universidade federal da bahia instituto de … · foto 3.3: afloramento em forma de lajedo de...

75
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS CURSO DE GEOLOGIA DANIEL MENDONÇA RODRIGUES DISTRIBUIÇÃO E CONCENTRAÇÃO DE OURO NAS LITOLOGIAS DA PORÇÃO SUL DO GREENSTONE BELTDO RIO ITAPICURU BAHIA. Salvador 2013

Upload: lamdieu

Post on 27-Apr-2019

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS

CURSO DE GEOLOGIA

DANIEL MENDONÇA RODRIGUES

DISTRIBUIÇÃO E CONCENTRAÇÃO DE OURO NAS LITOLOGIAS

DA PORÇÃO SUL DO “GREENSTONE BELT” DO RIO ITAPICURU –

BAHIA.

Salvador

2013

DANIEL MENDONÇA RODRIGUES

DISTRIBUIÇÃO E CONCENTRAÇÃO DE OURO NAS LITOLOGIAS

DA PORÇÃO SUL DO “GREENSTONE BELT” DO RIO ITAPICURU –

BAHIA.

Salvador

2013

Monografia apresentada ao Curso de Geologia, Instituto de

Geociências, Universidade Federal da Bahia, como requisito

parcial para obtenção do grau de Bacharel em Geologia.

Orientador: Prof. Dr. José Haroldo da Silva Sá

TERMO DE APROVAÇÃO

DANIEL MENDONÇA RODRIGUES

DISTRIBUIÇÃO E CONCENTRAÇÃO DE OURO NAS LITOLOGIAS

DA PORÇÃO SUL DO “GREENSTONE BELT” DO RIO ITAPICURU –

BAHIA.

Monografia aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Geologia,

Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora:

JOSÉ HAROLDO DA SILVA SÁ - Orientador

Doutor em GEOCIÊNCIAS pela UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

PEDRO MACIEL DE PAULA GARCIA

Mestre em GEOLOGIA pela UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

THIAGO NOVAES XAVIER SOUZA

Graduado em GEOLOGIA pela UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

YAMANA GOLD.

A meus pais

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a minha família, por ter me dado todo o suporte e apoio que

necessitei nessa etapa da vida. À minha mãe que sempre me estimulou a correr atrás das

coisas que gosto e seu total apoio pelas minhas escolhas, mesmo se encontrando distante. Ao

meu pai, que sempre se esforçou para me oferecer o melhor, sempre preocupado em me

fornecer apoio nesses anos de curso. Ao meu irmão, por todo o seu companheirismo e amor

por mim. À minha irmã, que sempre esteve presente em toda a minha vida, oferecendo o

possível e o impossível para a minha felicidade, compartilhando sempre que possível, os seus

momentos comigo. E a lulu, que sem motivos, grudou em mim desde os primeiros meses de

idade e não largou até o momento.

Ao meu orientador Haroldo Sá, professor e amigo, pelo apoio, paciência e por

acreditar no meu potencial. Não posso deixar de registrar também o meu agradecimento pela

enorme bagagem geológica ensinada.

Agradeço à CBPM pela ajuda com os motoristas, que me levaram para as visitas de

campo, estiveram comigo e me ajudaram durante toda essa etapa. Agradeço também pelas

láminas delgadas confeccionadas e por ter enviado as amostras coletadas para o laboratório

GEOLAB em Minas Gerais, o qual também sou grato.

À toda equipe geológica da YAMANA e à própria empresa, pelo apoio fornecido. Em

especial a Thiago, por ter deixados parte do seu trabalho de lado para poder me acompanhar e

me ajudar na etapa de campo, tirando as minhas dúvidas e me ensinando.

Aos meus amigos e colegas da faculdade, pela felicidade e companheirismo fornecido

durante esses 5 anos de curso. Em especial para Richard, Paulão, Aline, Marcelinho, Daniel,

Smeagol, Carol, Enaldo, Mario, Pedroca, Edmar, Mari, Leti, Cipri e Substancia.

Aos meus familiares que sempre acreditaram em mim.

Aos professores Osmario, Simone, César, André, Michel, Gisele, Débora, Flávio,

Pedro Maciel e mais uma vez ao meu orientador Haroldo Sá, pelo conhecimento geológico

fornecido e por ajudarem a aumentar a cada matéria o meu amor pela geologia.

Por ultimo e mais importante, gostaria de agradecer a Luana, Clarinha e a professora

Ângela. Sem vocês não seria possível concluir esse trabalho. Também agradeço pela amizade,

da qual nunca esquecerei.

I

RESUMO

O “greenstone belt” do rio Itapicuru está situado no nordeste da Bahia, inserido no

contexto tectônico do Cráton do São Francisco, sobreposto ao arcabouço de para-ortognaisses

e migmatitos arqueanos com idade de 2,9 Ga do bloco Serrinha.

De modo geral, o “greenstone belt” do rio Itapicuru apresenta-se metamorfisado na

facies xisto verde a anfibolito e é composto pelos domínios metavulcânico máfico,

metavulcânico félsico, metassedimentar e granitoides intrudidos nas sequências

vulcanossedimentares. Datações foram realizadas e obtiveram idades de 2,2 Ga para os

metabasaltos do domínio metavulcânico máfico e 2,1 Ga para os metandesitos do domínio

metavulcânico félsico.

A porção sul do “greenstone belt” do rio Itapicuru foi o enfoque do presente estudo

que visa identificar a(s) rocha(s) fonte(s) mais prováveis do ouro na área, onde encontram-se

metabasaltos do domínio metavulcânico máfico, metandesitos do domínio metavulcânico

félsico, formações ferríferas, xistos e metapelitos do domínio metassedimentar e os

granitoides Salgadália, Barrocas e Teofilândia. A área apresenta um “trend” E-W, com os

flancos dos sinclinais e anticlinais mergulhando para N e S. Dados geoquímicos foram

obtidos de todas essas litologias e analisado a distribuição e concentração de ouro, cobre e

arsênio.

Desde a década de 70 estudos realizados na sequência vulcanossedimentar

comprovaram que ela tem grande potencialidade para mineralização de ouro. Atualmente a

mina Fazenda Brasileiro da Yamana está inserida na área estudada e explota ouro. Essa

mineralização aurífera está situada em uma zona de cisalhamento nomeada como Faixa

“Weber” na qual a mineralização é fortemente controlada pela estrutura e pelas rochas

encaixantes

Análises geoquímicas e petrográficas foram realizadas em todas as litologias da

porção sul do “greenstone belt” do rio Itapicuru indicaram concentrações de ouro

relativamente anômalos nas sequencias supracrustais, com destaque para as metavulcanicas

félsicas e os metassedimentos. Observou-se também uma correlação positiva dos valores de

ouro e arsênio nas rochas analisadas.

Palavras-chave: OURO, CONCENTRAÇÃO, GREENSTONE.

II

ABSTRACT

The Itapucuru greenstone belt is located in northeastern Bahia, placed in the context of

the Craton tectonic, superimposed on the framework of para-Archean orthogneiss and

migmatites age of 2.9 Ga of Serrinha block.

In general, the Itapicuru greenstone belt presents metamorphosed at greenschist facies

to amphibolite and is composed of the domains metavulcanic mafic, metavulcanic felsic,

metasediments and granitoids intruded in volcanossedimentaries sequences. Datings were

performed and obtained ages of 2.2 Ga for the metabasalts in domain metavolcanic and 2.1

Ga to metandesitos in metavolcanic felsic domain.

The southern portion of the "greenstone belt" of Itapicuru was the focus of this study

to identify rock(s) source(s) most likely gold in the area, which are metabasalts of the domain

metavolcanic mafic metabasalts, metandesitos Domain metavulcânico felsic, iron formations,

shales and metapelites of the metasedimentary domain and granitoids Salgadália, Barrocas

and Teofilândia. The area presents a EW "trend", with the flanks of synclines and anticlines

plunging to N and S. Geochemical data were obtained from all those lithologies and analyzed

the distribution and concentration of gold, copper and arsenic.

From the 70, studies following volcanosedimentary proved that it has great potential

for gold mineralization. Currently the Fazenda Brasileiro mine of Yamana is inserted in the

studied area and category exploited gold. This gold mineralization is located in a shear zone

named "Weber" zone in which mineralization is strongly controlled by the structure and the

host rocks.

Petrographic and geochemical analyzes were performed on all lithologies of the

southern portion of the itapicuru greenstone belt indicated relatively anomalous gold

concentrations in supracrustal sequences, especially the metavolcanic felsic and

metasedimentary rocks. We also observed a positive correlation of the values of gold and

arsenic in rocks analyzed.

Keywords: GOLD, CONCENTRATION, GREENSTONE.

III

LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1: Mapa do estado da Bahia com as 3 principais estradas federais que cortam o estado, a BR 101, a

BR116 e a BR324. A área de estudo se encontra na região de Teofilândia, cujo acesso se dá pela BR

116.......................................................................................................................... ................................................2

Figura 1.2: Mapa demonstrando o acesso que se da para Teofilândia a partir de Salvador...................................3

Figura 2.1: Craton do São Francisco delimitado pela linha vermelha e seu limite com as faixas Sergipana e

Riacho do Pontal a norte, Faixa Rio Preto a noroeste, Faixa Brasília a leste, Faixa Ribeira e Araçuaí a

sul.................................................................................................................................. ..........................................6

Figura 2.2: Mapa simplificado do estado da Bahia evidenciando os segmentos crustais arqueanos e

paleoproterozoicos. Estruturas deformacionais paleoproterozoicas, neoproterozoicas e mesozoicas também são

indicadas. .................................................................................................. ..............................................................7

Figura 2.3: Mapa geológico do Bloco Serrinha evidenciando o Complexo Santa Luz, o Cinturão Caldeirão, o

“greenstone belt” Rio Itapicuru e granitoides do Paleoproterozoico. ..................................................................10

Figura 2.4: Basaltos do Rio Itapicuru ocupando o campo dos basaltos oceânicos no diagrama TiO2-K2O-P2O5

proposto por Pearce et al. (1975)...........................................................................................................................12

Figura 2.5: Diagrama MgO-SiO2 evidenciando o hiato de sílica entre as rochas vulcânicas máficas e félsicas do

GBRI. Círculos representam as vulcânicas máficas e quadrados representam as vulcânicas

félsicas....................................................................................................................................................................12

Figura 2.6: Evolução geotectônica do Bloco Serrinha através de seções esquemáticas W-E mostrando a formação

do GBRI em um contexto pré-colisional ao Orógeno. (a) Microcontinente Santa Luz e Formação de um arco-de-

ilha. (b) Cratonização com a colisão do microcontinente com o arco-de-ilha, com formação de vulcânicas cálcio-

alcalinas. (c) Colisão final formando o GBRI.......................................................................................................15

Figura 3.1: Coluna litoestratigráfica representativa da porção sul do “greenstone belt” do Rio Itapicuru, com

características dos domínios supracrustais. ............................................................................................................16

Figura 3.2: Mapa geológico da porção sul do “greenstone belt” do Rio Itapicuru, com pontos visitados nas

litologias estudadas..................................................................................... ............................................................17

Figura 3.3: Sessão SW-NE da parte sul do “greenstone belt” do Rio Itapicuru. As dobras regionais foram

formadas no evento D1............................................................................................. .............................................26

Figura 3.4: Sessão N-S que abrange o granitoide Barrocas e a Faixa “Weber”, onde se localiza a mineralização

de ouro da mina Fazenda Brasileiro. F2 representa o plano axial da dobra regional com flanco

invertido....................................................................................... ..........................................................................26

Figura 4.1: Diagrama de QAP de rochas vulcânicas segundo a classificação IUGS. A amostra analisada

classifica-se como quartzo andesito......................................................................................................................34

Figura 5.1: Seção em perfil da mineralização da Fazenda Brasileiro, com visada para oeste. CCX – carbonato

clorita xisto, CAX – carbonato albita xisto, GRX - granada xisto, CLX – clorita xisto, DVF – domínio

metavulcânico félsico...........................................................................................................................................48

Figura 5.2: Diagrama de sílica x álcalis para rochas vulcânicas, marcando as sequências vulcânicas encontradas

em campo em basalto, andesito e dacito. DMM - metabasalto do domínio metavulcânico máfico, DMF –

domínio metavulcânico félsico, CLX – clorita xisto, CAX – clorita carbonato xisto..........................................51

IV

Figura 5.3: Distribuição do ouro nas litologias estudadas, com teores de ouro obtidos por analise química das

amostras coletadas nas diversas litologias da área estudada..................................................................................52

Figura 5.4: Distribuição do arsenio nas litologias estudadas, com teores de ouro obtidos por analise química das

amostras da área estudada.......................................................................................................................................53

Figura 5.5: Distribuição do cobre nas litologias estudadas, com teores de ouro obtidos por analise química das

amostras da área estudada.......................................................................................................................................53

Figura 5.6: Diagrama binário Cu x Au sem presença de “trend”, evidenciando uma falta de correlação entre esses

dois elementos na área estudada. DMM – Domínio Metavulcânico Máfico, DMF – Domínio Metavulcânico

Felsico, DM – Domínio Metassedimentar, GS – Granitoide Salgadália, GB – Granitoide Barrocas, GX – Grafita

Xisto........................................................................................................................................................................54

Figura 5.7: Diagrama binário de As x Au com “trend” ascendente, correlação positiva com o ouro associado ao

arsênio na área estudada. DMM – Domínio Metavulcânico Máfico, DMF – Domínio Metavulcânico Felsico, DM

– Domínio Metassedimentar, GS – Granitoide Salgadália, GB – Granitoide Barrocas, GX – Grafita

Xisto............................................................................................................................................... .........................54

V

LISTA DE FOTOS

Foto 3.1: Afloramento em forma de lajedo de metabasaltos afanítica. Ponto 48. Coord.: 482656

8731583..................................................................................................................................... ..............................19

Foto 3.2: Afloramento em forma de lajedo de metabasaltos fanerítica fino. Ponto 30. Coord.: 496537

8741671...................................................................................................................................................................19

Foto 3.3: Afloramento em forma de lajedo de metagabro cisalhado dentro dos domínios da Mina Fazenda

Brasileiro. Ponto 7. Coord.: 489218 8733928.......................................................................................................19

Foto 3.4: Afloramento em forma de lajedo de veio de quartzo apresentando dobra em Z paralelamente a foliação.

