentou eficácia de 97,4% no baço e 96% no fígado (P<0,05).

A B

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91

Tabela 2: Redução da carga parasitaria esplênica de hamsters infectados experimentalmente

por Leishmania chagasi e tratados com óleo-resina de Copaifera reticulata nas doses de

100 e 50 mg/kg, aos 15 dias de tratamento (D45) e 30 dias após o término do tratamento

(D90), comparada aos animais tratados com dose de 20mg Sbv/kg de antimoniato de

meglumina.

Dias de

Experimento

100mg/kg

C. reticulata óleo-

resina

50mg/kg

C. reticulata óleo-

resina

20mg Sbv/kg

Antimoniato de

meglumina

D45 49,5%bB

40%bB

91,7%aA

D90 74,7%bC

60,3%cC

97,4%aA

Letras minúsculas representam a análise comparativa entre colunas e as letras maiúsculas a análise

comparativa entre linhas. O valor de P<0,05 foi considerado.

Tabela 3: Redução da carga parasitaria hepática de hamsters infectados experimentalmente

por Leishmania chagasi e tratados com óleo-resina de Copaifera reticulata nas doses de

100 e 50 mg/kg, aos 15 dias de tratamento (D45) e 30 dias após o término do tratamento

(D90), comparada aos animais tratados com dose de 20mg Sbv/kg de antimoniato de

meglumina.

Dias de

Experimento

100mg/kg

C. reticulata óleo-

resina

50mg/kg

C. reticulata óleo-

resina

20mg Sbv/kg

Antimoniato de

meglumina

D45 80,2%abB

65,5%bB

92,2%aA

D90 72,7%bC

58,8%cC

96,0%aA

Letras minúsculas representam a análise comparativa entre colunas e as letras maiúsculas a análise

comparativa entre linhas. O valor de P<0,05 foi considerado.

Os achados histopatológicos no fígado evidenciaram em todos os animais tratados

as seguintes alterações patológicas: degeneração hidrópica/tumefação turva variando de

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92

discreta (figura 4). Nos animais infectados e não tratados estes achados apresentaram-se de

forma mais severa.

Figura 4: Achado histopatológico de tumefação turva discreta e moderada encontrado em todos os animais

tratados após 90 dias de infecção, 10x.

Foi observado a presença de infiltrado inflamatório com predominância de células

linfóides, plasmócitos e macrófagos, estes últimos formando, por vezes, arranjos

granulomatóides (figura 5). Estes achados foram observados nos animais dos grupos

tratados.

Figura 5: Aspecto granulomatóide de infiltrado inflamatório observado no fígado em animal tratado com

100mg/Kg de óleo-resina de C. reticulata, 40x. Tempo – 90 dias pós-infecção.

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93

Nos animais do grupo controle negativo com animais infectados e não tratados

também foram observados infiltrados inflamatórios e hiperplasia de células de Kupffer

(figura 6).

Figura 6: Hiperplasia de células de Kupffer em animal infectado e não tratado após 90 dias de infecção, 100x.

No baço os achados histológicos comprovaram que nos grupos tratados o principal

achado foi hiperplasia da polpa branca com predominância de manguito periarteriolar

(figura 7).

Figura 7: Hiperplasia da polpa branca com predominância de manguito periarteriolar, 10x.

Nos animais do controle negativo com animais infectados e não tratados os achados

esplênicos destacaram a hiperplasia folicular, com alguns casos de confluência entre

folículos (figura 8), presença de células de Mott com vesículas de Russel. Nos animais do

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grupo controle negativo com animais não infectados não foram evidenciadas qualquer

alteração histopatológica hepática e/ou esplênica.

Figura 8: Hiperplasia folicular da polpa branca com confluência de folículos em animal infectado e não

tratado após 90 dias de infecção, 10x.

Com relação aos achados sugestivos de LV, os mais evidentes em todos os animais

infectados dos grupos tratados até 30 dias pós-infecção (D30) foram: perda de peso e a

desidratação. Porém os sinais de apatia e descamação das extremidades foram mais

observados nos animais do grupo controle negativo composto por hamsters infectados e não

tratados. Após o tratamento, todos os sinais sugestivos de perda de peso, apatia,

desidratação e descamação ficaram mais evidentes apenas nos animais do grupo controle

negativo composto por hamsters infectados e não tratados. Nos animais dos grupos tratados

nenhum sinal sugestivo de LV foi observado do D45 até o final do experimento (D90).

Discussão

O modelo mais adequado para a infecção experimental da LV, de acordo com

alguns estudos, é o hamster, Mesocricetus auratus, pois esse animal mimetiza a patogenia e

a clínica da doença humana e canina, manifestando hepatoesplenomegalia, supressão da

resposta das células T, hipoalbuminemia, pancitopenia e hipergamaglobulinemia (Goto e

Lindoso, 2004; Melby, 2002; Oliveira et al., 2004). Além de apresentar os sinais sugestivos

de perda de peso, apatia, desidratação e descamação das extremidades (Requena et al.,

2000).