Ponto 38. Coord.: 489063 8739340......................................................................................................................19

Foto 3.5: Afloramento em perfil de veio de quartzo, com espessura aproximada de 50 centímetros, cortando a

foliação. Ponto 32. Coord.: 493528 8740065.......................................................................................................19

Foto 3.6: Afloramento em forma de lajedo de metandesito milonitizado com pórfiros de quartzo e feldspato em

matriz sericítica. Ponto 27. Coord.: 495085 8735507...........................................................................................20

Foto 3.7: Afloramento em perfil de metandesitos milonitizado, com textura afanítica. Ponto 30. Coord.: 496537

8741671....................................................................................... ...........................................................................20

Foto 3.8: Afloramento em lajedo de metapelitos com foliação marcada pela orientação dos minerais micáceos.

Ponto 49. Coord.: 482656 8731583......................................................................................................................21

Foto 3.9: Afloramento em perfil de sericita xisto milonitizado e alterado intempericamente. Apresenta textura

afanítica. Ponto 26. Coord.: 495000 8735282.......................................................................................................21

Foto 3.10: Afloramento em lajedo e perfil do granitoide Salgadália com foliação incipiente e textura fanerítica

fina a média. Ponto 22. Coord.: 483884 8735648................................................................................................22

Foto 3.11: Afloramento em perfil do granitoide Salgadália milonitizado com mergulho para leste e textura

afanítica. Ponto 25. Coord.: 476801 8735471.......................................................................................................22

Foto 3.12: Afloramento em lajedo com evidencia o contato entre o granitoide Salgadália e um veio pegmatítico.

Ponto 24. Coord.: 479275 8734479......................................................................................................................23

Foto 3.13: Afloramento em forma de perfil de enclave anfibolítico com bandas de anfibólio e bandas de

plagioclásio, apresenta textura fanerítica fina a média. Ponto 22. Coord.: 483884 8735648...............................23

Foto 3.14: Afloramento em forma de lajedo do granitoide Barrocas cortado por pegmatitos. Ponto 43. Coord.:

490582 8732000........................................................................................ ...........................................................24

Foto 3.15: Afloramento em forma de lajedo do granitoide Barrocas com granulometria fanerítica fina e pouca

alteração intemperica. Ponto 44. Coord.: 490864 8731011..................................................................................24

VI

LISTA DE FOTOMICROGRAFIAS

Fotomicrografia 4.1: Bandas crenuladas de clorita (Clr) no centro da imagem, no domínio metavulcânico máfico.

Lâmina DR-41B, com aumento de 25X, em nicóis cruzados. Ca = Carbonato, Qtz = quartzo..............................28

Fotomicrografia 4.2: Visão geral da lâmina, com cristais de actinolita de cor verde acastanhado, no domínio

metavulcânico máfico. Lâmina DR46, com aumento de 25X, em luz plana..........................................................29

Fotomicrografia 4.3: Visão geral da lâmina com cristais de actinolita parcialmente orientados segundo a foliação,

no domínio metavulcânico máfico. Lâmina DR-46, com aumento de 25X, em nicóis

cruzados..................................................................................................................................................................29

Fotomicrografia 4.4: Cristais de plagioclásio (Plg) inclusos nos cristais de actinolita (Act), no domínio

metavulcânico máfico. Lâmina DR-46, com aumento de 200X, em nicóis cruzados............................................29

Fotomicrografia 4.5: Blastopórfiro tabular de plagioclásio (Plg) com estrutura de dominó com movimento

aparente sinistral, no domínio metavulcânico máfico. Lâmina DR-1A, com aumento de 200X, em nicóis

cruzados. Ca = carbonato............................................................................................... .........................................30

Fotomicrografia 4.6: Aglomerado de cristais de carbonato (Ca) em contato com matriz e blastopórfiros de

plagioclásio (Plg), no domínio metavulcânico máfico. Lâmina DR-1E, com aumento de 100X, em nicóis

cruzados..................................................................................................................... .............................................30

Fotomicrografia 4.7: Cristais xenoblásticos de opacos (Opc) e biotita (Bt), no domínio metavulcânico máfico.

Lâmina DR-46, com aumento de 200X, em luz plana. Act = actinolita, Plg = plagioclásio..................................31

Fotomicrografia 4.8: Cristal de plagioclásio (Plg) totalmente sericitizado e saussuritizado, com preservação da

geminação albita, no metagabro. Lâmina DR-16, com aumento de 100X, em nicóis cruzados. Epd = epídoto, Clr

= clorita, Ca = carbonato, Qtz = quartzo................................................................................................................32

Fotomicrografia 4.9: Veio de quartzo (Qtz) e carbonato (Ca) cortando o metagabro. Lâmina DR-16, com

aumento de 25X, em nicóis cruzados. Plg = plagioclásio, Epd = epídoto.............................................................33

Fotomicrografia 4.10: Mineral opaco (Opc) com borda de alteração formando titanita (Ttn), no metagabro.

Lâmina DR-16, com aumento de 200X, em luz plana. Clr = clorita......................................................................33

Fotomicrografia 4.11: Blastoporfiro de quartzo (Qtz) com textura mortar em sua borda, no metaquartzo andesito.

Lâmina DR-9, com aumento de 100X, em nicóis cruzados. Bt = biotita, Plg = plagioclásio.................................35

Fotomicrografia 4.12: Borda de alteração do mineral opaco (Opc) formando biotita (Bt), no metaquartzo

andesito. Lâmina DR-9, com aumento de 200X, em luz plana...............................................................................36

Fotomicrografia 4.13: Estrutura de Kink band no metassedimento. Lâmina DR-34A, com aumento de 100X, em

luz plana..................................................................................................................................................................37

Fotomicrografia 4.14: quartzo (Qtz) em contato com grunerita (Grt) e biotita no metassedimento. Lâmina DR-

34A, com aumento de 100X, em nicóis cruzados...................................................................................................37

Fotomicrografia 4.15: Cristal placóide de biotita (Bt) orientado segundo a foliação, em contato com o quartzo,

no metassedimento. Lâmina DR-34A, com aumento de 100X, em luz plana........................................................38

Fotomicrografia 4.16: Veio de quartzo cortado por veio de carbonado, no grafita xisto, apresentando movimento

dextral aparente. Lâmina DR-8C, com aumento de 25x, em luz plana..................................................................39

VII

Fotomicrografia 4.17: Veio de quartzo cortado por veio de carbonato, apresentando movimento sinistral

aparente, no grafita xisto. Lâmina DR-8C, com aumento de 25X, em luz plana....................................................39

Fotomicrografia 4.18: Veios de carbonato (Ca) cortando paralelamente a foliação do grafita xisto. Lâmina DR-5,

com aumento de 100X, em nicóis cruzados............................................................................................................40

Fotomicrografia 4.19: Blastoporfiro de plagioclásio (Plg) com textura poiquiloblástica, no granitoide Salgadália.

Lâmina DR-34B, com aumento de 200x, em nicóis cruzados. Qtz = quartzo........................................................41

Fotomicrografia 4.20: Blastoporfiro de quartzo com textura poiquiloblástica e textura mortar, no granitoide

Salgadália. Lâmina DR-34B, com aumento de 25x, em luz plana..........................................................................41

Fotomicrografia 4.21: Cristal de clorita (Clr) de cor verde claro, no granitoide Salgadália. Lâmina DR-34B, com

aumento de 200x, em luz plana...............................................................................................................................42

Fotomicrografia 4.22: Cristal de moscovita (Ms) incolor em forma de placa, no granitoide Salgadália. Lâmina

DR-34B, com aumento de 200X, em luz plana.......................................................................................................42

Fotomicrografia 4.23: Cristal de moscovita (Ms) em contato com o quartzo (Qtz) e plagioclásio (Plg), no

granitoide Salgadália. Lâmina DR-34B, com aumento de 200x, em nicóis cruzados............................................42

Fotomicrografia 4.24: Cristais de hornblenda (Hbl) orientados segundo a foliação, no enclave anfibolítico.

Lâmina DR-22C, com aumento de 100X, em luz plana. Plg = plagioclásio..........................................................44

Fotomicrografia 4.25: Cristais de hornblenda (Hbl) orientados segundo a foliação, no enclave anfibolítico.

Lâmina DR-22C, com aumento de 100X, em nicóis cruzados. Plg = Plagioclásio................................................44

Fotomicrografia 4.26: Cristal de titanita (Ttn) incluso no plagioclásio (Plg), no enclave anfibolítico. Lâmina DR-

22C, com aumento de 200X, em luz plana. Hbl = hornblenda...............................................................................44

Fotomicrografia 4.27: Cristal de titanita (Ttn) incluso na hornblenda (Hbl), no enclave anfibolítico. Lâmina DR-

22C, com aumento de 200X, em luz plana. Plg = plagioclásio..............................................................................44

Fotomicrografia 4.28: Visão geral da lâmina do granitoide Barrocas, com cristal de plagioclásio (Plg) zonado na

porção leste. Lâmina DR-43, com aumento de 25X, em nicóis cruzados. Qtz = quartzo.......................................45

Fotomicrografia 4.29: Granitoide Barrocas, com cristal de plagioclásio (Plg) zonado e sericitização e

saussuritização no centro. Lâmina DR-43, com aumento de 200X, Em nicóis cruzados. .....................................45

Fotomicrografia 4.30: Cristais de clorita (Clr) preenchendo fratura do granitoide Barrocas. Lâmina DR-43, com

aumento de 100X, em luz plana..............................................................................................................................46

Fotomicrografia 4.31: Cristal de K-feldspato (Kfd) xenoblástico com geminação tartan. Lâmina DR-43, com

aumento de 100X, em nicóis cruzados....................................................................................................................46

VIII

LISTA DE TABELAS

Tabela 5.1: Tabela de analises químicas para elementos maiores das litologias encontradas na área de estudo...50

IX

SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS..............................................................................................................I

RESUMO..................................................................................................................................II

ABSTRACT.............................................................................................................................III

LISTA DE FIGURAS.............................................................................................................IV

LISTA DE FOTOS.................................................................................................................VI

LISTA DE FOTOMICROGRAFIA....................................................................................VII

LISTA DE TABELAS............................................................................................................IX

CAPITULO I -

1– INTRODUÇÃO....................................................................................................................1

1.1 Objetivos .............................................................................................................................1

1.2 Localização e Acesso...........................................................................................................2

1.3 Metodologia.........................................................................................................................3

1.3.1 PESQUISA BIBLIOGRAFICA.........................................................................................3

1.3.2 TRABALHO DE CAMPO................................................................................................4

1.3.3 ESTUDOS PETROGRÁFICOS .......................................................................................4

1.3.4 ESTUDOS GEOQUÍMICOS ...........................................................................................4

1.3.5 ÁNALISE E INTEGRAÇÃO DOS DADOS OBTIDOS..................................................4

CAPITULO II

2- GEOLOGIA REGIONAL .................................................................................................5

2.1 Cráton do São Francisco....................................................................................................5

2.2 Bloco Serrinha.....................................................................................................................7

X

2.3 “greenstone belt” do Rio Itapicuru...................................................................................9

2.4 Evolução Tectônica...........................................................................................................13

CAPITULO III

3- GEOLOGIA LOCAL.........................................................................................................16

3.1 Domínio Metavulcânico Máfico.......................................................................................18

3.2 Domínio Metavulcânico Félsico.......................................................................................19

3.3 Domínio Metassedimentar...............................................................................................20

3.4 Granitoide Salgadália.......................................................................................................21

3.5 Granitoide Barrocas.........................................................................................................23

3.6 Granitoide Teofilândia.....................................................................................................24

3.7 Geologia Estrutural...........................................................................................................25

CAPITULO IV

4- PETROGRAFIA.................................................................................................................27

4.1 Domínio Metavulcânico Máfico.......................................................................................27

4.1.1 METAGABRO................................................................................................................31

4.2 Domínio Metavulcânico Félsico.......................................................................................33

4.3 Domínio Metassedimentar...............................................................................................36

4.4 Grafita Xisto......................................................................................................................38

4.5 Granitoide Salgadália.......................................................................................................40

4.5.1 ENCLAVE ANFIBOLÍTICO..........................................................................................42

4.6 Granitoide Barrocas.........................................................................................................45

CAPITULO V

5- GEOQUÍMICA...................................................................................................................47

XI

5.1 A Mineralização de ouro..................................................................................................47

5.2 Geoquímica das rochas encaixantes, hospedeiras e envoltórias da mineralização de

ouro...........................................................................................................................................49

5.3 Distribuição do ouro nas litologias analisadas...............................................................51

CAPITULO VI

6- CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................55

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................57

XII

1

CAPITULO I

1- INTRODUÇÃO

Na área escolhida para a pesquisa ocorrem rochas pertencentes a uma sequência

vulcanossedimentar denominada como “Greenstone Belt” do Rio Itapicuru (GBRI). Está

inserido, em sua totalidade, no segmento crustal denominado Bloco Serrinha, pertencente ao

Cráton do São Francisco.

Desde a década de 70 que essa sequência metavulcanossedimentar foi caracterizada

como GBRI, onde um intenso programa de prospecção mineral vem sendo realizado,

possibilitando a identificação de inúmeras ocorrências auríferas. Atualmente duas minas

pertencentes à empresa Yamana GOLD estão em operação, sendo elas a mina Fazenda

Brasileiro localizada na porção sul da sequência e a mina C1 na porção centro-oeste. As

ocorrências auríferas das duas minas estão relacionadas ao hidrotermalismo em zonas de

cisalhamento.

A importância desse trabalho consiste em identificar de que litologia da sequência

vulcanossedimentar o ouro foi transportado pelos fluidos hidrotermais.

1.1 Objetivos

Como objetivo geral, este trabalho busca através de análises litogeoquímicas com

controle petrográfico a procura de indícios da(s) litologia(s) da porção sul do GBRI que tenha

maior probabilidade de ter sido fonte do ouro proveniente do hidrotermalismo na Faixa

“Weber”.

Tem-se, como objetivos específicos:

- Identificação mineralógica a partir de lâminas petrográficas das litologias

encontradas.

- Interpretação dos resultados obtidos pelas análises químicas.

2

1.2 Localização e Acesso

A área de estudo se encontra na porção nordeste do Estado da Bahia (Figura1.1),

delimitada pelas coordenadas 4800000E e 5000000E, 8745000N e 8730000N. Abrangendo a

cidade de Teofilândia.

Teofilândia foi escolhida como cidade sede para a hospedagem, localizada na parte sul

da área de estudo. O acesso à área de estudo saindo de Salvador se dá pela BR-324 até Feira

de Santana, depois segue-se para norte pela BR-116 passando por Serrinha até chegar a cidade

de Teofilândia. Compreendendo um total de 212 km de distancia (Figura 1.2).

Figura 1.1: Mapa do estado da Bahia com as 3 principais estradas federais que cortam o estado, a BR 101,

a BR116 e a BR324. A área de estudo se encontra na região de Teofilândia, cujo acesso se dá pela BR 116.

Fonte: IBGE, 2006.