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95

Os achados histológicos em humanos e em cães infectados naturalmente e

infectados experimentalmente por Leishmania spp. são do tipo viscerotrópicas revelando no

baço um quadro que comprova a predominância da resposta imune do tipo humoral, devido

a quantidade elevada de plasmócitos/células de Mott com vesículas de Russel e ausência de

imunidade celular. Além disso, as lesões histopatológicas no fígado do homem e dos

animais infectados evidenciam a degeneração hidrópica/tumefação turva, presença de focos

hemorrágicos e infiltrados inflamatórios celulares, podendo apresentar formação de

granulomas e hiperplasia de células de Kupffer (Slappendel, 1988; Riça-Capela et al.,

2003). Estas histopatologias tornam-se cada vez mais severas com o aumento da carga

parasitária nos órgãos-alvos. Estes achados também foram observados neste estudo sendo

que de forma mais severa nos animais do controle não tratado.

A pesquisa de amastigotas foi positiva em baço e fígado de todos os animais

infectados, confirmando as observações feitas em infecções experimentais, e em casos

caninos e humanos de leishmaníase visceral submetida à necropsia (Melby et al., 2001;

Riça-Capela et al., 2003; Prakash et al., 2006; Wyllie e Fairlamb, 2006).

A eficácia in vivo de plantas já foi documentada em estudo realizado na Índia com

Dysoxylum binectariferum em hamsters experimentalmente infectados por Leishmania

donovani, o extrato etanólico na dose de 500mg/kg demonstrou ser tóxico, e na dose de

250mg/kg apresentou no final do 30° dia pós-tratamento eficácia de 69% na redução

parasitária esplênica. As frações clorofórmica e n-hexânica desta mesma planta na dose de

100mg/kg apresentaram eficácia de 64,3% e 47,8%, respectivamente. Todavia o composto

alcalóide Rohitukine foi ineficaz no teste in vivo (Lakshmi et al., 2007).

Outro estudo utilizando nanopartículas polilactidas e microemulsões do composto

ácido Bassic, um ácido triterpenóide insaturado, oriundo de Mimusops elangii contra

hamsters experimentalmente infectados por L. donovani demonstrou uma redução na carga

parasitária esplênica de 45, 62 e 78% após 15 dias de tratamento (Lala et al., 2006).

Pode-se observar que os resultados obtidos no presente estudo na dose de 50mg/kg

de C. reticulata foram similares, entretanto, o óleo-resina na dose de 100mg/kg apresentou

eficácia superior. Este fato pode ser explicado devido à composição do óleo-resina de C.

reticulata que demonstrou ser rico em terpenóides, entretanto o mecanismo de ação destes

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compostos ainda não foi elucidado. Entretanto, já existem relatos que o óleo-resina possui

atividade anti-Leishmania amazonensis, antiinflamatória, antimicrobiana e antioxidante

(Shimizu et al., 1990; Sahin et al., 2004; Santos et al., 2008). Outros terpenóides já tiveram

seus mecanismos de ação documentados em outros parasitos, como bactérias, o linalool

obtido do óleo essencial de Coriandrum sativum possui ação estimuladora de espécies

reativas de oxigênio, tais como o óxido nítrico (Usta et al., 2009). Outro terpenóide, o timol

comprovou ter uma ação direta na síntese e atividade da ATPase e na concentração de íons

de potássio e de ferro em microorganismos, esta atividade causa sérios danos na membrana

celular de caráter estrutural e funcional (Lambert et al., 2001; Osorio et al., 2006).

Além disso, estes resultados sugerem que o óleo-resina de C. reticulata pode ser

uma alternativa para o tratamento da LV, pois foi eficaz na redução da carga parasitária

hepática equivalente a droga referência e os achados histopatológicos sugerem um estímulo

de área T no baço responsável pela produção de células característica da resposta imune do

tipo celular. Contudo, novos estudos são necessários para determinar o mecanismo de ação

deste óleo sobre o protozoário L. chagasi.

Agradecimentos

Agradecemos pelo apoio financeiro da FUNCAP sob forma de bolsa de doutorado e

ao CNPq pelo financiamento do projeto (nº. 47792/2007-6).

Dr. Bevilaqua e Dr. Morais são pesquisadoras do CNPq.

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101

9 CAPÍTULO 4

Eficácia da fração acetato de etila de Ricinus communis L. em hamsters dourados

(Mesocricetus auratus) infectados experimentalmente por Leishmania chagasi

(Efficacy of Ricinus communis L. ethyl acetate fraction in golden hamster

(Mesocricetus auratus) experimentally infected by Leishmania chagasi)

Periódico Acta Tropica (Qualis B1).

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102

ABSTRACT

The Visceral Leishmaniasis (VL) in Brazil is the focus of much debate about the euthanized

and the treatment in canine species, due ethical’s discussion and to lack of proven

parasitological cure. This study evaluated the effectiveness of the ehtyl acetate fraction of

Ricinus communis in golden hamsters experimentally infected with Leishmania chagasi.