3

1.3 Metodologia

A Metodologia empregada consistiu em analisar e descrever as litologias encontradas

na porção sul do GBRI buscando obter dados pertinentes sobre a(s) provável(is) fonte(s) de

ouro da zona mineralizada na Faixa “Weber” , seguindo as etapas descritas a seguir:

1.3.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

Inicialmente durante essa etapa foi levantado no acervo de artigos sobre as

mineralizações de ouro no GBRI tendo como alvos a mina C1 e Fazenda Brasileiro, sendo

a última o foco.

Figura 1.2: Mapa demonstrando o acesso para Teofilândia a partir de Salvador.

Fonte: Google Earth.

4

1.3.2 TRABALHOS DE CAMPO

A etapa de campo consistiu em duas campanhas, onde a primeira campanha durou

cinco dias, entre o dia 20 e 24 de Novembro de 2012. Consistindo em coleta de amostras nas

diferentes litologias dentro da mina Fazenda Brasileiro e em seu entorno. E a segunda

campanha de campo foi realizada entre os dias 17 e 22 de Junho de 2013, quando foram

coletadas amostras das litologias mais distantes da mina Fazenda Brasileiro, e amostragem

complementar dentro da mina.

1.3.3 ESTUDOS PETROGRÁFICOS

Foram confeccionadas 24 lâminas delgadas das amostras mais representativas de cada

litologia. Estas foram analisadas e descritas com o auxílio do microscópio petrográfico,

disponível no Laboratório de Mineralogia e Petrografia do Instituto de Geociências.

1.3.4 ESTUDOS LITOGEOQUÍMICOS

Foram feitas análises de amostras de rocha colhidas na superfície e alguns furos de

sondagem, no laboratório GEOLAB em Minas Gerais. Foram analisadas setenta e cinco

amostras, sendo usado os métodos analíticos de Absorção Atômica (AA) e Espectrometria de

Emissão em Plasma (ICP) em todas as amostras e o método analítico Fluorescência de Raio X

em vinte e duas amostras para elementos maiores.

1.3.5 ANÁLISE E INTEGRAÇÃO DOS DADOS OBTIDOS

Na etapa final, diagramas binários Au x As e Au x Cu foram gerados no software

MinPet®

versão 2.0, além de tabelas com intuito comparativo da distribuição de ouro

dentre as litologias estudadas foram confeccionadas e diagrama de sílica x álcalis gerado

pelo software GCDkit® 2.3 para identificação das rochas vulcânicas. Posteriormente os

dados obtidos foram integrados para a redação final da monografia e obtenção da sua

conclusão.

5

CAPITULO II

2- GEOLOGIA REGIONAL

Neste capitulo é realizado uma breve apresentação sobre os aspectos regionais na qual

a área de estudo está inserida, a partir de uma breve descrição do Cráton São Francisco, Bloco

Serrinha e o GBRI. Por fim é apresentada a evolução tectônica da região.

2.1 Cráton do São Francisco

O Cráton do São Francisco (CSF) é uma grande unidade tectônica que compreende a

maior parte do Estado da Bahia e se estende às regiões vizinhas de Minas gerais, Sergipe,

Pernambuco e Goiás. Seu Embasamento consolidou-se ao término do mesoproterozoico, após

o qual somente sofreu deformações de natureza paratectônica. Sua cobertura compreende dois

complexos. O mais antigo é correlativo de uma faixa de dobramento desenvolvida durante a

primeira metade do Mesoproterozoico. O mais novo, neoproterozoico, recobre quase metade

de sua área. Faixas de dobramentos surgiram durante a evolução de geossinclíneos dispostos

às bordas do cráton no neoproterozoico, na segunda metade do Pré-Cambriano Superior

(Modificado Almeida, 1977).

Segundo H. Ebert (1968), o Cráton do São Francisco tem caráter de antepaís assíntico

e Almeida (1977) determinou que o CSF é circundado por faixas de dobramento

desenvolvidas durante o Ciclo Brasiliano, que apresenta estruturas geralmente paralelas às

suas bordas, mas cortam em variados ângulos as estruturas pré-brasilianas de seu

embasamento.

O seu limite é delimitado pela Faixa Sergipana, Faixa Riacho do Pontal e Faixa Rio

Preto a norte, pela Faixa Brasília a oeste, Faixa Ribeira e Faixa Araçuaí a sul (Figura 2.1),

sendo essas faixas originadas pelos Cinturões de dobramentos gerados durante a orogênese

neoproterozoica. Segundo Barbosa (2009) corresponde a um segmento crustal consolidado

entre o Arqueano e o Paleoproterozóico com idade entre 3,4 Ga e 1,9 Ga com substrato

poupado do metamorfismo das colisões que ocorreram no neoproterozoico.

6

Segundo Barbosa (2012), o embasamento arqueano-paleoproterozoico do Cráton

aflora em cerca de 50% da área total do estado da Bahia, formado principalmente por

litologias metamórficas de alto a médio graus e de granitoides. Através de pesquisas

petrológicas, geocronológicas e isotópicas, foi possível identificar seis importantes segmentos

crustais, sendo eles: os Blocos Gavião, Jequié, Uauá, Serrinha e os cinturões Itabuna-

Salvador-Curaçá e Salvador-Esplanada (Figura 2.2).

Figura 2.1: Cráton do São Francisco delimitado pela linha vermelha e seu limite com as faixas

Sergipana e Riacho do Pontal a norte, Faixa Rio Preto a noroeste, Faixa Brasília a leste, Faixa Ribeira

e Araçuaí a sul.

Cruz (2004)

7

2.2 Bloco Serrinha

O Bloco Serrinha faz parte do compartimento geotectônico nordeste da Bahia, situado

a leste do Cinturão Salvador-Curaçá e recoberto a leste pelos sedimentos fanerozóicos da

bacia de Tucano e Recôncavo, localizado na porção NE do Cráton do São Francisco. O

arcabouço é composto por uma infra-estrutura de para-ortognaisses atribuídos ao Arqueano

pelos registros geocronológicos datados de 2,9 Ga e um conjunto supracurstal,

Figura 2.2: Mapa simplificado do estado da Bahia evidenciando os

segmentos crustais arqueanos e paleoproterozoicos. Estruturas

deformacionais paleoproterozoicas, neoproterozoicas e mesozoicas

também são indicadas.

Fonte: Barbosa, 2012

8

vulcanossedimentar, correspondente ao “greenstone belt” do rio Itapicuru cuja idade é

Paleoproterozoica (modificado Brito Neves et al., 1980; Pereira, 1992 apud Sabaté, 1996).

Tem como embasamento gnaisses e migmatitos de idade arqueana com paragênese da

fácies anfibolito denominados de Complexo Santa Luz (Figura 2.3) (modificado Mascarenhas

& Garcia, 1989). Melo (1991) distinguiu duas unidades litológicas ocorrentes: (i) gnaisses

bandados, caracterizados pela alternância entre rochas gnáissicas cinzas (com biotita,

hornblenda, microclina, plagioclásio e quartzo como minerais principais) e bandas

anfibolíticas com ou sem granada e (ii), ortognaisses granodioríticos a tonalíticos, com

estruturas migmatíticas (Carvalho & Oliveira, 2003).

Na porção leste, o GBRI (GBRI) se encontra inserido e forma uma faixa com

orientação preferencial N-S. Segundo Silva (1992) o GBRI abrange uma área superior a 7500

km², com 170 km de extensão e 15 km de largura máxima. Ele é constituído por rochas

máficas, félsicas e sedimentares de idade paleoproterozóica metamorfisadas em fácies xisto

verde a anfibolito, intrudidas por domos graníticos, com idades também paleoproterozóicas

(Kishida 1979, Kishida & Riccio 1980 apud Carvalho 2003).

Rochas intrusivas caracterizadas por granitoides de diferentes composições ocorrem

intrudidos na sequência vulcanossedimentar ou margeando-a. Rios et al (1998) classificaram

as rochas graníticas da parte sul-oriental do Bloco Serrinha em cinco principais grupos, sendo

eles:

O grupo G1 representado por doze intrusões, como as de Teofilândia, Barrocas,

Itareru e Santa Luz é representado por rochas leucocráticas de granulação média a

grossa, com composição variando desde biotita-granodiorito até monzogranito,

bastante deformado, gnaissificado, localmente com aspectos migmatíticos (Rios et

al. 1998).

O grupo G2 é representado pelos maciços de Ambrósio, Pedra Alta, Poço

Grande e Salgadália, sendo o primeiro o corpo típico. Os corpos se localizam nas

zonas centrais de antiformes que afetam o GBRI, tendo formas elípticas e estão

alongados segundo a direção N-S (Rios et al, 1998).

O grupo G3 é caracterizado pelos granitoides de forma ovoides e incluem os

maciços de Nordestina, Lagoa dos Bois e Eficéas. O maciço de Nordestina apresenta

9

grande quantidade de xenólitos de anfibolito a oeste, e de rochas metavulcânicas

máficas a leste (Inda & Barbosa, 1978).

O grupo G4 possui termos com afinidade shoshonítica e outros com afinidade

alcalino-potássica. O Maciço de Cansanção corresponde ao corpo típico desse grupo.

É constituído por rochas de composição monzonítica a monzodiorítica, shoshonítica

e está intrudido no Maciço de Nordestina (Rios et al. 1998).

Os Granitoides G5 ocorrem como stocks praticamente isotrópicos e têm como

corpos típicos o de Morro do Lopes. Este corpo é um biotita monzogranito

leucocrático, de coloração cinza, granulação fina e estruturas isotrópica.

Normalmente, os granitos desse grupo apresentam estruturas de fluxo magmático não

deformadas, revelando que são posteriores às principais deformações regionais.

Além de stocks, esses corpos também ocorrem em forma de diques que cortam as

rochas do embasamento e os granitoides mais antigos (Rios et al, 2000).

O cinturão Caldeirão também faz parte do Bloco Serrinha, situado entre o Bloco Uauá

e o Bloco Serrinha (Oliveira et al. 2010). Formado por quartzitos, sillimanita-granada-

cordierita gnaisses e anfibolitos, todos intercalados com migmatitos e gnaisses do

embasamento. Oliveira (2002) datou os zircões desse embasamento e obteve idades SHRIMP

de 3.152±5 Ma.

2.3 “Greenstone belt” do Rio Itapicuru

A sequência vulcanossedimentar do “greenstone belt” do Rio Itapicuru (GBRI) e os

terrenos graníticos-gnáissicos cobrem uma área de 8400km2 consistindo principalmente em

rochas supracrustais alongadas na direção NNW, somente na parte sul, a foliação adquire um

“trend” regional E-W (Pimentel et al. 2003). As rochas supracrustais desse terreno, com

espessura de aproximadamente 9,5 km, compreendem rochas vulcânicas máficas (na base),

rochas vulcânicas intermediárias a félsica, além de sedimentos clásticos e químicos, tanto

intercalados nas rochas vulcânicas como formando um pacote individualizado no topo da

sequência (Silva, 1992).

10

Figura 2.3: Mapa geológico do Bloco Serrinha evidenciando o Complexo Santa Luz, o Cinturão

Caldeirão, o “greenstone belt” rio Itapicuru e granitoides do Paleoproterozoico.

Fonte: (Barbosa. 2012).

11

A sequência vulcano-sedimentar pode ser subdividida em 3 unidades:

- Unidade vulcânica máfica consiste em um pacote, de aproximadamente 5 Km

de espessura e situando-se nas bordas da estrutura sinclinal, formada por

metabasaltos exibindo abundantes estruturas vulcânicas primarias tais como pillow

lavas, basaltos porfirítico, brecha de fluxo e texturas vesiculares. Finas camadas

pelíticas (xisto grafitoso) e químicas (metacherts, formações ferríferas e

manganesíferas), sedimentos são comuns; pequenas intrusões máficas semelhantes

em composição a vulcânica também são encontradas no interior da pilha vulcânica.

De acordo com o diagrama de Pearce & Cann (1973), os basaltos do Itapicuru

pertencem ao grupo dos toleítos de baixo K, típicos tanto de ambientes de fundo

oceânico (OFB) (Figura 2.4) quanto de arcos de ilhas (IAT) (Silva, 1992).

- Unidade vulcânica félsica intermediária formada por lavas e depósitos

piroclásticos de composição andesítica a dacítica, e também por pequenas intrusões

subvulcânicas, ocupando cerca de 25% da área de exposição do GBRI. As

piroclásticas compreendem lentes de tufos de cinza, tufos de cristais, tufos líticos

lapilli, tufos vítreos e aglomerados vulcânicos (Silva, 1992). A unidade apresenta

paragênese predominante da fácies xisto verde com o desenvolvimento de albita,

clorita, carbonato, sericita, epídoto, quartzo e hematita, oriunda dos processos

hidrotermais do evento metamórfico de fundo oceânico (M1) (Silva, 1992).

Silva (1992) realizou análises químicas de amostras de lavas andesíticas e

dacíticias, as quais apontam a existência de um hiato de sílica entre o vulcanismo

máfico e o evento vulcânico félsico (Figura 2.5). Considerando que as características

geoquímicas apontaram para um ambiente do tipo arco de margem continental que as

vulcânicas máficas toleíticas e os vulcanismos intermediários a félsicos não

poderiam ter sido originados de uma mesma fonte magmática, através de processos

de cristalização fracionada. Uma alternativa seria a derivação dessas rochas a partir

da fusão parcial da crosta oceânica subductada e modificada, considerando o

ambiente geotectônico no qual elas parecem ter sido geradas. Nesse caso, os

andesitos do GBRI teriam sido originados numa margem continental ativa, margem

essa adjacente à bacia de extensão onde foram geradas as rochas basálticas toleíticas.

12

Figura 2.4: Basaltos do Rio Itapicuru ocupando o campo dos basaltos

oceânicos no diagrama TiO2-K2O-P2O5 proposto por Pearce et al. (1975).

Figura 2.5: Diagrama MgO-SiO2 evidenciando o hiato de sílica entre as rochas

vulcânicas máficas e félsicas do GBRI. Círculos representam as vulcânicas máficas e

quadrados representam as vulcânicas félsicas.

Fonte: (Silva, 1992).

Fonte: (Silva, 1992).

13

-Unidade sedimentar recente compreendendo conglomerados, arenitos, siltitos,

folhelhos, cuja composição aponta para um retrabalhamento das rochas piroclásticas

andesíticas e dacíticas. Exibem estruturas sedimentares, tais como foliação plana,

estratificação cruzada e acamamento gradacional, evidenciando uma natureza

turbidítica (modificado Silva, 1992).