All experiment lasted for ninety days, but the treatment only lasted for thirty days. Tests

groups used 50 and 100mg/kg IP of fraction and the positive control group used 20mg

Sbv/kg IP of meglumine antimoniate (Glucantime

®). At D30, D45 and D90 after infection,

the animals were euthanized and samples from liver and spleen were collected for

histopathology and imprints of organs to determine the parasite load. In the D45, the

treatment with the higher dose of fraction obtained efficacy of 71.4% in liver samples and

did not differ statistically from positive control (P>0.05) with 92.2%. The reduction of

splenic parasitism was 53.7% and differed statistically of reference drug (P<0.05) with

91.7%. The efficacy with 100mg/kg on D90 was 71.2% in liver and spleen samples, but

these results were differ (P<0.05) from positive control that obtained efficacy of 97.4% and

96% in spleen and liver, respectively. Histopathologic findings in the liver and spleen were

found in the groups treated consistente with the histological aspects of infection with

Leishmania viscerotropic. Therefore, the ethyl acetate fraction of R. communis can be an

alternative for the tretament of VL, it showed efficay equivalent to reference drug in liver

samples during tretament and histological findings suggest to stimulate the imune response.

However, futher studies are needed to determine the principal compound and the

mechanism of action of this fraction of the protozoan L. chagasi.

Keywords: Ricinus communis. Alternative treatment. Experimental infection. Hamster.

Leishmania chagasi.

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103

Eficácia da fração acetato de etila de Ricinus communis L. em hamsters dourados

(Mesocricetus auratus) infectados experimentalmente por Leishmania chagasi

Fernanda C. M. Rondon1, Claudia M. L. Bevilaqua

1*, Daniel A. Viana

2, Selene M. de

Morais1, Eudson M. Queiroz-Júnior

1, Ana Caroline M. Rodrigues

1, Juliana C. Ribeiro

1,

João B. Silva-Júnior1, Rafaele A. Sampaio

1.

1 Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias, Universidade Estadual do Ceará;

2 Rede Nordeste de

Biotecnologia, Universidade Estadual do Ceará.

*Autor para Correspondência

Av. Dedé Brasil, 1700, 60714-903 Fortaleza, Ceará, Brazil.

Tel.: +55.85.31019853; fax:+55.85.31019840.

E-mail: [email protected],

Resumo

A LV (LV) no Brasil é foco de grandes discussões quanto ao tratamento na espécie canina,

devido a questões éticas e a inexistência de cura parasitológica comprovada. Este trabalho

avaliou a eficácia da fração acetato de etila de Ricinus communis em hamsters dourados

infectados experimentalmente por Leishmania chagasi. Todo o experimento durou 90 dias,

mas o tratamento foi de 30 dias: grupos testes usaram 50 e 100mg/kg IP da fração e grupo

controle positivo 20mg Sbv/kg IP de antimoniato de meglumina (Glucantime

®). No D30,

D45 e D90 após eutanásia dos animais foram coletadas amostras hepáticas e esplênicas

para histopatologia e imprints dos órgãos para determinação da parasitemia. No D45 o

tratamento com a maior dose da fração obteve uma eficácia de 71,4% no fígado e não

diferiu (P>0,05) da droga de referência, 92,2%. A redução do parasitismo esplênico foi de

53,7% e diferiu estatisticamente (P<0.05) da droga de referência que obteve 91,7%. No

D90 a eficácia com 100mg/kg foi de 71,2% nas amostras do baço e fígado, contudo estes

resultados diferiram do controle positivo com eficácia de 97,4% no baço e 96% no fígado

(P<0,05). Os achados histopatológicos no fígado e baço encontrados nos grupos tratados

foram compatíveis com os aspectos histológicos de infecção por Leishmania viscerotrópica.

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104

Portanto, a fração acetato de etila de R. communis pode ser uma alternativa para o

tratamento da LV, pois apresentou eficácia equivalente a droga padrão na redução da

parasitemia hepática durante tratamento e achados histológicos sugerem efeito

imunoestimulante. Contudo, novos estudos são necessários para determinar o principal

composto químico presente e o provável mecanismo de ação desta fração sobre o

protozoário L. chagasi.

Palavras-chave: Ricinus communis. Tratamento alternativo. Infecção experimental.

Hamster. Leishmania chagasi.

Introdução

O protozoário Leishmania chagasi, agente etiológico da leishmaníase visceral (LV),

é um parasito intracelular obrigatório de células do sistema fagocítico mononuclear

(Lainson e Rangel, 2005). Os órgãos de saúde no Brasil preconizam como medidas de

controle da LV o diagnóstico precoce e o tratamento dos casos humanos, uso de inseticidas

de ação residual e medidas de saneamento do meio doméstico para redução da densidade

vetorial e a identificação e eliminação dos cães soropositivos, pois são fonte de infecção

para o vetor (Brasil, 2010). Esta última medida tem levantado diversas polêmicas tanto

pelos proprietários dos animais quanto por profissionais de saúde, pois sua aplicação não

tem surtido o efeito desejável na diminuição da incidência dos casos humanos (Andrade et

al., 2007).