Segundo Neto (1994) o embasamento da sequência foi interpretado por gnaisses

migmatíticos com idade de 2,9Ga. A idade foi determinada pelo método U-Pb em zircões de

um megaxenólito de gnaisses migmatítico encaixado no Domo do Ambrósio. Valores de

2,2Ga foram obtidos para os basaltos e 2,1Ga para andesitos da sequencia supracrustais do

GBRI, através de isócronas Pb-Pb e por idade modelo TDMNd.

Jardim de Sá (1982) e Teixeira (1984) detectaram evidências de 5 fases

deformacionais, revelando que a sequência vulcanossedimentar se encontra intensamente

dobrada. Já Silva & Matos (1991) consideram duas fases de deformação, sendo elas: A fase

inicial (D1) resultante de uma tectônica tangencial, concomitante ao fechamento da bacia e

diapirismo granítico. A esta fase estão relacionados os eventos F1, de deformação cisalhante

de “trend” N-S e o evento F2, responsável pelo desenvolvimento de uma sucessão de

anticlinais e sinclinais, de eixo N-S e vergência para leste. A fase D2 está representada por um

dobramento de grande amplitude, que afetou também o embasamento e cujo fechamento se

encontra na porção sul da estrutura greenstone.

A sequência vulcanossedimentar do “greenstone belt” foi submetida a três eventos

metamórficos (Silva, 1983). O primeiro evento foi de natureza hidrotermal (metamorfismo de

fundo oceânico), o qual hidratou de forma generalizada as paragêneses originais das rochas

vulcânicas. O segundo evento foi de metamorfismo regional mascarando quase que

totalmente evidencias do evento anterior, sendo este de natureza dinamotermal. O terceiro

evento metamórfico relaciona-se a intrusão de pequenos corpos tardi-tectônicos, dando

origem a uma auréola de contato em torno dos mesmos na fácies hornblenda-hornfels.

2.4 Evolução Tectonica

O conjunto gnáissico-granitico-migmatítico metamorfisado em fácies anfibolito do

Bloco Serrinha é caracterizado como Complexo Santa Luz do Mesoarqueano. Este conjunto

14

foi penetrado por granitoides também mesoarqueanos como os denominados Ambrósio,

Valente, Maracanã e Requeijão. Idades em torno de 3,08 e 2,98Ga foram encontradas nessas

rochas e estudos caracterizaram um modelo geotectônico de crosta basáltica subductada

(Modificado Barbosa 2012).

Duas propostas para o contexto geotectônico do GBRI foram sugeridas, sendo elas:

“Segundo Silva (1991, 1992) e Silva et al. (2001), a unidade máfica do GBRI

pode ter-se formado em uma bacia de back-arc desenvolvida sobre uma crosta

continental arqueana; em seguida um arco continental, instalado a leste, seria o

gerador do magmatismo intermediário a félsico bem como provedor dos sedimentos.

Neste modelo, o Complexo Granulítico Caraíba (e.g. Figueiredo 1982), localizado a

oeste do GBRI, no orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá, seria o arco relacionado à

bacia de back-arc. Entretanto, com o avanço dos dados geocronológicos, esta

hipótese não é mais sustentável porque os gnaisses granulíticos do Complexo

Caraíba têm idade entre 2695 Ma e 2634 Ma (Silva et al. 1997), ou um pouco mais

novos na região da mina de Caraíba (2570 Ma cf. Oliveira et al 2010), enquanto aos

basaltos do GBRI é atribuída idade de 2209 Ma (Silva 1996).”(Oliveira et al. 2010)

Já pesquisas recentes segundo Barbosa (2012) mostram que o Complexo Santa Luz foi

um microcontinente onde ao largo do seu proto-oceano formou-se um arco-de-ilha entre 2,15

e 2,12Ga (Figura 2.6). O substrato basáltico produzido pelo arco-de-ilha foi intrudido por

TTG e plútons alcalinos. Com a litogeoquímica concluiu-se que os metabasaltos são

parecidos com basaltos de transição oceano-continente. Interpretações tectônicas sugerem que

no Paleoproterozoico, esse arco-de-ilha, colidiu com o microcontinente Santa Luz,

“cratonizando” a área em cerca de 2,11Ga. Com a continuidade da subdução a crosta oceânica

subductou esse craton em cerca de 2,08Ga, mergulhando para oeste. Os metabasaltos,

metandesitos, metadacitos e os metassedimentos químicos e clásticos do GBRI foram

posteriormente intrudidos por diversos granitoides cálcio-alcalinos e plútons TTG ainda

durante o paleoproterozoicos.

15

Figura 2.6: Evolução geotectônica do Bloco Serrinha através de seções esquemáticas W-E mostrando

a formação do GBRI em um contexto pré-colisional ao Orógeno. (a) Microcontinente Santa Luz e

Formação de um arco-de-ilha. (b) Cratonização com a colisão do microcontinente com o arco-de-ilha,

com formação de vulcânicas cálcio-alcalinas. (c) Colisão final formando o GBRI.

Fonte: (Barbosa. 2012)

16

CAPITULO III

3. GEOLOGIA LOCAL

A porção sul do GBRI é constituída pela sequência metavulcanossedimentar que

apresenta um “trend” W-E, e foi dividida através da litoestratigrafia (Figura 3.1) nos domínios

metavulcânico máfico, metavulcânico félsico e metassedimentar. A área é caracterizada como

terreno granito-greenstone, compondo tanto os domínios metavulcânico máfico,

metavulcânico félsico, metassedimentar, quanto pelos domos graníticos de Salgadália,

Barrocas e Teofilândia (Figura 3.2).

Figura 3.1: Coluna litoestratigráfica representativa da porção sul do “greenstone belt” do

rio Itapicuru, com características dos domínios supracrustais.

17 Figura 3.2: Mapa geológico da porção sul do “greenstone belt” do rio Itapicuru, com pontos visitados nas litologias estudadas.

Modificado Yamana (2008).

18

3.1. Domínio Metavulcânico Máfico

Distribuído por quase toda a área de estudo, da qual a região onde tem mais

afloramentos deste domínio se encontra na porção centro-leste. Também são encontrados

aflorantes nas porções sul, norte nordeste e em pequenas dimensões a oeste do granitoide

Salgadália. Apresenta um solo vermelho escuro a amarronzado com predomínio de minerais

argilosos. Compreende cerca de 25% da área de estudo (Figura 3.2).

As rochas deste domínio apresentam granulação afanítica (Foto 3.1) e em alguns

afloramentos fanerítica fina (Foto 3.2) com cristais de anfibólio de até 2 mm. Sua coloração

varia de verde escuro a cinza esverdeado. Existem duas gerações de veios de quartzo, a

primeira geração são veios milimétricos dobrados paralelamente com a foliação, a segunda

geração são veios centimétricos que cortam a foliação dessa unidade. Na zona de

cisalhamento nomeada como Faixa “Weber”, dentro do domínio da mina Fazenda Brasileiro,

esta unidade tem como característica uma forte alteração hidrotermal com maior formação de

clorita e intensamente milonitizada. Dentro da zona de cisalhamento encontram-se sills de

metagabro (Foto 3.3) que sofreram menor alteração hidrotermal. Considerado nesse trabalho

como parte do domínio metavulcânico máfico, tem textura fanerítica fina a média, e são

compostos por clorita, epídoto, plagioclásio, quartzo e carbonato.

O domínio metavulcânico máfico é subdividido em três litologias: (I) quartzo

clorita/actinolita xisto (CLX), localizado na Faixa “Weber” com forte alteração hidrotermal,

altas concentrações de clorita e hospedeira da mineralização de ouro, já a leste do granitoide

Barrocas, apresenta alta concentração de actinolita; (II) clorita carbonato xisto (CAX)

localizado na Faixa “Weber”, com forte alteração hidrotermal e formação de carbonato; (III)

carbonato clorita xisto (CCX), abrange a maior parte do domínio metavulcânico máfico da

área estudada, caracterizado por menor alteração hidrotermal que o CAX e o CLX.

A Faixa “Weber” apresenta forte controle estrutural com foliação preferencial no

sentido leste oeste e mergulho para sul. Já na porção norte noroeste, observa-se dobras

regionais com flancos orientados no sentindo N-S. Na parte leste da área de estudo

encontram-se dobras parasíticas em Z, W e S, onde alguns veios de quartzo paralelos à

foliação também se encontram dobrados (Foto 3.4) e outros veios de quartzo cortando a

foliação ocorrem não deformados (Foto 3.5).

19

Foto 3.1: Afloramento em forma de lajedo de

metabasaltos com textura afanítica. Ponto 48.

Coord.: 482656 8731583.

Foto 3.2: Afloramento em forma de lajedo de

metabasalto fanerítico fino. Ponto 30. Coord.:

496537 8741671.

Foto 3.3: Afloramento em forma de lajedo de

metagabro cisalhado dentro dos domínios da Mina

Fazenda Brasileiro. Ponto 7. Coord.: 489218

8733928.

Foto 3.4: Afloramento em forma de lajedo de veio

de quartzo apresentando dobra em Z paralela à

foliação. Ponto 38. Coord.: 489063 8739340.

Foto 3.5: Afloramento em perfil de veio de

quartzo, com espessura aproximada de 50

centímetros, cortando a foliação. Ponto 32. Coord.:

493528 8740065.

20

3.2. Domínio Metavulcânico Félsico

Segundo Neto (1994), esta unidade é composta por rochas intermediárias a félsicas,

representadas por lavas que variam composicialmente de andesitos a dacitos, e vários tipos de

rochas piroclásticas de composição semelhante. Origina um solo bege claro mais arenoso, o

que contrasta com o solo dos metabasaltos. Na área de estudo, essa unidade se encontra

principalmente na porção norte e centro-leste, ocupando cerca de 7% da área total.

Foram encontrados dois tipos de rochas do domínio metavulcânico félsico, sendo elas,

rocha porfirítica de cor salmão, composta por porfiroclastos de quartzo e feldspato com grãos

de até 4 mm, imersos em uma matriz sericítica, e apresentando maior grau de intemperismo

(Foto 3.6). A outra rocha se encontra com textura afanítica e coloração cinza azulada, com

baixo grau de intemperismo (foto 3.7). Ambas apresentam um “trend” NE-SW com mergulho

para SE, são encontradas fortemente cisalhadas com proeminente foliação milonítica, lineação

de estiramento mineral e caracterizadas pela literatura como metandesitos.

3.3. Domínio Metassedimentar

Ocorre bordejando o domo de Salgadália, tanto a leste como a oeste. Representa cerca

de 18% da área de estudo, e está em contato através de falhas de empurrão com o domo de

Salgadália, e tectonicamente sobreposta pela unidade metavulcânica máfica. Sua coloração

Foto 3.6: Afloramento em forma de lajedo de

metandesito milonitizado com pórfiroblastos de

quartzo e feldspato em matriz sericítica. Ponto 27.

Coord.: 495085 8735507.

Foto 3.7: Afloramento em perfil de metandesitos

afanítico, com granulação fina. Ponto 30. Coord.:

496537 8741671.

21

varia entre um bege acinzentado escuro, quando menos alterada intempericamente, a bege

claro, com maior grau de intemperismo. O solo característico desta unidade é arenoso e de cor

amarela a castanha clara.

Em campo foram observados: (I) metapelitos compostos por biotita, moscovita,

sericita e poucos pórfiroblastos de quartzo (Foto 3.8), apresentando coloração cinza e em

alguns afloramentos se encontram dobrados; (II) Xistos/metapelitos (Foto 3.9) compostos por

sericita, quartzo e em um afloramento foram observados porfiroblastos de granada de 1 a 2

mm. Encontram-se intensamente dobrado, com boundins de quartzo e sua cor varia de bege

claro a bege acinzentado; (III) Metassedimentos químicos exalativos foram encontrados em

dois pontos da área de estudo, um em contato com o domo de Salgadália e outro na parte

central do mapa em forma de blocos rolados. São representados por formações ferríferas

bandadas, com intercalação de níveis ricos em óxido de ferro e níveis quartzosos,

característica dessas litologias.

3.4. Granitoide Salgadália

Localizado na parte oeste do mapa, apresenta uma forma elipsoidal alongada segundo

o sentido norte sul, abrangendo cerca de 10% da área estudada. Seus afloramentos se

encontram às margens das estradas, cortes da estrada de ferro e próximo a lagoas e barragens.

Foto 3.8: Afloramento em lajedo de metapelitos

com foliação marcada pela orientação dos minerais

micáceos. Ponto 49. Coord.: 482656 8731583.

Foto 3.9: Afloramento em perfil de sericita xisto

milonitizado e alterado intempericamente.

Apresenta granulometria fina. Ponto 26. Coord.:

495000 8735282.

22

Seu solo é característico, devido a alta porcentagem de quartzo, resultando em horizontes

muito arenosos de coloração branca a amarelo claro.

Nos afloramentos encontrados, observou-se que na parte mais central do granitoide,

ele se encontra com uma foliação incipiente marcada pela biotita e com granulometria

fanerítica fina a média (Foto 3.10). Composto por k-feldspato, quartzo, biotita, plagioclásio e

moscovita. Os cristais chegam a ter no máximo 4 mm, sendo esses de plagioclásio e quartzo.

Já nas bordas do corpo onde se encontra em contato com os metassedimentos, a rocha se

apresenta milonitizada devido às zonas de cisalhamento que o bordejam (Foto 3.11). Nos

afloramentos observados nessas zonas, a rocha se apresenta com textura milonítica e afanítica,

podendo apresentar porfiroclastos de quartzo e há diminuição na porcentagem de biotita.

Veios de quartzo esfumaçado e leitoso, além de pegmatito, são comuns nas bordas do

granodiorito de Salgadália cortando a foliação milonítica, também são observados em menor

proporção pegmatitos na parte central do corpo (Foto 3.12). Esses pegmatitos com escala

métrica se estendem por centenas de metros até quilômetros intrudindo os metassedimentos e

os metabasaltos.

Em um afloramento na parte leste do granitoide Salgadália foi observado um enclave

anfibolítico com espessura aproximada de um metro, com bandas de anfibólio variando de 5 a

15 cm e bandas de plagioclásio variando de 1 a 3 cm (Foto 3.13).

Foto 3.10: Afloramento em lajedo e perfil do

granitoide Salgadália com foliação incipiente e

textura fanerítica fina a média. Ponto 22. Coord.:

483884 8735648.

Foto 3.11: Afloramento em perfil do granitoide

Salgadália milonitizado com mergulho para leste e

granulação fina. Ponto 25. Coord.: 476801

8735471.