No Brasil, esta zoonose encontra-se em ampla expansão, sendo identificados novos

casos autóctones em áreas anteriormente consideradas indenes. Em 2009, foram

identificados os primeiros casos humano e canino de LV na região Sul e 21 casos humanos

na região Centro-Oeste em estudo retrospectivo (Brasil, 2009; Carranza-Tamayo, et al.

2010).

No Mundo, diversas medidas alternativas têm sido empregadas para prevenir e/ou

controlar a LV canina (LVC), como o uso de colares e spots-on impregnados com

deltametrina e permetrina, respectivamente, bem como o uso das vacinas Leishmune® e

Leish-Tec®. Entretanto, o impacto destas últimas medidas tem demonstrado resultados

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limitados (Maroli et al., 2010). Outra opção é o tratamento sintético dos cães infectados.

Contudo, este método é proibido no Brasil quando usado com drogas sintéticas de escolha

para a terapêutica nos humanos ou com fármacos não autorizados pelo Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Brasil, 2008).

Além disso, nos países onde é permitido o tratamento sintético da LVC, o principal

objetivo desta terapêutica é minimizar os efeitos deletérios ocasionados pelo alto

parasitismo, proporcionando assim, somente sobrevida de qualidade e bem-estar ao animal,

pois ainda não há cura parasitológica comprovada (Oliva et al., 2010). Portanto, uma

alternativa para o controle da LVC é o uso de plantas, pois há vários séculos têm-se

encontrado diversas utilidades terapêuticas, fato este resultante de uma série de influências

culturais de colonizadores europeus, povos indígenas e africanos (Amorim, et al. 2003).

A Organização Mundial da Saúde (OMS/WHO) reconheceu no início dos anos 70

os benefícios das plantas utilizadas na medicina chinesa, e a partir disso, diversos

levantamentos demonstraram que dentre 90 novas substâncias com potencial farmacológico

analisadas, 68% delas eram derivados semi-sintéticos de plantas e/ou eram oriundas de

produtos naturais (Sixel e Pecinalli, 2002; Newman et al., 2003).

A planta Ricinus communis L., pertencente à família Euphorbiaceae, é uma planta

arbustiva e característica de áreas tropicais e subtropicais do mundo, sendo muito presente

no Nordeste brasileiro (Beltrão, et al. 2005). Esta planta apesar de ser extremamente tóxica

é amplamente empregada na medicina popular e tradicional com diferentes tipos de

atividades biológicas, como antiinflamatória, hepatoprotetora, antinoceptiva, inseticida,

antifúngica, antimicrobiana e antioxidante (Rodrigues et al., 2002; Singh et al., 2009; Taur,

et al. 2011). Recentemente, a ação in vitro de R. communis contra formas promastigotas e

amastigotas de L. chagasi e sua atoxicidade sobre células monocíticas de murinos RAW

264.7 foi comprovada (Rondon, et al. 2011). Desta forma, o objetivo deste trabalho foi

avaliar a eficácia in vivo de R. communis em hamster dourados (Mesocricetus auratus)

infectados experimentalmente por L. chagasi.

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Material e Métodos

Comitê de Ética

O experimento foi aprovado pelo Comitê de Ética para uso de Animais da

Universidade Estadual do Ceará registrado sob número 08670094-4 (18/2009).

Coleta da planta e obtenção da fração acetato de etila

A coleta das folhas de R. communis foi realizada no campus da Universidade

Estadual do Ceará em Fortaleza no Nordeste do Brasil. As amostras foram secas à

temperatura ambiente por 7 dias. As folhas foram cortadas e imersas em etanol a 96% por

uma semana. O extrato bruto foi obtido após o solvente ter sido retirado em evaporador

rotatório. Em seguida, o extrato foi submetido à cromatografia líquida com filtração em

sílica e recebeu repetidas lavagens com diferentes solventes como hexano, clorofórmio,

acetato de etila e metanol. O solvente de cada fase orgânica foi rota-evaporado e as

respectivas frações hexânica, clorofórmica, acetato de etila e metanólica foram obtidas

(Degani et al., 1998; Conegero et al., 2003). A análise química qualitativa foi realizada de

acordo com protocolo de Matos (2009) e Siddiqui et al., (2009) para determinar a presença

de alcalóides, taninos, fenóis, terpenos, flavonas e fitoesteróides.

Estudo in vivo

Promastigotas de L. chagasi

As promastigotas de L. chagasi cepa BA-262 foram cultivadas em meio M199

(Cultilab®

) acrescido de 10% de soro fetal bovino (SFB) (Cultilab®), HEPES (Sigma-

Aldrich®), Hemina bovina (Inlab

®), bicarbonato de sódio (Sigma-Aldrich

®), gentamicina na

concentração de 40mg/mL (Inlab®

) e 5% de urina humana masculina estéril. O cultivo foi

mantido em estufa tipo BOD em temperatura de 23,6 °C. Após sete dias de cultivo as

promastigotas foram coletadas e centrifugadas a 2.000 g por 15 minutos, lavadas com

tampão fosfato salina 1x concentrado (PBS, pH 7,2) e suspensas, novamente, em PBS. Os

parasitos foram então contados em câmara de Neubauer. A suspensão final foi ajustada para

fornecer o número de promastigotas necessário para o inóculo.

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Animais e Infecção

Cinqüenta hamsters dourados (Mesocricetus auratus) de ambos os sexos de 6 a 8

semanas de vida, foram mantidos livres de patógenos em gaiolas com acesso livre à ração

pelletizada e água. Os animais foram divididos em cinco grupos com 10 hamsters em cada.

A infecção dos animais foi realizada por via intraperitoneal (IP) com promastigotas de L.

chagasi na concentração de 1x107 parasitos/0,1mL em PBS. Os animais foram

acompanhados por 90 dias (D90) com avaliação clínica onde se observou o aparecimento

de sinais clínicos sugestivos de infecção por L. chagasi, como: perda de peso, apatia,

desidratação e descamação das extremidades (Requena, et al. 2000).

Protocolo Terapêutico

Após confirmação da infecção que foi realizada pela visualização de amastigotas

nos imprinsts do baço e fígado dos animais do D30 e pela constatação dos sinais sugestivos

de infecção por L. chagasi, pôde-se realizar o tratamento nos animais seguindo o protocolo

demonstrado na tabela 1. A duração dos tratamentos foi de 30 dias consecutivos, do 30° dia

pós-infecção (D30) ao 60° dia pós-infecção (D60). No D30 e D45 (15° dia de tratamento)

dois animais de cada grupo foram submetidos à anestesia dissociativa com 200mg/kg de

Ketamina e 10mg/kg de Xilazina, ambas por via intramuscular e eutanasiados com

200mg/kg de Tiopental IP (Paiva et al., 2005). Amostras de fígado e baço foram colhidas

para histopatologia e imprints destes órgãos foram realizados e corados por panótico rápido

para determinação da carga parasitária (Coelho, et al. 2006). No final do experimento,

todos os animais remanescentes (6 hamsters/grupo) foram submetidos ao mesmo protocolo

de eutanásia e amostras dos órgãos-alvos foram colhidas para posterior análise.

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Tabela 1: Protocolo terapêutico instituído nos grupos experimentais.

Grupos Tratamento Via de

Administração

Animais

Infectados

T 1 100mg/kg Fração Acetato

de Etila de R. communis IP Sim

T 2 50mg/kg Fração Acetato de

Etila de R. communis IP Sim

Controle

Positivo

20mgSbv/kg Antimoniato de

meglumina (Glucantime®)

IP Sim

Controle

Negativo - - Sim

Sadio - - Não

Estudo Histopatológico e Carga Parasitária

A análise histopatológica foi realizada a partir da preservação destas amostras em

formalina tamponada a 10%. Fragmentos de fígado e baço sofreram processamento

histológico de rotina: desidratação em álcool, diafanização em xilol e impregnação em

parafina. Os blocos de parafina foram cortados por micrótomo em espessuras de 4µm e

corados em hematoxilina-eosina para posterior observação em microscópio óptico com

auxílio do óleo de imersão em aumento de 1000x (Riça-Capela, et al. 2003). O controle

para aspectos de normalidade dos órgãos considerado foram dois animais pertencentes ao

grupo controle negativo 2, animais não infectados e sadios.

A carga parasitária de cada órgão foi calculada a partir da fórmula: número de

amastigotas por núcleo de célula x peso do órgão (grama) x (107) de acordo com Buffet, et

al. (1995). A porcentagem de supressão parasitária foi calculada de acordo com Riça-

Capela et al. (2003), a partir da relação entre: média de amastigotas contadas no grupo

tratado/média de amastigotas contadas no grupo não tratado (controle negativo 1 ) X 100.

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Análise Estatística

Todos os valores de carga parasitária obtidos foram descritas como média ± desvio-

padrão e estão apresentados nas figuras 4 e 5. A comparação dos grupos foi feita através da

análise de variância ANOVA two-way seguida pelo teste de Bonferroni. O nível de

significância usado foi de 5%. Todas as análises foram realizadas pelo software estatístico

GraphPad Prism 5.0.

Resultados

Quatro frações foram obtidas a partir da planta R. communis a fração hexânica,

acetato de etila, clorofórmica e metanólica. Todavia, a fração hexânica não obteve volume

suficiente para os testes e análises químicas e, portanto, não foi utilizada. Os resultados in

vitro demonstraram que a fração acetato de etila foi a mais eficaz e não demonstrou

citotoxicidade e, portanto, foi a escolhida para os testes in vivo.