23

3.5. Granitoide Barrocas

Localiza-se na parte sul do mapa, ocupando cerca de 7% da área total. Tem um

formato amendoado, com a principal zona de cisalhamento do GBRI em contato com seu

limite a oeste. Segundo Barrueto (2002), que teve como foco de trabalho o granitoide

Barrocas e Teofilândia, o corpo tem um formato de uma grande SC regional. O Contato desse

granitoide com os metabasaltos a norte e leste é brusco, a sul se encontra em contato com o

granitoide Teofilândia. Seu solo característico é arenoso de cor amarelo claro a

esbranquiçado.

Datado através do método Pb-Pb em zircões por Silva (1994), tem a idade de 2127±5

Ma. Em campo apresenta foliação marcada pela biotita, com orientação leste oeste na porção

norte do corpo, tem uma textura fanerítica média a grossa e é composto por quartzo, biotita,

plagioclásio, k-feldspato e anfibólio (Foto 3.15). Quando encontrado com pouca alteração

intempérica, apresenta uma coloração cinza clara; já quando o nível de intemperismo é maior,

sua cor varia de bege a vermelho amarelado. Veios pegmatíticos e veios de quartzo se

encontram tanto paralelamente quanto truncando a foliação (Foto 3.14).

Segundo Barrueto (2002) o granitoide Barrocas é considerado como um complexo

granítico-gnáissico bastante homogêneo na sua porção centro-sul, mas com variações

significativas na sua porção norte. Compreendido por três fácies: biotita-granodiorito e

Foto 3.12: Afloramento em lajedo com evidencia

o contato entre o granitoide Salgadália e um veio

pegmatítico. Ponto 24. Coord.: 479275

8734479.

Foto 3.13: Afloramento em forma de perfil de

enclave anfibolítico com bandas de anfibólio e

bandas de plagioclásio, apresenta textura fanerítica

fina a média. Ponto 22. Coord.: 483884 8735648.

24

hornblenda-biotita granodiorito aflorantes na parte norte, e hornblenda-biotita gnaisse

porfirítico mais a sul.

3.6 Granitoide Teofilândia

Segundo Rocha (1980), o Granitoide Teofilândia é um corpo homogêneo na sua

porção NE, de composição granodiorítica a tonalítica, intrudido em meso a epizona, com

fácies subvulcânicas. Considerado como um granito dômico, anidro, pôs-tectônico, gerado

sobre pressões de 4 a 6 kb e suas injeções tardias (pegmatitos) ocorreram durante o

mesoproterozoico.

Nascimento et al. (1998) reconheceu quatro fácies, sendo uma quartzo-feldspato

pórfiro e as outras três tonalíticas (uma porfiritica, outra menos porfiritica e a ultima mais

máfica).

Barrueto (2002) subdividiu o Granitoide Teofilândia em: (I) Biotita-granodiorito,

isotrópica, de granulação média a grossa, formada por feldspato, quartzo, biotita e raros

anfibólios; (II) Hornblenda-biotita granodiorito, de granulação média a grossa, com foliação

bem marcada, e mais enriquecido em anfibólio do que a fácies anterior; (III) Quartzo-

monzodiorito, mantém as mesmas texturas e estruturas que a fácies granodiorítica, mas a

Foto 3.14: Afloramento em forma de lajedo do

granitoide Barrocas cortado por pegmatitos. Ponto

43. Coord.: 490582 8732000

Foto 3.15: Afloramento em forma de lajedo do

granitoide Barrocas com granulometria fanerítica

fina e pouca alteração intemperica. Ponto 44.

Coord.: 490864 8731011

25

principal diferença em relação à fácies anterior está na menor quantidade e tamanhos dos

porfiroclastos de k-feldspato; (IV) Hornblenda-biotita gnaisse fino, maciço de textura bem

fina e homogênea, tem raros fenocristais de feldspato espalhados. Exibe uma foliação não

muito penetrativa e composicionalmente é uma unidade granodiorítica; (V) Quartzo-feldspato

pórfiro de natureza vulcânica a subvulcânica porfiritica de composição dacítica.

3.7 Geologia Estrutural

A principal característica estrutural da parte sul do GBRI é um “trend” leste-oeste, o

que resulta em uma sucessão de antiformes e sinformes, observados em campo, com eixos

orientados segundo esse “trend” (Figura 3.3). Chauvet et al. (1997) considera um padrão

complexo nessa área, e interpretou dois eventos tectônicos, D1 e D2.

As estruturas relacionadas ao estagio D1 estão mais bem preservadas no domínio sul

do GBRI. Com dobras de escala regional, parasíticas e lineações sub-horizontais expressas

pela orientação dos minerais micáceos com “trend” NW-SE. Zonas de cisalhamento dextrais e

sinistrais ocorrem nos planos de foliação. O movimento sinistral é encontrado nos flancos que

mergulham para sul e o movimento dextral se encontra nos flancos que mergulham para norte

e flancos invertidos mergulhando para sul (Figura 3.4). São encontrados “trend”s de foliação

E-W a NW-SE.

O evento D2 formou dobras assimétricas de escala regional com vergência para norte

(Reinhardt, 1990), sem força suficiente para mudar a direção inicial da lineação gerada no

evento D1, devido aos eixos das dobras serem subparalelos à direção da lineação. As

condições metamórficas relacionadas ao evento D1 são difíceis de determinar por causa da

forte sobreposição pelo evento D2 na parte norte do GBRI, com evidencias de um maior grau

metamórfico. Na parte sul o grau metamórfico se encontra na fácies xisto verde.

26

Figura 3.3: Sessão SW-NE da parte sul do “greenstone belt” do rio Itapicuru. As dobras regionais foram

formadas no evento D1.

Chauvet et al (1997), modificado.

Figura 3.4: Sessão N-S que abrange o granitoide Barrocas e a Faixa “Weber”, onde se

localiza a mineralização de ouro da mina Fazenda Brasileiro. F2 representa o plano axial da

dobra regional com flanco invertido.

Reinhardt (1990), modificado.

27

CAPITULO IV.

4. PETROGRAFIA

Na descrição petrográfica foram observadas paragêneses minerais, feições de

alterações, granulometria, relações de contato, texturas, entre outras características úteis na

descrição da mesma. As abreviações utilizadas nos minerais foram extraídas de Kretz (1983),

Spears (1993), Fettes (2007).

No total, 24 lâminas petrográficas foram confeccionadas, as quais permitiram reunir as

rochas estudadas em 8 grupos, sendo eles: (I) Domínio Metavulcânico Máfico; (II)

Metagabro; (III) Domínio Metavulcânico Félsico; (IV) Domínio metassedimentar; (V) Grafita

Xisto; (VI) Granitoide Salgadália; (VII) Enclave Anfibolítico; (VIII) Granitoide Barrocas.

Sendo que o Metagabro está incluso no Domínio Metavulcânico Máfico e o Enclave

Anfibolítico está incluso no granitoide Salgadália.

4.1. Domínio Metavulcânico Máfico

As amostras coletadas permitiram separar o domínio metavulcânico em três tipos de

metabasaltos com denominação adotada pela mina, sendo eles: quartzo clorita/actinolita xisto

(CLX), clorita carbonato xisto (CAX) e carbonato clorita xisto (CCX). A composição modal

dos metabasaltos se dá por: clorita (5~40%), actinolita (0~55%), quartzo (8~35%), carbonato

(10~30%), plagioclásio (3~20%), opacos (1~3%), epídoto (1%) e biotita (1%). Possuem

textura blastoporfirítica inequigranular com cristais tabulares reliquiares de plagioclásio,

porfiroblastos de calcita e opacos, lepidoblástica na matriz, nematoblástica quando presente a

actinolita, granoblástica granular nos aglomerados de calcita e quartzo, e cataclástica.

A clorita tem pleocroísmo variando de verde claro a verde acastanhado, xenoblástica,

orientada e na lâmina DR-41B se encontra em bandas crenuladas (Fotomicrografia 4.1). Sua

granulometria não ultrapassa 0,01 mm e está em contato com todos os outros minerais,

contornando estes. Encontrando-se presente e principal constituinte dos CAX, CCX e CLX.

28

A actinolita possui pleocroísmo de tons acastanhado a verde claro (Fotomicrografia

4.2 e 4.3), subidioblástica, tem granulometria média de 0,2 mm. Se encontra orientada

segundo a foliação, possuindo textura nematoblástica. Cristais de plagioclásio e quartzo são

comumente encontrados inclusos nos cristais de actinolita (Fotomicrografia 4.4). Seu limite

próprio é reto a interlobado, já seu limite de interfaces além de reto, também ocorre ameboide

e serrilhado. A actinolita se encontra presente no CLX.

O quartzo é xenoblástico, com granulometria entre 0,025 e 0,1 mm. Os grãos maiores

apresentam textura mortar em suas bordas, e os grãos menores se distribuem pela matriz junto

com a clorita. Veios de quartzo e carbonato são comumente encontrados nesse domínio.

Possui contato interlobado e reto com todos os outros minerais, chegando a ser ameboide. O

quartzo é encontrado no CAX, CCX e CLX.

O plagioclásio é incolor, subédrico a euedrico, forma cristais tabulares com

granulometria de 1 a 4 mm. Possui textura mortar e estruturas do tipo dominó com

movimento aparente sinistral na lâmina DR-1E (Fotomicrografia 4.5). Está em contato com

grãos de calcita, e matriz formando limite reto e interlobado no CAX e CCX, e em contato

com grãos de actinolita no CLX.

Fotomicrografia 4.1: Bandas crenuladas de clorita

(Clr) no centro da imagem, no domínio

metavulcânico máfico. Lâmina DR-41B, com

aumento de 25X, em nicóis cruzados. Ca =

Carbonato, Qtz = quartzo.

29

O carbonato se encontra como aglomerados de porfiroblastos xenoblásticos a

subidioblásticos (Fotomicrografia 4.6), com granulometria média de 0,5 mm. São oriundos do

fluido hidrotermal que percolou no domínio metavulcânico máfico. Encontrados no CAX e

CCX, tem limite reto a interlobado com os outros grãos.

Fotomicrografia 4.2: Visão geral da lâmina, com

cristais de actinolita de cor verde acastanhado, no

domínio metavulcânico máfico. Lâmina DR46,

com aumento de 25X, em luz plana.

Fotomicrografia 4.3: Visão geral da lâmina com

cristais de actinolita parcialmente orientados

segundo a foliação, no domínio metavulcânico

máfico. Lâmina DR-46, com aumento de 25X, em

nicóis cruzados.

Fotomicrografia 4.4: Cristais de plagioclásio (Plg)

inclusos nos cristais de actinolita (Act), no

domínio metavulcânico máfico. Lâmina DR-46,

com aumento de 200X, em nicóis cruzados.

30

O epídoto é resultante do processo de alteração hidrotermal do plagioclásio,

encontrando-se incluso em alguns cristais de plagioclásio e na matriz da rocha. São

encontrados principalmente no CAX.

Fotomicrografia 4.5: Blastopórfiro tabular de

plagioclásio (Plg) com estrutura de dominó com

movimento aparente sinistral, no domínio

metavulcânico máfico. Lâmina DR-1A, com

aumento de 200X, em nicóis cruzados. Ca =

carbonato.

Fotomicrografia 4.6: Aglomerado de cristais de

carbonato (Ca) em contato com matriz e

blastopórfiros de plagioclásio (Plg), em rocha do

domínio metavulcânico máfico. Lâmina DR-1E,

com aumento de 100X, em nicóis cruzados.

31

Os minerais opacos estão no CAX, CCX e CLX, na forma de cristais xenoblásticos,

com granulometria média de 0,05mm. Seu limite com os outros minerais é interlobado.

A biotita só é encontrada no CLX, de forma xenoblástica e granulometria média de 0,2

mm. Geralmente inclusa na actinolita, com contato ameboide. (Fotomicrografia 4.7).

4.1.1. METAGABRO

Essa litologia se encontra como corpo intrusivo na Faixa “Weber” dentro do domínio

metavulcânico máfico. Sua composição modal é: plagioclásio (43%), clorita (20%), epídoto

(16%), carbonato (10%), quartzo (9%), opaco (1%) e titanita (1%). Possui textura

lepidoblastica e granoblástica granular.

O plagioclásio esta totalmente sericitizado e saussuritizado, preservando somente uma

fraca geminação albita e a forma do cristal, devido à forte alteração. O mineral se apresenta

com a cor cinza a cinza escuro (Fotomicrografia 4.8). Sua granulometria varia de 0,2 a 1,5

mm, e seu limite com outros cristais é reto, interlobado a ameboide.

Fotomicrografia 4.7: Cristais xenoblásticos de opacos

(Opc) e biotita (Bt), no domínio metavulcânico

máfico. Lâmina DR-46, com aumento de 200X, em

luz plana. Act = actinolita, Plg = plagioclásio

32

O epídoto (Fotomicrografia 4.9) e a clorita (Fotomicrografia 4.10) se encontram em

aglomerados de cristais com textura lepidoblastica, são o resultado da alteração hidrotermal

dos grãos de piroxênio, constituindo os processos de saussuritização e cloritização. Sua

granulometria não ultrapassa 0,1 mm, e seu limite de interfaces é serrilhado e interlobado.

O carbonato é incolor, xenoblástico, com granulometria máxima de 0,3 mm. É oriundo

do fluido hidrotermal que percolou pela rocha. Possui contato interlobado a ameboide com os

outros minerais e reto a interlobado entre seus cristais.

O quartzo é xenoblástico a subidioblástico, com granulometria máxima de 0,3 mm. Se

encontram principalmente em vênulas com quartzo e carbonato (Fotomicrografia 4.9), com

poucos grãos disseminados na rocha. Apresenta limite próprio e limite interfaces reto a

interlobado.

O mineral opaco é granular, xenoblástico, com granulometria entre 0,01 e 0,1 mm. Em

alguns grãos observa-se bordas de reação com formação de titanita (Fotomicrografia 4.10).

Fotomicrografia 4.8: Cristal de plagioclásio (Plg)

totalmente sericitizado e saussuritizado, com

preservação da geminação albita, no metagabro.

Lâmina DR-16, com aumento de 100X, em nicóis

cruzados. Epd = epídoto, Clr = clorita, Ca =

carbonato, Qtz = quartzo

33

4.2. Domínio Metavulcânico Félsico

O estudo petrográfico realizada na amostra coletada desse domínio revelou a seguinte

composição modal aparente: quartzo (46%), plagioclásio (34%), biotita (7%), moscovita

(6%), clorita (3%), opacos (3%) e apatita (1%), sendo que a estimativa do quartzo e

plagioclásio pode ser imprecisa, devido a extrema semelhança desses dois na lâmina pois o

plagioclásio não se apresenta geminado. A mineralogia ígnea relíquiar é composta pelo

quartzo, plagioclásio, biotita, opacos e apatita, e a mineralogia gerada pelo metamorfismo se

da pelo quartzo, moscovita e clorita. Pelo diagrama QAP, esta unidade se classifica como

quartzo andesito, devido ao seu metamorfismo posterior e preservação de texturas ígneas, a

rocha se classifica como metaquartzo andesito (Figura 4.1). Em lâmina observa-se textura

blastoporfirítica, inequigranular, evidenciando um ambiente de cisalhamento. A rocha tem

estrutura cataclástica, com textura mortar nos blastopórfiros de quartzo. Devido aos grãos

serem xenoblásticos a subidioblásticos a rocha também adquire uma textura granoblástica

granular.