Com relação à carga parasitária os resultados obtidos nos grupos tratados com as

duas doses da fração acetato de etila de R. communis e com os animais tratados com 20mg

Sbv/kg de antimoniato de melgumina estão representados na figura 1.

Figura 1: Carga Parasitária dos imprints esplênicos (A) e hepáticos (B) obtidos no período de 30 dias pós-

infecção (D30), 15 dias de tratamento (D45) e 30 dias pós-tratamento (D90) dos animais tratados com a

fração acetato de etila de R. communis comparados com os grupos controle positivo Glucantime® e controle

negativo composto por animais infectados e não tratados.

Baço

D30 D45 D901.0×1007

1.0×1008

1.0×1009

1.0×1010

C - Infectados e não tratados

C + (Antimoniato de meglumina)

100mg/kg F. A. E. de R. communis

50mg/kg F. A. E. de R. communis

Dias de experimento

Parasit

os g

-1

Fígado

D30 D45 D901.0×1008

1.0×1009

1.0×1010

1.0×1011

C- Infectados e não tratados

C+ (Antimoniato de meglumina)

100mg/kg F. A. E. de R. communis

50mg/kg F. A. E. de R. communis

Dias de experimento

Parasitos g

-1

A B

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Nas análises microscópicas dos imprints esplênicos (Figura 2) e hepáticos (Figura

3) observou-se redução na visualização dos parasitos nos grupos tratados quando

comparados com o controle negativo composto por animais infectados e não tratados.

Figura 2: Imprint Baço: A – Formas amastigotas de L. chagasi (seta branca) – animal tratado 100mg/kg da

fração acetato de etila de R. communis, após 90 dias de experimento, 100x; B – Formas amastigotas de L.

chagasi (seta branca) – animal infectado sem tratamento, após 90 dias de experimento, 100x.

Figura 3: Imprint Fígado: A – Formas amastigotas de L. chagasi (seta branca) – animal tratado 100mg/kg da

fração acetato de etila de R. communis, após 90 dias de experimento, 100x; B – Formas amastigotas de L.

chagasi (seta branca) – animal infectado sem tratamento, 40x.

Os valores percentuais de redução da carga parasitária no baço e no fígado dos

grupos tratados comparados com os resultados obtidos no grupo controle positivo

Glucantime® estão representados nas tabelas 2 e 3.

A B

A B

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Tabela 2: Redução da carga parasitaria esplênica de hamsters infectados experimentalmente

por Leishmania chagasi e tratados com a fração acetato de etila de Ricinus communis L. nas

doses de 100 e 50 mg/kg, aos 15 dias de tratamento (D45) e 30 dias após o término do

tratamento (D90), comparada aos animais tratados com dose de 20mg Sbv/kg de

antimoniato de meglumina.

Dias de

experimento

100mg/kg Fração

Acetato de Etila de

R. communis

50mg/kg Fração

Acetato de Etila de

R. communis

20mg Sbv/kg

Antimoniato de

meglumina

D45 53,7 %bB

42,0%cB

91,7%aA

D90 71,2%bC

54,1%cC

97,4%aA

Letras minúsculas representam a análise comparativa entre colunas e as letras maiúsculas a análise

comparativa entre linhas. O valor de P<0,05 foi considerado.

Tabela 3. Redução da carga parasitaria hepática de hamsters infectados experimentalmente

por Leishmania chagasi e tratados com a fração acetato de etila de Ricinus communis L. nas

doses de 100 e 50 mg/kg, aos 15 dias de tratamento (D45) e 30 dias após o término do

tratamento (D90), comparada aos animais tratados com dose de 20mg Sbv/kg de

antimoniato de meglumina.

Dias de

experimento

100mg/kg Fração

Acetato de Etila de R.

communis

50mg/kg Fração

Acetato de Etila de R.

communis

20mg Sbv/kg

Antimoniato de

meglumina

D45 71,4%abB

64,0%bB

92,2%aA

D90 71,2%bC

48,17%cC

96,0%aA

Letras minúsculas representam a análise comparativa entre colunas e as letras maiúsculas a análise

comparativa entre linhas. O valor de P<0,05 foi considerado.

Os principais resultados demonstraram que a fração acetato de etila de R. communis

foi dose dependente. No período D45 a dose de 100mg/kg a eficácia de 71,4% foi obtida na

nas amostras hepáticas e este valor foi similar ao do controle positivo com 92,2% (P>0,05).

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Todavia, o valor de eficácia no baço foi de 53,7% e diferiu estatisticamente da droga de

referencia que obteve 91,7% (P<0,05). Após 30 dias do término do tratamento (D90) os

valores de eficácia na dose de 100mg/kg mantiveram-se altos com 71,2% tanto nas

amostras do baço quanto no fígado, contudo estes resultados diferiram do controle positivo

Glucantime® que apresentou eficácia de 97,4% no baço e 96% no fígado (P<0.05).