Fotomicrografia 4.9: Vênula de quartzo (Qtz) e

carbonato (Ca) cortando o metagabro. Lâmina DR-

16, com aumento de 25X, em nicóis cruzados. Plg

= plagioclásio, Epd = epídoto.

Fotomicrografia 4.10: Mineral opaco (Opc) com

borda de alteração formando titanita (Ttn), no

metagabro. Lâmina DR-16, com aumento de 200X,

em luz plana. Clr = clorita.

34

O quartzo é granular, xenomórfico, compondo tanto os blastopórfiros quanto a matriz.

Nos blastopórfiros apresenta um tamanho médio de 1 mm podendo chegar até 2 mm, na

matriz seu tamanho máximo é de 0,1 mm. Os blastopórfiros apresentam textura mortar nas

suas bordas, característica de sistema cataclástico (Fotomicrografia 4.11). Seu limite próprio é

reto a interlobado, já seu limite de interfaces com o plagioclásio e opaco é reto a interlobado,

e com as micas seu limite de interfaces é reto, serrilhado e ameboide com a biotita. Os grãos

desse mineral apresentam extinção ondulante e estão levemente estirados paralelamente a

foliação.

O plagioclásio é incolor, com geminação do tipo albita em alguns grãos. Se encontra

de forma geral granular, xenomórfico e pertencente à matriz, sua granulometria não ultrapassa

0,1 mm. Seu contato de interfaces com a biotita, clorita e moscovita é reto e serrilhado, com o

Figura 4.1: Diagrama de QAP de rochas vulcânicas segundo a classificação IUGS. A

amostra analisada classifica-se como quartzo andesito.

Streckeisen 1976, modificado

35

quartzo e opaco o contato é reto a interlobado. Os grãos estão microfraturados e parte deles

apresentam extinção ondulante, podendo-se confundir com o quartzo.

A biotita apresenta pleocroísmo com tons castanho claro a castanho escuro, se

apresenta de forma placóide e granular, variando de xenoblástica a subidioblástica, com

granulação média de 0,04 mm, podendo chegar até 0,2 mm. Seu contato de interfaces com os

outros minerais se dá de forma ameboide, reto e serrilhado. Quando encontrada com contatos

ameboides e de forma xenoblástica, nota-se que é reação metamórfica do mineral opaco, com

este ainda preservado em seu núcleo (Fotomicrografia 4.12).

A moscovita é placóide, incolor, subidioblástica, com granulação média de 0,05 mm,

não se encontra orientada segundo a foliação e seu contato com os outros minerais é reto.

Os minerais opacos são granulares, xenoblásticos, com tamanho médio de 0,025 mm.

Eles possuem borda de reação, alterando para biotita. Quando não se encontram com borda de

reação, seus contatos de interfaces com os outros minerais são interlobados. Não se encontram

orientados segundo a foliação.

Fotomicrografia 4.11: Blastoporfiro de quartzo (Qtz)

com textura mortar em sua borda, no metaquartzo

andesito. Lâmina DR-9, com aumento de 100X, em

nicóis cruzados. Bt = biotita, Plg = plagioclásio

36

A clorita é placóide, com pleocroísmo variando em tons de verde, subidioblástica, e

granulometria média de 0,04 mm. Seu contato de interfaces é reto e serrilhado com o quartzo,

plagioclásio e biotita.

A apatita é incolor, tabular, subidioblástica, de tamanho médio é de 0,01 mm. Se

encontra inclusa nos grãos de quartzo.

.

4.3. Domínio Metassedimentar

A amostra analisada na petrografia é de uma formação ferrífera próximo ao granitoide

Salgadália, com sua composição modal constituída por: quartzo (47%), grunerita (30%),

biotita (18%), opacos (4%) e apatita (1%). A rocha apresenta uma textura granoblástica

granular apresentada pelo quartzo, nematoblástica apresentada pela grunerita e lepidoblastica

nas concentrações de biotita, dobras em kink band foram observadas (Fotomicrografia 4.13),

os grãos se apresentam de forma inequigranular e orientados segundo a foliação.

O quartzo é incolor, com cristais xenoblásticos, granulometria entre 0,1 a 0,5 mm. Seu

limite próprio varia de poligonal a interlobado, e o limite de interfaces com a biotita e

Fotomicrografia 4.12: Borda de alteração do mineral

opaco (Opc) formando biotita (Bt), no metaquartzo

andesito. Lâmina DR-9, com aumento de 200X, em luz

plana.

37

grunerita é reto e serrilhado (Fotomicrografia 4.14), encontrando-se também interlobado a

ameboide em contato com a biotita oriunda da reação dos minerais opacos.

A grunerita apresenta pleocroísmo verde claro a castanho claro, subidioblástica, com

granulometria variando entre 0,1 a 1 mm. Orientada segundo a foliação (Fotomicrografia

4.14) e com limite próprio reto, seu limite interface com a biotita é ameboide a serrilhado e

com o quartzo é reto e serrilhado.

A biotita tem pleocroísmo castanho claro a castanho escuro, xenoblástica a

subidioblástica, tem granulometria variando de 0,1 mm a 1,5 mm. Os grãos xenoblásticos são

oriundos da reação de alteração dos minerais opacos e estão em contato com o quartzo e

opacos de forma ameboide, já os cristais subidioblásticos se encontram em contato com o

quartzo e grunerita de forma serrilhada e reto (Fotomicrografia 4.15).

Os minerais opacos são xenoblásticos, granulares, com granulometria média de 0,1

mm. Seu contato com a biotita ,quando esta é resultado da alteração dele, é ameboide, e com

os outros minerais seu contato é interlobado.

A apatita se encontra inclusa no quartzo, apresenta cristais tabulares, subidioblásticos,

com granulometria média de 0,01 mm.

Fotomicrografia 4.13: Estrutura de Kink band no

metassedimento. Lâmina DR-34A, com aumento

de 100X, em luz plana.

Fotomicrografia 4.14: quartzo (Qtz) em contato

com grunerita (Grt) e biotita no metassedimento.

Lâmina DR-34A, com aumento de 100X, em

nicóis cruzados.

38

4.4. Grafita Xisto

As amostras coletadas para confecção de lâminas petrográficas dessa unidade foram

retiradas das cavas a céu aberto da Mina Fazenda Brasileiro, geralmente em contato com a

zona mineralizada de ouro, e pertencentes à zona de cisalhamento caracterizada como Faixa

“Weber”, essa unidade é cortada por veios de quartzo e de carbonato oriundos dos fluidos

hidrotermais que se concentraram nessa região. Sua composição modal média é: quartzo

(30~35%), calcita (20~40%), grafita (25~50%) e minerais opacos (1~3%). Em lâmina foram

observadas textura lepidoblástica pela grafita, com grãos de quartzo e de carbonato

apresentando textura mortar, granoblástica granular nos veios de quartzo e granoblástica

poligonal nos veios de carbonato. A rocha é inequigranular e está em um ambiente textural

protomilonítico a ultra cataclástico. Nota-se veios de carbonato orientados paralelamente a

foliação cortando veios de quartzo perpendiculares a foliação, com movimentos dextrais

(Fotomicrografia 4.16) e sinistrais (Fotomicrografia 4.17).

Fotomicrografia 4.15: Cristal placóide de biotita

(Bt) orientado segundo a foliação, em contato com

o quartzo, no metassedimento. Lâmina DR-34A,

com aumento de 100X, em luz plana.

39

O quartzo é transparente, xenoblástico a subidioblástico, com granulometria entre 0,05

mm na matriz da rocha e até 1 mm nos veios de quartzo. Os grãos de quartzo têm limite

próprio interlobado e reto, já o limite de interfaces com a calcita é reto e ameboide nos veios,

e serrilhado em contato com a grafita.

A calcita é xenoblástica a idioblástica, com granulação variando entre 0,1 a 1,5 mm.

Com limite próprio poligonal a ameboide, limite de inferfaces com o quartzo reto a

interlobado e com a grafita é reto a serrilhado. Encontra-se geralmente em formas de veios,

estando fracamente disseminada na matriz (Fotomicrografia 4.18).

A grafita é opaco e constitui a matriz juntamente com o quartzo. Devido a sua cor, não

é possível determinar seu tamanho, apresentando-se em forma de massas envolvendo os

outros minerais, marcando a foliação.

Fotomicrografia 4.16: Veio de quartzo cortado por

veio de carbonado, no grafita xisto, apresentando

movimento dextral aparente. Lâmina DR-8C, com

aumento de 25x, em luz plana.

Fotomicrografia 4.17: Veio de quartzo cortado por

veio de carbonato, apresentando movimento

sinistral aparente, no grafita xisto. Lâmina DR-8C,

com aumento de 25X, em luz plana.

40

4.5. Granitoide Salgadália

O afloramento onde se coletou a amostra para confecção da lâmina petrográfica,

segundo os dados obtidos na descrição petrográfica e com base no diagrama QAP da IUGS,

se classifica como um metatonalito, com uma composição modal de: plagioclásio (44%),

quartzo (40%), clorita (3%), sericita (1%), epídoto (1%), moscovita (1%), não existem

minerais opacos na lâmina dessa litologia. Sua textura é blastoporfirítica inequigranular e

cataclástica.

O plagioclásio é incolor, com geminação albita, xenomórfico a idiomórfico, observado

tanto na matriz quanto como blastopórfiros, na matriz sua granulometria média é de 0,3 mm e

os blastopórfiros chegam a ter 1 mm. Alguns blastopórfiros de plagioclásio apresentam

textura poiquilítica, com grãos de moscovita xenoblasticos inclusos (Fotomicrografia 4.19),

seu limite próprio é reto e interlobado, já seu limite de interfaces varia de reto a ameboide

com o quartzo.

O quartzo é incolor, xenomórfico a subidiomórfico, observado na matriz com

granulometria média de 0, 3 mm e como blastopórfiros, com textura poiquilítica envolvendo

Fotomicrografia 4.18: Veios de carbonato (Ca)

cortando paralelamente a foliação do grafita xisto.

Lâmina DR-5, com aumento de 100X, em nicóis

cruzados.

41

grãos de epídoto, moscovita e clorita (Fotomicrografia 4.20), no qual a granulometria máxima

é de 4 mm. Nas margens dos blastopórfiros de quartzo a textura mortar característica de

ambiente cataclástico é predominante e os grãos estão orientados segundo a foliação. Seu

limite próprio é reto e interlobado, já o limite de interfaces com os outros minerais é reto a

ameboide.

A clorita tem pleocroísmo de verde a verde claro, é subidioblástica, e sua

granulometria varia de 0,05 a 0,2 mm (Fotomicrografia 4.21). Seu contato com o quartzo e

plagioclásio é reto e serrilhado.

O epídoto e a sericita são resultados da alteração do plagioclásio, encontrando-se

inclusos nesse com forma xenoblástica e contatos embaiados, suas granulometrias não são

maiores que 0,01 mm.

A moscovita é incolor (Fotomicrografia 4.22), xenoblástica a idioblástica e encontra-

se tanto em formas de placas de até 1 mm disseminadas na rocha quanto inclusas nos grãos de

quartzo e plagioclásio, não ultrapassando 0,02 mm. As placas de moscovita desenvolve

contatos retos e serrilhados com grãos de quartzo e plagioclásio (Fotomicrografia 4.23).

Fotomicrografia 4.20: Blastoporfiro de quartzo

com textura poiquiloblástica e textura mortar, no

granitoide Salgadália. Lâmina DR-34B, com

aumento de 25x, em luz plana.

Fotomicrografia 4.19: Blastoporfiro de

plagioclásio (Plg) com textura poiquiloblástica, no

granitoide Salgadália. Lâmina DR-34B, com

aumento de 200x, em nicóis cruzados. Qtz =

quartzo.

42

Fotomicrografia 4.21: Cristal de clorita (Clr) de cor

verde claro, no granitoide Salgadália. Lâmina DR-

34B, com aumento de 200x, em luz plana.

Fotomicrografia 4.22: Cristal de moscovita (Ms)

incolor em forma de placa, no granitoide

Salgadália. Lâmina DR-34B, com aumento de

200X, em luz plana.

Fotomicrografia 4.23: Cristal de moscovita (Ms)

em contato com o quartzo (Qtz) e plagioclásio

(Plg), no granitoide Salgadália. Lâmina DR-34B,

com aumento de 200x, em nicóis cruzados.

43

4.5.1 ENCLAVE ANFIBOLÍTICO

Essa litologia foi encontrada em contato com o granitoide Salgadália, apresenta-se

bandado em afloramento, com bandas félsicas de plagioclásio e bandas máficas de anfibólio, a

lâmina petrográfica foi confeccionada na banda máfica, obtendo uma composição modal de:

Hornblenda (60%), plagioclásio (23%), quartzo (5%), epídoto (5%), microclina (3%),

tremolita (3%), titanita (1%). A textura observada na petrografia é inequigranular, fanerítica

fina e os grãos de hornblenda se encontram orientados segundo a foliação (Fotomicrografias

4.24 e 4.25).

A hornblenda apresenta pleocroísmo castanho amarelado a verde escuro, com cristais

anédricos a subédricos, com granulometria variando de 0,5 a 2,5 mm. Seu limite próprio é

reto e o limite interfaces é interlobado a ameboide.

O plagioclásio é incolor, com geminação Carlsbad e albita, saussuritizado,

xenoblástico e com granulometria variando entre 0,3 a 1,5 mm. Com limite próprio

interlobado, seu limite de interfaces com os outros minerais é ameboide. Geralmente o

plagioclásio está preenchendo os interstícios dos cristais de hornblenda.

O quartzo é incolor, xenoblástico a subidioblástico, encontrado em forma de veio, com

granulometria entre 0,1 a 3 mm. Seu limite próprio é reto a interlobado.

O epídoto é originado da alteração do plagioclásio, estando disseminado sobre este.

Xenoblástico e com granulometria máxima de 0,01 mm.

A tremolita é subidioblástica, com pleocroísmo verde claro a castanho claro, com

granulometria média de 0,1 mm. Se encontra em contato com plagioclásio e hornblenda, de

forma reta a interlobada.

A microclina é xenoblástica, com geminação tartan e granulometria média de 0,1 mm.