Os achados histopatológicos no fígado evidenciaram nos animais dos grupos

tratados as seguintes alterações patológicas: degeneração hidrópica/tumefação turva

variando de discreta (Figura 4). Nos animais do grupo controle negativo composto por

animais infectados e não tratados estes achados apresentaram-se de forma mais severa.

Figura 4: Fígado: A – Degeneração hidrópica/tumefação turva discreta e foco hemorrágico discreto 20x.

Quanto à inflamação foi observado a presença de infiltrado inflamatório com

predominância de células linfóides, plasmócitos e macrófagos, estes últimos formando, por

vezes, arranjos granulomatóides (figura 5). Estes achados foram observados nos animais de

todos os grupos tratados.

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Figura 5: Fígado: Infiltrado inflamatório epitelióide concêntrico, tipo granulomatóide observado em animal

tratado com 100mg/kg da fração acetato de etila de R. communis, após 90 dias de tratamento, 20x.

Nos animais do grupo controle negativo com animais infectados e não tratados

também foram observados infiltrados inflamatórios e hiperplasia de células de Kupffer

(figura 6).

Figura 6: Hiperplasia de células de Kupffer em animal infectado e não tratado após 90 dias de experimento,

100x.

No baço os achados histológicos provaram que nos grupos tratados o principal

achado foi hiperplasia da polpa branca com predominância de manguito periarteriolar

(figura 7).

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Figura 7: Hiperplasia da polpa branca com predominância de manguito periarteriolar em animal tratado com

100mg/Kg da fração acetato de etila de R. communis, após 90 dias de experimento, 10x.

Nos animais do controle negativo composto por animais infectados e não tratados os

achados esplênicos foram de hiperplasia folicular, com alguns casos de confluência entre

folículos (figura 8) e presença de células de Mott com vesículas de Russel. Nos animais do

grupo controle negativo composto por animais não infectados não foram evidenciadas

qualquer alteração histopatológica hepática e/ou esplênica.

Figura 8: Hiperplasia folicular da polpa branca com confluência de folículos em animal infectado e não

tratado após 90 dias de experimento, 20x.

Com relação aos achados sugestivos de LV, os mais evidentes em todos os animais

infectados dos grupos tratados até 30 dias pós-infecção (D30) foram: perda de peso e a

desidratação. Entretanto, os sinais de apatia e descamação das extremidades foram mais

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observados nos animais infectados e não tratados. Após 15 dias de tratamento (D45) e até o

final do experimento (D90), todos os sinais sugestivos de perda de peso, apatia,

desidratação e descamação ficaram mais evidentes apenas nos animais do grupo infectados

e não tratados. Nos animais dos grupos tratados nenhum sinal sugestivo de LV foi

observado do D45 (15 dias de tratamento) até o final do experimento (D90).

Discussão

Diversos estudos comprovam que o uso do hamster dourado M. auratus é a melhor

opção como modelo experimental para avaliar os efeitos da infecção por Leishmania spp.

viscerotrópica. Isto porque esta espécie de animal consegue reproduzir os mesmo sinais

patológicos sugestivos de LV que já foram identificados em pacientes humanos e em cães

infectados naturalmente, como hepatoesplenomegalia, supressão da resposta imune do tipo

celular e predominância de resposta imune humoral, hipoalbunemia, pancitopenia e

hipergamaglobulinemia (Melby, 2002; Goto e Lindoso, 2004; Oliveira et al., 2004). Outros

achados também são encontrados nesta espécie que representam sinais sugestivos de LV

são: perda de peso, apatia, desidratação e descamação das extremidades (Requena et al.,

2000).

Trabalhos com análise histopatológica em pacientes humanos e caninos infectados

por L. chagasi revelaram em amostras esplênicas alterações que confirmaram a

predominância da resposta imune humoral, devido à hiperplasia folicular da polpa branca,

com presença de células de Mott com vesículas de Russel (plasmócitos ativados) e

supressão de linfócitos T, responsáveis pela resposta imune celular. Outros achados

encontrados estão localizados no fígado e os aspectos mais encontrados são degeneração

hidrópica/tumefação turva, além de focos hemorrágicos e infiltrados inflamatórios

celulares, podendo ocorrer formações granulomatóides e hiperplasias de células de Kupffer

(Slappendel, 1988; Riça-Capela et al., 2003). Estes achados histológicos tornam-se cada

vez mais severos com o aumento do parasitismo nos órgãos-alvos. Estes achados foram

bem evidentes nos animais infectados e não tratados ao longo do experimento.

A pesquisa de amastigotas foi positiva no baço e fígado de todos os animais

infectados, confirmando as observações de infecções experimentais, e em casos caninos e

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humanos de leishmaníase visceral submetida à necropsia (Melby et al., 2001; Riça-Capela

et al., 2003; Prakash et al., 2006; Wyllie e Fairlamb, 2006).