Se encontra em contato com o plagioclásio de forma interlobada.

A titanita é euédrica a subédrica, inclusa no plagioclásio (Fotomicrografia 4.26) e na

hornblenda (Fotomicrografia 4.27), com granulometria variando entre 0,5 a 1 mm.

44

Fotomicrografia 4.24: Cristais de hornblenda (Hbl)

orientados segundo a foliação, no enclave

anfibolítico. Lâmina DR-22C, com aumento de

100X, em luz plana. Plg = plagioclásio.

Fotomicrografia 4.25: Cristais de hornblenda (Hbl)

orientados segundo a foliação, no enclave

anfibolítico. Lâmina DR-22C, com aumento de

100X, em nicóis cruzados. Plg = Plagioclásio.

Fotomicrografia 4.26: Cristal de titanita (Ttn)

incluso no plagioclásio (Plg), no enclave

anfibolítico. Lâmina DR-22C, com aumento de

200X, em luz plana. Hbl = hornblenda.

Fotomicrografia 4.27: Cristal de titanita (Ttn)

incluso na hornblenda (Hbl), no enclave

anfibolítico. Lâmina DR-22C, com aumento de

200X, em luz plana. Plg = plagioclásio.

45

4.6. Granitoide Barrocas

O afloramento onde se coletou a amostra para confecção da lâmina petrográfica,

segundo os dados obtidos na descrição petrográfica e com base no diagrama QAP da IUGS,

se classifica como um metatonalito, com uma composição modal de: plagioclásio (42%),

quartzo (31%), biotita (8%), k-feldspato (5%), sericita (5%), clorita (5%), epídoto (2%),

moscovita (1%) e opaco (1%). Sua textura é blastoporfirítica inequigranular e cataclástica.

O plagioclásio se encontra sericitizado e saussuritizado, anédrico a subédrico,

constituindo tanto a matriz com granulometria entre 0,05 a 0,2 mm quanto blastopórfiros de

granulometria entre 0,6 a 2 mm. Alguns blastopórfiros se encontram zonados

(Fotomicrografias 4.28 e 4.29), sendo que no centro estão sericitizados e saussuritizados com

geminação albita pouco preservada e na borda não apresentam reações hidrotermais e

intempéricas além de não apresentarem geminação. Formam contatos retos e ameboides com

os outros minerais e contato reto a interlobado entre seus grãos.

Fotomicrografia 4.28: Visão geral da lâmina do

granitoide Barrocas, com cristal de plagioclásio

(Plg) zonado na porção leste. Lâmina DR-43, com

aumento de 25X, em nicóis cruzados. Qtz =

quartzo

Fotomicrografia 4.29: Granitoide Barrocas, com

cristal de plagioclásio (Plg) zonado e sericitização

e saussuritização no centro. Lâmina DR-43, com

aumento de 200X, Em nicóis cruzados.

46

O quartzo é incolor, xenoblástico, com granulometria média de 0,1 mm na matriz e 1

mm nos blastopórfiros. Seu limite próprio é interlobado e o limite de interfaces com os outros

minerais é reto a ameboide.

A biotita tem pleocroísmo castanho claro a castanho escuro, subidioblástica e com

granulometria média de 0,3 mm. Estão localizadas como aglomerados de cristais nas fraturas

da rocha e seu contato com os outros cristais da rocha é reto e serrilhado.

A clorita tem pleocroísmo verde acastanhado a verde claro, subidioblástica, sua

granulometria varia de 0,1 a 0,5 mm. Alguns grãos são resultados da alteração da biotita, e se

encontram nas fraturas da rocha (Fotomicrografia 4.30). Apresenta limite próprio reto e limite

de interfaces reto a interlobado.

O K-feldspato é incolor, xenoblástico, com geminação tartan (Fotomicrografia 4.31) e

granulometria variando entre 0,5 e 1,5 mm. Seu limite de interfaces é ameboide com o

plagioclásio e com o quartzo.

A moscovita, sericita e epídoto são resultado da alteração do plagioclásio e

apresentam-se como massas sobre este mineral.

Fotomicrografia 4.30: Cristais de clorita (Clr)

preenchendo fratura do granitoide Barrocas.

Lâmina DR-43, com aumento de 100X, em luz

plana.

Fotomicrografia 4.31: Cristal de K-feldspato (Kfd)

xenoblástico com geminação tartan. Lâmina DR-

43, com aumento de 100X, em nicóis cruzados.

47

CAPITULO V.

5. GEOQUÍMICA

O deposito de ouro da mina Fazenda Brasileiro foi descoberto em 1976 pela

DOCEGEO, e desde a época até hoje vários estudos já foram realizados na região da mina. A

mineralização está associada á uma zona de cisalhamento, conhecida como faixa “Weber”,

com veios de quartzo e expressiva alteração hidrotermal que é observada em toda a porção sul

do GBRI, mas se encontra com maior intensidade nas litologias deformadas pela zona de

cisalhamento. Neste capitulo será abordado a química do fluido hidrotermal, sua interação

com as rochas e a consequência dessa alteração.

5.1 A Mineralização de Ouro

Fluidos hidrotermais percolaram a faixa “Weber”, interagindo com os metabasaltos

transformando-os em CLX e depositando ouro em sulfetos, carbonato, quartzo e sulfetos. A

idade da mineralização obtida pelo método 40

Ar-39

Ar em sericita nos halos hidrotermais,

possuem idades de 2,031 e 2,083, que foram consideradas as idades mínimas para a

cristalização da mica (Alves da Silva et.al. 1993; Batista et.al. 1998).

Teixeira et.al. (1990) estudou inclusões fluidas nos veios de quartzo da zona

mineralizada na Mina fazenda brasileiro, e obteve dados de composição, pressão e

temperatura do fluido. Três tipos de inclusões fluidas foram analisadas, sendo o tipo I e III

encontrados nos veios de quartzo-albita-sulfeto e o tipo II encontrados nos veios de quartzo.

São compostos por H2O, CO2, CH4 e N2 e possuem baixa salinidade, com porcentagem

máxima de 10% de NaCl em um dos tipos de inclusões fluidas. Os dados obtidos de pressão e

temperatura mostram que existiram duas etapas do hidrotermalismo, uma onde a temperatura

de homogeneização foi de 400ºC e pressão de 3 Kbars e a outra com temperatura de 300ºC e

pressão de 1.4 Kbars.

48

A mineralização de ouro está associada tanto aos veios de quartzo quanto à rocha

encaixante, metabasaltos em contato com esses veios, que sofreram forte alteração

hidrotermal e formaram o CLX. Essa associação se deve à percolação de fluidos, ricos em

enxofre e arsênio, pelo metabasaltos, segundo Silva (2001) o ouro foi transportado pelo fluido

através de complexos Au(HS)-2 ou HAu(HS)O2 e depositado pela reação de sulfidação

quando em contato com a rocha rica em ferro (CLX). A reação de sulfidação desestabilizou os

complexos que transportavam o ouro, o S reagiu com o Fe formando a pirita, pirrotita e

arsenopirita, que cristalizaram na rocha encaixante, da zona de cisalhamento por onde o fluido

percolou, á qual foi transformada pelo hidrotermalismo em clorita xisto.

O metabasalto sofre alteração hidrotermal com intensidades diferentes, originando na

faixa “Weber” o CLX e CAX na zona de cisalhamento e o CCX ao sul (Figura 5.1). O

minério se encontra dentro da unidade CLX e está próximo do grafita xisto também

localizado dentro do domínio do CLX.

Figura 5.1: Seção em perfil da mineralização da Fazenda Brasileiro, com visada para oeste. CCX –

carbonato clorita xisto, CAX – carbonato albita xisto, GRX - granada xisto, CLX – clorita xisto, DVF –

domínio metavulcânico félsico.

Pimentel e Silva (2003), modificado.

49

5.2 Geoquímica das rochas encaixantes, hospedeiras e envoltórias da mineralização de

ouro.

Para todas as litologias estudadas foram realizadas analises geoquímicas para

elementos maiores (Tabela 5.1). O domínio metavulcânico máfico pode ser subdividido em

CLX, CAX e CCX, sendo essas três litologias resultantes da alteração hidrotermal do

metabasalto. Características como baixo teor de K e Mg são comuns nesse domínio, somente

no CAX os teores de Mg se apresentam altos. Devido a percolação de fluidos hidrotermais

por essas rochas, os teores de Ca se apresentam maiores que o normal, devido a presença de

carbonatos, confirmado pela elevada taxa de perda ao fogo.

O metagabro apresenta teores altos de Ca e alta porcentagem de perda ao fogo,

remetendo-se a valores elevados de carbonato nessa rocha comprovados pela petrografia,

oriundos do fluido hidrotermal. Já os teores de álcalis e sílica são baixos.

Valores extremamente baixos de Fe, Ca e Mg são observados no granitoide Salgadália,

e entre os álcalis os teores de K são maiores que o de Na. O granitoide Barrocas tem teores

maiores de Fe, Ca e Mg do que o granitoide Salgadália, além de apresentar valor de Na maior

que K. Os dois granitoides são rochas ácidas, peraluminosas, supersaturados em sílica.

O domínio metassedimentar é constituido por metapelitos, formações ferríferas e

xistos. A formação ferrífera analisada apresenta teor de 22% de oxidos de ferro, e teor pouco

elevado de Mg. Os metapelitos são enriquecidos em sílica e empobrecidos em cálcio. De

forma geral os metassedimentos tem perda ao fogo alta.

No domínio metavulcânico félsico foram coletadas amostras de dois pontos de

afloramento, as quais foram classificadas como metandesitos pela petrografia. Os dados

geoquímicos dessas amostras evidenciam uma rocha peraluminosa com baixos teores de Ca e

valores de K mais altos que os valores de Na.

50

Um diagrama de classificação de Middlemost (1994) foi gerado para as rochas

metavulcânicas (Figura 5.2) e através dele foi observado que os metandesitos se encontram

pouco alteradas, estando preservadas no campo dos metandesitos. Já as rochas do domínio

metavulcânico máfico que foram mais alteradas pelo fluido hidrotermal, sofreram

deslocamentos no diagrama. O CLX apresenta enriquecimento em sílica devido as vênulas de

quartzo observadas em lâmina, o que justifica os valores estarem no campo dos andesitos e

basaltos andesiticos. Uma das amostras do metabasalto caiu no campo dos dacitos devido ao

enriquecimento em sílica pelos fluidos hidrotermais.

Amostra Rocha SiO2 Al2O3 Fe2O3 CaO MgO TiO2 P2O5 Na2O K2O MnO V2O5 LOI

% % % % % % % % % % % %

DR-1B

Clorita xisto

(CLX) 53,6 8,95 17,8 6,33 1,89 1,61 0,337 0,89 0,02 0,22 <0,01 6,35

DR-4B

Clorita xisto

(CLX) 51,8 10,3 21,2 3,66 1,42 2,12 0,336 2,38 0,09 0,21 <0,01 5,01

DR-3

Carbonato albita

xisto (CAX) 44,2 16,7 8,63 8,47 9,62 0,5 0,043 2,15 0,17 0,14 0,04 8,65

DR-4A

Carbonato albita

xisto (CAX) 48,9 15 11,9 8,56 5,58 1,1 0,082 3,29 0,13 0,2 0,06 4,37

DR-5

Carbonato albita

xisto (CAX) 49,6 14,1 12,4 8,37 6,65 1,03 0,096 2,9 0,06 0,17 0,05 2,99

DR-32A Metabasalto 65,3 19,3 4,55 1,12 1,37 0,61 0,095 3,18 3,34 0,07 <0,01 2,12

DR-48 Metabasalto 51,2 14,2 15,3 9,41 4,24 1,23 0,092 2,37 0,25 0,22 0,06 0,61

DR-1D Grafita xisto 46,8 7,01 3,81 16,6 1,86 0,29 0,03 0,4 2,89 0,14 <0,01 18,4

DR-8A Grafita xisto 53,8 12,6 13,8 3,12 3,42 1,34 0,095 1,08 1,45 0,05 0,05 9,62

DR-15A Grafita xisto 61,7 12,8 6,98 4,58 3,42 0,59 0,078 2,62 0,76 0,09 0,02 4,73

DR-6A Metagabro 40,7 13,1 5,51 16,7 5,28 0,34 0,03 1,83 0,84 0,13 0,03 13,92

DR-7 Metagabro 46,2 16,3 6,87 13,1 7,89 0,39 0,027 1,91 0,07 0,13 0,03 5,57

DR-16 Metagabro 48,6 15,4 7,74 10,5 9,29 0,42 0,032 2,5 0,05 0,14 0,03 4,37

DR-1C Metapelito 70,5 13,4 4,3 0,39 1,92 0,47 0,086 3,25 2,04 0,03 <0,01 2,61

DR-21 Sericita xisto 69,8 14,8 4,57 0,77 1,43 0,45 0,04 2,76 2,99 0,05 0,02 1,78

DR-30A Metapelito 63,5 21,2 3,66 2,91 1,32 0,5 0,163 3,79 2,17 0,05 0,02 2,21

DR-34A

Formação

Ferrifera 71,8 0,14 22,5 0,89 3,26 0,01 0,033 0,1 0,02 0,14 <0,01 0,53

DR-9 Metandesito 57 21,9 6,9 1,69 2,28 0,99 0,095 2,66 2,8 0,1 0,02 3,17

DR-12 Metandesito 61,9 18,6 6,06 0,72 2,21 0,62 0,079 1,01 2,96 0,08 <0,01 3,78

DR-44

Granitoide

Barrocas 72,2 15,4 2,37 2,44 0,59 0,24 0,061 5 1,69 0,02 <0,01 0,31

DR-23

Granitoide

Salgadália 76,5 14 1,4 1 <0,1 0,08 <0,01 3,41 5,02 <0,01 <0,01 0,34

DR-22C

Enclave

Anfibolitico 50,1 15,2 12,1 10,9 5,28 0,76 0,055 2,52 0,86 0,21 0,05 0,96

Tabela 5.1: Tabela de analises químicas para elementos maiores das litologias encontradas na área de estudo.

51

5.3 Distribuição do ouro nas litologias analisadas

Analises químicas para ouro e outros elementos foram realizadas para todas as

litologias da porção sul do GBRI, das quais 62 foram utilizadas para representar as principais

litologias estudadas, sendo elas: (I) domínios metavulcânico máfico; (II) metavulcânico

félsico; (III) metassedimentar; (IV) granitoide Salgadália; (V) granitoide Barrocas e (VI)

grafita xisto encontrado associado a mineralização de ouro na mina fazenda brasileiro, por

estar presente na zona mineralizada.

Com os dados obtidos das analises químicas, pode-se observar que o ouro se encontra

distribuído na sequência supracrustal do Greenstone, caracterizada pelos domínios

metavulcânico máfico, metavulcânico félsico e metassedimentar (Figura 5.3). No granitoide

Figura 5.2: Diagrama de sílica x álcalis para rochas vulcânicas, marcando as sequências vulcânicas

encontradas em campo em basalto, andesito e dacito. DMM - metabasalto do domínio metavulcânico

máfico, DMF – domínio metavulcânico félsico, CLX – clorita xisto, CAX – clorita carbonato xisto.

52

Salgadália os teores de ouro ficaram abaixo do limite de detecção e no granitoide Barrocas, o

ponto em que o teor de ouro deu 19 ppb foi na porção norte desse corpo, estando em contato

com o metabasalto, o que abre a possibilidade de conte contaminação.

Dentre os domínios da sequência supracrustal, o ouro se encontra em maiores

concentrações nos domínios metavulcânico félsico e metassedimentar, com pico máximo de

160 ppb de ouro no domínio metassedimentar e 98 ppb no domínio metavulcânico félsico.

O mesmo tratamento de dados foi realizado para os elementos Arsênio (Figura 5.4) e

Cobre (Figura 5.5). O arsênio, assim como o ouro, está distribuído pelas sequências

supracrustais, concentrando-se mais nos domínios metavulcânico félsico e metassedimentar.

O grafita xisto apresenta valores elevados de As, devido essa litologia se encontrar na zona

mineralizada, geralmente em contato com o CLX mineralizado e também por apresentar veios

de quartzo oriundos do fluido hidrotermal. O cobre se encontra distribuído de forma mais

homogênea, encontrado em todas as litologias, tanto na sequência supracrustal quanto nos

granitoide. Sua maior concentração está no domínio metavulcânico máfico com valor máximo

de 432 ppm.

Figura 5.3: Distribuição do ouro nas litologias estudadas, com teores obtidos das amostras coletadas nas

diversas litologias da área estudada.

53

Com a utilização do software Minpet®, diagramas binários de Cu x Au (Figura 5.6) e

As x Au (Figura 5.7) foram gerados. Através dos diagramas pode-se observar que o cobre não

apresenta correlação com o ouro, pois o crescimento dos valores não é acompanhado. Já o

arsênio quando comparado com o ouro, apresenta um “trend” ascendente, evidenciando que

há uma correlação positiva dos dois elementos na área de estudo. O alinhamento de pontos

Figura 5.4: Distribuição do arsenio nas litologias estudadas, com teores de ouro obtidos por analise

química das amostras da área estudada.

Figura 5.5: Distribuição do cobre nas litologias estudadas, com teores de ouro obtidos por analise

química das amostras da área estudada.

54

relativos ás concentrações de ouro deve-se às concentrações desses elementos abaixo do

limite de detecção (5 ppb), por isso todos os valores abaixo do limite de detecção foram

considerados como 3 ppb.

Figura 5.7: Diagrama binário de As x Au com “trend” ascendente, correlação positiva com o ouro

associado ao arsênio na área estudada. DMM – Domínio Metavulcânico Máfico, DMF – Domínio

Metavulcânico Felsico, DM – Domínio Metassedimentar, GS – Granitoide Salgadália, GB – Granitoide

Barrocas, GX – Grafita Xisto.

Figura 5.6: Diagrama binário Cu x Au sem presença de “trend”, evidenciando uma falta de correlação entre

esses dois elementos na área estudada. DMM – Domínio Metavulcânico Máfico, DMF – Domínio

Metavulcânico Felsico, DM – Domínio Metassedimentar, GS – Granitoide Salgadália, GB – Granitoide

Barrocas, GX – Grafita Xisto

55

CAPITULO VI.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o mapeamento foi possível determinar que todas as rochas tem algum grau de

milonitização. Na borda dos granitoides Barrocas e Salgadália foram encontrados

afloramentos em que esses corpos estão com textura cataclástica a milonítica. Todas as

litologias da sequência vulcanossedimentar estão xistificadas, em lâmina é comum observar

textura mortar nas bordas dos grãos maiores, geralmente de quartzo, característica de

ambiente cataclástico a milonítico.

A interpretação das analises litogeoquímicas possibilitou identificar a correlação do

ouro com outros elementos. Nesse trabalho diagramas binários de Au x Cu e Au x As foram

criados e conclui-se que o ouro está correlacionado ao arsênio mas não ao cobre. Sabendo-se

disso foi observada a distribuição e concentração desses três elementos nas diversas litologias

estudadas. Como o ouro e o arsênio estão correlacionados, a concentração maior desses dois

se encontram nas mesmas litologias, sendo elas o domínio metavulcânico félsico e o domínio

metassedimentar. Os granitoides estudados apresentam teores de ouro e arsênio abaixo do

limite de detecção (5ppb para ouro e 5ppm para arsênio). No caso do cobre, este se encontra

distribuído por todas as litologias encontradas e se concentra principalmente no domínio

metavulcânico máfico, onde apresenta teores mais elevados de até 432 ppm.

A correlação dos dados geoquímicos com a descrição petrográfica nos possibilita

determinar que o metagabro localizado dentro da Mina Fazenda Brasileiro está intensamente

hidrotermalizado. Em lâmina o metagabro se apresenta intensamente alterado e os valores de

elementos maiores evidencia valores altos de cálcio e de perda ao fogo, o que possibilita a

interpretação de que o metagabro tem altos teores de carbonato e minerais hidratados,

congruente com o observado em lâmina.

Como a Faixa “Weber” está situada no flanco de um sinclinal com flanco invertido, as

litologias situadas abaixo do domínio metavulcânico máfico são os domínios metavulcânico

félsico e metassedimentar. Interagindo os dados geológicos e geoquímicos, se torna possível

estipular que o ouro que se encontra na mina Fazenda Brasileiro é oriundo do domínio

56

metavulcânico félsico e domínio metassedimentar que se situam abaixo, por onde o fluido

hidrotermal percolou, interagindo com a rocha e lixiviando o ouro dessa. Ao ascender esse

fluido entrou em contato com o domínio metavulcânico máfico, o qual serviu como uma

armadilha geoquímica para a precipitação dos elementos químicos do fluido, tornando então a

rocha mineralizada em ouro.

Vale também destaca que a mineralização de ouro na porção norte do Greenstone Belt

do rio Itapicuru (minas do “trend” Maria Preta) estão relacionadas às rochas magmáticas

félsicas.

Como decorrência prática dessas conclusões, embora preliminares, tem-se como alvos

potenciais para pesquisa de ouro as estruturas (falhas, zonas de cisalhamento etc...), que

interceptam os domínios metavulcânico félsico e metassedimentar na porção sul do

Greenstone belt do rio Itapicuru.

É recomendável a continuidade dos trabalhos incorporando um maior número de

amostras geoquímicas das diversas litologias e estruturas relacionadas que compõem o

arcabouço envolvente da porção sul do Greenstone belt do rio Itapicuru. Esses trabalhos

devem utilizar métodos analíticos com limites de detecção os mais baixos possíveis, para

melhorar a investigação das concentrações e distribuições do ouro naquelas litologias. Valores

de enxofre devem ser correlacionados com o elemento ouro para melhor representação dos

dados obtidos no presente trabalho visto a constante associação do ouro com sulfetos.

57

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ALMEIDA, F. F. M.. O Cráton do São Francisco. Revista Brasileira de Geociências,

v. 7, n. 4, p.349-364, 1977.

ALVES DA SILVA, F.C.,CHAUVET, A., FAURE, M. Early Proterozoic orogeny

(Transamazonian) and syntectonic granite emplacement in the Rio Itapicuru

“greenstone belt” , Bahia, Brazil. Acad Sci Paris II. 1993. 316:1139-1146.

BARBOSA, J. S. F. (Coordenador) et. al. Mapeamento geológico e levantamentos

de recursos minerais da folha Caetité, escala 1:100.000, Salvador. 2009, 1 mapa color. 176

p. Convênio UFBA/CPRM/FAPEX.

BARBOSA, J.S.F., CRUZ, S.S.P., SOUZA, J.S. Terrenos Metamórficos do

Embasamento. In: BARBOSA, J.S.F. (Coordenação Geral). Geologia da Bahia. Pesquisa e

Atualização. Salvador. Volume 1, 2012. pag. 101-201.

BARBOSA, J.S.F., MASCARENHAS, J.F., DOMINGUEZ, J.M.L., NETTO, A.S.T.

Evolução Tectônica e Metalogenética. In: BARBOSA, J.S.F. (Coordenação Geral).

Geologia da Bahia. Pesquisa e Atualização. Salvador. Volume 2, 2012. pag. 517-562.

BARRUETO, H.R. Petrogênese das intrusões graníticas compostas de Teofilândia

e Barrocas, “greenstone belt” do Rio Itapicuru, Bahia, Brasil. Tese de Doutorado da

Unicamp. 2002.

BATISTA, J.J., NESBITT, R.W., PIRES, P.F.R., Presença do embasamento

Arqueano no “greenstone belt” do Rio Itapicuru (Bahia) – resultados geocronológicos

por ICP-MS/LA. In: Anais XL. Congresso Brasileiro de Geologia, 1998, Belo Horizonte,

SBG. 1998.

BRITO NEVES, B.B.; CORDANI, U.G.; TORQUATO, J.R.F. Evolução

geocronológica do Precambriano do Estado da Bahia. Geologia e Recursos Minerais do

Estado da Bahia. Sec. Minas do Estado da Bahia. Textos Básicos, 1980. v.1, p.1-101.

CARVALHO, M.J.; OLIVEIRA, E.P. Geologia do Tonalito Itareru, Bloco

Serrinha, Bahia: Uma Introdução Sin-tecônica do Início da Colisão Continental no

58

Segmento Norte do Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá. Revista Brasileira de Geociências.

2003. Ed.33(1-Suplemento).

CRUZ, S.C. A interação tectônica entre o aulacógeno do Paramirim e o Orógeno

Araçuaí. Departamento de Geologia, Universidade Federal de Ouro Preto, MG, Tese de

Doutoramento. 2004

EBERT H. Ocorrências de fácies granulíticas no sul de Minas Gerais e em áreas

adjacentes, em dependência da estrutura orogênica: hipótese sobre sua origem. Anais

Acade. Nras. Ciênc., 40 (suplemento): 215-229. 1968. Rio de Janeiro.

KISHIDA, A. Característica Geológica e Geoquímica da sequência vulcano-

sedimentar do Medio Rio do Itapicuru Bahia. Salvador. Instituto de Geociências,

Universidade Federal da Bahia. 1979. Dissertação de Mestrado. 98p.

KISHIDA, A.; RICCIO, L. Chemostratigraphy of lava sequences form the Rio

Itapicuru “greenstone belt”, Bahia, Brazil. Precambrian. 1980.

MASCARENHAS, J.F.; GARCIA, T.W. Mapa geocronológico do Estado da Bahia.

Superintendência de Geologia e Recursos Minerais, Secretaria das Minas e Energia, Bahia.

1989. Texto Explicativo.

MELO, R.C. Folha Pintadas – SC.24-Y-D-V, 1:100.000, Estado da Bahia.

Programa de Levantamentos Geológicos Basicos do Brasil (PLGB). Brasilia. DNPM/CPRM.

1991.

NASCIMENTO, H.S.; GOMES, F.C.A.; KWITKO, R. Caracterização petrográfica

do granitoide tonalítico de Teofilândia – “greenstone belt” do Rio Itapicuru, Bahia. In:

SBG, Congresso Brasileiro de Geologia, 40, Anais, 1998. 502.

PEARCE, J.A. & CANN, J.R. Tectonic setting of basic volcanic rocies determined

using trace element analysis. Earth Planet. Sci. 1973. Lett., 19:290-300.

PEREIRA, L.H.M.; Serrinha. Folha SC 24-Y-D-VI, 1/100.000. Programa de

Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil. DNPM/CPRM. 1992.

PIMENTEL, M.M., SILVA, M.G., Sm-Nd Age of the Fazenda Brasileiro Gabbro,

Bahia, Brazil: Example of Robust Behavior of tje Sm-Nd Isotopic System Under Extrme

Hydrothermal Alteration. Anais da Academia Brasileira de Ciências. 2003. Pp. 383-392.

59

RIOS, C.R.; CONCEIÇÃO, H.; MACAMBIRA, J.B.M.; BURGOS, C.M.G.;

PEIXOTO, A.A.; CRUZ FILHO, B.E.; OLIVEIRA, L.L.; LISBOA, M.P. Granitogênese da

parte meridional-oriental do Núcleo Serrinha: idade, petrografia e geoquímica. In:

Conceição, H.; Cruz, M.J.M.; Sá, J.H.S.; Sabaté, P. (eds.) Contribuição ao estudo dos

granitos e rochas correlatas. Publicação especial da Sociedade Brasileira de Geologia.

Nucleo Bahia-Sergipe. 1998. 5: 91-113.

RIOS, C.R.; DAVIS, D.W.; CONCEIÇÃO, H.; MACAMBIRA, J.B.M.; PEIXOTO,

A.A.; CRUZ FILHO, B.E.; OLIVEIRA, L.L. Ages of granites of the Serrinha Nucleus,

Bahia (Brazil): na overview. Revista Brasileira de Geociencias. 2000. 30: 74-77.

ROCHA, T.M.C. Contribuição ao estudo do plutonismo ácido da porção

nordeste do craton de São Francisco, região de Serrinha, BA. In: SBG, Congresso

Brasileiro de Geologia, 31, Camboriú, Anais, 1980, 4:2193-2205.

SABATÉ, P. Estruturas e tectônica do embasamento arqueano/ Proterozóico

inferior do estado da Bahia. Mapa geológico da Bahia – Texto explicativo.

Superintendência de geologia e recursos minerais – SGM. 1996. Capitulo X.

SILVA, M.G. Evidencias isotópicas e geocronológicas de um fenômeno de

acrescimeto crustal Transamazonico no Craton São Francisco, estado da Bahia. 37th

Congr. Bras. Geol. SBG, Silo Paulo. 1992. Anais II, pp. 181-182.

SILVA, M.G., COELHO, C.E.S., TEIXEIRA, J.B.G. SILVA, F.C.A., SILVA, R.A.,

SOUZA, J.A.B. The Rio Itapicuru “greenstone belt”, Bahia, Brazil: geologic evolution

and review of gold mineralization. Mineralium Deposita. 2001. 36: 345-357.

TEIXEIRA, J.B.G., KISHIDA, A., MARIMON, M.P.C. The Fazenda Brasileiro

Gold Deposit, Bahia: Geology, Hydrothermal Alteration, and Fluid Inclusion Studies.

Economic Geology. Vol 85. 1990. pp. 990-1009.