O uso alternativo de plantas contra Leishmania viscerotrópica é amplamente

pesquisado em todo o mundo (Tempone et al., 2005; Ponte-Sucre et al., 2007; Schinor et

al., 2007; Oliveira et al., 2009; Rondon et al., 2011). Contudo, estes resultados nem sempre

são promissores quando são realizados de forma in vivo o trabalho realizado com a

substancia Rohitukine oriundo da planta Dysoxylum binectariferum que obteve efeito sobre

promastigotas e amastigotas de L. donovani, porém não foi eficaz em hamsters

experimentalmente infectados por esta espécie de parasito (Lakshmi et al., 2007).

Outros estudos in vivo demonstraram efeitos promissores para o tratamento da LV

como pode ser observado no estudo realizado com o composto clerodano diterpeno 16α-

hidroxicleroda-3,13(14)z-dien-15,16-olido extraído das folhas de Polyalthia longifolia na

dose de 250mg/kg reduziu em 91% e 87,5% a carga parasitária no baço e fígado em

hamsters infectados experimentalmente por L. donovani (Misra et al., 2010). O exsudato de

folhas de A. vera administrado por via oral na dose de 45mg/kg em Balb/c infectados

experimentalmente por L. donovani obteve redução de 96,6% e 99,9% da carga parasitária

no fígado e baço, respectivamente (Dutta et al., 2008).

A substância maesabalide III obtida a partir da planta Maesa balansae utilizado na

dose 0,4 mg/kg para tratar Balb/c infectados experimentalmente por Leishmania infantum e

proporcionou uma redução maior que 90% da carga parasitária hepática (Germonprez et al.,

2005). Nanopartículas polilactidas e microemulsões do composto ácido básico, obtido de

Mimusops elangii, administrado na dose de 2mg/kg a hamsters infectados

experimentalmente por L. donovani obteve redução na carga parasitária esplênica que

variou de 45 a 78% (Lala et al., 2006). A maioria dos estudos são contra a espécie L.

donovani, provavelmente, porque este parasito é responsável pela LV antroponótica e

atualmente encontra-se resistente à maioria das drogas sintéticas usadas para o tratamento

desta enfermidade.

Pode-se observar que diferentes produtos naturais já foram testados em espécies de

Leishmania viscerotrópica e os resultados obtidos demonstraram que em alguns casos estes

compostos naturais foram promissores, fato também observado em nossos resultados que

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evidenciaram que o tratamento com a fração acetato de etila de R. communis reduziu a

carga parasitária hepática similar a droga de referência. Os achados histopatológicos dos

animais tratados pelo produto natural oriundo da planta R. communis sugerem também que

ocorreu uma estimulação da resposta imune celular porque foi observada uma hiperplasia

da polpa branca com predominância da área do manguito no baço e esta área é responsável

pela produção de células T. Contudo, novos estudos são necessários para determinar a

possível substância responsável por esta atividade, capaz de reduzir a carga parasitária, bem

como para determinar o mecanismo de ação.

Agradecimentos

Agradecemos pelo apoio financeiro da FUNCAP sob forma de bolsa de doutorado e

ao CNPq pelo financiamento do projeto (nº. 47792/2007-6).

Dr Bevilaqua e Dr. Morais são pesquisadoras do CNPq.

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10 CONCLUSÕES

Os resultados obtidos demonstraram que as plantas C. reticulata e R. communis são

promissores na obtenção de fitoterápicos para o tratamento da leishmaníase visceral canina

e humana e conseqüentemente poderá auxiliar no controle desta doença porque ambos

produtos naturais demonstraram eficácia similar às drogas sintéticas usadas no tratamento

da doença tanto nos testes in vitro quanto no in vivo. Também foram observados achados

histopatológicos que sugerem uma resposta imunoestimulante predominantemente de

caráter celular.

Estes resultados demonstram que a pesquisa para a validação científica de produtos

naturais é válida, promissora e necessária para determinar a atividade biológica e assim

garantir um fitoterápico de confiança e que realmente tenha sua ação efetiva comprovada

para o tratamento da doença possivelmente em cães e humanos.

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11 PERSPECTIVAS

Novos estudos são necessários para obter a composição química da fração acetato de

etila de R. communis e do óleo-resina de C. reticulata a fim de avaliar seu provável

mecanismo de ação e se esta atividade é resultado de ação individual ou sinérgica com

outros compostos químicos presentes.

Os resultados do experimento in vivo foram promissores porque sugerem que estes

dois fitoterápicos possuem atividade imunoestimulante, porém nas doses utilizadas não

foram suficientes para eliminar a carga parasitária de forma efetiva. Entretanto, novos

trabalhos devem ser realizados para avaliar a utilização de doses superiores, além da

possibilidade do uso de forma associada com outras drogas sintéticas mais eficazes, como o

próprio antimoniato de meglumina.

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